Apostila Cuidador Infantil

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O BOM ALUNO DE CURSOS À DISTÂNCIA:

• Nunca se esquece que o objetivo central é aprender o conteúdo, e não apenas terminar o curso.
Qualquer um termina, só os determinados aprendem!

• Lê cada trecho do conteúdo com atenção redobrada, não se deixando dominar pela pressa. •

Sabe que as atividades propostas são fundamentais para o entendimento do conteúdo e não
realizá-las é deixar de aproveitar todo o potencial daquele momento de aprendizagem.

• Explora profundamente as ilustrações explicativas disponíveis, pois sabe que elas têm uma função
bem mais importante que embelezar o texto, são fundamentais para exemplificar e melhorar o
entendimento sobre o conteúdo.

• Realiza todos os jogos didáticos disponíveis durante o curso e entende que eles são momentos de
reforço do aprendizado e de descanso do processo de leitura e estudo. Você aprende enquanto
descansa e se diverte!

• Executa todas as atividades extras sugeridas pelo monitor, pois sabe que quanto mais aprofundar
seus conhecimentos mais se diferencia dos demais alunos dos cursos. Todos têm acesso aos
mesmos cursos, mas o aproveitamento que cada aluno faz do seu momento de aprendizagem
diferencia os “alunos certificados” dos “alunos capacitados”.

• Busca complementar sua formação fora do ambiente virtual onde faz o curso, buscando novas
informações e leituras extras, e quando necessário procurando executar atividades práticas que
não são possíveis de serem feitas durante as aulas. (Ex.: uso de softwares aprendidos.)

• Entende que a aprendizagem não se faz apenas no momento em que está realizando o curso, mas
sim durante todo o dia-a-dia. Ficar atento às coisas que estão à sua volta permite encontrar
elementos para reforçar aquilo que foi aprendido.

• Critica o que está aprendendo, verificando sempre a aplicação do conteúdo no dia-a-dia. O


aprendizado só tem sentido quando pode efetivamente.

 
O que faz um Auxiliar de Educação Infantil?

Para quem tenha uma vocação especial para trabalhar com crianças, a
profissão de auxiliar de educação infantil poderá ser uma opção a considerar.
Neste artigo abordamos algumas das possíveis funções associadas ao dia-a-
dia destes profissionais.

Possíveis funções de um Auxiliar de Educação Infantil

1 – Preparar a alimentação da criança, consoante a sua idade e necessidades,


acompanhando-a nas refeições e promovendo a sua autonomia.
2 – Cuidar da higiene da criança e facilitar a aquisição destes hábitos de saúde.
3 – Estabelecer rotinas de sono adequadas à idade de cada criança.
4 – Estar atento aos sintomas de alteração de saúde que podem ocorrer nas
crianças, encaminhando para as unidades de saúde próprias, sempre que se
justifique.
5 – Prevenir acidentes e socorrer a criança, de forma adequada em qualquer
acidente infantil.
6 – Desenvolver atividades que promovam vivências infantis ricas do ponto de
vista: sensorial, motor, cognitivo, afetivo e social.
7 – Ser modelo de bons hábitos, comportamentos e atitudes para a promoção
dos mesmos, por parte das crianças.
8 – Reforçar a criança nas suas aprendizagens, oferecendo-lhe segurança,
apoio e estímulo para que desenvolva todas as suas capacidades da melhor
forma possível.
9 – Procurar os materiais e recursos tecnológicos úteis ao desenvolvimento de
actividades adequadas às crianças.
10 – Promover jogos, brincadeiras e atividades plásticas, literárias e musicais
de interesse para as crianças.

11 – Participar ativamente nas atividades de animação desenvolvidas pelos


animadores, em contexto escolar e de tempos livres.
12 – Garantir a segurança e o desenvolvimento saudável de crianças em
situação de risco social e com Necessidades Educativas Especiais.
13 – Participar proativamente nas instituições, como elemento da equipa
educativa, assegurando a melhor atenção à criança e família.
14 – Apoiar os elementos da equipa educativa, nas suas tarefas, e dar resposta
às necessidades das crianças e famílias, na ausência de cada elemento.
Os auxiliares de educação infantil podem trabalhar em diversos tipos de
instituições, empresas e organizações, tanto públicas como privadas, tais
como: jardins de infância, creches, associações de tempos livres, instituições
de solidariedade social, entre outros.
Alimentação infantil: qual a importância da educação alimentar?

Nunca é demais reforçar que a família tem um papel fundamental na formação


do ser. Na primeira infância, em especial, a presença e influência dos pais no
desenvolvimento da criança — no acompanhamento escolar, na interação
lúdica e na alimentação, entre tantas outras — serão responsáveis colaborar
na construção da trajetória de uma existência.

Quando o assunto é construir padrões saudáveis de alimentação para os filhos,


muitas são as dificuldades alegadas pelas famílias contemporâneas. A falta de
tempo e até de intimidade com a cozinha e o universo nutricional estão no topo
delas. Certo é que a educação alimentar das crianças requer tempo, atenção,
paciência, persistência — e criatividade!

Pensando nisso, o post de hoje traz algumas dicas simples de como é possível
incentivar seus filhos a desenvolverem uma alimentação saudável!

Dê o exemplo

Os pais devem se preocupar diariamente em dar o exemplo para seus filhos,


em todos os âmbitos. Considerando que a alimentação também é um aspecto
do comportamento que deve ser formado, não se deve subestimar o poder do
exemplo. A criança observa desde muito cedo todas as atitudes dos pais e
daqueles com quem convive mais de perto, e tende a imitá-las.

Por falta de tempo, muitos pais cedem às facilidades do mundo contemporâneo


e expõem seus filhos, cada vez mais cedo, aos enlatados, congelados e ao
fast-food. Reinam os sucos de pozinho, salgadinhos, biscoitos recheados e
refrigerantes, alimentos ricos em açúcar, sódio, aromatizantes e corantes, que
predispõem as crianças ao desenvolvimento de alergias alimentares,
obesidade e severos distúrbios de digestão e até de compulsão alimentar.

E o problema não está somente no baixo valor nutricional desses alimentos: as


crianças, seguindo o modelo dos pais, perdem o contato com o alimento in
natura, fonte de vida, o que significa também uma perda simbólica de contato
com a natureza, da qual são parte integrante. Isso tem impactos até mesmo no
desenvolvimento da identidade, da consciência ecológica e consumo
sustentável!

Assim, pais que criam para seus filhos uma rotina alimentar que inclui frutas,
legumes, verduras (e, não menos importante, água!), consumindo-os na
companhia deles, têm mais facilidade em introduzir esses alimentos e
naturalizá-los aos olhos delas. Ser o exemplo é essencial para educar as
crianças e apresentá-las à importância de comer bem.
Crie o ambiente ideal para as refeições

Em casa, é importante definir o horário das refeições e garantir que os filhos


comam bem nas três principais refeições do dia — café da manhã, almoço e
jantar. Para isso, é primordial que estejam ao lado das crianças, fazendo as
refeições juntos e à mesa, tantas vezes quantas forem possíveis, e buscando
evitar distrações como TV, smartphones ou tablets.

Faça com que o ambiente seja alegre, convidativo, aconchegante e tranquilo,


pois este é também um bom momento para investir no relacionamento
familiar e aproveitar a proximidade para conversar com seus filhos, reforçar os
aprendizados do dia, contar histórias e se divertirem juntos também!

Não se esqueça: o momento de comer será também o momento de assimilar


as emoções e experiências do dia e da hora em que as refeições são feitas!
Por isso, tornar a vivência da alimentação nutritiva em todos os sentidos será a
base para uma boa saúde — física, mental, afetiva, familiar e socioemocional.

Convide as crianças a participar do preparo da comida

A educação alimentar pode começar durante o preparo das refeições, ou até


mesmo antes. Convide seus filhos para estar na cozinha enquanto você
prepara as refeições e use este momento para mostrar como são feitos cada
um dos pratos e deixar que as crianças coloquem a mão na massa também.
Aproveite para apresentar as várias cores, texturas e outras características dos
alimentos usados.

Sem dúvida, além de aprendizado, será uma hora de diversão. E quando os


pratos forem servidos, as crianças terão muito mais prazer em comer o que
ajudaram a preparar!

Vale também levar seus filhos com você para a feira ou supermercado,
transformando a oportunidade em uma aula divertida sobre a origem de cada
alimento (legumes, tubérculos, frutas, verduras, cereais, entre outros).
Diferencie, aos olhos deles, um alimento natural de um alimento industrializado.
Um bom exemplo é o suco: muitas crianças sequer sabem que o bebem na
caixinha veio (ou não) de uma fruta, que cresceu em uma determinada árvore,
em um determinado lugar.

Se tiver a chance, não hesite ainda em proporcionar a eles um contato mais


próxima com a natureza. Uma horta, uma chácara, uma fazenda, tanto faz! O
importante é dar a eles a sensação do verde, a maravilha do contato com a
vida em sua essência divina!
Invente cardápios variados e pratos divertidos

A criança pode ter preferência por alguns alimentos, o que é perfeitamente


natural. Por isso, oferecer os alimentos preferidos junto a outros que a criança
não conhece ou rejeita, pode facilitar a aceitação de novos sabores.

Reinventar receitas e a forma de oferecer e apresentar o mesmo alimento


também contribuem para uma evolução na alimentação infantil. Legumes
podem ser oferecidos como recheio em omeletes ou panquecas. Você pode
até mesmo transformar cada alimento ou prato em um personagem, nomeá-lo
e inventar uma história para ele. Sempre que a criança consumi-lo, a carga
lúdica associada àquele alimento será acionada, e comer será algo bem mais
espontâneo e divertido!

A educação alimentar é um aprendizado que deve começar em casa, onde as


crianças deverão receber o exemplo e a oferta diversificada para uma
alimentação consciente e saudável.

Como fazer a reeducação alimentar infantil

Para fazer reeducação alimentar com as crianças é preciso primeiro mudar os


hábitos dos pais, especialmente através de ações simples, como não comprar
guloseimas pra casa e ter sempre salada na mesa do almoço e do jantar.

As crianças costumam imitar as atitudes dos pais, e por isso é preciso unir a
família inteira na mudança dos hábitos alimentares, o que pode ser conseguido
através dos seguintes passos:
1. Ter bons alimentos na geladeira

O primeiro passo para fazer as crianças comerem bem é ter bons alimentos na
geladeira, na despensa e nos armários. Desta forma, elas terão sempre boas
opções para escolher e, mesmo quando fizerem birra para comer besteiras
como biscoito recheado e refrigerantes, não terão em casa.
Durante a birra das crianças, os pais devem abrir os armários para mostrar que
não têm os alimentos desejados pelos pequenos e para mostrar outras opções
de lanches disponíveis.

2. Ter sempre alimentos saudáveis nas refeições

Inserir alimentos saudáveis nas refeições, mesmo que as crianças não queiram
consumi-los, é importante para que elas passem a conhecer novos alimentos e
ter curiosidade em relação a eles.
Os pais podem disponibilizar sempre saladas e frutas picadas, e castanhas e
iogurte natural com mel nos lanches, por exemplo.

3. Comer novos alimentos na frente dos filhos

Para estimular as crianças a experimentarem novos sabores, uma boa


estratégia é comer alimentos saudáveis na frente dos pequenos, para que eles
vejam o quanto são gostosos e saudáveis.
Muitas vezes as crianças não comem frutas, verdura e preparações diferentes
porque os próprios pais também não têm esse hábito, então é preciso mudar e
mostrar a elas que a mudança é gostosa.

4. Deixar os filhos participarem na cozinha


Permitir que os filhos ajudem na preparação da comida também é uma ótima
forma de estimulá-los a conhecerem os alimentos e entenderem como a
comida foi preparada de forma carinhosa e deliciosa.

Algumas vezes, ao verem o prato já pronto, as crianças simplesmente rejeitam


a preparação por acharem estranha e não entenderem como ela foi feita.
Assim, ao participarem do processo de preparação e cozimento, elas podem ir
experimentando novos sabores e ficando animadas para quando tudo estiver
pronto na mesa.

5. Evitar distrações na hora da refeição

É importante evitar distrações como televisão, tablet ou celular durante as


refeições, regra que vale tanto para os filhos quanto para os pais.
Apesar da bagunça que normalmente é feita, a refeição tem que ser um
momento de atenção às crianças, durante o qual elas recebem elogios e
conselhos de forma agradável, tornando a refeição sempre um momento
especial.

6. Ter muita paciência


Ter paciência é algo sempre necessário durante a educação dos filhos, e o
mesmo acontece em relação à educação nutricional. As crianças não vão
ceder fácil à novos alimentos, e é preciso tempo e paciência para convencê-las
a experimentar novos sabores.

E o trabalho não para na primeira tentativa: em geral, é preciso experimentar


várias vezes o mesmo alimento até que o paladar se habitue e passe a gostar
do novo sabor.

7. Testar novas receitas

Testar e aprender novas receitas é importante para inovar e dar sabor à


comida saudável, que muitas vezes é vista como sendo sem graça e sem
sabor.
Aprender a utilizar temperos naturais e alimentos frescos trás mais saúde e
mais prazer para a família durante as refeições.

O que diz a lei sobre publicidade para crianças

A legislação sobre publicidade para crianças atende algumas normas da


Constituição Federal, do Estatuto da Criança e do Adolescente e também do
Código de Defesa do Consumidor. As regras mais rígidas estão contidas na
Resolução 163 do Conanda – Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente, estabelecendo algumas restrições para a publicidade dirigida a
crianças com até 12 anos.

A Resolução 163 estabelece que não podem ser utilizados elementos abusivos
e sequencia o que deve ser considerado como abusivo:

 Uso de linguagem infantil, efeitos especiais e cores em excesso.


 Uso de trilhas sonoras de músicas infantis ou cantadas por crianças.
 Representação de crianças nas propagandas.
 Apresentação de pessoas que tenham apelo sobre o público infantil.
 Uso de personagens ou apresentadores de programas infantis.
 Uso de desenho animado, de bonecos ou similares.
 Promoções com distribuição de prêmios ou brindes colecionáveis, de
competições ou de jogos com apelo ao público infantil.

Como vemos, a resolução proíbe tudo o que hoje é utilizado pela mídia para
atingir o público infantil. Embora tenha força normativa, as agências de
propaganda estão sempre contra o que é determinado.

Propaganda infantil: difícil para os publicitários

A Conanda, segundo alguns especialistas em marketing, exagerou em suas


determinações. Para os publicitários, bastaria seguir o Conar – Conselho de
Auto-regulamentação Publicitária, que já decidiu pelo fim do merchandising em
programas infantis, limitando a propaganda aos intervalos comerciais.

De acordo com o determinado pela Conanda, embora sua determinação tenha


um fundo necessário para evitar abusos, a prática torna muito difícil a criação
de comerciais para o público infantil, embora organizações não governamentais
estejam favoráveis a essas disposições.

O Instituto Alana, por exemplo, destaca que a criança não tem a capacidade de
discernimento, não pode distinguir entre a publicidade e a realidade, deixando
claro que cabe aos pais decidir pela compra ou não de um produto infantil.

De acordo com essa recomendação, a publicidade dos produtos infantis deve,


então, ser dirigida aos adultos, e não especificamente ao público infantil.
Conforme o Código de Defesa do Consumidor, “é proibida toda publicidade
enganosa ou abusiva”. Os publicitários, certamente, não entenderam ainda a
determinação, muito embora os comerciais apresentem certas ressalvas.
Ressalvas, aliás, que só são percebidas pelos adultos.

Acidentes na Primeira Infância


As lesões e mortes decorrentes de acidentes referentes a trânsito, envenena -
mento, afogamento, quedas, queimaduras e outros são a principal causa de
morte com crianças a partir de um ano de idade no Brasil.

Segundo dados do Ministério da Saúde do Brasil, na faixa etária de zero a nove


anos, os acidentes foram responsáveis, em 2012, por 3.142 mortes e mais de
75 mil hospitalizações de meninos e meninas, o que caracteriza o acidente
como um grave problema de saúde pública. O presente documento tem uma
subdivisão de faixa etária de menor de um ano, um a quatro anos e cinco a
nove anos e não possibilita estratificar a faixa etária de zero a seis anos, para a
primeira infância. Além das leis, normativas, pro - gramas e projetos
desenvolvidos pela sociedade civil e pelo governo não terem essa
especificação de faixa etária. Tratam em geral de crianças.

Estimativas mostram que a cada morte outras quatro crianças ficam com
seque - las permanentes que irão gerar, provavelmente, consequências
emocionais, sociais e financeiras a essa família e à sociedade. De acordo com
o governo brasileiro, cer - ca de R$ 70 milhões são gastos na rede do SUS –
Sistema Único de Saúde.

A boa notícia é que estudos da Ong Safe Kids Worldwide mostram que pelo
menos 90% dessas lesões podem ser evitadas com informação e simples e
importantes atitu - des de prevenção!

O presente documento tem o objetivo de servir de referência, informar e apre -


sentar propostas para a Rede Nacional da Primeira Infância, em sua ação
finalística de prevenção de acidentes, atuar na incidência política, na
disseminação da causa através dos Planos Municipais da Primeira infância e
na articulação com as diversas instituições membros que já desenvolvem
ações de proteção de crianças.

