Monografia 3
Monografia 3
Universidade Rovuma
Nampula
2020
Arcénio Pedro Joaquim Nicomte
Orientado por:
Universidade Rovuma
Nampula
2020
ii
Índice
Lista de Figuras .......................................................................................................................iiiv
Agradecimento........................................................................................................................... vi
Dedicatória................................................................................................................................ vii
Declaração ...............................................................................................................................viii
Resumo ....................................................................................................................................... x
Abstract ...................................................................................................................................... xi
1. Contextualização ..................................................................................................................xii
1.2. Problematização................................................................................................................. 13
3. Métodos da Pesquisa………………………………………………………….……………22
Bibliografia ............................................................................................................................... 40
Apêndice .................................................................................................................................. 43
iv
Lista de Figuras
CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEORICA ................... Erro! Marcador não definido.
Figura 3- Curva de Calibração Construída de 40-240 g /mL a 366 nm, pg, 344.
Figura 4- Curva de Calibração Construída de 50-175 g/mL a 415 nm, pg, 355.
Figura 5- Curva de Calibração Construída de 30-180 g/mL a 500 nm, pg. 355.
v
Lista de Tabelas
Tabela 2: Rendimento dos Principios Activos no Extracto Bruto da Raiz de Hypoxis Hirsuta
(L). Coville., pg. 31.
AGRADECIMENTO
Depois de terminar o trabalho de licenciatura, sinto-me convicto que devo endereçar os meus
agradecimentos pela contribuição e apoio para a minha formação a qual se suporta de infinito
valor. Nesse sentido, expresso os meus agradecimentos:
A Deus por ter assegurado a minha saúde, condição primordial para que este sonho fosse
alcançado.
O meu supervisor, Prof. Doutor Lázaro Gonçalves Cuínica, pela orientação incansável e pelas
valiosas contribuições para este trabalho.
Aos meus pais por terem feito de mim a pessoa que sou e que me deram tudo o que foi
necessário para a conclusão do curso. Aos meus colegas e amigos, que foram um grande suporte
durante o tempo de estudo.
vii
Dedicatória
Dedico este trabalho científico aos meus pais, Pedro Joaquim Niconte e Joaquina Abudo.
viii
Declaração
Declaro que esta monografia é resultado das consultas bibliográficas, das minhas
investigações e das orientações do meu supervisor. O seu conteúdo é original, pois nunca foi
apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção de qualquer grau académico e as
fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro, ainda, não ter sido apresentado por nenhuma outra pessoa ou instituição para a
obtenção de qualquer título académico.
_______________________________________
Lista De Abreviaturas
ASAQ: Artesunato-Amodiaquina
EBEHHL.c: Extracto Bruto Etanólico das Raízes de Hypoxis hirsuta (L). Coville
N: Nitrogênio
Resumo
A Malária é uma doença infecciosa parasitária causada por 4 espécies diferentes do protozoário
do género Plasmodium (P. falciparum, P. vivax, P. ovale e P. malarie). pretendemos dar o nosso
contributo para a melhoria das condições de saúde da população, através deste estudo. Obter
conhecimentos etnofarmacológico das plantas usadas no tratamento de malária na província de
Nampula e sua composição química. Foi usada a técnica bola de neve para a entrevista, o
extracto etanóico foi obtido partir do vegetal seco a temperatura ambiente, a mistura foi filtrado,
pesados e colocados na estufa a 105 ºC, obtendo o rendimento (%), extractos foram secos em
estufa com circulação ar a 85ºC. A analise fitoquímico usando extracto foi feita usando a
metodologia da prospecção preliminar, realizando teste de detecção dos metabólitos: alcalóides,
flavonóides, taninos e saponinos. Os testes foram positivos e a análise quantitativa, as leituras
foram realizadas no espectrofotómetro UV/VIS. Obtendo os seguintes resultados alcalóides
30,715 ±0,002 µg/ml; flavonóides 32,240 ±0,004 µg/ml e taninos 1,571±0,001 µg/ml. Nesse
estudo foi possível conhecer 14 plantas usadas no tratamento de malária, prospecção
etnorfarmacológico, e na prospecção fitoquímica, o EBEHHL.c:, demostrou a presença de
compostos: alcalóides, flavonóides, taninos e saponinas. tendo o flavonóides o princípio activo
com maior concentração, seguido por alcalóides.
