Unidade 4
Unidade 4
Concreto Armado
Material Teórico
Dimensionamento de Blocos de Estacas
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Dimensionamento de Blocos de Estacas
• Introdução;
• Projeto Estrutural de Blocos sobre Estacas;
• Considerações Normativas;
• Blocos Rígidos;
• Blocos Flexíveis;
• Método das Bielas e Tirantes;
• Dimensionamento e Detalhamento.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Apresentar o bloco de fundação ou bloco de coroamento de fundações profundas;
• Exibir os tipos de blocos e métodos de cálculo. São conceituados os blocos flexíveis e
blocos rígidos, bem como as características de seus dimensionamentos;
• Apresentar e conceituar os dimensionamentos de blocos sobre uma e sobre duas estacas.
Orientações de estudo
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No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Dimensionamento de Blocos de Estacas
Introdução
As estruturas são compostas de elementos estruturais que recebem as solicita-
ções de acordo com as suas finalidades.
Blocos de
Cargas de Pilares
Coroamento
Estacas
Fundações
Profundas
Tubulações
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Pilar
Bloco de Coroamento
Estaca
Em edificações com vários pavimentos, as cargas nos pilares são altas e, geral-
mente, a quantidade de estacas é maior do que duas. Há também o caso de bloco
sobre um tubulão, quando o bloco atua como elemento de transição de carga entre
o pilar e o fuste do tubulão (Figura 3).
Pilar
Bloco de Coroamento
Tubulão
9
9
UNIDADE Dimensionamento de Blocos de Estacas
Bloco
Rígido
Tipos de Blocos
de Coroamento
Bloco
Flexível
Considerações Normativas
A norma técnica ABNT NBR 6118:2014 – Projeto de estruturas de concreto
– Procedimento – considera que o cálculo e o dimensionamento de blocos sobre
estacas podem ser realizados de maneira similar ao cálculo feito para sapatas.
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Blocos Rígidos
O comportamento estrutural dos blocos rígidos é caracterizado por:
• Trabalhar à flexão em duas direções, com tensões de tração principalmente con-
centradas sobre as estacas, com faixas de largura igual a 1,2 vez seu diâmetro.
• As forças que são transmitidas do pilar para as estacas ocorrem principalmente
através de bielas de compressão, com forma e dimensões complexas.
• Ocorre o trabalho ao cisalhamento em duas direções, não apresentando ruínas
por tração diagonal, mas por compressão das bielas, como ocorre nas sapatas.
Pilar
Bloco de Coroamento
Biela Comprimida
Biela Comprimida
Estaca
Estaca
Blocos Flexíveis
Os blocos flexíveis são de uso mais raro, sendo mais utilizados em fundações
sujeitas a pequenas cargas.
O método de cálculo para blocos flexíveis é similar ao visto para as sapatas fle-
xíveis, ou seja, utiliza-se o método clássico da flexão (balanços).
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UNIDADE Dimensionamento de Blocos de Estacas
Sempre que houver forças horizontais que sejam significativas, ou com forte as-
simetria, o modelo estrutural de cálculo deve contemplar a interação solo-estrutura.
Os métodos das Bielas e do CEB-70 devem ser aplicados apenas nos blocos
rígidos. No caso de blocos flexíveis, são aplicados métodos clássicos aplicáveis às
vigas ou às lajes.
Para os blocos rígidos, o método de cálculo mais apropriado baseia-se nos mo-
delos de biela e tirante.
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Dimensionamento e Detalhamento
Bloco sobre Uma Estaca
Para os pilares com dimensões próximas à dimensão das estacas, o bloco atua
como em um elemento de transferência direta de carga. O bloco de coroamento é
necessário por razões construtivas, como, por exemplo:
• Locação correta dos pilares;
• Correção de pequenas excentricidades da estaca;
• Uniformização da carga sobre a estaca.
Pilar
P/2 a/4
Bloco de Coroamento
d = 1,0 фe T d/2
a
1,2 фe
d/2
10 a 15 cm P/2 10 a 15 cm
Estaca
фe
1 φe − a 1
=T P ≅ P ... (1)
4 φe 4
13
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UNIDADE Dimensionamento de Blocos de Estacas
Td
AS = ... (3)
f yd
A Pilar
As Estribo Vertical
Estribo Horizontal
B
Estribo Vertical
Estaca
3 a 5 cm
фe
Para edifícios com vários pavimentos, a carga sobre o bloco não é baixa. Nesse
caso, a dimensão (A) do bloco pode ser tomada conforme a expressão (4) (Figura 7).
A = ϕe + 2 x 10 cm ou 15 cm ... (4)
Para construções de pequeno porte, com cargas pequenas (casas, sobrados, gal-
pões etc.), a dimensão do bloco pode ser dada pela expressão (5) (Figura 7).
A = ϕe + 2 x 3 cm ou 5 cm ... (5)
Nesse caso, o pilar sobre o bloco deve ter dimensão máxima a ≤ 25 cm. A altura
do bloco (d) pode ser estimada pela expressão (6).
ϕe ≤ d ≤ 2 ϕe ... (6)
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Bloco sobre Duas Estacas
Os blocos sobre duas estacas têm o mecanismo estrutural composto por bielas
de concreto comprimido e armaduras na região tracionada (Figura 8).