O trauma no mundo

O trauma é a principal causa de morte em crianças e adultos jovens, e um dos


maiores problemas de saúde pública mundial. Quando há sobrevida, as
sequelas temporárias ou permanentes têm um índice elevado.
Segundo o Relatório Mundial sobre Prevenção de Acidentes com Crianças e
Adolescentes, lançado em dezembro de 2008, pela Organização Mundial da
Saúde e UNICEF, 830 mil crianças morrem vítimas de acidentes, anualmente,
em todo o mundo.

Dados de acidentes

Os dados a seguir, oriundos do DATASUS / Ministério da Saúde, pesquisas


realizadas pela CRIANÇA SEGURA, Relatório Mundial de Prevenção de
Acidentes da Organização Mundial de Saúde, entre outras fontes, apresentam
as mortes e hospitalizações em decorrência dos acidentes na Primeira Infância.

As mortes são qualificadas em até 30 dias após o acidente e as hospitalizações


de no mínimo 24 horas. Ou seja, não são atendimentos somente de pronto
socorro.

Segundo a Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde, os


acidentes são lesões não intencionais identificadas como eventos de trânsito
(atropelamento, passageiro de veículos e ciclista), afogamento, obstrução de
vias aéreas (sufocação, estrangulamento e engasgamento), envenenamento e
intoxicação, queimaduras e choques elétricos, acidentes com armas de fogo e
outros.

Devem-se considerar que todos os dados são para a faixa etária até nove
anos, conforme apresentado anteriormente.

Mortalidade

Os dados de mortalidade são considerados para até 30 dias do acidente


ocorrido. Em 2012, 3.142 crianças de zero a nove anos morreram em
decorrência de acidentes (Tabela 1).
Os acidentes de trânsito, que incluem atropelamentos, passageiros de
veículos, motos e bicicletas, representaram 33% destas mortes, seguidos de
afogamento (23%), sufocação (23%) queimaduras (7%), quedas (6%) e outros
(6%) (Gráfico 1).

Há dez anos, dados de 2003 mostram que os acidentes na Primeira Infância


foram responsáveis por 4.141 mortes (Tabela 2).Os acidentes de trânsito
representaram 35% destas mortes, seguidos de afogamento (24%), sufocação
(18%) queimaduras (8%), quedas (5%) e outros (6%) (ANEXO I). Nos últimos
dez anos, as mortes por acidentes até nove anos apresentaram uma redução
de 24% em dados absolutos e de 13% a cada 100.000 habitantes (Tabela 2 e
Tabela 3).
Como prevenir acidentes domésticos com crianças

As crianças pequenas não têm capacidade para avaliar o perigo, pelo que
qualquer objeto que encontram em casa pode transformar-se num brinquedo
muito interessante.

Todos os anos são registados inúmeros casos de ingestão, por parte de


crianças, de produtos de utilização doméstica reconhecidos como perigosos
como, por exemplo, alguns medicamentos, combustíveis líquidos e solventes,
preparações fortemente ácidas ou alcalinas e produtos utilizados em
jardinagem.

Uma das soluções para prevenir estas situações é a utilização


de “embalagens à prova de crianças”, ou seja, colocação de uma barreira
física entre a criança e o produto perigoso, nomeadamente através de sistemas
de fecho apropriados.

Acidentes (não só domésticos) mais frequentes de acordo com a idade:


0-1 anos: quedas, asfixia, engasgamento, aspiração de corpos estranhos,
intoxicações, queimaduras.
2-4 anos: quedas, asfixia, engasgamento, afogamento, intoxicações, choques
elétricos, traumatismos.
5-9 anos: quedas, atropelamentos, queimaduras, afogamentos, choques
elétricos, intoxicações, traumatismos.
10-19 anos: quedas, atropelamentos, afogamentos, choques elétricos,
intoxicações, traumatismos.

Objetos perigosos
Botões, tampas e rolhas de garrafas, moedas, pregos pequenos, parafusos e
até brinquedos com peças demasiado pequenas são uma atração irresistível
para crianças até aos três anos, que gostam de levar tudo à boca. Mas
consistem num grande perigo, pois as crianças podem engasgar-se e até
sufocar.

Causas dos acidentes

Sabia, por exemplo, que as quedas são a principal causa de acidentes


domésticos com crianças? Seguem-se os cortes, as queimaduras e as
intoxicações. Não se limite a proibir as crianças de fazerem isto ou aquilo; deve
procurar ensiná-las e alertá-las para os riscos que certos actos envolvem, para
que elas possam desenvolver a noção do que é o perigo e do que são
comportamentos perigosos. Mesmo quando as crianças são pequenas e a
explicação requer muita paciência.

E, sobretudo, dê o exemplo: as crianças imitam os adultos.

Sempre que necessário, explique à criança porque é que as suas ações lhe
são permitidas a si e a ela não, apontando razões de idade, capacidade,
responsabilidade, segurança, etc.

Cuidados com brinquedos

 Os brinquedos devem ser suficientemente grandes para não poderem


ser engolidos e suficientemente resistentes para não lascarem ou
partirem;
 Verifique os rótulos e etiquetas dos brinquedos para saber quais os
materiais de que são feitos, evitando, por exemplo, o risco de alergias;
 Os brinquedos não devem ter arestas ou ser pontiagudos;
 Compre brinquedos adequados à idade da criança e verifique se os
oferecidos também são apropriados.

Cuidar e educar na educação infantil

Quando se propõe a trabalhar com crianças bem pequenas, deve-se ter como
princípio, conhecer seus interesses e necessidades. Cuidar e educar é
impregnar a ação pedagógica de consciência, estabelecendo uma visão
integrada do desenvolvimento da criança com base em concepções que
respeitem a diversidade, o momento e a realidade, peculiares à infância. Cuidar
e educar implica reconhecer que o desenvolvimento, a construção dos saberes,
a constituição do ser não ocorre em momentos e de maneira compartimentada.
Cuidar e educar significa compreender que o espaço/tempo em que a criança
vive exige seu esforço particular e a mediação dos adultos como forma de
proporcionar ambientes que estimulem a curiosidade com consciência e
responsabilidade.

Portanto, neste trabalho faz-se uma reflexão baseada na observação sobre o


que consiste o cuidar e o educar, bem como, discute-se as bases do
significado de cuidar e educar, ressaltando seu caráter de unicidade, ao invés
de dupla tarefa.

O excesso de crianças dificulta que os objetivos das atividades sejam


alcançados em sua plenitude.

De contrapartida, a qualificação dos profissionais tem influenciado para a atual


situação da instituição observada, pois a maioria de seus profissionais está
com uma formação na área de pedagogia participando de programas de
formação continuada. Nesse caso, a ação do educador é fundamental. Ele
estrutura o campo das brincadeiras, por meio da seleção da oferta de objetos,
fantasias, brinquedos, dos arranjos dos espaços e do tempo para brincar,
dormir e alimentar-se, a fim de que as crianças alcancem objetivos de
aprendizagens predeterminados sem limitar sua espontaneidade e imaginação.

Modificar essa concepção de educação assistencialista significa atentar para


várias questões que vão além dos aspectos legais. Envolve, principalmente,
assumir as especificidades da educação infantil e rever concepções sobre a
infância, as relações entre classes sociais, as responsabilidades da sociedade
e o papel do Estado diante de crianças pequenas.

Além disso, não podemos deixar de falar da ação conjunta dos educadores e
demais membros da equipe da instituição (cozinheira, faxineira e
coordenadora), pois é essencial para garantir que o cuidar e o educar
aconteçam de forma integrada. Essa atitude é contemplada desde o
planejamento educacional até a realização das atividades em si, portanto a
partir do momento em que se esta trocando ou alimentando uma criança, ao
mesmo tempo se está educando/estimulando a mesma.

Na educação infantil o “cuidar” é parte integrante da educação, embora possa


exigir conhecimentos, habilidades e instrumentos que exploram a dimensão
pedagógica. O cuidado precisa considerar, principalmente, as necessidades
das crianças, que quando observadas, ouvidas e respeitadas, podem dar pistas
importantes sobre a qualidade do que estão recebendo. Para se atingir os
objetivos dos cuidados com a preservação da vida e com o desenvolvimento
das capacidades humanas, é necessário que as atitudes e procedimentos
estejam baseadas em conhecimentos específicos sobre desenvolvimento
biológico, emocional, e intelectual das crianças, levando em conta diferentes
realidades sócio-culturais (BRASIL, 1998, p. 25).

Nesta instituição observada, em especial, na sala do berçário, as ações


relativas ao cuidar, por sua vez, são apresentadas de forma a ressaltar o
desenvolvimento integral da criança, envolvendo aspectos afetivos, relacionais,
biológicos, alimentares e referente à saúde. É de suma importância que as
instituições de educação infantil incorporem de maneira integrada as funções
de cuidar e educar, não mais diferenciando, nem hierarquizando os
profissionais e instituições que atuam com crianças pequenas ou àqueles que
trabalham com as de mais idade. A educação infantil, na instituição observada,
esta associada a padrões de qualidade. Essa qualidade advém de concepções
de desenvolvimento que consideram as crianças nos seus contextos sociais,
ambientais, culturais e, mais concretamente, nas interações e práticas sociais
que lhes fornecem elementos relacionados às mais diversas linguagens e ao
contato com os mais variados conhecimentos para a construção da autonomia.

A instituição de educação infantil deve tornar acessível a todas as crianças que


a frequentam, indiscriminadamente, elementos da cultura que enriquecem o
seu desenvolvimento e inserção social. Cumpre um papel socializador,
propiciando o desenvolvimento da identidade das crianças, por meio de
aprendizagens diversificadas, realizadas em situações de interação (BRASIL,
1998, p. 23).
Pode-se oferecer às crianças, condições para as aprendizagens que ocorrem
nas brincadeiras e àquelas advindas de situações pedagógicas intencionais ou
aprendizagens orientadas pelos adultos. Educar significa, portanto, propiciar
situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma
integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades
infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude
básica de aceitação, de respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças aos
conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.

Nesse processo, a educação infantil poderá auxiliar o desenvolvimento das


capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais,
afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a
formação de crianças felizes e saudáveis.

Sendo assim, o processo educativo é realizado de várias formas: na família, na


rua, nos grupos sociais e, também, na instituição. Educar, nessa primeira etapa
da vida, não pode ser confundido com cuidar, ainda que crianças
(especialmente as de zero a 18meses) necessitem de cuidados elementares
para garantia da própria sobrevivência. Torna-se necessária uma parceria de
todos para o bem-estar do educando. A formação do educador infantil deve
estar baseada na concepção de educação infantil. Deve buscar a superação da
dicotomia educação/assistência, levando em conta o duplo objetivo da
educação infantil de cuidar e educar.

O agir pedagógico deve atender às reais necessidades das crianças, deve ser
criativo, flexível, atendendo à individualidade e ao coletivo. Será o eixo
organizador da aquisição e da construção do conhecimento, a fim de que a
criança passe de um patamar a outro na construção de sua aprendizagem. O
importante é que a instituição seja pensada não como instituição substituta da
família, mas como ambiente de socialização diferente do familiar.

A vida na instituição infantil deve funcionar com base na tríade pais-educadores


crianças. O bom relacionamento entre esses três personagens é fundamental
durante o processo de inserção da criança na vida escolar, além de representar
a ação conjunta rumo à consolidação de uma pedagogia voltada para a
infância.
O papel do professor

O papel do professor é fundamental dentro da escola e se reflete em toda a


sociedade, pois ele é um agente ativo na formação de um cidadão. As crianças
necessitam de modelos a serem seguidos para que ajam em prol da equidade
no mundo, e seus únicos exemplos nos primeiros anos de vida são os pais,
seguidos dos professores e amizades encontrados no ambiente escolar.

Além de ser um educador, atuando como gestor de aprendizagem, o professor


tem influência para orientar e motivar seus alunos desde o primeiro contato do
seu filho com a escola. É ele quem facilita o acesso a informações e dados, ao
conhecimento acumulado pela sociedade, conduzindo, avaliando e executando
experiências, eventos e projetos para que a construção da aprendizagem seja
completa desde os primeiros anos no colégio.

A educação infantil é primordial na formação de um indivíduo no que diz


respeito não somente a transmissão de conhecimento, mas também ao
englobar questões relacionadas ao amor, fraternidade, dignidade,
solidariedade, responsabilidade, ética e outros valores fundamentais para a
convivência harmoniosa do ser humano na sociedade.

O papel do Educador na educação infantil

Engana-se quem pensa que o papel do professor é apenas ensinar. Ele


também é um dos responsáveis por estimular atitudes respeitosas por parte
das crianças: o professor ensina o seu filho a respeitar os demais colegas de
classe, a aguardar a vez dele na fila, a ser gentil com as outras pessoas que
trabalham na escola, entre outras atitudes que, consequentemente, serão
levadas para fora do ambiente escolar.

O educador também é responsável por proporcionar às crianças experiências


que auxiliam a desenvolver suas capacidades cognitivas, como atenção,
memória, raciocínio e o bem estar em um ambiente cheio de pluralidade. Para
isso, ele promove atitudes, estratégias e comportamentos que favorecem a
melhor aceitação e desenvolvimento da criança no ambiente escolar, sempre
de maneira carinhosa, servindo de exemplo para os mais novos.

É na fase dos 0 aos 6 anos, chamada de primeira infância, que as crianças


passam a perceber o mundo e despertam uma curiosidade nata e investigativa,
sempre questionando e querendo saber o porquê das coisas. Com isso, a
criança constrói sua própria identidade, baseada na exploração do meio em
que vive, na construção dos relacionamentos interpessoais, na obtenção do
conhecimento e valores a ela ensinados, e nas brincadeiras, que são a forma
mais produtiva de adquirirem conhecimento e se relacionarem com outros.

Por isso, na primeira infância, é primordial que o educador também ofereça,


juntamente com os pais, todas as ferramentas necessárias para a construção
dessa identidade. Vocês podem fazer isso criando situações que permitam
agregar conhecimento, organizar o espaço físico, ensinar como manipular e
explorar materiais concretos e harmonizar trocas orais constantes com crianças
e adultos.

Dessa forma, ocorrerão as trocas afetivas, enfrentamentos e resoluções de


conflitos, e vocês perceberão como a criança lida com frustrações e desafios.

O professor é uma figura fundamental na vida das crianças, e aqueles que


atuam na educação infantil são verdadeiros pilares para o desenvolvimento do
seu filho. A escola é o segundo ambiente socializador em que a criança é
inserida, onde o educador pode ajudar a adquirir novos conhecimentos todos
os dias e a desenvolver interações, impactando em seu modo de perceber o
mundo.

Relação família x escola na educação infantil

A escola por si só não é suficiente para suprir todas as necessidades


educacionais de uma criança, assim como os pais sozinhos não são capazes
de oferecer uma educação completa, e é por isso que a relação entre pais e
educador é tão importante.
Quando você se relaciona com o profissional que conhece a sua criança, é
possível abrir um canal de diálogo para saber, por exemplo, se a criança está
com dificuldade de desenvolver a escrita na escola e pensar em estratégias
que podem ser feitas dentro de casa para ajudá-la a passar por esse desafio.

Os pais que se comprometem em saber como está evoluindo o desempenho


dos filhos estão mais dispostos a ajudarem o professor a vencer os desafios
educacionais, adotando medidas complementares em casa. Isso é fundamental
para que as crianças tenham um melhor desenvolvimento não só relacionado
ao aprendizado intelectual, mas também a preservação de valores e atitudes
que serão usadas por elas em todos os ambientes os quais estão inseridas.

Quando pais e profissionais da educação interagem de maneira contínua e


tentam resolver conflitos juntos, considerando sempre as causas e dificuldades,
é maior a probabilidade de que o problema seja resolvido rapidamente e de
forma efetiva, favorecendo todos os envolvidos, mas principalmente a criança.
Além disso, pesquisas comprovam que os pais que participam ativamente das
atividades escolares das crianças criam filhos mais dedicados e esforçados, e
eles sentem que recebem mais atenção e apoio dos adultos.

Os ambientes familiar e escolar são parte constante do pequeno universo das


crianças e, por isso, é imprescindível que pais e professores sistematizem um
processo educacional conjunto. Se você é pai, vai precisar acompanhar as
atividades realizadas no colégio, conversar com o professor e discutir as
melhores formas de aprendizado dos filhos, baseado no perfil da criança. As
atividades e brincadeiras feitas em casa podem e devem complementar a
educação da escola, proporcionando um desenvolvimento infantil integral para
o seu filho.

O papel do educador na sociedade contemporânea

A REALIDADE EDUCACIONAL DA NAÇÃO BRASILEIRA já é conhecida.


Temos necessidade de investimentos público, precisamos que o Estado
Brasileiro assuma a educação como uma política de Estado. Mas, sem que
queiramos colocar a culpa nas costas do educadores, precisamos refletir sobre
a quem cabe verdadeiramente fazer as transformações na sala de aula. É você
professor, o grande protagonista dessa história. As mudanças na educação
podem ocorrer desde a questão salarial para melhor a infraestrutura e a
tecnologia, mas tudo isso será residual. O Grande passo, o grande
investimento tem que ser no professor. Pois é, é você professor, o grande
agente de transformação da educação.

O maior desafio para o educador do século XXI é sair de uma esfera e de uma
linha de comportamento, onde ele é UM EDUCADOR, para ser O EDUCADOR.
Nós vivemos uma revolução permanente na educação, mas verdadeira
revolução acontece ou acontecerá, quando realmente cada educador decidir
fazer uma revolução interna, quando você decidir passar do UM para O. Qual é
diferença entre um profissional da educação e o profissional da educação? O
profissional da educação é aquele que realmente resgata a vontade, e que nos
seus valores mais profundos, encontra esse grande missão de contribuir para
transformar o mundo. Alguém que não perde esse encantamento, essa
vontade, e sabe que são grandes as dificuldades, mas que o seu papel é maior
do que isso. E se prepara constantemente para enfrentar essa batalha que é
diária.