Abstract
Malaria is a parasitic infectious disease caused by 4 different species of the protozoan of the
genus Plasmodium (P. falciparum, P. vivax, P. ovale and P. malarie). We intend to make our
contribution to the improvement of the population's health conditions, through this study.
Obtain ethno pharmacological knowledge of the plants used to treat malaria in the province of
Nampula and its chemical composition. The interviewees were selected using the snowball
technique, the ethanol extract was obtained from the dried vegetable at room temperature, the
mixture was filtered, weighed and placed in the oven at 105 ºC, obtaining the yield (%), extracts
were dried in the oven with air circulation at 85ºC. The phytochemical analysis using extract
was made using the methodology of preliminary prospecting, performing detection test of the
metabolites: alkaloids, flavonoids, tannins and saponins. The tests were positive and the
analysis of the number of readings was performed on the UV / VIS spectrophotometer.
Obtaining the following results for alkaloids 30,715 ± 0,002 µg / ml; flavonoids 32,240 ± 0,004
µg / ml and tannins 1,571 ± 0,001 µg / ml. In this study, it was possible to know 14 plants used
in the treatment of malaria, ethnorfarmacological prospecting, and in phytochemical
prospecting, the extract of H. EBEHHL.c:, demonstrated the presence of compounds: alkaloids,
flavanols, tannins and saponins. having flavonoids the active ingredient with the highest
concentration, followed by alkaloids.
CAPíTULO I: INTRODUÇÃO
1. Contextualização
A malária é uma doença infecciosa, não contagiosa, reconhecida como um grave problema de
saúde pública no mundo, ocorrendo principalmente na África, Sudeste Asiático e na Região
Amazónica da América do Sul, numa incidência anual estimada em 300 milhões de casos, sendo
80% deles em países africanos (TAUIL, 2006. p. 39).
No entanto, a OMS desaconselha a utilização da artemisina como monoterapia, uma vez que
potência o aparecimento de resistências a um fármaco com um papel decisivo no manejo de
casos de malária (OMS, 2010 citado por SEQUEIRA). (SEQUEIRA, 2017. p.73)
Uma vez que alguns dos principais fármacos antimaláricos actuais, tal como o quinino e a
artemisinina, são moléculas obtidas a partir de plantas, torna-se essencial que se investiguem
outras plantas medicinais utilizadas tradicionalmente como antimaláricas, de modo a
comprovar a sua eficácia e segurança e a determinar as suas potencialidades como novos
agentes antimaláricos (GESSLER, 1995).
De forma a ultrapassar os problemas mais comuns nesta área de investigação, tais como a
identificação correcta do material vegetal e a possível variabilidade da composição química de
remédios tradicionais, propusemo-nos a fazer um estudo etnofarmacológico e fitoquímico de
plantas com actividade antimalárica de plantas medicinais usadas pelos terapeutas tradicionais
na Província de Nampula, país onde mais de dois terços da população vive em regiões onde a
malária é endémica.
13
1.1. Justificativa
As populações das diferentes regiões em todo o mundo têm vindo a utilizar desde há milénios,
as plantas como parte do seu sistema de cuidados de saúde primários. Esta interdependência
homem-planta medicinal continua a ser uma realidade para cerca de 80 % da população mundial
(WHO, 2005).
1.2. Problematização
Desde os tempos mais remotos, as plantas sempre estiveram presentes na vida do homem. A
utilização dos vegetais com fins de tratamentos é anterior ao desenvolvimento da ciência. Cada
povo possui sua própria listagem de plantas medicinais, geralmente plantas comuns no território
ou região em que habitam, cujas aplicações são transmitidas através de gerações. (YUNES,
2001). Nas tribos indígenas. É difícil precisar como as propriedades terapêuticas dessas plantas
foram descobertas. Talvez por instinto, por intuição ou até mesmo através da observação dos
animais, que se valem das plantas para a cura de seus males. (YUNES, 2001).
