Internalização Das Funções Psicológicas Superiores - L S Vigotsky

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S mhecer passa a consi 8 A FORMACAO SOCIAL DA MENTE , carregada de I6gica” que o processo de lembran, mori et 0 “eerste e encontrar relaghes logicas;_o teen. 1r em descobrir aquele elemento que a ta: Sn encontrado a wzagio 6 indicativa de como as relages entre ag twas mudam no curso do desenvolvimento. Na idade ras muda 00 Coneeivos, todas as estruturas mere Ge transi, lochs Seganiadas de acordo com 05 tipos de classes {ais dessam Gganiaadas como conceitos abstratos. ae ive de que lembrar de um elemento {solado, pen. sando em conceitos, é completamente diferente de pensar em complexos, embora sejam processos compativeis". Portanto, o desenvolvimento da memoria das criancas deve ser estudado néo somente com respeito as mudancas que, ocorrem dentro do pré- prio sistema de meméria mas, também, com respeito a relagéo _ Sie memoria outa fangs ‘Quando uma pessoa ata um no no lenco paré il lembrar de algo, ela esta, esvenclalments, consizuindo @ pracesse % mem acta, homie com que um objeto externo relembrea eet eee forma © processo de lembranga numa atividade a, to, por si $6, é suficiente para demonstrar a carac- teres tunamefl das formas superiores de comportariento, Ne forma dentta alguna cis ¢lebrada; na forme superior oe tes fumans leva alga cosa, No primero cao, erga 8 corns smulténes de dis etimucs que afetam © organs Tuma Kortmporazio € formato; no segundo caso, os seres uma combinagio artical de estimulos, “POTATO através de os A cowdadeira esséncia da memoria humana esté. ajuda de signas, Pouce Sapazes de lemby nie soni 8 aa, ST spans rar ativamente com € ~—~—= Cizer que a caracteristica basica do jos homens in- ) Feta exige qu na construgde pion tetdadelra esiéncia da civilizacdo Positada de monumentos de forma @ 4 Internalizacao das funcdes psicolégicas superiores ‘Ao comparar os prinefpios reguladores dos reflexos condicionaddos Mncondicionados, Pavlov usa o exemplo de uma ligacdo telefS- Sica Uma possibilidade é que a ligagio telefonice seje comple: {ada pela conexéo de dois pontos, diretamente, viz uma linha especial, Isso corresponde a um reflexo incondicionado. A outrs possibilidade é que a ligacdo se complete através de uma ostagio Central especial, com o auxilio de conex6es temporarias e de varia bilidades sem limites. Isso corresponde a um reflexo condicio” nado, O cortex cerebral, sendo 0 drgéo que completa os circuitos ‘exo condicionado, cumpre o papel dessa estagio central a nossa andlise dos processos SU>- jacentes & criagdo de signos (signalizagio) poderia ser ‘express poets forma mais generalizada da mesms metéfore. Omer os exemplos de atar um no para ajudar a IF sorteio casual como meio de tomar uma dk de que, em ambos 0s casos, forma-se uma da temporaria, ou seja, uma associagio do seguncs © Tov. Mas se queremos aprender 0s as se passando aqui, somos forgados a considerar funcao do mecanismo telefonico mas, im, fonista que manipula os conectores €. assi%. a get fonista que manipuls oclagao foi estabeectda Pen Peer ee atou 0 n6, Esse é0 aspecto que lstingue 38 form de comportamento das formas infer “sacs yaa 80: ‘A invengdo e 0 uso de signos como Te 5 pare lucionar ure dado problema psicoldgico (lem TN 1. ed sas, relatar, escolher, etc.) & ansloga 3 INVER Si age como mentos, sé que agora no campo psicoldg! snsagem fundamental ‘associacao condiciona- po de Pav. do que esta A FORMAGAO SOCIAL Da