Apostila Motores A Diesel

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TM 101 – Tecnologia do

Motor Diesel I
TM 101 – TECNOLOGIA DO MOTOR
DIESEL I

APRESENTAÇÃO

Os motores Diesel representam equipamentos de grande importância no cotidiano da


empresa. São a fonte de força motriz para caminhões, escavadeiras e, até mesmo, para os grupos
geradores.

Desta forma, o conhecimento deste tema é de muito interesse em qualquer área.

Desta forma, este texto se constitui o inicio do estudo no assunto, pois ele será estendido em
mais duas outras disciplinas, tendo sido estruturado da seguinte maneira:

O Capítulo 1 apresenta a descrição do princípio de funcionamento do motor de combustão


interna à ignição diesel, bem como a identificação seus principais tipos.

O Capítulo 2 fornece informações de grande importância para o entendimento do


funcionamento dos motores Diesel.

Os Capítulos 3, 4, 5 e 6 objetivo abordam os componentes dos motores Diesel, bem como as


suas características.
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ÍNDICE

CAPÍTULO 1: GENERALIDADES DO MOTOR DE COMBUSTÃO DIESEL 1


RESUMO 1
1.0 - INTRODUÇÃO 1
2.0 – CONSTITUIÇÃO 1
3.0 – TIPOS 2

CAPÍTULO 2: FUNCIONAMENTO DO MOTOR DIESEL 4


RESUMO 4
1.0 - INTRODUÇÃO 4
2.0 – FUNCIONAMENTO 4
2.1 – Motor Diesel de Quatro Tempos 4
2.1.1 - Admissão 4
2.1.2 – Compressão 4
2.1.3 – Expansão ou força 4
2.1.4 - Escape 5
2.2 - Motor Diesel de Dois Tempos 5
3.0 – VANTAGENS E DESVANTAGENS 6

CAPÍTULO 3: COMPONENTES DO MOTOR – PARTE I 7


RESUMO 7
1.0 - INTRODUÇÃO 7
2.0 – CÂMARAS DE COMBUSTÃO 7
2.1 – Localização 7
2.2 – Função 7
2.3 – Princípios da Combustão do Motor Diesel 7
2.4 – Classificação das Câmaras de Combustão 7
3.0 – MOTORES COM INJEÇÃO DIRETA 8
3.1 – Tipos 8
3.2 – Localização da Câmara de Combustão 8
3.3 – Características de Funcionamento 9
3.4 – Vantagens 9
3.5 – Desvantagens 9
4.0 - MOTORES COM CÂMARA DE PRÉ-COMBUSTÃO 9
4.1 – Características 9
4.2 – Localização 9
4.3 – Funcionamento 9
4.4 – Vantagens 10
4.5 – Desvantagens 10
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5.0 – MOTORES COM CÂMARA DE TURBULÊNCIA 10


5.1 – Características 10
5.2 – Localização 10
5.3 – Funcionamento 10
5.4 – Vantagens 11
5.5 – Desvantagens 11
6.0 – MOTORES COM CÂMARA DE COMBUSTÃO DE AR 11
6.1 - Características 11
6.2 - Localização 11
6.3 - Funcionamento 11
6.4 - Vantagens e Desvantagens 11
7.0 - BLOCO DO MOTOR 11
7.1 - Constituição 11
7.2 - Construção 12
7.3 - Tipos 12
7.4 - Características 12
7.5 - Vantagens e Desvantagens 12
7.6 - Condições de Uso 13

CAPÍTULO 4: COMPONENTES DO MOTOR – PARTE II 14


RESUMO 14
1.0 - INTRODUÇÃO 14
2.0 – CAMISAS DE MOTORES 14
2.1 – Tipos 14
2.2 – Construção 14
2.3 – Características 14
2.4 – Montagem 14
2.5 – Vantagens da Camisa Úmida 15
2.6 – Desvantagens da Camisa Úmida 15
2.7 – Vantagens da Camisa Seca 15
2.8 – Desvantagens da Camisa Seca 15
2.9 – Uso e Condições de Uso 15
3.0 - ÊMBOLO 15
3.1 – Constituição 15
3.1.1 – Cabeça 15
3.1.2 – Zona dos anéis 15
3.1.3 – Alojamento do pino 16
3.1.4 – Saia 16
3.2 – Construção 16
3.3 – Características 16
3.4 – Vantagens e Desvantagens 17
3.5 – Condições de Uso 17
3.6 – Precaução 17
3.7 – Pino do Êmbolo 17
3.7.1 -- Construção 17
3.7.2 – Tipos de fixação 17
3.7.3 – Condições de montagem 17
3.7.4 – Observações 17
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3.8 - Anéis de Segmentos 17


3.8.1 -- Construção 18
3.8.2 - Tipos 18
3.8.3 – Características 18
3.8.4 -- Condições de uso 19
3.8.5 -- Observação 19
4.0 – CASQUILHOS DO MOTOR 19
4.1 - Localização 19
4.2 – Liga Antifricção 19
Figura 11 – Metal antifricção. 19
4.3 – Tolerâncias de Fabricação 19
4.4 - Pressão Radial 19
4.5 – Ressalto de Localização 20
4.6 – Ranhuras de Lubrificação 20
4.7 – Casquilho Principal 20
4.8 – Causas de Avarias 20
5.0 – BIELA 20
5.1 - Constituição 20
5.2 - Tipos 20
5.3 - Características 21
5.4 - Construção 21
5.5 - Vantagem 21
5.6 – Condições de Uso 21
5.7 - Precaução 22
6.0 – ÁRVORE DE MANIVELAS (VIRABREQUIM) 22
6.1 - Constituição 22
6.2 - Tipos 22
6.3 - Construção 22
6.4 - Características 22
6.5 – Condições de Uso 23
6.6 – Observações 23

CAPÍTULO 5: COMPONENTES DO MOTOR – PARTE III 24


RESUMO 24
1.0 - INTRODUÇÃO 24
2.0 - VOLANTE 24
2.1 – Constituição 24
2.1.1 - Superfície de fricção 24
2.1.2 - Coroa dentada (cremalheira) 24
2.1.3 - Superfície de encosto 24
2.1.4 - Alojamento de apoio da árvore primária 24
2.2 - Construção 24
2.3 – Função 25
2.4 - Condições de Uso 25
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3.0 – AMORTECEDOR DE VIBRAÇÕES 25


3.1 – Tipos de Amortecedor de Vibração 25
3.2 - Construção 25
3.3 – Funcionamento 26
3.3.1 - Amortecedor mecânico 26
3.3.2 - Amortecedor hidromecânico 26
3.4 – MANUTENÇÃO 26
4.0 – BALANCEADORES 26
4.1 – Considerações Gerais 26
4.2 - Funcionamento 26
5.0 – SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO 26
5.1 – Constituição 27
5.2 – Construção 27
5.3 – Funcionamento 27
5.4 - Ciclo de Trabalho 27
5.5 - Variação das Válvulas de Escape 27
5.6 - Variação das Válvulas de Admissão 28
5.7 - Tipos de Sistema de Distribuição 28
5.7.1- Cruzada
28
5.7.2 - Aberta 28
5.7.3 - Fechada 29
6.0 - ARVORE DE COMANDO DE VÁLVULAS 29
6.1 – Constituição 29
6.1.1 – Ressaltos 29
6.1.2 – Mancais de apoio 29
6.1.3 – Engrenagens auxiliares 29
6.1.4 – Alojamento da engrenagem de distribuição 29
6.2 – Classificação 29
6.3 – Construção 29
6.4 – Localização 30
6.5 – Características de Funcionamento 30
6.6 – Vantagens 30
6.7 - Uso e Condições de Uso 30

CAPÍTULO 6: COMPONENTES DO MOTOR – PARTE IV 31


1.0 - INTRODUÇÃO 31
2.0 – TUCHOS, VARETAS E BALANCINS 31
2.1 – Tuchos 31
2.1.1 – Constituição dos tuchos 31
2.1.2 - Tipos 31
2.1.3 – Construção 31
2.1.4 - Características 31
2.1.5 – Usos e condições de uso 32
2.1.6 - Manutenção 32
2.1.7 - Observações 32
2.2 - Varetas 32
2.2.1 – Constituição das varetas 32
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2.3 – Balancins 32
2.3.1 – Construção dos balancins 32
2.3.2 – Tipos 32
2.3.3 - Vantagens 32
2.3.4 – Uso e condições de uso 32
2.3.5 - Manutenção 32
2.3.6 - Observação 33
2.3.7 - Função 33
3.0 – CABEÇOTE 33
3.1 - Nomenclatura 33
3.2 – Tipos 33
3.3 - Construção 33
3.4 - Características 33
3.5 – Usos e Condições de Uso 34
3.6 - Manutenção 34
3.7 - Observações 34
4.0 – VÁLVULAS , SEDES , GUIAS E MOLAS 34
4.1 – Válvulas 34
4.1.1 – Constituição das válvulas 34
4.1.2 - Tipos 34
4.1.3 - Características 34
4.1.4 - Instalação 34
4.1.5 - Acessórios 34
4.1.6 – Condições de uso 34
4.1.7 - Manutenção 34
4.1.8 – Válvulas especiais 35
4.2 – Sedes 35
4.2.1 – Tipos de sedes de válvulas 35
4.2.2 - Construção 35
4.2.3 - Características 35
4.2.4 - Vantagens 35
4.2.5 - Manutenção 35
4.3 – Guias 35
4.3.1 – Tipos de guias de válvulas 35
4.3.2 – Construção 35
4.3.3 - Vantagens 36
4.3.4 – Acessórios 36
4.3.5 - Manutenção 36
4.4 – Molas 36
4.4.1 – Tipos de molas de válvulas 36
4.4.2 - Construção 36
4.4.3 - Características 36
4.4.4 – Condições de uso 36
4.4.5 - Conservação 36
5.0 – SUPER ALIMENTAÇÃO DOS MOTORES DIESEL 36
5.1 – Vantagens da Superalimentação 37
5.2 – Classificação dos Superalimentadores 37
6.0 – TURBOALIMENTADOR 37
6.1 – Elementos Constitutivos 37
6.2 – Finalidade de Cada Elemento 37
6.2.1 - Corpo principal 37
6.2.2 - Carcaça da turbina 37
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6.2.3 - Carcaça do compressor 37


6.2.4 - Árvore e rolamentos 38
6.2.5 - Turbina 38
6.2.6 - Compressor 38
6.2 – Funcionamento do Turboalimentador 38
7.0 - ESCAPAMENTOS E COLETORES DE ADMISSÃO 38
7.1 – Coletores de Admissão 38
7.1.1 - Tipos 38
7.1.2 – Constituição 38
7.1.3 - Construção 39
7.1.4 - Características 39
7.1.5 - Localização 39
7.2 – Escapamento 39
7.2.1 - Acessórios 39
7.2.2 – Uso e condições de uso 39
7.2.3 - Conservação 39
7.2.4 - Observação 39
8.0 - JUNTAS 39
8.1- Materiais 39
8.2 - Aplicações
40 8.3- Uso e Condições de Uso 40
8.4 - Observação 40
9.0 – MOTOR DE PARTIDA PNEUMÁTICO 40
9.1- Elementos Constitutivos 40
9.2 - Características 40
9.3 – Funcionamento 40
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“Progresso tecnológico é o esforço contínuo


de cientistas e empresários para tornar o
que comemos, o que bebemos, o que
vestimos e o que usamos quase tão bom
quanto antigamente.”

Bill Vaughan
Jornalista americano.
.
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CAPÍTULO 1: GENERALIDADES DO MOTOR DE


COMBUSTÃO DIESEL

RESUMO O seu nome é uma homenagem a Rudolf


Diesel, engenheiro francês nascido em Paris, que
Este capítulo apresenta a descrição do desenvolveu o primeiro motor em Augsburg -
princípio de funcionamento de um motor de Alemanha, no período de 1893 a 1898. Oficialmente,
combustão interna à ignição diesel, bem como a o primeiro teste bem sucedido foi realizado no dia 17
identificação seus principais tipos. de fevereiro de 1897, na Maschinenfabrik Augsburg.
O motor Diesel proporciona a energia
mecânica necessária para a propulsão de veículos,
tratores, embarcações, usinas elétricas, bombas e
1.0 - INTRODUÇÃO maquinaria em geral.
O motor Diesel é um motor de combustão
interna formada por um conjunto de peças sincroniza 2.0 – CONSTITUIÇÃO
das entre si, que transformam em energia mecânica a
energia calorífica do combustível, desenvolvida A figura 1 apresenta um motor Diesel em
durante a combustão no interior dos cilindros. corte.

Figura 1 - Motor Diesel CUMMINS modelo 6CT8.3 visto em corte.

Capítulo 1:Generalidades do Motor de Combustão Diesel -


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O motor é constituído pelos seguintes


sistemas:
Sistema de alimentação de ar.
É encarregado de obter o ar necessário para o
enchimento dos cilindros.
Figura 2 - Motor de injeção direta.
Sistema de combustível.
Abastece o sistema de injeção com o
combustível necessário.
Sistema de lubrificação.
Reduz o atrito entre as peças &t. Movimente de
motor, - mediante uma película de óleo
lubrificante, ajudando o sistema de
arrefecimento a manter a temperatura normal de Figura 3 - Motor com câmara de pré-combustão.
funcionamento do motor.
Sistema de injeção.
Tem a finalidade de entregar o combustível na
quantidade e nas condições suficientes para
garantir o bom funcionamento do motor.
Sistema de arrefecimento.
Destina-se a manter a temperatura normal de Figura 4 - Motor com câmara de turbulência.
funcionamento do motor.
Sistema de arranque ou partida.
Facilita o movimento inicial do motor, para
permitir que se inicie a combustão nos cilindros,
ate que o motor funcione por si só.
Sistema de distribuição. Figura 5 - Célula de energia.
Permite a entrada do ar e a saída dos gases
queimados, para realizar seu ciclo de trabalho.
Sistema de conjunto móvel.
Transforma a energia calorífica do combustível,
desprendida durante a combustão, em energia
mecânica; além disso, converte o movimento
retilíneo alternativo do embolo em movimento
de rotação da arvore de manivelas. Figura 6 - Câmara de acumulação.

