Dimensionamento de Equipamentos de Lavra de Mina
Dimensionamento de Equipamentos de Lavra de Mina
Dimensionamento de Equipamentos de Lavra de Mina
Nomes:
Elito Baptista
Elton Lacerda
Maio, 2015
TETE
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4
7. CONCLUSÕES ....................................................................................................... 32
RESUMO
As operações de carregamento e transporte são importantes etapas do processo de lavra
de minas. Factores como volume de produção e condições operacionais interferem
directamente na selecção de equipamentos e dimensionamento de frotas, sempre com
vista aos menores custos de operação. A constante busca por aumento de produtividade
e redução de custos operacionais exige um bom planeamento e gerenciamento em todas
as etapas do processo. O presente trabalho demonstrou, através de um estudo de caso, o
dimensionamento de uma frota de carregamento e transporte para uma mineração a céu
aberto utilizando indicadores de produção, concomitante com a análise do
comportamento dos custos total e unitário com a variação do tamanho da frota e volume
de produção. O estudo foi desenvolvido a partir da análise dos métodos e conceitos
fundamentais da selecção de equipamentos, dimensionamento de frotas e estimação dos
custos de operação presentes na literatura actual. O método de análise do tamanho de
frota óptimo proposto por esse estudo é aplicável a quaisquer frotas de carregamento e
transporte, independente do seu porte e volume de produção, bastando alterar os valores
das variáveis imputados nos cálculos para o dimensionamento da frota e estimação dos
custos, diferentes para cada mina. A partir do que foi exposto no presente trabalho,
pôde-se concluir que o número mais interessante de equipamentos na frota é o equilíbrio
entre produtividade e custos, ou seja, a frota óptima não é necessariamente a que resulta
em maior produção, mas sim a que tenha a melhor relação custo-produção.
1. INTRODUÇÃO
A extracção mineral a céu aberto é caracterizada por ser uma actividade de alto custo de
investimento, na qual o processo de tomada de decisão possui uma elevada
complexidade devido às características estocásticas do sistema (PINTO, 1999).
Segundo o mesmo autor, porém, na maioria das minas a céu aberto, não existe um
planeamento adequado em relação ao porte da operação e tamanho de equipamentos de
perfuração, escavação, carregamento e transporte. Poucas minas conseguem harmonizar
essa relação redundando em desperdício, diminuição de produtividade e aumento de
custos. Um erro no dimensionamento dos equipamentos pode levar a empresa a super
ou subestimar os equipamentos, o que pode gerar diminuição de produtividade e
aumento de custos.
SRAJER et al. (1989) concluíram que, apesar das considerações acima, o conhecimento
pessoal e experiência do engenheiro de minas ou do gerente com o equipamento de
carga é a principal influência sobre a escolha dos equipamentos.
Geologia do depósito;
Metas de produção;
Vida útil do projecto;
Disponibilidade de capital;
Custo de operação;
Parâmetros geotécnicos;
Retorno de investimentos;
Interferências com o meio ambiente.
Segundo SILVA (2009), uma vez seleccionados os tipos de equipamentos que atendam
às condições específicas do trabalho, é importante que se seleccione também os portes
destes equipamentos, que irão operar conjugadamente, visando uma maior eficiência
global, bem como para evitar que os cálculos do dimensionamento sejam feitos para
alternativas que, de antemão, já se mostrem incompatíveis. Esta compatibilização deve,
inicialmente, basear-se em restrições físicas, como, por exemplo, as seguintes.
Empolamento (e)
Onde:
Onde: e = empolamento.
Onde:
É a carga que faz com que uma escavadeira hidráulica equipada para determinada
finalidade e, considerando a posição em que a sustentação é mais desfavorável, perca o
equilíbrio e tombe.
Disponibilidade Mecânica
Onde:
DM = disponibilidade mecânica;
Disponibilidade Física
Corresponde à parcela das horas programadas em que o equipamento está apto para
operar, isto é, não está à disposição da manutenção.
Onde:
HP = corresponde às horas calculadas por ano, na base dos turnos previstos, já levando
em conta a disponibilidade mecânica e/ou eléctrica;
Onde:
HP = corresponde às horas calculadas por ano, na base dos turnos previstos, já levando
em conta a disponibilidade mecânica e/ou eléctrica;
Rendimento
Tempo de ciclo
Características do material;
Supervisão no trabalho;
Esperas no britador;
Falta de caminhão;
Maior ou menor habilidade do operador;
Interrupções para a limpeza da frente de lavra;
Desmontes de rochas;
Capacidade da caçamba;
Pequenas interrupções devido aos defeitos mecânicos, não computados na
manutenção.
Onde:
tp = tempo perdido.
Operação conjugada
A produção máxima possível de frotas em operação conjugada pode ser obtida pela
análise da disponibilidade das frotas. A distribuição binomial é aplicável ao cálculo de
dimensionamento de frotas dos equipamentos:
Onde:
Resistência ao rolamento
Onde:
Rr = resistência ao rolamento;
o = afundamento (cm).
Asfalto ou concreto = 20
Terra seca e firme = 30
Terra seca e solta = 40
Aterro sem compactação = 80
Terra muito húmida e mole = 120
Resistência de rampa
É uma medida da força, devido à gravidade, que é preciso superar para movimentar a
máquina em rampas desfavoráveis (aclives). A resistência da rampa é uma medida da
força, devido à gravidade, que ajuda na movimentação da máquina em rampas
favoráveis (declives).
