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GESTÃO DE E-LEARNING

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Gestão de E-Learning
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SOUZA, Erika Rúbia de, 2021


Gestão de E-learning - Jupiter Press - São Paulo/SP
52 páginas;

Palavras-chave: 1.Gestão de e-learning 2. implantação de e-learning 3. ferra-


mentas tecnológicas de e-learning

1
Gestão de E-Learning
*
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................3
1. PROJETO DE CURSO................................................................................................................................6
1.1. ELEMENTOS DE UM PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO..............................6
1.2. FATORES DE QUALIDADE......................................................................................................7

s
1.3. DIMENSÕES DO PPC: PEDAGÓGICA, TECNOLÓGICA E
POLÍTICO-ADMINISTRATIVA.......................................................................................................7
1.4 REFERENCIAIS DE QUALIDADE PARA EDUCAÇÃO SUPERIOR
À DISTÂNCIA DO MEC.....................................................................................................................9
2. EQUIPE E RESPONSABILIDADES....................................................................................................14
2.1. EQUIPE...............................................................................................................................................14
2.2. RESPONSABILIDADES...........................................................................................................14
3. ADMINISTRAÇÃO E GERENCIAMENTO DE EQUIPES.......................................................20
3.1. O PAPEL DO GERENTE DE PROJETO DE E-LEARNING.....................................20
3.2 COMPETÊNCIAS DE UM GESTOR DE E-LEARNING............................................22
4. APOIO AO ALUNO À DISTÂNCIA.....................................................................................................25
4.1 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA.......................................................................................25
4.2 ATIVIDADES MOTIVADORAS................................................................................................27
5.ASPECTOS GERAIS PARA IMPLEMENTAÇÃO DE PRODUTOS MULTIMÍDIA.......30
5.1 O USO DA INTERNET NO E-LEARNING.........................................................................30
5.2 O USO DE VIDEOCONFERÊNCIA E VÍDEO SOB DEMANDA........................32
5.3 FERRAMENTA DE TRANSMISSÃO MULTIMÍDIA.....................................................33
5.4 STREAMING....................................................................................................................................34
6. LMS E TENDÊNCIAS PARA O FUTURO........................................................................................36
6.1 CONCEITO E MÓDULOS.........................................................................................................36
6.2 TIPOS DE LMS................................................................................................................................37
6.3 TENDÊNCIAS.................................................................................................................................39
7. LEARNING ANALYTICS...........................................................................................................................41
7.1 CONCEITO.........................................................................................................................................41
7.2 O PROCESSO DELA....................................................................................................................41
7.3 MODELO DE REFERÊNCIA DE LA.....................................................................................43
CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................................................45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................................47

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INTRODUÇÃO

O advento da educação 3.0 vem trazendo modificações importantes no


modelo de ensino-aprendizagem. A educação por muitos anos teve um modelo
calçado nos moldes tradicionais, onde prevaleciam os modelos educacionais 1.0
e 2.0, cuja evolução entre si se limitou ao número de alunos ensinados, (FAVA,
2014). No primeiro modelo (1.0), o professor ensinava apenas para um único aluno
ou para um grupo muito pequeno deles. Já no segundo modelo (2.0), passou a
ser possível que o professor ensinasse para vários alunos ao mesmo tempo.

Para além desta característica, há algumas outras particularidades que difere


esses dois modelos que antecederam a educação 3.0, os modelos 1.0 e 2,0, mas, o
fato é que, desde que a humanidade criou um processo de ensino-aprendizagem,
vivenciamos basicamente o mesmo modelo, sem evoluções significativas entre
um e outro. Na prática, durante todo esse tempo o professor cumpriu o papel de
depositário do conhecimento e, o estudante, o de ator passivo da aprendizagem.

Contudo, as mudanças naturais evolutivas ocorridas na humanidade,


associadas com o desenvolvimento de tecnologias comunicacionais, quebraram
o paradigma educacional, até então existente, fazendo surgir a educação 3.0.
Essa nova perspectiva de ensino-aprendizagem, aponta para a necessidade de
uma adaptação da escola ao perfil da geração de nativos digitais, por meio de
uma cultura participativa, onde o aluno é protagonista e o professor um mentor.

Neste cenário, a internet aparece como força motriz, que ao se popularizar,


modificou a forma de entregar o ensino a distância. Oriundo das mudanças
provocadas pela possibilidade de aplicação da WEB na educação, surgiu um
novo modelo de ensino a distância, o e-learning, que, especialmente nos últimos
dez anos, ganhou força e espaço privilegiado nos debates acadêmicos.

A tradução literal de e-learning nos leva a algo como e-aprendizagem. Por


isso, compreender o conceito de e-learning passa pelo entendimento do que
vem a ser aprender. Sobre esse último aspecto, a literatura oferece um verdadeiro
menu de opções conceituais. Fleury e Oliveira (2002, p. 134), por exemplo,
consideram a aprendizagem como sendo “ um processo de mudança provocado
por estímulos diversos e mediado por emoções que podem ou não produzir
mudança no comportamento da pessoa”.

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Ao refletir sobre esse conceito, é fácil inferir que aprendizagem requer


interação, proximidade e personalização. Então, a pergunta que incide neste
contexto é: como falar em aprendizagem interativa se, o EAD (onde se repousa
o e-learning) ocorre por meio da separação física entre quem ensina e quem
aprende? Neste aspecto, Lemos (2003) explica que a distância do EAD, não
implica em isolamento. Pelo contrário, essa modalidade de ensino deve se pautar
no uso de instrumentos capazes de fomentar a interação e evitar o isolamento do
aluno.
Neste contexto, as TICs - Tecnologias da informação e da Comunicação
se tornam aliadas essenciais no processo de aprendizagem a distância, pois
permitem uma interação mais factível entre professor-aluno. Mendes (2008)
define as TICs como conjunto de recursos tecnológicos, que integrados, permitem
a reunião, a distribuição e o compartilhamento das informações. No universo
destas ferramentas, destaca-se o Learning Analytics (Análise da aprendizagem
- LA). Considerado como uma ferramenta tecnológica de uso educacional,
indicado para se analisar o comportamento do aluno.

Tudo isso ainda é muito novo e impõe desafios para as instituições que
desejam implantar o e-learning. São muitas questões que precisam ser pensadas,
para alcançar objetivos como: projetar um curso no formato e-learning; criar uma
equipe responsável pelo projeto e entender a função de cada um no processo
de planejamento, desenvolvimento, implementação e avaliação do e-learning;
administrar e gerenciar essa equipe, extraindo o que cada um tem de melhor a
oferecer; aplicar estratégias e ferramentas de ensino para apoiar o aluno na sua
trajetória de aprendizagem, engajando-o neste percurso; encontrar as melhores
ferramentas para implantação de produtos multimídia; conhecer e escolher os
melhores sistemas de gerenciamento de aprendizagem, e; usar estrategicamente
os dados educacionais extraídos destas plataformas de ensino, a fim de
efetivar constantemente, melhorias no processo de ensino aprendizagem. O
conhecimento de todos esses aspectos é que possibilitará uma gestão de
e-learning completa e assertiva.

Por isso, neste e-book, todos esses aspectos serão discutidos. No primeiro
capítulo, falaremos dos elementos de um projeto pedagógico de curso. Os fatores
de qualidade que vão favorecer uma percepção positiva do aluno também serão
comentados, bem como os aspectos pedagógicos, tecnológicos e político-
administrativos que precisam ser considerados. Além disso, serão apresentados
os referenciais de Qualidade para Educação Superior à Distância do MEC, que
serve como uma guia para quem deseja implementar um e-learning,

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No segundo capítulo, o debate se concentra na formação de uma equipe


multidisciplinar capaz de executar um projeto de e-learning. Discutiremos a
responsabilidade de cada função e a participação de cada um da equipe nas
etapas de produção.

Em seguida, no terceiro capítulo, o foco se dará no processo de Administração


e gerenciamento destas equipes. Neste sentido, o papel do gestor é colocado em
destaque, assim como as competências que ele precisa ter para gerir um projeto
de e-learning.

Em relação ao quarto capítulo, pode-se dizer que nele serão apresentadas


as estratégias e recursos que apoiam o aluno da modalidade a distância. Assim,
fez-se necessário abrir um debate sobre aprendizagem significativa e atividades
motivadoras capazes de engajar o aluno e mantê-lo motivado durante o processo
de ensino-aprendizagem.

No capítulo cinco, a abordagem se dá sobre os aspectos relacionados à


implementação de produtos multimídias, tratando de assuntos como o uso da
internet, da videoconferência e vídeo sob demanda no e-learning e discutindo as
ferramentas de transmissão dessas multimídias e a tecnologia que permite que
isso aconteça em tempo real, o streaming.

Adiante, no capítulo seis, discute-se o conceito de LMS (Sistema de Gestão de


Aprendizagem), seus módulos e tipos mais usados no Brasil. O capítulo encerra-
se com a apresentação de tendências futuras de aplicação de e-learning, como
por exemplo, Mooc´s, plataformas distintas e M-Learning.

Por fim, no sétimo capítulo, o conceito de Learning Analytics é apresentado,


juntamente com seu processo e o modelo de referência proposto por Chatti
(2012) et al.

A expectativa é que o conjunto de conhecimentos que formam este e-book,


seja útil para você, contribuindo para sua formação profissional, e impulsionando-o
para novos voos, num processo constante de aprendizagem requerido por essa
nova forma de ensino. A viagem está só começando, aproveite a paisagem e
desfrute do destino a ser alcançado: o conhecimento. Boa leitura!

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1. PROJETO DE CURSO

1.1. ELEMENTOS DE UM PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO

A gestão de um e-learning qualificada, inclui o planejamento de um projeto


pedagógico de curso (PPC). O PPC funciona como uma bússola que guiará tanto
as decisões pedagógicas, como também aquelas relacionadas à administração
e à tecnologia. Assim, é importante conhecer os elementos que compõem um
PPC voltado para a educação à distância. Paula et al (2004), destacam alguns
elementos. São eles:

Definição do público alvo e do tipo de curso;

Análise de viabilidade e levantamento dos recursos físicos e tecnológicos


necessários;

º Definição de um modelo pedagógico compatível com o uso de multimídias.


º Desenvolvimento de um ambiente virtual de aprendizagem intuitivo;;
º Definição de processo de ensino e aprendizagem;
º Formação de uma equipe multidisciplinar;
º Organização curricular;
º Elaboração do material didático;
° Definição dos métodos avaliativos;
º Implantação de uma infraestrutura de apoio, de gestão e custos.