3.0 – TIPOS c) De acordo com a disposição dos cilindros:


- Motores em linha – têm os cilindros
Seus tipos são classificados de acordo com colocados um atrás do outro.
as seguintes características:
a) De acordo com o ciclo de trabalho:
- Motores de quatro tempos;
- Motores de dois tempos.
b) De acordo com o controle de combustão:
- Motores de injeção direta como o da figura
2;
- Motores com câmara de pré-combustão,
como o da figura 3; Figura 7 – Motores em linha.
- Motores com câmara de turbulência, como
o da figura 4; - Motores em "V" - os cilindros estão
- Motores com câmara auxiliar de reserva de dispostos em um bloco formando um
ar, também chamada célula de energia ângulo que varia segundo o tipo de motor
(figura 5) ou câmara de acumulação (figura (figura 8); com esta disposição e
6). construído um bloco curto;

Capítulo 1:Generalidades do Motor de Combustão Diesel -


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- Policíndrico - o motor tem dois ou mais


cilindros;

e) De acordo com o arrefecimento:


- Motor arrefecido a água;
- Motor arrefecido a ar.

f) De acordo com o sistema de alimentação de


ar:
Figura 8 – Motores em “V”. - De alimentação natural;
- De alimentação forçada (sobre
- Motores de cilindros opostos - os cilindros alimentadores).
estão dispostos no bloco, formando um
ângulo de 180°; g) De acordo com o curso do êmbolo:
- Motores de cilindros radiais - os cilindros - Motor comprido - o diâmetro do cilindro é
estão dispostos estrela. menor que o curso do êmbolo;
- Motor quadrado - o diâmetro do cilindro e
d) De acordo com o número de cilindros: o curso do êmbolo são iguais;
- Monocilíndrico - o motor consta de um - Motor superquadrado - o diâmetro do
cilindro; cilindro é maior que o curso do êmbolo.

Capítulo 1:Generalidades do Motor de Combustão Diesel -


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CAPÍTULO 2: FUNCIONAMENTO DO MOTOR


DIESEL

RESUMO Na maioria dos motores Diesel modernos,


uma ventoinha empurra a carga para o cilindro
Este texto fornece informações de grande (turbocompressão).
importância para o entendimento do funcionamento
dos motores Diesel.

1.0 - INTRODUÇÃO

Nos motores Diesel, o ciclo de trabalho é


caracterizado pela combustão da mistura combustível,
através da pressão e do calor produzido pela alta
compressão do ar no interior dos cilindros.
De uma maneira geral, pode-se fazer uma Figura 1 – 1º. Tempo – Curso de Admissão
classificação geral dos motores em dois tipos
fundamentais: 2.1.2 – Compressão

a) Motores de quatro tempos - os que efetuam o As válvulas de admissão e escape encontram-


ciclo de trabalho em duas voltas da arvore de se fechadas; o embolo desloca-se em direção do PMS,
manivelas (corresponde a, quatro cursos do comprimindo o ar no interior do cilindro e aumentando
embolo); e a pressão e a temperatura até comprimir o ar totalmente
b) Motores de dois tempos - os que efetuam o na câmara de combustão.
ciclo de trabalho em uma volta da arvore de Pouco antes de o pistão completar o curso,
manivelas (corresponde a dois cursos do ocorre a auto-ignição.
embolo). A árvore de manivelas descreveu uma volta
(360 graus) com dois cursos do embolo.
Considera-se o ciclo de trabalho ou
funcionamento como a série de operações que se
repetem sucessivamente para obter o trabalho total do
motor.

2.0 – FUNCIONAMENTO

2.1 – Motor Diesel de Quatro Tempos


Figura 2 – 2º. Tempo – Curso de Compressão
2.1.1 - Admissão

Começa quando, no PMS e com a válvula de 2.1.3 – Expansão ou força


admissão aberta (fig. 1), o embolo inicia o curso em
direção ao PMI, provocando uma depressão que auxilia Durante o percurso de compressão, o ar ficou
a precipitação do ar dentro do cilindro ate enchê-lo. comprimido na câmara de combustão. .Alcançada a
Quando o embolo alcança o PMI a válvula de admissão pressão e a temperatura ideal por causa da alta
se fecha. A árvore de manivelas descreveu meia volta compressão, e estando o êmbolo próximo ao PMS, é
(180° graus) com um curso do embolo. injetado o combustível no cilindro por meio do injetor.

Capítulo 2:Funcionamento do Motor Diesel -


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válvulas de escape no cabeçote estão abertas. O ar é


introduzido pelo sobrealimentador através dos orifícios
de admissão deslocando, pelas válvulas de escape, os
gases queimados que se encontram no interior do
cilindro.

Figura 3 – 3º.Tempo – Curso de Admissão

Nesse momento é produzida a combustão, que


forma os gases que vão atuar sobre o êmbolo. Estes
gases, na sua expansão, empurram o embolo em
direção ao PMI. A arvore de manivelas já descreveu
uma volta e meia (540° graus) em três cursos do
êmbolo. Este percurso é o único tempo útil, pois nele a Figura 5 – 1º.Tempo
força é produzida.
O êmbolo começa a se deslocar em direção ao
2.1.4 - Escape PMS e, quando está aproximadamente a um quarto do
curso as válvulas de escape se fecham e os orifícios de
O êmbolo se desloca em direção ao PMS e a admissão são obstruídos pelo êmbolo.
válvula de escape se abre permitindo a saída dos gases Neste instante o cilindro está cheio de ar
para o exterior, por ele empurrados. Tendo atingido o fresco. O embolo continua o seu percurso,
PMS, fecha-se a válvula de escape. A árvore de comprimindo o ar até chegar ao PMS. Realiza-se,
manivelas descreveu duas voltas (720° graus) com assim, meia volta da árvore de manivelas e um curso
quatro cursos do embolo, completando um ciclo de do êmbolo.
trabalho. Com o ar comprimido à pressão e
temperaturas ideais, o combustível é injetado,
produzindo a combustão; a expansão dos gases
empurra o embolo em direção ao PMI e, quando
alcança 3/4 do seu curso, abrem-se as válvulas de
escape e os gases queimados, que ainda conservam
alguma pressão, começam a sair.

Figura 4 – 4º.Tempo – Curso de Escapamento

Durante os quatro tempos – ou duas rotações –


transmitiu-se trabalho ao pistão só uma vez. Para fazer
com que as válvulas de admissão e escapamento
funcionem corretamente, abrindo e fechando as
passagens nos momentos exatos, a árvore de comando
de válvulas (ou eixo de cames) gira a meia rotação do
motor, completando uma volta a cada ciclo de quatro
tempos.
Figura 5 – 2º.Tempo
2.2 - Motor Diesel de Dois Tempos
Continuando o seu curso, o êmbolo desobstrui
No estudo do motor Diesel de dois tempos, os orifícios de admissão por onde entra o ar, que
analisa-se um motor com sobrea1imentador de ar e termina de expulsar os gases queimados, realizando a
válvulas de escape no cabeçote, devido ao grande "Lavagem" e, com isso, o cilindro fica só com ar fresco
campo aplicabilidade que este tipo de motor alcançou. e o embolo estará na posição de repetir o ciclo. 0
Com o êmbolo no PMI os orifícios de êmbolo, chegando ao PMI, realizou dois cursos com
admissão da camisa do cilindro estão descobertos e as uma volta da árvore de manivelas.

Capítulo 2:Funcionamento do Motor Diesel -


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3.0 – VANTAGENS E DESVANTAGENS


Como desvantagens, tem-se:
O motor de dois tempos, com o mesmo
a) as bombas especiais de exaustão e de carga,
dimensionamento e rpm, fornece uma maior potência
com menor poder calorífico e consumo de
que o motor de quatro tempos e o torque é mais
combustível relativamente elevado;
uniforme.
Faltam os órgãos de distribuição dos cilindros, b) carga calorífica consideravelmente mais
substituídos pelos pistões, combinados com as fendas elevada que num motor de quatro tempos, de
de escape e combustão, assim como as de carga. igual dimensionamento.

Capítulo 2:Funcionamento do Motor Diesel -


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CAPÍTULO 3: COMPONENTES DO MOTOR –


PARTE I

RESUMO turbulência, ou redemoinho de ar, que facilitará uma


combinação mais íntima do ar com o combustível.
Este capítulo é a primeira das quatro partes da Quanto mais perfeita for a mistura, melhor
apresentação dos componentes do motor Diesel, bem será o processe de combustão, evitando-se os restos de
como de suas características. combustível sem queimar, aproveitando a totalidade
das calorias do combustível.

1.0 - INTRODUÇÃO 2.3 – Princípios da Combustão do Motor Diesel


Considerando-se o fato de que o motor Diesel
possui muitos componentes, a descrição de cada um O motor Diesel é caracterizado pelo
deles torna o tema muito extenso. funcionamento ruidoso que qualquer ouvido do
Sendo assim, para facilitar o entendimento experiente descobre com facilidade.
dividiu-se o assunto em quatro partes, sendo este texto Num motor Diesel a ignição e a combustão se
a primeira delas e refere-se às câmaras de combustão. processam em duas fases distintas, primeiro ocorre a
ignição lenta das partículas de combustível, que
alcançam o ambiente de ar comprimido e quente; logo
2.0 – CÂMARAS DE COMBUSTÃO em seguida sucede a combustão do resto da carga de
combustível. O ruído e produzido pelo efeito da
A câmara de combustão é o lugar onde se combustão desde o inicio da injeção até o momento de
realiza a combustão. Entende-se combustão a maior eficiência que, corresponde à maior pressão de
combinação do oxigênio com um combustível que combustão dentro do cilindro.
queime e um comburente que ative a combustão. O Os pesquisadores têm conseguido introduzir
motor Diesel clássico usa óleo Diesel cem combustível melhorias para diminuir o ruído característico dos
e ar como comburente. motores diesel, inclusive naqueles que utilizam injeção
direta.
2.1 – Localização
2.4 – Classificação das Câmaras de Combustão
A câmara de combustão geralmente está
situada no cabeçote. Em alguns motores o embolo esta Existem diversas formas de injetar o
desenhada para que a cabeça faça o papel da câmara de combustível dentro do cilindro, e as mais comuns são
combustão. as seguintes:
a) O combustível é injetado numa massa de ar
2.2 – Função
que está em repouso relativo dentro da
A função da câmara de combustão é pôr em câmara;
contato o ar com o combustível, para assegurar a b) Mediante uma câmara de pré-combustão
formação de uma mistura homogênea destes elementos que é atravessada pelo combustível antes
e liberar às calorias do combustível para transformá-las de chegar à câmara de combustão;
em trabalho sobre o embolo. c) Utilizando câmaras de turbulência, nas qual
Esta transformação deve realizar-se de tal uma grande parte do ar comburente
forma que o rendimento seja elevado e a potência encontra-se com o combustível.
liberada suficientemente, sem que haja excessivas Dependendo da disposição das câmaras de
complicações de desenho, para que a confecção do combustão, a forma e movimento do embolo, são
motor não apresente dificuldade; mecânicas. criadas importantes reações dos gases que,
Dependendo da forma da câmara de devidamente controladas podem modificar o processo
combustão, será criado, uma maior ou menor da combustão.

Capítulo 3: Componentes do Motor – Parte I -


TM 101 – TECNOLOGIA DO
MOTOR DIESEL I

De acordo com estes critérios os motores b) Motor de injeção direta com turbulência:
podem ser classificados na forma seguinte: No qual a injeção do combustível é feita
a) Motores de injeção direta; através de uma corrente de ar criada na
b) Motores com câmaras de pré-combustão; câmara de combustão, para facilitar a
c) Motores com câmaras de turbulência; mistura de ar sem combustível.
d) Motores com câmara auxiliar de ar,
também denominado célula de energia ou
câmara de acumulador.

Figura 1 Figura 2

a) injeção direta no ar parado (Cummins); b) jato sobre


a cabeça do pistão com câmara de mistura térmica
(processo MAN-M).

Figura 5 - Processos de injeção direta.


Figura 3 Figura 4
3.2 – Localização da Câmara de Combustão
É possível estabelecer uma quinta categoria
para aqueles motores que têm dispositivos e formas A maioria dos motores de injeção direta tem a
particulares e não podem ser classificados nos quatro câmara de combustão situada numa cavidade usinada
tipos gerais. Existem diversos sistemas para controlar d na parte superior ou cabeça do êmbolo.
combustão e neste estudo vimos somente os mais A câmara pode ter diferentes formas tais
generalizados. como: gargantas circulares, esféricas, troncas, cônicas e
A tendência atual é utilizar a injeção direta outras.
nos motores de médias e grandes cilindradas, porque Para conseguir a turbulência ou redemoinho
este sistema permite uma economia de combustível. A de ar antes que o embolo chegue ao PMS, é necessário
câmara de turbulência e a câmara de pré-combustão um adequado desenho do coletor de admissão, uma
são mais utilizadas nos motores pequenos de rotação forma bem projetada da câmara de combustão e, em
elevada. alguns casos, as válvulas de admissão com defletores.

3.0 – MOTORES COM INJEÇÃO DIRETA

São motores onde a injeção do combustível é


feita diretamente na câmara de combustão, sem utilizar
outros meios auxiliares.

3.1 – Tipos

Apesar da existência de diferentes variações,


podem ser, classificado em dois tipos gerais:
a) Motor com injeção direta sem turbulência:
No qual a injeção do combustível, ocorre
na câmara de combustão, com um
movimento relativamente lento do ar; Figura 6 – Localização da Câmara de Combustão.

Capítulo 3: Componentes do Motor – Parte I -


TM 101 – TECNOLOGIA DO
MOTOR DIESEL I

3.3 – Características de Funcionamento


4.1 – Características

No motor com injeção direta sem turbulência, A câmara de pré-combustão representa um


a função de repartir o combustível recai sobre o injetor, terço da totalidade da câmara, aproximadamente.
portanto este necessita de uma posição que lhe permita Comunica-se com a câmara de combustível
distribuir uniformemente e, alem disso, deve ficar propriamente dita, por meio de um ou vários orifícios
protegido do calor, porque, devido à proximidade com pequenos.
a câmara, é difícil de refrigerar. A razão de compressão destes motores oscila
Com a finalidade de favorecer e acelerar a entre 15 e 18:1 e pouco mais alta que nos motores de
vaporização e misturar rapidamente o combustível com injeção direta, enquanto que a pressão de injeção e bem
o ar é estudado a forma do jato e da câmara, para cor menor e esta entre 100 e 150 kg/cm 2. Com este tipo de
seguir que o combustível finamente pulverizado seja câmara, normalmente são usados injetores de bico
dispersado por todos os pontos da câmara e para que se pulverizador de um só orifício.
alcance uma combustão completa.
Se não se conseguir esta dispersão adequada 4.2 – Localização
do combustível, que devera formar uma mistura íntima,
será necessária maior quantidade de ar para produzir A pré-câmara de combustão e colocada no
uma combustão eficiente. cabeçote e a sua disposição varia segundo o tipo do
No motor de injeção direta com turbulência é motor. Em muitos casos esta situada entre as válvulas,
criado um redemoinho ou uma corrente de ar; e, em coincidindo com o centro do cilindro, conforme a
alguns casos, é aplicada uma combinação de ambos os figura 7.
movimentos.
O combustível e injetado em forma de fina
película sobre as paredes quentes da câmara de
combustão, que é formada por uma cavidade na cabeça
do embolo. Uma pequena parte do jato é orientada para
o centro da câmara, onde se concentra maior massa de
ar quente, e aí se inicia a combustão, que se propaga
em forma progressiva.
Em ambos os motores, a posição do injetor e a
direção do jato do combustível são fatores
importantíssimos. O tipo do injetor usado nestes
motores e o de orifícios múltiplos.
Figura 7 - Antecâmara no cabeçote de um motor Diesel
3.4 – Vantagens de 4 tempos. e Antecâmara tipo esférica.