spr de maneira Ga atividade psicoldgica an nto Cumento no trabalho. Mas essa analogia, & a0 lade desses conceitge =? so, comumente, desprovidas de qual efinido e quase nunca significam mais do que aquilo que elas realmente sio: simples metdforas e maneiras mais interessantes de expressar 0 fato de certos objetos ou operagGes terem um pa. pel ausiliar na atividade psicolégica, Por outro lado, tem havido muitas tentativas de se dar a tais expresses um significado literal, igualando 0 signo com o ins- trumento, Fazendo desaparecer a distin¢o fundamental entre eles, essa abordagem faz com que se percam caracteristicas especiti. Gis de cada tipo de stividade, deixandonos com uma tinica forma ar minadio psicol6gica geral. Essa é a posigao assumida por Povey, um dos sepresentantes do pragmatismo, Ele considera & Uingua ‘0 dos instrumentos, transpondo a defi- ‘les da méo humana para a fala, Eu trumente proseta Geta sfaro que @ analogia entre signo e ins- discaldssastma 9 Qorymim ¢ diferente das duas abordagens que comumen- te 3 istrumento” no claras as relagées ‘Squisador. Sua tarefa é a de por © comportaments © eS: nfo a5 figurativas, que existem entre gue pensamento ou men imei0 auxiliares. Deveriamos entender Terlam os meios de ative” S80 anélogos & atividade externa? rsasar oF process pace simplesmente o papel indefinido d¢ © aue si em pes? Qual é a natureza desse su Ou de meméria? essas express Ic6logos sensations ES SUE tanto se Gomprtnd em At ‘ornecem as respostas a essaS Psicsto choga g808, Ue conterem aquelas expres Dertencenss 22 ehtemente et ulto mais geradora de COD Sem, embasamae 8a ~ como o¥i°08 mas que realmente oa nica” ‘sha “patlogis® Srolutaente mentum 3g Pa este! dos” INTERNALIZAGOES DAS FUNGOES PSICOLOGICAS SUPERIORES 61 sgualar fenOmen0s PsICOl6gcos e nko palcoligions na medida em tite se ignora a esséncla de cada forma de atividude, além das GMrerengas entre suas Naturezas © paptis histricos. AS distingies cnire os instrumentos como um meio de trabalho para dominar envatureza, e a linguagem. como um meio de interacao socal, ds a Hwerse no conceito geral de artefatos, ou adaptarbes artficais. Nosso propésito 6 entender 0 papel comportamental do sig fo em tudo aquilo que ele tem de caracteristico, Esse objetivo no cpu nossos estudos empiricos para saber como 08 usos de mofrumentos e signo esto mutuamente ligados, ainda que sepa sae. no desenvolvimento cultural da crianga, Admitimos trs acaigdes como ponto de partida para esse trabalho, A primeira conal@yacionada & analogia e pontos comuns aos dois tipos esta Made; a segunda esclarece suas diferencas basicas, © teroek ativienta demonstrar 0 elo psicol6gico real existente entre uma ou To menos dar um indicio de sua existéncia oom bésica entre signo e instru: Como jé analisamos, 8 analogia bési po eine 7 eng repausa na fungdo mediadora que os caracteriza Forse sees podem, a partir da perspectiva psicoldzica, se que mostra geral de atividade indireta (mediada). “atvidede mediage ‘signe ] [ieee Figure 4 am foi investido do mais rnele um aspecto carac- wreveu, “é tho ese muito corretamente, f ‘ral por Hegel, que vi “A razio”, ele eScTeve cipal Oe ede nutans nhhose quanto poderosa. A su enKenPos’r SG) com que oF ae Pticnde meta, os “at sie ee eon cess t quando fala dos instruments ‘mecinic homens “sam as propriedades Meh retan objetos, fazendo-os agirem come TI Gessoais”™ 7 tos no sentido de atingir seus OPI Sara que se desizne Essa andlise fornece uma er a A FORMACAO SOCIAL DA