Eixo 1 - Direitos Sociais 2 Folhas

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Redação Vix

Curso de redação – Redação Vix


Professora Lorena Altoé

EIXO TEMÁTICO I
Direitos sociais

Aqui trabalharemos conjuntos de possíveis temas que orientam nosso planejamento textual com a finalidade
de desenvolver e estimular o repertório sociocultural do aluno. Ao definirmos os eixos temáticos também
limitaremos os conteúdos abrangidos pelo assunto trabalhado não dando espaço para a divagação e para
outros temas secundários.
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EVOLUÇÃO HISTÓRICA E OS DIREITOS SOCIAIS
Os direitos sociais surgiram em razão do tratamento desumano vivido pela classe operária durante a Revolução
Industrial na Europa, nos séculos XVIII e XIX. A principal característica dessa revolução foi a substituição do trabalho
artesanal pela produção em grande escala e com uso das máquinas. Nesta época, proprietários de fábricas europeus
ambicionavam lucrar mais e o operário acabou sendo explorado, trabalhando horas que hoje sabemos serem exaustivas
em troca de salário baixíssimos. Os “direitos liberais” – Liberdade, Igualdade, Fraternidade – conquistados nesse
mesmo período mostraram-se frágeis: as necessidades primárias dos indivíduos como alimentar-se, vestir-se, morar, ter
condições de saúde, ter segurança diante da doença, da velhice, do desemprego e dos outros percalços da vida não
estavam sendo de fato assegurados. O descontentamento da classe operária fortaleceu a conscientização sobre a
necessidade de “direitos sociais” que através do Estado iriam proteger essas minorias.

Conceito:
Os direitos sociais  “se realizam pela execução de políticas públicas, destinadas a garantir amparo e proteção social
aos mais fracos e mais pobres; ou seja, aqueles que não dispõem de recursos próprios para viver dignamente”.

De fato, os direitos sociais exigem a intermediação dos entes estatais para sua concretização; consideram o homem
para além de sua condição individualista, e guardam íntima relação com o cidadão e a sociedade, porquanto
abrangem a pessoa humana na perspectiva de que ela necessita de condições mínimas de subsistência.
Os direitos sociais podem ser agrupados em grandes categoriais: a) os direitos sociais dos trabalhadores, por sua vez
subdivididos em individuais e coletivos; b) os direitos sociais de seguridade social; c) os direitos sociais de natureza
econômica; d) os direitos sociais da cultura; e) os de segurança.

DIREITOS SOCIAIS EM ESPÉCIE


1. EDUCAÇÃO: O direito à educação está tratado nos artigos 6º e 205 da Constituição Federal . Esse direito tem por
sujeito passivo o Estado e a família. O Estado tem o dever de promover políticas públicas de acesso à educação de
acordo com os princípios elencados na própria CF (art. 206), e, por expressa disposição, obriga-se a fornecer o ensino
fundamental gratuito (art. 208, § 1º).

2. SAÚDE: Apenas em 1988 foi que a saúde passou a ser tratada, pela ordem constitucional brasileira, como direito
fundamental. Gomes Canotilho e Vital Moreira sinalizam que o direito à saúde comporta duas vertentes: “uma, de
natureza negativa, que consiste no direito a exigir do Estado (ou de terceiros) que se abstenha de qualquer ato que
prejudique a saúde; outra, de natureza positiva, que significa o direito às medidas e prestações estaduais visando à
prevenção das doenças e ao tratamento delas”.[32].

3. TRABALHO: O direito ao trabalho, isto é, de ter um trabalho ou de trabalhar, é o meio mais expressivo de se
obter uma existência digna[33], e está previsto na CF/88 como um direito social, e não mais como uma obrigação
social, tal como previa a Constituição de 1946.Constitui um dos fundamentos do Estado democrático de Direito os
valores sociais do trabalho (CF, artigo 1º, inciso IV), ademais, o artigo 170 da CF funda a ordem econômica na
valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tudo a assegurar uma existência digna a todos, em atenção à
justiça social .Nos termos do art. 22, I, da CF, compete privativamente à União legislar sobre direito do trabalho, não
estando ela obrigada a utilizar-se de lei complementar para disciplinar a matéria, que somente é exigida, nos termos
do art. 7º, I, da mesma Carta, para regrar a dispensa imotivada.