Maior rendimento térmico que os motores Nos motores de rotação elevada, geralmente
com câmara de pré-combustão; menor consumo de são colocados obliquamente de um lado do cabeçote,
combustível; facilidade de arranque sem para permitir válvulas com cabeça de maior diâmetro e
preaquecimento do motor; alta potencia específica. permitir uma boa refrigeração da pré-câmara.
O orifício ou os orifícios da câmara de pré-
3.5 – Desvantagens combustão se comunicam com o cilindro e são
orientados para assegurar a dispersão do combustível
É necessária uma sincronização perfeita do ou alcançar a parte do embolo êmbolo em um ponto
avanço da injeção; tem um funcionamento ruidoso; o determinado.
orifício dos injetores é obstruído com facilidade,
4.3 – Funcionamento
modificando a direção dos jatos de combustível e com
a tendência a produção de fumaça. Mediante o uso da pré-câmara é produzida a
pressão de injeção dentro do cilindro, por meio da
combustão quase instantânea de uma parte do
4.0 - MOTORES COM CÂMARA DE PRÉ- combustível injetado e misturado com o ar dentro desta
COMBUSTÃO cavidade. Este processo de pré-combustão é realizado
enquanto o combustível atravessa a pré-câmara.
São motores onde a câmara de combustão é O ar comprimido nos dois espaços que
dividida em duas partes numa das quais e injetado o formam a câmara de combustão, os quais se
combustível para produzir urna combustão parcial. comunicam entre si. O começo da injeção ocorre com
Capítulo 3: Componentes do Motor – Parte I -
TM 101 – TECNOLOGIA DO
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um avanço que está sincronizado com o momento em 5.2 – Localização


que a pressão do ar, dentro do recinto da pré-câmara, é
a máxima; o combustível se inflara, porém não A câmara de turbulência pode estar alojada
totalmente, por falta de tempo e insuficiência de ar, já num lado do bloco de cilindro (figura 8) ou no
que o restante se encontra no outro compartimento da cabeçote, apresentando duas alternativas: uma, consiste
câmara. na cavidade fundida com o cabeçote; outra ê uma
Esta pré-combustão provoca a expulsão da tampa superposta em um lado do cabeçote (figura 9).
mistura combustível ate o outro espaço, que fica Em alguns casos especiais, a câmara de turbulência
localizado em cima do embolo, comportando-se como pode estar alojada na cabeça do embolo.
uma injeção. Em seguida produz-se a combustão
normal, graças o encontro do ar da segunda câmara e
sem causar uma elevação brusca da pressão, devido à
dupla fase e a baixa pressão de combustão.

4.4 – Vantagens

Este tipo de combustão em duas fases e mais


silencioso. Não necessita de uma pressão de combustão
tão elevada como nos motores de injeção direta.

4.5 – Desvantagens

Requer preaquecimento do ar de admissão


para a partida do motor quando esta fria. O consumo de
Figura 8 – Câmara de turbulência.
combustível é elevado.

5.0 – MOTORES COM CÂMARA DE TURBULÊNCIA

A câmara de turbulência tem aspectos


similares com as câmaras de pré-combustão e também
com a injeção direta. A maior diferença com a relação
a câmara de pré-combustão, está na forma e no
volume.

5.1 – Características

A câmara de turbulência representa, mais ou


menos, 60% do volume da câmara de combustão.
Pode ser de forma esférica e, algumas vezes,
cilíndrica.
Figura 9 – Câmara de turbulência.
A comunicação com a câmara de combustão ê
feita por meio de um de forma aerodinâmica de grande
5.3 – Funcionamento
seção. O injetor está colocado de tal que o combustível
é dirigido para as paredes do cilindro e, em motores, o Devido à grande capacidade desta câmara, a
jato tem dupla orientação. combustão é realizada quase totalmente nela e o seu
A relação de compressão destes motores princípio de funcionamento é simples.
oscila entre 18 e 22:1. Durante a fase da compressão, o ar penetra na
O consumo de combustível normalmente e câmara de turbulência e, devido â sua forma, cilíndrica
menor que o dos motores com câmara de pré- ou esférica, produz correntes turbulentas de ar que
combustão e maior que o dos de injeção direta. alcançam grandes velocidades; o combustível é
Devido ao desenho especial e ao processo de injetado na massa de ar quente, dentro da câmara de
injeção utilizado, alguns motores com câmara de turbulência, dando inicio à maior parte da combustão.
turbulência são classificados na categoria de injeção A reação turbulenta dos gases é dirigida, por
direta e, em alguns casos, levam o nome de “câmara de meio de um orifício aerodinâmico, até a câmara de
injeção direta combinada.”. combustão, onde a combustão termina.

Capítulo 3: Componentes do Motor – Parte I -


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5.4 – Vantagens
As pressões de compressão e de injeção são
Este tipo de motor tem um funcionamento variáveis, segundo a aplicação do motor, porém,
suave, porque não alcança; uma pressão de combustão geralmente são bastante parecidas com as dos motores
elevada como nos motores de injeção direta. com câmara de pré-combustão.
Os motores com este tipo de câmara alcançam Em alguns motores são encontradas relações
velocidades de 5.000 rpm ou mais. de compressão de 14 a 16:1 .
Em boas condições mecânicas, o motor tende
a diminuir a formação de fumaça no escape. 6.2 - Localização

5.5 – Desvantagens As câmaras de acumulação de ar são


É necessário o pré-aquecimento do ar de encontradas no cabeçote do motor.
admissão, para a partida do motor quando está frio.
6.3 - Funcionamento
O consumo de combustível é maior que o dos
motores de injeção direta.
O funcionamento da câmara de acumulação de
ar é simples e sensivelmente igual para as câmaras
6.0 – MOTORES COM CÂMARA DE COMBUSTÃO duplas ou simples.
DE AR Ao desenvolver-se a compressão, uma parte
São conhecidos também com o nome de do ar quente penetra na câmara de acumulação. Quase
motores com célula de energia. São considerados como ao final do curso e no momento em que a pressão da
os mais típicos dentre os modelos diferentes que usam câmara de acumulação e algo inferior a da câmara de
câmaras auxiliares. combustão, o combustível é injetado e pulverizado,
penetrando uma parte na câmara de acumulação; a
6.1 - Características ignição ocorre primeiro na câmara de combustão e
A câmara de acumulação pode ser simples ou quase simultaneamente na célula de energia.
dupla e, em alguns casos, está dividida em duas partes Esta dupla combustão, quase simultânea,
que se comunicam entre si por um estrangulamento. provoca uma expulsão violenta da mistura inflamada e
O injetor está separado da câmara de gera uma grande turbulência, que se prolonga durante
acumulação e normalmente é orientado de tal modo uma parte da fase de expansão. A combustão da
que o jato se dirija para a entrada da câmara (figura 10) mistura armazenada na célula de energia ou câmara de
ou forme um ângulo com o seu alinhamento (figura acumulação de ar favorece e aumenta a turbulência na
11). câmara de combustão, conseguindo-se dessa forma que
o combustível se misture com o ar para uma combustão
eficiente.

6.4 - Vantagens e Desvantagens

A maioria destes motores não necessita de


pré-aquecedores para a partida a frio.
Alguns motores apresentam um consumo de
combustível igual ao dos motores de injeção direta.
Além destas vantagens, estes motores têm
algumas vantagens e desvantagens bastante similares
as dos motores com pré-câmaras de combustão.
Figura 10 – Câmaras de acumulação de ar.
7.0 - BLOCO DO MOTOR

É o corpo do motor em cujo interior são


montados os elementos do conjunto móvel, sistema de
lubrificação e parte do sistema de distribuição. Serve
de apoio também para as peças de outros sistemas de
motor.

7.1 - Constituição

O bloco geralmente e constituído pelas partes


Figura 11 – Câmara de acumulação de ar.
mostradas na figura 12.
Capítulo 3: Componentes do Motor – Parte I -
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O bloco arrefecido é água apresenta duas


alternativas; uma quando é construído do para a
colocação de camisas úmidas; outra quando e
construído para a colocação de camisas secas.
Nos motores arrefecidos a ar, geralmente os
cilindros não são parte integrante do bloco e são
sobrepostos e afixados por prisioneiros ou parafuso.

1 - Bloco; 2 - Cilindros ou camisas; 3 - Mancais


principais; 4 - Alojamento da árvore de comando;
5 - Galerias de arrefecimento; 6 -Condutos de
lubrificação.
Figura 12 – Partes do Bloco de Motor.
Figura 13 – Cilindro do motor refrigerado a ar.
7.2 - Construção
7.4 - Características
O bloco dos motores Diesel normalmente é
fabricado de ferro fundido ou ligas de alumínio. A As características mais importantes do bloco
superfície superior e inferior são usinadas para obter são resumidas em grande rigidez e estabilidade
uma vedação hermética, como também as partes onde dimensional. A primeira é conseguida por meio de
se apóiam as árvores de manivelas e comando que ligas e processos especiais de fundição.
necessita de um perfeito alinhamento para seu A segunda, através da utilização de reforços
funcionamento. internos e externos e nervuras dispostas de modo e
Nas extremidades do bloco são alojadas as numero adequado, segundo o tipo, função e potência
engrenagens do sistema de distribuição, assim como o do motor.
volante do motor. 7.5 - Vantagens e Desvantagens
No interior do bloco encontram-se os
condutos de arrefecimento e lubrificação, que se O bloco com cilindros mandrilados apresenta
comunicam como exterior, para sua limpeza, através de a desvantagem de não permitir a troca dos cilindros.
tampões e bujões. Quando estes apresentam desgaste, e necessário
descontar totalmente o motor, para a recuperação do
7.3 - Tipos bloco com cilindros sobre medida. Tem a vantagem de
evitar os riscos de descontinuidade, sob o ponto de
Os tipos de blocos podem ser classificados sob os vista térmico, entre o cilindro e o bloco.
seguintes aspectos: Os blocos com camisas são aplicados porque
De acordo com o ciclo de trabalho: permitem a utilização de materiais diferentes na
fabricação das camisas, as quais têm características
a) Motores de quatro tempos; vantajosas sobre o bloco. Estes blocos podem ser
b) Motores de dois tempos. recuperados trocando as camisas para devolver a
medida original aos cilindros.
De acordo com a disposição dos cilindros: Os blocos com camisas secas têm a vantagem
a) Motores em 1inha; de manter a rigidez e não apresentam problemas de
b) Motores em "V"; estanqueidade.
c) Motores de cilindros opostos; Os blocos com camisas úmidas têm a
d) Motores de cilindros radiais. vantagem de apresentar ótimas condições de
refrigeração porque as camisas estão em contato direto
De acordo com o arrefecimento: com a água. Em conseqüência disto, ao apresentar
menor dilatação; as camisas não transmitem cargas
a) Motor arrefecido a água; excessivas. Outra vantagem reside na instalação
b) Motor arrefecido á ar. relativamente fácil.

Capítulo 3: Componentes do Motor – Parte I -


TM 101 – TECNOLOGIA DO
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Os blocos com camisa úmida têm como Os mancais principais devem estar alinhados.
desvantagens: a pouca rigidez do bloco e é necessário Não devem apresentar-se com fugas de água e Óleo,
dar uma cuidadosa usinagem aos alojamentos da por falta de estanqueidade.
camisa, para alcançar uma estanqueidade perfeita. As superfícies inferiores e superiores
7.6 - Condições de Uso devem estar livres de riscos, queimaduras e
perfeitamente planas.
Cada vez que se desmonta um motor, o bloco
As camisas devem estar dentro das tolerâncias
deverá reunir certas condições para ser usado
indicadas pelo fabricante, como também livres de
novamente.
riscos e queimaduras.

Capítulo 3: Componentes do Motor – Parte I -


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CAPÍTULO 4: COMPONENTES DO MOTOR –


PARTE II

RESUMO
2.2 – Construção
Este capítulo é a segunda das quatro partes da As camisas podem ser construídas com
apresentação dos componentes do motor Diesel, bem materiais diferentes dos materiais com que são
como de suas características. construídos os blocos, utilizando-se na sua fabricação
ferro fundido, aço, tubo trefilado e cromado, e ligas
especiais.
1.0 - INTRODUÇÃO
Em alguns casos, para facilitar a montagem do
êmbolo com os anéis, a parte alta das camisas é
Considerando-se o fato de que o motor Diesel torneada cônica em uma pequena distância. Assim,
possui muitos componentes, a descrição de cada um durante a montagem, os anéis vão se fechando por causa
deles torna o tema muito extenso. da conicidade e não se usam ferramentas especiais para
Sendo assim, para facilitar o entendimento a montagem.
dividiu-se o assunto em quatro partes, sendo este texto a
segunda delas e faz uma abordagem dos seguintes 2.3 – Características
componentes: camisas de motores, êmbolo, pino do
êmbolo, anéis de segmento, casquilhos do motor, biela e A principal característica da camisa úmida é
árvore de manivelas (virabrequim), mostrando suas que entre o bloco de cilindros e a superfície externa da
características, classificações e sua importância para o camisa, existe um espaço por onde circula água que
bom funcionamento do motor. refrigera a camisa.
Para conseguir a estanqueidade são instalados
anéis de borracha ou cordões selantes, de modo que
2.0 – CAMISAS DE MOTORES fiquem apertados entre a camisa e o bloco, evitando,
desta maneira, as fugas de água.
As camisas de motores são peças em forma de A parte superior não precisa de juntas ou anéis,
tubo de pouca espessura, sendo que, no seu interior porque o assento é efetuado entre duas superfícies
cilíndrico e liso, desliza o êmbolo. usinadas e firmemente apertado por causa da ação
exercida pelo cabeçote sobre a saliência da camisa; não
2.1 – Tipos obstante, quando são utilizados lâminas ou suplementos
de ajuste, estes trabalham como selos.
Existem dois tipos de camisas usadas em A camisa seca caracteriza-se por não entrar em
motores de dois e quatro tempos, ou seja, úmida e seca. contato direto com a água de arrefecimento e tem menor
espessura que a úmida. Algumas não têm saliências.
As camisas dos motores de dois tempos, tanto
úmidas como secas, têm orifícios ao seu redor que
servem para a lavagem e o escape; é este o caso de
algumas camisas que somente têm orifícios de
admissão, pois dispõem de válvulas de escape no
cabeçote.