MENT uso de signos & categorit esséncia do seu uso consi portamento através dos signos. A fu ambos os casos, tornase evidente. detalhes a relagio entre esses do! a de atividade medinda, uma ver gu, ve em os homens afetarem o seu oon” indireta (medida) an, iio especificarei com maior” neeitos, ou a sua relagae roe genérico de atividade mediada. Gostaria com o once ne que neninum deles pode, sob qualquer cireung, Tavis, ser considerado isomérfico com respelto &s funcées P= inten tampouco podem ser vistos como exaurindo complene wa donouto de stvidade mediads. Podersedam arrolar ey, dedes mediadas; a atividade cognitiva nao ss st mmita ao uso de instrumentos ou signos. = No plano puramente ldgico da relacéo en 5 tre os tos, nosso esquema representa os dois meios de adepiagdo at , c dade mediada, Essa divergéncia 6 a base rnossas trés condigdes iniciais, A diferenca mi trumento, e a base da divergenela reat i nas diferen u ties cretam:o emportamentohumano, A Tunglo do inctern eee servir como um condutor da influgnola humana, sot ele € orentedo extrnamenta, deve meee ‘mente levar a mudangas nos objet tial im meio eet ea jetos. Constitul um meio pelo qual 8 atividade humana externa € dirgida pa nirole 6 domgaig ence Saree an oan ame operaga ital aun a 20 psicoldgica, Constitui um a outra, AWE a natureza ser a mesma, dos melos por elas utili 2a = " las utilizados na d rae no pode 0 ter aividades e, por isso, nae ata da ligago real nese © na ontoenetee? etl de seus ‘Socenvotv! moe aha comBortanento fines O controle da natureza e-0 6) Ovoca mente eae Prépria naturesa do pod pelo homem sobre a Denton, assim co- Na filogénese yo caturems altera. , 10s reconstruir INTERNALIZAGOES DAS FUNCOBS PSICOLOGICAS SUPERIORES a __ muda, fundamentalmente, todas Jum como 0 uso de instrumentos amie aa oes ee sim oe atividades em cujo interior as novas fungbes psicoldglins oder operar. Nesse contexto, podemos usar 0 termo Tung pat pate oer, Nes cons poten a ee el colopiragao entre o instrumento e 0 signo na atividade scale gica. ‘Descrevemos, até agora, varias tases das operagées com 0 uso de signos. Na fase inicial 0 esforgo da criange depende, de forma crucial, dos signos externos. Através do desenvolvimento, porém, Sesas operagoes sofrem mudancas radicals: a operagio da ativé. Saxe mediada (por exemplo, a memorizago) como um todo co Gfoca a ocorrer comO Um prOcesso puramente interno. Parado- mimente, os ultimos estagios do comportamento da crianca asse- xalnamse aos primeiros estégios de memorizagio, que caracte, rizavam-se por UM Pro‘ Gepende de meios externos; a0 invés disso, gem “natural”, “eidética”, Julgando somente pelas aparéncias ex- commas, parece que a crianca mais velha comegou, simplesmette, {ermemorizar mais € melhor; ou seja, que ela, de alguma maneira, Suerfeigoou e desenvolveu seus velhos métodos de memorizasio. Noe nivels mais superiores, parece que ela deixou de ter qualquer Sovendéncia em relacdo aos signos. Entretanto, esse aparéncit ¢ ‘como freqiiente- apenas ilus6ria, O desenvolvimento, neste 350, ‘espiral, pasando. mente acontece, se d4 néo em circulo, mas em < por um mesmo ponto a cada nova reyolugdo, enquanto avancs para um nivel superior, Chamamos de internaliz ‘operacdo externa. Um bom exemplo contrado no desenvolvimento do gest: jue um: fzagdo b reconstrugao interna de we fesse processo pode ser en: ‘9 de apontar. Inicialmente, teste gesto nfo é nada mais do que uma tentativa sem sucese de Sete Best mo isan um movimento dirgido