5automatizando Tarefas No Linux

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DESCRIÇÃO

Ferramentas para automatização de tarefas em um sistema operacional Linux, empregando a


ferramenta CRON e programação SHELL SCRIPT.

PROPÓSITO
Conhecer ferramentas de automatização do Linux essenciais para tarefas do dia a dia em
servidores e estações de trabalho permitirá que tarefas rotineiras de administração e gerência
de sistemas Linux sejam realizadas de forma mais eficiente e eficaz.

PREPARAÇÃO
Para melhor aproveitamento do curso, recomendamos dispor de uma máquina Linux para
treinar com os exemplos apresentados. Caso não disponha de um computador com o Linux
instalado, há duas formas simples de obtê-lo, sem precisar reinstalar seu computador:

Mais simples e rápido: No Windows 10, instale o “Linux Subsystem” (da própria
Microsoft). Em seguida, na loja Microsoft Store, instale uma distribuição Linux. Sugestão:
Ubuntu Linux.
Mais avançado: Instale uma máquina virtual utilizando um Hypervisor como o Virtualbox
ou o Microsoft Hyper-V. Em seguida, baixe o CD de instalação de uma distribuição, à sua
escolha, e instale-o na máquina virtual.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Definir agendamentos, por meio da ferramenta

CRON, para a execução automática de tarefas

MÓDULO 2

Definir SCRIPTS para a automatização de tarefas no terminal Linux, sem a necessidade de


interação do usuário

MÓDULO 3

Empregar variáveis de ambiente e estruturas de decisão em SCRIPTS

MÓDULO 4

Esquematizar tarefas complexas em SCRIPTS com o uso de estruturas de repetição

INTRODUÇÃO
Imagine que você é o administrador de um servidor Linux, responsável por um importante
serviço da empresa e, ao final de cada dia, um relatório sobre esse serviço deve ser enviado
para os gestores. Para emitir esse relatório diário, são necessários alguns comandos e a
contabilização de resultados. Em seguida, os números obtidos precisam ser digitados e
enviados por e-mail.

A situação acima é muito comum e faz parte do dia a dia de muitos administradores, com
tarefas rotineiras e repetitivas. Mas o cenário também descreve uma condição de baixa
eficiência do trabalho, já que exige um esforço manual para realizar uma tarefa recorrente.
Pense em todo o tempo acumulado, ao longo de meses ou anos, para a realização de uma
única e específica tarefa, repetidamente. Por fim, a pessoa responsável por essa tarefa deverá
estar disponível nos dias e horários determinados, e sua ausência precisará ser suprida por
outra pessoa, ou a tarefa não será realizada.

Para cenários assim, existem ferramentas capazes de automatizar tarefas em sistemas


operacionais, como o Linux. Neste curso, aprenderemos como programar SCRIPTS para
realizar tarefas concatenando sequências de comandos. Aprenderemos, também, a utilizar o
serviço CRON para agendar a execução automática de processos.

MÓDULO 1

 Definir agendamentos, por meio da ferramenta CRON, para a execução automática de


tarefas
CONCEITOS
A necessidade de automatizar a execução de processos não é nova, e ainda nos anos 1970,
nas primeiras versões do sistema operacional UNIX, foi criada uma ferramenta específica para
essa função, que recebeu o nome de CRON.

De simples configuração, o CRON permite determinar dias e horários em que comandos serão
executados, de forma automática e sem a intervenção de usuários.

FERRAMENTA MULTIUSUÁRIO
É importante entender que o CRON é uma ferramenta multiusuário. Na prática, isso significa
que cada usuário no sistema operacional poderá ter sua configuração própria e independente
dos demais usuários.

No CRON, os processos são sempre executados pelo usuário a quem pertence a configuração.

Por exemplo, considere duas configurações de CRON, aqui representadas com palavras:
 EXEMPLO

– Usuário ‘root’

Executar todos os dias às 23h o comando: /usr/limpeza

- Usuário ‘bob’

Executar todos os domingos às 9h o comando: /home/bob/relatorio_semanal

O CRON se encarregará de executar, todos os dias, às 23h o comando ‘/usr/limpeza’.

Esse comando será executado pelo usuário ‘root’ no sistema operacional.

Da mesma forma, todos os domingos, às 9h, o comando ‘/home/bob/relatorio_semanal’ será


executado pelo usuário ‘bob’, automaticamente, através do CRON.

 ATENÇÃO

Lembre-se: Como o CRON é um serviço multiusuário, sempre considere qual usuário


executará os comandos configurados. Esteja atento para as permissões que serão necessárias
para cada comando ser executado com sucesso.

COMO CONFIGURAR O CRON DE USUÁRIO


A configuração que cada usuário possui no CRON é chamada de CRONTAB. Para manipular
uma CRONTAB, usaremos o comando com esse mesmo nome.
CRONTAB

O ‘TAB’ se refere a tabelas.

Para editar o CRONTAB, é usado o comando:

$ crontab -e

Observação:

Ao usar o comando ‘crontab’ pela primeira vez, poderá ser apresentada uma opção para
escolha do editor de texto.

Assim como em quase tudo no Linux, o CRONTAB também é um arquivo texto.

 DICA

Escolha o editor com que se sinta mais confortável. Se não tiver certeza, prefira um editor mais
simples como o ‘nano’.

$ crontab -e

no crontab for bob - using an empty one

Select an editor. To change later, run 'select-editor'.

1. /bin/nano <---- easiest

2. /usr/bin/vim.basic

3. /usr/bin/vim.tiny

4. /bin/ed

Quando terminar de editar o CRONTAB, você deverá salvá-lo. Se for o editor ‘nano’, use a
combinação de teclas Crtl-X.

Ao abrir o editor, o CRONTAB poderá estar preenchido com diversas informações e instruções
que as distribuições Linux incluem para auxiliar os usuários.
REGRAS E FORMATOS DO CRONTAB

Todas as linhas sem conteúdo são ignoradas pelo CRON.

Todas as linhas começadas com ‘#’ são tratadas como comentários e, portanto, ignoradas
pelo CRON. Em geral, os editores mostrarão essas linhas com cores destacadas para
facilitar a visualização.

Cada tarefa será configurada em uma (e somente uma) linha, que deverá conter os
campos requeridos pelo CRON.

Cada linha possui 6 ou mais campos de configuração, separados por espaços.

Os cinco primeiros campos de cada linha representarão as configurações de tempo, ou


seja, quando cada tarefa deverá ser executada.

O sexto campo e os demais representam o comando que será executado pelo CRON, no
dia e horário estabelecido.

MINUTO

Número de 0 a 59, representando o minuto em que a tarefa será executada.

HORA

Número de 0 a 23, representando a hora em que a tarefa será executada.

DIA DO MÊS
Número de 1 a 31, representando o dia do mês.

MÊS

Número de 1 a 12 (1 – janeiro, 2 – fevereiro etc). Também são admitidas abreviações, em


inglês, ‘jan’, ‘feb’, ‘mar’...

DIA DA SEMANA

0 → domingo

1 → segunda-feira

2 → terça-feira...
O dia da semana costuma causar confusão entre nativos da língua portuguesa, pois nesse
idioma alguns dias da semana são numerais (segunda, terça, quarta...). Esteja atento para
isso.

O CRON também admite o uso da máscara ‘*’ para representar ‘qualquer valor’.

Vejamos alguns exemplos:

Fonte: O autor

O CRON executará ‘/bin/comando’ todos os dias, sempre às 17h30.

30 17 10 * * /bin/comando

O CRON executará ‘/bin/comando’ no dia 10 de todos os meses, às 17h30.

30 17 * 12 * /bin/comando

O CRON executará ‘/bin/comando’ todos os dias do mês de dezembro, às 17h30.

30 17 * * 5 /bin/comando

O CRON executará ‘/bin/comando’ nas sextas-feiras, às 17h30.

30 17 10 3 * /bin/comando

O CRON executará ‘/bin/comando’ no dia 10 de março, às 17h30.

30 17 * 3 1 /bin/comando

O CRON executará ‘/bin/comando’ todas as segundas-feiras do mês de março, às 17h30.

O CRON também permite incluir mais de um valor por campo e criar agendamentos
sofisticados.

Valores separados por vírgula: A execução será disparada quando qualquer um dos
valores for atendido.