2.4 – Montagem

Normalmente, as camisas úmidas e algumas


camisas secas do tipo flutuante são montadas ou
desmontadas com certa facilidade, utilizando-se
ferramentas especiais de extração e montagem. Para a
Figura 1 - Camisa de motor.
desmontagem e montagem das camisas secas que
Capítulo 4: Componentes do Motor – Parte II-
TM 101 – TECNOLOGIA DO
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entram à pressão, são necessários o uso de prensas 2.9 – Uso e Condições de Uso
hidráulicas ou ferramentas especiais. O processo de
instalação destas camisas ê muito delicado e devem ser Ao instalar uma camisa, o mecânico deve levar
tomadas determinadas precauções para evitar a sua em conta os seguintes aspectos:
deformação. - O diâmetro interno deve estar dentro das
Alguns fabricantes usam uma interferência tolerâncias indicadas pelo fabricante.
relativamente grande, na montagem. Deixam - A diferença da altura entre a camisa e a
aproximadamente 0,5 mm menor o diâmetro interno da superfície do bloco deve guardar a tolerância indicada
camisa, com a finalidade de retificá-las após a pelo fabricante, a fim de que colocado o cabeçote sobre
montagem e depois, de verificar se a altura entre a o cilindro, a camisa fique afixada firmemente, evitando
saliência da camisa e a superfície do bloco está correta. o seu deslocamento, principalmente no caso de camisas
flutuantes.
2.5 – Vantagens da Camisa Úmida - A superfície interior da camisa não deve
apresentar riscos ou queimaduras.
Devido ao seu contato direto com a água de - Durante o processo de montagem, deve-se
arrefecimento, a camisa úmida apresenta a vantagem de cuidar para que estejam alinhadas e que os anéis de
possuir uma boa dissipação do calor. borracha das camisas úmidas não sejam danificados.
Pode ser substituída, devolvendo a medida
original ao cilindro, sem alterar as características gerais
do motor. 3.0 - ÊMBOLO
Num mesmo bloco, podem-se instalar diversos
jogos de camisas com maior ou menor diâmetro interno O êmbolo é uma peça móvel do motor, sobre a
e assim obter cilindradas diferentes. qual e exercida a pressão dos gases de combustão que o
impulsionam durante o tempo de expansão, para
2.6 – Desvantagens da Camisa Úmida produzir o tempo útil do ciclo de trabalho.

A saliência da parte superior requer uma 3.1 – Constituição


usinagem bastante delicada. O embolo da figura 2 é constituído pelas
Em alguns motores (pouco utilizados) existe seguintes partes :
um apoio na parte inferior da camisa para facilitar a
instalação dos anéis; este apoio pode causar deformação a) Cabeça;
da camisa motivada pela dilatação. b) Zona de anéis;
Para evitar os riscos de corrosão, as paredes c) Alojamento do pino;
externas da camisa devem ser submetidas a tratamentos d) Saia.
especiais.

2.7 – Vantagens da Camisa Seca

A camisa seca, além de ter algumas das


vantagens da camisa úmida, apresenta outras próprias.
Permite maiores diâmetros de cilindros e
válvulas de maior diâmetro na cabeça. Não apresenta
problemas de estanqueidade, não necessitando de anéis
ou selos. Pode ser adaptado a blocos com cilindros
integrados, para retornar ao diâmetro original dos
cilindros. Não apresenta o perigo de corrosão externa.

2.8 – Desvantagens da Camisa Seca Figura 2 - Cilindro e êmbolo (pistão) acoplados.

3.1.1 – Cabeça
Na montagem da camisa seca a pressão requer
um procedimento mais cuidadoso e, em alguns casos,
É a parte do êmbolo que recebe o impulso dos
uma retificação posterior.
gases.
A usinagem exterior deve ser feita com
pequena tolerância, para conseguir um contato perfeito 3.1.2 – Zona dos anéis
com o bloco e evitar pontos de concentração térmica e a
ascensão por capilaridade do óleo do cárter entre o É a seção do êmbolo onde estão usinadas as
bloco e a camisa. canaletas nas quais são montados os anéis.

Capítulo 4: Componentes do Motor – Parte II-


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3.1.3 – Alojamento do pino


Por exemplo, no primeiro caso, quando as
válvulas são salientes na superfície do cabeçote, o
É uma perfuração que atravessa o êmbolo, na
êmbolo deve ter rebaixos pára que as cabeças das
qual se apóia o pino de conexão com a biela.
válvulas não interfiram com ele. No segundo caso,
3.1.4 – Saia
influi o tipo de injeção do combustível que é utilizado.
Em alguns motores, o êmbolo tem formas especiais que
É a parte do êmbolo que forma a superfície de ajudam a turbulência do ar, algumas das quais são
deslizamento e serve como guia do êmbolo dentro do indicadas na figura. Nos motores de injeção direta é
cilindro. necessário que o êmbolo tenha espaço suficiente na
cabeça, para que os jatos de combustível sejam
3.2 – Construção distribuídos uniformemente sobre ela, predominando,
neste caso, o perfil curvo.
O êmbolo pode ser feito de liga de alumínio ou As canaletas são usinadas para alojar os anéis
de ferro fundido. Geralmente, os êmbolos de alumínio de compressão e óleo, e sua localização apresenta duas
são usados nos motores rápidos; os de ferro fundido são alternativas: na primeira, todas as canaletas estão acima
utilizados em motores grandes de baixa rotação. do pino do êmbolo (figura 3); na segunda, uma parte
Durante o funcionamento do motor, o êmbolo é está acima do pino e outra abaixo (figura 4).
submetido a tensões mecânicas e a elevadas
temperaturas que tendem a modificar sua forma, tanto
no sentido longitudinal como transversal. Para atenuar
estas deformações, é necessário que, durante sua
fabricação, dele se retire o material de tal maneira que
os efeitos do calor e da pressão não o danifiquem e que,
durante o funcionamento as temperaturas normais de
trabalho, mantenha uma forma cilíndrica.
Quando o êmbolo está frio, apresenta uma Figura 3 – Canaletas acima do pino do êmbolo.
forma complexa.
Atualmente, é comum a aplicação de uma
proteção superficial na saia, para facilitar o
deslizamento e evitar que o êmbolo engripe por falta de
óleo em baixa temperatura ou por sobrecarga
momentânea.
Os êmbolos usados em motores com
cilindradas razoavelmente grandes e com regime de
baixa velocidade, utilizam uma porta-anéis de ferro Figura 4 – Canaletas acima e abaixo do pino do êmbolo.
fundido, que corresponde à primeira ranhura de fixação
dos anéis de compressão. A finalidade desta porta-anéis As canaletas que correspondem aos anéis de
é diminuir o desgaste da ranhura, que e produzido pelo óleo contêm perfurações que permitem o retorno do
movimento alternativo e pela mudança de posição do óleo recolhido pelos anéis ao Carter.
êmbolo, ao passar pelos pontos mortos. O alojamento do pino do embolo tem três
Em casos especiais, usa-se um sistema de alinhamentos. Um relacionado com a altura do embolo;
refrigeração instalada na parte alta da cabeça do outro relacionado com o eixo de simetria do êmbolo, e o
êmbolo, para que a temperatura não ultrapasse os terceiro relacionado com a biela.
valores determinados. O primeiro alinhamento tem a finalidade de
eliminar o efeito de basculante, quando o êmbolo
3.3 – Características alcança o PMS.
O segundo alinhamento se refere à relação
O êmbolo pode ser caracterizado de acordo entre os eixos de simetria do êmbolo e da biela e a linha
com: da árvore de manivelas.
a) o perfil da cabeça; Os motores atuais estão sendo projetados sem
b) a colocação das canaletas; coincidência entre ns eixos de simetria, para facilitar a
c) a posição do pino. rotação do motor e eliminar alguns ruídos durante o seu
funcionamento.
A cabeça do êmbolo é construída de forma O terceiro alinhamento se relaciona com o
especial, de acordo com o tipo do motor. Assim, tem alojamento de tal forma que o pino do êmbolo, uma vez
influência, principalmente, a disposição das válvulas no aí montado, mantém-se paralelo ao orifício do pé da
cabeçote e a forma de se efetuar a combustão. biela.

Capítulo 4: Componentes do Motor – Parte II-


TM 101 – TECNOLOGIA DO
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3.4 – Vantagens e Desvantagens


3.7.2 – Tipos de fixação
Os êmbolos de liga de alumínio apresentam
Existem três alternativas de conexão entre o
como condições vantajosas o seu baixo peso, grande
êmbolo e o pé da biela, a saber:
dissipação de calor e relativamente grande resistência;
porém tem um grande coeficiente de dilatação como
a) Flutuante: livre tanto na biela como
fator negativo. Para diminuir este fator, são usadas ligas
no êmbolo;
de outros materiais.
b) oscilante: fixo na biela e livre no
Os êmbolos de ferro fundido têm grande peso e
êmbolo;
baixo coeficiente de dilatação, que são fatores
c) fixo: fixo no êmbolo e livre na biela.
vantajosos num motor lento, porem devem ter um
sistema de refrigeração eficiente para diminuir o calor.
O primeiro caso é o mais freqüente nos
3.5 – Condições de Uso
motores Diesel. Neste tipo de fixação, são usados anéis
de trava, para evitar que o pino fique atritando contra as
Cada vez que se instala um êmbolo, é paredes da camisa ou cilindro.
importante tomar as medidas de acordo com as
especificações do fabricante e verificar as tolerâncias 3.7.3 – Condições de montagem
em relação com o cilindro. Também se deve verificar o
peso dos êmbolos. A facilidade ou dificuldade com que o pino
possa entrar no seu alojamento dependerá do tipo de
3.6 – Precaução ajuste. Levando em conta o tipo de fixação, será
necessário aquecer o êmbolo ou congelar o pino para
Quando se instala o pino do êmbolo, deve-se efetuar a montagem.
fazê-lo de forma que não se deforme o alojamento nem Na maioria dos motores Diesel, à temperatura
se altere a forma do êmbolo. ambiente, os pinos são introduzidos com facilidade.
Levando em consideração a carga transmitida
3.7 – Pino do Êmbolo entre o êmbolo e a biela, os valores de atrito entre o
pino e a bucha poderiam ser muito altos.
O pino de êmbolo é uma peça de aço que serve Para reduzir ao mínimo possível o atrito, é
para manter uma união articulada entre o êmbolo e a necessário fornecer uma boa lubrificação, a qual pode
biela , conforme está mostrando a figura abaixo: ser realizada de três formas:

a) mediante uma galeria que atravessa a


biela desde a cabeça até o pé;
b) mediante orifícios abertos na cabeça
da biela e orientados de tal maneira
que o óleo chegue ate o pino e sua
bucha;
c) Produzindo uma nuvem de óleo,
proveniente da evaporação do mesmo.

No primeiro e segundo casos, é aproveitada a


pressão do sistema de lubrificação.

3.7.4 – Observações

De acordo com o sistema de ajuste deve-se


Figura 5 - União entre o êmbolo e a biela através do
preparar convenientemente o pino ou o êmbolo.
pino de êmbolo.
Além disto, quando os êmbolos se aquecem,
não se deve ultrapassar a temperatura especificada pelos
3.7.1 -- Construção
fabricantes.
O pino é feito de aço e tratado termicamente de
3.8 - Anéis de Segmentos
tal forma que somente a superfície é endurecida,
permanecendo o seu interior com outras características,
Anéis de segmentos são elementos que fazem
para se obter uma determinada flexibilidade. Pode ser
parte do conjunto móvel do motor e são instalados nas
inteiriço ou oco.
canaletas do êmbolo.
Capítulo 4: Componentes do Motor – Parte II-
TM 101 – TECNOLOGIA DO
MOTOR DIESEL I

3.8.1 -- Construção

São fabricados em ferro fundido de alta


qualidade. Sua forma é cilíndrica, porém, com uma
ligeira deformação, corresponde a uma curva para ter
uma tensão natural, a qual pode ser reforçada como
molas que vão colocadas debaixo dos anéis.
Normalmente o primeiro anel de compressão leva uma
proteção de cromo duro na face de contato.

3.8.2 - Tipos

De acordo com sua finalidade, os anéis são de


compressão e de lubrificação.
Os anéis de compressão têm a função de
manter a estanqueidade entre a câmara de combustão e c
cárter. Alem disso, dissipam grande parte do calor
produzido na cabeça do embolo, transferindo-o as
paredes refrigeradas dos cilindros. Para desempenhar
estas funções, os anéis de pressão têm comumente a
seção quadrada ou trapezoidal. Em alguns casos têm
Figura 7 – Perfis dos anéis de lubrificação.
formatos especiais (figura 6).

Figura 6 – Formatos especiais dos anéis.

O primeiro anel de compressão está submetido


a grandes pressões e altas temperaturas; portanto, este
exposto a maior desgaste, sendo necessário protegê-lo
Figura 8 – Conjunto de lâminas de aço com mola
com uma película de cromo para aumentar sua
separadora expansora.
resistência. Algumas vezes este anel tem um perfil
especial.
3.8.3 – Características
Os anéis de lubrificação têm a função de
controlar a formação de uma película lubrificante na Os anéis de compressão caracterizam-se
saia do embolo, para facilitar o deslizamento do êmbolo principalmente pelos seguintes aspectos:
dentro do cilindro. Os anéis de lubrificação têm Diâmetro exterior fabricado para adaptar-se
diversos perfis, como mostra a figura 7. Também perfeitamente ao diâmetro do cilindro;
permitem o retorno do óleo para o cárter, a través dos Espessura radial que permite a distribuição
orifícios do fundo da canaleta. Atualmente, em lugar de uniforme da pressão contra as paredes do cilindro;
um anel de uma só peça (inteiriço), é utilizado um Folga entre pontas, que compensa o aumento
conjunto de lâminas de aço cromadas e com uma mola de comprimento produzido pela dilatação sem perder
separadora expansora entre as lâminas (figura 8). sua flexibilidade;

Capítulo 4: Componentes do Motor – Parte II-


TM 101 – TECNOLOGIA DO
MOTOR DIESEL I

Forma da secção, predominando os perfis


quadrados e trapezoidais e que durante seu
assentamento reduzem ao mínimo as fugas de
compressão.
Os anéis de lubrificação caracterizam-se
fundamentalmente pelo desenho de maneira que o óleo
possa fluir através deles.

3.8.4 -- Condições de uso


Para a montagem dos anéis, devem ser
observados os seguintes aspectos: Figura 10 – Casquilhos de biela.
a) Folga lateral nas caneletas;
b) Folga entre pontas; 4.2 – Liga Antifricção
c) Distribuição das aberturas ao redor do
embolo (observando o principio do A superfície dos casquilhos exposta aos efeitos
labirinto). do movimento está recoberta por uma liga de metal
mole chamada metal antifricção (figura 11).
3.8.5 -- Observação
Deve-se tomar cuidado para não quebrar ou
deformar os anéis durante a montagem no embolo e
dentro do cilindro, usando ferramentas especiais para
sua instalação.