pare wn certo One fo, que desencadeis a atividade de aproximagio. A crane a Deets um objeto colocado além de seu alcance: suas TEs, esti cadas em direpdo aquele objeto, permanecem parades Te 2 coal Gedos fazern movimentos que lembram 0 peger., NS nee flee, o atontar ¢ representado pelo movimento da crn a Tree eRereae “ean parecer que a.crianga esté aponiand? objeto — nada mais que iss0- ‘Quando 2 mie vem em ajuda da crane not movimento indica alguma coisa, @ situact = movimento Indica slgume gusto Pa oS Oo gue mar suceine an erianga engenda wind 72680, O° ie, o Sig ela procura, mas de uma owtra Pes cede ide pegar 6&5 nificado primdrio daquele mov! fa que 0 seu muda fundamental EE “a A FORMAGAO SOCIAL DA MENTE e mais tarde, quando a crianga po, tabelecido por — Giuacao objetiva como um ps Ge assoriat se fato, comeca @ compreender esse movimento como 6 qe oe ao, come # Sy, wore uma Mange quel fungdo do movimento: de um movimento orientado pelo Gpjeto, torna-se um movimento dirigido para uma outra pessoa, um meio de estabelecer relagdes. O movimento de pegar transfor. ma-se no ato de apontar. Como conseqiiéncia dessa mudanga, o proprio movimento é, entéo, fisicamente s Fesulta é a forma de apontar que podemos ch: 7 Geiro gesto. De fato, ele s6 se torna um gesto verdadeiro apdés manifestar objetivamente para os outros todas as fungdes do apontar, e ser entendido também pelos outros como tal. gesto, Suas fungdes e significado sAo criados a principio, por uma situa. ho objetiva, e depois pelas pessoas que circundam a crianga, Como a descricao do apontar ilustra, 0 processo de internali- zagio consiste numa série de transformagées: a) Uma operagdo que inicialmente representa uma atividade externa é reconstruida e comeca a ocorrer internamente. ¥ de par- tte pte ae Same ae pee ts npr toniooa ou ae a ae cl ne eh to da inteligéncia pratica, da atengio voluntaria e da memédria. b) Um processo interpessoal é transformado num processo intrapessoal. Todas as fungdes no desenvolvimento da crianga apa- ecem duas vezes: primeiro, no nivel Social, e, depois, no_nivel, individual; primeiro, entre pessoas (interpsicolégica), e, depois, Te imerior da crianca (intrapsicolégica), 1850 se aplica igualmen- —s tengo Yolunria Para a meméria l6gica e para a for- rat eee age one ©) A transformagéo : costo ftrapes I me de wm proceso interpessoal num pro- INTERNALIZAGOES DAS FUNCOES PSICOLOGICAS SUPERIORES 63. jas so ineorporadas em um novo sistema com suas préprias A internalizagao de formas culturais de comportamento en: vyolve a reconstrugao da atividade psicologica tendo como base as ‘operagdes com signos. Os processos psicol6gicos, tal como apare- ‘cem nos animais, realmente deixam de existir; sé0 incorporados nesse sistema de comportamento e so culturaimente-reconstitul- dos e desenvolvidos para formar uma nova entidade psicol6gica. ‘(0 uso de signos externos é também reconstruido radicaimente. lAs mudangas nas operagées com signos durante o desenvolvi- jnento séo semelhantes Aquelas que ocorrem na linguagem. AS. pectos tanto da fala externa ou comunicativa como da fala °go- ventrica “‘interiorizam-se”, tornando-se a base.da fala interior. ‘A internalizagio das atividades socialmente enraizadas his: toricamente desenvolvides constitul 0 aspecto caracteristico psicologia humana; € a base do salto qualitativo da psicologis ani nal para a psicologia humana, Até agora, comhece-se apenas esbogo desse proceso.

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