1.3. Objectivos
Objectivo Geral:
Objectivos Específicos:
1.4. Hipóteses
Em conformidade com esta abordagem para concretização do estudo sobre o tema aqui
proposto, o autor recorrerá, na colecta de dados as técnicas de observação directa intensiva,
leitura, entrevista. Na observação directa serão contemplados os principais aspectos
relacionados com a entrevista da população no caso o uso de plantas medicinais no tratamento
de malária.
A pesquisa vai decorrer na Província de Nampula, tendo como universo todos os curandeiros
que estiveram disponíveis a fornecer os dados requeridos. Portanto tratar-se-á de recurso a um
tipo de amostragem por acessibilidade.
15
A malária é uma doença tropical, infecciosa, parasitária, que tem como agentes etiológicos
protozoários do género Plasmodium; é transmitida ao homem pela picada de um mosquito do
género Anopheles, o qual inclui mais de 400 espécies (BRASIL, 2010). Somente quatro, de
aproximadamente 120 espécies de Plasmodium, são responsáveis por infectar seres humanos;
sendo o homem o único reservatório com importância epidemiológica para a malária. As
espécies causam a malária em seres humanos: P. vivax, P. falciparum e P. malariae. Uma quarta
espécie, o P. ovale, só é encontrado em áreas restritas do continente africano (FRANÇA, 2008).
Uma vez alcançada a corrente sanguínea, os esporozoítos migram pelo corpo até atingirem os
hepatócitos, onde se processa o desenvolvimento parasitário, cerca de 30 minutos após a
infecção. Após a invasão dos hepatócitos, inicia-se o ciclo assexuado do plasmódio. Esta
primeira fase do ciclo é denominada exo-eritrocítica, pré-eritrocítica ou tissular e, portanto,
precede o ciclo sanguíneo do parasita (BRAGA, 2005 citado por FERREIRA). (SEQUEIRA,
2017. p.73)
Malária não complicada: Malária sintomática sem sinais de gravidade ou evidência (clínica
ou laboratorial) de disfunção de órgão vital. Os sinais e sintomas de uma malária não
complicada são inespecíficos. (CANDRINHO, 2017).
A procura por moléculas oriundas de produtos naturais para combater a malária constitui-se
em uma importante arma, pois, por apresentarem diversidade estrutural, as mesmas podem ser
sintetizadas para formar novos compostos que podem ser usados como estratégias para o
controle da doença. Como exemplo pode-se citar duas das principais drogas utilizadas no
tratamento da doença, quinina e artemisina, as quais foram isoladas de espécies que já tinham
tradição milenar em seu uso popular (DOLABELA, 1997). e princípios activos são obtidos a
partir dos vegetais, a base desta medicina (WHO, 1992).
No início do séc. XX quando houve o advento da síntese química (MING, 1994) iniciou-se a
procura pelos princípios activos presentes nas plantas medicinais, criando assim, os primeiros
medicamentos com as características conhecidas actualmente (CALIXTO & SIQUEIRA,
2008).
Droga vegetal é a planta medicinal, ou suas partes, que contenham as substâncias, ou classes
de substâncias, responsáveis pela acção terapêutica, após processos de colecta, estabilização,
quando aplicável l, e secagem, podendo estar na forma íntegra, rasurada, triturada ou
pulverizada. Derivado vegetal é o produto da extracção da planta medicinal in
natura ou da droga vegetal, podendo ocorrer na forma de extracto, tintura, alcoolatura, óleo fixo
e volátil, cera, exsudato e outros. A matéria-prima vegetal compreende a planta medicinal, a
droga vegetal ou o derivado vegetal (BRASIL, 2010).
.Os medicamentos fitoterápicos são caracterizados pelo conhecimento da eficácia e dos riscos
de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade (BRASIL, 2010).
