Normas ABNT Disciplina de Metodologia Científica

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Disciplina de Metodologia Científica - 2022


Professora Dra. Marizete Santana dos Santos
[email protected]

NORMALIZAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
PADRÕES DA ABNT PARA TRABALHOS CIENTÍFICOS1
Projetos de pesquisa, TCCs, monografias, teses e dissertações são trabalhos acadêmicos, a
formatação gráfica desses trabalhos seguem os mesmos critérios quanto à estrutura gráfica
e estrutura de conteúdo, pois formam o grupo de gêneros textuais acadêmicos.

Os gêneros textuais, segundo Bakhtin (1992), definem-se principalmente por sua função
social. São textos que se realizam por uma (ou mais de uma) razão determinada em
uma situação comunicativa (um contexto) para promover uma interação específica. Trata-se de
unidades definidas por seus conteúdos, suas propriedades funcionais, estilo e composição
organizados em razão do objetivo que cumprem na situação comunicativa. Explicando melhor:
isso significa que, a cada vez produzo um texto, seleciono um gênero em função daquilo que
desejo comunicar; em função do efeito que desejo produzir em meu interlocutor; em função da
ação que desejo produzir no meio em que me inscrevo.
Disponível em: http: https://novaescola.org.br/conteudo/194/o-que-e-um-genero-textual. Acesso em 07 de junho de 2022.

Gêneros textuais acadêmicos são os textos escritos que são produzidos e que circulam no âmbito
universitário como meio de comunicação entre professores, pesquisadores e alunos, com
diferentes propósitos comunicativos como, por exemplo, divulgação de pesquisa, resumo de
ideias, relatórios de atividades etc. (SOUZA; BASSETTO, 2014, p. 86).

1. Porque padronizar trabalhos científicos?

 Para regulamentar os critérios de elaboração dos trabalhos;


 Para estruturar a apresentação de trabalhos científicos;
 Porque facilita o processo de comunicação dentro da comunidade científica;
 Para que, por meio da uniformização de trabalhos se garanta maior qualidade na
comunicação científica.

2. O que é ABNT ?

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) fundada em 1940;


 Órgão responsável pela normalização técnica no país, é uma entidade privada, sem fins
lucrativos;
 Membro fundador da ISO (International Organization for Standardization);
 A ABNT/CB-014 é o comitê responsável pela normalização no campo da informação e
documentação cujo âmbito de atuação compreende as práticas relativas a bibliotecas,
centro de documentação e informação, serviços de indexação, resumos, arquivos, ciência
da informação e publicação.

3. Normas da ABNT para trabalhos científicos

3.1 Normas vigentes

1
Adaptado a partir do material de Stremel (2012).
2

ABNT NBR 6023:2018 Referências – Elaboração.


ABNT NBR 6024:201 Numeração progressiva das seções de um documento –
Apresentação.
ABNT NBR 6027: 2003 Apresentação de sumário de documentos.
ABNT NBR 10520: 2002 Apresentação de citações em documentos.
ABNT NBR 14724: 2011 Princípios gerais para a elaboração de trabalhos
acadêmicos.
ABNT NBR 15287: 2011 Princípios gerais para elaboração de projetos de pesquisa
ABNT NBR 6023:2018 Referências – Elaboração.
ABNT NBR 6024:2012 Numeração progressiva das seções de um documento-
Apresentação.
ABNT NBR 6027:2012 Sumário – Apresentação.
ABNT NBR 6028:2003 Resumo – Apresentação.
ABNT NBR 10520:2002 Citações em documentos – Apresentação.
ABNT NBR 10719:2011 Relatório técnico e/ou científico – Apresentação.
- ABNT NBR 14724:2011 Trabalhos acadêmicos – Apresentação.
ABNT NBR 15287:2011 Projeto de pesquisa - Apresentação.

1. Regras gerais

- Margens: esquerda e superior  3 cm;


direita e inferior  2 cm.

- Tamanho da fonte  12 para o texto, inclusive capa;


Tamanho menor (11 ou 10) para citações longas, notas de rodapé,
paginação, legendas e fontes das ilustrações e das tabelas.