4.0 – CASQUILHOS DO MOTOR


Casquilhos de motor são peças que vão
intercaladas entre os eixos e os apoios dos mancais
móveis e fixos para ajudar a reduzir o atrito, permitindo
melhorar a eficiência dos motores e prolongar sua vida Figura 11 – Metal antifricção.
útil.
O metal antifricção possui boas características
4.1 - Localização de deslizamento e seu ponto de fusão é muito mais
baixo que o dos metais das peças que o mesmo protege.
Estes casquilhos se intercalam entre os
Tem ainda um alto índice de resistência à fadiga, o que
seguintes elementos:
lhe permite longa vida.
a) árvore de manivelas e alojamento dos A liga que compõe o metal antifricção varia de
mancais (casquilhos de mancal, figura acordo com o tipo e as características do motor a que se
9). destina. As mais empregadas são feitas à base de
b) árvore de manivelas e biela alumínio, cobre e chumbo.
(casquilhos de biela, figura 10).
c) árvore de comando de válvulas e 4.3 – Tolerâncias de Fabricação
alojamento do mesmo (casquilhos de
eixo de comando). O casquilho é uma peça de grande precisão, e
as tolerâncias de fabricação devem ser mantidas dentro
de milésimos de milímetros.

4.4 - Pressão Radial

Geralmente o casquilho permanece fixo, com


toda sua superfície de apoio em contato com o
alojamento, para permitir a dissipação do calor.
Cada semicasquilho é um pouco maior que
uma meia circunferência, de modo que, ao colocá-los
em seu apoio, estes sobressaiam ligeiramente. Isso é
necessário para permitir uma pressão radial entre o
casquilho e o alojamento, quando for montado o
Figura 9 – Casquilhos de mancal. conjunto.

Capítulo 4: Componentes do Motor – Parte II-


TM 101 – TECNOLOGIA DO
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4.5 – Ressalto de Localização

O ressalto de localização permite posicionar o


casquilho somente na sua posição correta.
Normalmente, o ressalto se projeta para fora da linha de
separação dos semicasquilhos, e encaixa perfeitamente
em seu alojamento. Em alguns casos, o casquilho
é localizado por meio de um pino-guia.
Há também casquilhos flutuantes (não estão
fixos no alojamento). Neste caso, a liga antifricção é
depositada em ambas as superfícies do casquilho. Os
casquilhos do tipo inteiriço, como os usados nos eixos
de comando de válvulas, são fixados sob pressão em
seus alojamentos.

4.6 – Ranhuras de Lubrificação

As ranhuras de lubrificação servem para


distribuir o óleo lubrificante, em forma de película,
sobre toda a superfície de contato do casquilho com o
eixo.
Figura 12 – Biela.
4.7 – Casquilho Principal
a) Cabeça: É a parte da biela que se fixa ao
Em todos os motores existe um casquilho de
munhão da árvore de manivelas. Compõe-
mancal, chamado casquilho principal, que serve
se de duas partes: a cabeça propriamente
também para regular a folga longitudinal da árvore de
dita e a capa;
manivelas. Para tal efeito, seus flanges estão revestidos
b) Corpo: Constitui a parte média da biela.
de material antifricção.
c) Pé: É a parte da biela que se liga ao êmbolo
4.8 – Causas de Avarias por intermédio do pino do êmbolo.
5.2 - Tipos
Sob condições normais de funcionamento, os
casquilhos têm uma vida útil bastante longa. Entretanto, As bielas podem ser classificadas de acordo
por defeitos de montagem ou por operação inadequada com as seguintes características:
do motor poderão sofrer um desgaste prematuro.
As causas mais comuns de desgaste prematuro a) pela forma do corpo que pode ter a seção em
são: “duplo T” (figura 13) ou tubular (figura 14).

a) partículas estranhas no lubrificante;


b) -montagem defeituosa dos casquilhos;
c) desalinhamento com relação ao eixo;
d) lubrificação insuficiente ou
inadequada;
e) sobrecarga;
f) corrosão.
Figura 13 – Seção em “duplo T”.
5.0 – BIELA

A biela é o elemento do motor que se encarrega


de converter o movimento alternativo retilíneo do
êmbolo em movimento circular contínuo da árvore de
manivelas.

5.1 - Constituição

A biela (figura 12) é constituída por: Figura 14 – Seção Tubular.

Capítulo 4: Componentes do Motor – Parte II-


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b) pela forma como é feita a união ao êmbolo, 5.3 - Características


a qual pode ser direta (figuras 12 e 13) ou em duas
partes separadas (figura 15). Esta aplicação e O comprimento do corpo, somado aos raios da
generalizada nos grandes motores. Neste caso, instalam- cabeça e do alojamento do pé, determina a distância
se calços que permitem regular a altura do embolo com denominada entre centros, que constitui uma
relação ao espaço morto; característica do motor. Um motor com curso muito
longo terá as bielas com o entre centros grande; ao
contrário, os motores quadrados ou superquadrados
terão bielas com entre centros menores.
Outra característica e a de que os eixos de
alinhamento da cabeça e do pé são paralelos.

5.4 - Construção

As bielas são fabricadas em aço especial e


podem receber tratamentos especiais. A determinação
do entre centros é realizada com grande precisão.
Os alojamentos das bronzinas da cabeça e das
buchas, no pé, são usinados com cuidado para a
obtenção do ajuste de interferência preciso no pé e uma
margem de pressão adequada na cabeça. Igualmente, a
usinagem da bucha do pé da biela faz-se com precisão,
para conseguir uma montagem suave do pino do
êmbolo.
As tolerâncias de peso entre as bielas do
mesmo motor variam segundo os fabricantes. Durante o
Figura 15 – União ao êmbolo em duas partes separadas forjamento, deixam-se no pé e na cabeça alguns
ressaltos que podem ser rebaixados cuidadosamente,
c) pelo tipo de união da capa da biela, que pode para igualar o peso sem prejudicar o equilíbrio.
ser reta, obliqua ou articulada (figuras 16 a-b-c). Para facilitar a lubrificação do pino e de sua
bucha, são usadas duas formas: a primeira consiste em
perfurar a biela desde a cabeça até o pé; na segunda é
feita uma perfuração de um lado da cabeça, de maneira
que fique orientada para o ponto que deve lubrificar.
Quando a cabeça da biela é construída com a
união oblíqua, dá origem a um efeito de cisalhamento
que prejudica a durabilidade das bronzinas da biela.
Para eliminar este inconveniente, e feita uma sólida
união da capa com a cabeça, por meio de guias, estrias
ou encaixes, como indicado na figura 16c.
A união é feita por meio de parafusos ou
prisioneiros de aço especial, que são travados por meio
Figura 16 a - União reta Figura 16 b – União de diferentes tipos.
oblíqua
5.5 - Vantagem

A união oblíqua da cabeça da biela é usada


como solução para reduzir o tamanho da cabeça e
permitir a sua passagem pelo interior da camisa,
conseguindo-se dessa maneira a retirada pela parte
superior do motor.

5.6 – Condições de Uso

Cada vez que o mecânico desmonta o motor,


deve verificar as condições em que se encontra a biela e
tem de comprovar o paralelismo e o desgaste das
Figura 16 c – União Articulada bronzinas. Se a bronzina deslizou no alojamento,
Capítulo 4: Componentes do Motor – Parte II-
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riscando ou deformando-o, será necessário substituir a Braços:


biela ou retificá-la numa oficina especializada. Quando São as seções que ligam os munhões aos
são instaladas ou retificadas, bielas novas, é necessário moentes.
verificar o seu peso, que não deverá exceder as
tolerâncias indicadas pelo fabricante. Faces do braço:
Quando é ajustada a bucha do pé da biela, São os lados do braço que unem os munhões
deve-se ter o máximo cuidado para que fique dentro das aos moentes.
tolerâncias recomendadas pelo fabricante.
Contrapesos:
5.7 - Precaução São massas de material, que podem ser
removíveis ou fixas e têm por objetivo alcançar o
Não se devem retificar as bielas, se não houver equilíbrio da árvore de manivelas.
disponibilidade de equipamento especiais e experiência
no trabalho. Flange:
É uma seção de forma circular, numa das
extremidades da árvore de manivelas, que serve para
6.0 – ÁRVORE DE MANIVELAS (VIRABREQUIM) fixar o volante, e como superfície de deslizamento para
o vedador de óleo.
Árvore de manivelas ou virabrequim é a peça
móvel do motor que recebendo o impulso do conjunto 6.2 - Tipos
êmbolo-biela, descreve um movimento circular
contínuo, acumulando energia para ser utilizada como As árvores de manivelas podem ser
força motriz no acionamento de veículos, grupos classificadas tomando-se por base os seguintes aspectos:
geradores, etc.
a) o número de cilindros;
6.1 - Constituição b) o tipo de construção.

A árvore de manivelas é constituída pelas O número de cilindros, a partir de um, e


seguintes partes principais: estabelecendo-se quantidades maiores, conforme os
desenhos e especificações e de acordo com os
1 - Munhão; fabricantes.
2 - Moente; O tipo de construção, que pode ser inteiriça
3 - Braço; (conforme figura), aplicada em motores pequenos e
4 - Face do braço; médios, ou em seções, destinada a motores grandes.
5 - Contrapesos; Cada seção está desenhada para um determinado
6 - Flange. número de cilindros e termina com um flange de
acoplamento, cuja união com o outro flange é feita por
meio de parafusos. Unindo-se as seções, forma-se a
árvore de manivelas.

6.3 - Construção

São construídas de aço forjado de grande


resistência. Na sua composição entram o níquel, o
cromo, o molibdênio, o magnésio e o silício. Os
munhões e moentes são tratados termicamente para
adquirirem maior dureza. Quando seu tamanho permite,
a árvore de manivelas é perfurada internamente, para
facilitar a lubrificação dos munhões e moentes.
Figura 17 – Constituição da árvore de manivelas
6.4 - Características
Munhões:
São seções torneadas e polidas que são A árvore de manivelas deve reunir uma série
apoiadas nos mancais principais do bloco. de condições para que possa trabalhar satisfatoriamente.
Aqui citaremos algumas das mais importantes. A
Moentes: quantidade de cilindros do motor, com sua ordem de
Também são seções torneadas e polidas, onde trabalho, é uma característica essencial, de maneira que
são instaladas as bielas. os esforços exercidos fiquem repartidos de maneira
Capítulo 4: Componentes do Motor – Parte II-
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uniforme, não atuando todos ao mesmo tempo, e sejam 6.5 – Condições de Uso
bem equilibrados, para que, com a velocidade, não se
produzam vibrações que prejudiquem o motor. Cada vez que o mecânico retira a árvore de
Para eliminar este inconveniente, os moentes manivelas, deve verificar o seguinte:
da biela são distribuídos, tendo entre si um ângulo
determinado, de maneira que a soma destes ângulos a) se os munhões e os moentes estão
equivalha a 360o num motor de dois tempos e 720 o num isentos de riscos e dentro dos limites
de quatro tempos. Desta forma, somente há um moente de desgaste indicados pelo fabricante;
recebendo a carga do êmbolo no tempo de expansão, b) se não há empeno ou outras
enquanto os restantes estão em fase de admissão, de deformações;
compressão ou de escape. A ordem de trabalho não tem c) se as passagens de lubrificação estão
relação com a posição dos cilindros, pois a sua livres.
finalidade é distribuir os esforços. Quanto maior o
número de cilindros, mais uniforme será o 6.6 – Observações
funcionamento do motor.
A árvore de manivelas deve ser equilibrada. Quando a árvore de manivelas não está
Esta condição é alcançada mediante o cuidado em sua instalada, deve ser conservada na posição vertical. Se
construção, que deve ser a mais correta possível, nela for necessária mantê-la na posição horizontal, deve ser
empregando-se materiais adequados, para que o peso de posta sobre apoios que correspondam aos munhões.
todas as peças que a formam seja distribuído Durante a instalação, devem-se observar as
uniformemente. Para alcançar o equilíbrio são usados os regras de montagem, assim como a torção de aperto
contrapesos. recomendada pelo fabricante.

Capítulo 4: Componentes do Motor – Parte II-


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CAPÍTULO 5: COMPONENTES DO MOTOR –


PARTE III

RESUMO

Este capítulo é a terceira das quatro partes da


apresentação dos componentes do motor Diesel, bem
como de suas características.

1.0 - INTRODUÇÃO

Considerando-se o fato de que o motor Diesel


possui muitos componentes, a descrição de cada um
deles torna o tema muito extenso.
Sendo assim, para facilitar o entendimento
dividiu-se o assunto em quatro partes, sendo este texto
a terceira delas e faz uma abordagem dos seguintes
componentes: volante, amortecedor de vibrações ,
Figura 1 – Volante.
balanceadores , sistemas de distribuição e a árvore de
comando de válvulas , assim como suas características 2.1.2 - Coroa dentada (cremalheira)
e sua importância para o funcionamento do motor.
É um anel com dentes na parte externa,
utilizados para pôr o motor em movimento.
2.0 - VOLANTE
2.1.3 - Superfície de encosto
O volante é uma roda ou disco de bastante
peso, afixada numa das extremidades da arvore de É a parte que se apóia na árvore de manivelas
manivelas. e pode ser unida por meio de parafusos ou mediante
uma extremidade cônica (motores antigos). Em alguns
2.1 – Constituição casos, quando a união é feita por parafusos, os furos
estão distribuídos de tal maneira que o volante tem
O volante é uma roda ou disco de bastante uma só posição de montagem.
peso, afixada numa das extremidades da arvore de
manivelas. 2.1.4 - Alojamento de apoio da árvore primária
É constituído pelas seguintes partes, as quais
são apresentadas na figura 1: É uma secção circular usinada, para alojar a
bucha ou rolamento que serve como sustentação e guia
a) superfície de fricção; da árvore primária da caixa de câmbio. Em alguns
b) coroa dentada (cremalheira); motores, o volante leva as marcas de referência que
c) superfície de encosto para árvore de servem de guia para sincronizar o motor.
manivelas;
d) alojamento do apoio da árvore 2.2 - Construção
primária.
São fabricados de aço forjado, laminado ou
2.1.1 - Superfície de fricção fundido. O seu peso é calculado de acordo com o
número de cilindros e a aplicação que o motor vai ter.
É uma superfície completamente lisa, onde Geralmente, o volante vem balanceado dinâmica e
geralmente fica alojado o conjunto da embreagem. estaticamente com o conjunto móvel do motor.