A batalha de fazer uma revolução dentro de cada um da gente. Para, aí sim,


fazer um trabalho muito maior e melhor na escola e na sociedade. Este é o
desafio que nós estamos propondo. O maior tempo da nossa vida é passado
no trabalho e o nosso trabalho é a educação escolar, e, portanto, ele se faz
numa sala de aula. Pequemos as 24 horas do dia e transformemos em três
blocos de oito horas: A certeza que temos é que oito horas nós repousamos,
dormimos, portanto, não temos domínio sobre elas; outras oito horas eu perco
muitas vezes no trânsito, nas minhas necessidades fisiológicas, na
alimentação, são horas que eu perco ao longo do dia em vários momentos.
São horas que não estão compactadas. Mas se eu pegar as horas mais
compactadas do meu dia, nos cinco dias da semana e nos anos mais
produtivos da minha vida que vão dos 20 aos 60 anos, nós estamos aonde?
Nós vamos estar no ambiente de trabalho, e no nosso caso na sala de aula. Eu
não posso me furtar à realidade de ser feliz aonde eu trabalho, com as pessoas
que comigo estão. E não apenas ser feliz, mas fazer ao ambiente mais feliz. E
eu não consigo encontrar um educador feliz, fazendo os outros felizes, se
realmente o coração não pulsar. Se realmente ele não acreditar no papel de
transformado que ele tem nesse mundo. Essa é a tarefa que escolhemos para
ser e viver nela, com ela e por ela. Claro que eu valorizo a tecnologia como
mudança, mas eu falo principal mudança que alguém pode fazer que é a
mudança interior. A mudança que somos convidados a fazer todos os dias.

Essa é a reflexão maior que devemos fazer no início de um ano letivo. O papel
que temos que assumir é um papel de transformação e que o nosso aluno, que
o pai, o colega de trabalho, percebam na nossa ação, no nosso movimento no
nosso cotidiano. Pode ter certeza, isso faz toda a diferença. Quando olhamos
as práticas dos educadores, facilmente percebemos que é O EDUCADOR e
quem é um educador a mais.

Características do profissional contemporâneo:

1. Relaciona-se bem com as pessoas;


2. Busca constantemente o autodesenvolvimento;
3. Escuta os outros. Valoriza a opinião das pessoas;
4. Tolera a dissensão; convive com as diferenças;
5. Compartilha o crédito por sucessos;
6. Assume as culpa por seus erros;
7. Tem elevado grau de autoconhecimento; (avalia-se);
8. Gerencia bem suas emoções e ações;
9. Tem foco, determinação e capacidade de realização;
10. Entre ser bom e ser justo, opta em ser justo.

Higiene Pessoal Infantil


É durante a infância que se deve aprender a cuidar do próprio corpo. A
responsabilidade de ensinar é dos pais, em primeiro lugar, mas a escola
também tem a obrigação de apoiar essa fase tão importante da formação das
crianças.
Em princípio, os pequenos devem conhecer o próprio corpo para entender a
importância de cada hábito higiênico que vão adquirir. Os pais devem criar uma
rotina, como: antes de se sentar-se à mesa, devem lavar as mãos; antes de se
deitar-se, devem escovar os dentes e usar o fio dental. Com o tempo, eles vão
se acostumar a essas atividades e vão fazê-las sem pensar.

Porém, eles devem entender o motivo de todas essas coisas. Os pais têm que
conversar com seus filhos e esclarecer as razões dessas obrigações com
a limpeza corporal, de forma simples e usando uma linguagem que eles
entendam. É preciso dizer, por exemplo, que lavar e pentear os cabelos não
permite que os piolhos se proliferem ou ainda que as cáries danificam os
dentes. Então, devemos escová-los e usar fio dental várias vezes ao dias para
evitar problemas.

Se na escola as crianças recebem apoio de maneira mais descontraída,


ouvindo historinhas e assistindo a teatro de fantoches, elas captam a
mensagem com mais precisão. Por isso os métodos pedagógicos devem
chamar bastante atenção, nesse sentido.

O que a criança deve aprender sobre higiene pessoal:

 Escovar os dentes. Os pais devem explicar a maneira correta de fazê-lo,


como escovar a língua e de que forma usa-se o fio dental. Atenção: nos
primeiros dias, fique olhando para ver se seu filho faz certo; depois o deixe
fazer sozinho, mas fiscalize, veja se está bem feito. Depois de um tempo,
quando vir que ele desempenha bem essa função, pode deixá-lo fazer
totalmente sozinho.

 Lavar as mãos antes das refeições, depois de usar o banheiro e quando


chegar da rua. Até os quatro anos, os pais devem levar a criança para lavar
as mãos. Depois dessa idade, podem apenas reforçar o recado, mas
deixando que o façam. Lembre-se de ensinar cada passo – água, sabão,
enxáguar e enxugar.

 Pentear os cabelos. Para os meninos, essa tarefa é mais fácil; as meninas


precisam de mais atenção, até pelo, menos sete ou oito anos de idade para
lavá-los e penteá-los. O importante é ensinar desde cedo a pentear o
cabelo ao acordar e depois do banho.
 Tomar banho. É preciso que a criança tenham uma hora marcada para
tomar o banho e seus utensílios (sabonetes, xampu, condicionador e
toalhas) devem estar sempre ao seu alcance quando estão aprendendo a
tomar banho sozinhas. Os pais devem mostrar a maneira certa de lavar as
partes íntimas, os pés e todo o corpo. Elas precisam de auxílio até uns seis
anos, quando podem exercer essa atividade totalmente sozinhas.

Fases do Desenvolvimento Infantil (0 a 6 anos)

Berçário, Pré-Maternal, Maternal I, Maternal II, Jardim A e Jardim B


Faixa etária: 0 aos 6 anos

"A trajetória que uma criança percorre desde que começa a deixar de ser bebê
(dependência total), até começar a se transformar em um ser mais
independente e autônomo está relacionado tanto às condições biológicas,
como aquelas proporcionadas pelo espaço familiar e social (escola), com o
qual interage."

É preciso saber que:

- O desenvolvimento de uma criança não acontece de forma linear.


- As mudanças que vão se produzindo ocorrem de forma gradual, são períodos
contínuos que vão se sucedendo e se superpondo.
- Durante a evolução a criança experimenta avanços e retrocessos, vivendo
seu desenvolvimento de modo particular.
- Acompanhamos a construção de sua personalidade respeitando que em cada
idade há um jeito próprio de se manifestar.
- Tanto antecipar etapas, como não estimular a criança, podem ser geradores
de futuros conflitos.
- Cabe a família e a ESCOLA conhecer e respeitar os passos do
desenvolvimento infantil.

Qual a faixa etária do seu filho(a)?

0 a 6 meses / 6 a 12 meses / 01 aos 02 anos / 02 aos 03 anos / 03 aos 4


anos / 04 aos 05 anos/ 05 aos 06 anos.
Característica da faixa etária dos 0 aos 6 meses

Desenvolvimento Físico:

• Processo de fortalecimento gradual dos músculos e do sistema nervoso: os


movimentos bruscos e descontrolados iniciais vão dando lugar a um controle
progressivo da cabeça, dos membros e do tronco;
• Por volta das 8 semanas é capaz de levantar a cabeça sozinho durante
poucos segundos, deitado de barriga para baixo;
• Controle completo da cabeça por volta dos 4 meses: deitado de costas,
levanta a cabeça durante vários segundos; deitado de barriga para baixo
começa a elevar-se com apoio das mãos e dos braços e virando a cabeça;
• Por volta dos 4 meses o controle das mãos é mais fino, sendo capaz de
segurar num brinquedo;
• Entre os 4 e os 6 meses utiliza os membros para se movimentar, rolando para
trás e para frente; apresenta também maior eficácia em alcançar e agarrar o
que quer ou a posicionar-se no chão para brincar;
• Desenvolve o seu próprio ritmo de alimentação, sono e eliminação;
• Desenvolvimento progressivo da visão;
• Com 1 mês, é capaz de focar objetos a 90 cm de distância;
• Progressivamente será capaz de utilizar os dois olhos para focar um objeto
próximo ou afastado, bem como de seguir a deslocação dos objetos ou
pessoas;
• Entre os 4 e os 6 meses a visão e a coordenação olho-mão encontram-se
próximas da do adulto;
• Desenvolvimento da função auditiva;
• Entre os 2 e os 4 meses, o bebê reage aos sons e às alterações do tom de
voz das pessoas que o rodeiam;
• Por volta dos 4-6 meses, possui já uma grande sensibilidade às modulações
nos tons de voz que ouve;

Desenvolvimento Intelectual

• A aprendizagem faz-se sobre tudo através dos sentidos;


• Vocaliza espontaneamente, sobretudo quando está em relação;
• A partir dos 4 meses, começa a imitar alguns sons que ouve à sua volta;
• Por volta do 6º mês, compreende algumas palavras familiares (o nome dele,
"mamã", "papá"...), virando a cabeça quando o chamam;

Desenvolvimento Social

• Distingue a figura cuidadora das restantes pessoas com quem se relaciona,


estabelecendo com ela uma relação privilegiada;
• Fixa o rostos e sorri (aparecimento do 1º sorriso social por volta das 6
semanas);
• Aprecia situações sociais com outras crianças ou adultos;
• Por volta dos 4 meses: capacidade de reconhecimento das pessoas mais
próximas, o que influencia a forma como se relaciona com elas, tendo reações
diferenciadas consoante a pessoa com quem interage. É também capaz de
distinguir pessoas conhecidas de estranhos, revelando preferência por rostos
familiares;

Desenvolvimento Emocional

• Manifesta a sua excitação através dos movimentos do corpo, mostrando


prazer ao antecipar a alimentação ou o colo;

• O choro é a sua principal forma de comunicação, podendo significar estados


distintos (sono, fome, desconforto...);
• Apresenta medo perante barulhos altos ou inesperados, objetos, situações ou
pessoas estranhas, movimentos súbitos e sensação de dor;

Característica da faixa etária dos 6 aos 12 meses

Desenvolvimento Físico

• Desenvolvimento da motricidade: os músculos, o equilíbrio e o controlo motor


estão mais desenvolvidos, sendo capaz de se sentar direito sem apoio e de
fazer as primeiras tentativas de se pôr de pé, agarrando-se a superfícies de
apoio;
• A partir dos 8 meses, consegue arrastar-se ou gatinhar;
• A partir dos 9 meses poderá começar a dar os primeiros passos, apoiando-se
nos móveis;
• Desenvolvimento da preensão: entre os 6 e os 8 meses, é capaz de segurar
os objetos de forma mais firme e estável e de manipulá-los na mão; por volta
dos 10 meses, é já capaz de meter pequenos pedaços de comida na boca sem
ajuda, é capaz de bater com dois objetos um no outro, utilizando as duas mãos,
bem como adquire o controle do dedo indicador (aprende a apontar);

Desenvolvimento Intelectual

• A aprendizagem faz-se sobre tudo através dos sentidos, principalmente


através da boca;
• Desenvolvimento da noção de permanência do objeto, ou seja, a noção de
que uma coisa continua a existir mesmo que não a consiga ver;
• Vocalizações;
• Os gestos acompanham as suas primeiras "conversas", exprimindo com o
corpo aquilo que quer ou sente (por ex., abre e fecha as mãos quando quer
uma coisa);
• Alguns dos seus sons parecem-se progressivamente com palavras, tais como
"mamã" ou "papá" e ao longo dos próximos meses o bebê vai tentar imitar os
sons familiares, embora inicialmente sem significado;
• A partir dos 8 meses: desenvolvimento do, acrescentando novos sons ao seu
vocabulário. Os sons das suas vocalizações começam a acompanhar as
modulações da conversa dos adultos - utiliza "mamã" e "papá" com
significado;
• Nesta fase, o bebê gosta que os objetos sejam nomeados e começa a
reconhecer palavras familiares como "papa", "mamã", "adeus", sendo
progressivamente capaz de associar ações a determinadas palavras (por ex:
tchau-tchau" - acenar);
• A partir dos 10 meses, a noção de causa-efeito encontra-se já bem
desenvolvida: o bebê sabe exatamente o que vai acontecer quando bate num
determinado objeto (produz som) ou quando deixa cair um brinquedo (o pai ou
a mãe apanha-o). Começa também a relacionar os objetos com o seu fim (por
ex., coloca o telefone junto ao ouvido);
• Progressiva melhoria da capacidade de atenção e concentração: consegue
manter-se concentrado durante períodos de tempo cada vez mais longos;
• A primeira palavra poderá surgir por volta dos 10 meses;

Desenvolvimento Social

• O bebê está mais sociável, procurando ativamente a interação com quem o


rodeia (através das vocalizações, dos gestos e das expressões faciais);
• Manifesta comportamentos de imitação, relativamente a pequenas ações que
vê os adultos fazer (por ex., lavar a cara, escovar o cabelo, etc.);
• A partir dos 10 meses, maior interesse pela interação com outros bebês;

Desenvolvimento Emocional

• Formação de um forte laço afetivo com a figura materna (cuidadora) -


Vinculação;

• Presença de ansiedade de separação, que se manifesta quando é separado


da mãe, mesmo que por breves instantes - trata-se de uma ansiedade normal
no desenvolvimento emocional do bebê;
• Presença de ansiedade perante estranhos: sendo igualmente uma etapa
normal do desenvolvimento emocional do bebê, manifesta-se quando pessoas
desconhecidas o abordam diretamente;
• A partir dos 8 meses, maior consciência de si próprio;
• Nesta fase é comum os bebês mostrarem preferência por um determinado
objeto (um cobertor ou uma pelúcia, por ex.), o qual terá um papel muito
importante na vida do bebê - ajuda a adormecer, é objeto de reconforto quando
está triste, etc.;

Característica da faixa etária de 01 aos 02 anos

Desenvolvimento Físico

• Começa a andar, sobe e desce escadas, sobe os móveis, etc. - o equilíbrio é


inicialmente bastante instável, uma vez que os músculos das pernas não estão
ainda bem fortalecidos. Contudo, a partir dos 16 meses, o bebê já é capaz de
caminhar e de se manter de pé em segurança, com movimentos muito mais
controlados;
• Melhoria da motricidade fina devido à prática - capacidade de segurar um
objeto, o manipula, passa de uma mão para a outra e o larga deliberadamente.
Por volta dos 20 meses, será capaz de transportar objetos na mão enquanto
caminha;

Desenvolvimento Intelectual

• Maior desenvolvimento da memória, através da repetição das atividades -


permite-lhe antecipar os acontecimentos e retomar uma atividade
momentaneamente interrompida, à qual dedica um maior tempo de
concentração. Da mesma forma, através da sua rotina diária, o bebê
desenvolve um entendimento das seqüências de acontecimentos que
constituem os seus dias e dos seus pais;
• Exibe maior curiosidade: gosta de explorar o que o rodeia;
• Compreende ordens simples, inicialmente acompanhadas de gestos e, a
partir dos 15 meses, sem necessidade de recorrer aos gestos;
• Embora possa estar ainda limitada a uma palavra de cada vez, a linguagem
do bebê começa a adquirir tons de voz diferentes para transmitir significados
diferentes. Progressivamente, irá sendo capaz de combinar palavras soltas em
frases de 2 palavras;
• É capaz de acompanhar pedidos simples, como por ex. "dá-me a caneca";
• As experiências físicas que vai fazendo ajudam a desenvolver as capacidades
cognitivas. Por exemplo, por volta dos 20 meses;
• Sabe que um martelo de brincar serve para bater e já o deve utilizar;
• Consegue estabelecer a relação entre um carrinho de brincar e o carro da
família;
• Entre os 20 e os 24 meses é também capaz de brincar ao faz-de-conta (por
ex., finge que deita chá de um bule para uma xícara, põe açúcar e bebe -
recorda uma seqüência de acontecimentos e faz de conta que os realiza como
parte de um jogo). A capacidade de fazer este tipo de jogos indica que está a
começar a compreender a diferença entre o que é real e o que não é;
Desenvolvimento Social

• Aprecia a interação com adultos que lhe sejam familiares, imitando e


copiando os comportamentos que observa;
• Maior autonomia: sente satisfação por estar independente dos pais quando
inserida num grupo de crianças, necessitando apenas de confirmar
ocasionalmente a sua presença e disponibilidade - esta necessidade aumenta
em situações novas, surgindo uma maior dependência quando é necessária
uma nova adaptação;
• As suas interações com outras crianças são ainda limitadas: as suas
brincadeiras decorrem sobre tudo em paralelo e não em interação com elas;
• A partir dos 20-24 meses, e à medida que começa a ter maior consciência de
si própria, física e psicologicamente, começa a alargar os seus sentimentos
sobre si próprio e sobre os outros - desenvolvimento da empatia (começa a ser
capaz de pensar sobre o que os outros sentem);