Como pode-se notar, o projeto de um curso em EAD (Educação a distância)


envolve muitas questões e desafios, um deles é encontrar uma solução tecnológica
que seja compatível com os aspectos pedagógicos estabelecidos.

Outros aspectos que precisam ser pensados durante o projeto de um


curso são a interatividade e a percepção do aluno. Borges e Brandão (2004)
concordam com essa afirmação, na medida em que afirmam que a interatividade
proporcionada pelos meios digitais interfere na percepção de qualidade sob
o foco do aluno. Por isso, é muito importante entender quais são os fatores de

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qualidade que vão interferir de forma positiva na percepção do aluno. O tópico a


seguir se encarregará de discutir esses aspectos.

1.2. FATORES DE QUALIDADE

Quando se está pensando no projeto de um curso, é imprescindível pensar


também nos fatores de qualidade que vão interferir na percepção do aluno,
conforme discutido anteriormente. Mas, quais são esses fatores? Cortelazzo
(2008) contribui para pensarmos esses aspectos ao indicar alguns itens que vão
favorecer essa percepção de qualidade dos alunos a respeito do curso.

Para essa autora, um curso percebido como de qualidade, precisa ter:


capacidade de resposta aos objetivos da instituição; modelos e processos
educacionais baseados na responsabilidade social; estabilidade financeira para
entregar o serviço oferecido e flexibilidade tecnológica para absorver novos
recursos. Cortelazzo (2008) ainda reforça a importância da inter-relação entre
todos esses itens, que não devem ser pensados e implantados de forma isolada.

É evidente que o planejamento de um curso de EAD que incorpore todos


esses aspectos, não é algo fácil de se conseguir. Para se obter o resultado desejado,
é preciso aliar aspectos pedagógicos, tecnológicos e político-administrativos.
Convido você para conhecer a seguir, cada uma destas dimensões.

1.3. DIMENSÕES DO PPC: PEDAGÓGICA, TECNOLÓGICA E


POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Quando observamos a definição de educação à distância proposta por


alguns autores, verificamos que ela resulta da soma de processos eficazes no
que diz respeito aos aspectos pedagógicos, tecnológicos e administrativos.
Na definição de EAD fornecida por Moore e Kearsley (2007), por exemplo, fica
evidente a interligação destes aspectos para que a educação a distância de
qualidade aconteça. Segundo esses autores:

[...] Educação a distância é o aprendizado planejado que ocorre normal-


mente em um lugar diferente do local de ensino, exigindo técnicas espe-
ciais de criação de curso e de instrução, comunicação por meio de várias
tecnologias e disposições organizacionais e administrativas especiais,
(MOORE E KEARSLEY, 2007, p. 2).

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A dimensão pedagógica inclui o planejamento dos processos de ensino


e aprendizagem em todas as fases de um curso. Isto é, a dimensão pedagógica
deve estar presente desde a elaboração do conteúdo até a avaliação final do
curso, permeando todas as demais fases intermediárias, como as fases de
acompanhamento e tutoria. Coutinho (2009) ressalta que não basta pensar
pedagogicamente, é preciso ter uma postura inovadora.

Figura 1 - Dimensões do PPC


Fonte: Autora, 2021.

De acordo com ele, não cabe no modelo EAD, uma pedagogia voltada
para cursos presenciais, em outras palavras, não se pode reproduzir o modelo
tradicional. Se na modalidade presencial, a cooperação e a interatividade são
importantes, no EAD, elas são indispensáveis, ressalta o autor. Por isso, os cursos
online precisam de ferramentas tecnológicas capazes de permitir essa cooperação
e interatividade. Assim, apontamos uma segunda dimensão importante de ser
pensada em um curso EAD, a dimensão tecnológica.

A dimensão tecnológica diz respeito ao conjunto de recursos integrados


capazes de disponibilizar aos alunos, os objetos de aprendizagem necessários
para a sua construção do conhecimento. Além disso, esses recursos tecnológicos
devem permitir a interação entre os atores envolvidos, isto é, alunos, professores

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e tutores, intermediando de forma multimídia, o aprendizado. Evidentemente,


esse conjunto de recursos tecnológicos precisam estar alinhados ao modelo
pedagógico estabelecido pela instituição para os cursos de EAD.

Tanto a dimensão pedagógica, quanto a tecnológica, precisam de uma gestão


capaz de planejá-las e geri-las de forma integrada. Assim, chegamos a uma terceira
dimensão de um PPC: a dimensão político-administrativa. Essa dimensão inclui
os custos, seleção, inscrição e matrícula dos alunos. Nessa dimensão, também é
necessário pensar nos polos presenciais de atendimento aos alunos, bem como
na organização das turmas, contratação de tutores e divulgação do curso. Isso
tudo, sem se esquecer de atender a legislação vigente que rege os cursos na
modalidade de EAD, que atualmente é o decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017.

Saiba mais
Acesse o link a seguir para ter aceso ao conteúdo completo do decreto
nº 9.057 e compreender mais sobre os parâmetros legais que devem ser
obedecidos na implantação e gestão de um curso em EAD:
Clique aqui para acessar

1.4 REFERENCIAIS DE QUALIDADE PARA EDUCAÇÃO SUPERIOR À


DISTÂNCIA DO MEC

A Secretaria de Educação à Distância do Ministério da Educação e Cultura


(MEC) publicou em 2007, um documento denominado Referenciais de
Qualidade para Educação Superior à Distância, que serve como um guia tanto
para o governo, quanto para os gestores que desejam planejar e desenvolver um
e-learning.

De acordo com esse documento, um PPC na modalidade a distância deve


contemplar as dimensões pedagógicas, recursos humanos e infraestrutura,
abordando os seguintes aspectos, Brasil (2007, p.8):

I. Concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem


II. Sistemas de Comunicação
III. Material Didático

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IV. Avaliação
V. Equipe multidisciplinar
VI. Gestão acadêmico-administrativa
VII. Sustentabilidade financeira

Vamos discutir cada uma delas?

I. Concepção de educação e currículo no processo de ensino e


aprendizagem

A concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem


prevê a produção de um Projeto Político Pedagógico (PPP) que estabeleça:
opção epistemológica, currículo, perfil de alunos, fluxo de produção de conteúdo,
processo de comunicação, instrumento de avaliação dos alunos e tutoria. O
PPP deve apresentar os princípios e diretrizes nos quais o processo de ensino e
aprendizagem se ancoraram.

A observância destas questões, permitirá a produção de um conteúdo


cuja organização do currículo e seu desenvolvimento será norteado pela opção
epistemológica definida, permitindo, assim, uma organização disciplina em
módulos e temas que sejam coerente com a opção teórico metodológica definida
previamente, (BRASIL, 2007).

Além disso, a questão da interdisciplinaridade e contextualização do


aprendizado devem ser pensados. Somente desta maneira, o aprendizado
fragmentado dará lugar a uma aprendizagem significativa. Assim, ao se propor
um estudo de um objeto, deve-se buscar “não só levantar quais os conteúdos
podem colaborar no processo de aprendizagem, mas também perceber como
eles se combinam e se interpenetram”, (BRASIL, 2007, p.9).

Outro item a ser observado é a necessidade de incluir um módulo de


introdução, com a finalidade de situar o aluno em relação ao uso das tecnologias,
da distribuição do conteúdo programático e do método de avaliação que será
aplicado durante o curso.

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II. Sistemas de comunicação

Em relação aos sistemas de comunicação, quando estamos falando em um


contexto de EAD, é imprescindível que eles possam proporcionar a interação
e o compartilhamento de aprendizagem entre os alunos. Mesquita et al (2014)
destacam que:
A chave para a criação de uma boa interação é que ela não pode ser ab-
solutamente aberta, deve ter efeito definido e deve ser projetada para
manter o interesse do estudante até o final da atividade. Por exemplo: as
interações podem ocorrer na forma de simulações, jogos, quizzes, mun-
dos virtuais. As possibilidades são infinitas (você conhece o Second Life?)
e são um desafio para os designers instrucionais, pois devem manter o es-
tudante envolvido e estimulado mentalmente durante todo o processo,
(MESQUITA et al, 2014, p.125).

A aplicação da interação proporcionada pelos sistemas de comunicação


contribui para reduzir a sensação de isolamento do aluno, reforçando a ideia de
que distantes sim, sozinhos nunca.

III. Material didático

No que diz respeito ao material didático, ele deve ser elaborado em


consonância com o Projeto Pedagógico do Curso de acordo com os princípios
epistemológicos, metodológicos e políticos definidos previamente (BRASIL,
2007). Em relação ao formato, esse material pode ser e-books, vídeos, jogos,
fóruns e tudo aquilo que possa favorecer a interação entre os alunos. Vale ressaltar
que esses materiais devem ser severamente testados antes de serem liberados
para o uso dos alunos, no intuito de corrigir possíveis erros. Essa conferência
deve permanecer após a liberação de uso e deve ser feita com frequência para
promover a melhoria sempre que necessário.

IV. Avaliação

No que concerne à avaliação, a instituição deve elaborar dois tipos: uma para
mensurar o processo de ensino aprendizagem e outra para avaliar a instituição.
A primeira diz respeito à criação de mecanismos para se averiguar o processo
de aprendizagem do aluno, identificando possíveis gaps e oportunidades de
melhorias. Essa avaliação pode se dar por meio de exercícios, resolução de

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estudos de casos, trabalhos etc, que estejam disponibilizados no ambiente


virtual de aprendizagem. Entretanto, vale ressaltar que o Decreto nº 5.622, de
19/12/2005 também prevê a obrigatoriedade de haver avaliação presencial, para
além daquelas realizadas via intermediação tecnológica, (BRASIL, 2007).

A segunda avaliação, a institucional, deve ser aplicada continuamente, para


se avaliar a organização didático-pedagógica; o corpo docente, a tutoria, o corpo
técnico-administrativo, os discentes, e; a infraestrutura usada para dar o apoio
presencial, como por exemplo, a biblioteca e polos ligados às IES.

V. Equipe multidisciplinar

Para planejar, implementar e gerir cursos a distância, é necessária a formação


de uma equipe multidisciplinar capaz de executar todas as etapas previstas
para execução de um projeto de e-learning. Dada a importância deste aspecto,
nós o trataremos de forma específica no capítulo 2 denominado Equipe e
responsabilidades. Assim, você poderá conhecer os tipos de profissionais que
atuam na implementação de um projeto de e-learning e o papel de cada um deles.

