Laudo de Vistoria

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LAUDO DE VISTORIA TÉCNICA

1. INTRODUÇÃO

A M.R. Engenharia, representada pelo Engenheiro Civil: Michel Roberto


Cassere Rosa - Engenheiro Civil - CREA-SP 5070635951, E-mail:
[email protected] // Cel: (14) 99689-3523, com o presente Laudo de
Vistoria Técnica, objetiva analisar as condições de reformas do imóvel quanto
as irregularidades relativas à construção e suas instalações.

O mesmo foi solicitado pelo proprietário do imóvel, o Sr. MAICON


ALEXANDRE ao observar defeitos em um cômodo recém construído.

2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O Cômodo objeto do presente Laudo de Vistoria está localizada na rua


Drª Ivete Cury, número 70, residencial Vila Verde, CEP 16600-502, Pirajuí-SP. O
imóvel é uma residência unifamiliar, a qual foi reformada recentemente, com a
adição no fundo da construção em sequência a casa original, uma suíte. Essa
reforma foi executada por Pedreiro contratado pelo proprietário do imóvel, não
especificado no presente laudo. A reforma foi executada em estrutura de concreto
armado e alvenaria. O forro é de laje de concreto e o piso de cerâmica. A edificação
data de aproximadamente 2 (dois) anos e estado de conservação do imóvel é bom.

No dia 10 de agosto de 2020, pela manhã, foi feita a vistoria quando foi
realizada uma inspeção dos sistemas prediais da reforma especificada, onde f oram
tiradas fotos das anomalias encontradas.
A seguir a localização do imóvel:

3. LEGISLAÇÃO

Segundo o Código Civil Brasileiro, Lei 10.406/2002, em seu CAPÍTULO


VIII, Da Empreitada:

Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios


ou
outras construções consideráveis, o empreiteiro de
materiais e execução responderão, durante o prazo
irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do
trabalho, assim em razão dos materiais, como do
solo.

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, instituído pela Lei 8.078/90, em


seu Art. 50:

Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal


e será conferida mediante termo escrito.
Parágrafo único. O termo de garantia ou
equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de
maneira adequada em que consiste a mesma a
garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em
que pode ser exercitada e os ônus a cargo do
consumidor, devendo ser-lhe e entregue,
devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do
fornecimento, acompanhado de manual de instrução,
de instalação e uso do produto em linguagem
didática.

Esse artigo garante a proteção contratual e legal, criando o respeito aos direitos
básicos do consumidor.

4. METODOLOGIA

A metodologia empregada foi à INSPEÇÃO VISUAL dos sistemas


construtivos do imóvel conforme a NBR 13.75 2/96 – Perícias e Engenharia Da
Construção Civil. Este método o consiste na investigação visual de anomalias na
estrutura da edificação, como: infiltração, vazamentos, trincas, rachaduras,
oxidação, selantes, entre outros e a observação de sistemas construtivos que não
atendem as normas brasileiras.
A inspeção procede ao diagnóstico das anomalias construtivas e falhas
de manutenção que interferem e prejudicam o estado de utilização do prédio e suas
instalações, tendo como objetivo verificar os aspectos de desempenho, vida útil,
utilização e segurança que tenham interface direta com os usuários. Nota: Não
foram realizados testes, medições ou ensaios na ocasião das vistorias, conforme
nível de inspeção estabelecido no escopo para realização deste trabalho.
Nível da Inspeção: Esta inspeção é classificada como “Inspeção de Nível
01”, representada por análise expedida dos fatos e sistemas construtivos vistoriados,
com a identificação de suas anomalias e de falhas que se apresentam de forma
aparente. Caracteriza-se pela verificação isolada ou combinada das condições
técnicas de uso e de manutenção do sistema da edificação, de acordo com a Norma
de Inspeção Predial do IBAPE e da Norma de Manutenção em Edificações -
NBR 5674, da ABNT, respeitado o nível de inspeção adotado, com a classificação
das deficiências encontradas quanto ao grau de risco que representa em relação à
segurança dos usuários, à habitabilidade e à conservação do patrimônio edificado.

5. SISTEMAS CONSTRUTIVOS INSPECIONADOS

A tabela a seguir descreve os ambientes com anomalias observadas.

