O Papel Da Educação Ambiental para Prevenção Dos Impactos Socioambientais Nas Áreas de Inundação No Bairro de Matuto 3
O Papel Da Educação Ambiental para Prevenção Dos Impactos Socioambientais Nas Áreas de Inundação No Bairro de Matuto 3
O Papel Da Educação Ambiental para Prevenção Dos Impactos Socioambientais Nas Áreas de Inundação No Bairro de Matuto 3
Francisco Guilherme
[email protected]
Resumo
Este artigo objetiva-se por analisar o papel da educação ambiental para a prevenção dos impactos sócio-
ambientais nas áreas de inundação do bairro de Matuto 3. A metodologia usada foi o método qualitativo,
que permitiu buscar as qualidades ambientais do bairro e de certa forma como os técnicos do município
vela bairro e os mecanismos que usam para gerir e prevenir das inundações e buscar as práticas dos
moradores em relação aos impactos sócio-ambientais das inundações. Como instrumentos de recolha de
dados usou-se a observação directa e a análise documental. Os resultados da pesquisa mostram que as
medidas de prevenção das inundações adoptadas pelos munícipes do bairro de Matuto 3, limitam-se em
acções não estruturais de educação aplicando metodologias de transmissão e participativa, e na base das
experiências, os moradores percebem que as inundações trazem impactos sócio-ambientais adversos.
Assim o estudo conclui que as acções de educação ambiental do técnicos do município não se fazem sentir
no bairro de Matuto 3, e os moradores estão expostos nas áreas susceptíveis às inundações por falta de
condições e facilidades de aquisição de talhões. Sendo assim, o estudo recomenda ao Conselho Municipal
da Cidade de Montepuez, Junto a Comité de Gestão de Riscos de Calamidades e um representante do
Comité do Círculo do Bairro de Matuto elaborar um Programa ou Plano de Educação Ambiental para a
prevenção das inundações na zona de Matuto 3, e recomenda aos moradores a não se expor em áreas
susceptíveis às inundações como motivo de falta de condições.
Abstract
This article is aimed at analyzing the ambient education paper to prevent socio-ambient impacts in the
mating areas of Matuto 3. As well as the technical techniques of the city and the mechanisms that we use
to prevent and prevent floods and practice the killers in relation to the socio-ambient impacts of the floods.
How data collection tools are used for systematic observation and documentary analysis. The results of the
survey showed that as a means of preventing the adoptions adopted by the municipalities of Matuto 3, we
limit ourselves to actions not structured in education applying transmission and participatory
methodologies, and on the basis of experience, the killers perceive that as floods bring impact socially-
environmental adversos. This study concludes that as a result of the ambient education measures of the
municipality's technicians, they are not located in the Matuto 3 bar, and the killers are exposed to
suspicious areas and failures due to lack of conditions and acquisition facilities. Send it to the Student
Council of Montepuez, together with the Committee of the Risk Management of Calamities and a
representative of the Committee of the Circle of Mataro of Matuto elaborate a Program or Ambient
Education Plan for the prevention of injunctions Matuto 3, and recommends killers should not be exported
in suspicious areas as reasons for lack of conditions.
Introdução
Moçambique é um país que enfrenta várias ameaças devido à sua morfologia e localização
geográfica, estando exposto a eventos extremos relacionados ao clima, sendo os mais frequentes
as cheias, inundações, ciclones e secas em certas épocas. Além dos efeitos naturais levam a
ocasionar esses eventos, as acções antrópicas também pautam com maior registo, que se
estabelece em um risco urbano, à medida que a população urbana está crescendo e ocupando
espaços para habitação em zonas de riscos às inundações urbanas.
De acordo com MICOA (2005), as cheias e inundações no país, são causadas não só pela
precipitação que ocorre dentro do território nacional, mas também pelo escoamento das águas
provenientes das descargas das barragens dos países vizinhos situados a montante. Considerando
que o país tem nove bacias hidrográficas internacionais e outras tantas pequenas bacias, constata-
se que praticamente todo o país é vulnerável às cheias e inundações.