Capítulo 5: Componentes do Motor – Parte III-


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2.3 – Função
3.2 - Construção

A função do volante é acumular força para O amortecedor mecânico é composto de dois


vencer os tempos negativos do motor, ou seja, para discos de metal, separados por certo número de molas
aplicá-la quando falta o impulso motor criado pelo que provocam o arrastamento do conjunto por atrito.
tempo de força. O volante é equilibrado para conseguir O amortecedor elástico consta de uma bucha
um funcionamento regular, sem variações que alterem de borracha vulcanizada ou neopreme entre duas peças
a uniformidade da rotação. de metal. A interna forma o cubo e a externa a polia.
Quanto maior é o numero de cilindros, menor Este sistema é um dos mais simples e nele a força
será o peso do volante. Em alguns motores com grande torcional é absorvida pela bucha de borracha.
número de cilindros o volante pode ser dispensado, O amortecedor hidromecânico é constituído
porque o motor possui uma regularidade de marcha de uma polia com um anel de aço fechado
favorecida pela superposição de impulsos motores. Nos hermeticamente, dentro do qual vai um pesado aro, e o
motores de baixa rotação, são usados volantes pesados, espaço entre o anel e o aro é preenchido por um líquido
e nos de alta rotação é necessário que o volante seja espesso e viscoso chamado "silicon fluido", o que
mais leve. A redução do peso favorece também a permite trabalhar sob as mais diversas temperaturas.
rapidez na aceleração e na desaceleração do motor.

2.4 - Condições de Uso

Para que o volante trabalhe satisfatoriamente,


deve reunir certas condições de uso:
a) A superfície de fricção deve estar
completamente lisa;
b) A coroa dentada e o apoio da árvore
devem estar em boas condições.

O alinhamento deve ser comprovado , porque


um volante desalinhado por efeito de montagem ,
produz vibrações e desgastes prematuros dos mancais e Figura 2 – Amortecedor mecânico.
peças móveis.

3.0 – AMORTECEDOR DE VIBRAÇÕES

O amortecedor de vibrações é uma peça que


se encontra acoplada na parte dianteira da árvore de
manivelas, formando um sistema com a polia. Tem por
finalidade reduzir a influência das vibrações torcionais
que se apresentam em conseqüência das combustões
sucessivas.
Quanto mais comprida for a árvore de
manivelas, maior será o ponto crítico das vibrações. Figura 3 – Amortecedor elástico.
Havendo necessidades de motores de grande potência,
foram construídos motores radiais e em "V", com o
objetivo de torná-los mais compactos e uma árvore de
manivelas mais curta e com isto, os amortecedores de
vibrações são mais utilizados em motores em linha.

3.1 – Tipos de Amortecedor de Vibração

Pela sua construção podemos classificá-los em


3 tipos:

a) Mecânicos
b) Elástico;
c) Hidromecânicos. Figura 4 – Amortecedor hidromecânico.

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3.3 – Funcionamento
O balanceador neutraliza a força de trepidação
3.3.1 - Amortecedor mecânico vertical do motor e não deve ser confundido com o
amortecedor compensador de vibrações torcionais ou
Quando a rotação está uniforme e regular, não de torção da árvore de manivelas. Para neutralizar ou
há deslizamento entre as peças que estão sob os efeitos equilibrar esta força de trepidação vertical, uma força
das molas. Mas quando surgem as vibrações torcionais igual deve ser aplicada na direção oposta. Isto se
na extremidade da arvore de manivelas os discos consegue utilizando-se balanceadores acionados por
tendem deslizar no sentido contrário da rotação, mas o engrenagens.
peso reduzido e o atrito reduzem o movimento e isto, Nos motores de quatro cilindros, geralmente
contrariando as vibrações, anula o seu efeito. são utilizados barras ou eixos balanceadores (conforme
figura). Quando dois êmbolos quaisquer estão no PMS,
3.3.2 - Amortecedor hidromecânico as massas dos contrapesos dos eixos estão embaixo.
Nos motores em "V" de 60°, balanceadores excêntricos
A carcaça está montada diretamente na árvore como estes são utilizados. São denominados
de manivelas e acompanha todos os movimentos desta; balanceadores excêntricos, uma vez que seu centro de
um anel de aço que está solto no interior da carcaça gravidade não está sobre a linha central do eixo.
gira na mesma velocidade, em conseqüência da inércia.
Ao aparecerem as vibrações torcionais na
árvore de manivelas é criada uma diferença de
velocidade entre o anel e a carcaça, e a resistência
oferecida pelo líquido serve para igualar as
velocidades. Como a carcaça está unida à árvore de
manivelas, este igualamento amortece as vibrações,
evitando a quebra ou torção de toda a árvore de
manivelas e o desequilíbrio do funcionamento de
motor. A ação amortecedora se produz porque a inércia
do aro, para seguir as vibrações da polia com o anel,
freia estas, graças à viscosidade elástica do líquido.
À medida que a velocidade aumenta, por força
centrífuga, o liquido se concentra nos bordos e torna
mais firme e seguro o enlace elástico freando com mais
energia as vibrações, protegendo a árvore de manivelas
contra rupturas.
Os amortecedores de vibrações do tipo Figura 5 - Balanceador
hidromecânicos requerem devido cuidado quanto à
conservação, uma vez que, uma pequena batida no anel 4.2 - Funcionamento
empurra o aro e o conjunto deixa de desempenhar a sua
função. Contrapesos ou eixos desbalanceados girando
em direções opostas e com o dobro da rotação do
3.4 – MANUTENÇÃO motor introduzem força igual e oposta à força de
trepidação vertical. Eles exercem força para baixo toda
Os amortecedores de vibrações mecânicos vez que dois êmbolos estão no PMS.
requerem uma conservação periódica no sistema de As marcas de sincronização nas engrenagens,
molas e borrachas, pois estes são afetados facilmente asseguram uma sincronização correta, de modo que as
por impurezas, água, óleo e calor, que os deterioram ou porções dos contrapesos das engrenagens ou eixos
empenam. fiquem embaixo quando dois êmbolos quaisquer
estiverem no PMS.

4.0 – BALANCEADORES
5.0 – SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO
4.1 – Considerações Gerais

Os sistemas de distribuição do motor diesel


Os balanceadores são os elementos consistem em um conjunto de peças que controla a
componentes do rotor que têm função de neutralizar a entrada do ar e a saída dos gases, e sincroniza a
força de trepidação vertical que tende a sacudir o motor distribuição do combustível de acordo com uma
para cima e para baixo, permitindo desta maneira um seqüência deter minada , visando realizar o ciclo de
funcionamento mais suave do motor. trabalho do motor.
Capítulo 5: Componentes do Motor – Parte III-
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5.1 – Constituição
a) a árvore de comando, tuchos e
varetas estão no bloco, e balancins e
O sistema de distribuição é constituído pelos válvulas estão no cabeçote;
seguintes elementos básicos : b) todos os elementos estão no
cabeçote.
1) Arvore de comando de válvulas
2) Tuchos 5.3 – Funcionamento
3) Varetas
4) Balancim O movimento da árvore de manivelas é
5) Válvulas transmitido à árvore de comando pelas engrenagens ou
6) Engrenagem da bomba injetora corrente. O ressalto atua sobre seu correspondente
7) Engrenagem intermediária. tucho, para acionar a vareta e o balancim da válvula,
permitindo-o vencer a tensão de sua mola. Quando o
tucho tiver passado à parte mais alta do ressalto, a mola
da válvula o obriga a retornar a posição de fechamento
contra a sua sede.
Este movimento é transmitido sucessivamente
a cada válvula dos respectivos cilindros, de acordo com
a ordem de trabalho do motor.
5.4 - Ciclo de Trabalho

Teoricamente, as válvulas do motor se abrem


quando o êmbolo parte do PMS e se fecham quando
chega ao PMI. A seqüência de movimentos realizados
pelo êmbolo até o começo da operação inicial, chama-
se ciclo teórico de funcionamento .

Figura 6 – Sistema de Distribuição

De acordo com a disposição das engrenagens


para o acionamento da árvore de comando e da bomba
injetora, a distribuição é de comando direto quando
todas as engrenagens estão engrenadas entre si, e de
comando indireto quando as engrenagens são enlaçadas
por uma corrente .

Figura 8 – Ciclo de trabalho

Na realidade, quando o motor funciona, há


variações nas aberturas e fechamentos das válvulas, ás
quais denominamos ciclo prático.
O principal objetivo destas variações é
melhorar o rendimento, pois elas permitem a admissão
de maior quantidade de ar e também uma expulsão
mais efetiva dos gases de descarga.

Figura 7 – Distribuição de comando indireto 5.5 - Variação das Válvulas de Escape

5.2 – Construção
Ao se produzir à expansão no interior do
Nos motores Diesel, a construção do sistema cilindro origina-se o curso de trabalho do êmbolo, do
de distribuição pode ser feito de duas formas: PMS ao PMI. Antes que o êmbolo alcance o PMI, a
válvula de escape se abre, permitindo a saída da parte

Capítulo 5: Componentes do Motor – Parte III-


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dos gases que provem da combustão. A esta


antecipação é dado o nome de avanço na abertura do
escape - A.A.E .
A válvula de escape permanecerá aberta ate
que o êmbolo tenha ultrapassado o PMS, fato este
denominado atraso no fechamento de escape - A.F:E.

Figura 11 – Representação gráfica do ciclo de


4 tempos

5.7 - Tipos de Sistema de Distribuição


Figura 9 – Variação das Válvulas de escape
Os sistemas de distribuição podem ser de três
5.6 - Variação das Válvulas de Admissão tipos:
Esta variação permite o avanço da abertura de
admissão - A.A.A. , aproveitando assim a pressão a) Cruzada;
produzida pela rápida saída dos gases de escape para b) Aberta;
dar mais velocidade à entrada de ar. c) Fechada.
A válvula de admissão permanecerá aberta
durante todo o percurso que corresponde à admissão, 5.7.1- Cruzada
até que o êmbolo tenha passado pelo PMI e comece
o curso de compressão. Isto e denominado atraso de A válvula de admissão se abre antes que o
fechamento de admissão - A.F.A.. êmbolo chegue ao PMS, e a válvula de escape se fecha
Assim, obtém-se a introdução de maior quando o êmbolo já ultrapassou o PMS.
quantidade de ar no interior de cilindro, pois é
5.7.2 - Aberta
aproveitado o impulso de entrada gerado pelo embolo
no curso de admissão.
A válvula de admissão se abre o êmbolo
Geralmente, o ciclo de quatro tempos, com a ultrapassou o PMS e a válvula de escape se fecha antes
abertura e o fechamento das válvulas, é representado do êmbolo chegar ao PMS.
por diagrama circulares.

Figura 12 – Sistema de distribuição cruzada


Figura 10 – Variação das Válvulas de Admissão aberta

Capítulo 5: Componentes do Motor – Parte III-


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5.7.3 - Fechada
6.1.3 – Engrenagens auxiliares
A válvula de admissão se abre no PMS e a
válvula de escape se fecha no PMS. É uma engrenagem usada em alguns motores
para acionar a bomba de combustível ou lubrificante.

6.1.4 – Alojamento da engrenagem de distribuição

É a parte na qual é assentada a engrenagem


que aciona a árvore. Torna-se solidário a engrenagem
por meio de chavetas ou cunhas. A engrenagem é
afixada por porca ou parafusos com travas. Para a
montagem da árvore usam-se placas de encosto que
limitam o jogo longitudinal e também evitam que a
árvore se desloque do seu alojamento.

Figura 13 - Sistema de distribuição cruzada fechada

6.0 - ARVORE DE COMANDO DE VÁLVULAS

A árvore de comando de válvulas apresenta-se


como um eixo com uma série de saliências Figura 14 – Árvore de comando de válvulas
denominadas ressaltos , no quais são ligados à árvore
de manivelas por intermédio de engrenagens (comando 6.2 – Classificação
direto) ou por corrente (comando indireto).
As árvores de comando de válvulas podem ser
6.1 – Constituição classificadas de acordo com os aspectos seguintes:

A árvore de comando de válvulas está a) Pelo ciclo de funcionamento do motor


constituída pelas seguintes partes:
Nesta classificação temos os motores de
a) Ressaltos; quatro tempos e motores de dois tempos;
b) Mancais de apoio;
c) Engrenagem auxiliar; b) Pela estrutura da árvore
d) Alojamento da engrenagem de distribuição.
Esta classificação se subdivide em duas:
6.1.1 – Ressaltos

- Arvore de comande inteiriço: Usa-se


São as saliências que acionam o mecanismo somente uma arvore para todo o motor.
das válvulas, bombas de injeção individuais, unidades
injetoras, injetores mecânicos e válvulas de ar para o
- Árvore de comando seccionada: Usadas
arranque do motor.
em motores grandes. Constitui-se de eixos curtos que
são instalados por secções no motor. Cada secção
6.1.2 – Mancais de apoio
comanda um cilindro ou grupo de cilindros.
São superfícies circulares usinadas que serve 6.3 – Construção
de suporte a árvore de comando, e se apóiam em
bronzinas ou buchas. Tanto estas como os apoios são São feitas de aço, em uma só peça, ou também
maiores que os ressaltos, possibilitando uma fácil com os ressaltos postiços, os quais são afixados no eixo
desmontagem. por meio de parafusos.

Capítulo 5: Componentes do Motor – Parte III-


TM 101 – TECNOLOGIA DO
MOTOR DIESEL I

6.4 – Localização
Alguns motores usam duas árvores: uma para
as válvulas e a outra para o sistema de injeção e
A árvore de comando de válvulas pode estar bombas auxiliares.
alojada no bloco ou no cabeçote.
Nos motores em "V" esta instalada no vértice 6.6 – Vantagens
do "V".
A árvore de comando de válvulas no cabeçote
apresenta algumas vantagens, tais como:
6.5 – Características de Funcionamento
a) Redução de peso no mecanismo das
Nos motores de quatro tempos, policilíndricos, válvulas;
a árvore de comando gira com a metade da rotação da b) Aumento das rotações da árvore de
árvore de manivelas. Em alguns motores manivelas;
monocilíndricos, a rotação da árvore de comando é a c) Eliminação do uso de tuchos, varetas e, em
quarta parte da rotação da árvore de manivelas. Por alguns casos, até dos balancins.
isso, a árvore de comando é construída com ressaltos
duplos, diametralmente opostos, e é usada quando a 6.7 - Uso e Condições de Uso
manivela de partida está acoplada na árvore de
comando. Isto permite que a árvore de manivela gire Cada vez que se desmonta um motor, deve-se
mais depressa para facilitar a partida do motor. comprovar o alinhamento da árvore de comando. Esta
Nos motores de dois tempos, a árvore de não deve apresentar riscos ou queimaduras. Os apoios
comando gira na mesma velocidade da árvore de e os ressaltos devem estar dentro dos limites de
manivela. desgaste indicados pelos fabricantes.