Valores separados por traço: Indica intervalo, e o comando será executado quando
qualquer um dos valores no intervalo for atendido.
0,15,30,45 * * * * /bin/comando

Nesse exemplo, o comando será executado nos minutos 0, 15, 30 e 45, todas as horas do dia,
todos os dias.

0,15,30,45 0,12 * * * /bin/comando

Ao incluir as horas 0 e 12, o comando será executado todos os dias em 8 horários:

0h, 0h15, 0h30, 0h45, 12h, 12h15, 12h30 e 12h45.

0,15,30,45 0,12 * * 1-5 /bin/comando

O comando será executado nos horários do exemplo acima, porém somente de segunda a
sexta-feira (1-5).

0,30 8-17 * * 1-5 /bin/comando

O comando será executado nos minutos 0 e 30, das horas 8 a 17 e somente de segunda a
sexta-feira. Ex: 8h, 8h30, 9h, 9h30 .... 16h30, 17h e 17h30.

Também é possível definir o período entre intervalos usando o caractere ‘/’. Por exemplo:

0 */2 * * * /bin/comando

O comando será executado no minuto 0 a cada duas horas (/2): 0h, 2h, 4h, 6h ... 22h.

0/10 * * * * /bin/comando

O comando será executado a cada 10 minutos: 0h, 0h10, 0h20....

EXEMPLO DE UMA TAREFA AUTOMÁTICA


DE BACKUP
Como vimos, os cinco primeiros campos de cada linha correspondem ao agendamento da
execução. A partir do 6º campo você deve incluir o comando que será executado, com seus
parâmetros, exatamente como faria em um terminal.

O comando ‘tar -cfz /tmp/backup.tar.gz /home/bob’ cria um arquivo TAR comprimido, com todo
o conteúdo do diretório /home/bob. O nome desse arquivo será backup.tar.gz e estará dento do
diretório /tmp. É um tipo de comando muito usado para fazer o backup de diretórios de usuários
ou de aplicações em geral.
Se quisermos automatizar essa tarefa para que seja executada todos os dias às 20h, devemos
incluir a linha abaixo no CRONTAB:

0 20 * * * tar -cfz /tmp/backup.tar.gz /home/bob

Lembre-se: o CRON é um serviço multiusuário. O usuário que for executar o comando ‘tar’
deverá ter, ao mesmo tempo, permissão para ler o conteúdo do diretório de origem (/home/bob)
e permissão para escrever no diretório de destino (/tmp).

 ATENÇÃO

Importante: Não use o comando ‘sudo’ dentro do CRONTAB. O comando ‘sudo’ é interativo e
requer a digitação de senha, o que não será possível enquanto estiver sendo executado pelo
CRON. Em vez de usar o ‘sudo’, configure o comando diretamente no CRONTAB do usuário
‘root’.

A CONFIGURAÇÃO DE CRON PARA O


SISTEMA
Além das configurações individuais por usuário, o CRON também pode ter uma configuração
global, para o todo o sistema. Em geral, esse tipo de configuração é usado para rotinas de
serviços e processos do sistema.

 EXEMPLO

Alguns exemplos:

Rotação periódica de arquivos de logs, apagando arquivos antigos.

Restart automático de processos que necessitem desse tipo de operação.

Verificação de atualizações disponíveis e notificação.


Verificação de dispositivos de hardware e notificação dos problemas encontrados.

O arquivo usado é o /etc/crontab. Como ele define uma configuração para todo o sistema, seu
formato exige um campo a mais em cada linha, que é a indicação do usuário que executará
cada comando.

30 10 * * * root /bin/comando

No exemplo acima, a indicação de que o CRON deverá executar o comando como o usuário
‘root’.

As principais distribuições Linux trazem a configuração global com uma organização prática, já
que rotinas poderão ser incluídas e excluídas à medida que serviços são instalados e
desinstalados no servidor.

Para que o arquivo /etc/crontab não precise ser alterado, é costume criar diretórios para as
rotinas diárias, semanais e mensais. Em cada diretório serão criados programas (scripts) para
cada uma das tarefas definidas.

E no arquivo principal, /etc/crontab, é configurada a execução de todos os SCRIPTS em cada


um dos diretórios, nos horários agendados.

Esses diretórios costumam ter os nomes como abaixo:

/etc/cron.hourly → Rotinas de hora em hora.

/etc/cron.daily → Rotinas diárias.

/etc/cron.weekly → Rotinas semanais.

/etc/cron.monthly → Rotinas mensais.

Para exercitar: Procure esses diretórios na sua máquina Linux e veja os seus conteúdos.
Assista ao vídeo abaixo e descubra, na prática, como agendar tarefas no Linux:

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. HOJE É SEGUNDA-FEIRA, DIA 1º DE MARÇO, E O RELÓGIO MARCA


14H30. NO CRONTAB DO USUÁRIO ‘ROOT’ HÁ UMA ENTRADA, EXIBIDA
ABAIXO.

20 10 * * 0 /OPT/RELATORIO

É POSSÍVEL AFIRMAR QUE A PRÓXIMA EXECUÇÃO DO COMANDO


‘/OPT/RELATORIO’ SERÁ:
A) No mesmo dia, às 20h10

B) No dia seguinte, terça-feira, às 20h10

C) No próximo domingo, dia 7, às 10h20

D) Na segunda-feira da próxima semana, às 10h20

2. O USUÁRIO ‘LUIZ’ CONFIGUROU SEU CRONTAB PARA EXECUTAR UM


SCRIPT, PORÉM VERIFICOU QUE ELE NÃO ESTÁ SENDO EXECUTADO
COMO ESPERADO. A LINHA CONFIGURADA NO CRONTAB É:

0 15 1 * * SUDO /ROOT/APAGAR_ARQUIVOS_ANTIGOS

PELA ANÁLISE DA LINHA ACIMA, É POSSÍVEL IDENTIFICAR QUE:

A) Não há erro na configuração do CRONTAB, sendo necessário avaliar o funcionamento do


SCRIPT.

B) O comando ‘sudo’ não deve ser usado no CRONTAB. No lugar dele, a tarefa deve ser
configurada no CRONTAB do usuário ‘root’.

C) A configuração define que o comando deve ser executado no dia 15 de cada mês, mas
somente se for um domingo.

D) A configuração possui um erro, pois indica o mês de número 15, quando o valor deve estar
entre 1 e 12, obrigatoriamente.

GABARITO

1. Hoje é segunda-feira, dia 1º de março, e o relógio marca 14h30. No CRONTAB do


usuário ‘root’ há uma entrada, exibida abaixo.

20 10 * * 0 /opt/relatorio

É possível afirmar que a próxima execução do comando ‘/opt/relatorio’ será:

A alternativa "C " está correta.

A configuração da tarefa no CRONTAB define que ela deverá ser executada às 10h20, todos
os domingos. A primeira coluna indica o minuto: 20. A segunda coluna indica a hora: 10. As
terceira e quarta colunas indicam o dia do mês e o mês: o caractere ‘*’ significa ‘todos os
valores possíveis’. A quinta coluna indica o dia da semana: O valor ‘0’ se refere ao domingo.

2. O usuário ‘luiz’ configurou seu CRONTAB para executar um SCRIPT, porém verificou
que ele não está sendo executado como esperado. A linha configurada no CRONTAB é:

0 15 1 * * sudo /root/apagar_arquivos_antigos

Pela análise da linha acima, é possível identificar que:

A alternativa "B " está correta.

Por se tratar de um comando interativo, o ‘sudo’ não deve ser usado no CRON. Quando o
‘sudo’ é executado pela primeira vez, ele solicita que o usuário digite a sua senha, o que não
vai acontecer quando estiver sendo executado a partir do CRON. Portanto, o SCRIPT ficará
aguardando indefinidamente por uma informação que não poderá ser fornecida.

MÓDULO 2

 Definir SCRIPTS para a automatização de tarefas no terminal Linux, sem a necessidade de


interação do usuário
CONCEITOS
Uma das características do terminal (SHELL) de comandos dos sistemas baseados no Unix,
incluindo o Linux, é a possibilidade de desenvolvimento de lógicas avançadas por meio de
SCRIPTS.

Os SCRIPTS são arquivos-texto com sequências de comandos a serem executados pelo


SHELL.

 COMENTÁRIO

Por serem lidos e interpretados diretamente pelo SHELL, não há necessidade de um processo
de compilação como em diversas linguagens de programação. Após escritos, os arquivos
contendo os SCRIPTS podem ser executados imediatamente.