4. MORADIA: O direito à moradia foi inserido no artigo 6º da Constituição por meio de Emenda Constitucional, a


de número 26, de 14.2.2000, embora já se cogitasse de sua fundamentalidade pelo disposto no artigo 23, IX da CF.
O direito à moradia não é necessariamente direito a uma casa própria, mas sim a um teto, um abrigo em condições
adequadas para preservar a intimidade pessoal dos membros da família (art. 5, X e XI), uma habitação digna e
adequada. Não há dúvidas de que a casa própria seria o meio mais efetivo de se concretizar o direito à moradia,
todavia, esta não é a realidade social vigente.A própria impenhorabilidade do bem de família, levada a efeito pela
Lei 8009/90, encontra fundamento no artigo 6º da Constituição Federal.

5. LAZER: A Constituição dispõe, no § 3º do Artigo 217 que “o Poder Público incentivará o lazer, como forma de
promoção social”. Tal direito está relacionado com o direito ao descanso dos trabalhadores, ao resgate de energias
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para retomada das atividades. Costuma-se condenar os empregadores que, entregando excessiva carga de trabalho ao
empregado, retiram-lhe o intervelo interjornada de modo a inibir o convívio social e familiar, suprimindo a
oportunidade de ócio, isto é, de tempo destinado ao lazer, garantida constitucionalmente.

6. SEGURANÇA: A segurança tem o condão de conferir garantia ao exercício pleno, e tranquilo, dos demais direitos
e liberdades constitucionais. Na dimensão de direito social está intimamente relacionada com o conceito de segurança
pública, tratada no artigo 144 da Constituição Federal.Ensina José Afonso da Silva que segurança “assume o sentido
geral de garantia, proteção, estabilidade de situação ou pessoa em vários campos, dependente do adjetivo que a
qualifica (...) A segurança pública consiste numa situação de preservação ou restabelecimento dessa convivência
social que permite que todos gozem de seus direitos e defesa de seus legítimos interesses”.[34]O STF afirmou que o
direito à segurança “é prerrogativa constitucional indisponível, garantido mediante a implementação de políticas
públicas, impondo ao Estado a obrigação de criar condições objetivas que possibilitem o efetivo acesso a tal serviço.

7. PREVIDÊNCIA SOCIAL: Visa valorizar a vida de pessoas que atingiram determinada idade ou que, por algum
motivo, tornaram-se incapazes de trabalhar ou de sustentar sua família. Estão previstas em dois tipos: adições:
pagamentos em dinheiro para aposentadoria por problemas de saúde, por idade e por tempo de colaboração, nos
auxílios doenças, funeral, reclusão e maternidade, no seguro-desemprego e na renda por morte; benefícios: prestações
continuadas como benefícios médicos, farmacêuticos, odontológicos, hospitalares, sociais;

8. PROTEÇÃO À MATERNIDADE E À INFÂNCIA: Tal direito está inserido como direito previdenciário (artigo
201, II), e como direito assistencial (artigo 203, I e II). Destaca-se, também, no artigo 7º, XVIII da CF previsão de
licença à gestante.

9. ASSISTÊNCIA AOS DESAMPARADOS: A Constituição Federal estabelece que a assistência social será


prestada aos necessitados, independentemente contribuírem ou não com a previdência social. Por sua vez, está ligada
ao princípio da solidariedade e, ao mesmo tempo, às garantias constantes em toda a Constituição Federal, fazendo com
que mesmo aqueles que não estão em condições de sustentar-se de forma plena tenham condições dignas de viver em
sociedade.