Desenvolvimento Emocional

•Grande reatividade ao ambiente emocional em que vive: mesmo que não o


compreenda, apercebe-se dos estados emocionais de quem está próximo dele,
sobre tudo os pais;
• Está a aprender a confiar, pelo que necessita de saber que alguém cuida dela
e vai de encontro às suas necessidades;
• Desenvolve o sentimento de posse relativamente às suas coisas, sendo difícil
partilhá-las;
• Embora esteja normalmente bem disposta, exibe por vezes alterações de
humor ("birras");
• É bastante sensível à aprovação/desaprovação dos adultos;

Característica da faixa etária dos 2 aos 3 anos

Desenvolvimento Físico

• À medida que o seu equilíbrio e coordenação aumentam, a criança é capaz


de saltar ou saltar de um pé para o outro quando está a correr ou a andar;
• É mais fácil manipular e utilizar objetos com as mãos, como um lápis de cor
para desenhar ou uma colher para comer sozinha;
• Começa gradualmente a controlar os esfíncteres (primeiro os intestinos e
depois a bexiga);

Desenvolvimento Intelectual

• Fase de grande curiosidade, sendo muito freqüente a pergunta "Por quê?";


• À medida que se desenvolvem as suas competências lingüísticas, a criança
começa a exprimir-se de outras formas, que não apenas a exploração física -
trata-se de juntar as competências físicas e de linguagem (por ex., quando faço
isto, acontece aquilo), o que ajuda ao seu desenvolvimento cognitivo;
• É capaz de produzir regularmente frases de 3 e 4 palavras. A partir dos 32
meses, já capaz de conversar com um adulto usando frases curtas e de
continuar a falar sobre um assunto por um breve período;
• Desenvolvimento da consciência de si: a criança pode referir-se a si própria
como "eu" e pode conseguir descrever-se por frases simples, como "tenho
fome";
• A memória e a capacidade de concentração aumentaram (a criança é capaz
de voltar a uma atividade que tinha interrompido, mantendo-se concentrada
nela por períodos de tempo mais longos);
• A criança está a começar a formar imagens mentais das coisas, o que a leva
à compreensão dos conceitos - progressivamente, e com a ajuda dos pais, vai
sendo capaz de compreender conceitos como dentro e fora, cima e baixo;
• Por volta dos 32 meses, começa a apreender o conceito de seqüências
numéricas simples e de diferentes categorias (por ex., é capaz de contar até 10
e de formar grupos de objetos - 10 animais de plástico podem ser 3 vacas, 5
porcos e 3 cavalos);

Desenvolvimento Social

• A mãe é ainda uma figura muito importante para a segurança da criança, não
gostando de estranhos. A partir dos 32 meses, a criança já deve reagir melhor
quando é separada da mãe, para ficar à guarda de outra pessoa, embora
algumas crianças consigam este progresso com menos ansiedade do que
outras;
• Imita e tenta participar nos comportamentos dos adultos: por ex., lavar a
louça, maquiar-se, etc.;
• É capaz de participar em atividades com outras crianças, como por exemplo,
ouvir histórias;

Desenvolvimento Emocional

• Inicialmente o leque de emoções é vasto, desde o puro prazer até a raiva


frustrada. Embora a capacidade de exprimir livremente as emoções seja
considerada saudável, a criança necessitará de aprender a lidar com as suas
emoções e de saber que sentimentos são adequados, o que requer prática e
ajuda dos pais;
• Nesta fase, as birras são uma das formas mais comuns da criança chamar a
atenção – geralmente deve-se a mudanças ou a acontecimentos, ou ainda a
uma resposta aprendida (as birras costumam estar relacionadas com a
frustração da criança e com a sua incapacidade de comunicar de forma eficaz);

Características da faixa etária dos 03 aos 04 anos

Desenvolvimento Físico

• Grande atividade motora: corre, salta, começa a subir escadas, pode começar
a andar de triciclo; grande desejo de experimentar tudo;
• Embora ainda não seja capaz de amarrar sapatos, veste-se sozinha
razoavelmente bem;
• É capaz de comer sozinha com uma colher ou um garfo;
• Copia figuras geométricas simples;
• É cada vez mais independente ao nível da sua higiene; é já capaz de
controlar os esfíncteres (sobretudo durante o dia);

Desenvolvimento Intelectual

• Compreende a maior parte do que ouve e o seu discurso é compreensível


para os adultos;
• Utiliza bastante a imaginação: início dos jogos de faz-de-conta e dos jogos de
papéis;
• Compreende o conceito de "dois";
• Sabe o nome, o sexo e a idade;
• Repete seqüências de 3 algarismos;
• Começa a ter noção das relações de causa e efeito;
• É bastante curiosa e investigadora;

Desenvolvimento Social

• É bastante sensível aos sentimentos dos que a rodeiam relativamente a si


própria;
• Tem dificuldade em cooperar e partilhar;
• Preocupa-se em agradar os adultos que lhe são significativos, sendo
dependente da sua aprovação e afeto;
• Começa a aperceber-se das diferenças no comportamento dos homens e das
mulheres;
• Começa a interessar-se mais pelos outros e a integrar-se em atividades de
grupo com outras crianças;

Desenvolvimento Emocional

• É capaz de se separar da mãe durante curtos períodos de tempo;


• Começa a desenvolver alguma independência e autoconfiança;
• Pode manifestar medo de estranhos, de animais ou do escuro;
• Começa a reconhecer os seus próprios limites, pedindo ajuda;
• Imita os adultos;

Desenvolvimento Moral

• Começa a distinguir o certo do errado;


• As opiniões dos outros, acerca de si própria assumem grande importância
para a criança;
• Consegue controlar-se de forma mais eficaz e é menos agressiva;
• Utiliza ameaças verbais extremas, como por exemplo: "eu te mato!", sem ter
noção das suas implicações;
Característica da faixa etária dos 04 aos 05 anos

Desenvolvimento Físico

• Rápido desenvolvimento muscular;


• Grande atividade motora, com maior controle dos movimentos;
• Consegue escovar os dentes, pentear-se e vestir-se com pouca ajuda;

Desenvolvimento Intelectual

• Adquiriu já um vocabulário alargado, constituído por 1500 a 2000 palavras;


manifesta um grande interesse pela linguagem, falando incessantemente;
• Compreende ordens com frases na negativa;
• Articula bem consoantes e vogais e constrói frases bem estruturadas;
• Exibe uma curiosidade insaciável, fazendo inúmeras perguntas;
• Compreende as diferenças entre a fantasia e a realidade;
• Compreende conceitos de número e de espaço: "mais", "menos", "maior",
"dentro", "debaixo", "atrás";
• Começa a compreender que os desenhos e símbolos podem representar
objetos reais;
• Começa a reconhecer padrões entre os objetos: objetos redondos, objetos
macios, animais...

Desenvolvimento Social

• Gosta de brincar com outras crianças; quando está em grupo, poderá ser
seletiva acerca dos seus companheiros;
• Gosta de imitar as atividades dos adultos;
• Está a aprender a partilhar, a aceitar as regras e a respeitar a vez do outro;

Desenvolvimento Emocional

• Os pesadelos são comuns nesta fase;


• Tem amigos imaginários e uma grande capacidade de fantasiar;
• Procura frequentemente testar o poder e os limites dos outros;
• Exibe muitos comportamentos desafiantes e opositores;
• Os seus estados emocionais alcançam os extremos: por ex., é desafiante e
depois bastante envergonhada;
• Tem uma confiança crescente em si própria e no mundo;

Desenvolvimento Moral

• Tem maior consciência do certo e errado, preocupando-se geralmente em


fazer o que está certo; pode culpar os outros pelos seus erros (dificuldade em
assumir a culpa pelos seus comportamentos);

Características da faixa etária dos 5 aos 6 anos

Desenvolvimento Físico

• A preferência manual está estabelecida;


• É capaz de se vestir e despir sozinha;
• Assegura sua higiene com autonomia;
• Pode manifestar dores de estômago ou vômitos quando obrigada a comer
comidas de que não gosta; tem preferência por comida pouco elaborada,
embora aceite uma maior variedade de alimentos;

Desenvolvimento Intelectual

• Fala fluentemente, utilizando corretamente o plural, os pronomes e os tempos


verbais;
• Grande interesse pelas palavras e a linguagem;
• Pode gaguejar se estiver muito cansada ou nervosa;
• Segue instruções e aceita supervisão;
• Conhece as cores, os números, etc.
• Capacidade para memorizar histórias e repeti-las;
• É capaz de agrupar e ordenar objetos tendo em conta o tamanho (do menor
ao maior);
• Começa a entender os conceitos de "antes" e "depois", "em cima" e "em
baixo", etc., bem como conceitos de tempo: "ontem", "hoje", "amanhã";
Desenvolvimento Social

• A mãe é ainda o centro do mundo da criança, pelo que poderá recear a não
voltar a vê-la após uma separação;
• Copia os adultos;
• Brinca com meninos e meninas;
• Está mais calma, não sendo tão exigente nas suas relações com os outros; é
capaz de brincar apenas com outra criança ou com um grupo de crianças,
manifestando preferência pelas crianças do mesmo sexo;
• Brinca de forma independente, sem necessitar de uma constante supervisão;
• Começa a ser capaz de esperar pela sua vez e de partilhar;
• Conhece as diferenças de sexo;
• Aprecia conversar durante as refeições;
• Começa a interessar-se por saber de onde vêm os bebês;
• Está numa fase de maior conformismo, sendo crítica relativamente aqueles
que não apresentam o mesmo comportamento;

Desenvolvimento Emocional

• Pode apresentar alguns medos: do escuro, de cair, de cães ou de dano


corporal, embora esta não seja uma fase de grandes medos;
• Se estiver cansada, nervosa ou chateada, poderá apresentar alguns dos
seguintes comportamentos: roer as unhas, piscar repetidamente os olhos,
fungar, etc.;
• Preocupa-se em agradar aos adultos;
• Maior sensibilidade relativamente às necessidades e sentimentos dos outros;
• Envergonha-se facilmente;

Desenvolvimento Moral

• Devido à sua grande preocupação em fazer as coisas bem e em agradar,


poderá por vezes mentir ou culpar os outros de comportamentos reprováveis.

Cuidados com crianças pequenas


As pessoas que trabalham com a melhoria da saúde infantil freqüentemente se
concentram no lado médico da saúde, como a prevenção e o tratamento de
doenças comuns da infância e o incentivo à boa nutrição. A saúde física é
muito importante, mas as necessidades mentais, sociais e espirituais da
criança também precisam ser atendidas para garantir o seu desenvolvimento
completo e saudável. Os bebês e as crianças pequenas precisam de atenção
especial, porque os cuidados e a atenção que a criança recebe nos primeiros
cinco anos de vida influenciarão o seu desenvolvimento inteiro. As pessoas são
capazes de aprender durante toda a vida, mas o desenvolvimento do cérebro é
mais rápido durante os primeiros meses e anos.

A importância dos cuidados

Os pais e outros responsáveis pelas crianças cuidam delas todos os dias, mas,
muitas vezes, não se dão conta do quanto estão fazendo e da importância
disto. O crescimento e o desenvolvimento de uma criança dependem da
disponibilidade e da qualidade de quatro coisas:

* dos serviços de cuidados de saúde


* de um ambiente familiar saudável
* dos cuidados emocionais
* de uma nutrição saudável.

Em situações difíceis, em que o acesso a recursos, como alimento ou


tratamento, é limitado, os bons cuidados em casa são ainda mais importantes
para garantir a sobrevivência, o crescimento e o desenvolvimento da criança. O
acesso aos serviços médicos num posto de saúde local é importante, mas o
que acontece em casa é o que realmente faz a diferença. Um profissional da
área da saúde pode dar conselhos ou uma receita, mas é a pessoa que cuida
da criança quem tem de obter o remédio necessário e dá-lo à criança todos os
dias, assim como levar a criança para ser vacinada. Em casa, as pessoas que
cuidam da criança são responsáveis por criar um ambiente saudável, evitando
acidentes e ensinando-a sobre a higiene e o saneamento, como, por exemplo,
lavar as mãos e usar o vaso sanitário. Cuidar de uma criança consiste também
em preparar e armazenar alimentos nutritivos, garantir que ela seja
escolarizada e dar-lhe amor e afeição. As crianças devem ser valorizadas
como pessoas por si mesmas.

Cuidados emocionais e estímulo

Cerca de metade das capacidades mentais de uma criança dependem da


qualidade e da consistência dos cuidados sociais e emocionais e das
oportunidades de aprendizagem que a criança tem, especialmente nos cinco
primeiros anos de vida. Os bons cuidados consistem em:

* dar amor, afeição e atenção à criança. Os responsáveis pela criança devem


abraçá-la, tocá-la, conversar com ela e consolá-la
* proteger a criança contra o abuso, a negligência e o contato com a violência
* incentivar a criança a brincar, explorar e aprender
* responder às capacidades emergentes da criança, incentivando novas
habilidades e estimulando-a através de conversas e brincadeiras.

Este tipo de cuidado não exige nenhum recurso a não ser tempo. Os bons
cuidados e o estímulo para crianças pré-escolares aumentam sua inteligência.
A coisa mais importante que o responsável por uma criança pequena pode
fazer por ela é responder ao que ela está tentando fazer – seguir a criança.
Assim, a pessoa precisa prestar atenção ao que a criança está aprendendo a
fazer e ajudá-la a dar o próximo passo.

Por exemplo, se a criança estiver começando a fazer sons, a pessoa pode


imitar os sons e acrescentar alguns novos. É importante incentivar todas as
tentativas da criança e elogiá-la pelo que conseguir fazer, e não criticá-la.

Nutrição saudável

A boa nutrição é muito importante para a saúde infantil, especialmente nos


primeiros anos. A nutrição da criança, durante os primeiros cinco anos de vida,
terá um efeito significativo no seu desenvolvimento mental e físico. Melhorar a
nutrição da mãe durante a gestação é muito importante, pois o
desenvolvimento começa no útero. As crianças que nascem com um peso
muito baixo ou são subnutridas provavelmente se desenvolverão mais devagar
e terão um desempenho menor na escola, por serem menos capazes de
aprender e prestar atenção. As crianças saudáveis e bem-nutridas têm mais
capacidade para aprender e energia e curiosidade para explorar e responder
ao seu meio ambiente.
Amamentação O leite materno é o alimento perfeito para os bebês, pois
contém todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento saudável do
cérebro. As mães com HIV têm de tomar uma decisão difícil, pois o HIV pode
ser transmitido através do leite materno. Porém, os benefícios nutricionais do
leite materno são tão grandes, que, em situações em que os recursos são
poucos, onde o acesso à água segura e a substitutos suficientes para o leite
materno não é garantido, recomenda-se que as mães com HIV alimentem os
bebês somente com o leite materno durante os primeiros seis meses.
Assegure-se de que, durante este período, o bebê não seja alimentado com
nenhum outro alimento ou líquido, como chá ou água. Depois dos seis meses,
interrompa a amamentação o mais rápido possível (Passo a Passo 52).
Incentivando a criança a comer As boas práticas de alimentação podem
estimular a aprendizagem e ajudar a garantir que a criança coma o suficiente.
A falta de apetite é comum e pode ser causada por doença ou infecções
bucais, alimentos que não têm um gosto bom ou porque a criança está
chateada ou infeliz. Aqui estão algumas sugestões práticas:

* Alimente a criança quando ela der sinais de estar com fome, ao invés de
esperar para que ela comece a chorar.
* Alimente a criança nos mesmos horários todos os dias se possível.
* Sente a criança, dê-lhe a sua atenção e procure evitar distrações durante a
hora da refeição.
* Lave as mãos antes de alimentar a criança. Dê pequenas quantidades de
comida de cada vez – use os dedos ou uma pequena colher ou utensílio em
que caibam pequenas porções.
* Converse com a criança durante a refeição – descreva a comida, a situação,
as pessoas ao redor e diga como ela está comendo bem. Mesmo que a criança
não possa responder, ela estará aprendendo os nomes e os significados das
coisas.
* Permita que a criança coma na companhia de outras pessoas, mas ela deve
ter seu próprio prato separado.
* Coma a mesma comida que a criança e mostre que está gostando dela.
* Incentive a criança a tentar se alimentar sozinha, pois isto desenvolve a sua
autoconfiança e as suas habilidades motoras. As crianças com menos de dois
anos, muitas vezes, conseguem comer algumas colheradas sozinhas, mas
talvez também precisem ser alimentadas. As crianças aprendem através das
mãos e dos sentidos. Portanto, permita que ela pegue a comida com os dedos,
mesmo que faça sujeira.
* Ofereça mais algumas colheradas depois que a criança tiver parado de
comer, mas não a force a comer – faça com que as horas das refeições sejam
alegres e calmas.

Cuidados para as pessoas que cuidam das crianças

As pessoas que cuidam das crianças também precisam de apoio e incentivo,


especialmente se elas próprias também forem crianças. As pessoas que
cuidam das crianças não podem cuidar direito se não tiverem tempo suficiente,
conhecimento, motivação e controle dos recursos, tais como dinheiro. O apoio
dos familiares, especialmente dos homens, pode fazer uma grande diferença.
As comunidades também podem ajudar a oferecer locais seguros para as
crianças brincarem ou outras opções de cuidados.

É muito importante que as meninas tenham o mesmo acesso à nutrição e à


educação que os meninos. Isto também terá um impacto positivo na próxima
geração, pois as mulheres são as principais encarregadas dos cuidados
infantis.