Uma planta é considerada medicinal por possuir substâncias que têm acção farmacológica
(actuação dos componentes químicos das plantas no organismo). Estas substâncias são
denominadas princípios activos (LORENZI & MATOS, 2002).
a) Alcalóides: são compostos orgânicos cíclicos que possuem pelo menos um átomo de
nitrogénio no seu anel. Na sua grande maioria, possuem carácter alcalino, já que a presença do
átomo de (N) representa um par de electrões não compartilhados. Essa classe de compostos do
metabolismo secundário apresenta-se estruturalmente bastante diversificada e é reconhecida
pela presença de substâncias que possuem acentuado efeito no sistema nervoso, sendo muitas
18
delas largamente utilizadas como venenos ou alucinogénios, além disso, apresentam uma ampla
gama de actividades biológicas como: anticolinérgica, emética, antimalárica, anti-hipertensiva,
hipnoanalgésica, amebicida, estimulante do SNC, antiviral, mio relaxante, anestésica, anti-
tumoral, antitussígeno, colinérgica, dentre outras (BARBOSA-FILHO et al., 2006).
Os taninos hidrolisáveis (figura 3) são caracterizados por um poliol central, geralmente uma
molécula de glicose (ou outro açúcar) esterificada com ácido gálico ou ácido elágico ( DIAS et
al., 2014 . Citado por COSTA) (COSTA, 2013). Estes taninos por hidrólise ácida liberam ácidos
fenólicos: gálico, caféico, elágico e um açúcar (SGARBIERI, 1996). Citado por (RIBEIRO,
2014). O ácido tânico é um típico tanino hidrolisável, o qual é quebrado por enzimas ou de
forma espontânea.
19
Diversas actividades biológicas são atribuídas a essa classe de polifenóis, tais como actividade
anti-tumoral, antioxidante, antiviral e anti-inflamatória, dentre outras, o que lhe confere
significativa importância farmacológica.
Outra propriedade importante é a actividade antioxidante que pode ter acção inibitória de
enzimas, excelente capacidade de quelar metais, como o ferro e actuação como “scavenging”
de radicais de oxigénio (ROS), uma vez que a presença destes tem sido relacionada a certas
21
doenças crónicas, como: doenças auto–imune (artrite reumatóide, lúpus), câncer, doença de
Parkinson (RIBEIRO, 2014).
Segundo Henrique, (2007, p129) Nos enseios contra P. falciparum, os alcalóides, 1,2 e 3 foram
dissolvidas em DMSO, testadas numa concentração inicial 10 µg/ml, com diluição derivada 1:
10 (7 diluições variando de 10 a 100 µg/ml). A microplaca foi incubada por 24 horas a 37ºC. O
alcalóide 1 (8A3.2.1) apresentou a CI50 18 µg/ml e o alcalóide 3 (8D4.2) a CI50 de 7µg/ml. O
alcalóide 1 (8A3.4.1) com CI50 18 µg/ml, não apresentou actividade tão expressiva, comparada
com os alcalóides 1 e 3.
Descrição taxinómica: As espécies de hypoxis, são tubérculos perenais com folhas longas em
forma de cercias chapada e flores amareladas em forma de estrela chapada. As espécies podem
ser distinguidas pelo tamanho, configuração e orientação das folhas, bem como o tamanho e
configuração das flores. (WYK, B. E. V. & HEERDEN, F. V, 2002)
Uso: A infusão dos bolbos é usada como emética para tratar doença, desordens vesiculares e
demência (loucura). Decocções são dadas as crianças fracas como tónico e suco e reportado
como aplicado para queimaduras. Os estomas e as folhas são misturas com outros ingredientes
para tratar problemas de próstata. Usos tradicionais são também incluídos no tratamento de
tumores testiculares, hipertrofia e infecções urinarias. (WYK, B. E. V. & HEERDEN, F. V,
2002)
3. Métodos da pesquisa
Para melhor o estudo deste facto e o sucesso na elaboração desta monografia, aprofundamento
de análises e envolvimento de variedade e quantidade de informações no caso, usou-se o
método bibliográfico, o método de entrevista, o método experimental e método estatístico.
Todos os curandeiros disponíveis, a partir das plantas medicinais usadas por eles com a
finalidade de curar ou prevenir a malária. Foram entrevistados os 48 raizeiros mais conceituados
em 5 distritos de Murrupula, Malema, Monapo, Rapale e Nampula cidade.