Os direitos sociais “nasceram abraçados ao princípio da igualdade” e são os que mais se aproximam do princípio da
dignidade da pessoa humana e da cidadania, pois visam a reduzir as desigualdades entre as pessoas, proporcionando aos
indivíduos melhores condições de vida.
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O QUE A CONSTITUIÇÃO DIZ SOBRE OS DIREITOS SOCIAIS?
No Brasil, os Direitos Sociais são uma garantia constante na  Constituição Federal de 1988  e são definidos em dois
títulos:

 direitos e garantias fundamentais: significa que eles são parte essencial daquilo que o  Estado  deve garantir a
seus indivíduos;
 ordem social: são uma necessidade para o estabelecimento de uma sociedade capaz de perpetuar-se ao longo do
tempo de maneira harmônica.

Estão prescritos no Art. 6º da Constituição Federal uma série de direitos sociais mais ou menos abstratos, que
precisam ser regulamentados por outras leis , mas que definem a essência daquilo que a nação compromete-se a garantir.
Entre eles  estão o direito à educação , à saúde , à alimentação , ao trabalho , a moradia , ao lazer, a segurança ,
a previdência social , proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados.
No direito ao trabalho se encaixam principalmente normas que amparam e humanizam os trabalhos como:

 13° Salário: valor pago no final do ano, no mesmo valor que a remuneração do trabalhador;
 FGTS: depósito pela empresa de 8% do salário bruto do trabalhador com objetivo de garantir uma reserva de
dinheiro em momentos em que o trabalhador se encontrar em dificuldade, como  demissão , diagnóstico de
doenças, ou outras eventualidades;
 seguro-desemprego: uma assistência em dinheiro dado ao trabalhador em caso de demissão  sem justa causa;
 vale Transporte: propiciar a locomoção entre o emprego e a sua casa;
 abono salarial: benefício de salário mínimo  a cada ano para quem possui uma renda mensal de até dois salários
mínimos;
 aviso Prévio: em caso de quebra de contrato, a outra parte deve ser avisada com 30 dias de antecedência;
 Adicional noturno: a remuneração deve ser 20% maior para pessoas que trabalham entre 22:00 horas de um dia
às 5:00 horas do próximo dia;

O Lazer também é reconhecido como direito social, já que após as  revoluções industriais  o ritmo de trabalho do homem
passou a ser estabelecido pela necessidade de produção cada vez maior e  incansáveis horas de trabalho. Com a
conquista de direitos trabalhistas  essa situação mudou e a jornada de trabalho  foi reduzida. No entanto, os salários
também e com isso as pessoas começaram a buscar formas alternativas de complementar a renda domiciliar, não
utilizando o tempo livre para descanso ou lazer.
Por isso hoje em lei está assegurado:

 um dia remunerado destinado ao descanso e lazer que seja preferencialmente aos domingos, não podendo ser
vendido pelo empregado ao empregador;
 férias remuneradas após um período de 12 meses trabalhados, com direito de até 30 dias de férias caso não
tenha faltado sem justificativas mais de cinco dias no ano;

A Educação ocupa um lugar de destaque nos rol dos direitos humanos  por ser essencial e indispensável para o exercício
da cidadania, assim como a Segurança que é uma das garantias do exercício pleno dos outros direitos sociais.
A Saúde também é um direito humano  e passou a ser um direito social de todo indivíduo, seja qual for sua condição
social ou econômica, crença religiosa  ou política. Sua garantia deve buscar sempre o equilíbrio entre  influências
ambientais , modos de vida e vários outros componentes para resguardar o bem-estar físico, mental e consequentemente
social, já que uma pessoa saudável é mais participativa na sociedade.
A proteção da maternidade sempre foi uma preocupação da Organização Internacional do Trabalho . A intenção desde
o início foi garantir que as mulheres pudessem combinar seus papéis de trabalhadoras e de mães e prevenir um
tratamento desigual por parte do empregador em razão desse papel. Hoje, de acordo com a lei, as mulheres têm direito:

 à assistência médica e sanitária;


 salário maternidade e licença a maternidade durante 120 dias;