- Espaçamento  1,5 entre as linhas para o texto;


Espaço simples para: citações longas, notas de rodapé, legendas das
ilustrações e tabelas, nota da folha de rosto, referências (separadas entre
si por um espaço simples em branco).

- Paginação  Conta-se todas as páginas a partir da folha de rosto, mas as páginas


pré-textuais não são numeradas;
A numeração é colocada a partir da primeira folha textual – algarismos
arábicos – no canto superior direito, a 2 cm da borda superior e a 2 cm da
margem direita.
3

- Ilustrações  A identificação aparece na parte superior da ilustração, precedida da


denominação da ilustração (figura, gráfico, quadro, tabela, etc.) seguida de
seu número (algarismo arábico) de ordem de ocorrência no texto,
travessão e respectivo título. Após a ilustração, indicar a fonte consultada
(elemento obrigatório, mesmo que seja produção do próprio autor).
Exemplo: Figura 1 – Mapa do Brasil

- Numeração progressiva Algarismos arábicos; Indicativo de seção alinhado à esquerda,


separado do título por um espaço; Destacam-se
gradativamente os títulos das seções, utilizando recursos
como: negrito, itálico, caixa alta ou outro.

- Citações:

1. CITAÇÃO DIRETA - Citações curtas: entre aspas.


É a transcrição literal, - Citações longas (mais de três linhas): destacadas com recuo
exata de palavras ou de 4 cm da margem esquerda, espaçamento simples, fonte
trechos de textos de um menor que o texto e sem aspas.
autor, respeitando-se - Deve vir acompanhada de autor, ano da obra e página do
rigorosamente a redação, fragmento.
ortografia e pontuação.
(MÉSZÁROS, 2008, p. 11).

Dubet (2007, p. 31)

a) CITAÇÃO DIRETA LONGA: Citações com mais de 3 linhas, devem compor um


parágrafo independente, com recuo de 4 cm da margem esquerda, fonte menor da
utilizada no texto (tamanho 10 ou 11), espaço entre linhas simples e sem aspas. Ex.:

Uma vez constituídas as classes sociais, passa a ser um dogma


pedagógico a sua conservação, e quanto mais a educação conserva o
status quo, mais ela é julgada adequada. Já nem tudo o que a educação
inculca nos educandos tem por finalidade o bem comum, a não ser quando
esse ‘bem comum’ pode ser uma premissa necessária para manter e
reforçar as classes dominantes. Para estas, a riqueza e o saber; para as
outras, o trabalho e a ignorância (PONCE, 1985, p. 28).

b) CITAÇÃO DIRETA CURTA: São citações até 3 linhas, que devem ser inseridas no
texto entre aspas duplas. Havendo aspas no texto original devem ser transformadas
em aspas simples. Exemplo:

O habitus compreende "[...] um sistema de disposições duráveis e transponíveis que,


integrando todas as experiências passadas, funciona a cada momento como uma matriz de
percepções, de apreciações e de ações". (BOURDIEU, 1983, p. 65).

2. CITAÇÃO INDIRETA - Deve vir acompanhada de autor e ano da obra. Não é


obrigatório indicar as páginas.
É a transcrição livre das Deve-se ter cuidado ao utilizar este tipo de citação para que o
ideias de um autor, sem texto não seja confundido com plágio. Para tanto é
ser uma transcrição literal. imprescindível que o autor explicite a fonte.
Também é chamada de
4

paráfrase, do texto (FOUCAULT, 2010).


consultado.
Cury (2002)
Exemplo:

Assim, cada sujeito age de acordo com as características da sua estrutura social e
conforme as marcas da sua posição social, pelo fato de que essas distinções sociais
constituem sua subjetividade (NOGUEIRA; NOGUEIRA, 2004).

3. CITAÇÃO DE CITAÇÃO - Pode ser direta ou indireta.


Usada quando não se tem - Na citação da citação deve ser indicado o sobrenome do(s)
acesso ao documento autor(es) da fonte primária (não consultada), seguido do ano e
original. da expressão “apud”, e o sobrenome do autor do documento
secundário consultado), com o ano e número da página
consultada. Apud é uma palavra latina que serve para o autor
se referir a um texto ao qual não se tem acesso e que é citado
por outro autor (apud significa “citado por”).
Na lista de referências, ao final do trabalho, deverá aparecer
somente a referência completa do documento consultado.