Capítulo 5: Componentes do Motor – Parte III-


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CAPÍTULO 6: COMPONENTES DO MOTOR –


PARTE IV

Este capítulo é a quarta, e última, das quatro


partes da apresentação dos componentes do motor
Diesel, bem como de suas características.

1.0 - INTRODUÇÃO

Considerando-se o fato de que o motor Diesel


possui muitos componentes, a descrição de cada um
deles torna o tema muito extenso.
Sendo assim, para facilitar o entendimento
dividiu-se o assunto em quatro partes, sendo este texto
a quarta (e última) delas e faz uma abordagem dos
seguintes componentes: tichos, varetas, balancins,
cabeçote, válvulas, sedes, guias, molas, mostrando suas
características, classificações e sua importância para o
bom funcionamento do motor.
Além disto, também é mencionada a
superalimentação dos motores diesel, os Figura 1 – Cilindro.
turboalimentadores, os coletores de admissão e
escapamento, juntas e o motor de partida pneumático.

2.0 – TUCHOS, VARETAS E BALANCINS


São elementos que transmitem o movimento
dos ressaltos da árvore de comande de válvulas até as
válvulas, para que estas realizem a abertura e o fecha
mento durante o ciclo de trabalho correspondente.
2.1 – Tuchos

2.1.1 – Constituição dos tuchos


Figura 2 – Flange.
São constituídos por um corpo de forma
cilíndrica e, em alguns casos, os seus interiores é oco, 2.1.3 – Construção
com aberturas laterais que têm a finalidade de reduzir o
peso da peça. Os tuchos são fabricados em aço cromo-
níquel. A parte que entra em contato com o ressalto é
2.1.2 - Tipos endurecida para resistir ao desgaste provocado pela
pressão e pela fricção.
Quanto ao funcionamento existem dois tipos
de tuchos: o de funcionamento mecânico e o de 2.1.4 - Características
funcionamento hidráulico, sendo este, de pouca
aplicação em motores Diesel. Para facilitar sua rotação, em alguns casos, o
Geralmente, nos motores a Diesel, são tucho tem o seu alojamento descentrado em relação ao
utilizados dois tipos de tuchos mecânicos: o cilindro ressalto correspondente. Outros tipos têm a superfície
(figura 1) e o de flange (figura 2). de contato abaulada para alcançar a mesma finalidade.

Capítulo 6: Componentes do Motor – Parte IV-


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2.1.5 – Usos e condições de uso


A superfície de contato com o ressalto deve
ser lisa e polida. Nem o corpo deve ter riscos ou
desgastes, nem o alojamento das varetas.

2.1.6 - Manutenção

Depois de certo número de horas de trabalho


do motor, devem ser retirados para o
recondicionamento da Superfície de contato com o
ressalto. Este trabalho é feito na retificadora de
válvulas.

2.1.7 - Observações

Alguns fabricantes não recomendam a


retificação, devido à perda de dureza.
Os motores que tem a árvore de comando no
cabeçote usam tuchos especiais. Outros motores deste
tipo utilizam um mecanismo que não necessita de
1- Balancim
tucho.
2- Bucha do balancim
2.2 - Varetas
3- Mola de separação
4- Porca e parafuso de regulagem de
2.2.1 – Constituição das varetas válvulas
As varetas são peças retas de aço. As 5- Eixo de balancins
extremidades são acabadas de tal forma que se adaptam 6- Suporte
as superfícies de apoio, ao tucho e ao balancim. 7- Parafusos de fixação
8- Bujão
9- Mola retentora
10- Anel retentor

Figura 4 – Conjunto do Balancim.

2.3.2 – Tipos
Figura 3 – Varetas.
Existem dois tipos de balancins; um como o
A forma mais comum é mostrada na figura 3, mostrado acima e outro de rolete.
onde uma extremidade tem a forma de uma semi-esfera
2.3.3 - Vantagens
e a outra, um rebaixo também semi-esférico. As
dimensões das varetas variam de acordo com as
O balancim de rolete tem menor desgaste,
características de cada motor.
devido à rotação do rolete, o qual permite repartir a
A função das varetas é transmitir o movimento
área de contato, evitando assim que a fricção e a
dos tuchos aos balancins. A vareta estar perfeitamente
pressão sejam aplicadas no mesmo local.
reta apresenta-se como um requisito indispensável na
sua utilização. 2.3.4 – Uso e condições de uso
Os motores que tem a árvore de comando no
cabeçote não usam varetas. As superfícies de contato, bem como a bucha,
devem permanecer em bom estado.
2.3 – Balancins
2.3.5 - Manutenção
2.3.1 – Construção dos balancins
Depois de certo numero de horas de trabalho
Os balancins são construídos em diversos
do motor, o conjunto deverá ser desmontado para o
materiais, por processos de fusão, forja e estampo.
recondicionamento da superfície de contato com a
Normalmente estão instalados no conjunto do
válvula, utilizando para este trabalho a retificadora de
balancim.
válvulas.

Capítulo 6: Componentes do Motor – Parte IV-


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2.3.6 - Observação
peças removíveis, acessórios do motor, e diversos
condutos, tal como se observa na figura 6.
Alguns fabricantes não recomendam a
retificação da superfície de contato devido à perda da
dureza.

2.3.7 - Função

A finalidade dos balancins é a de abrir as


válvulas. Alguns motores dispõem de um balancim
para acionar o injetor.
O eixo dos balancins bem polido, geralmente
é oco, com orifícios para lubrificação e para os
parafusos de fixação dos suportes. Pelo eixo de
balancins circula o óleo que lubrifica os balancins e as 1) conduto de escape;
hastes das válvulas. O comprimento do eixo depende 2) conduto de refrigeração (motores
do tipo do motor. refrigerados a água);
Os parafusos de fixação têm, em alguns casos, 3) guias de válvulas;
furos rosqueados para alojar o parafuso da tampa dos 4) alojamento do injetor;
balancins. 5) tampa e alojamento da câmara de
pré-combustão;
6) superfície mecanizada;
7) selo de câmara de água;
8) bujão de câmara de água;
Figura 6 - Cabeçote

3.2 – Tipos

Segundo os sistemas de arrefecimento


empregados nos motores, os cabeçotes são
classificados em dois tipos gerais: os utilizados em
motores refrigerados a água e os utilizados em motores
refrigerados a ar.
Existem motores Diesel equipados com um só
cabeçote para todo o bloco, ou com um cabeçote para
Figura 5 – Tampa do Balancim com furos rosqueados. cada grupo de dois ou três cilindros, ou ainda, com um
só para cada cilindro. Esta última disposição e
Também é comum que tais parafusos sejam empregada, geralmente, em motores refrigerados a ar.
ocos, para permitir a entrada do óleo lubrificante da
galeria de lubrificação do cabeçote até o eixo dos 3.3 - Construção
balancins.
Geralmente, os cabeçotes são feitos de uma só
peça de ferro fundido ou de liga de alumínio. Seu
3.0 – CABEÇOTE desenho é robusto para suportar as elevadas pressões
de compressão.
O cabeçote é o elemento do motor que,
montado na parte superior do bloco, cobre os cilindros 3.4 - Características
formando a câmara de compressão com a cabeça do
êmbolo. Serve como tampa do cilindro e como Os cabeçotes de ferro fundido apresentam
alojamento do mecanismo das válvulas e da câmara de características próprias do metal com que são
combustão. E fixado ao bloco por meio de parafusos ou fabricados, são de maior peso e menor capacidade de
prisioneiros com porcas. dissipação de calor, porém possui menor coeficiente de
dilatação. Os cabeçotes de liga de alumínio são mais
3.1 - Nomenclatura
leves e apresentam maior capacidade de dissipação de
calor, porem o coeficiente de dilatação é mais alto, o
O cabeçote apresenta numerosas partes
que obriga a tomar precauções cada vez que se realiza
mecanizadas e rebaixos destinados a receber algumas
uma operação neste tipo de cabeçote.
Capítulo 6: Componentes do Motor – Parte IV-
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3.5 – Usos e Condições de Uso


hermético. O ângulo do assento é normalmente de 30 a
45°.
Todas as superfícies de contato do cabeçote
d) Haste –É a parte cilíndrica da válvula que
devem estar em boas condições; as superfícies planas
desliza na guia e tem no seu extremo ranhuras para o
usinadas não devem apresentar irregularidades. As
encaixe das chavetas.
sedes de válvulas devem estar retificadas e polidas. Os
condutos de refrigeração, lubrificação, escape e 4.1.2 - Tipos
admissão devem estar limpos. O cabeçote deve
apresentar perfeitas condições de estanqueidade no seu
interior ou entre a superfície de contato e o bloco. A Existem diversos tipos, porém a mais usada é
estanqueidade e conseguida com juntas metaloplásticas a válvula chamada "cogumelo", devido à forma da
ou com superfícies encaixadas. cabeça. São classificadas, segundo a função que
desempenham, em válvulas de admissão e válvulas de
3.6 - Manutenção escape.
A válvula de admissão é a encarregada de
O cabeçote deve ser reapertado e as válvulas permitir a entrada de ar no interior dos cilindros e a
reguladas segundo as especificações do fabricante. válvula de escape permite a saída dos gases.

3.7 - Observações 4.1.3 - Características

a) Evitar superaquecimento. As válvulas de admissão caracterizam-se por


b) Não aplicar água com o motor ter a cabeça de maior diâmetro que a de escape. A
superaquecido. válvula de escape tem uma cabeça de diâmetros menor,
c) Não soltar os elementos de fixação do mas os seus materiais resistem a elevadas temperaturas.
cabeçote com o motor quente, para evitar
deformações. 4.1.4 - Instalação
d) De acordo com o seu peso, deve ser
manipulado com aparelhos de elevação. As válvulas dos motores Diesel são alojadas
no cabeçote e podem ter duas ou quatro por cilindro,
4.0 – VÁLVULAS , SEDES , GUIAS E MOLAS segundo o desenho do motor. Afora alguns casos
especiais, as válvulas estão dispostas verticalmente, por
São elementos do sistema de distribuição causa da forma plana da câmara de combustão. Elas
estudados simultaneamente, ainda que tenham são acionadas pelos tuchos, varetas e balancins, ou
características diferentes. diretamente pela árvore de comando de válvulas,
quando está instalada no cabeçote.
4.1 – Válvulas
4.1.5 - Acessórios
4.1.1 – Constituição das válvulas
Alguns tipos de válvulas possuem , ou são
As válvulas são constituídas pelas seguintes desenhados de tal modo que nelas se pode adaptar , um
partes: dispositivo que faz girar a válvula durante o período
compreendido entre a abertura e fechamento. Este
a) Cabeça é a parte circular da válvula, movimento giratório mantém o assento e a sede da
podendo ser plana, côncava. válvula livre de carvão e outros resíduos, e da a manter
um assentamento mais eficiente entre a válvula e a
sede.
4.1.6 – Condições de uso

Devem apresentar um fechamento hermético


Figura 7 - Válvulas entre a sede e o assento da válvula.
4.1.7 - Manutenção
b) Margem - É a espessura que apresenta a
válvula entre a cabeça e o assento, para evitar que, por Deve-se desmontar, limpar, retificar ou
causa do calor, se deforme ou se queime. assentar de acordo com as indicações do fabricante e a
c) Assento – É a parte da válvula que se apóia quantidade de horas de trabalho. Igualmente, deve-se
sobre a sede da mesma para produzir um fechamento vitrificar a regulagem de folga das válvulas.
Capítulo 6: Componentes do Motor – Parte IV-
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4.1.8 – Válvulas especiais

Válvulas com enchimento de sódio

Para resolver o problema de aquecimento,


usam-se válvulas com haste oca preenchidas com sódio
metálico que, ao 1iquefazer-se, transmite rapidamente
o calor as guias de válvulas e câmaras de refrigeração.
Estas válvulas são construídas e tem um tratamento
especial para aumentar a sua dureza. Para retificar ou
polir são necessários materiais abrasivos de uma
dureza correspondente a da válvula. Deve se evitar o
uso deste tipo de válvula para a confecção de
ferramentas, porque o sódio pode explodir ao entrar em
contato com fagulhas. Figura 10 – Sede Removível.

4.2.2 - Construção

A sede fixa está usinada no cabeçote,


enquanto a sede removível consiste num anel inserido a
pressão num alojamento do cabeçote. As sedes dos
cabeçotes de liga leve são sempre removíveis.

4.2.3 - Características
Figura 8 – Válvula com enchimento de sódio.
São características principais das sedes, tanto
Válvulas bimetálicas fixas como removíveis , serem paralelas à cabeça da
válvula e concêntrica com a respectiva guia de válvula.
Alguns fabricantes usam duas ligas ou metais
diferentes para construir as válvulas; uma classe de 4.2.4 - Vantagens
metal para a cabeça e outra para a haste. São usados
metais resistentes à alta temperatura para a cabeça e As sedes removíveis têm as seguintes
metais resistente corrosão para a haste. Os metais são vantagens: Permitem o emprego de metais diferentes
unidos por processos especiais de fusão. do cabeçote, que tenham melhores características para
suportar as condições de trabalho; podem-se trocar as
4.2 – Sedes sedes danificadas, para a recuperação do cabeçote.

4.2.1 – Tipos de sedes de válvulas 4.2.5 - Manutenção

Existem dois tipos de sede de válvula: a sede Cada vez que se desmontam as válvulas, as
fixa e a removível sedes devem ser limpas, polidas ou retificadas, de
acordo com o seu estado.

4.3 – Guias

4.3.1 – Tipos de guias de válvulas

Existem dois tipos de guias: a fixa e a


removível.

4.3.2 – Construção

Geralmente são feitas de ferro fundido e, em


alguns casos, a superfície interior está coberta com
grafite para melhorar as condições de lubrificação. A
guia fixa é usinada no cabeçote. A guia removível
consiste numa peça cilíndrica que é inserida a pressão
Figura 9 – Sede Fixa no seu alojamento no cabeçote.

Capítulo 6: Componentes do Motor – Parte IV-


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4.3.3 - Vantagens
4.4.3 - Características

As guias removíveis apresentam a vantagem As molas caracterizam-se pela forma das


de serem substituídas quando estiverem danificadas. espiras. Em algumas as espiras estão uniformemente
espaçadas; em outras há um certo número de espiras
4.3.4 – Acessórios unidas em ambas às extremidades, quando as espiras
estão unidas numa só extremidade, este lado deve ser
Para evitar a entrada de óleo nos cilindros, colocado do lado do cabeçote.
usa-se vedadores , que são colocados à pressão sobre a
extremidade das guias ou nas hastes das válvulas. 4.4.4 – Condições de uso

Antes de serem instaladas, deve-se comprovar


que as molas têm a altura e a tensão especificadas pelo
fabricante. As molas cilíndricas devem estar retas.