O direito à previdência social visa valorizar a vida de pessoas que atingiram determinada idade ou que, por algum
motivo, tornaram-se incapazes de trabalhar ou de sustentar sua família. Estão previstas em dois tipos:

 adições: pagamentos em dinheiro para aposentadoria por problemas de saúde, por idade e por tempo de
colaboração, nos auxílios doenças, funeral, reclusão e maternidade, no seguro-desemprego e na renda por morte;
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 benefícios: prestações continuadas como benefícios médicos, farmacêuticos, odontológicos, hospitalares,
sociais;

A assistência social, por sua vez, está ligada ao princípio da solidariedade e, ao mesmo tempo, às garantias constantes
em toda a Constituição Federal,  fazendo com que mesmo aqueles que não estão em condições de sustentar-se de forma
plena tenham condições dignas de viver em sociedade.

PROBLEMAS NA SOCIEDADE X DIREITOS SOCIAIS


Mesmo diante da importância dos direitos sociais é evidente que nem todos os aproveitam com plenitude.
O desemprego é uma questão preocupante não somente em nosso país mas em todo o mundo. Outro exemplo são os
trabalhadores informais – que não possuem carteira de trabalho. Sabe-se que a população economicamente ativa no
Brasil gira em torno de 72 milhões de pessoas, mas somente 22 milhões têm emprego formal. Assim, aproximadamente
50 milhões de homens e mulheres desta população ativa estão sem carteira de trabalho, vivendo de atividades informais
e sem contar com seus direitos sociais.
A educação é outro tema problemático. Apesar de todos os compromissos feitos pelos governantes por meio de
instrumentos internacionais como a Carta da ONU   e declarações de Direitos Humanos  e nacionais como
as Constituições , preocupadas em promover a educação para todos, especialmente a educação básica de qualidade,
milhões de crianças ainda permanecem privadas de oportunidades educacionais, muitas delas devido à pobreza.
Assim como a educação, a questão do caos na saúde pública tem grande evidência. A prestação de serviços de
qualidade e com eficiência e assistência ao cidadão por parte do Estado brasileiro é muito questionada.
Vem conferir o debate sobre direito a moradia e crise habitacional!

QUAIS POLÍTICAS ASSEGURAM OS DIREITOS SOCIAIS?


Existem muitas políticas que asseguram nossos direitos sociais. No caso do  desemprego, o Estado  e suas políticas
podem dar amparo e assistência por meio da previdência social  de acordo com o artigo 7° da Constituição , e aos não
empregados, a qualificação profissional e encaminhamento ao mercado de trabalho.
No caso da educação, o artigo 205 da Constituição Federal  afirma a educação  como um direito de todos e dever do
Estado e da família. Assim como o artigo 208, que estabelece as obrigações que o Poder Público tem que percorrer para
que assim possa oferecer educação  de qualidade a todos os seus cidadãos.
A segurança pública é tratada no artigo 144 da Constituição  e corresponde a garantia, proteção e estabilidade de
situações ou pessoas em diversas áreas. Preservando a convivência social de maneira que todos possam gozar e defender
seus interesses.

RESUMINDO: Os direitos sociais foram reconhecidos e positivados através das lutas das classes operárias, buscando,
inicialmente, a proteção dos trabalhadores. Com o transcorrer dos tempos, concretizou-se o entendimento de que os
direitos sociais não têm como escopo somente a proteção dos trabalhadores explorados, mas também das minorias
excluídas, dos hipossuficientes. O Estado deve atuar de forma a minorar os problemas sociais, propiciando a melhoria
de condições de vida aos necessitados. Seguindo esses preceitos que os direitos sociais estiveram presentes em todas as
constituições que vigoraram em nosso País, desde a do Império (1824) até a atual. E, acompanhando a positivação na
cultura constitucional contemporânea e vindo de forma a aperfeiçoar as demais constituições que vigoraram no Brasil, a
Constituição Federal, a Cidadã, foi promulgada de forma a estatuir e concretizar os direitos sociais.

ATUAÇÕES: No que concerne à concretização dos direitos sociais, cumpre destacar que o Poder Executivo e o Poder
Legislativo exercem um papel preponderante na concretização desses direitos, seja por meio da promoção de políticas
públicas, seja por meio da edição de leis.