(POPKEWITZ, apud BALL, 1998).

(POULANTZAS, 1975 apud CARNOY, 1986).

(AMIN, 1997, p. 129 apud BALL, 2000, p. 132).

Poulantzas (1980 apud AZEVEDO, 2004)


Exemplo:
O populismo não é outra coisa senão o etnocentrismo de ponta-cabeça (BOURDIEU,
1983 apud BURAWOY, 2010, p. 61).

Para Bourdieu (1983 apud SETTON, 2002, p. 62), habitus é entendido como “um
sistema de disposições duráveis e transponíveis que, integrando todas as experiências
passadas e funciona a cada momento como uma matriz de percepções, de apreciações e
de ações”.

Para Lakatos e Marconi (1995 apud MEDEIROS, 1999, p. 189) a monografia ou


trabalho de conclusão de curso é “[...] um estudo sobre um tema específico ou particular,
com suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia”.
Ou
A monografia ou trabalho de conclusão de curso é “[...] um estudo sobre um tema
específico ou particular, com suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa
metodologia” (LAKATOS; MARCONI, 1995 apud MEDEIROS, 1999, p. 189).
5

- Como referenciar a citação de um texto escrito por até três autores:


 Autores separados por ponto e vírgula quando dentro dos parênteses.
 Exemplo: (MAINARDES; FERREIRA; TELLO, 2011).

 Autores inseridos no texto, ligados pela conjunção “e”.


 Exemplo: Mainardes, Ferreira e Tello (2011) afirmam que...

- Como referenciar a citação de um texto escrito por mais de três autores:


 Sobrenome do primeiro autor, seguido da expressão “et al” (et al significa “e
outros”).
 Exemplo: (BOWE et al, 1992)

- Supressões  consistem na eliminação de uma parte do trecho que se está citando.


Usam-se colchetes com reticências no início, no meio, ou no final de uma citação para
marcar onde ocorre a supressão. [...]

- Ênfase ou destaque  grifo, negrito ou itálico.

- Nas citações, quando há um destaque, utiliza-se a expressão “grifos nossos” quando é do


autor e “grifos do autor”, quando se trata de destaques do autor da citação. Exemplo:
(YOUNG, 2007, p. 1288, grifos nossos), (CONDORCET, 1792, p. 23, grifos do autor).

- Nas citações que são traduzidas, utiliza-se a expressão “tradução nossa”. Exemplo:
(FRANCE, 1991, p. 24, tradução nossa).

- Quando houver coincidência de sobrenomes de autores, acrescentam-se as iniciais de


seus prenomes e se persistir, colocam-se os nomes por extenso. Exemplo: (SILVA, B.,
2006), (SILVA, A., 2006), (SANTOS, Maria, 2004), (SANTOS, Margarete, 2004).

- Citações de obras publicadas por um mesmo autor, em um mesmo ano, são distinguidas
pelo acréscimo de letras minúsculas. Exemplo: (MAINARDES, 2009a, 2009b).

- Referências: o alinhamento deve ser à esquerda.


Alguns exemplos

 Livros

BALL, S. J. Educational reform: a critical and post-structural approach. Buckingham: Open


University Press, 1994.

GIANINNI, S. D.; FORTI, N.; DIAMENT, J. Cardiologia preventiva: prevenção primária e


secundária. São Paulo: Atheneu, 2000.

PASQUARELLI, M. R. L. et al. Avaliação do uso de periódicos. São Paulo: SIBi-USP,


1987.

GOMES, A. C.; VECHI, C. A. Estática romântica: textos doutrinários comentados.


Tradução de Maria Antônia Simões Nunes; Duílio Colombini. São Paulo: Atlas, 1992.

SPINDEL, A. O que é socialismo e o que é comunismo. São Paulo: Círculo do Livro,


1989. (Primeiros passos, n. 1).

NÓVOA, A. (Coord.). Os professores e a sua formação. 2. ed. Lisboa: Dom Quixote, 1995.
6

LOPES, A. C.; MACEDO, E. (Orgs.). Políticas de currículo em múltiplos contextos. São


Paulo: Cortez, 2006.