VI. Gestão acadêmico-administrativa

A gestão acadêmico-administrativa deve ser capaz de oferecer ao aluno de


EAD os mesmos serviços ofertados para o aluno presencial, no que se refere a
matrícula, secretaria, tesouraria, inscrições, requisições, etc. Para tanto, a instituição
de ensino deve prover sistemas integrados de: administração e controle do
processo de tutoria; sistema de logística de controle da produção e distribuição
de material didático; sistema de avaliação de aprendizagem; bancos de dados do
sistema; cadastro de equipamentos, dentre outros, (BRASIL, 2007).

VII. Sustentabilidade financeira

A gestão de e-learning deve se preocupar com a sustentabilidade financeira,


por isso, é necessário a elaboração de uma planilha com o controle dos custos
com o projeto, para que, a médio e longo prazo, a instituição possa acompanhar a
rentabilidade e o desempenho do curso.

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O desenvolvimento de uma planilha individual de gerenciamento por


curso também é importante para se mostrar o número de estudantes, o quadro de
professores e tutores e os custos para implantação daquele curso em específico.

Enfim, todos esses aspectos fazem parte dos Referenciais de Qualidade para
Educação Superior à Distância estabelecido pelo MEC e devem ser observados
quando se pretende elaborar um projeto de curso. A observância destes aspectos
contribuirá para a oferta de um curso de qualidade que atenda às necessidades dos
alunos, contribuindo para a sua inserção/permanência no mercado de trabalho.

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2. EQUIPE E RESPONSABILIDADES

2.1. EQUIPE

Figura 2 - Equipe
Fonte: Pexels, 2021.

O desenvolvimento de um projeto e-learning implica na criação de uma


equipe cujos esforços sejam exclusivamente voltados para as atividades de ensino
a distância. Essa equipe deve ser composta por membros que têm seus papéis
bem definidos, para que tudo funcione como uma perfeita engrenagem.

Assim, os profissionais que devem compor uma equipe de e-learning são:


designer instrucional, conteudista, designer gráfico, profissional de TI, tutor,
professor e orquestrando todos, o gestor de e-learning.

2.2. RESPONSABILIDADES

Para que todo o processo ocorra em sintonia, cada um dos atores que
compõem a equipe de e-learning tem um papel a cumprir. A clara definição destes
papéis contribui para que os resultados sejam satisfatórios. Você sabe quais são
as responsabilidades desempenhadas por cada um deles? A seguir discutiremos
a importância de cada função no desenvolvimento de um projeto de e-learning.

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O designer instrucional desempenha uma das funções mais importantes


neste processo de e-learning. Cabe a ele converter os conteúdos produzidos
em formato que seja adequado para a prática de uma metodologia à distância.
Em função disso, o seu papel está diretamente ligado à didática. Filatro (2003)
concorda com essa afirmação, na medida em que explica que a didática pode ser
entendida como a ciência que se ocupa em estudar o ato de ensinar nas diversas
situações e contextos possíveis e que, o designer instrucional se ocupa disso, isto
é, ocupa-se em enquadrar o conteúdo em contextos que favoreçam o ensino-
aprendizagem.

O designer instrucional é figura determinante no processo de e-learning


por que ele conecta todos os profissionais envolvidos no processo, uma vez que,
a didática tem que está contida em todas as fases. Dentre as responsabilidades
atribuídas a esse profissional, podemos citar: definição de objetivos e de estratégias
para alcançá-los; e, validação de resultados. Cabe a esse profissional equilibrar
uma abordagem pedagógica e cognitiva ao uso de ferramentas tecnológicas que
vão mediar o conhecimento.

Para execução do ofício de designer instrucional, são indicadas formações


como Letras, comunicação e pedagogia. Entretanto, embora essas sejam as
formações mais tradicionais para qualificar um designer instrucional, o que
verdadeiramente importa é o domínio deste profissional no que diz respeito
aos recursos de comunicação online e sua familiaridade com uma linguagem
multimidiática.

Você sabia?
Você sabe qual é a relação entre a profissão de designer instrucional e a segunda guerra mundial?
Foi nessa época que esse profissional surgiu desempenhando um importante papel na instrução
de soldados no que diz respeito ao uso de materiais bélicos. O governo norte americano perce-
beu que muitos soldados estavam perdendo o equipamento e também suas vidas por falta de co-
nhecimento de funcionalidades de seus equipamentos. Então, o governo contratou uma equipe
multidisciplinar que, como uma técnica inovadora, instruiu os soldados. O resultado foi tão satis-
fatório, que, após o fim da guerra, muitos pesquisadores dedicaram-se a estudar a técnica usada.

No que tange ao papel desempenhado pelo conteudista, pode-se dizer


que cabe a ele desenvolver um conteúdo específico de determinada área. É
imprescindível que tenha domínio sobre o assunto a ser tratado e que consiga
explorar o tema sob todos os aspectos necessários para o aprendizado do aluno.

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Dentre as funções inerentes a esse profissional, destaca-se a sua responsabilidade


em definir unidades de ensino ou capítulos a partir de uma ementa pré-
determinada. Em outras palavras, cabe a ele distribuir o tema em assuntos
específicos, observando o conteúdo a ser tratado e a carga horária especificada.

A formação deste profissional dependerá da área de conhecimento que


pertence o conteúdo a ser desenvolvido. O mais importante é que este profissional
tenha tanto conhecimento técnico quanto experiência profissional, para saber
ilustrar com exemplos práticos, o conteúdo que estará desenvolvendo.

Figura 3 - Designer gráfico


Fonte: Pexels, 2021.

O designer gráfico tem como missão promover o ordenamento estético de


todo o material didático e seus objetos de aprendizagem. É ele quem cuidará do
aspecto estético dos elementos textuais e não textuais do material, obedecendo
as instruções do designer instrucional. A partir daí ele pode criar imagens, peças
gráficas, personagens animados (baseando-se num roteiro prévio), dentre outros
objetos estéticos que se fizerem necessários para o devido entendimento do
assunto.

Também cabe a esse profissional o projeto editorial do curso, ou seja, todo


o material gráfico (impresso ou editado aos moldes do ambiente virtual de

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aprendizagem). Para cumprir essa missão, o ideal é que o profissional seja um


designer gráfico.

Outra peça muito importante no desenvolvimento de um projeto de


e-learning, é o profissional de TI (tecnologia da informação). Esse profissional será
o responsável pela migração dos objetos educacionais para o ambiente virtual de
aprendizagem, cuidando para que o aluno tenha um fácil acesso.

Você deve estar se perguntando: e o tutor, onde entra neste processo? O


tutor é a “alma” da plataforma. É ele que humaniza o processo entre máquina e
aluno. Cabe a ele fazer o atendimento pedagógico aos alunos e auxiliá-los no
desenvolvimento de sua autonomia. É o tutor que dá as instruções para os alunos
de acordo com o especificado pelo conteudista no material elaborado.

Muita gente confunde o papel do tutor e do professor em um curso na


modalidade a distância. Cabe a nós diferenciarmos essas duas funções. O
professor, que pode ou não ter sido o conteudista, intermedia o processo ensino-
aprendizagem. É ele quem irá tirar as dúvidas dos alunos no que se refere ao
conteúdo e irá incentivá-los a participar das atividades. Cabe também ao
professor, fazer as correções das atividades. O professor de EaD deve “atuar como
suporte do processo do qual o aluno é o sujeito, agindo quando há uma demanda
consciente por parte do aluno, ou quando percebe que é o momento adequado
para um suporte teórico” (CATAPAN, 2001, p. 5).

Já o tutor, tem um outro papel. É um papel mais operacional. Na prática,


ele orienta sobre a operacionalização do ambiente educacional, participa das
discussões de fóruns, presta uma assistência sistemática ao aluno e ajuda o
professor nesta tarefa de motivar os estudantes. É o tutor que acompanha o aluno
durante toda a sua trajetória e aprendizagem.

Atualmente, podemos verificar a existência de cursos com professores e


tutores, outros com a existência apenas da figura do tutor e outros sem a figura de
nenhum dos dois, funcionando no formato de “sob demanda”, por meio de vídeos
sequências que os alunos assistem conforme sua disponibilidade. Situação que
é muito comum e que vem crescendo nas plataformas de cursos livres como o
Hotmart e o Udemy, por exemplo. Se por um lado, abrir mão destes profissionais
minimiza os custos de realização do curso e favorece a democratização do

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conhecimento, por outro lado, a ausência destes profissionais cria uma lacuna
entre os estudantes e as instituições de ensino. Além disso, o aluno perde a
oportunidade de interação e muitas vezes, por consequência, a motivação.

Por último, porém não menos importante, pelo contrário, temos o gestor de
e-learning. Cabe a ele a gerência de toda a equipe, observando o cumprimento
de questões que vão desde aspectos pedagógicos até o planejamento de
multimídia. Dada a importância deste profissional e as habilidades exigidas
para o cumprimento de suas atividades, optou-se, nesta disciplina, por debater,
de forma mais detalhada, o seu papel em um capítulo separado, denominado
Administração e gerenciamento de equipe.

2.3. PARTICIPAÇÃO DA EQUIPE NAS ETAPAS DE PRODUÇÃO DO


E-LEARNING

Agora que você conhece as responsabilidades dos atores que compõem a


equipe de desenvolvimento de um projeto, te convido a entender, como se dá a
atuação de cada um deles nas etapas de produção do e-learning.

Segundo Piva Jr. (2015), a produção de e-learning é composta por 5 etapas:


análise, planejamento, desenvolvimento, implantação e avaliação. Na etapa de
análise, onde são levantadas as necessidades do cliente, observa-se a participação
efetiva do gerente do projeto e o designer instrucional. Ainda nesta fase, quando
é feita a reunião de briefing, participam, além do gestor do projeto e do designer
instrucional, o conteudista, para que sejam alinhadas às questões técnicas e o
fluxo operacional para a realização do trabalho.

Na segunda etapa, a etapa de planejamento, existem três processos a serem


cumpridos: projeto instrucional básico, projeto de identidade visual e aprovação
das propostas. Na execução do projeto instrucional básico, tem-se a ação ativa do
designer instrucional, já no desenvolvimento da atividade de identidade visual, os
profissionais mais envolvidos são o designer gráfico e o web designer. Em relação
à atividade de aprovação da proposta, ela passa pelo crivo do profissional de
designer instrucional e, se liberado por ele, chega até o cliente para aprovação.