A importância da música na educação infantil


INTRODUÇÃO

A concepção do aluno de aprender passa pelo principal questionamento do


porquê, na educação formal, as escolas de Educação Infantil devem trabalhar
com a musicalização? Esta resposta pode ser melhor explicada quando
observamos a questão que passe por entre as práticas musicais encontradas
nas escolas e se difunda entre os educadores. Música é só um conhecimento,
mas um conhecimento que desenvolve, amplia os campos a frente de um
aluno. Musicalização é um processo de desenvolvimento para um aluno na
construção do conhecimento musical com o objetivo de despertar e
desenvolver o gosto musical da criança, contribuindo para sua capacidade de
criação e expressão artística. A música pode ser utilizada em vários momentos
do processo de ensino-aprendizagem, sendo de grande importância na busca
do conhecimento, permitindo avanços no desenvolvimento lúdico, criativo,
emotivo e cognitivo. As entidades escolares devem incentivar a
interdisciplinaridade e suas várias possibilidades, pois a música ajuda em todas
as fases e etapas do ensino.

A utilização da música, bem como o uso de outros meios artísticos, pode


incentivar a participação, a cooperação, socialização, e assim destruir as
barreiras que atrasam o desenvolvimento curricular do ensino. Para isso
acontecer é necessário a revisão dos métodos, da fundamentação, das bases
que orientam as várias atitudes didático-pedagógicas dos conteúdos
disciplinares. A interdisciplinaridade ainda não se apresenta com muita
visibilidade em nossa educação, tanto nas áreas de pesquisa como no ensino,
o que acontece são diferentes posições multidisciplinares.

Nessa situação, é importante que os conhecimentos não se configurem em


apenas um grande número de informações, transformados em receitas
educacionais. Se faz necessário a busca de novas formas metodológicas e
didático-pedagógicas a serem desenvolvidas e introduzidas no meio
educacional. Devendo se apresentar maneiras de transmitir e produzir o
conhecimento, e também repensar a educação, se é que existe a tendência de
superação da transmissão tediosa de conteúdo escolar.
A linguagem musical no processo de ensino apresenta-se como instrumental
metodológico e pedagógico de significativa importância, pois além das
vantagens já colocadas, traz a sua natureza e caráter, a interdisciplinaridade
com a qual se dinamiza todo o processo de ensino-aprendizagem.

Sem levar em conta que ela não busca com insistência a aplicação de
maneiras, prescritivas e pré-estruturadas, na disseminação dos conteúdos a
serem trabalhados.

Quando a criança ouve uma música, ela aprende uma canção, brinca de roda,
participa de brincadeiras rítmicas ou de jogos de mãos recebe estímulos que a
despertam para o gosto musical, o despertar que floresce o gosto pelo som,
ritmo, movimento., introduzindo em seu processo de formação um elemento
fundamental do próprio ser humano., favorecendo o desenvolvimento do seu
gosto estético e aumentando e melhorando sua visão de mundo.

Ao longo da história as pessoas do mundo todo têm cantado e se encantado


com os elementos musicais, criando e tocando antigos e novos instrumentos,
usando a música como uma forma de expressão que apresenta ideias,
costumes, sentimentos e condutas sociais. Para a criança a música representa
mais que uma forma de expressão e integração com o meio; é um elemento
que possibilita desenvolver habilidades, conceitos e hipóteses, contribuindo
para a sua formação integral.

Quando a música é percebida pelos educadores como fonte de ensino-


aprendizagem, as ações mais comuns realizadas no dia a dia transformam-se
em vivências capazes de estimular o desenvolvimento da criança, persistindo
uma forma de preservação social e histórica.

Garantir a presença da música nos currículos dos cursos que formam


professores e, por conseguinte, assegurar a formação musical para o docente,
não é suficiente para introduzir a prática da musicalização no contexto escolar,
mas é o começo para a reconstrução da sua identidade dentro das instituições
de ensino. Uma linguagem tão importante quanto às demais áreas do
conhecimento e, portanto, fundamental para o processo de ensino-
aprendizagem.

Som é tudo que soa!

Segundo Teca Brito (2003, p.17):

A música é uma linguagem universal. Tudo o que o


ouvido percebe sob a forma de movimentos vibratórios.
Os sons que nos cercam são expressões da vida, da
energia, do universo em movimento e indicam situações,
ambientes, paisagens sonoras: a natureza, os animais, os
seres humanos traduzem sua presença, integrando-se ao
todo orgânico e vivo deste planeta.

De fato, a música é um elemento sempre presente na cultura humana. Sendo


imprescindível na formação da criança para que ela, ao se tornar adulta, atinja
a capacidade de pensar por conta própria e exerça sua criatividade de maneira
crítica e livre, a música e também a dança são fundamentais na formação do
corpo, da alma e do caráter das crianças e dos adolescentes.

A música ganha ainda mais importância por arrebatar não só as crianças, mas
também os adolescentes e os adultos. Nesse sentido, este trabalho se justifica
na medida em que procura demonstrar a importância da música para a
formação da criança. Isso vale tanto para as atividades escolares quanto para
todas as outras atividades desenvolvidas para e com a criança. Além de
contribuir para que os diversos conhecimentos sejam mais facilmente
apreendidos pelo infante, a música faz com que ele desenvolva sua
criatividade, sua subjetividade e exerça sua liberdade, tornando-o, no futuro,
um ser autônomo e capaz de exercer com responsabilidade seu papel de ser
autônomo e cidadão.

Segundo SCAGNOLATO, 2006:

A música não substitui o restante da educação, ela tem


como função atingir o ser humano em sua totalidade. A
educação tem como meta desenvolver em cada indivíduo
toda a perfeição de que é capaz. Porém, sem a utilização
da música não é possível atingir a esta meta, pois
nenhuma outra atividade consegue levar o indivíduo a
agir. A música atinge a motricidade e a sensorialidade por
meio do ritmo e do som, e por meio da melodia, atinge a
afetividade.

Para o autor a música é como um complemento na educação, pois o


aprendizado leva a criança a pensar, já a música a leva movimentar-se.

Em parceria as duas formas de ensino colocam a criança em fases de


desenvolvimento mais abrangente. Ela passa a entender os conhecimentos
que recebe e como utilizá-los.

De encontro com mais essa parcela de conhecimento sobre a música torna-se


mais forte o desejo de aprender que a música está presente de forma
significativa no âmbito escolar tornando-se um aliado na formação psicológica
e cognitiva da criança. Na sua formação a criança recebe estímulos de todas
as formas, mas os mais significativos são os conhecimentos adquiridos na
escola e a forma com que ela expressa através de seu corpo, o seu
entendimento, sua forma de comunicar-se com o mundo.

Sendo assim torna-se justificado a pesquisa desse trabalho para buscar e


colocar à tona a contribuição da música para educação infantil.

Dentre os grandes desafios que precisam ser enfrentados para que possamos,
de fato, ter propostas consistentes de ensino, a Lei Nº 11.769 foi sancionada
em 18 de agosto de 2008, que possibilitou termos o ensino de Música nos
Projetos Pedagógicos das Escolas estabelecendo a obrigatoriedade do ensino
de música nas escolas de educação básica.

A aprovação da Lei foi sem dúvida uma grande conquista para a área de
educação musical no País, garantindo o direito do ensino da música. Com isto
aumenta a importância de haver um entrelaçamento entre escola professor
música e aluno. A música aguça o imaginário da criança, torna-os criativos.
OBJETIVO GERAL:

A contribuição da música favorecendo o desenvolvimento para a


cognitivo/lingüístico, psicomotor e sócio afetivo do indivíduo. Para Piaget, a
criança em fase escolar encontra‐se num período de desenvolvimento do
pensamento concreto, aprendizagens rápidas na maioria dos casos, parecem
ser realizadas com entusiasmo, perseverança e curiosidade, encarando o
pensamento e a aprendizagem como um desafio intelectual.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

 Abordagem da importância da música na educação infantil.

 Pesquisar a importância da música do desenvolvimento cognitivo da


criança.

 Apresentar grandes pedagogos que influenciaram na educação infantil.

 Apresentar projetos de músicas de sucesso envolvendo a educação


infantil.

Breve História da Educação Infantil no Século XX

Dentre os principais pioneiros que construíram com a ideia de uma educação


infantil, incluímos o nome de Maria Montessori (1870-1952), que construiu o
pensamento de educação infantil na perspectiva biológica do crescimento e
desenvolvimento infantil, com propostas de material, equipamentos adequados
as crianças. Segundo Montessori (1990), ela acreditava que as crianças
sabiam mais que ninguém como deviam ser ensinadas.

Nos primeiros tempos do Movimento Montessori, poucas pessoas discutiam


seus métodos porque os resultados eram visíveis nas Casas das Crianças,
salas cheias em vibrante atividade, com crianças aprendendo em seu próprio
ritmo, porém controladas de certa forma pelos materiais a ela oferecidos.

Figura 1 - Montessori e alunos: uma sala de aula fora dos padrões tradicionais
Fonte:teoriapraticaeaprendizado.blogspot.com (2012)

Sua carreira profissional inicia com crianças portadoras de deficiências


mentais, e é nessa experiência que percebe que elas têm mais necessidade de
um tratamento de cunho pedagógico do que propriamente médico. Portanto,
vai buscar um maior aprofundamento na pedagogia, através do curso de
filosofia e de psicologia experimental na Universidade de Roma.
Consequentemente, começa a aplicar sua proposta com crianças consideradas
normais.

Em 1907 ela dá início ao andamento dos trabalhos na primeira Casa dei


Bambini (Casa das Crianças), a qual foi destinada a crianças filhas de
operários, em um bairro do proletariado em Roma. Só mais tarde vão sendo
criadas outras Casas das Crianças, destinadas também a crianças da classe
burguesa.

Hoje em dia, na maioria dos países, quando as crianças entram na escola, tem
no início liberdade de escolher suas próprias atividades. Em 1907, quase não
se ouvia falar disso. Era exatamente o contrário de que os professores haviam
sido preparados para fazer.

Em 1909 faz sua primeira publicação em livro, a obra conhecida como o


método da pedagogia científica. Seu método passa a ser disseminado pelo
mundo, a partir de suas publicações, palestras e cursos de formação de
professores. “Prêmios e punições são incentivos para ações antinaturais ou
forçadas. ”

De acordo com Montessori (1904):


(...) o jóquei oferece um tablete de açúcar ao cavalo antes
de montá-lo. O cocheiro bate no cavalo para que ele
responda os sinais dado pelas rédeas. E ainda assim
nenhum deles corre tão bem quanto os cavalos soltos dos
campinas. ”

A educação das crianças: a particularidade brasileira

Figura 2 – Escola Inglesa do tipo “Dame School” do século 19.

Fonte: Livro “Maria Montessori” Michael Pollard (1993)

No Brasil, a infância começa a ganhar importância em 1875, surgindo no Rio


de Janeiro e em São Paulo os primeiros jardins de infância inspirados na
proposta de Froebel, os quais foram introduzidos no sistema educacional de
caráter privado visando atender às crianças filhas da emergente classe média
industrial.

Diferentemente dos países europeus, no Brasil, as primeiras tentativas de


organização de creches, asilos e orfanatos surgiram com um caráter
assistencialista, com o intuito de auxiliar as mulheres que trabalhavam fora de
casa e as viúvas desamparadas.

O surgimento das creches, enquanto, no mundo, a creche servia para as


mulheres terem condição de trabalhar nas indústrias, no Brasil, as creches
populares serviam para atender não somente os filhos das mães que
trabalhavam na indústria, mas também os filhos das empregadas domésticas.
As creches populares atendiam somente o que se referia à alimentação,
higiene e segurança física.
No início do século XX, o número de creches e jardins de infância começam a
crescer de forma significativa. Já em 1930, o atendimento pré-escolar passa a
contar com a participação direta do setor público, fruto de reformas jurídico
educacionais. Seu conteúdo visava tanto atender à crescente pressão por
direitos trabalhistas em decorrência das lutas sindicais da então nova classe
trabalhista brasileira, quanto atender à nova ordem legal da educação: pública,
gratuita, e para todos.

O investimento na área educacional, ampliou o número de universidades, de


escolas públicas, a Educação Infantil deu um grande salto no século XX,
surgem os colégios de aplicação e a formação dos professores vem passando
por diversas reformulações. O desenvolvimento da vida urbana e industrial
juntamente com o agravamento das condições de vida das pessoas, começa a
interferir para o desenvolvimento das instituições de educação infantil,
confirmando que a história da educação nesse século não pode ser separada
da história da sociedade e da família.

Nas últimas décadas do século XIX e início do século XX, o Estado começou a
ter uma presença mais direta na questão da infância, atuando, inicialmente,
como agente fiscalizador e regulamentador dos serviços prestados pelas
entidades filantrópicas e assistenciais.

As primeiras creches, em algumas cidades do país, vieram substituir a Casa


dos Expostos, instituições criadas para receber e cuidar das crianças
abandonadas, atendidas em regime de internato. É interessante ressaltar que,
ao longo das décadas, arranjos alternativos foram se constituindo no sentido de
atender às crianças das classes menos favorecidas.

Uma das instituições brasileiras mais duradouras de atendimento à infância,


que teve seu início antes da criação das creches, foi a roda dos expostos ou
roda dos excluídos.

Observamos que as creches no Brasil surgiram para minimizar os problemas


sociais decorrentes do estado de miséria de mulheres e crianças, ao contrário
dos países da Europa, em que a expansão das creches decorria da
necessidade do atendimento às crianças cujas mães foram recrutadas como
mão de obra para as fábricas. As experiências que se iniciaram do atendimento
em creches no início do século XX revelaram o caráter assistencial e de guarda
das crianças, voltado ao atendimento das crianças e famílias empobrecidas.

A partir de 1930 com o estudo da situação do bem-estar social e aceleração


dos processos de industrialização e urbanização, manifestam-se elevados
graus de nacionalização das políticas sociais assim como a centralização de
poder. Nesse momento, a criança passa a ser valorizada como um adulto em
potencial, matriz do homem, não tendo vida social ativa.

A partir dessa concepção, surgiram vários órgãos de amparo assistencial e


jurídico para a infância, como o Departamento Nacional da Criança em 1940,
Instituto Nacional de Assistência em 1942, Projeto Casulo e vários outros. A
população em geral não é beneficiada pelo desenvolvimento e qualidade,
somente alguns recebem esses benefícios em nome do bem-estar social, muita
teoria e pouca prática definem essa fase na educação.

Na década de 60 e meados de 70 do século XX, tem-se um período de


inovação de políticas sociais nas áreas de educação, saúde, assistência social,
previdência. A educação, o nível básico é obrigatório e gratuito, o que consta a
Constituição. Há a extensão obrigatória para oito anos desse nível, em 1971.
Neste mesmo ano, a lei 5.692/71 traz o princípio de municipalização do ensino
fundamental. Contudo, na prática, muitos municípios carentes começam esse
processo sem a ajuda do Estado e da União.

Em 1970, a fase de evasão escolar e repetência das crianças das classes


pobres no primeiro grau, pede que seja instituída a educação pré-escolar
(chamada educação compensatória) para crianças de quatro a seis anos para
suprir as carências culturais existentes na educação familiar da classe baixa.
As carências culturais existem, as famílias pobres não conseguem oferecer
condições para um bom desenvolvimento escolar, fazendo com que as
crianças não consigam um aprendizado correto e repitam o ano.
Os requisitos básicos que não foram transmitidos pelo meio social e que seriam
necessários para garantir um aprendizado de qualidade e garantindo o sucesso
escolar indicam a necessidade da pré-escola para suprir essas carências, mas
inicialmente criadas de maneira informal, sem contratação de professores
qualificados e remuneração digna para a construção de um trabalho
pedagógico sério, eram exercidas por voluntários, que rapidamente desistiam
desse trabalho.

Em 1988, com a promulgação da Constituição Federal, a educação foi


reconhecida como um direito de todas as crianças e um dever do Estado.
Houve uma expansão do número de escolas e uma melhoria na formação dos
profissionais. E na década de 90, com a promulgação do ECA (Estatuto da
Criança e do Adolescente), os direitos das crianças foram concretizados.
Período esse que a educação infantil passa a ser vista pelo ângulo que
valorizar a criança e a sua cultura a tornara capaz de construir o seu próprio
conhecimento. O professor passa a assumir um novo papel, o de mediador
entre a criança e o mundo.

A família é parte do processo de ensino-aprendizagem, inclusive a criação de


um Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, de maneira a levar
a todas as escolas as propostas pedagógicas voltadas para a criança tal como
ela se apresenta.

Com as revoluções acontecendo, provocando transformações nos modos de


vida e o cotidiano das famílias, as mudanças de que no conceito das escolas
também é necessário presenciarmos no cotidiano da comunidade escolar o
posicionamento e a reflexão que precisam fazer parte dos profissionais
envolvidos na educação.

Para Hall (1997, p.17):

No século XX, vem ocorrendo uma revolução cultural no


sentido substantivo, empírico e material da palavra. Sem
sombra de dúvida, o domínio constituído pelas atividades,
instituições e práticas culturais expandiu-se para além do
conhecido. Ao mesmo tempo a cultura tem assumido uma
função de importância sem igual no que diz respeito à
estrutura e a organização da sociedade moderna.

Ao longo das décadas, as poucas conquistas não aconteceram sem conflitos.


Com o avanço da industrialização e o aumento das mulheres da classe média
no mercado de trabalho, aumentou a demanda pelo serviço das instituições de
atendimento à infância, precisando muito que a educação saia dos projetos da
teoria e sejam vistas na prática, dar a atenção adequada para que a educação
infantil saia do século passado e entre definitivamente neste século, com
melhora significativa na educação e seu desenvolvimento.