Os sistemas construtivos da edificação foram inspecionados em seus


elementos aparentes e estão descritos dos itens que seguem.
5.1 Garagem/Varanda Frontal

Descrição: O piso da garagem apresenta manchas superficiais causadas


devido ao uso, afetando o desempenho estético das placas cerâmicas. Foi verificada
também a presença de trincas que percorrem alguns pontos externos da casa.
Trincas na junção entre o radier e o contrapiso feito no quintal.
Através da análise visual podemos destacar alguns possíveis motivos:
 Movimentação natural do solo entre as partes e vibração não
uniforme na junta, ocasionando a trinca.
 Observou-se que bem no local da trinca na parte frontal da casa
(entrada da casa), no ponto onde termina o radier e inicia o
contrapiso do quintal há uma descontinuidade linear pelo fato de
formar uma pequena rampa de acesso, com isso, no local da
junção forma-se uma cortante, ocasionando o trinco no piso de
revestimento.
 Assentamento de forma irregular da cerâmica devida a má
execução.
5.2 Suíte

Descrição: Na parede de entrada, pelo lado de fora da residência, se


encontra o maior número de patologias. A trinca vertical encontrada na alvenaria
apresenta grande extensão e podem ter sido causadas pela falta de amarração com
algum elemento estrutural como um pilar, por exemplo. Pode ser corrigida fazendo a
devida amarração com o elemento e com a aplicação de telas específicas que
retiram trincas.
Na parte de cima da porta (porta de entrada do quarto pelo lado externo),
há uma trinca que inicia bem na quina da porta. Neste local é preciso verificar se há
uma verga, se ela está bem posicionada e se o seu tamanho é adequado para a
situação, pode também ter a possibilidade de não haver verga, sendo necessária
então a sua devida execução, obedecendo-se as normas da ABNT.

Um pouco mais acima há uma fissura na horizontal percorrendo toda a


parede, essa trinca se localiza um pouco abaixo de onde acredita-se ter uma cinta-
viga, um motivo que ocorre em algumas construções é fazer a amarração com ferro
de diâmetro maior que o necessário ocorrendo dilatação no local
As trincas na vertical no vão da parede são provenientes da deformação
transversal da argamassa sob ação das tensões de compressão, ou da flexão local
dos componentes da alvenaria. Já a trinca horizontal, é proveniente da ruptura por
compressão dos componentes da alvenaria ou da própria argamassa de
assentamento, ou ainda, de solicitações de provenientes da parede. Para estes dois
casos demonstra que também pode estar tendo uma sobrecarga sobre a parede.

Indicação: Na primeira etapa será feita a remoção do revestimento em


alguns pontos estratégicos para verificação se há colunas, cintas e vergas, após isso
inicia-se com a colocação de escoras na laje para diminuir o peso e poder dar início
a execução da restauração. Onde haver a necessidade será feita ou refeita, colunas,
cintas, estacas e “vergas”.

5.3 Circulação Exterior

Descrição: Muro do fundo apresenta uma trinca horizontal com junção a


parede do quarto e outra trinca horizontal no canto do muro (junção entre muros),
onde o mesmo apresentou trinca com ângulo de 45°. O piso também apresenta
trincas. Trincas na junção entre o radier e o contrapiso feito no quintal.
6. ESTADO DE CONSERVAÇÃO

A residência encontra-se em bom estado de conservação, atendendo as


condições de conforto, higiene, salubridade e demais, com instalações em
funcionamento.

7. CONCLUSÃO

A principal causa para o aparecimento das doenças patológicas na


edificação em estudo, tem origem endógena, causada por falha de execução das
obras de terras, conforme justificativa técnica a seguir, descrita após o laudo técnico:

 A não aplicação das normas técnicas regulamentadoras para


fundação adequada e necessária, provocou após o período de
tempo o chamado recalque do solo e, consequentemente o
aparecimento das anomalias do tipo trinca na edificação em
estudo.
 A não utilização, ou utilização em desconformidade com as
normas da ABNT, de vergas, em pontos estruturalmente
necessários, tem afetado diretamente para o aparecimento de
algumas dessas anomalias.
 Recalque diferenciado, por consolidações distintas do aterro
carregado e por falta de homogeneidade do solo. De maneira
geral, as fissuras provocadas por recalques diferenciados são
inclinadas, confundindo-se às vezes com as fissuras provocadas
por deflexão de componentes estruturais.
 As anomalias encontradas estão associadas, a vícios construtivos
e falhas de manutenção, conforme manifestações patológicas
abordadas no relatório fotográfico. A correção ou reparo das
manifestações deve ser executado pelo condomínio conforme
orientações técnicas fornecidas. Todos os trabalhos de
manutenção e recuperação abordados nas recomendações
técnicas deverão utilizar mão – de – obra especializada para
preservar a qualidade e longevidade dos trabalhos.

8. ENCERRAMENTO

Concluímos o presente Laudo em 09(nove) folhas de papel A4, digitadas


e impressas de um só lado e relatório fotográfico com fotografias coloridas, tudo
devidamente rubricado pelos Engenheiros que subscrevem este Laudo.

Pirajuí, 15 de Agosto de 2020.

______________________
MICHEL R. C. ROSA
ENGº. CIVL
CREA/SP 5070635951

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