Na terceira etapa, que é a etapa de desenvolvimento, existem seis processos


a serem desenvolvidos: criação do conteúdo, revisão ortográfica, storyboards,

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desenvolvimento do protótipo, desenvolvimento e pontos de verificação, inserção


de efeitos audiovisuais, qualidade final e homologação. Durante a atividade de
criação de conteúdo, os atores envolvidos são designer instrucional e conteudista.
A atividade de revisão ortográfica cabe ao designer instrucional, ou se a instituição
tiver, ao profissional de revisão de textos. Os storyboards ficam a cargo do designer
instrucional, já o protótipo cabe ao web designer e ao designer gráfico. No que diz
respeito à atividade de desenvolvimento e pontos de verificação, pode-se dizer
que é uma atividade que cabe ao designer instrucional e ao cliente que fará mais
uma aprovação. Na atividade de inserção de áudio visual, é preciso contar com
o conteudista ou um ministrante da videoaula, bem como com um videomaker.
Há muitas instituições que terceirizam as atividades relacionadas ao audiovisual
e por isso não contam em sua equipe com um videomaker. Por fim, a atividade de
qualidade final e homologação cabe ao profissional de designer instrucional.

Em seguida, na quarta etapa, que é a de implantação, tem-se dois processos


a serem realizados: plano de tutoria e estudos e turma piloto. O plano de tutoria e
estudos cabe ao designer instrucional e a turma piloto fica sob responsabilidade
do tutor e do profissional de TI, para assegurar o funcionamento do sistema.

Por último, temos a etapa de avaliação, composta pelos processos de avaliação


geral e avaliação em larga escala. A primeira realizada pelo cliente e gestor do
projeto e a segunda, realizada por tutores e profissionais de TI.

Enfim, como qualquer outra equipe, a equipe de e-learning precisa trabalhar


em sintonia e em complementação, para que surjam resultados e assim possam
conseguir entregar um produto de qualidade.

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3. ADMINISTRAÇÃO E GERENCIAMENTO DE EQUIPES

3.1. O PAPEL DO GERENTE DE PROJETO DE E-LEARNING

Nas últimas décadas, vimos o e-learning ser difundido e ganhar espaço


em várias instituições. Apesar disso, muitas delas ainda não dão o devido valor
a uma gestão eficaz de e-learning. O que se observa é que muitas instituições
reconheceram a importância do e-learning, investiram em tecnologia, mas não
compreenderam o papel de um gestor de projeto como esse. Com frequência,
é possível verificar que em diversas empresas essa função é delegada para
profissionais que não deixam de lado outras funções que já executam na empresa,
e, assim, não conseguem se dedicar como deveriam e o projeto de e-learning
acaba não recebendo atenção suficiente.

Em alguns casos, além da falta de tempo de um profissional que esteja


exclusivamente dedicado ao projeto de e-learning, o projeto também sofre pela
falta de experiência do profissional. Se uma instituição realmente deseja implantar
de forma eficaz um projeto de e-learning, ela precisa contar com um profissional
experiente na área e que esteja disponível para gerir o projeto com tempo e
dedicação suficientes.

Torna-se, cada vez mais, imprescindível que as empresas reconheçam


a importância da atuação do gestor no planejamento, desenvolvimento e
implantação de um projeto de e-learning, para a administração de equipes
eficazes. Por isso, saber desempenhar este papel pode marcar a diferença entre
um projeto de sucesso e outro fadado à falência. Para compreender melhor este
papel, faz-se necessário compreender as origens da gestão de e-learning.

A gestão de e-learning tem suas raízes administrativas no planejamento


tradicional e fabril. Assim como nas teorias de administração, encontramos os
pilares para uma gerência de fábrica eficaz, lá também podemos identificar as
bases nas quais se fundamentam uma gestão de e-learning, isto é, planejar,
organizar, dirigir e controlar. Mill et al (2009), reforçam esse aspecto ao dizer que

Para um gestor em EAD criar condições para a realização de um bom pro-


grama de formação a distância, deve planejar e organizar adequadamen-
te todo o sistema de funcionamento das etapas e, também, deve dirigir/
coordenar e controlar todos os fatores envolvidos no fluxo das atividades

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dos cursos de EAD. Enfim, precisa gerir o seu dinâmico e complexo pro-
cesso de formação, (MILL et al 2009, p.6).

Ao afirmar isso, Mill et al (2009), complementa o pensamento de Rodão


(2004) que já dizia que o EAD deve pegar emprestado alguns conceitos da área
de gestão de projetos. Segundo esse autor, o gestor de EAD precisa considerar
o ciclo dinâmico da gestão de projetos, isto é, deve estabelecer os objetivos do
projeto, planejar, executar e controlar. Rodão (2004) ainda destaca que o gestor
de EAD deve levar em consideração o tempo e os recursos (humanos e técnicos)
disponíveis, sem deixar de lado a avaliação sob aspectos inerentes aos custos e a
qualidade.

Apesar da contribuição desses autores que apontam em teorias já


estabelecidas, a oportunidade de se aprender a gerir um projeto de EAD, é
Rumble (2003) quem, de fato, irá sinalizar um método de gestão especificamente
voltado para o EAD. Esse autor propõe dois métodos, um focado no indivíduo e
outro tendo como base a instituição.

O método baseado no indivíduo é aplicável para situações de ofertas em


e-learning que são pequenas, como por exemplo, uma disciplina ou curso de
curta duração: cursos livres ou de extensão. Já o método com base na instituição,
é indicado para quando se pretende fazer uma oferta mais grandiosa, como por
exemplo um curso de graduação. Neste caso, o gestor deve ter a preocupação
com questões como infraestrutura adequada ao mesmo tempo em que procura
uma proposta pedagógica condizente com os objetivos dos alunos e que seja
capaz de manter a sustentabilidade financeira.

Cabe ao gestor, o bom senso de saber identificar a aplicabilidade de cada


método. É papel dele avaliar o contexto e aplicar as estratégias mais adequadas
à gestão de e-learning. Em um projeto de e-learning, de pequeno porte, por
exemplo, o gestor poderá aplicar um sistema mais simplificado e enxuto. Já para
projetos mais robustos, além do aspecto político-pedagógico, é preciso que ele
se preocupe com a infraestrutura tecnológica.

Por isso, é muito arriscado colocar neste cargo alguém sem experiência ou
alguém que vai se dedicar à gestão de e-learning somente nas horas ociosas. Deve-
se ter alguém exclusivamente dedicado para cumprir os papéis desempenhados

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por qualquer gestor de projeto, quais sejam: definição do projeto, planejamento,


análise do design, execução/gestão e revisão do projeto.

Mill et al (2009, p.13) destacam que “o gestor da EAD precisa compreender


que a natureza do processo educativo não se confunde com a natureza do
processo produtivo e, também, que a natureza do processo educativo virtual (a
distância) distingue-se do processo educativo presencial. ” Em outras palavras,
Mill et al querem nos dizer que a gestão administrativa tradicional tem aspectos
comuns à gestão de EAD, entretanto, o EAD guarda particularidades que devem
ser observadas. O mesmo pode-se dizer quando comparamos o EAD com a
modalidade presencial, ou seja, as práticas gerenciais aplicáveis a um, não são
replicáveis ao outro, embora guardem algumas semelhanças. No EAD, por
exemplo, há uma maior fragmentação do trabalho, com saberes específicos.
O gestor tem que ser capaz de orquestrar tudo isso, para obter um resultado
uniforme e consistente da sua equipe.

Para isso, o gestor de e-learning precisa carregar algumas competências


específicas. A este respeito, discutiremos no tópico a seguir.

3.2 COMPETÊNCIAS DE UM GESTOR DE E-LEARNING

A gerência de um projeto de e-learning exige algumas competências. A


ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância) estabelece algumas
competências que um gestor de EAD precisa ter. Primeiramente, ela apresenta
a competência geral necessária para o desenvolvimento de um projeto de
e-learning, qual seja: “propor e gerir projetos na modalidade de EAD, buscando
a melhoria contínua, no desenvolvimento de boas práticas, a partir de princípios
éticos, ” (ABED, 2012). Em seguida, a ABED (2012) estabelece as competências
secundárias:

a) Planejar e organizar o desenvolvimento de projetos de EAD;


b) Gerenciar o desenvolvimento de projetos de EAD;
c) Gerenciar a implantação de projetos de EAD;
d) Avaliar a gestão de projetos de EAD em relação ao planejamento,
desenvolvimento e implantação.

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Observe que as atividades do gestor permeiam todas as fases de


desenvolvimento de um projeto de e-learning e que cada uma destas fases
exigirá habilidades diferentes. Vamos entender as habilidades que formam cada
uma destas competências, de acordo com a ABED?

a) Planejar e organizar o desenvolvimento de projetos em EAD. Essa


competência exige habilidades de identificação de demanda e previsão das
tendências do mercado. Além disso, é necessário conhecer a legislação vigente,
estimar recursos financeiros, escolher tecnologias adequadas, gerenciar
tempo e recursos. Outras habilidades importantes a serem desenvolvidas nesta
competência são: a capacidade de selecionar a equipe, de estabelecer um
cronograma, de prever orçamento e de manter um clima adequado entre os
componentes da equipe.

b) Gerenciar o desenvolvimento de projetos de EAD. Essa competência exige


administrar, orientar e avaliar o processo e a qualidade dos produtos elaborados.
Isso inclui providenciar treinamento da equipe, mediar conflitos e assegurar o
cumprimento dos aspectos legais.

c) Gerenciar a implantação de projetos de EAD. Para isso, é preciso administrar


e coordenar as atividades dos recursos humanos e materiais. Também é preciso
selecionar tutores e professores, gerenciar a qualidade do atendimento e elaborar
relatórios para diferentes públicos.

d) Avaliar a gestão de projetos de EAD em relação ao planejamento,


desenvolvimento e implantação. O gestor deve analisar possíveis problemas,
como por exemplo, falta de cumprimento do cronograma, deficiência no número
de pessoas envolvidas, etc. É necessário fazer um levantamento dos pontos fortes
e fracos para propor melhorias.

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Figura 4 - Gestão de EAD


Fonte: Autora, 2021.