A colecta dos dados se deu por meio de conversas informais com os raizeiros na própria mata,
sendo que alguns preferiam em trazer apenas as suas folhas e explicar o modo de preparo. As
plantas citadas foram seleccionadas pelo facto de serem as mais usadas pelos curandeiros.
Preenchendo a tabela (apêndece 1)
o distrito de Ribaué. Nampula em 2019, pelo pesquisador Arcénio Pedro Joaquim Niconte,
estudante da Universidade Rovuma. Posteriormente, a matéria foi seca a temperatura ambiente
por sete dias e. A droga vegetal produzida foi armazenada em sacos plásticos hermeticamente
fechados até sua utilização.
A extracção foi feita por maceração em mistura hidroetanólica (70% EtOH), na proporção de
1g da droga vegetal seca para 10 ml do solvente extractor durante cinco dias à temperatura
ambiente sob agitação esporádica (apêndece 3). A mistura foi filtrada usando o algodão seco
seguido de papel de filtro. Para a determinação do resíduo seco, foram feitas três medições do
extracto fluido (2 ml cada) em cadinhos de porcelana previamente tarados na balança analítica,
e foram seguidamente colocados na estufa a 105 ºC durante 2 horas, depois, foram resfriados
em dessecador e pesados. Em seguida foram submetidos em estufa novamente, onde de 30 em
30 minutos foram pesados até obtenção de peso constante. A percentagem do resíduo seco foi
determinada de acordo com a seguinte fórmula:
O extracto foi seco em estufa com circulação ar a 85ºC. Os extractos secos obtidos foram
conservados em recipientes de polietileno opacos com tampas, devidamente identificados e
selados, protegido da luz e da humidade, à temperatura ambiente, para minimizar possíveis
mudanças no material, como aglomeração causada pela absorção de água e oxidação.
A análise fitoquímica qualitativa de princípios activos em extractos secos foi realizada por
reagentes específicos para cada grupo de metabólitos secundários:
a) Identificação de alcalóides: Adicionou-se 1 ml de extracto etanόlico em 1 ml de HCl a 5%,
em seguida, adicionou-se 5 gotas de reagente de Bouchardat (solução de iodo). A presença de
um precipitado laranja avermelhado, indicou a presença de alcalóides.
25
b) Solução Extractiva:
Preparou-se a solução do extracto (2000 µg/mL) de seguida diluiu-se 1 ml da solução do
extracto em 10 ml de etanol (70%), em 3 repetições, não se fez a mistura neste caso foi
analisado somente o solução extractiva. O branco foi a solução etanol. Para cada amostra
testada, o branco específico foi composto por etanol a 70%, respectivamente. As leituras foram
realizadas no espectrofotómetro UV/VIS – J.P. SELETA, s.a VR-2000 SPECTROPHOMETER
(apêndece 3) a 366 nm. A análise foi realizada em triplicata.
26
a) Solução Padrão: Preparou-se a solução metanólica de catequina (1000 µg/mL), que foi
diluída em metanol para 20, 30, 40, 50, 60 e 70 µg/ml. Usou-se a mistura de vanilina (4%) e
ácido clorídrico (37%) como reagente. Aferiu-se o volume de todas as amostras com o metanol.
O branco foi composto pela solução Vanilina/HCl e MeOH. As leituras foram realizadas no
espectrofotómetro UV/VIS – KASUAKI (Leitor de microplacas) a 500 nm após 20 min de
reacção. Todas as análises foram realizadas em triplicata e a curva padrão foi estabelecida com
a média de dados de três gráficos nas concentrações estabelecidas.
b) Solução Extractiva: Preparou-se a solução do extracto (2000 µg/mL) de seguida diluiu-se
1 ml da solução do extracto em 10 ml de etanol (70%) em 3 repetições. Usou-se a solução de
Ácido clorídrico (37%) como reagente. O branco foi a solução etanol. Para cada amostra
testada, o branco específico foi composto por etanol a 70%, respectivamente. As leituras foram
realizadas no espectrofotómetro UV/VIS – J.P. SELETA, s.a VR-2000 SPECTROPHOMETER
(apêndece 3) a 500 nm. A análise foi realizada em triplicata.