Diante dos riscos de eventos extremos relacionados ao clima, através da Lei de Gestão de
Calamidades de 15/2014, no seu artigo 15, Moçambique adoptou Sistema de Aviso Prévio que é
coordenado a nível central pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) e que
integra as diferentes instituições responsáveis pela previsão e monitoria de fenómenos
susceptíveis de causar calamidades mais frequentes.
de Gestão de Calamidades, 2014). Compete ainda a esta instituição, realizar acções de informação
pública sobre calamidades naturais, gestão de recursos humanos e financeiros para uma
intervenção rápida e antecipada.
No olhar de Pedrosa, Abreu e Danelon (2019), defendem que “o processo de urbanização que
caracteriza o século XX e início do século XXI é marcado pelo crescimento de grandes
aglomerações urbanas, muitas vezes sem qualquer tipo de planeamento, crescendo de uma forma
desordenada”.
Em resumo: a pesquisa em torno deste assunto possibilita compreensão sobre que medidas
são de caracter de prevenção face aos impactos sócio-ambientais das inundações no bairro de
matuto 3. Por conseguinte o seu objectivo é analisar o papel da educação ambiental para
prevenção dos impactos sócio-ambientais nas áreas de inundação no bairro de matuto 3.
Metodologia
O presente estudo optou uma observação directa e análise documental com o propósito em
contar a frequência de um fenômeno em estudo e na identificação das relações entre os
fenômenos, sendo que a interpretação dos dados se socorre de modelos conceituados definidos a
priori.
Nesse contexto, resultam diversos tipos de problemas sócio-ambientais e riscos, nos quais se
inserem as inundações urbanas, que demostram as formas predatórias das relações do homem
com a natureza. Do verificado no bairro de Matuto 3, os impactos sócio-ambientais das
inundações são agravados à medida que o processo de uso e ocupação do solo é feito de maneira
inadequada, onde a população geralmente de baixa renda ocupa locais impróprios à moradia,
expondo-se a diversos riscos ambientais e patológicos.
Destaca-se que o uso sem limites e sem maiores cuidados do ambiente, especialmente em
relações antropocêntricas, vem trazendo graves consequências para a própria preservação da vida
no planeta. A urgência em resolver os problemas ambientais, foi constatada quando ficou evidente
que era necessário preservar e conservar, para poder sobreviver. Essa temática do uso dos
recursos naturais e da necessidade de um cuidado maior dos bens naturais, sempre esteve
acompanhada da temática da educação ambiental.
Educar para a sustentabilidade, não se trata de uma tarefa fácil, uma vez que, a educação
ambiental pretende estimular mudanças nos hábitos culturais, sociais e econômicos, pretende
alterar costumes que promovem o consumismo, que só visam lucros. Assim sendo, a educação
ambiental possui a difícil tarefa de mudar esta realidade, visando a sobrevivência da vida no
planeta terra.
No pensar de Philippi e Pelicioni (2014), analisam que “educação ambiental vai formar e preparar
cidadãos para a reflexão crítica e para uma ação social corretiva, ou transformadora do sistema, de
forma a tornar viável o desenvolvimento integral dos seres humanos”. (p. 3).
Segundo Philippi e Pelicioni (2014), salienta que “a sociedade capitalista urbano-industrial e seu
atual modelo de desenvolvimento econômico e tecnológico têm causado crescente impacto sobre
o ambiente, e a percepção deste fenômeno têm ocorrido de maneiras diferentes por ricos e
pobres”. (p. 7).
Inundação
Segundo Rocha (1995), inundação é um fenómeno associado à acção de cobrir de água uma
determinada superfície, de alagar, de espalhar sobre uma área, em relação a quantidade de água
que origina esse fenómeno.
E Ramos (2013), analisa que “a definição de inundação é intuitiva e está relacionada com as
cheias, pois todas cheias provocam inundações mas nem todas inundações são devidas às cheias”.