Gerenciar um projeto de EAD, mais especificamente, um projeto de e-learning


e a equipe que o compõe, não é uma tarefa fácil. Entretanto, com planejamento e
uma atuação proativa, é possível alcançar os objetivos desejados.

Algumas dicas podem ser úteis para o gestor que ainda não possui a experiência
suficiente. Uma delas é entender quais são os desafios de aprendizagem, e,
identificar, rapidamente, os stakeholders envolvidos neste processo. Buscar
patrocinadores e envolvê-los no projeto desde a fase de concepção, também pode
ser uma ótima saída, principalmente para manter a sustentabilidade do projeto.
As métricas também não podem ser deixadas de lado, devem ser definidas logo
no início do projeto e acompanhadas com frequência junto a sua equipe. Estimar
adequadamente os recursos necessários e mantê-los durante toda a execução
do projeto, também é essencial para o bom funcionamento do projeto.

Por fim, não se esqueça de ter um olhar crítico para os pontos fracos da sua
equipe e para identificação de eventuais riscos que podem prejudicar o projeto.
Identifique esses riscos e os elimine o mais breve possível.

Com essas dicas, você será capaz de fazer uma gestão de e-learning eficiente,
enxuta e transparente. Agir de forma ética, organizada e disciplinada, fará com que
sua equipe fique integrada e envolvida no projeto. Dessa maneira, os resultados
serão promissores!

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4. APOIO AO ALUNO À DISTÂNCIA

4.1 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

O que te motiva a estudar? O que faz o ato de aprender algo prazeroso? Essas
são algumas reflexões que devemos fazer quando enveredamos pela grande
aventura que é o processo de ensino-aprendizagem. É importante identificar
recursos didáticos que apoiem os alunos na modalidade à distância e que
favoreçam a aprendizagem, para assim, aplicá-los em um projeto de e-learning.

Para identificar esses recursos, é necessário compreender os tipos de


aprendizagem existentes.David Ausubel, que foi médico psiquiatra e especialista
em psicologia educacional, estabeleceu três tipos de aprendizagem: cognitiva,
afetiva e psicomotora, (MOREIRA, 2009).

Figura 5 - Tipos de aprendizagens


Fonte: Autora (2021)

Segundo Ausubel apud Moreira (2009), aprendizagem cognitiva é o


resultado do armazenamento organizado e integrado de um conteúdo na
estrutura cognitiva. Em outras palavras, consiste na organização de ideias a
respeito de um determinado assunto. Com certeza, há algo que você saiba muito,
que já está estruturado na sua mente e que se tornou algo natural para você, como
por exemplo, fazer um bolo.

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Já a aprendizagem afetiva é explicada por Ausubel apud Moreira (2009),


como sendo a aprendizagem oriunda de experiências provocadas por alegria,
ansiedade, dor ou prazer. Você já se perguntou por que você aprendeu mais
com aquele professor bem-humorado que te fez rir durante as aulas? E será
porque você nunca mais se esqueceu da bronca da sua mãe, a partir do qual você
aprendeu a respeitar os mais velhos? Essas aprendizagens têm algo em comum,
estão relacionadas com as emoções, sejam elas positivas ou negativas.

Por fim, Ausubel apud Moreira (2009) explica que a aprendizagem


psicomotora é aquela que proporciona respostas musculares provenientes de
treinos, como por exemplo, andar de bicicleta.

Seja qual for o tipo de aprendizagem (cognitiva, afetiva e psicomotora), há um


fator que influencia no processo de conhecimento, que é aquilo que o indivíduo
já sabe, isto é, seus conhecimentos prévios que permitem atribuir significado aos
novos conteúdos. Ausubel chama isso de aprendizagem significativa (MOREIRA,
2009).

Palange (2020, p. 96) explica que aprendizagem significativa “é aquela em


que o aprendiz atribui significado a um conteúdo, que é incorporado ou altera sua
estrutura cognitiva”. A aprendizagem significativa está intimamente ligada aos
conhecimentos prévios, por isso, quem ensina deve saber tirar proveito destes
conhecimentos que os alunos possuem, para ancorar os novos conhecimentos
que serão adquiridos por eles. Esse conhecimento prévio, na maioria das vezes,
tem relação com o dia a dia do aluno, com sua realidade, com o contexto em que
vive. É preciso saber utilizar-se disso no processo de ensino para que os novos
conhecimentos ganhem sentido, significado dentro do contexto vivenciado pelo
aluno.

Ausubel apud Moreira (2009) reforça que além da aprendizagem significativa


existe a aprendizagem mecânica, que é quando não existe essa relação cognitiva
entre o que o sujeito já sabe os novos conhecimentos que está adquirindo. Neste
caso, não há subsunçor (conhecimento estabelecido na estrutura cognitiva)
para o qual possa se fazer a ligação com o novo conhecimento. Isso ocorre
quando o aprendiz está adquirindo um conhecimento de uma nova área, fora
do seu contexto de atuação. Assim, as informações são armazenadas de forma
arbitrária. Ausubel apud Moreira (2009) salienta que não há uma aprendizagem
que sobreponha a outra, elas são complementares. A aprendizagem mecânica é

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usada para se aprender algo completamente novo (quando não há subsunçor); e,


a aprendizagem significativa serve para quando se há subsunçor a partir do qual
se realiza novas conexões cognitivas.

Assim, a construção do conhecimento é algo lento, que pode se iniciar a


partir de uma construção mecânica e paulatinamente se transformar numa
aprendizagem significativa, à medida em que o conhecimento se aplica a situações
conhecidas pelos alunos.

Reflexão
Na sua experiência como aprendiz, você já se deparou com aprendizagens que a
princípio eram mecânicas, mas que depois de certo tempo se tornaram significativas?

No contexto de aprendizagens que ocorrem por meio do e-learning, Palange


(2020) orienta evitar a aprendizagem mecânica, que muitas vezes se dá por meio
de repetição e memorização. Isso, segundo ela, entendia os alunos, porque eles
“não encontram significado na prática, ou uma relação do estudo com a vida. A
motivação tende a diminuir, provocando o abandono do curso”, (PALANGE,
2020, p.96).

Então, o que fazer em cursos de EAD para manter o engajamento e a satisfação
dos alunos? Existem algumas estratégias que podem favorecer o aprendizado
e manter o aluno engajado. No tópico a seguir, eu convido você para discutir
algumas destas estratégias. Vamos lá?

4.2 ATIVIDADES MOTIVADORAS

Envolver alunos em cursos cuja modalidade é à distância, não é tarefa simples.


Entretanto, há algumas estratégias e atividades que podem contribuir para isso.
Uma destas estratégias, segundo Palange (2020), é promover o recorte do
conteúdo, encontrando aspectos do conteúdo que se relaciona com a vivência
do aluno, para tornar esse conteúdo mais significativo. Mas atenção, recorte não
deve ser entendido como fragmentação. O conteúdo deve se relacionar e manter
uma interligação entre as partes formadas por unidades, de maneira que possam
compor um conteúdo coeso e que faça sentido para o aluno.

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Figura 6 - Mapa conceitual


Fonte: IDPH, 2021.

Um ótimo recurso didático que pode ser usado para se visualizar a relação
entre as partes, é o uso de mapas conceituais. Trata-se de uma representação
visual das principais ideias trabalhadas no conteúdo e das relações existentes
entre elas.

Palange (2020) concorda com isso, quando afirma que:

O mapa conceitual de aprendizagem é relativamente simples, mas, quan-


do o conteúdo é amplo, extenso e complexo, ele se torna uma ferramenta
que ajuda a perceber, visualmente, as inter-relações entre todos os con-
ceitos envolvidos. Contribui também para a seleção de um recorte de
conteúdo relevante para o curso de EAD, (PALANGE, 2020, p.98).

Além do uso da aprendizagem significativa proporcionada pelo recorte


do conteúdo e da inter-relação entre eles, é necessário proporcionar uma
aprendizagem crítica. Para isso, é necessário fazer perguntas ao invés de dar
respostas prontas. Neste sentido, o estudo de caso aparece como um recurso
didático bastante interessante. Palange (2020) acrescenta que um estudo de caso
deve estimular o pensamento crítico e a discussão, favorecendo a diversidade
dos pontos de vista.

Além dos estudos de caso, a resolução de projetos apresenta-se como uma


outra maneira de proporcionar engajamento. Os projetos partem, na maioria das
vezes, de problemas reais, sobre os quais os alunos precisam encontrar solução.

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Para promover o engajamento dos alunos, o projeto deve ser considerado para
eles como algo importante, e, ao mesmo tempo, a questão central deve estar
vinculada aos elementos curriculares.

Atividades baseadas em webquests também são indicadas como elementos


motivadores para os alunos. Os webquests são desafios apresentados para os
alunos, que precisam resolvê-los a partir de tarefas. Para isso, são oferecidos aos
aprendizes recursos que podem ajudá-los nesta solução, como por exemplo,
links de artigos, textos, vídeos, etc, para que possam fazer pesquisas na internet.

A gamificação também tem ganhado muito espaço no e-learning, como


forma de motivar os alunos. Teoricamente falando, a gamificação consiste na
inserção de elementos de jogos em situações de aprendizagem. Neste contexto,
a ludicidade é importante para gerar o envolvimento do aprendiz.

Saiba mais
Atualmente, há uma série de plataformas que contribuem para a gamefica-
ção do conteúdo, como por exemplo o Word Wall e o E-futuro. Acesse os
links a seguir e conheça os seus recursos de gamificação de conteúdo:
Clique aqui para acessar

Seja qual for o recurso usado para despertar a motivação do aluno, o


acompanhamento constante do professor e os feedbacks aos estudantes são
indispensáveis. O aluno se sente apoiado quando percebe que são oferecidos
a eles recursos educacionais que lhes permitem encontrar significação e
aplicabilidade do conteúdo aprendido. A interação e o engajamento provocado
por atividades como as que citamos, reduz a sensação de isolamento que , muitas
vezes, é provocada por cursos que não usam estratégias de engajamento e apoio
ao aluno que se encontra na modalidade à distância.

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5.ASPECTOS GERAIS PARA IMPLEMENTAÇÃO DE


PRODUTOS MULTIMÍDIA

5.1 O USO DA INTERNET NO E-LEARNING

A década de 90 ficou marcada pelo fortalecimento da internet, dando início


a uma nova era, a era da informação. Inevitavelmente, esse fenômeno modificou
todas as relações sociais e as esferas organizacionais. A educação não ficou de
fora. Notou-se, principalmente na última década, a popularização do e-learning,
um tipo de ensino a distância realizado por meio da internet e de tecnologias
virtuais.