27
Das plantas mencionadas, foram seleccionadas 14, sendo que as principais indicações ligadas
a problemas de saúde como de malária ou febres, havendo ainda distinção entre o sintoma e a
doença, sendo referenciado como “Etecucha” e “Nanchecua” que na forma literária traduz se
(febres e febres da tarde).
Na tabela 1, mostra-se a listagem das 14 plantas ( cuja as imagens se encontram apéndece 2),
resultado do levantamento feito das plantas medicinais mais indicadas pelos curandeiros,
enfatizando a finalidade terapêutica, a parte utilizada e o modo de preparo e algumas indicações
científicas.
28
Nº Nome popular Nome científico Actividade Parte Formas de Dosagens e vias de Duração
usada preparação administração de
Farmacológica
do remédio tratament
o
1 pau-preto (Mphive) Dalbergia melanoxylon Antimalárica Raiz Chá Duas vezes por dia, via 5 dias
guill oral
2 Maino a havara (chicória) aspidosperma vargasii Antimalárica Folha Chá 2 vezes por dia, via oral 3 dias
3 Namavaca linaria purpúrea (L) Mill Antimalárica Folhas e Banho e chá Duas vezes por dia, via 2 dias
raízes oral
4 babosa (eloi) aloé maculata all Antimalárica Folhas Chá Duas vezes por dia, via 5 dias
oral
5 alface-de-espinhos lactuca serriola L Antimalárica Folhas Repelente Duas vezes por dia, 3 dias
queimar e aquecer
29
7 magnolia- preto ou roxo magnoliaceae liliflora Antimalárica Folhas Chá Duas vezes por dia, via 7 dias
(mussiro) desr\ oral
8 batata-africana (namuassa) hypoxis hirsuta (L). Antimalárica Raiz Chá Duas vezes por dia, via 2 dias
coville oral
9 árvore-do-paraíso (enyeme) elaeagnus angustifólia L Antimalárica Folhas Chá 2 vezes por dia, via oral 7 dias
10 pilriteiro (male) cretaegus laevigata Antimalárica Folhas Chás Duas vezes por dia, via 5 dias
(poir.) DC oral
11 Tamarinda (wepa) Tamarindos indica L. Antimalárica Folhas Chá 2 vezes por dia, via oral 5 dias
12 (nipaca) Rhus aromática aiton Antimalárica Caule Chá Uma vez, via oral 2 dias
13 Cacto-palmatoria Oputis máxima mil. Antimalárica Folhas Chá Via oral 3 dias
(nassapato)
14 Pau-azeito noni Morinda citrifolia L. Antimalárica Folhas Chá Duas vezes ao dia, via 7 dias
oral
Fonte: autor
30
Os resultados citados indicam que, de modo geral, embora existam vários Centros de Saúde na
província de Nampula com alguns profissionais de saúde e alguns medicamentos disponíveis a
comunidade, a população desta província ainda prefere recorrer à fitoterapia, primordialmente
o uso das plantas como principal recurso terapêutico para os cuidados básicos de saúde. Os
informantes justificaram esta preferência em virtude da cultura local, da disponibilidade, do
fácil acesso e da confiança neste recurso. Observou-se que a comunidade de Murrupula
encontra-se em um processo sociocultural transicional.
De acordo com (AMOROZO, 2002), podem ocorrer tanto aquisições como também perdas em
uma farmacopeia popular, pois sua composição é um processo dinâmico. Sendo que a
probabilidade de haver aquisição tanto de novas espécies que antes não ocorriam na área, como
de novos usos para as espécies já existentes no local, aumenta nas situações em que o contacto
com a sociedade geral e com migrantes é intensificado.
A escolha desta planta para a análise fitoquímica deve-se ao facto de ser abundante e poder
ser encontrada em qualquer estação do ano, e ser a que foi mais mencionada, embora o modo
de preparo seja diferente.
Forma de preparação: a forma de preparo deste remédio varia de região em região, no distrito
de Murrupula, Rapale e Malema lava-se a raiz, descasca-se e corta-se em pedaços ferve-se com
uma quantidade de sal de cozinha suficiente.