 Capítulo de livro

MAINARDES, J. A organização da escolaridade em ciclos: ainda um desafio para os


sistemas de ensino. In: FRANCO, C. (Org.). Avaliação, ciclos e promoção na educação.
Porto Alegre: Artmed, 2001, p. 35-54.

RAMOS, M. E. M. Serviços administrativos na Bicen da UEPG. In: ______. Tecnologia e


novas formas de gestão em bibliotecas universitárias. Ponta Grossa: UEPG, 1999, p.
157-182.

 Periódicos

ALMEIDA JÚNIOR, A. Repetência ou promoção automática? Revista Brasileira de


Estudos Pedagógicos, Rio de Janeiro, v. 27, n. 65, p. 3-15, jan./abr. 1957.

BARRETTO, E. S. de S.; SOUSA, S. Z. Estudos sobre ciclos e progressão escolar no Brasil:


uma revisão. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 30, n. 1, p. 31-50, jan./abr. 2004.

 Teses, Dissertações, Monografias

SANTOS, Marizete Santana dos. Políticas de avaliação da educação básica: tensões


entre a garantia do direito à educação e os processos de exclusão. 2018. 219f. Tese
(Doutorado em Educação) – Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, 2018.

ALMEIDA, G. A. Resíduos de pesticidas organoclorados. 1995. 95 f. Dissertação


(Mestrado em Oceanografia) – Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 1995.

MORENO, E. Ecoturismo em Florianópolis. 1999. 52 f. Trabalho de Conclusão de Curso


(Graduação) – Curso de Turismo, Centro Universitário FIEO, Osasco, 1999.

 Anais

SANTOS, Marizete Santana dos; VOGEL, Paulinho; EYNG, Ana Maria . POLÍTICAS DE
AVALIAÇÃO E REGULAÇÃO DA EDUCAÇÃO: LIMITES E POSSIBILIDADES À
QUALIDADE SOCIAL DA EDUCAÇÃO. In: XXII COLÓQUIO DA AFIRSE PORTUGAL -
Diversidade e Complexidade da Avaliação em Educação e Formação. Contributos da
Investigação, 2015, Lisboa. XXII COLÓQUIO DA AFIRSE PORTUGAL - Diversidade e
Complexidade da Avaliação em Educação e Formação. Contributos da Investigação. Lisboa:
EDUCA/AFIRSE Portugal., 2015.
 Internet

OLIVEIRA, A. M. Produtos fitoterápicos. Disponível em:


<http://www.geocities.com/barlacki/fitoterapicos.html>. Acesso em: 11 mar. 2005.

 Documentos oficiais
7

BRASIL. Medida Provisória nº 135, de 30 de outubro de 2003. Altera a Legislação tributária


Federal e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 31 out. 2003.

PARANÁ. Tribunal Regional Eleitoral. Resolução nº 438 de 17 de setembro de 2003.


Estabelece normas complementares sobre a responsabilidade na administração do
empréstimo de urnas eletrônicas em eleições não-oficiais e aprova os respectivos anexos.
Disponível em: <http://www.tre-pr.gov.br>. Acesso em: 17 mar. 2004.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico para a Escola Pública do


Paraná. Curitiba: SEED, 1990.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Conheça a ABNT. Disponível em:


http://www.abnt.org.br/. Acesso em: 06 Jun 2022.

SOUZA, Micheli Gomes; BASSETTO, Lívia Maria Turra. Os processos de apropriação de


gêneros acadêmicos (escritos) por graduandos em letras e as possíveis implicações para a
formação de professores/pesquisadores. Revista Brasileira de Linguística Aplicada
[online]. 2014, v. 14, n. 1, pp. 83-110. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/S1984-63982013005000026. Acesso em: 7 Jun 2022.

STREMEL, Silvana. Normalização bibliográfica: os padrões da ABNT para trabalhos


científicos. 2012.

UEPG. Manual de normalização bibliográfica para trabalhos científicos. 4. ed. Ponta


Grossa: UEPG, 2019. Disponível em:
http://ri.uepg.br/riuepg/bitstream/handle/123456789/901/LIVRO_ManualdeNormaliza%c3%a
7%c3%a3o%28%204%20ed%29.pdf?sequence=4. Acesso em: 7 Jun 2022.

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