O SHELL do Linux permite a criação de variáveis de ambiente e possui comandos para


comparação e operação de valores, além de estruturas de repetição. Combinando esses
recursos, podemos automatizar tarefas complexas.

Os SCRIPTS mais simples são aqueles que simplesmente executam diversos comandos em
sequência, economizando nosso tempo. Os mais complexos podem analisar os resultados dos
comandos e tomar decisões para os comandos seguintes, executando a tarefa com segurança,
integridade e eficiência.

O INTERPRETADOR DE SHELL
Existem diversos interpretadores disponíveis para o Linux, e as sintaxes para SCRIPTS variam
entre eles. Atualmente, as principais distribuições adotam o interpretador BASH como o
padrão, portanto vamos utilizá-lo como referência nesse curso.
A PALAVRA MÁGICA QUE IDENTIFICA UM
SCRIPT
O Linux nos permite executar um SCRIPT da mesma forma que executamos um comando ou
programa qualquer, mas isso tem uma implicação: Precisamos informar que o conteúdo
daquele arquivo é um SCRIPT e não um arquivo qualquer.

Para isso, todo SCRIPT deve ser iniciado com uma palavra mágica, composta por dois
caracteres ‘#!’ seguidos do caminho para o interpretador de SHELL.

Fonte:Shutterstock

#!/bin/bash

Neste exemplo estamos declarando que o arquivo é um SCRIPT e deverá ser interpretado pelo
BASH, sendo /bin/bash o caminho completo para esse programa interpretador.

UM SCRIPT MUITO SIMPLES


Vamos fazer um SCRIPT muito simples, contendo apenas um comando. O nome desse
SCRIPT será ‘script1’ e criaremos em nosso diretório HOME.
1
2
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4

Para começar, abrimos um editor de texto comum, como o ‘vi’ ou ‘nano’.

$ nano script1

Dentro do arquivo vamos incluir apenas duas linhas:

A palavra mágica.

O comando ‘date’, que apenas retornará a data e hora atual.

#!/bin/bash

date

Já percebemos que esse exemplo é um SCRIPT muito simples, sem grande utilidade, já que
terá o mesmo efeito de simplesmente digitarmos o comando ‘date’. Mas o objetivo agora é
rodar o nosso primeiro SCRIPT.

Salve o arquivo e saia do editor. Se estiver usando o ‘nano’, use Ctrl-X, confirme que deseja
salvar o arquivo e escolha o nome (‘script1’).
4

Se agora usarmos o comando ‘ls’ para ver o conteúdo do diretório, encontraremos o nosso
‘script1’ entre os arquivos. Porém, se tentarmos digitar ‘script1’ no PROMPT, receberemos um
erro do tipo “comando não encontrado”.

Há duas questões que ainda precisam ser tratadas:

A primeira delas é que criamos um arquivo texto, mas em momento algum autorizamos que ele
seja executado, e essa é uma característica de segurança importante do Linux.

Não basta criar um arquivo texto para que ele se comporte como um programa, é necessário
dar permissão de execução para ele.

Para dar essa permissão, usaremos o comando ‘chmod’.

$ chmod u+x script1

Nesse exemplo, concederemos a permissão de execução para o proprietário (OWNER) do


arquivo. Caso deseje-se que qualquer usuário possa executá-lo, podemos usar o parâmetro
‘a+x’.

Ao usar o comando ‘ls -l’, veremos que a permissão foi concedida:

-rwxr--r-- 1 bob bob 17 Sep 14 14:50 script1

Se tentarmos executar o comando agora, ainda receberemos um erro, o que nos leva à
segunda questão, outro mecanismo de proteção do Linux: Apenas programas em alguns
diretórios do sistema podem ser executados sem a necessidade de indicar o seu
caminho.

Como o SCRIPT foi criado no HOME e esse não é um dos diretórios permitidos, precisaremos
indicar o caminho, que pode ser utilizando o caminho absoluto ou relativo.

Para executar o ‘script1’ que está no diretório atual, vamos empregar o caminho relativo, com o
comando abaixo:

./script1

Onde ./ é um caminho que significa ‘o diretório atual’.

Ao executar o SCRIPT teremos no terminal a saída do comando ‘date’, como esperávamos.

$ ./script1

Mon Sep 14 16:29:45 -03 2020

LINHAS EM BRANCO E COMENTÁRIOS

 VOCÊ SABIA

As linhas sem conteúdo e as iniciadas com ‘#’ são ignoradas pelo interpretador.

As linhas iniciadas com ‘#’ podem ser usadas para comentários, observações e instruções
sobre o SCRIPT.

Não confunda com a palavra mágica na primeira linha: Ela começa com ‘#’ e é
importante.

INCLUINDO TEXTOS NA RESPOSTA DO


SCRIPT
Nosso primeiro objetivo foi atingido: Criar um SCRIPT simples e executá-lo. O próximo passo é
evoluir esse SCRIPT e mudar seu comportamento.

Nesse exemplo, vamos mudar a saída para indicar somente a hora e com um texto mais
amigável. Desejamos que a saída seja assim quando o SCRIPT for executado:

Hora certa 12:30

Para fazer essa mudança, precisamos:

Inserir um comando para exibir o texto “Hora certa: “


Modificar o comando ‘date’ para mostrar a hora no formato HH:MM (onde HH é a hora
com dois dígitos e MM o minuto, também com dois dígitos).

A mudança no ‘date’ é fácil. Consultando a MANPAGE do comando, vemos que é possível


determinar a saída passando o formato desejado como argumento:

$ date +%H:%M

Saiba Mais

SAIBA MAIS

(%H será substituído pela hora e %M pelo minuto. Para mais formatos, consulte a
MANPAGE do comando ‘date’).

O texto pode ser inserido usando-se o comando ‘echo’. Vamos mudar o SCRIPT para:

#!/bin/bash

echo "Hora certa"

date +%H:%M

O comando ‘echo’ envia para a saída padrão (stdout) o texto passado como parâmetro.

Ao executar, teremos como saída:

$ ./script1

Hora certa

12:30

As informações que desejamos já estão presentes, porém em linhas diferentes. Isso ocorre
porque o comando ‘echo’ insere uma quebra de linha após o texto. É possível inibir a quebra
de linha passando o parâmetro ‘-n’ para o comando ‘echo’. Porém, vamos adaptar o SCRIPT
colocando tudo no mesmo ‘echo’.

#!/bin/bash

echo "Hora certa $(date +%H:%M)”

Quando colocamos o comando entre ‘$(‘ e ‘)’ estamos dizendo ao ‘echo’: Execute esse
comando e envie o resultado junto ao texto para a saída. Então, ao executarmos o script,
teremos:

$ ./script1

Hora certa 12:30

Evoluindo o nosso SCRIPT para informar a data e hora:

#!/bin/bash

echo "Data: $(date +%d/%m/%Y) Hora: $(date +%H:%M)"

Ao executar, teremos a resposta:

$ ./script1

Data: 15/09/2020 Hora: 16:44

Repare nesse último exemplo que o comando ‘date’ foi executado duas vezes dentro do ‘echo’.

INSERINDO CARACTERES ESPECIAIS NO


COMANDO ‘ECHO’
O comando ‘echo -e’ permite o uso de caracteres especiais. Por exemplo, para adicionar uma
quebra de linha, pode ser usada a combinação ‘\n’.

Ainda no nosso SCRIPT anterior:

#!/bin/bash

echo -e "Data: $(date +%d/%m/%Y)\nHora: $(date +%H:%M)"

Ao executar, teremos a resposta:

$ ./script1

Data: 15/09/2020

Hora: 16:44

CRIANDO PAUSAS NA EXECUÇÃO DE UM


SCRIPT
Em muitas situações, pode ser interessante, ou necessário, incluir pausas na execução de um
SCRIPT. O comando ‘sleep’ permite realizar uma pausa com tempo configurável.

Vamos criar o arquivo ‘script2’ para essa demonstração:

#!/bin/bash

date +%T

sleep 1

date +%T

sleep 2

date +%T

sleep 3

date +%T

No ‘script2’ o comando ‘date’ é executado 4 vezes. Entre eles foi usado o comando ‘sleep’ com
diferentes tempos. O número passado como parâmetro ao ‘sleep’ corresponde ao tempo, em
segundos, de pausa.

Lembrando: Para executar o ‘script2’, é necessário conceder permissão de execução.