Executivo
O Poder Executivo é representado pelo Presidente da República, pelos governadores dos estados e pelos prefeitos nos
municípios. Entre suas funções estão administrar o governo, representar o Brasil no exterior, sancionar as leis aprovadas
pelos deputados e deputadas e tomar decisões sobre a construção de equipamentos públicos, como hospitais e escolas.
Suas esferas:
Nível municipal: os prefeitos são os responsáveis finais, juntamente com os vice-prefeitos;
Nível estadual e Distrito Federal: os governadores lideram o Executivo com os vice-governadores;
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Nível federal: e, por fim, a União, onde temos o Presidente da República como representante máximo do Poder
Executivo, junto do vice-presidente.

Legislativo
O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional e pelas Assembleias Legislativas estaduais. Ele carrega a
missão de fiscalizar as medidas e ações tomadas pelo Poder Executivo, além de criar e aprovar leis em benefício da
população. Constituído por senadores, deputados federais, deputados estaduais e vereadores.

Judiciário
Já o Poder Judiciário é composto por diversos tribunais. A instância máxima de sua decisão é o STF, o Supremo
Tribunal Federal. Sua principal função é garantir o cumprimento das leis no país e o respeito à Constituição. Ele
também é o responsável por administrar a Justiça no país e tomar decisões sobre conflitos entre grupos e pessoas da
sociedade. O órgão máximo da justiça no Brasil é o Supremo Tribunal Federal, composto por 11 ministros nomeados
pelo presidente da República.
Limitações
Os poderes têm entre si uma necessidade de harmonia e a interdependência para que não haja uma sobreposição entre
eles. Porém, essa interdependência não vigora em sua totalidade. Para que haja um controle entre esses poderes, cria-se
o sistema de pesos e contrapesos. Esse controle pode ser feito de diversas maneiras, como, por parte do Executivo,
vetando projetos de leis advindos do Congresso; ou do Legislativo, julgando o Presidente da República por crime de
responsabilidade; e também pelo Judiciário, no julgamento de inconstitucionalidades de leis do Legislativo.

 Importa afastar, desse modo, a principal objeção em relação ao cumprimento dos direitos sociais: o argumento
enganoso de que sua satisfação, e somente a deles, vincula-se à disponibilidade de recursos, como se essa condicionante
fosse capaz de extrair-lhes a fundamentalidade exigida para sua afirmação. Como adverte Flávia Piovesan,

“Os impedimentos para a implementação dos direitos econômicos e sociais, entretanto, são mais políticos que físicos.
Por exemplo, há mais que suficiente alimento no mundo para alimentar todas as pessoas; a fome e a má nutrição
generalizada existem não em razão de uma insuficiência física de alimentos, mas em virtude de decisões políticas sobre
sua distribuição” (2002, p. 185).

Torna-se evidente, portanto, que a prestação de direitos sociais pelo Estado está relacionada, principalmente, às pessoas
que compõem as classes que não possuem recursos financeiros o bastante para arcar com suas necessidades, e que,
assim como qualquer indivíduo, devem ter sua dignidade preservada, sendo dever do Estado garantir que isso ocorra.
Como se vê, o debate acerca dos direitos sociais está diretamente ligado ao desenvolvimento econômico do país: quanto
mais pobre este, maior a base da pirâmide social, e, portanto, mais importante a formulação de políticas públicas que
facilitem o acesso do conjunto da população aos direitos sociais.
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Exercício de fixação do conteúdo

1 - Em qual contexto histórico surgiu a necessidade da criação de Direitos Sociais?


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2 – Defina, com suas palavras, o conceito de Direitos Sociais e qual o seu objetivo:
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3 – Cite e explique 3 tipos de direitos que constituem os Direitos Sociais:


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4 – Quais são os órgãos que atuam na concretização dos Direitos Sociais?


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5 – De forma resumida, responda:


a) Qual a função do Executivo e por quais órgãos ele é representado?
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b) Qual a função do Legislativo e por quais órgãos ele é representado?