A educação musical permaneceu como disciplina curricular até o início da


década de 1970, quando, com a Lei n. 5.692/71, o Conselho Federal de
Educação instituiu o curso de licenciatura em educação artística (parecer n.
1.284/73, alterando o currículo do curso de educação musical. Esse currículo
passou a compor-se de quatro áreas artísticas distintas: música, artes
plásticas, artes cênicas e desenho.

Assim, a educação artística foi instituída como atividade obrigatória no currículo


escolar do 1º e 2º graus (atuais ensinos fundamental e médio), em substituição
às disciplinas “artes industriais”, “música” e “desenho”, e passando a ser um
componente da área de comunicação e expressão, a qual trabalharia as
linguagens plástica, musical e cênica. Esse entendimento foi estendido aos
diversos estados, tais como relatava a Proposta curricular para o ensino de
educação artística de São Paulo (1991).

Essas transformações também abrangeram os currículos dos cursos


superiores em música, que, a partir da Lei n. 5.540/68, passaram a ter duas
modalidades: licenciatura em educação artística (habilitação em música, artes
plásticas, artes cênicas ou desenho) e bacharelado em música (habilitação em
instrumento, canto, regência e/ou composição).

Embora ainda não se saiba se os conteúdos serão trabalhados em uma


disciplina específica ou nas aulas de Artes, com professores polivalentes, as
escolas devem adaptar seus currículos até o início do ano letivo de 2012.
Tocar, ouvir, criar e entender sobre a História da Música são pontos
fundamentais de ensino.

Para a professora do Departamento de Música da Universidade de São Paulo,


Teca Alencar de Brito, contudo, os currículos não devem ser engessados. "Não
se pode ensinar Música a partir de uma visão utilitarista. Estamos falando de
arte. É preciso explorar as sensibilidades", afirma a especialista, criadora da
Teca Oficina de Música. A ideia principal dos idealizadores que batalharam por
essa proposta, não é a de formar músicos, mas trazer para o mundo da escola,
a música. Dar noções básicas, leitura e escrita musical. Facilitar o
aprendizado; formar cidadãos mais cultos e conscientes, capazes de valorizar
e promover a diversidade cultural brasileira, fortalecendo os laços comunitários.

Legislação Brasileira

Em 1925 foi promulgado o decreto no Estado de São Paulo regulamentando as


escolas maternais, em 1935 foram instituídos parques infantis nos bairros
operários, sob a direção de Mário de Andrade. Os parques infantis atendiam
crianças de diferentes idades em horário contrário ao da escola para atividades
recreativas.

As políticas públicas, no início da década de 1930, eram de interesses distintos


da burguesia, dos trabalhadores e do Estado, fazendo que o poder público
fosse chamado cada vez mais a regulamentar a questão do atendimento à
infância. Na esfera federal, a partir de 1930, o Estado, a criação do Ministério
da Educação e Saúde, assumiu oficialmente responsabilidade pelo
atendimento à infância, ainda que solicitando a contribuição das instituições
particulares.

Dessa forma, em São Paulo, até 1930, as instituições foram mantidas com
objetivos diferenciados no atendimento das crianças de 0 a 6 anos, fosse de
forma assistencial ou educativa e pedagógica.
Na década de 1940, regida pelo governo de Getúlio Vargas, um marco legal na
legislação sobre as creches com CLT, que apresentavam obrigatoriedade de
as empresas particulares com mais de 30 mulheres empregadas acima de 16
anos manterem creches para os filhos de suas empregadas. Essa lei referiu-se
ao período de amamentação, afirmando às empresas de oferecer local
apropriado permitido às empregadas guardar sob vigilância e assistência os
seus filhos no período de amamentação.

Até início dos anos 60 o Brasil possuía uma rede de ensino público de
qualidade, quando o golpe de 1964 instaurou a Ditadura Militar e transformou o
cenário educacional brasileiro modificado pela política econômica adotada
pelos militares. Além do percurso histórico, as dificuldades em definir as
funções da educação infantil, as ações buscam um caráter assistencial e
educacional. A função educativa ganha força junto às crianças de zero a seis
anos, contando com dois grandes marcos: a Constituição Federal de 1988, que
traz o dever do Estado de oferecer creches e pré-escolas para todas as
crianças de zero a seis anos, e o ECA (BRASIL, 1990), enfatizando, em seus
artigos 53 e 54, o direito da criança à educação.

A educação tem desde então tem buscado um caminho de acertos em sua


contribuição ao desenvolvimento de vida das crianças.

Desafios educacionais da atualidade no Brasil

Na atualidade, cobranças por uma educação que participe efetivamente para a


formação moral dos indivíduos têm sido feitas e é perceptível a necessidade de
ações que concretizem tais anseios dentro de diferentes espaços de formação
dos indivíduos em sociedade.

Durante a história, pedagogos tem deixado estrutura para que o ensino seja
objetivo, como Lourenço Filho, educador brasileiro conhecido sobretudo por
sua participação no movimento dos pioneiros da Escola Nova. Hoje, o foco é a
escola.
De uma maneira geral, sobre o fundamental e insubstituível papel da família na
educação da criança, afirma Nérici (1972, pg. 12) “A educação deve orientar a
formação do homem para ele poder ser o que é da melhor forma possível. ”.

No entanto, uma rápida reflexão sobre a escola permite-nos situá-la como


produto das relações humanas e como tal seu entendimento só é possível a
partir da compreensão do contexto histórico social, econômico e político da
sociedade em que ela está inserida. Outros grandes pedagogos como Piaget
falam sobre o desenvolvimento da inteligência ou Vygotsky que enfatiza, o
cérebro é a base biológica, suas peculiaridades definem limites e
possibilidades para o desenvolvimento humano. Reconhecer este fato é
necessário para compreendermos a dinâmica das relações no ambiente
escolar.

O trabalho de discutir as questões que tratam do trabalho pedagógico em


instituições de educação infantil não é uma tarefa fácil, o cotidiano mostra as
muitas dificuldades do professor na organização desse trabalho, especialmente
no que se refere à rotina das crianças. A própria literatura, quando aborda esta
questão, identifica um ou outro aspecto que envolve o cotidiano da instituição,
mas não fornece aos professores uma visão global dos elementos que
constituem o seu trabalho diário.

Um aspecto bastante positivo, para considerar avaliações em larga escala, a


gestão de escolas e redes passa a incorporar indicadores de desempenho
como mais um elemento para o conhecimento de suas realidades e, assim,
pode estabelecer metas mais precisas e elencar prioridades de intervenção
parametrizadas numa realidade mais ampla, envolvendo a comparação,
dependendo da avaliação externa referenciada, com resultados do país, do
estado e do município.

No entanto, apesar de toda a problemática que ainda permeia uma grande


maioria de instituições de atendimento à criança e apesar de terem tido no seu
início uma função mais voltada para as questões assistenciais, apresentando,
ainda hoje, muitos desses problemas, avançaram ao longo das décadas,
apresentando diferentes funções no seu interior, até se consolidar como um
espaço de educação para a criança pequena.

Nos últimos tempos, o Brasil tem realizado significativas reformas e mudanças


em todos os níveis de ensino. No aumento de políticas, programas, planos,
leis, diretrizes e propostas de estratégias para melhorar a qualidade da
educação nacional. Ao mesmo tempo, alguns problemas e desafios parecem
longe de serem resolvidos. O número de alunos que não completam 12 aos
estudando ainda é grande, a escolarização e muitos programas de formação
de professores sofrem com a precariedade e pouca qualidade; muitos alunos
têm pouco rendimento nas avaliações de desempenho e de aprendizagem, e
muitos que concluem o ensino básico, além de não conseguirem entrar na
universidade, também, passam por déficit de aprendizagem.

O professor lembra em primeiro lugar, que o estudante precisa manter uma


trajetória regular e alcançar diversos aprendizados necessários para educação
plena., definirá da melhor forma que a educação tem que ser inclusiva, e de
qualidade.

A educação é uma das dimensões essenciais na evolução do ser humano, pois


em cada conquista rumo à civilização, a necessidade de transmissão aos
semelhantes. A escola brasileira precisaria rever questões de como resgatar a
qualidade de formação do profissional da educação, a expansão da
escolarização pelo sistema supletivo, especialmente aqueles em horários
noturnos, dentre outros, tendo a obrigação de, simultaneamente, fazer uma
constante avaliação que certamente garantirá a qualidade do ensino.

A escola que se deseja, aquela que combata de todas as formas a exclusão


social e que entenda o aluno como ser integral. E principalmente que possa
trabalhar a relação entre a escola, o aluno e a família, tendo-se assim a
necessidade de incluir a família em suas ações.
6.2 Grandes pedagogos que influenciaram no ensino da música na educação

São diversos os fatores que determinam o processo de planejamento de aulas


para a musicalização infantil. Segundo autores Vivian Madalozzo e Tiago
Madalozzo (2013) não pretendemos citar todos eles, visto que muitos são
culturais e distinguem-se pela formação do educador. As principais questões,
os educadores musicais, fundamentais para um bom planejamento.
Entendemos musicalização, uma abordagem específica de educação musical,
por meio de canções, jogos, danças, exercícios de movimento, relaxamento,
prática instrumental, improvisação e audição, noções básicas de ritmo e
melodia, que quando apresentados à criança, se reportam ao universo lúdico
da infância.

O desenvolvimento em resposta à música, imprecisa, no começo transforma-se


pouco a pouco em uma resposta elaborada. E, à medida que se processa essa
modificação, verifica-se também um aumento da variedade e caracterização
estrutural: os conceitos musicais inicialmente aprendidos de modo muito vago
pelo processo de aprendizagem, vão progressivamente sendo compreendidos
e assimilados.

Para Seashore (1919, p.170):

As impressões de ritmos musicais despertam sempre, e


em certa medida, imagens motoras na mente do ouvinte,
e em seu corpo, reações musculares intuitivas. As
sensações musculares acabam por associar-se às
sensações auditivas que, assim reforçadas, se impõem
mais ao espírito, para apreciação e análise.

A Teoria Espiral do Desenvolvimento Musical foi proposta pelo pesquisador


e educador musical de nacionalidade britânica Keith Swanwick. Com base nos
estudos de Piaget, esta teoria trata do desenvolvimento musical de crianças e
adolescentes. Para Swanwick (2005), a aprendizagem musical é construída em
etapas de desenvolvimento: o homem se desenvolve por etapas, como em
uma espiral: Antes da pronúncia do vocabulário, sons; antes da vida adulta,
uma vida infantil e pré-adulta.

O desenvolvimento musical se dá de modo contínuo, inicia-se com


experiências verdadeiras. Depende, porém da existência, no ser humano, de
uma função que o referido psicólogo chama de musicalidade, a capacidade do
indivíduo para dar respostas a padrões rítmicos e melódicos, que são a
substância da arte musical. A evolução intelectual do aluno, para que esse
tenha um desempenho significativo, requer elementos que contribuam tanto na
participação do aluno quanto na estimulação para aprendizagem dos
conteúdos. A prática educativa associada à linguagem musical apresenta
relevantes desenvolvimentos no aspecto de conteúdo, cognição e interação
entre crianças, além de exercer papel de mediador.

Um professor realizando uma atividade com seus alunos e que envolve a


musicalização, propicia a eles, de acordo com a forma de aplicação, o estímulo
de movimentos específicos que auxiliam na organização do pensamento, além
de favorecer a cooperação e comunicação das atividades que são realizadas
em grupo. É essencial que o professor, além das atividades trabalhadas no
dia-a dia em sala de aula, trabalhe de forma paralela conteúdos relacionados
com as letras das músicas cantadas.

A música torna o ambiente mais alegre e favorável à aprendizagem, visto que


propicia uma sensação diferenciada ao ambiente escolar, proporcionando
satisfação àqueles que dele participam. Percebe-se que a música na educação
brasileira ainda é vista como um entretenimento, um recurso de reposição em
momentos em que não se é possível cumprir o planejado pelo currículo
escolar, sem a importância devida como material didático-pedagógico que
possa contribuir para o desenvolvimento no ensino aprendizado do aluno e a
formação do homem. As escolas tentam se adequar à nova disciplina com
novas estratégias, por vezes não precisas, porém a música possui caráter
racional, subjetivo e emocional e certamente poderá auxiliar no processo
ensino-aprendizagem, já que por apresentar característica interdisciplinar é de
grande valia como instrumento metodológico e didático-pedagógico.
6.3 A busca de um projeto nacional para o ensino de Música

Para começarmos com a história da educação no Brasil, a busca inicia-se no


período colonial, quando começaram as primeiras relações entre Estado e
Educação, através dos jesuítas que aqui chegando trouxeram consigo não
somente a moral, os costumes e a religiosidade, mas também seus métodos
pedagógicos.

Juntamente em um cenário religioso é que se trouxeram as primeiras


informações da tradição musical erudita européia. Com a chegada dos jesuítas
no Brasil em 1549, ocorreu um aproveitamento musical dos indígenas para os
trabalhos de catequese: a facilidade desses povos para aprender os cânticos
dos autos (forma dramática originária do teatro medieval) e das celebrações
das missas (as linhas puras do cantochão) surpreendeu os próprios
missionários da Companhia de Jesus.

A ligação com a música começa a ser percebida pois Pero Vaz de Caminha,
em suas cartas emitidas no século XVI ao rei de Portugal, relatava
detalhadamente o modo como os índios se comportavam, suas principais
características, sua receptividade e encantamento com a música dos brancos.
A música na civilização indígena sempre teve um papel de destaque dentro das
tribos, como a preservação da importante parte de suas memórias, crenças e
tradições, assim como símbolo ritual de fatos marcantes de suas vidas.

A música ainda tinha espaços a serem descobertos, durante a história dentre


os movimentos que surgiam, no final do século XIX a difusão por diversos
países da Europa com nomes diferentes expressando as mudanças da época
marcadas pela rápida industrialização e urbanização, a música começava a
ganhar espaço entre os educadores com uma identidade brasileira.

Períodos na década de 20, foram marcados como pela “Semana de Arte


Moderna” com a presença de artistas de vários segmentos: literários, músicos,
artistas plásticos, arquitetos sendo seu principal objetivo renovar o conceito das
artes pintura, escultura, música, arquitetura, e defender essa nova concepção
artística em que se valorizasse a cultura brasileira.
Figura 4 – Heitor Villa Lobos

Fonte: www.suasletras.com (2016)

Surgia nesse período a figura de Villa-Lobos (1940), um homem que se


preocupava em elevar a educação artístico-musical do povo brasileiro, o
músico e compositor Heitor Villa-Lobos, sendo um dos maiores responsáveis
pela inclusão da disciplina de Canto Orfeônico.

Uma disciplina obrigatória no currículo das escolas em 1931 durante o governo


de Getúlio Vargas, que buscar doutrinar o povo brasileiro com disciplina,
civismo e educação artística, nas escolas brasileiras, acreditava que com a
inserção da educação musical nas escolas, estaria contribuindo para
transformá-la numa prática cotidiana e formar indivíduos sensibilizados às
manifestações artísticas, dentre vários filósofos, pedagogos, músicos
defenderam que o ensino de música fizesse parte da educação.

Entre os defensores do ensino de música no Brasil na primeira metade do


século XX, o professor Veríssimo de Souza (2008), pioneiro da discussão do
ensino de música na escola primária paranaense, inspirou-se nas escolas
européias, em especial, a alemã para justificar o ensino de Música na escola
primária, ainda ressaltava a importância da disciplina na escola normal.

Figura 5 – Fernando de Azevedo


Fonte: rbep.inep.gov.br (2005)

O pedagogo Fernando de Azevedo (1971), as atividades artísticas e musicais


dentro da escola nova deveriam ser abordadas utilizando uma educação
popular inspirada em motivos da vida infantil, da flora, da fauna e do folclore
nacionais, o que tornava necessário o recolhimento e a pesquisa dos cantos e
canções populares provenientes do folclore.

Os temas que falam sobre os rumos da sociedade e da cultura brasileira


voltaram-se a idéia de renovação, especialmente no que dizia respeito ao
crescimento que o progresso traz. Este discurso incluía modernizar não só o
entendimento político do país, mas também os mais variados segmentos da
sociedade, como por exemplo a arte e a educação.

Figura 6 – Alunos em aula de música, Escola Municipal Ensino Fundamenta

Dentro do Âmbito educacional, surgiu um discurso em prol da Educação


Musical, esta disciplina juntava-se com a idéia de uma escola moderna, que
tinha como objetivo, a busca pelo equilíbrio na formação das faculdades
cognitivas, físicas e morais dos indivíduos. O processo de musicalização efetua
o desenvolvimento da percepção, expressão e pensamento no indivíduo de
forma que ele tenha uma visão mais crítica e participativa.

Para Teca Brito (2003, p. 53), a contribuição da música no crescimento geral


do educando se dá através de vivências e reflexões orientadas, onde todos têm
o direito de desfrutar, mesmo não tendo aptidão musical, pois o fazer, o praticar
se encarregam pelo desenvolvimento das competências do indivíduo.

“Aceitando a proposição de que a música deve promover


o ser humano acima de tudo, devemos ter claro que o
trabalho nessa área deve incluir todos os alunos. Longe
da concepção européia do século passado, que
selecionava os “talentos naturais”, é preciso lembrar que a
música é linguagem cujo conhecimento se constrói com
base em vivências e reflexões orientadas. Desse modo,
todos devem ter direito de cantar, ainda que desafinando!
Todos devem poder tocar um instrumento, ainda que não
tenham, naturalmente, um senso rítmico fluente e
equilibrado, pois as competências musicais desenvolvem-
se com a prática regular e orientada, em contextos de
respeito, valorização e estímulo a cada aluno, por meio de
propostas que consideram todo o processo de trabalho, e
não apenas o produto final.”