$ chmod u+x script2

Ao executá-lo, obtemos:

$ ./script2

13:05:29

13:05:30

13:05:32

13:05:35

Repare, na indicação dos segundos, os intervalos do comando ‘sleep’, como programado.


Fonte: O Autor

Em muitos casos, pode ser interessante aguardar uma interação do usuário. O comando ‘read’
suspende a execução do SCRIPT até que o usuário tecle ENTER.

Substituindo no SCRIPT os comandos ‘sleep’ por ‘read’.

#!/bin/bash

date +%T

read

date +%T

read

date +%T

read

date +%T

O SCRIPT aguardará que o usuário digite ENTER após executar cada comando ‘date’.
Comparando-se as horas, será possível saber quanto tempo o SCRIPT aguardou por cada
interação do usuário.

$ ./script2

13:09:12

13:09:14

13:09:16

13:09:18

As linhas em branco foram inseridas pela resposta do comando ‘read’ ao ENTER do usuário.

 DICA

Experimente incluir o parâmetro ‘-s’ nos comandos ‘read’ para que as linhas em branco não
apareçam.

APAGANDO TODO O CONTEÚDO DO


TERMINAL
Às vezes, pode ser interessante apagar todo o conteúdo do terminal no início ou durante a
execução de um SCRIPT, facilitando a visualização das respostas. Para isso, podemos usar o
comando ‘clear’.

Modificando o SCRIPT anterior, foi incluído um comando ‘clear’ no início do arquivo:

#!/bin/bash

clear

date +%T

read

date +%T

read

date +%T

read

date +%T

O resultado será igual ao anterior, porém o terminal estará limpo e a resposta começará na
primeira linha.

TERMINANDO UM SCRIPT COM VALOR DE


RETORNO
Uma característica de processos no Linux é que eles terminam retornando um valor numérico
para o sistema operacional, chamado de “return value” e que serve para indicar o sucesso da
execução ou a ocorrência de erros.

 COMENTÁRIO

O valor de retorno pode ser de 0 a 255, e a regra geral é de que um valor de retorno 0 indica
execução com sucesso. Os demais valores, de 1 a 255, podem ser usados para indicar o tipo
de erro durante a execução.

O comando ‘exit’ permite terminar o SCRIPT retornando um valor.

Por exemplo, se um SCRIPT contiver a linha abaixo:

exit 1

Quando o ‘exit’ for executado, o SCRIPT será imediatamente encerrado e com valor de retorno
igual a ‘1’.

Se o comando ‘exit’ for executado sem o parâmetro de valor, ele retornará o resultado do último
comando no SCRIPT. Isso também vale para um SCRIPT que não termina através do comando
‘exit’.

No vídeo a seguir, você encontrará comandos do Linux diferentes dos apresentados no tema,
passando por todos os passos, desde a criação do script, alteração das permissões e a
execução do script.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. CONSIDERE O SCRIPT ABAIXO:

#!/BIN/BASH

#ECHO “CODIGO 1”

#SHOW “CODIGO 2”

EXIT 0

AO EXECUTAR O SCRIPT ACIMA, PODEMOS AFIRMAR QUE:

A) Será exibida no terminal a mensagem: “Codigo 1”.

B) Será exibida no terminal a mensagem: “Codigo 2”.

C) O SCRIPT não pode ser executado, pois a declaração inicial (!/bin/bash) está precedida
pelo caractere ‘#’.

D) Ao término da execução do SCRIPT, nenhuma informação terá sido enviada para o terminal.

2. CONSIDERE UM SCRIPT CUJAS PRIMEIRAS LINHAS SÃO


MOSTRADAS A SEGUIR:
#!/BIN/BASH

CLEAR

READ

CD /TMP

...

OS PONTOS ‘...’ NO FIM DO TRECHO ACIMA SIMBOLIZAM A


CONTINUAÇÃO DO SCRIPT.

ANALISANDO AS LINHAS ACIMA, É POSSÍVEL AFIRMAR QUE, AO


EXECUTAR O SCRIPT:

A) A execução é suspensa até que o usuário digite a tecla ENTER.

B) Todos os arquivos no diretório atual são apagados.

C) É obtida a lista de arquivos existentes no diretório /tmp.

D) O arquivo /tmp é lido e seu conteúdo carregado para memória.

GABARITO

1. Considere o SCRIPT abaixo:

#!/bin/bash

#echo “Codigo 1”

#show “Codigo 2”

exit 0

Ao executar o SCRIPT acima, podemos afirmar que:

A alternativa "D " está correta.

A primeira linha é a declaração do interpretador SHELL de comandos que executará o SCRIPT.


Apesar de importante, essa linha não gera saída de conteúdo para o terminal. As linhas
seguintes são iniciadas com o caractere ‘#’ e, portanto, são ignoradas pelo interpretador
durante a execução do SCRIPT. A quarta linha encerra a execução do SCRIPT definindo um
valor de retorno ‘zero’. Portanto, nenhuma das linhas efetivamente gera respostas ao terminal.

2. Considere um SCRIPT cujas primeiras linhas são mostradas a seguir:


#!/bin/bash

clear

read

cd /tmp

...

Os pontos ‘...’ no fim do trecho acima simbolizam a continuação do SCRIPT.

Analisando as linhas acima, é possível afirmar que, ao executar o SCRIPT:

A alternativa "A " está correta.

O comando ‘read’, executado como no SCRIPT acima, interrompe a execução até que o
usuário digite a tecla ENTER. O comando ‘clear’ apaga as informações que eram exibidas no
terminal, deixando a tela “limpa”. O comando ‘cd /tmp’ muda o diretório atual.

MÓDULO 3

 Empregar variáveis de ambiente e estruturas de decisão em SCRIPTS


CONCEITOS
Assim como nas linguagens de programação, o terminal BASH também permite a criação de
variáveis em seu ambiente.

 COMENTÁRIO

As variáveis são, de modo simplificado, um espaço para o armazenamento de informações.

Utilizando variáveis podemos compartilhar dados entre vários comandos e tomar decisões para
desviar o fluxo de execução do SCRIPT.

Toda variável possui:

NOME
O nome de uma variável é a chave pela qual faremos referência a ela.

VALOR
O valor é a informação armazenada.

ATRIBUIÇÃO DE VALORES A UMA


VARIÁVEL
Para declarar uma variável, atribuindo valor a ela, usamos a sintaxe abaixo:

VAR=1

Nesse exemplo, declaramos uma variável com o nome “VAR” e a ela foi atribuído o valor “1”.
Se a variável VAR já existir, o valor anterior será perdido e substituído pelo novo.

 ATENÇÃO
Na atribuição acima não deve haver espaços antes ou depois do sinal de igualdade, o que faria
o terminal interpretar como a tentativa de executar o comando ‘VAR’ ou ‘VAR=’

Para atribuir textos com espaços, é necessário o uso de aspas:

VAR=”Terminal do Linux”

O nome da variável é sempre case-sensitive, ou seja, o terminal distingue caracteres


maiúsculos e minúsculos no nome das variáveis.

REFERENCIANDO VARIÁVEIS
Para fazer referência a uma variável, e obter o seu conteúdo, é necessário usar o símbolo $ à
esquerda do nome. Se a variável se chama VAR, faremos referência a ela como $VAR.

Por exemplo, experimente usar esses comandos no seu terminal:

VAR=”Terminal do Linux”

echo “$VAR”

A saída do comando ‘echo’ será a frase “Terminal do Linux”. O ‘echo’ substituiu a referência
$VAR pelo conteúdo da variável.

ATENÇÃO 1

ATENÇÃO 1

A variável só é utilizada sem o prefixo $ quando estamos atribuindo valor a ela. Para
fazer referência, o $ sempre é necessário.

ATENÇÃO 2

ATENÇÃO 2
No terminal BASH, ao contrário da maioria das linguagens de programação, as variáveis
não possuem tipo. Portanto, a interpretação do conteúdo como número ou texto vai
depender do contexto da operação que está sendo realizada.

ATRIBUIÇÃO DA SAÍDA DE UM COMANDO


A UMA VARIÁVEL
Suponha que você está desenvolvendo um SCRIPT no qual a informação retornada por um
comando será utilizada posteriormente. Uma das formas de você armazenar essa informação
temporariamente é por meio de variáveis.

No exemplo abaixo, simulamos um SCRIPT cuja execução é demorada. Para que o usuário
saiba quanto tempo a execução demorou, esse SCRIPT apresentará no final os horários em
que começou e o atual.