Pilar
P/2 P/2
a/4 Bloco de Coroamento
Biela Comprimida
Rc Rc
d h
Rs α Rs
d’
P/2 P/2
10 a 15 cm
Estaca
фe
e/2 e/2
e a
−
2 4
Rc
P/2 d
α
Rs
Figura 9 – Polígono de Forças em Blocos sobre Duas Estacas
d ...
tgα = (7)
e a
−
2 4
P
tgα = 2 ... (8)
Rs
15
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UNIDADE Dimensionamento de Blocos de Estacas
P P
senα = 2 → Rc = 2 ... (10)
Rc senα
A determinação da altura útil (d) é feita com base em não ocorrer risco de rup-
tura por punção nas bielas comprimidas de concreto. Para isso, o ângulo (α) deve
estar no intervalo da expressão (11).
a
d mín 0, 42 e − ...
= (12)
2
a
d máx 0, 71 e − ...
= (13)
2
5 cm
d ' ≥ aest ... (16)
5
Onde: aest – lado de uma estaca de seção quadrada, com a mesma área da estaca
de seção circular (expressão 17).
π
aest = φe ... (17)
2
16
A seção transversal das bielas comprimidas varia ao longo da altura do bloco, de-
vendo ser verificadas as seções que são junto ao pilar e junto às estacas (Figura 10).
Pilar
Bloco de Coroamento
Biela Comprimida Ap/2 Ap/2
d h
α α
Ae Ae
d’
10 a 15 cm
Estaca
фe
e/2 e/2
Figura 10 – Seção Variável das Bielas Comprimidas do Bloco sobre Duas Estacas
O esquema que representa as áreas das bielas comprimidas junto ao pilar e junto
às estacas é apresentado na Figura (11).
Área Pilar/2
Ap/2
α
Ab
Área Biela
Ab
Área Biela
α
Ae
Área Estaca
Ab Ap
senα = → Ab = senα ...(18)
Ap 2
2
Ap – área do pilar.
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UNIDADE Dimensionamento de Blocos de Estacas
Ab
senα = → Ab = Ae senα ... (19)
Ae
Ae – área da estaca.
Rcd
σ cd = ... (20)
Ab
Ab – área da biela.
Pd Pd
=σ cd ,b , pil = ... (21)
Ap Ap sen 2α
2 senα senα
2
Pd Pd
=σ cd ,b , pil = ... (22)
2 senα Ae senα 2 Ae sen 2α
Para o cálculo da armadura principal, deve-se utilizar o valor obtido para a força
de tração na expressão (9) e acrescer de 15% (expressão 23).
1,15 P ( 2e − a )
Rs = ... (23)
8d
Rsd 1,15 Pd ( 2e − a )
As
= = ... (24)
σ sd 8d f yd
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A armadura superior pode ser obtida como uma parcela da armadura principal
(expressão 25).
A armadura superior e estribos verticais deve ser feita para cada face (expressão 26).
As p Asw
= = 0, 075 B (cm 2 / m) ... (26)
s mín , face s mín , face
A largura dos blocos para edificações com cargas elevadas pode ser obtida pela
expressão (27).
A largura dos blocos para edificações com cargas pequenas pode ser obtida pela
expressão (28).
B ≥ φe + 2 × 5 cm ... (28)
d
3
s≤ e s ≥ 8 cm ... (29)
20 cm
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UNIDADE Dimensionamento de Blocos de Estacas
O espaçamento dos estribos verticais sobre as estacas é dado pela expressão (30).
15 cm
s≤ ... (30)
0,5 a = 0,5 π φ
est e
2
s ≤ 20 cm ... (31)
Pilar
Bloco de Coroamento
Comprimento
de Ancoragem
Lb Lb d h
d’
As
Estaca
фe
e/2 e/2
Ascal
lbnec = α lb ... (32)
Asef
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A distância da face externa da estaca à borda extrema do bloco deve ser suficiente
para que garanta a ancoragem da armadura, de modo que o comprimento do bloco
sobre duas estacas pode ser estimado pela expressão (33).
e 2φe + 2c ...
l =+ (34)
A
2L/3
a
a
L/3
A
e/2 e/2
3
e − 0,3a
3
Rc
P/3 d
α
Rs
Figura 15 – Polígono de Forças do Bloco sobre Três Estacas (Corte AA)
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UNIDADE Dimensionamento de Blocos de Estacas
P
3 d
α =
tg= ... (35)
Rs 3
e − 0,3 a
3
P e 3 − 0,9a
Rs = ... (36)
9 d
P
Rc = ... (37)
3 senα
a
d mín 0,58 e − ...
= (38)
2
a
d máx 0,825 e − ...
= (39)
2
5 cm
d ' ≥ aest ... (16)
5
Onde: aest – lado de uma estaca de seção quadrada, com a mesma área da estaca
de seção circular (expressão 17).
π
aest = φe ... (17)
2
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Concreto armado eu te amo vai para obra
BOTELHO, M. H. C.; FERRAZ, N. N. Concreto Armado Eu te Amo Vai para
Obra. Volume 1. 8. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2015.
Introdução à engenharia de estruturas de concreto
FUSCO, P. B.; ONISHI, M. Introdução à engenharia de estruturas de concreto.
EUA: Cengage Learning Editores, 2017.
Caderno de Receitas de Concreto Armado – Vol. 1
PILOTTO NETO, E. Caderno de Receitas de Concreto Armado – Vol. 1 – Vigas.
Rio de Janeiro: LTC, 2017.
Caderno de Receitas de Concreto Armado – Vol. 3
PILOTTO NETO, E. Caderno de Receitas de Concreto Armado – Vol. 3 – Lajes.
Rio de Janeiro: LTC, 2017.
Curso Básico de Concreto Armado
PORTO, T. B.; FERNANDES, D. S. G. Curso Básico de Concreto Armado. São
Paulo: Oficina de Textos, 2014.
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UNIDADE Dimensionamento de Blocos de Estacas
Referências
BOTELHO, M. H. C.; MARCHETTI, O. Concreto Armado Eu te Amo. Volume 1.
8. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2015. (ebook).
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