6.4 A educação musical infantil e o olhar para o futuro

A análise de idéias a respeito do ensino de Música, assim como as suas


finalidades, suas vantagens e sua relação com a escola moderna. A partir do
século XX, estas discussões se tornaram ainda mais intensas e,
consequentemente o ensino de música conseguiu cada vez mais espaço
dentro dos currículos escolares brasileiros. Promovem benefícios, que através
da música podemos sensibilizar o educando, desenvolvendo a percepção de
mundo, enfim, o fazer criativo.

A educação musical auxilia todo o processo de formação do ser humano, e


pesquisas científicas comprovam que crianças, jovens e adultos que estudam
algum instrumento musical têm melhor desempenho na aprendizagem escolar.

A cultura é o fundamento, que alicerça e identifica um povo e aprendendo


sobre nossa cultura estamos valorizando nosso país. A música é um fenômeno
global e não há cultura sem música, por isso seu papel é tão importante,
quanto conhecer e preservar nossas tradições musicais, é também conhecer a
produção musical de outros povos e culturas e, de modo, explorar, criar e
ampliar os caminhos e os recursos para o fazer musical. Como umas das
formas de representação simbólica do mundo, a música, em sua diversidade e
riqueza, permite-nos conhecer melhor a nós mesmos e ao outro, próximo ou
distante. Mais do que uma disciplina, o ensino musical é uma expressão de
vida.

A música é uma das competências a serem desenvolvidas na infância, e, como


sabemos, outra importante trajetória se completa quando a criança adquire a
habilidade de ler e escrever.

Figura 7 – Educação musical no Brasil

Fonte: ferraristudio.blogspot.com (2010)

Todavia, a educação musical infantil no Brasil ainda caminha lentamente, ela


precisa ser constituída, e seus principais objetivos não podem se resumir a
auxiliar no aperfeiçoamento dos alunos em outras áreas de conhecimento,
fazer porque cada criança tem o direito de desenvolver sistematicamente suas
habilidades musicais, precisa ser valorizada como conhecimento artístico e
acadêmico valorizada por si mesma.

A nova legislação abre múltiplas possibilidades para que a atividade musical


encontre o seu espaço na educação básica. Entretanto, é preciso mencionar
que “a lei em si não é capaz de modificar o cenário da educação escolar”
(Martinez, 2012, p. 20), pois inúmeros fatores que influenciam esse processo,
como a organização das diferentes secretarias de educação e dos diversos
estabelecimentos de ensino, além da formação e atuação do professor.

6.5 As influências de grandes pedagogos da musicalização no Brasil

O século XX viu despontar, em um curto espaço de tempo, uma série de


músicos comprometidos com o ensino da música. Dentre eles, destacam-se
pela pertinência de suas propostas e por sua penetração no Brasil, tornando-se
com isso, mais significativo para nós.

Podemos citar nomes como, Émile-Jaques Dalcroze, professor no


Conservatório de Genebra, sua proposta de trabalho sistemático na educação
musical era baseada no movimento corporal e na habilidade de escuta.

Dentro da evolução do seu trabalho e como o desenvolvia, a melhor conclusão,


é que o engajamento do músico Dalcroze nas questões de seu tempo, suas
propostas congregavam fortes tendências românticas, o entendimento da arte
como expressão de sentimentos, e a crença em métodos racionais e
definitivos, que atuariam como estratégias de asseguramento da qualidade
investigatória de seu trabalho.

Em sua intenção de democratizar o ensino, Dalcroze ressaltou a importância


da presença da música na escola, pois acreditava que “nenhuma evolução,
nenhum progresso, podem ocorrer sem a participação da juventude, pois é nos
espíritos jovens que as idéias deitam suas raízes mais profundas”.
No livro Educação é amor, Shinichi Suzuki, afirma que toda criança
potencialmente, tem capacidade de aprender música. Esteve em contato com o
universo da música desde o nascimento, sua família, dona da maior fábrica de
instrumentos de corda no Japão, foi desde a brincadeira até o trabalho na
fábrica projetando e construindo violinos.

Sua experiência como educador começou em 1931, quando na época seu


primeiro aluno tinha quatro anos de idade. Acreditava-se até então que
crianças acima de oito ou nove anos que poderiam aprender um instrumento.
Como ensinar uma criança tão pequena? Suas idéias surgiram a partir da
observação, da maneira como as crianças aprendem a língua materna, na
primeira infância, através da habilidade de comunicação entre os pais e a
criança. “Toda criança japonesa fala japonês!”

O estudo da música deve enriquecer toda a vida da criança e fazer dela um ser
humano mais completo. Suzuki busca o amplo desenvolvimento da criança,
expandindo sua capacidade de aprender, apreciar e descobrir a alegria da
música.

O trabalho desenvolve a atenção global da criança, e suas sensibilidades


auditivas, visuais. Suzuki enfatiza a importância do ambiente, que deve ser de
aprendizagem colaborativa, e da educação permanente.

A criança, em casa, deve estar imersa em música: ela vai ouvir música, tocada
pelos pais, irmãos, outras crianças ou por meios de reprodução como vídeos,
discos, gravador, computador. Isso fará, segundo ele, com que ela também
deseje aprender a tocar.

Professores que usam o método Suzuki acreditam que a criança tem uma
capacidade ilimitada de aprender. É preciso que se acredite no valor da música
e da educação infantil para o ser humano, e caso se compreenda que os
costumeiros mecanismos de que se dispõe para a ação educativa, não
conseguem atender a demanda atual, será possível compartilhar da convicção
sobre o real papel da música em cada indivíduo em particular e a sociedade, se
convencendo de que ela é uma parte necessária, e não periférica da cultura
humana.

A música não havia sido direcionada ao ensino escolar, ou envolvida na


educação de crianças. Ainda estava muito ligada à igreja, tanto católica romana
como a protestante.

Para entender como a música se manifesta na educação infantil é necessário


compreender o seu contexto histórico e analisar seus antecedentes no Brasil.
Pensar na educação musical aplicada nos estilos que esse trabalho se propõe,
determina a importância da música na educação escolar no Brasil.

A música tem como único propósito favorecer, colaborar com o


desenvolvimento dos alunos, sem privilegiar algum ou outro aluno que
apresente mais potencial, dada sua necessidade de ser envolvida no cotidiano,
no contexto escolar e principalmente no desenvolvimento das crianças,
interagindo com seus pais, professores e ampliando o mundo que estão
começando a conhecer.

7. CAPÍTULO III

7.1 A importância da música no que tange o desenvolvimento cognitivo da


criança na educação infantil

Desde bem pequenos observamos que a música já faz parte da vida, pelo seu
poder criador e libertador, a música torna-se um grande recurso educativo a ser
utilizado na Pré-Escola. Segundo Leda Osório (2011) estudos realizados
permitem dizer que a infância é um grande período de percepção do ambiente
que nos cerca, pois a criança é influenciada pelo que acontece a sua volta. A
música é uma linguagem que comunica e expressa sensações, a criança
desde o nascimento vive ao mesmo tempo em um meio onde descobre coisas
todo tempo, pois sua interação com o mundo a permite desenvolver o
individual.
Nas muitas situações presentes o suporte para atender a vários propósitos,
como a formação de hábitos, atitudes e comportamentos: lavar as mãos antes
do lanche, escovar os dentes, a realização de comemorações relativas ao
calendário de eventos do ano letivo simbolizados no dia da árvore, dia do
soldado, dia das mães, a exploração que a criança percebe por meio dos
sentidos é de como ela interage com o mundo, através de seu próprio corpo,
suas habilidades motoras, adquirindo a linguagem.

A maneira a favorecer a sensibilidade, a criatividade, o senso rítmico, o ouvido


musical, o prazer de ouvir música, a imaginação, a memória, a concentração, a
atenção, a autodisciplina, o respeito ao próximo, o desenvolvimento
psicológico, a socialização e a afetividade, além de originar a uma efetiva
consciência corporal e de movimentação. Segundo Koellreutter (2001) é
preciso aprender a apreender o que ensinar.

A associação da música, enquanto atividade lúdica, com os outros recursos


dos quais dispõem o educador, facilita o processo de ensino aprendizagem,
pois incentiva a criatividade do educando através do amplo leque de
possibilidades que a música disponibiliza. Aliar a música à educação também
obriga o professor a assumir uma postura mais dinâmica e interativa junto ao
aluno. Conforme Koellreutter (2001) “ o professor entende que por meio do
trabalho de improvisação abre-se espaço para dialogar e debater com os
alunos e, assim, introduzir os conteúdos adequados. ”

O processo de aprendizagem se torna mais fácil quando a tarefa escolar


atender aos impulsos deste a exploração e descoberta, entre professor e aluno,
quando o tédio e a monotonia se tornarem ausentes das escolas, pois o
professor, além das aulas expositivas e centralizadoras, possa proporcionar
experiências diversas com seus alunos, o que facilita muito a aprendizagem.
Portanto, a integração entre os aspectos sensíveis, afetivos, estéticos e
cognitivos, assim como a promoção de integração e comunicação social,
conferem um caráter significativo à linguagem musical.

É muito importante a utilização da música no espaço de educação infantil, pois


a criança além de aprender brincando, o ambiente escolar se torna mais
agradável e estimula cada vez mais à vontade dela participar das aulas,
introduzir conteúdos através da música as crianças de 0 a 5 anos desenvolvem
relações afetivas, de socialização, cognitivo e ainda torna o aprendizado de
qualquer área de conhecimento ainda mais fácil de ser absolvido.

Desde o nascimento, a criança tem necessidade de desenvolver o senso de


ritmo, pois o mundo que a rodeia, expressa numa profusão de ritmos
evidenciados por diversos aspectos: no relógio, no andar das pessoas, no vôo
dos pássaros, nos pingos de chuva, nas batidas do coração, numa banda, num
motor, no piscar de olhos e até mesmo na voz das pessoas mais próximas. No
período da alfabetização a criança beneficia-se do ensino da linguagem
musical quando as atividades propostas contribuem para o desenvolvimento da
coordenação viso motora, da imitação de sons e gestos, da atenção e
percepção, da memorização, do raciocínio, da inteligência, da linguagem e da
expressão corporal. Essas funções psiconeurológicas envolvem aspectos
psicológicos e cognitivos, que constituem as diversas maneiras de adquirir
conhecimentos, ou seja, são as operações mentais que usamos para aprender,
para raciocinar. Rosa (1990) afirma que a simples atividade de cantar uma
música proporciona à criança o treinamento de uma série de aptidões
importantes. A musicalização é importante é importante na infância porque
desperta o lado lúdico aperfeiçoando o conhecimento, a socialização, a
alfabetização, inteligência, capacidade de expressão, a coordenação motora,
percepção sonora e espacial e matemática.

No início do século XX, aparecem os métodos ativos de: Declory, Montessori,


Dalton e Pakhurst, formando a nova escola.

Esses pensadores outorgaram a música como um dos principais recursos


didáticos para o sistema educacional, reconhecendo o ritmo como um elemento
ativo da música, favorecendo as atividades de expressão e criação. Para Maria
Montessori as crianças gostam de aprender, ela desenvolveu muitas idéias na
época que hoje são aceitas sem restrições. A pesquisa de Maria provou que as
crianças passam por um período mais sensitivo dos 2 anos e meio aos 6 anos,
e durante essa fase sua mente é receptiva à aprendizagem de forma diferente
da de qualquer outra faixa etária. Os materiais que ela desenvolveu e o
ambiente que criou davam-lhes uma oportunidade de ganhar independência e
capacidade de reflexão mesmo com tão pouca idade.

A música em suas inúmeras formas quando utilizada em sala de aula,


desenvolve diferentes habilidades como: o raciocínio, a criatividade, promove a
autodisciplina e desperta a consciência rítmica e estética, além de desenvolver
a linguagem oral, a afetividade, a percepção corporal e também promover a
socialização.

Podemos observar que em vários segmentos a música é utilizada como meio


de integração e melhoramento do indivíduo tanto pessoalmente como
coletivamente. O canto coral é a atividade mais praticada, pois esta é uma
atividade que permite a integração e exige cooperação entre seus membros,
além de proporcionar relaxamento e descontração. Cantar é uma atividade que
exige controle e uso total da respiração, proporcionando relaxamento e
energização. O canto desenvolve a respiração, aumenta a proporção de
oxigênio que rega o cérebro e, portanto, modifica a consciência do emissor. A
prática do relaxamento traz muitos benefícios, contribuindo para a saúde física
e mental.

Cantar pode ser um excelente companheiro de aprendizagem, contribui com a


socialização, na aprendizagem de conceitos e descoberta do mundo.

7.2 A música como recurso pedagógico

Alunos preparados para desempenhar funções motoras e cognitivas, bem


como relacionar-se bem com o meio social pode ser uma tarefa difícil de se
executar, quando não se coloca isto como objetivo principal. As ferramentas de
trabalho caem para os profissionais como fontes de atividade que interagem o
aluno com os demais, mostrando que a expressão é um fator decisivo no
processo de aprendizagem.

A música não somente é uma simples ferramenta, sendo acessível, ela não
necessita, necessariamente, de mais nada além de alunos e professores para
ser produtiva, ser adaptável, ela precisa apenas ser ouvida, sentida, pois um
som produzido, tanto por instrumentos elétricos ou pelo corpo como assobios e
palmas, pode transportar os alunos para um mundo de aprendizado amplo em
que a intensidade deste processo varia de acordo com as diferenças
individuais.

Na educação infantil existem inúmeras possibilidades de se trabalhar a música


e os benefícios que ela pode oferecer. Os materiais podem ser diversos, não
necessariamente é preciso dispor de materiais caros. As escolas muitas vezes
não dispõem de condições de elaborar projetos com alto custo, o que não seria
viável para os professores, nem para os alunos. Isso evidencia que um trabalho
criativo e competente colaborará com a criança para desenvolver sua
criatividade, socialização, expressão e também serve como estímulo para o
aluno da educação infantil aprender mais e de forma contextualizada

Os benefícios que as utilizações da música permitem é o desenvolvimento


social/afetivo, pois crianças, até a fase adulta, estão desenvolvendo sua
identidade, descobrindo e passando pelo auto aceitação e auto-estima, tudo
isso acontecendo no contato com as outras crianças.um convívio
extremamente fortalecedor.

Para WEIGEL (1988, p. 15) assegura que o trabalho com a música pode
proporcionar essa integração social, já que as atividades geralmente são
coletivas e o trabalho em grupo produz compreensão, cooperação e
participação.

A afetividade é uma sensação de prazer que possibilita expressão dos


sentimentos perante os outros, desenvolvê-la acarreta uma sensação de
segurança. Quando expressamos nossos sentimentos ocorre o
desenvolvimento da sensação e de realização.

O ensino de música não precisa ser discutido e sim facilitado para que a escola
consiga influenciar o principal objetivo que é o de não necessariamente a
formação de instrumentistas, concertistas e nem dominar instrumentos ou
cantar almejando uma carreira profissional como músico. O fator de
importância é que o aluno pode sim no futuro desejar alcançar uma dessas
carreiras, mas o ato do ensinar canto, trabalhar com a música ou tocar alguns
instrumentos, deve ser o de ter como objetivo o desenvolvimento da criança,
aliando a música a elementos pertinentes do currículo da educação infantil.

A família e a escola: desafios para a educação no mundo contemporâneo

A família não consegue proporcionar sozinha o desenvolvimento pleno das


crianças. A educação é um direito de todos e apesar de termos teóricos como
Durkheim (1978), Freire (1996) e Gadotti (2004), que falam sobre este assunto,
não temos uma cartilha específica, que possa ser o livro de cabeceira das
mães para ensinar as melhores formas de orientar nossos filhos no mundo.

A educação dos filhos diante de todas as transformações sofridas pela


sociedade no mundo contemporâneo pode interferir no desenvolvimento
infantil?

Diante de todas as mudanças sofridas pela primeira instituição social


responsável pela educação infantil, buscamos apontar a relevância da
participação da família e da escola no desenvolvimento infantil.

Para a realização deste trabalho utilizou-se a pesquisa bibliográfica.

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado,


constituindo principalmente de livros e artigos científicos. Embora em
quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza,
há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes
bibliográficas. (GIL, 1999, p. 65).

O homem é um ser que precisa do outro para viver, ele nasceu para viver em
grupo, o que o leva a buscar sempre uma melhor forma de relacionamento com
os outros. O conceito de educação vem sendo discutido há muito tempo.
Muitos autores falaram sobre este tema que é de suma importância para a
transformação da sociedade.

A educação é um meio de socialização para as novas gerações:

A educação é a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações


que não se encontrem ainda preparadas para a vida social: tem por
objetivo suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físico,
intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto
e pelo meio especial a que a criança particularmente se destine.
(DURKHEIM, 1978, p. 41).

A educação não é uma forma de treinar o aluno para que ele seja capaz de
exercer uma atividade, é principalmente uma possibilidade de fomar pessoas
autônomas, através de todos o processo do qual ele faz parte como sujeito:

Educação não é só ensinar, instruir, treinar, domesticar, é, sobretudo


formar a autonomia do sujeito histórico competente, uma vez que, o
educando não é o objetivo de ensino, mas sim sujeito do processo,
parceiro de trabalho, trabalho este entre individualidade e solidariedade.
(DEMO, 1996, p. 16, apud. CRUZ, 2009, s.p.).