No início da execução, o horário será salvo em uma variável de nome “INICIO”.

#!/bin/bash

INICIO=$(date +%T)

echo "Executando uma tarefa demorada"

sleep 5

echo "Início: $INICIO / Término: $(date +%T)"

exit 0

 COMENTÁRIO

Repare na segunda linha que o comando ‘date’ é executado, retornando a hora naquele
momento, que será armazenada na variável INICIO. O comando ‘sleep 5’ simula uma tarefa
demorada, aqui com 5 segundos de duração.
Ao término da execução teremos os dois horários, o que nos permitirá saber quanto tempo o
SCRIPT levou para executar:

./script3>

Executando uma tarefa demorada

Início: 17:47:00 / Término: 17:47:05

 ATENÇÃO

O conteúdo de variáveis é armazenado em memória, e serve muito bem para quantidades


pequenas de dados. Se precisar guardar um volume grande, prefira utilizar arquivos
temporários.

PASSANDO PARÂMETROS PARA O SCRIPT


O terminal do Linux permite que um SCRIPT seja executado com parâmetros. Assim, podemos
passar valores para o SCRIPT a cada execução, sem precisar modificar o seu conteúdo.

Suponha um SCRIPT sendo executado com o comando abaixo, onde foram passados 4
parâmetros (lembre-se: Os parâmetros são separados pelo espaço).

$ ./ script4 valor1 valor2 valor3 valor4

Cada um dos parâmetros pode ser lido pelo SCRIPT consultando as variáveis $1, $2, $3 e $4,
respectivamente. A variável $0 é o nome do próprio SCRIPT que foi executado.

Considere o ‘script4’:

#!/bin/bash

echo "Nome do script: $0"

echo "Parametro 1: $1"

echo "Parametro 2: $2"

echo "Parametro 3: $3"

echo "Parametro 4: $4"

Esse SCRIPT irá buscar os 4 primeiros parâmetros e os exibirá. Os parâmetros que não forem
preenchidos serão vistos como vazio pelo SCRIPT.
Ao executar o SCRIPT, teremos a saída (não esqueça de conceder permissão de execução):

$ ./script4 valor1 valor2 valor3 valor4

Nome do script: ./script4

Parametro 1: valor1

Parametro 2: valor2

Parametro 3: valor3

Parametro 4: valor4

 ATENÇÃO

Para parâmetros acima do número 10 a referência deve ser feita assim:

${10}, ${11}, ${12} ...

O OPERADOR LÓGICO IF
Assim como quase todas as linguagens de programação, o BASH também permite
comparações por meio do comando ‘if’.

O comando recebe uma expressão para ser avaliada, e seu retorno dependerá do resultado da
avaliação.

A sintaxe básica é a seguinte:

if [ CONDIÇÃO ]

then

# Alguma tarefa #

fi

O comando ‘if’ avalia a condição apresentada.

VERDADEIRO
Se o resultado for verdadeiro, ele executará o código entre ‘then’ e ‘fi’, nesse exemplo
representado pela frase “# Alguma tarefa #”.
FALSO
Se o resultado for falso, o fluxo da execução é desviado para depois do ‘fi’, portanto os
comandos em “# Alguma tarefa #” não são executados.

O operador ‘if’ também permite o uso da declaração ‘else’, que será executada sempre que o
resultado da condição for falso.

if [ CONDIÇÃO ]

then

# Alguma tarefa executada se a condição for verdadeira #

else

# Alguma tarefa executada se a condição for falsa #

fi

COMPARADORES NUMÉRICOS
Observe os comparadores numéricos

IGUALDADE ( -EQ → IS EQUAL )


if [[ “$A” -eq “$B” ]]

Resulta verdadeiro se o valor da variável $A for igual ao da variável $B.

DIFERENTE ( -NE → IS NOT EQUAL )


if [[ “$A” -ne “$B” ]]

Resulta verdadeiro se o valor da variável $A for diferente do da variável $B.

MAIOR QUE ( -GT → IS GREATER THAN )


if [[ “$A” -gt “$B” ]]

Resulta verdadeiro se o valor da variável $A for maior que o valor da variável $B.

MAIOR OU IGUAL ( -GE → IS GREATER THAN OR


EQUAL )
if [[ “$A” -ge “$B” ]]

Resulta verdadeiro se o valor da variável $A for maior que o valor da variável $B ou igual.
MENOR QUE ( -LT → LESS THAN )
if [[ “$A” -lt “$B” ]]

Resulta verdadeiro se o valor da variável $A for menor que o valor da variável $B.

MENOR OU IGUAL ( -LE → IS LESS THAN OR EQUAL)


if [[ “$A” -le “$B” ]]

Resulta verdadeiro se o valor da variável $A for menor que o valor da variável $B ou igual.

Para exemplificar, considere esse ‘script5’ que recebe dois valores como parâmetros e realiza
uma série de comparações:

#!/bin/bash

A=$1

B=$2

if [[ "$A" -eq "$B" ]]

then

echo "A e B são iguais"

fi

if [[ "$A" -ne "$B" ]]

then

echo "A e B são diferentes"

fi

if [[ "$A" -gt "$B" ]]

then

echo "A é maior que B"

fi

if [[ "$A" -lt "$B" ]]

then

echo "A é menor que B"

fi

O primeiro parâmetro ($1) é atribuído como o valor da variável $A, e o segundo como o valor
da variável $B.
Ao executarmos, a saída dependerá dos valores passados:

$ ./script5 10 5

A e B são diferentes

A é maior que B

$ ./script5 10 20

A e B são diferentes

A é menor que B

$ ./script5 10 10

A e B são iguais

COMPARADORES DE CADEIAS DE
CARACTERES (STRINGS)
Observe agora os comparadores de cadeias de caracteres:

IGUALDADE
if [[ “$A” = “$B” ]]

Resulta verdadeiro se o valor (texto) da variável $A for igual ao da variável $B.

DIFERENTE
if [[ “$A” != “$B” ]]

Resulta verdadeiro se o valor (texto) da variável $A for diferente do da variável $B.

CADEIA NULA (NULL) OU VAZIA


if [[ -z “$A” ]]

Resulta verdadeiro se o valor (texto) da variável $A tiver zero caracteres (tamanho zero).

CADEIA NÃO NULA (NOT NULL)


if [[ -n “$A” ]]

Resulta verdadeiro se o valor (texto) da variável $A tiver tamanho maior do que zero.
 COMENTÁRIO

O SCRIPT que desenvolvemos no exemplo anterior possui uma falha: Se for executado sem
parâmetros vai retornar erro, pois tentará comparar valores ($1 e $2) que não existem.

Esse problema pode ser facilmente resolvido incluindo-se um teste de validade dos parâmetros
no início da execução.

#!/bin/bash

# Atribuir os parâmetros como as variáveis A e B

A=$1

B=$2

# Teste de validade dos parâmetros. Se algum deles for nulo

# o SCRIPT aborta a execução e retorna valor 1 para indicar

# que ocorreu uma falha.

# Testa se o primeiro valor é válido.

if [[ -n "$A" ]]

then

echo "O primeiro valor é válido: $A"

else

echo "O primeiro valor é nulo"

exit 1

fi

# Testa se o segundo valor é válido.

if [[ -n "$B" ]]

then

echo "O segundo valor é válido: $B"

else

echo "O segundo valor é nulo"

exit 1

fi

# Inicia as comparações entre $A e $B

if [[ "$A" -eq "$B" ]]

then

echo "A e B são iguais"

fi

if [[ "$A" -ne "$B" ]]

then

echo "A e B são diferentes"

f1

if [[ "$A" -gt "$B" ]]

then

echo "A é maior que B"

fi

if [[ "$A" -lt "$B" ]]

then

echo "A é menor que B"

fi

exit 0

Se tentarmos executar o SCRIPT sem preencher ambos os parâmetros, o erro do usuário será
detectado e indicado.

$ ./script5

O primeiro valor é nulo

$ ./script5 22

O primeiro valor é valido: 22

O segundo valor é nulo

EXECUTANDO O SCRIPT SEM


PARÂMETROS
No último exemplo criamos um SCRIPT para comparar dois valores passados por meio de
parâmetros na linha de comando. Em algumas situações, porém, pode ser mais prático e
intuitivo pedir que o usuário digite os valores durante a execução.