4.4.5 - Conservação

Para proteger as molas, alguns fabricantes as


recobrem com pintura a prova de ácidos ou aplicam
outro tipo de proteção, para evitar a corrosão e
diminuir a possibilidade de ruptura. Quando a mola
apresentar trincas ou corrosões, deve ser substituída,
pois pode quebrar-se com facilidade.

Figura 11 – Vedador.
5.0 – SUPER ALIMENTAÇÃO DOS MOTORES
4.3.5 - Manutenção DIESEL

Ao introduzir nos cilindros uma quantidade


As guias fixas são retificadas quando estão maior de ar do que a que o motor poderia aspirar em
desgastadas, para que nelas se adaptem hastes de condições normais, o motor pode queimar um volume
válvulas sob medida. Este processo não é recomendado maior de combustível e obter melhorias de
nas guias removíveis. funcionamento, tais como:
4.4 – Molas a) Conseguir maior potência sem alterar
as dimensões do motor;
4.4.1 – Tipos de molas de válvulas
b) Manter a potência do motor nas
grandes altitudes.
O tipo usado normalmente nos motores é a
mola helicoidal. Existem molas cilíndricas ou retas e
molas cônicas.

Figura 13 – Exemplo de entrada de ar no motor

Maior potência do motor:


Figura 12 – Molas Cilíndricas ou retas e cônicas.
O ar na superfície terrestre acha-se a uma
4.4.2 - Construção determinada pressão decorrente do seu peso, que
constitui a atmosfera. Esta pressão é denominada
São fabricadas normalmente com arame de
pressão atmosférica, e o seu valor é igual a 1,033
aço trefilado, ferro puro sueco ou ligas especiais.
kg/cm2.

Capítulo 6: Componentes do Motor – Parte IV-


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Num motor de alimentação simples (não 6.0 – TURBOALIMENTADOR


superalimentação), a pressão atmosférica é a que
impulsiona o ar a introduzir-se no cilindro durante a 6.1 – Elementos Constitutivos
fase de admissão, devido ao vácuo parcial criado no
seu interior. Têm-se os seguintes elementos:
Durante a fase de admissão, o cilindro enche-
se de ar até que a pressão no seu interior se iguale ou se
aproxime da pressão atmosférica. Quando a pressão
externa é superior à pressão atmosférica o cilindro
enche-se de ar a pressão mais elevada. E a este
processo que chamamos de superalimentação de ar.
Ao aumentar o volume de ar nos cilindros,
eleva-se a potência do motor, pois esse aumento de
volume possibilita a queima de maior quantidade de
combustível, sem alterar as dimensões do motor.
Manter a potência do motor nas grandes
altitudes:
A pressão atmosférica diminui à medida que a
altitude aumenta e como depende desta a impulsão do
ar aos cilindros, o motor não terá o mesmo
desempenho, devido à deficiência de ar quando o
motor se encontra em locais de elevada altitude.
Figura 14 – Constituição do turboalimentador
Mediante a superalimentação compensa-se a
queda da pressão atmosférica e motor mantém, em
6.2 – Finalidade de Cada Elemento
parte, a sua potência.
6.2.1 - Corpo principal
5.1 – Vantagens da Superalimentação
O corpo principal do turboalimentador
As vantagens de um motor superalimentado
geralmente é fabricado em ferro fundido ou aço. Sua
podem resumir-se nas seguintes:
finalidade é servir de suporte ao conjunto de árvore,
turbina e rotor do compressor.
-Melhor enchimento dos cilindros;
No corpo principal são feitas as perfurações de
-Rendimento constante a altas rotações;
passagem ou galerias de óleo lubrificante para a árvore
-Menor consumo de combustível em relação à
e os rolamentos.
potência;
O óleo filtrado proveniente do motor passa
-Aumento do torque e da potência;
pelas galerias ou passagens, a fim de lubrificar e
-Diminuição de fumos pelo escape;
arrefecer os rolamentos ou mancais; retornando ao
-Diminuição de detonações no escape;
cárter através de tubulação destinada a esse fim.
-Dimensões reduzidas em relação à potência.
6.2.2 - Carcaça da turbina
5.2 – Classificação dos Superalimentadores
A carcaça da turbina, assim chamada por
A superalimentação dos motores Diesel
alojar no seu interior o dito elemento é fixada
consegue-se por meio de insufladores que basicamente
diretamente ao corpo principal mediante parafusos de
são bombas que enviam o ar à pressão ao interior dos
fixação. Geralmente é fabricada em aço, contendo um
cilindros. O ar à pressão, em geral, provém de:
defletor que dirige os gases de escape de modo que
saiam para a atmosfera após acionarem a turbina.
a. Insufladores de movimento rotativo positivo
b. Insufladores centrífugos 6.2.3 - Carcaça do compressor

Os insufladores de movimento rotativo A carcaça do compressor é, da mesma forma,


positivo são acionados diretamente pelo motor e são fabricada em aço e é fixada mediante parafusos à placa
denominados superalimentadores. difusora. No seu interior é alojado o compressor de ar.
Os insufladores centrífugos geralmente são Esta carcaça tem a função de orientar o ar proveniente
acionados por uma turbina movida pelos gases do do filtro ao compressor e posteriormente ao coletor de
escape e são denominados turboalimentadores. admissão.

Capítulo 6: Componentes do Motor – Parte IV-


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6.2.4 - Árvore e rolamentos


7.0 - ESCAPAMENTOS E COLETORES DE
ADMISSÃO
A árvore do turboalimentador é construída de
aço especial e submetida a tratamento térmico de alta 7.1 – Coletores de Admissão
qualidade.
7.1.1 - Tipos
A usinagem das extremidades destinadas à
fixação da turbina e do compressor é de acabamento Existem dois tipos de coletores:
fino, a fim de permitir um funcionamento perfeito e
livre de vibrações, para evitar danos aos elementos do a) Coletor de admissão;
conjunto. b) Coletor de escapamento.
É apoiada na carcaça por meio de rolamentos,
buchas ou mancais de material antifricção. De acordo com o tipo de admissão de ar do
motor, os coletores podem ser:
6.2.5 - Turbina
a) Para motores de admissão natural
A turbina é o componente do (figura 15);
turboalimentador que tem a finalidade de transformar a b) Para motores com turboalimentador;
energia dos gases de escape em movimento de rotação ou sobrealimentado (figura 16).
e transmitir este movimento, através da mesma árvore
em que está fixada, ao rotor do compressor.
O conjunto formado pela turbina, árvore e
compressor, é balanceado, a fim de evitar vibrações
que afetem o seu funcionamento.

6.2.6 - Compressor

O compressor e construído geralmente em liga


de metal leve, podendo em alguns casos ser de aço. É
fixado à mesma árvore da turbina por processo igual ou Figura 15 - Coletor para motor de admissão natural.
semelhante, recebendo por esta razão o movimento
direto da mesma.
Sua capacidade de envio de ar aos cilindros
está na razão da velocidade de rotação que lhe é
transmitida pela turbina, o que depende da carga e
rotação do motor.

6.2 – Funcionamento do Turboalimentador

Quando o motor está em funcionamento, os


gases de escape através do coletor são dirigidos pelo Figura 16 – Coletor para motor com turboalimentador.
defletor do turboalimentador, de maneira a se
chocarem contra a turbina, provocando nesta um
movimento rotativo antes da sua saída à atmosfera.
Como a turbina e o compressor são montados 7.1.2 – Constituição
na mesma árvore, ao girar a turbina o compressor é
impulsionado. Os coletores são constituídos por uma galeria
O ar aspirado passa pelo filtro, vai à carcaça central e galerias auxiliares, que são ligadas com os
do compressor onde é comprimido pelo mesmo e cilindros através do cabeçote. O número de galerias
forçado, através do coletor de admissão, aos cilindros. auxiliares depende da quantidade de cilindros que
possui o motor. Normalmente os coletores dispõem de
As velocidades da turbina e do compressor
tantas galerias auxiliares quantos cilindros tenha o
aumentam ao aumentar a carga do motor e,
motor.
conseqüentemente, aumenta a quantidade de ar
Nos motores turboalimentados, o coletor de
fornecido ao motor.
escape tem uma base para instalar o turbocarregador.

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7.1.3 - Construção
A estanqueidade entre os coletores e o
São feitos de ferro fundido ou liga de alumínio cabeçote é conseguida por meio de juntas, que devem
e suas formas variam de acordo com o tipo do motor. ser resistentes à pressão e ao calor, principalmente as
7.1.4 - Características
do lado de escape.
7.2.3 - Conservação
Nos motores de aspiração natural, a galeria
principal do coletor de admissão é ligada por meio de O aperto dos parafusos e porcas deve ser feito
mangueiras ao purificador de ar; no coletor de escape de acordo com as especificações do fabricante.
são montados o tubo de escape e o silencioso. Periodicamente, deve-se fazer a limpeza do
Nos motores de aspiração forçada, a galeria coletor de escape, para eliminar o carvão, que reduz o
principal do coletor de admissão é ligada ao diâmetro interno da galeria principal, ocasionando o
turbocarregador; o coletor de escape, além de ter um superaquecimento do motor e o baixo rendimento do
silencioso e o tubo de escape, possui uma seção onde é turbocarregador.
afixado o turbocarregador.
7.2.4 - Observação
7.1.5 - Localização Evitar a entrada de ar não filtrado pelo coletor
Nos motores em linha, os coletores ficam um de admissão através das juntas, mangueiras e conexões
de cada lado do cabeçote; nos motores em "V", tem frouxas, assim como peças com desgastes em coletores
outra disposição que depende do desenho do motor. Os de admissão.
coletores são unidos ao cabeçote por meio das galerias
auxiliares, utilizando parafusos ou prisioneiros com 8.0 - JUNTAS
porca.
Tem por objetivo uma vedação hermética
7.2 – Escapamento entre duas peças metálicas, para impedir a fuga de
7.2.1 - Acessórios gases ou líquidos.
O silencioso, como seu nome indica, permite 8.1- Materiais
amortecer os ruídos produzidos pelos gases de escape. Nos mecanismos do motor há juntas que estão
O tubo de escape permite um aumento de submetidas a diversas pressões e condições de trabalho,
comprimento do coletor de escape, a fim de dirigir os motivo pelo qual seu material de construção e sua
gases até uma certa distância, por questões de higiene e forma variam de acordo com sua aplicação (conforme
segurança. A forma e o comprimento deste tubo variam figuras). Estas podem ser dos seguintes materiais:
de acordo com a aplicação que é dada ao motor.
A tampa é uma válvula que se instala na a) Papel;
extremidade do tubo de escape de montagem vertical, b) Cortiça;
para evitar a entrada de água de chuva no interior do c) Tela de asbesto comprimido;
motor. Ela se abre pela pressão dos gases e fecha-se d) Lâmina metálica;
por meio de um contrapeso, quando o motor deixa de e) Material sintético;
trabalhar. f) Amianto.
O freio-motor é uma válvula tipo borboleta,
alojada na saída do coletor de escape. Está de tal modo
acoplado com o dispositivo de corte de combustível,
que, acionado o mecanismo de controle, anula o débito
da bomba injetora e, com ligeiro atraso, obstrui a saída
do coletor de escape.
A partir daí, é criada uma contrapressão no
interior do motor, fazendo com a rotação diminua e,
como é mantida a ligação entre o motor e a
transmissão, o veículo não precisa ficar
sobrecarregando o sistema de freios durante uma
descida longa, porque a contrapressão criada no
interior do motor atua como um freio.
7.2.2 – Uso e condições de uso
As superfícies de contato devem ser mantidas
planas e limpas. As juntas devem ser mantidas em bom
estado de conservação. Figura 17 – Formas das juntas
Capítulo 6: Componentes do Motor – Parte IV-
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8.2 - Aplicações
mecanismo do tipo Bendix e de um sistema de
engrenagens de redução.
Material Serve Usado em:
Consta de uma carcaça com uma entrada para
principalmente
o ar e uma saída para o escape. Interiormente há um
para:
rotor com palhetas (figura 18).
Papel Líquidos a baixa Bombas de
pressão. água e de óleo.
Cortiça. Líquidos a baixa Cárter, tampa
pressão. de válvulas.
Tabela de asbesto Todos os Coletores de
serviços e alta admissão e
temperatura. escapamento.
Cabeçote.
Metal Altas pressões e Cabeçote.
temperaturas.
Material sintético Líquidos, baixas Bomba de
temperaturas e combustível.
pressão. Mancal
traseiro da
manivela.
Amianto Altas Escape, Figura 18 – Motor de partida pneumático.
temperaturas. cabeçote.
O rotor é montado sobre rolamentos,
8.3- Uso e Condições de Uso transmitindo seu movimento a um conjunto de
engrenagens redutoras, que são acopladas ao
Todas as juntas devem ter a mesma forma das mecanismo de impulso. Este mecanismo de impulso é
superfícies a vedar e devem ser utilizadas de acordo do tipo convencional.
cem as especificações do fabricante.
Quando se retira uma junta não é
recomendável tornar a utilizá-la, dado que a espessura 9.2 - Características
diminui pelo efeito da pressão a que foi submetida.
As baixas temperaturas não afetam ao seu
8.4 - Observação funcionamento, mantendo toda sua potência a qualquer
variação. Não apresenta restrições sobre outros
Ao executar a troca de juntas, é muito sistemas, sendo de fácil adaptação a qualquer um dos
importante verificar a superfície das peças metálicas a lados do motor Diesel, o que lhe possibilita girar em
vedar e utilizar um adesivo, se recomendado, para qualquer sentido.
obter uma união a prova de vazamento. A lubrificação do motor é feita mediante um
deposito de óleo colocado no curso da tubulação de
alta pressão. Esta força o óleo a sair por um conduto
9.0 – MOTOR DE PARTIDA PNEUMÁTICO em forma de jato, penetrando no interior e lubrificando
as palhetas.
Com a finalidade de eliminar as baterias de O motor de partida não requer manutenção
acumuladores, em alguns tipos de grupos estacionários freqüente, pois sua constituição possibilita largos
são utilizados sistemas de partida a ar comprimido. períodos de serviços sem problemas.
A aplicação de ar se realiza, neste caso,
através de um mecanismo de partida, semelhante ao
dos motores convencionais, havendo também sistemas
de partida em que o ar comprimido é injetado 9.3 – Funcionamento
diretamente a alta pressão sobre a cabeça do êmbolo,
colocando o motor em funcionamento. O rotor tem uma montagem excêntrica em
relação à carcaça e, ao girar, a força centrífuga
9.1- Elementos Constitutivos comprime as palhetas contra as paredes do alojamento.
A entrada do ar sob pressão força as palhetas,
O mecanismo de partida pneumático é obrigando o rotor a girar, colocando o mecanismo em
operado a ar, porém o impulso se transmite através do funcionamento.

Capítulo 6: Componentes do Motor – Parte IV-

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