Sem dúvidas, a prática do e-learning é consequência da nova forma de se


estudar do século XXI. Ribeiro (2014) concorda com essa afirmação ao declarar
que “ Estudar no século XXI significa, necessariamente, estar consciente do que a
tecnologia pode contribuir para o desenvolvimento de estratégias em educação
a distância”, (RIBEIRO, 2014, P.1).

Você sabia?
As Epístolas do Novo Testamento são consideradas por alguns pesquisadores,
como sendo os primeiros registros de EAD, uma vez que tinham caráter didáti-
co e foram destinadas às comunidades distantes do local onde foram escritas,
(RIBEIRO, 2014).

O EAD corresponde a toda e qualquer forma de aprendizagem que se dá


de maneira não presencial. Essa modalidade de ensino não é contemporânea.
Segundo Ribeiro (2014), no Brasil, o primeiro EAD ocorreu por meio dos correios.
A prática ficou conhecida como ensino domiciliar ou ensino por correio. O
Instituto Monitor e o Instituto Universal Brasileiro, são exemplos de instituições
que trabalhavam com a educação por correspondência.

Ainda de acordo com Ribeiro (2014), o rádio também foi um importante meio
para divulgação do EAD. Na década de 20, os alunos ouviam aulas por meio de
rádio. Desde então, foram muitos os projetos educacionais que se utilizaram do
correio e da tv para colocar em prática o ensino a distância. Mas, foi somente
em meados da década de 90 que as universidades começaram a fazer uso de

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microcomputadores, vídeos e fitas K7 para veicular seus programas educacionais,


(RIBEIRO, 2014).

Em 1995, houve um marco importante para a evolução do EAD, neste ano o


MEC criou a Secretaria de Educação a Distância. Entretanto, foi somente nos anos
de 2001, que vimos um salto de desenvolvimento acontecer nesta modalidade de
ensino. Segundo Ribeiro (2014), foi neste ano que ocorreu a assinatura da portaria
nº 2.253. Datada em 18 de outubro de 2001, essa portaria passou a permitir que
IES (Instituições de Ensino Superior) pudessem oferecer até 20% dos cursos de
graduação, na modalidade a distância.

Foi então que começamos a observar o aparecimento do e-learning, que,


conforme já comentamos, trata-se de uma modalidade de EAD, que ocorre
especificamente por meio do uso da internet.

Neste cenário, o e-learning apresenta-se como um meio de democratizar


o acesso às informações, facilitando o processo de ensino-aprendizagem. Por
meio da internet, os aprendizes podem ter acesso à informação a qualquer hora
em em qualquer lugar, isso é possível por causa da publicação de conhecimento
compartilhado por meio de uma ferramenta de ensino denominada hipertexto.
Gomes (2011) explica que:

O hipertexto pode ser entendido como um texto exclusivamente virtual


que possui como elemento central a presença de links. Esses links, que
podem ser palavras, imagens, ícones etc., remetem o leitor a outros textos,
permitindo percursos diferentes de leitura e de construção de sentidos a
partir do que for acessado e, consequentemente, pressupõe certa auto-
nomia de escolha dos textos a serem alcançados através dos links, (GO-
MES, 2011, p.15).

O conceito de hipertexto integrou-se ao uso de recursos midiáticos,


formando um novo conceito denominado hipermídia, que nada mais é do que a
ramificação da escrita e leitura virtual por meio de recurso áudio-visuais.

O uso da internet possibilitou a existência do e-learning, e este, por sua vez,


permitiu uma aprendizagem integrada, interativa e autônoma. O professor deixou
de ser uma figura central, depositária de conhecimento e tornou-se um mentor,
um guia no processo de aprendizagem do aluno.

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Essa mudança do papel do professor, fez com que ele pensasse em novas
formas de se comunicar e construir o aprendizado. Neste contexto, o uso de
videoconferências ou vídeos sob demanda mostraram-se como recursos
essenciais neste novo modo de aprendizagem.

5.2 O USO DE VIDEOCONFERÊNCIA E VÍDEO SOB DEMANDA

A incorporação de elementos audiovisuais no e-learning é uma estratégia


que permite maior engajamento e motivação dos alunos. Isso pode se dar em
tempo real ou sob demanda. Vamos entender melhor a respeito destes recursos?

Figura 7 - Videoconferência
Fonte: Pexels, 2021.

As videoconferências consentem uma comunicação síncrona (envio e


recepção imediata da mensagem). Trata-se de uma conversa por vídeo em tempo
real, usando-se de um aplicativo.

As videoconferências aproximam professor e aluno e permitem que as


dúvidas sejam resolvidas de forma mais rápida uma vez que a comunicação está
ocorrendo naquele momento. Além disso, a videoconferência possibilita com que
o aluno leia a linguagem corporal do professor e isso contribui para o aprendizado.
Afinal, já é comprovado que as pessoas aprendem mais da metade do que sabem
a partir da informação visual”, (FISCHER, 2001, p.24).

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Em relação ao vídeo sob demanda (Video On Demand – VOD), pode-
se dizer que sua nomenclatura é bastante sugestiva, isto é, trata-se de um vídeo
assistido de acordo com a demanda do usuário, sua disponibilidade e tempo. Ele
pode ser mais prático para o usuário, porém, menos eficiente por ocorrer através
de uma comunicação assíncrona (comunicação que não ocorre em tempo real
entre emissor e receptor).

O vídeo sob demanda pode ser reproduzido no momento em que o


aprendiz deseja e sem a necessidade de seguir um roteiro pré-definido, ou
seja, sem precisar seguir uma ordem sequencial de vídeos. Você deve estar se
perguntando como se viabilizam as sessões de videoconferência ou de vídeo sob
demanda. Atualmente, existem uma série de ferramentas que viabilizam essas
sessões para diferentes plataformas. O tópico a seguir, apresentará para você
algumas delas.

5.3 FERRAMENTA DE TRANSMISSÃO MULTIMÍDIA

Nos últimos anos, vimos proliferar diversas soluções para transmissão de


multimídia. Isso facilitou muito o trabalho de e-learning, que hoje tem à sua
disposição uma série de ferramentas para realizar videoconferências e vídeos
sob demanda, tais como: Microsoft Netmeeting e as ferramentas Real Networks.
Vamos conhecê-las?

Para viabilizar a transmissão de multimídia, a Microsoft oferece o Microsoft


Netmeeting. Apesar de hoje em dia termos softwares mais atualizados, o Microsoft
Netmeeting ainda é uma opção razoável. É um software especializado em
videoconferência e permite a comunicação de duas ou mais pessoas via internet
ou intranet. Ele também possibilita a colaboração entre os participantes, por meio
de whiteboard (quadro branco virtual).

Em relação às ferramentas oferecidas pela Real Network, podemos citar,


por exemplo, o Real Producer Basic e o Real Player. O Real Producer Basic é
conhecido por converter vídeos em formatos para os formatos RA e RM. Apesar
destes formatos terem perdido espaço para os formatos MP4 e AVI, eles ainda
são interessantes por causa do tamanho pequeno. Apesar de mais antigo, esse
software ainda é muito usado por quem deseja controlar a captura e digitalização
de áudio e de vídeo.

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Quanto ao Real Player, embora seja um dos players mais antigos, ele continua
atualizado. Em 2019, a Real Network apresentou a sua versão 16, inovando
em questões como um editor simples de vídeo, que permite ao usuário fazer
modificações no vídeo que está assistindo. Essa nova versão também apresentou
integração com o Facebook, que permite, por exemplo, que você filtre, entre os
arquivos publicados pelos seus amigos, aqueles que tem formato de vídeo.

Essas são as ferramentas mais tradicionais, porém, atualmente, existem muitas


outras que vem ganhando mercado pela facilidade de uso, como por exemplo o
OBS, que roda nas plataformas Linux, Mac e Windows. Esse software tem sido
muito usado por professores em suas lives.

Podemos citar também o Vmix, um software para gravar, produzir e transmitir


vídeos com qualidade profissional. Um dos seus diferenciais é que ele permite a
inserção de efeitos nos vídeos, como por exemplo, rodar, corrigir cores e ampliar.

As ferramentas de transmissão de multimídia, que até bem pouco tempo


era algo distante do usuário, popularizou-se principalmente em 2020, devido à
crise social e econômica instalada pela pandemia provocada Coronavírus, que
obrigou muitos profissionais da educação, dentre outros, a se reinventarem.
Esses profissionais encontraram nestas ferramentas, uma maneira de adaptar
suas atividades e de seguir em frente.

5.4 STREAMING

Você pode até não saber o que significa a tecnologia de streaming, mas
certamente você já a utilizou. Essa tecnologia permite que um arquivo seja
executado localmente, sem que haja a necessidade de se realizar um download
total, isto é, trata-se de uma tecnologia que permite que o vídeo seja exibido na
medida em que o usuário o baixa, mesmo que sua transferência não tenha sido
finalizada. Isso é o que ocorre, por exemplo, quando você assiste um vídeo pelo
Youtube, como as lives de artistas. As lives são gravadas ao mesmo tempo em que
são transmitidas ao usuário.

Fischer (2001) explica a diferença existente entre as transmissões via


streaming e as transmissões convencionais. De acordo com ela:

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Para que se consiga transmitir sons e imagens pela internet em tem-


po real, os produtos ou ferramentas que viabilizam as transmissões de
streams utilizam uma técnica diferente daquela utilizada pelas páginas da
WEB. Nas transmissões convencionais, a ordem de chegada de pacotes
que compõem um arquivo não importa, pois ele será exibido depois que
todos os seus pedaços tenham chegado corretamente ao destino (...) Se
ocorrer falha em algum destes pacotes haverá necessidade de uma re-
transmissão; caso contrário o arquivo ficará corrompido, (FISCHER, 2001,
p. 34).

Vale ressaltar que o uso da tecnologia streaming serve tanto para


comunicações síncronas, quanto para as comunicações assíncronas, como é o
caso dos vídeos sob demanda.