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c) Qual a função do Judiciário e por quais órgãos ele é representado?


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6 – Cite uma limitação para a efetivação dos Direitos Sociais e uma medida que reverta esse cenário:
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A partir da leitura dos textos motivadores apresentados seguintes e com base nos conhecimentos construídos
ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa
sobre o tema: O DIREITO À CIDADE EM QUESTÃO NO BRASIL apresentando proposta de
intervenção social, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I Quando se pensa ou se reivindica o direito à cidade, certamente se faz referência a alguns aspectos que, de
acordo com determinada compreensão, são extremamente necessários à vida urbana: um hábitat que facilite as relações
sociais; sentimento de pertencimento, a fim de tornar possível a apropriação do espaço público; condições dignas de
vida; valorização das pessoas e dos espaços de convivência; novas formas de participação social na administração
pública local; igualdade de direitos. Para que isso se concretize, algumas mudanças são almejadas, o que representa
evidentemente a superação de certos desafios. Portanto, a questão urbana e habitacional deve ser compreendida com
base na relação política e econômica da sociedade brasileira, além de algumas particularidades em sua formação social e
histórica, uma vez que, ao mesmo tempo em que a população convive com um cenário mediado por aluguéis altos,
imóveis ilegais e déficit habitacional, bairros com infraestrutura urbana se beneficiam da especulação imobiliária.
Conclui-se que essa questão é produto do capitalismo e expressa suas contradições no cotidiano vivido por seus
habitantes, num contexto urbano de violação dos direitos humanos, como o direito à educação, à saúde, à moradia, entre
outros. Como resposta às inúmeras condições precárias de vida, grupos atuam em diversos setores sociais em busca de
mudanças no modo de governar, planejar e desenvolver as cidades, isto é, lutam pelo direito à cidade . Disponível em:
https://www.paulofreire.org/images/pdfs/livros/Cadernos_Formacao_Direito_Cidade.pdf 26.08.16

Texto II A questão de que tipo de cidade queremos não pode ser divorciada do tipo de laços sociais, relação com a
natureza, estilos de vida, tecnologias e valores estéticos desejamos. O direito à cidade está muito longe da liberdade
individual de acesso a recursos urbanos: é o direito de mudar a nós mesmos pela mudança da cidade. Além disso, é um
direito comum antes de individual já que esta transformação depende inevitavelmente do exercício de um poder coletivo
de moldar o processo de urbanização. A liberdade de construir e reconstruir a cidade e a nós mesmos é, como procuro
argumentar, um dos mais preciosos e negligenciados direitos humanos. Só para se ter uma ideia da dimensão social
deste fato, em Belém, no Pará, mais de 50% da população moram na ilegalidade, em Recife (PE), são cerca de 40%, e
na Baixada Fluminense, 80% da população não têm acesso a esgotamento sanitário. Disponível em:
http://www4.pucsp.br/neils/downloads/neils-revista-29-port/david-harvey.pdf

Texto III O direito à cidade é sobre o poder para a classe trabalhadora, para as pessoas de cor, para os imigrantes, os
jovens e para todos os outros comprometidos com uma sociedade verdadeiramente democrática. Uma sociedade onde
todos os habitantes da cidade têm o poder de moldar as decisões e as condições que afetam nossas vidas. Luta-se por
melhorias concretas que resultam em comunidades mais fortes e um melhor estado de ser para os amigos, familiares e
para o futuro dos filhos. As organizações defendem campanhas para a conquista de habitação, educação, transporte e
emprego. Luta-se por uma comunidade segura e segurança, sustentabilidade do bairro, justiça ambiental e direito à
cultura, celebração, descanso e espaços públicos. Estes são os resultados relevantes das lutas para ter de volta a cidade.
Estes são os objetivos que emolduram o direito à cidade. Disponível em: http://rioonwatch.org.br/?p=7921 26.08.16
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Leitura complementar:
Conceito:

O direito a cidade é, em resumo, um direito que cabe a todos e a todas de participar de processos de produção e fruição do
espaço urbano. Ninguém pode ser excluído desse processo, especialmente, as minorias e os que vivem nas periferias das cidades.
No plano do instituído, nós podemos traduzir isso a partir do Estatuto da Cidade, no qual, na nossa Lei Federal 10.257, de
10 de julho de 2001, coloca o Direito à cidade como o direito à terra urbana, moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura
urbana, ao transporte, aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer para as presentes e futuras gerações.
Contudo, o mais importante é que seja introjetado a ideia de direito à cidade para além do direito. Ele também é uma
filosofia, uma posição política, que deve ser utilizada em contraponto àquela visão da cidade que é tratada como mercadoria, aquela
cidade que é produzida para dar acesso a bens e serviços públicos e a fruição do espaço só por algumas pessoas ou por determinadas
classes sociais. Nesse sentido enquanto filosofia, enquanto uma posição, enquanto uma concepção de cidade que deve disputar com
essa visão de cidade-mercado, que provém de uma ideologia capitalista na produção do espaço urbano, a gente tem que assimilar
essa ideia de direito à cidade, o direito de todos os habitantes presente e futuros, permanentes e temporários de habitar, usar, ocupar,
produzir, governar e desfrutar de forma justa e inclusiva segura e sustentável, as cidades, vilas e assentamentos humanos.

Isso porque a cidade é o bem comum, ela é essencial para uma vida plena e decente como diz a plataforma global pelo  direito à
cidade, e esse conceito foi trabalhado a mil mãos, por "n" pensadores, militantes, estudiosos e ativistas da temática.

Violação desse direito:

A violação do direito à cidade quando praticada no âmbito do Estado, ela ocorre, justamente, quando o Estado atua como lugar-
tenente do modo de produção capitalista, quando ele está à serviço como instituição, que trabalha patrocinada pelo capitalismo. De
forma geral, no sentido político é isso: quando prevalece a ideologia da cidade-mercado sobre o direito à cidade. Em termos
práticos, ela ocorre quando há uma leitura, justamente, contrária do conceito de direito à cidade, que é quando há uma negação do
direito à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte, aos serviços públicos, ao lazer.  De forma prática
é olhar para a cidade e ver que eu não tenho saneamento básico, que eu ando em um ônibus lotado, que eu preciso me deslocar por
quatro horas do meu bairro até o meu trabalho, nesse transporte público que a classe trabalhadora realiza cotidianamente. Outra
forma é quando estou condenado aos fins de semana de ficar preso no meu bairro porque cortam as linhas de ônibus para que o
trabalhador possa usar o transporte coletivo e fique impedido de acessar toda as áreas da cidade. Então, o direito à cidade é violado a
cada momento e a cada ação ou omissão do poder público que impede que eu possa usufruir a cidade, que eu possa gozar e dispor
de tudo o que a cidade oferece para as classes mais privilegiadas e para as classes que não são privilegiadas. 

https://www.brasildefato.com.br/2020/10/10/direito-a-cidade-e-negado-a-muitos-brasileiros-como-ter-acesso-
a-ele

AGORA É COM VOCÊ

Desenvolvimento 1:

“A princípio, é indubitável destacar que o cenário de desigualdade social no país contribui para o distanciamento do direito à
cidade.”

Faça uma análise sobre a desigualdade social no país e aborde a negação de direitos básicos como educação, saúde e moradia e
como isso aumenta o abismo social, retirando, portanto, o direito de indivíduos como cidadãos.

Desenvolvimento 2:
“Ademais, a ausência de efetivas ações governamentais para o alcance dos direitos que constituem a cidade é outro empecilho
social.
Justifique abordando como a ausência de políticas públicas e atuação governamental em garantir direitos sociais como segurança
potencializam ainda mais a desordem desse meio tão importante para a evolução social e econômica.

Possíveis Agentes:
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL
MINISTÉRIO DA INFRAESTRUTURA
MINISTÉRIO DA CIDADANIA
Elaborar 1 proposta para resolução dos dois tópicos apresentados, no d1 e no d2.

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