No distrito de Monapo, lava-se a raiz, descasca-se e corta-se em pedaços de seguida coloca um
metal no fogão coloca-se o vegetal por cima da tampa até que esta esteja carbonizado. Dosagem
e vias de administração: no distrito de Murrupula, Rapale e Malema toma se duas vezes por dia.
Numa xícara de chá. Monapo coloca se uma colher de sopa na papa de farinha e toma se 3 vezes
por dia. Duração do tratamento: 3 dias.
31
Extracto etanoicos
Fonte: autor
extractos etanóicos devido sua polaridade, o que lhe confere uma melhor propriedade
extractiva.
De acordo com Falkenberg, et al (2007, apud COSTA, 2013), a análise fitoquímica preliminar
é utilizada para identificar os grupos de compostos secundários, quando não se dispõe de
estudos químicos sobre a espécie de interesse, ou pode ser relevante para direccionar a
investigação para o isolamento e a elucidação estrutural dessas substâncias.
Neste estudo, essa informação preliminar sobre a composição química da espécie foi de
fundamental importância, pois apesar de uma vasta pesquisa bibliográfica não foram
encontrados estudos químicos referentes às espécies pertencentes ao género hypoxis. Os
resultados das análises estão descritos na tabela a baixo.
Figura 2- Imagem da Marcha Fitoquímica Preliminar Extracto Bruto Etanólico das Raízes De
H. hirsuta
Fonte: Autor
As saponinas têm sido apontadas por suas actividades hemolítica, antiviral e anti-inflamatória
(SIMÕES, 2004). Ressaltando-se que os resultados positivo obtidos neste estudo para
saponinas, indicam a presença desses metabólitos na planta, podendo ocorrer da quantidade
dessas substâncias serem muito pequenas, o que dificultaria sua detecção por reacções
qualitativas, gerando resultado positivo com pouca intensidade.
Quanto ao uso da espécie como antimalárica, o resultado positivo para a presença de alcalóides
no extracto é sugestiva de que a espécie possa vir a ter actividade antiplasmódica (BASCO et
al., 1994 Citado por COSTA). (SAXENA et al., 2003. Citado por COSTA). refere que a
actividade antiplasmódica de alcalóides de origem vegetal tem sido amplamente relatada na
literatura, sendo que no período de 1990 a 2000 mais de uma centena de substâncias activas
desta classe foram descritas, algumas até mais potentes que a cloroquina. (COSTA, 2013).
O valor das concentração de alcalóides totais, após leitura espectrofotometria dos extractos
etanóicos da amostra da raiz de Hypoxis hirsuta (L). Coville. esta apresentado na tabela 3. A
equação resultante da curva de calibração com o padrão boltina e os resultados foram expressos
em g equivalentes de boltina por mililitro (g/ml).
Fonte: autor
Fonte: autor
Não foram encontrados dados na literatura quanto ao teor de alcalóides, flavonóides e taninos
presentes na raiz, de hypoxis hirsuta (L). Coville. Os únicos dados encontrados na literatura
quanto ao teor de metabólitos secundários são de uma espécie do mesma família e género
hypoxis hemerocallidea que não se observou nada nos cromatogramas, tanto a UV 366 nm
como com DRG a luz visível (SANTIAGO, 2007).
Análise esta que pode servir de base para estudos futuros que busquem novas fontes naturais
de compostos com esta propriedade. Que não esta vetado ou merece de avaliação pelo mesmo
método ou por um outro método.
5.1. Conclusão
No estudo etnofarmacológico das 14 espécies citadas somente uma é que foi cientificamente
estuda a Aspidosperma vargasii e A. desmanthum, tendo se observado muito activa ao P.
falciparum.
39
Como já foi esclarecido no corpo do trabalho, apenas foi feito o estudo etnofarmacológico e
fitoquímico qualitativo e quantitativo, como uma pesquisa preliminar do conhecimento das
espécies vegetais usadas para o tratamento da malária na província de Nampula. Neste contexto,
recomenda-se:
Bibliografia
Apêndice
44
Apêndice 1
Apêndice 2
1 2
3 4
5 6
[
46
7 8
9 10
11 12
47
13
14
Fonte: autor
Apêndice 3