Enfim, entender o uso da internet e das ferramentas de multimídia aplicáveis


ao e-learning é abrir-se para uma das mais excitantes experiências de ensino.
As oportunidades de obter uma aprendizagem significativa a partir de recursos
multimídias são incontáveis e já não é mais possível pensar em treinamentos que
não usem esse formato, seja como canal principal ou complementar. Por isso, é
preciso ter um olhar atento para aproveitar as novidades que a tecnologia apresenta
e tirar o maior proveito possível das comunicações síncronas e assíncronas em
prol da aprendizagem.

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6. LMS E TENDÊNCIAS PARA O FUTURO

6.1 CONCEITO E MÓDULOS

Se você é gestor de e-learning ou pretende ser, inevitavelmente você terá


que conhecer sobre LMS (Learning, Management System). O LMS é o principal
aliado tecnológico do e-learning, ou seja, do ensino a distância mediado pela
internet.

O LMS (Learning Management System) que, na tradução literal, significa


Sistema de Gestão de Aprendizagem, também é conhecido no Brasil como AVA
(Ambiente Virtual de Aprendizagem) ou simplesmente de plataforma de cursos
online. Ribeiro et al (2007, p.4) defini LMS como sendo “softwares educacionais
via internet, destinados a apoiar as atividades de educação a distância. Estes
softwares oferecem um conjunto de tecnologias de informação e comunicação,
que permitem desenvolver as atividades no tempo, espaço e ritmo de cada
participante”.

Além de ser um sistema de gerenciamento de informações pertinentes ao


processo de e-learning, o LMS também oferece interface para o acesso dos
diversos stakeholders envolvidos nesta modalidade de ensino, como por exemplo,
alunos, professores, tutores, e administradores. Cada uma destas interfaces
oferecidas pelo programa de LMS permite a interação entre os usuários e contribui
para organizar a trajetória de aprendizagem dos alunos.

Figura 8 - LMS
Fonte: Pexels, 2021.

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Em geral, os LMS´s possuem dois módulos de interface importantes, o módulo


do administrador e o módulo do aluno. Cada um destes módulos atende a uma
necessidade específica.

No módulo de administradores, por exemplo, este software costuma


disponibilizar ferramentas como whiteboard e calendário. Além disso, neste
módulo, o LMS permite realizar o planejamento do curso, a sua personalização,
o monitoramento da realização das atividades, o cadastro de testes e atividades,
o rastreio da navegação do aluno, a geração de relatório a respeito do progresso
dos aprendizes e muito mais, dependendo do software escolhido.

Já o módulo de alunos oferece acesso aos objetivos e conteúdo do curso,


divididos em unidades, guia de perguntas frequentes, grupos de discussões como
chat, fóruns, pastas virtuais para guardar arquivos, ferramentas de colaboração,
etc.

Seja no módulo administrador ou no módulo aluno, em um LMS podem


ser alocados vários recursos que visam organizar o aprendizado e impulsionar
o engajamento e a interação entre os alunos. Vale ressaltar, que cada software
de LMS, permite a inclusão de determinados recursos, isto é, existem variações
entre eles, não são todos iguais. Por isso, você como gestor de e-learning precisa
conhecê-los para saber escolher aquele que melhor atender ao seu projeto.

O tópico a seguir traz esse debate, apresentando para você, três dos LMS
mais usados no Brasil na atualidade. O conteúdo lhe ajudará a decidir que tipo de
LMS mais se encaixa aos seus interesses.

6.2 TIPOS DE LMS

Escolher o AVA ou LMS que mais atende aos objetivos do seu projeto de
e-learning é essencial para sua estratégia funcionar. Para isso, você deve observar
o tamanho do seu projeto, se você fará algo mais robusto, como por exemplo, a
oferta de cursos de graduação ou pós-graduação ou se será algo menos complexo
para ofertar, por exemplo, cursos livres. Avalie seus objetivos de e-learning e
estabeleça um panorama comparativo entre eles e os LMS existentes no mercado.

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No Brasil, os LMS´s mais populares são: Teleduc, Blackboard e o Moodle. O


Teleduc foi elaborado pelo Núcleo de Informática Aplicada à Educação (NIED)
e pelo Instituto de Computação (IC) da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp). Em um primeiro momento, ele foi desenvolvido objetivando a
formação de professores que atuam na área de informática, (Ribeiro et al, 2007).
Entretanto, com o tempo tornou-se abrangente e aplicável a qualquer área e
por isso, é hoje, um dos softwares mais usados. Trata-se de um ambiente de
aprendizagem virtual gratuito, enxuto e não personalizável. Embora seja simples,
ele oferece ferramentas de interação básica, como chat, correio eletrônico, grupo
de discussão, diário de bordo, mural, etc.

De acordo com Rocha (2002), este software oferece ferramentas de


administração, coordenação e de comunicação. Cada uma destas ferramentas
tem um propósito específico. As ferramentas de administração servem
para gerenciar o ambiente de forma geral, como controlar o acesso, fazer
configurações e oferecer suporte ao usuário. As ferramentas de coordenação já
possuem um outro viés, o de organização do curso. Assim, elas oferecem agenda,
material de apoio, lista de perguntas frequentes, etc. Em relação às ferramentas
de comunicação, elas estão presentes no Teleduc como forma de possibilitar
comunicação síncrona e assíncrona, através de fórum, chat, diário de bordo, etc.
Em 2017, o NIED descontinuou o sistema de suporte ao usuário, entretanto, em
seu site, podem ser encontrados para download, as versões de desenvolvimento
e instalação.

Em relação ao Blackboard, pode-se dizer que ele foi desenvolvido


por Matthew Pittinsky, Michael Chasen e Daniel Cane, e membros do corpo
docente da Universidade Cornell, no ano de 1997. Diferentemente do Teleduc
e do Moodle, ele é um software de gerenciamento de aprendizagem pago. De
acordo com Sá (2010, p. 125), a função do Blackboard é “facilitar a criação e gestão
de cursos online proporcionando recursos multidirecionais para a construção da
experiência educativa’’. Todo o conteúdo, as tarefas de ensino, a interação entre
professor e alunos são realizados dentro desse ambiente virtual”.

Assim como o Teleduc, o Blackboard oferece ferramentas administrativas,


além, é claro, dos recursos didáticos nele presentes. Em relação aos recursos
didáticos, essa plataforma oferece: programa de ensino, disponibilização
de material, módulos de aprendizagem, biblioteca de mídia, etc. (SÁ, 2010).
Uma vantagem que o Blackboard possui sobre o Teleduc é que ele permite
personalização.

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Por fim, temos o Moodle. Esse Ava foi desenvolvido em 1999, por Martin
Dougiamas. Trata-se de um software gratuito e livre, isto é, pode ser modificado
por qualquer pessoa, permitindo a personalização. Essa plataforma tem interface
para administrador, professor autor, professor tutor e aluno, (RIBEIRO et al, 2007).
Segundo Takeda et al (2014, p. 3), “O nome Moodle é um acrônimo para Modular
Object-Oriented Dynamic Learning Environment. ”

Um dos diferenciais do Moodle é sua facilidade de operação, talvez isso


explica o grande uso que universidades tem feito dele nos últimos anos. Além do
mais, ele permite fazer adaptações às necessidades específicas de uma instituição,
pois é um ambiente de código aberto. Outro ponto forte do Moodle é a diversidade
de atividades que ele permite alocar na plataforma, como: workshops, glossários,
wikis, etc.

O Teleduc, o Blackboard e o Moodle são sistemas de gestão de aprendizagem


que contribuem para a prática do e-learning. Eles dão o apoio necessário para
a oferta de cursos na modalidade a distância, por meio das funcionalidades que
apresentam e das interfaces que permitem adequações de acordo com o perfil
do usuário (administrador, aluno, etc). Essas funcionalidades não garantem o
sucesso da aprendizagem, mas agem como facilitadores no processo de ensino e
colaboram para reforçar o engajamento e a interação dos alunos.

6.3 TENDÊNCIAS

Para além dos convencionais sistemas de gerenciamento de aprendizagem


aqui discutidos, percebe-se tendências futuras de aplicação do e-learning, por
meio de outras vertentes. Os Moocs, por exemplo, são uma modalidade de
e-learning que vem se difundindo rapidamente, pela sua capacidade de espalhar
conhecimento em massa. Toyota apud Neto e Toledo (2014, p. 78) explica
que Mooc´s são “plataformas online que distribuem cursos de universidades
tradicionais de forma aberta a qualquer pessoa conectada à Internet”.

Em relação a novas plataformas, não podemos deixar de comentar a respeito


do Youtube Edu. Lançado em 2013, o Youtube Edu é uma criação do Google em
parceria com a Fundação Lemann. Trata-se de uma plataforma de educação
que agrega vídeos feitos por professores brasileiros. É uma plataforma com
foco no ensino fundamental e médio. Dentro dela existem canais com vídeos
especializados em diversas áreas do conhecimento, como por exemplo, o canal

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Redação e gramática Zica, voltado para conteúdos relacionados à redação do


ENEM ou canal Fisicatotal, direcionado para o ensino de física. Muitas instituições
têm considerado o uso destes canais em seus planos de ensino.

Outra plataforma muito interessante é a Khan Academy. Nela você pode


encontrar exercícios, vídeos e artigos de matérias como matemática, ciências e
português. O conteúdo é alinhado à BNCC (Base Nacional Comum curricular)
do ensino fundamental. O cadastro é gratuito e o professor pode usar todo o
material disponível.

Mobile Learning, também conhecido como M-Learning, é outra modalidade


de ensino e-learning, que tem como característica o uso de dispositivos móveis
com acesso à internet. De acordo com Schlmmer e Saccol (2011, p.16) M-Learning
significa “aprender com mobilidade (enquanto se está em movimento) ou de
forma ubíqua (em qualquer lugar, a qualquer momento, com recursos sensíveis
ao contexto do usuário). “ Os autores salientam que o conceito em si não é novo.
O novo são as tecnologias baseadas em computação móvel que tem permitido
aplicar este conceito de maneira inovadora. Podemos citar como exemplos
desta tecnologia, instrumentos como notebooks, smartphones, handheld).
Essas tecnologias associadas às tecnologias de interconexão, permitiram que os
usuários se deslocassem enquanto aprendem.

Para além destes conceitos, outros recursos de ensino tem contribuído


para o fortalecimento e surgimento de novas tendências em e-learning, como
aprendizagem baseada em jogos, crowdelearning (aprendizagem coletiva) e uso
de ambientes 3D na aprendizagem.
Com todas essas possibilidades, o e-learning tende a se fortalecer cada vez
mais, explorando tecnologias que permitem deixar o ensino a distância algo cada
vez mais próximo do usuário.