Esse tipo de SCRIPT é chamado de INTERATIVO, pois exige a interação de um usuário.

O comando ‘read’, que usamos no módulo anterior para aguardar uma interação do usuário,
também pode ser usado para receber um valor e atribuí-lo a uma variável.

$ read A

Irá aguardar o usuário digitar alguma informação, e terminar com ENTER. A informação
digitada será atribuída à variável A.

$ read A

Mensagem → Texto digitado pelo usuário

$ echo “$A”

Mensagem

Vamos criar uma versão interativa do exemplo que executamos anteriormente. Nessa versão,
apenas o começo do SCRIPT será modificado – em vez de receber A e B por parâmetros, eles
serão obtidos do usuário pelo comando ‘read’.

#!/bin/bash

# Pedir ao usuário a digitação dos valores

# O parâmetro '-n' no echo faz com que ele não insira uma quebra de linha apos o texto

echo -n "Digite o primeiro valor: "

read A

echo -n "Digite o segundo valor: "

read B

### O RESTANTE DO SCRIPT É IGUAL AO script5

# Teste de validade dos parâmetros. Se algum deles for nulo

# o SCRIPT aborta a execução e retorna valor 1 para indicar

# que ocorreu uma falha.

# Testa se o primeiro valor é nulo.

if [[ -n "$A" ]]

then

echo "O primeiro valor é valido: $A"

else

echo "O primeiro valor é nulo"

exit 1

fi

# Testa se o segundo valor é nulo.

if [[ -n "$B" ]]

then

echo "O segundo valor é válido: $B"

else

echo "O segundo valor é nulo"

exit 1

fi

# Inicia as comparações entre $A e $B

if [[ "$A" -eq "$B" ]]

then

echo "A e B são iguais"

fi

if [[ "$A" -ne "$B" ]]

then

echo "A e B são diferentes"

fi

if [[ "$A" -gt "$B" ]]

then

echo "A é maior que B"

fi

if [[ "$A" -lt "$B" ]]

then

echo "A é menor que B"

fi

exit 0

REALIZANDO OPERAÇÕES ARITMÉTICAS


EM SCRIPT
Operações aritméticas com variáveis são muito úteis em SCRIPTS. Podem ser usadas para
cálculos comuns e até controle em estruturas de repetição.

Como um primeiro exemplo, observe o ‘script6’ que solicitará dois valores e retornará a soma
deles:

#!/bin/bash

# Pede a digitação dos valores e os armazena nas

# variáveis A e B

echo -n "Digite o primeiro valor (A): "

read A

echo -n "Digite o segundo valor (B): "

read B

# Calcula A+B e atribui o resultado na variável C

(( C=A+B ))

# Exibe o resultado

echo "O resultado de A+B = $C"

# Exibe o mesmo resultado, porém indicando o cálculo

# no echo, sem a necessidade da variável C.

echo "O resultado de A+B = $(( A+B ))"

exit 0

Ao executar o comando (informando A=12 e B=15), temos:

$ ./script6

Digite o primeiro valor (A): 12

Digite o segundo valor (B): 15

O resultado de A+B = 27

O resultado de A+B = 27

 ATENÇÃO

O cálculo foi realizado de duas formas. Na primeira, o resultado foi atribuído a uma variável (C).
Na segunda forma, o cálculo foi feito diretamente a partir do comando ‘echo’.

INCREMENTANDO VARIÁVEIS
Em estruturas de repetição, precisamos de variáveis auxiliares, que são constantemente
incrementadas. O incremento de uma variável X pode ser feito com:

(( X++ ))

Exemplo:

$ X=1

$ echo $X

$ (( X++ ))

$ echo $X

 ATENÇÃO

No exemplo acima, com comandos digitados diretamente no SHELL, o primeiro declara a


variável X e atribui o valor ‘1’ a ela. Confirmamos que o valor foi atribuído no segundo comando
(‘echo’), mostrando o valor de X. No terceiro comando, incrementamos o valor de X em uma
unidade, o que nos é comprovado pelo último comando (‘echo’).
OPERAÇÕES COM PONTO FLUTUANTE
Uma desvantagem do SHELL é que ele não realiza operações com ponto flutuante. Se
tentarmos uma divisão, por exemplo, o resultado será sempre um inteiro, perdendo-se as
casas decimais.

Um comando que pode nos auxiliar é o ‘bc’ (consulte a MANPAGE para maiores informações).
No exemplo abaixo, o comando é invocado recebendo de um ‘echo’ a expressão para ser
calculada.

$ echo "scale=5; 29/3" | bc -l

9.66666

A expressão tem duas partes, separadas por ponto e vírgula. A primeira parte (scale=5) define
quantas casas decimais deverá ter a resposta. A segunda parte é o cálculo, nesse caso 29
dividido por 3.

Considere o ‘script7’ abaixo, que pede ao usuário três números (A, B e C) e calcula sua média.

#!/bin/bash

echo -n "Digite o primeiro valor (A): "

read A

echo -n "Digite o segundo valor (B): "

read B

echo -n "Digite o terceiro valor (C): "

read C

MEDIA=$(echo "scale=2;($A+$B+$C)/3" | bc)

echo “A média dos três valores é: $MEDIA”

exit 0

Ao executar o SCRIPT:

$ ./script7

Digite o primeiro valor (A): 10

Digite o segundo valor (B): 9

Digite o terceiro valor (C): 8.5

A média dos três valores é: 9.16

Repare que o comando ‘bc’ realizou o cálculo utilizando ponto flutuante, sem perder as casas
decimais no resultado.

Ao assistir ao vídeo a seguir, você observará scripts com empregos de variáveis e estruturas
de decisão, além do uso do switch case como alternativa ao uso do IF.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. CONSIDERE O SCRIPT ABAIXO, CUJO NOME DO ARQUIVO É


‘RESPOSTA’:
#!/BIN/BASH

IF [[ $1 -EQ 0 ]]

THEN

ECHO "RESPOSTA: $3"

ELSE

ECHO "RESPOSTA: $2"

FI

EXIT 0

AO EXECUTAR O SCRIPT COM O COMANDO ABAIXO, A SAÍDA SERÁ:

$ RESPOSTA 5 6 7

A) Resposta: 1

B) Resposta: 5

C) Resposta: 6

D) Resposta: 7

2. CONSIDERE O SCRIPT ABAIXO QUE, AO SER EXECUTADO, PEDE AO


USUÁRIO QUE DIGITE DOIS VALORES, A E B.

#!/BIN/BASH

ECHO -N "DIGITE O VALOR DE A: "

READ A

ECHO -N "DIGITE O VALOR DE B: "

READ B

IF [[ $A -GT $B ]]

THEN

ECHO $((A+B))

FI

EXIT 0

SOBRE O FUNCIONAMENTO DO SCRIPT, É CORRETO AFIRMAR QUE:

A) Se a soma dos dois valores, A e B, for maior do que zero, o SCRIPT termina imediatamente.

B) Se o valor de A for maior que o valor de B, o SCRIPT retorna a soma dos dois.

C) O SCRIPT compara os valores de A e B e retorna o maior deles.

D) Se os valores de A e B forem iguais, o SCRIPT termina com código de retorno zero, que
representa execução sem erros.

GABARITO

1. Considere o SCRIPT abaixo, cujo nome do arquivo é ‘resposta’:

#!/bin/bash

if [[ $1 -eq 0 ]]

then

echo "Resposta: $3"

else

echo "Resposta: $2"

fi

exit 0

Ao executar o SCRIPT com o comando abaixo, a saída será:

$ resposta 5 6 7

A alternativa "C " está correta.

As variáveis $1, $2 e $3 contêm os parâmetros passados na execução, respectivamente, 5, 6 e


7.

No início do SCRIPT há um operador ‘if’ comparando o valor de $1 com ‘0’ (zero). Como $1
não atende a essa comparação (pois $1 é 5), o trecho abaixo do ‘else’ será executado.
O
comando ‘echo “Resposta: $2”’ faz com que seja exibida a palavra “Resposta: “ e o $2 é
substituído pelo segundo parâmetro recebido pelo SCRIPT, neste exemplo, o ‘6’. Portanto, a
saída do SCRIPT será: “Resposta: 6”.
2. Considere o SCRIPT abaixo que, ao ser executado, pede ao usuário que digite dois
valores, A e B.