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Impacto sócio-ambiental
No presente estudo, refere-se aos impactos sócio-ambientais adversos aqueles que trazem
danos e prejuízos na sociedade e no ambiente, do bairro de matuto 3 em particular. Os impactos
ambientais atingem todos os seres vivos do nosso planeta. Assim sendo, tanto a classe social alta,
quanto a classe social baixa são atingidas, mas acredita-se que devido ao consumismo, as classes
mais favorecidas sejam responsáveis pela maior contaminação do ambiente, como exemplo,
podemos citar o consumismo que gera a alta produção de lixo no bairro de matuto 3.
As inundações podem se resultar de várias causas e, a partir delas, dividindo-se em vários tipos tal
como Cunha e Taveira-Pinto (2011) e Ramos (2013), assemelham os seus conhecimentos que “as
inundações fluviais ou cheias, inundações de depressões topográficas, inundações costeiras e
inundações urbanas”.
Inundações costeiras: são causadas pelos tsunamis e maremotos, sismos com fenómenos
de subsidência tectónica, “storm surge” (tempestade) e elevação do nível normal do mar;
Inundações urbanas: são causadas pelas chuvas intensas, sobrecarga dos sistemas de
drenagem artificiais, cheias, subida do lençol freático e chuvas com défice de capacidade
de drenagem superficial.
Kobiyama, Mendonça, Moreno, Marcelino, Gonçalves, Brazetti, Goerl, Molleri e Rudorff (2006),
destacam
A avaliação sócio-ambiental dos danos causados pelas inundações deve ser um elemento
eminente na tomada de decisões sobre a gestão do risco. Os impactos geridos pelas
inundações têm sempre tendência a aumentar, os financiamentos disponíveis são limitados
e os custos de gestão são cada vez mais maiores quando conjugados às várias dimensões
(ambiental, político-social e económica) (Rocha, 1995).
Segundo OMS (2007 citado em Pozzer e Mazzega (2013), advoga as inundações geram
interrupção nos serviços de saneamento básico cruciais à saúde pública, favorecendo, a
proliferação de vectores e aumento de doenças de origem sanitária, geram também impactos
psicológicos e à saúde mental.
Segundo Reis-Leandro (2013), para a implementação de medidas, sejam elas estruturais ou não-
estruturais, deve se considerar diversos aspectos naturais e locais (ambientais, hidrológicos, uso e
ocupação do solo, características socioeconómicas) com vista a enquadrar-se à realidade do
contexto dos indivíduos envolvidos.
Com efeito, a Educação Ambiental nas medidas não-estruturais pode desempenhar um papel
preponderante na prevenção dos impactos socioambientais das inundações por meio de
capacitação e sensibilização das pessoas na sua inter-relação com o meio ambiente.
De acordo com Silva, Souza e Agosto (2013), defendem que “as metodologias educativas podem
ser consideradas como procedimentos didácticos utilizados com o intuito de oferecer condições
favoráveis ao processo de ensino-aprendizagem”.
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De acordo com Amaral e Silva (2010), na escolha de metodologia (s) da educação ambiental, o
educador deve ter em conta as características do grupo-alvo e dos objectivos a alcançar, para
apurar que metodologia se adequa à realidade.
Metodologia tradicional
De acordo com Grandi (1983), salva que “a metodologia tradicional parte da premissa de que as
ideias e conhecimentos são os pontos mais importantes da educação e, como consequência, a
experiência fundamental que os educandos devem viver para alcançar seus objectivos é a de
“receber” o que o educador lhe oferece”.
Com a proposta de Grandi, permite compreender que os educandos assumem uma posição
passiva no processo de ensino e o educador privilegia a simples transmissão de conhecimento.
Pois, os temas ambientais são considerados conteúdos de ensino em conhecimentos pré-
estabelecidos que devem ser transmitidos de quem sabe (o educador) para quem não sabe (o
educando).
Grandi (1983), ainda observa que “no processo de transmissão existe um sério perigo de adoptar a
metodologia de transmissão: o facto de que o que se transmite não sejam só conhecimentos mas
também procedimentos e práticas, que não alteram o carácter transmissivo e os educandos não
fazem outra postura reflexiva diante de possíveis problemas que venham surgir”.