A educação é acima de tudo problematizadora, está intimamente ligada à


realidade, ao contexto social em que vivem o professor e o aluno e onde o ato
de conhecer não está separado daquilo que se conhece:

Saber ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades


para a sua própria produção ou a sua construção. Quando entro em uma
sala de aula devo estar sendo um ser aberto a indagações, à curiosidade,
às perguntas dos alunos, a suas inibições; um ser crítico e inquiridor,
inquieto em face da tarefa que tenho – a de ensinar e não a de transferir
conhecimento. (FREIRE,1996, p. 47).

O conceito de educação também está citado na legislação brasileira, na qual o


objetivo principal é o desenvolvimento pleno do aluno:

Art 2º A educação dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de


liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1996, s.p.).

Apesar de diferentes formas de pensar sobre a educação, percebe-se que


educar é uma forma socialização e de produção de conhecimento, através da
qual o homem está sempre em busca de uma melhor forma de conviver com o
outro.
Segundo Gadotti (2004), a educação primitiva era marcada pela tradição, culto
aos mais velhos e rituais de iniciação. Não havia uma educação formal e
intencional e sim uma prática baseada em imitações e oralidade, limitada ao
presente imediato.

Ainda segundo o autor, a Grécia, com uma sociedade estratificada, sustentada


por colônias, é considerada o berço da cultura, da civilização e da educação
ocidental. A educação objetivava a formação integral do indivíduo, do corpo
pela ginástica, da mente pela filosofia e pelas ciências e moral e dos
sentimentos pela música e pelas artes. As escolas eram elitizadas, onde eram
atendidos somente jovens das famílias tradicionais da antiga nobreza ou de
comerciantes enriquecidos. O mundo Grego foi rico em tendências
pedagógicas, porém as principais influências foram recebidas de Sócrates,
Platão e Aristóteles.

Gadotti (2004) ressalta também o pensamento pedagógico Romano, período


em que a direção do trabalho era separada do exercício do mesmo, devido à
desvalorização do trabalho manual. A educação continuava elitizada e os
principais programas que um romano precisava realizar era a guerra, a
agricultura e a política. Os escravos aprendiam os ofícios nas casas em que
serviam. O Estado se ocupava da educação, os professores seguiam um
regimento parecido com o militar: “A educação romana era utilitária e militarista,
organizada pela disciplina e justiça. Começava pela fidelidade administrativa:
educação para a pátria, paz só com vitórias e escravidão aos vencidos”
(GADOTTI, 2004, p. 44). Os castigos nas escolas eram severos, a base de
varas aos que infligissem as regras.

Ainda segundo o autor, no período Medieval a educação era conservadora e


aplicada de acordo com os princípios da Igreja Católica. As práticas de
formação e os modelos educativos partiam da Igreja. Nesta época surgiu uma
educação para o povo, não para ensinar, mas para catequizar as pessoas. O
clero estudava teorias humanistas, filosóficas e teológicas. A nobreza também
possuía um modelo de educação distinta, visando o perfeito cavaleiro, com
formação musical e guerreira, preparando especialmente para a guerra.
No Renascimento o interesse pelas culturas grega e romana reaparece. A
educação não chegava à população mais pobre, atingia especialmente o clero,
a nobreza e a burguesia nascente. A razão foi eleita como principal forma para
se alcançar o conhecimento. A matemática e as ciências da natureza foram
privilegiadas.

Gadotti (2004) esclarece que na Idade Moderna a educação foi caracterizada


pelo realismo, defendendo que deveria ser ensinado o que fosse útil para a
vida das pessoas. Surge o interesse por estudos científicos. Ainda predomina
uma divisão social de trabalho.

Nos dias atuais a educação continua enfrentando desafios, porém pode ser
considerada como principal recurso para enfrentarmos a nova estruturação do
mundo, em que são formados indivíduos competitivos, requerendo cada vez
mais um perfil diferenciado de professores. Os alunos não se satisfazem mais
com aquele modelo de educação bancária, mencionado por Freire (1996), em
que o professor, detentor do conhecimento, tinha a incumbência de transferi-los
aos seus alunos, como se fosse um depósito. Cada vez mais, nossos
estudantes precisam de professores diferenciados, que tenham seu trabalho
fundamentado em pesquisas, que contribuirão para a formação de sujeitos
críticos e transformadores.

A escola tem um papel importante na socialização da criança, na promoção do


conhecimento social e no desenvolvimento das capacidades cognitivas,
influenciando na compreensão que elas têm do mundo social. Para que ela se
desenvolva é necessário que se socialize, satisfazendo suas necessidades e
assimilando a cultura da sociedade em que vive. Para o processo de
socialização, as crianças precisam aprender o que é correto no meio em que
elas estão inseridas, aprendam e respeitem os valores morais desse meio.
Quando a criança nasce, ela já faz parte de um grupo e chega à escola
trazendo todas as vivências de seu cotidiano, sejam positivas ou negativas.

Como função social a Escola é um local onde visa a inserção do cidadão


na sociedade, através da interelação pessoal e da capacitação para atuar
no grupo que convive. Forma cidadãos críticos e bem informados, em
condições de compreender e atuar no mundo em que vive...A Escola tem
um compromisso com a Educação, devendo atuar forma abrangente, não
só tendo como objetivo a instrução. Deve manter uma visão holística,
procurando avaliar, para melhorar, todos os aspetos dos quais o ser
humano é constituído. Deve prover os indivíduos não só, nem
principalmente, de conhecimentos, idéias, habilidades e capacidades
formais, mas também, de disposições, atitudes, interesses e pautas de
comportamento. Assim, tem como objetivo básico a socialização dos
alunos para prepará-los para sua incorporação no mundo do trabalho e
que se incorporem à vida adulta e pública. (THOMAZ, 2009, s.p.).

A escola precisa considerar toda a bagagem de vida trazida pelos alunos,


buscando sempre práticas pedagógicas que dêem prazer, fazendo com que
esses alunos sintam vontade de ir para a escola, de viver aquele momento
novamente, pelo prazer promovido no ambiente. A escola é uma das
instituições que têm maior influência sobre as crianças.

Todos os cidadãos têm direito à educação, o que é garantido pela Lei de


Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo,


podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária,
organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída,
e, ainda, o Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo.
(BRASIL, 1996, s.p.).

Todos os processos educativos necessitam de uma participação ativa dos pais,


para que as crianças sejam estimuladas e consigam atingir o desenvolvimento
apropriado para cada faixa etária. Para que todos estes desafios sejam
superados, é necessária uma união entre a escola e a família.

Percebemos que as práticas de educar e cuidar são indissociáveis, que se


complementam. Não podemos separar o corpo e mente, e sim articular o
processo das práticas como um único. Cuidar da criança é uma ação complexa
que envolve diferentes fazeres, gestos, precauções, atenção, olhares. Refere-se
a planejar situações que ofereçam à criança acolhimento, atenção, estímulo,
desafio, de modo que ela satisfaça suas necessidades de diversos tipos e
aprenda a fazê-lo de forma cada vez mais autônoma.
Quando a criança percebe que está sendo cuidada, começa a se sentir segura e
aos poucos vai adquirindo autonomia para tentar fazer sozinha aquilo que fazia
com auxílio de alguém, até o momento em que se torna independente, cuidando
de si mesma.

Ao fazê-lo, a criança desenvolve sua afetividade, motricidade, imaginação,


raciocínio e linguagem, formando um autoconceito positivo em relação a si
mesma. Para cuidar das crianças, precisamos dar atenção a elas, considerando
o seu processo de crescimento e desenvolvimento. Não é somente garantir a
sobrevivência, é necessário que haja um vínculo entre quem cuida e quem é
cuidado.

A questão dos cuidados a serem oferecidos às crianças, também é mencionada


no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI):

É por meio dos primeiros cuidados que a criança percebe seu próprio
corpo como separado do corpo do outro, organiza suas emoções e amplia
seus conhecimentos sobre o mundo. O outro é, assim, elemento
fundamental para conhecimento de si. Quanto menor a criança, mais as
atitudes e procedimentos de cuidado do adulto são de importância
fundamental para o trabalho educativo que realiza com ela. (BRASIL,1998,
p. 15 - 16).

Através das relações de cuidado, o professor consegue perceber as


expressões das crianças, passando a identificar quais são as suas vontades e
necessidades, estreitando os vínculos entre as partes.

Para José; Coelho (2004) a família e a escola são instituições responsáveis por
desencadear os processos evolutivos nas pessoas. A família é uma estrutura
social básica, na qual as pessoas convivem por um longo tempo, é com ela que
a crianças têm suas primeiras experiências de aprendizagem, que muitas
vezes acontecem em forma de treino e acabam influenciando também no seu
comportamento.

Ainda segundo os autores a aprendizagem acontece o tempo todo, dentro e


fora da escola e em vários níveis de consciência.O conteúdo ensinado em sala
de aula muitas vezes pode ser esquecido, mas as relações vividas, serão
lembradas. Os valores ou conteúdos aprendidos inconscientemente têm mais
probabilidade de permanecer.

Da mesma forma acontece na família, que é a base na formação dos conceitos


da criança, se as experiências vividas por elas forem negativas seu
autoconceito será negativo, bons momentos vividos, terão como conseqüência
a formação de conceitos positivos em suas vidas. O que é vivido pela criança
vai influenciar no que ela vai aprender e no tipo de pessoa que ela vai se
transformar.

Os autores ressaltam ainda que o professor deve conhecer as etapas do


desenvolvimento do aluno, estar atento às suas atitudes, sabendo o que elas
são fora da escola e em que tipo de família elas vivem. Ao respeitar o aluno
enquanto ser humano, o professor o ajudará a se transformar em um sujeito
responsável, capaz de resolver seus próprios problemas, sendo assim, agente
de seu processo de aprendizagem.

Moreno e Cubero (1995) relatam estudos realizados em que foram


identificadas a existência de quatro diferentes dimensões em relação ao
comportamento dos pais: a primeira delas, em relação ao grau de controle,
com pais que se afirmam através do poder ou da retirada de afeto, em caso de
desobediências ou maus comportamentos das crianças, ou pela indução,
método através do qual as crianças são obrigadas a refletir sobre suas
atitudes.

A segunda se refere à comunicação entre pais e filhos. De um lado, alto índice


de comunicação entre as partes, muita conversa e explicações sobre qualquer
punição e do outro pouca interação, pais que simplesmente estabelecem
regras, sem nenhum tipo de diálogo ou cedem às solicitações dos filhos diante
de choros e queixas, sem falar sobre o problema.

A terceira dimensão revela aspectos em relação ao grau de amadurecimento.


Muita exigência, cobrança de dedicação excessiva ou de forma oposta, os pais
que não acreditam na competência dos filhos, não acreditam que eles sejam
capazes de executar determinadas atividades.
Por fim, segundo os autores, mas não menos importante, temos a questão do
afeto na relação, pais que se dedicam e demonstram interesse, preocupando-
se com o bem estar dos filhos. O afeto pode influenciar todas as outras
dimensões de comportamento dos pais, as decisões tomadas e apresentadas
de forma afetiva, serão recebidas pelos filhos de uma forma diferente daquelas
apresentadas de forma rancorosa, sem demonstração de nenhum tipo de
carinho.

Ainda segundo os autores, com a combinação das quatro dimensões de


comportamento foram diferenciados três tipos de pais. Os autoritários que
cobram o máximo de seus filhos, não exercem nenhum tipo de diálogo, exigem
obediência e utilizam o castigo para punir e disciplinar os filhos, com um alto
grau de controle. Os filhos deste tipo de pais normalmente apreensivos, pouco
alegres, irritam-se facilmente e não manifestam expressões de afeto.

Os pais permissivos, que não exigem muito em relação ao amadurecimento do


filho, existe muito diálogo e afeto na relação, não castigam, permitem que a
criança decida sobre o seu comportamento diário, cujos filhos podem ter
problemas no controle dos próprios impulsos, na tomada de decisões, ser
imaturos e possuir baixa auto estima, normalmente são alegres.

Para Moreno e Cubero (2005) os pais democráticos são afetivos, dialogam


muito com seus filhos e exigem deles certo grau de amadurecimento e
independência. São crianças interativas, independentes e carinhosos,
persistem nas tarefas iniciadas, tem uma auto estima elevada, são mais
independentes e possuem valores morais interiorizados.

Diante de todo este estudo, evidencia-se que o melhor tipo de relação entre
pais e filhos deve ser regado por muito amor, diálogo e carinho, respeitando os
limites de suas capacidades, o que estimulará a criança ainda mais em seu
desenvolvimento cognitivo.

Nossa sociedade tem vivido grandes mudanças, em diversos aspectos, como


políticos, econômicos e culturais. A família também tem passado por
modificações. Resgatando um pouco da história, a família burguesa se limitava
a pai, mãe e filhos, sendo que o pai era o responsável pelo sustento e a mãe
cuidava da casa e dos filhos, devendo obediência ao seu marido. O casamento
era indissolúvel e normalmente ligado a negócios. A mulher da sociedade
contemporânea faz parte do mercado de trabalho e já não tem mais o mesmo
tempo para cuidar dos seus filhos, dividindo esta tarefa com a escola.

O adulto é considerado um mediador no desenvolvimento da criança, dando-


lhe instrumentos para a aquisição do conhecimento. A sociedade
contemporânea passou por inúmeras transformações nas relações de trabalho,
do homem e da mulher, o que refletiu na estruturação da família. A mulher foi
inserida no mercado de trabalho e acabou perdendo o controle do seu tempo,
principalmente no que diz respeito à dedicação aos filhos, à função educativa
dentro da família.

A família tem um papel importante no desenvolvimento das pessoas, é com ela


que acontecem as aprendizagens básicas, que são necessárias para o
desenvolvimento autônomo dentro da sociedade. Apesar de ter muita
influência, a família não consegue definir todas as características cognitivas da
criança. Algumas são desenvolvidas a partir das experiências vividas pelas
crianças, outras dependem da carga hereditária ou de fatores alheios à
vontade da família. A família funciona como uma rede de influências recíprocas
entre todos que fazem parte dela. O estilo de comportamento dos pais gera
efeitos sobre o desenvolvimento social e da personalidade da criança.

Independente de seu estilo de comportamento, os pais devem participar da


administração escolar, contribuindo nas decisões mais relevantes, como por
exemplo, a construção do projeto político pedagógico. A gestão escolar
participativa vem se caracterizando a partir da consideração de que um
ambiente institucional escolar é formado, na realidade, por várias pessoas, que
precisam estar em sintonia para alcançar os objetivos educacionais.

Não podemos simplesmente terceirizar o processo de educação, a família


precisa caminhar junto à escola, participando ativamente de toda a construção
do conhecimento da criança, para que ela sinta-se fortalecida e capaz de
resolver sozinha os seus problemas, transformando-se assim em adultos
criativos e conscientes do seu papel na sociedade.
A união da família e da escola poderá contribuir para o desenvolvimento pleno
das crianças, quando as partes agirem coerentemente na condução do
processo educativo.

É importante que haja muito amor e dedicação de ambas as partes, muita


sintonia nos valores e pensamentos, o que proporcionará segurança às
crianças, garantindo uma aprendizagem significativa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Evidencia-se com este estudo que é na família que a criança adquire as suas
primeiras aprendizagens e é nesta instituição que acontecem as primeiras
aquisições de valores, muitas vezes transmitidos de forma inconsciente.

Nota-se que o relacionamento entre pais e filhos deve ser regado por muito
amor, diálogo e carinho, estabelecendo limites e respeitando suas
capacidades, estimulando a criança ainda mais em seu desenvolvimento
cognitivo.

Entende-se que é fundamental a participação da família no contexto escolar.


Apesar de todas as transformações enfrentadas pelas famílias
contemporâneas, principalmente pela falta de tempos das mães que são
obrigadas a cumprir uma tarefa tripla, se desdobrando para trabalhar fora,
cuidar da casa e conduzir os filhos no processo educativo, entende-se que a
união das duas instituições sociais mais importantes no processo educativo
pode ser o melhor caminho para que a criança atinja o ápice de seu
desenvolvimento.

Cada criança tem o seu meio social, sua cultura, sua individualidade e sua
história de vida, que devem ser considerados quando ela chega à escola. Nós
vivemos em uma sociedade com culturas diferentes, cada família tem hábitos e
valores que precisam ser respeitados no ambiente escolar.

Ao conhecer o aluno e incluir sua família, conscientizando-os sobre a


importância da união no processo educativo e fazendo que eles se sintam parte
de todo o processo de aprendizagem, de construção de conhecimento, a
escola abre portas para a gestão participativa.
Educar é um desafio constante a ser vencido pelas famílias e ao lado da escola
poderá encontrar as melhores estratégias para se atingir os objetivos de uma
educação completa, baseada em princípios éticos como responsabilidade,
honestidade, solidariedade e cidadania, que contribuirão para a formação de
indivíduos autônomos.

Percebe-se que a educação feita com parceria entre escola e família, promove
uma educação integral para os alunos, que se transformarão em adultos
altamente competitivos, dotados de valores éticos, de autonomia e senso
crítico, que poderão contribuir de forma positiva para a construção de uma
sociedade mais justa, solidária e porque não, menos violenta.

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