#!/bin/bash

echo -n "Digite o valor de A: "

read A

echo -n "Digite o valor de B: "

read B

if [[ $A -gt $B ]]

then

echo $((A+B))

fi

exit 0

Sobre o funcionamento do SCRIPT, é correto afirmar que:

A alternativa "B " está correta.

O comparador ‘-gt’ usado no ‘if’ retorna verdadeiro se o valor de A for maior que o valor de B.
Nesse caso, serão executados os comandos abaixo do ‘then’.

O comando ‘echo’ retornará o resultado da soma A+B.

MÓDULO 4

 Esquematizar tarefas complexas em SCRIPTS com o uso de estruturas de repetição


CONCEITOS
Estruturas de repetição, também chamadas de LOOPS, são recursos fundamentais em
qualquer modelo de programação. Através dessas estruturas, podemos implementar lógicas
baseadas na execução repetitiva de códigos até que o nosso objetivo seja atingido.

Toda programação em LOOP deve definir uma condição para saída, ou seja, o critério para
determinar o encerramento da execução, do contrário o LOOP será executado indefinidamente.
Essa condição é chamada de LOOP infinito e, quase sempre, é indesejada.

Neste módulo, veremos duas estruturas para realizar LOOPS: ‘while’ e ‘for’.

A ESTRUTURA DE REPETIÇÃO WHILE


A construção do LOOP com ‘while’ é simples:

while [ CONDIÇÃO ]

do

comando1

comando2

...

done

1
Inicialmente, a condição é avaliada. Se for atendida, todos os comandos entre ‘do’ e ‘done’ são
executados.

2
Então, a condição é avaliada novamente e, se ainda for atendida, os comandos serão
novamente executados.

3
Quando a condição não for atendida, o LOOP é interrompido e o SCRIPT segue executando os
comandos após o ‘done’.

Cada execução no LOOP é chamada de iteração.

Observe o SCRIPT de exemplo abaixo. Nele, o usuário é convidado a digitar um número e o


SCRIPT contará até esse número, começando em 1. O LOOP é realizado com ‘while’:

#!/bin/bash

# Apaga todo o conteúdo do terminal para facilitar

# a visualização

clear

# Pede a digitação de um número

echo -n "Digite um número: "

read num

# Define a variável auxiliar $i

i=1

# O while vai executar enquanto a condição for atendida

# A condição é $i MENOR OU IGUAL A $num

while [[ $i -le $num ]]

do

# Exibe o contador (variável $i)

echo "Contando... $i"

# Incrementa a variável $i em uma unidade

(( i++ ))

# Aguarda um segundo

sleep 1

done

# A execução chegará a esse ponto depois que o LOOP

# estiver encerrado.

exit 0

Ao executar o SCRIPT:

$ ./script8

Digite um número: 10

Contando... 1

Contando... 2

Contando... 3

Contando... 4

Contando... 5

Contando... 6

Contando... 7

Contando... 8

Contando... 9

Contando... 10

INTERFERINDO NA EXECUÇÃO DE UM
LOOP
Os comandos ‘break’ e ‘continue’ permitem interferir na execução de um LOOP:

BREAK
O comando ‘break’ força a interrupção imediata do LOOP, mesmo que a condição tenha sido
satisfeita.
CONTINUE
Já o comando ‘continue’ força uma nova iteração do LOOP, ou seja, retorna a execução para o
começo do LOOP.

Adaptando o SCRIPT anterior, será incluído um critério simples de interrupção, a partir do


relógio do sistema:

Se o ponteiro dos segundos no relógio estiver em zero, o LOOP é interrompido


imediatamente.

Para tal, usaremos um ‘if’ a cada iteração comparando o valor do segundo atual com o “00”.

Se for igual, o comando ‘break’ é executado, interrompendo o LOOP.

#!/bin/bash

# Apaga todo o conteúdo do terminal para facilitar

# a visualização

clear

# Pede a digitação de um número

echo -n "Digite um número: "

read num

# Define a variável auxiliar $i

i=1

# Exibe a hora de início

echo "Hora de início: $(date +%H:%M:%S)"

# O while vai executar enquanto a condição for atendida

# A condição é $i MENOR OU IGUAL A $num

while [[ $i -le $num ]]

do

# Exibe o contador $i
echo "Contando... $i"

# Incrementa a variável $i em uma unidade

(( i++ ))

# Testa se o segundo do relógio é igual a zero.

# Se for, interrompe o LOOP por meio do comando break

if [[ $(date +%S) -eq "00" ]]

then

echo "LOOP interrompido: $(date +%H:%M:%S)"


break

fi

# Aguarda um segundo

sleep 1

done

# A execução chegará a esse ponto depois que o LOOP

# estiver encerrado.

exit 0

As alterações em relação ao exemplo anterior estão destacadas.

Ao executar o SCRIPT, podemos ver a interrupção forçada pela condição dos segundos no
relógio do computador.

$ ./script9

Digite um número: 60

Hora de início: 15:09:50

Contando... 1

Contando... 2

Contando... 3

Contando... 4

Contando... 5

Contando... 6

Contando... 7

Contando... 8

Contando... 9

Contando... 10

LOOP interrompido: 15:10:00

Se fosse digitado um valor abaixo de 60, haveria uma chance do SCRIPT encerrar sua
execução normalmente, antes do ponteiro dos segundos passar pelo ‘0’.
 DICA

Experimente trocar o comando ‘break’ por ‘continue’. Nesse caso, quando o ponteiro dos
segundos for zero, uma nova iteração do LOOP será iniciada, sem a execução da espera pelo
comando ‘sleep’.

A ESTRUTURA DE REPETIÇÃO FOR


O ‘for’ permite realizar um LOOP a partir de uma lista de variáveis.

Considere o SCRIPT de exemplo abaixo:

#!/bin/bash

for numero in 10 11 15 20 29 36 41 45

do

echo "Número: $numero"

done

exit 0

Ao executarmos, temos o seguinte resultado:

$ ./script10

Número: 10

Número: 11

Número: 15

Número: 20

Número: 29

Número: 36

Número: 41

Número: 45

Para cada número na lista o ‘for’ realizou uma iteração.

O ‘for’ também pode receber máscara de arquivos. Observe o exemplo abaixo:

#!/bin/bash

contador=1

for arquivo in *

do

echo "Arquivo #$contador: $arquivo"

(( contador++ ))

done

Nesse exemplo, o ‘for’ recebe um ‘*’ como lista. Esse caractere é uma máscara que será
substituída por uma lista com todas as entradas (arquivos e diretórios) existentes no diretório
atual. Adicionalmente, foi incluída uma variável ‘contador’ para contar a quantidade de arquivos
à medida que são exibidos.

Ao executar o SCRIPT, teremos:

$ ./script11

Arquivo #1: loop1

Arquivo #2: loop2

Arquivo #3: loop3

Arquivo #4: loop4

Arquivo #5: script1

Arquivo #6: script2

Arquivo #7: script3

Arquivo #8: script4

Arquivo #9: script5

Arquivo #10: script5i

Arquivo #11: script6

Arquivo #12: script7


SAIBA MAIS

Utilizando os conceitos deste curso, podemos criar SCRIPTS com lógicas avançadas para
atender às nossas necessidades.

Vamos propor um exemplo de SCRIPT para aplicarmos os conceitos que aprendemos até aqui:
Exemplo de SCRIPT: Levantamento de espaço ocupado
OBTENDO UMA VARIÁVEL A PARTIR DE
UM ARQUIVO TEXTO
O SCRIPT de Levantamento de espaço ocupado, visto anteriormente, tem uma característica
que pode ser considerada como inconveniente por muitos administradores:

Para mudar a relação de diretórios, é necessário alterar o SCRIPT.

Isso pode gerar alguns problemas:

Um usuário inexperiente poderia danificar o SCRIPT.

Será necessário que um usuário possua permissão de escrita para modificar o SCRIPT.

Se a relação de diretórios for grande, o SCRIPT inevitavelmente ficará grande.

Uma forma de resolver o problema é separar essa informação, a lista de diretórios, do SCRIPT.

 COMENTÁRIO

A ideia é que o arquivo do SCRIPT contenha somente o nosso “programa” e a lista de


diretórios seja colocada em um arquivo à parte.