A resistência (ou assistência) de rampa pode então ser obtida multiplicando o Factor de
Resistência de Rampa pela massa da máquina em toneladas.
Na mineração de outros países são mais comuns equipamentos de maior porte, existindo
assim, um número superior de escavadeiras a cabo de grande porte. Já nas empresas de
mineração é mais frequente o uso de escavadeiras tipo “shovel”, ou caçamba frontal,
nas operações de escavação directa na frente de lavra, e concomitante carregamento da
unidade de transporte, para corpos friáveis. Estas escavadeiras “shovel”, segundo
RICARDO & CATALANI (2007), são adequadas para o uso em taludes por ter um
elevado alcance máximo para o corte.
De acordo com a análise da Figura 3, segundo LOPES (2010), observa-se que para se
manter uma produção constante requerida ao longo do tempo de vida das minas, pode-
se tomar mão de duas acções: aumentar o número de caminhões da frota ou alterar o
modelo por capacidades maiores mantendo o mesmo número de caminhões anteriores.
O tamanho do equipamento de carga poderá ou não acompanhar o aumento da
capacidade dos caminhões.
Segundo LOPES (2010), são vantagens da Lavra com transporte por caminhões:
Ainda segundo LOPES (2010), são desvantagens da lavra com transporte por
caminhões:
NUNES (2010) aponta que, a princípio, as correias transportadoras são utilizadas para
vencer as grandes distâncias desde o ponto de carga até o ponto de descarga,
proporcionando uma redução no custo operacional. Ademais a utilização das correias
acarreta na mudança de metodologia de disposição do material na pilha, diminuindo o
seu custo. Para isso podem ser utilizados dois métodos diferentes.
A disposição de estéril por caminhões tem sido utilizada ao longo dos anos para
formação de pilhas. No entanto, este método fica limitado para as pilhas que estão
localizadas até 4 km dos pontos de carga, conforme NUNES (2010). Para distâncias
maiores, os custos operacionais e o custo de capital ficam altos, o que viabiliza a
substituição dos caminhões por correias transportadoras.
A operação da pilha de estéril por correia pode ser dividida em duas etapas: modo de
disposição e o modo de construção. Estudos geotécnicos são importantes para definir
vantagens e desvantagens nos sistemas possíveis.
Segundo LOPES (2010), são vantagens da lavra com sistema de transporte por correias:
Ainda de acordo com LOPES (2010), são desvantagens da lavra com sistema de
transporte por correias:
4. SUBSTITUIÇÃO DE EQUIPAMENTOS
Ainda segundo SOUSA JÚNIOR (2012), outros factores que devem ser
considerados no momento de aquisição de equipamentos, mas que não são
computados directamente:
Erros do passado: não devem ser considerados, pois não são possíveis de serem
previstos e provavelmente não irão acontecer de novo.
Custos Irreversíveis: são custos que não podem ser resgatados, mas que possuem
significância para a empresa (por exemplo, a pintura de um equipamento).
Perspectiva Externa: se refere à visão do mercado e mudanças no horizonte de
planeamento.
Impostos: se referem às taxas envolvidas com a aquisição e lucro proporcionado
pelo equipamento.
Os factores citados anteriormente servem para formar uma base de referência para a
tomada de decisão em possíveis projectos de aquisição/substituição de equipamentos. É
importante ressaltar que nem todos esses factores podem estar disponíveis para o “ciclo
de vida” do activo e que quanto maior a disponibilidade e confiabilidade dos dados
apresentados, maior será o nível de confiança associado à tomada de decisão (SOUSA
JÚNIOR, 2012).
5. PLANEAMENTO DE LAVRA
Para operacionalizar o processo de extracção dentro da mina, deve-se sempre pensar nas
diversas fases pelas quais a mina irá passar ao longo da sua vida. O objectivo é
determinar para cada uma destas fases a massa de bem mineral lavrável e a massa de
rejeito e estéril associados que devem ser movimentados assim como os recursos
necessários para levar a cabo as operações de extracção. Cada uma destas fases recebe o
nome de Plano de Lavra (QUEVEDO, 2009).
São baseados nestes limites de cavas que são estabelecidas as diversas áreas para
construções permanentes, a disposição de material estéril e barragens de rejeito,
garantindo assim que não haverá remanuseio de materiais e demolições de obras para o
andamento de lavra, o que acarretaria um aumento de custos para a mineradora.
No planeamento de longo prazo são traçados os avanços nos limites de lavra de cada
nível e calculadas as tonelagens retiradas de minério e estéril, seus teores, DMTs,
demais variáveis de interesse. Além disso, são traçados os acessos aos diversos pontos
da mina.
Por ser uma etapa que incorre em altos investimentos e consequentemente em grandes
riscos económicos, existem vários estudos sobre selecção de equipamentos de
mineração que apresentam considerações e propõem técnicas e métodos que auxiliam
na tomada de decisão acerca da selecção acertada de equipamentos. A seguir serão
influência da altura dos taludes da mina nas taxas efectivas de utilização dos
equipamentos de carga.
7. CONCLUSÕES
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAŞÇETIN, A.; ÖZTAŞ, O.; KANLI, A. İ. A new development software for equipment
selection in mining engineering. South-African Institute of Mining and Metallurgy,
South-Africa, p. 28 - 44, 2006.