Com a visão do Grangi pode citar-se exemplo de métodos que definem esta metodologia,
palestra e exposição que se limita na transmissão oral ou visual de conhecimentos, e que o lideres
ou as autoridades do bairro de matuto 3, juntamente com os técnicos do conselho municipal
adoptarem essa formalidade, leva o bairro um nível significativo de capacitação dos moradores de
matuto 3 em conhecimento dos riscos das inundações e que de certa forma contribuirá na adopção
de boas formas de gestão ambiental do bairro.
Metodologia participativa
Metodologia activa
Sgundo Lopes (2015), defende que “um dos impulsionadores da utilização da metodologia activa
foi Palmer, em 1998. Este autor apresentou um modelo integrador, centrado nos processos de
aprendizagem que levam à compreensão de conceitos, construção de conhecimento e promoção
de atitudes”.
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Desta forma, constata-se que a percepção dos impactos socioambientais das inundações do
bairro de matuto 3 constitui fonte de conhecimento e se relaciona com educação ambiental, por
um lado, os seres humanos visualizam e compreendem as suas inter-relações com o meio
ambiente, resultando experiência, sensibilidade, aprendizagem e tomada de decisão, por outro, a
educação ambiental estimula a percepção dos indivíduos sobre as questões socioambientais.
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Considerações finais
Os impactos socioambientais das inundações tendem cada vez mais a crescer na medida em
que a ocupação do solo para habitação for de forma inadequada. Actualmente, esta ocupação está
intrinsecamente ligada à urbanização acelerada e aliada ao factor limitativo de baixa renda ou
menor percepção dos seus impactos. A prevenção dos impactos socioambeintais das inundações
deve ser feita em medidas estruturais ou não-estruturais. As medidas não-estruturais
compreendem acções em metodologias de educação ambiental, as quais devem ser usadas de
acordo com as particularidades do grupo-alvo em relação aos objectivos a alcançar, com vista
facultar a troca de conhecimentos e experiências e, através dessa troca, formar-se indivíduo que
tenha conhecimentos e habilidades de prevenir os impactos das inundações.
Referências bibliográficas
Cunha, S., & Taveira-Pinto, F. (2011). Aplicação de uma metodologia de análise de risco de
inundações à zona ribeirinha do Peso da Régua. 6ª Jornadas de Hidráulica, Recursos Hídricos e
Ambiente, FEUP, ISBN 978-989-95557-5-4.
Diesel, A., Marchesan, M. R., & Martins, S. N. (2016). Metodologias ativas de ensino na sala de
aula: um olhar de docentes da educação profissional técnica de nível médio. Revista Signos,
Lajeado, 37 (1), 1983-0378.
Kobiyama, M., Mendonça, M., Moreno, D. A., Marcelino, I. P. V. O., Gonçalves, E., Brazetti, L.
L. P., Goerl, R. F., Molleri, G. S. F., & Rudorff, F. M., (2006). Desastres Naturais e Medidas
Preventivas. ~
Pedrosa, A. C., Abreu, C. F. N. R., & Danelon, J. R.B. (2019). Os riscos de inundação urbana:
Uma proposta de gestão das águas pluviais nos aglomerados urbanos. Pombalina.
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Philippi, Arlindo Jr & Pelicioni, Maria Cecília Focesi (2014). Educação ambiental e
sustentabilidade. 2. Ed rev. E atual. Barueri, SP: Manole, (Coleção ambiental, v. 14).
Pozzer, M., & Mazzega, P. (2013). A redução de risco de inundação no Brasil: uma prioridade
no quadro legislativo do país. 10 (25-36).
Ramos, C. (2013). Perigos Naturais Devidos a Causas Meteorológicas: O aso das cheias e
inundações. Universidade de Lisboa, Centro de Estudos Geográficos.
Saraiva, M. G., & Carvalho, L. (2009). Rios e Cidades: Oportunidade para a sustentabilidade
urbana. Portugal: Lisboa.