Para fazer isso, primeiro devemos criar um arquivo para a lista de diretórios. Cada diretório
deve estar em uma linha do arquivo. Por exemplo, foi o criado o arquivo ‘lista_diretorios’ com o
conteúdo abaixo:

/etc

/home

/lib

/usr/bin

/usr/lib

/usr/local

/usr/sbin

/var/lib

/var/log

/var/spool

/tmp

Em seguida, vamos substituir a declaração da variável DIRETORIOS em nosso exemplo de


SCRIPT de Levantamento de espaço ocupado, para que seu conteúdo seja obtido no arquivo
que acabamos de criar:

# A relação de diretórios a serem avaliados será obtida a

# partir do arquivo ‘diretorios’ e atribuída como conteúdo

# partir do arquivo ‘diretorios’ e atribuída como conteúdo

DIRETORIOS=$(< lista_diretorios)

Repare que foi utilizado o redirecionador de entrada ‘<’, para leitura do arquivo ‘lista_diretórios’.

Desse ponto em diante, o SCRIPT seguirá sua execução como antes.

CONSIDERAÇÕES AO EXECUTAR UM
SCRIPT A PARTIR DO CRON

 COMENTÁRIO

É muito provável que você desenvolva SCRIPTS para execução automática, através de
serviços como o CRON. Como se trata de uma execução não assistida, o seu SCRIPT não
poderá depender de um terminal.
Sempre considere:

PARA A ENTRADA DE DADOS


Seu SCRIPT não deverá interromper a execução esperando qualquer interação de
usuário. Se isso acontecer, seu SCRIPT poderá permanecer parado indefinidamente.

Comandos e dados que mudam a cada execução devem ser passados por meio de
arquivos, ainda que temporários, e parâmetros de execução.

PARA A SAÍDA DE DADOS


Prefira salvar as mensagens geradas no SCRIPT em um arquivo texto de LOG.

Caso seu SCRIPT não envie diretamente para um arquivo, e não seja desejável adaptá-
lo, você pode utilizar um redirecionador (> ou >>) na execução, diretamente no
CRONTAB.

Por exemplo:

30 19 * * 0 /home/bob/script1 >> /home/bob/script1.log

Toda a saída do script1 será escrita no final do arquivo /home/bob/script1.log.

O CRON pode ser configurado para enviar as saídas de um comando por mensagem
para a caixa postal local do usuário. Porém, se considerar que essas informações são
importantes e não podem ser perdidas, prefira o arquivo texto de LOG.


SAIBA MAIS

Um recurso muito útil para quem escreve SCRIPTS são as expressões regulares (regular
expressions, ou simplesmente, regex). Com elas podemos realizar comparações complexas e
transformações de dados.
Em diversos exemplos, desenvolvemos SCRIPTS que pediam ao usuário para digitar valores
ou textos, e vimos como fazer uma validação simples dessas variáveis.

E se precisarmos de uma validação mais rigorosa?

E se quisermos, por exemplo, garantir que o usuário digitou um número de, exatamente, 3
dígitos? Observe o SCRIPT abaixo:

#!/bin/bash

echo -n "Digite um número de 3 dígitos: "

read numero

if [[ $numero =~ ^[0-9]{3}$ ]]

then

echo "OK"

else

echo "O número não possui 3 dígitos."

fi

O comparador =~ utiliza expressão regular na comparação.

E qual é o significado dessa expressão regular?

Significa início da cadeia de caracteres. Ou seja, a validação começa verificando desde o 1º


caractere da sequência.

[0-9]

Procura um caractere compreendido entre 0 e 9.

{3}

Repetição por 3x da regra imediatamente anterior [0-9].


$

Fim da cadeia de caracteres.

Ou seja, a comparação só será válida se a cadeia for composta por, exatamente, 3 caracteres
de 0 a 9.

Ao assistir ao vídeo a seguir, você observará scripts com emprego das estruturas de repetição,
combinadas com os recursos apresentados nos módulos anteriores e exemplos de casos
práticos para a administração de servidores Linux.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ANALISE O SCRIPT ABAIXO E ESCOLHA A OPÇÃO QUE DESCREVE
CORRETAMENTE O SEU FUNCIONAMENTO.

#!/BIN/BASH

I=0

WHILE [[ $I -NE 10 ]]

DO

READ X

IF [[ $X -EQ 1 ]]

THEN

BREAK

FI

(( I++ ))

DONE

EXIT 0

A) O SCRIPT pede, repetidamente, que o usuário digite um valor. O LOOP se encerra se o


valor for igual a ‘1’ ou após 10 valores digitados.

B) O SCRIPT pede que o usuário digite 10 valores e encerra a execução após o último.

C) O SCRIPT fica em LOOP indefinidamente até que o usuário digite o valor ‘10’.

D) O SCRIPT escreve o valor ‘1’ por 10 vezes e encerra a sua execução.

2. CONSIDERE A VARIÁVEL A, DEFINIDA EM UM SCRIPT:

A="1 2 3 4 5"

A ESTRUTURA DE REPETIÇÃO QUE EXECUTA UMA ITERAÇÃO DE LOOP


PARA CADA VALOR NA VARIÁVEL A É:
A) read $A

B) while [[ $A -ne 0 ]]

C) for valor in $A

D) if [[ $A ]]

GABARITO

1. Analise o SCRIPT abaixo e escolha a opção que descreve corretamente o seu


funcionamento.

#!/bin/bash

i=0

while [[ $i -ne 10 ]]

do

read X

if [[ $X -eq 1 ]]

then

break

fi

(( i++ ))

done

exit 0

A alternativa "A " está correta.

O ‘while’ estabelece um LOOP que não se encerrará até que a variável $i tenha o valor 10.
Dentro do LOOP, vemos que a variável $i é incrementada em uma unidade a cada iteração.
Portanto, o LOOP executará 10 vezes, se não for interrompido antes.

Dentro do LOOP, o comando ‘read’ recebe um valor, que será comparado, pelo ‘if’, com o valor
‘1’. Se for igual, o LOOP é imediatamente encerrado.
Portanto, ao executar o SCRIPT, ele inicia
um LOOP e a cada iteração receberá um valor digitado pelo usuário. Se esse valor for ‘1’, o
LOOP se encerra imediatamente. Após pedir a digitação pela 10ª vez, o SCRIPT se encerra
independentemente dos valores digitados.

2. Considere a variável A, definida em um SCRIPT:

A="1 2 3 4 5"

A estrutura de repetição que executa uma iteração de LOOP para cada valor na variável
A é:

A alternativa "C " está correta.

O operador ‘for’ percorrerá o conteúdo da variável $A, obtendo um valor por vez e o atribuindo
a uma variável temporária. Para o comando ‘for valor in $A’, essa variável temporária será
$valor.

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste tema, conhecemos ferramentas muito importantes para a administração de
servidores e estações baseadas no sistema operacional Linux.

A possibilidade de criar SCRIPTS para a execução de tarefas nos permite definir algoritmos
sofisticados para tratar praticamente qualquer cenário que nosso ambiente nos apresente.

Com o CRON, podemos agendar a execução dessas tarefas e tornar nossa administração
automatizada e independente da interação de usuários.

Apesar de não serem verdadeiramente uma linguagem de programação, os SCRIPTS de


BASH podem ser estruturados com a mesma base lógica de qualquer linguagem simples, uma
grande vantagem para aqueles que já conhecem programação e podem aproveitar seus
conhecimentos.

Para aqueles que ainda não têm grande intimidade com programação, deixo como sugestão
investir um pouco de tempo no estudo de algoritmos. A capacidade de abstrair problemas reais
em passos lógicos e programá-los nos oferece grande versatilidade e eficiência, essenciais
para qualquer administrador de sistemas.

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
MAXWELL, S. Administração de sistemas Unix. 1. ed. Rio de Janeiro: Ciência Moderna,
2003.

MOTA FILHO, J. Descobrindo o Linux: Entenda o Sistema Operacional GNU/Linux. 3. ed.


São Paulo: Novatec, 2012.

PETERSEN, R. Ubuntu 18.04 LTS Server: Administration and Reference. 1. ed. Surfing Turtle
Press, 2018.

THE LINUS DOCUMENTATION PROJECT. Advanced Bash-Scripting Guide. In: TLDP.


Publicado em meio eletrônico em: 10 mar. 2014.

UBUNTU. Ubuntu Server Guide. Consultado em meio eletrônico em: 19 out. 2020.

EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia:

Capítulo 18 de Advanced Bash-Scripting Guide, TLDP.


CONTEUDISTA
Fernando Diniz Hämmerli

 CURRÍCULO LATTES

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