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7. LEARNING ANALYTICS

7.1 CONCEITO

O termo Learning Analytics (LA) vem se popularizando nos últimos tempos


com o aumento considerável da aceitação do EAD no mercado educacional.
Apesar disso, ainda há muito para se compreender a seu respeito. O LA é
considerado como uma ferramenta tecnológica de uso educacional. Devido a
sua importância, ele tem ganhado espaço no debate acadêmico.

A partir de 2010, observou-se um crescente estudo a respeito do significado


de LA e embora possa-se encontrar uma diversidade de conceituação deste
termo, há entre eles uma intercessão conceitual, isto é, todos consideram LA
como uma forma de usar estrategicamente dados educacionais no intuito de
melhorar a trajetória de aprendizagem. Chamberlin (2016) concorda com essa
afirmação, na medida em que define LA como abordagens customizadas que
auxiliam o aprendizado do aluno, por meio do uso de uma base de informações
que se encaixam às suas necessidades.

Saiba mais
Quer obter exemplos práticos do Learning Analytics? Leia o artigo Learning
Analytics em ambiente virtual de aprendizagem Moodle: um estudo de caso
em componentes curriculares para cursos semipresenciais, de Almeida e
Brennand (2015).
Clique aqui para acessar

7.2 O PROCESSO DELA

O processo de LA ocorre em quatro etapas. De acordo com Filatro (2020),


essas etapas são: coleta de dados, data mining, visualização (dashboard) e reflexão.
Vamos entender cada uma delas?

Na fase de coleta de dados, são coletados os dados inerentes aos resultados


das atividades que os alunos executaram mediante a interação no LMS (Learning
Management Systems) ou no PLE (Personal Learning Environments). Essas
atividades podem ser participação em fóruns, resolução de estudos de casos,

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leitura de um artigo, etc. Durante essa fase, deve-se observar a obediência à Lei
Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

Saiba mais

Quer saber mais a respeito da LPD? Leia o Guia para a lei geral de
proteção de dados, de Filho et al (2018), no link a seguir:
Clique aqui para acessar

A fase seguinte diz respeito à mineração dos dados. Data Mining (DM) pode
ser definido como um:

Campo emergente de pesquisa e prática interdisciplinar, que combina


análise estatística de dados, algumas técnicas de Inteligência Artificial
(IA), reconhecimento de padrões e visualização de dados, voltado a iden-
tificar padrões e obter conhecimento de grande quantidade de dados
(Big Data), (FILATRO, 2020, p. 31).

Os dados coletados no LMS ou PLE, para poderem subsidiar decisões,


precisam passar por um tratamento, isto é, precisam ser transformados de forma
que possam ser analisados. Para isso, durante o processo de DM, os dados são
submetidos a diferentes técnicas, como por exemplo classificação e clusterização
(agrupamento de dados que possuem características similares). Assim, estes
dados podem ser tornar indicadores numéricos.

A terceira fase, conhecida com visualização, consiste em apresentar, em


forma de gráfico, os dados tratados na fase anterior. Esses dados são visualizados
por meio de um Dashboard (ferramenta de gestão da informação), que não
necessariamente precisa estar integrado ao ambiente de aprendizagem.

Por fim, na quarta fase, é feita uma reflexão baseada nas informações
fornecidas pelos indicadores gráficos. Em outras palavras, é o momento de
interpretar as informações e pensar a respeito de estratégias e recursos que podem
ser aplicados a fim de melhorar a assertividade da metodologia aplicada. Além
disso, durante essa fase, é feita uma avaliação para se averiguar se os objetivos
traçados foram alcançados e, em caso negativo, ações são tomadas para ajustar
o processo. A figura a seguir ilustra o processo de LA, com suas respectivas fases:

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Figura 9 – Processo de LA
Fonte: Autora, 2020.

7.3 MODELO DE REFERÊNCIA DE LA

O La tem sido cada vez mais valorizado no âmbito educacional, pois ele
contribui significativamente para as tomadas de decisões que levam às melhorias
no processo de ensino-aprendizagem. Isso porque, o LA procura responder
algumas questões centrais. Chatti et al (2012) reuniu essas questões em quatro
dimensões, ao propor um modelo de referência de LA. A seguir, convidamos você
para conhecer sumariamente cada uma destas dimensões. Vamos lá?

Primeiramente, a dimensão O quê diz respeito à procedência dos dados que


serão coletados. Esses dados podem ser oriundos de fontes institucionais ou de
redes sociais. A segunda dimensão é o Quem, ou seja, remete aos atores envolvidos
no processo. Neste caso, podem ser os alunos, os administradores, professores,
etc. Vale ressaltar que cada um destes atores tem objetivos e perspectivas
próprias. A terceira dimensão, o Por quê está relacionada ao objetivo perseguido
pela análise de dados, que pode ser de monitoramento e análise, tutoria/mentoria,
predição/intervenção, dentre outros. Por fim, tem-se a quarta dimensão, o Como
que está relacionada às técnicas que podem ser aplicadas para detectar padrões
de relação entre variáveis, como por exemplo, estatísticas, mineração de dados,
visualização da informação. A figura a seguir ilustra essas quatro dimensões.

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Figura 10 – Modelo de referência LA


Fonte: Autora, 2020.

O modelo de Chatti (2012) et al não é único, mas sem dúvida, resume a


essência da aplicação do Learning Analytics que é a de coletar dados a respeito
dos alunos, analisar esses dados e fazer intervenções para otimizar o processo de
aprendizagem no ambiente em que ele ocorre. Enfim, se aplicado corretamente,
o LA mostra-se como uma excelente ferramenta para aperfeiçoar a educação
virtual.

Para os alunos os benefícios aparecem na medida em que a prática do LA


resulta em uma atenção personalizada. Para os professores, o LA possibilita
intervenções mais assertivas, baseadas na detecção de padrões de comportamento
e interações, por fim, para as instituições, o LA possibilita a melhoria dos cursos,
dos materiais e de desenvolvimento de docentes a partir do desempenho aferido.
Além disso, o LA direciona melhorias pedagógicas e funciona como um guia para
elaboração de políticas institucionais mais adequadas ao perfil dos alunos.

Espera-se que, por meio deste breve texto, você tenha compreendido
a importância do uso do Learning Analytics no contexto do EAD. O LA cria
proximidade em uma modalidade que ocorre a distância e, isso, faz toda a
diferença!

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caro aluno, se você chegou até aqui é porque descobriu a importância de


se realizar uma gestão assertiva de e-learning. Durante todo esse percurso, você
pode descobrir o quanto é importante planejar um curso em EAD, pensando em
seu projeto pedagógico e nas dimensões que o formam: pedagógica, tecnológica
e político-administrativa. Sem desconsiderar, é claro, os fatores de qualidade que
impactam positivamente na percepção dos alunos. Neste contexto, você também
pôde perceber o quanto é importante conhecer e aplicar os Referenciais de
Qualidade para Educação Superior à Distância do MEC, pensando em questões
como currículo, sistemas de comunicação, material didático, etc.

Outros aspectos relevantes para que você perceba a tarefa complexa de se


conceber um curso de e-learning, também foram debatidos. Você observou o
quanto é essencial definir corretamente uma equipe de projeto de e-learning,
bem como a importância de se traçar o papel de cada um nas etapas de produção.
Neste contexto, foi possível esclarecer para você a grande importância do gestor
de e-learning, seu papel e as competências necessárias para que ele exerça com
excelência a sua função.

Você entendeu que o e-learning é um processo novo e precisa encontrar


formas de engajar e motivar os alunos, apoiando-os neste processo de ensino-
aprendizagem. Descobriu também que a aprendizagem significativa, que
é aquela ligada ao conhecimento prévio do aluno, deve ser privilegiada no
e-learning, de forma que o aprendiz encontre aplicação prática no conteúdo que
está aprendendo e utilize dos seus conhecimentos prévios para fazer ligações
contextuais importantes. Assim, você conheceu algumas atividades motivadoras,
que podem ser úteis neste processo de apoio ao aluno, como o mapa mental,
webquests, estudo de caso, etc.

Outra questão relevante que foi possível discutir com você, diz respeito ao
uso da internet no e-learning e de recursos como videoconferência e vídeo sob
demanda. Você compreendeu a diferença entre esses recursos, e conheceu
ferramentas como Microsoft Netmeeting e as ferramentas Real Networks, que
permitem fazer a transmissão de multimídia por meio da tecnologia de streaming.

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Neste percurso do conhecimento você entendeu a importância de se


conhecer LMS´s existentes no mercado para poder escolher adequadamente
aquele que mais se encaixa ao seu projeto de e-learning. Assim, conheceu as
diferenças existentes entre AVA´s como Teleduc, Blackboard e o Moodle e as
peculiaridades de cada um.

Abrimos também um debate sobre as tendências para o futuro, discutindo


aspectos como o Mooc´s, M-Learning, dentre outros. Por fim, você pôde
compreender a importância de se coletar dados que forneçam informações das
atividades executadas pelos alunos no ambiente virtual de aprendizagem ou seja,
você entendeu o uso do conceito de learning analytics como forma de coletar e
analisar esses dados para subsidiar decisões estratégicas futuras

Enfim, nesta viagem do conhecimento, em cada paisagem (capítulo) que


apreciamos, você pôde entender que o processo de ensino-aprendizagem
tradicional não cabe mais nos dias de hoje. As novas gerações e as tecnologias
da informação e comunicação quebraram paradigmas e uma nova forma de se
construir o saber está sendo construída. Neste contexto, o e-learning surge como
um protagonista entre as possibilidades oferecidas na modalidade de EAD. Ele
apresenta inúmeras possibilidades de aprendizagem que misturam tecnologia e
estratégia pedagógica, mas também nos impõe diversos desafios, que só podem
ser driblados com esforço, dedicação e estudos constantes.

Por isso, o primeiro passo foi dado, agora é com você! Afinal, como já dizia
Paulo Freire, “o homem, como um ser histórico, inserido num permanente
movimento de procura, faz e refaz o seu saber”. Então: adiante!

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Engenharia: múltiplos saberes e atuações. 16 a 19 de setembro de 2014. Juiz de
Fora/MG. Disponível em:< http://www.abenge.org.br/cobenge/arquivos/5/
Artigos/130274.pdf. Acesso em 05/01/2021.

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