Ciência Política - Exercícios para Revisão de Conteúdo - 2 Prova - 2º Semestre

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CIÊNCIA POLÍTICA

EXERCÍCIOS PARA REVISÃO DE CONTEÚDO

1 – Segundo Maquiavel, explique a diferença entre ação moral e ação política.


R.: Ação moral diz respeito a uma norma cujo comando é considerado independente
do resultado da ação (faça o que deve ser feito e aconteça o que tiver que
acontecer)
Ação Política: É simplesmente o resultado (faça o que deve ser feito para que
aconteça aquilo que você quer que aconteça) É a separação entre política e religião;
no maquiavelismo ação mora é flexível ou irrelevante, para Maquiavel os fins
justificam os meios, para se alcançar um objetivo não importa o que tenha de
sacrificar, ou seja, o reino da política não faz fronteira com o reino da moral.

2 – O que Maquiavel define por autonomia política? Explique.


R.: A autonomia política nada mais é do que o reconhecimento de que o critério com
base na qual se considera boa ou má a ação política é distinto do critério com base
no qual se considera boa ou má a ação moral; Maquiavel torna a política autônoma,
porque a desvincula da ética e da religião, procurando examiná-la na sua
especificidade própria.

3 – Defina Maquiavelismo.
R.: É a separação entre política e religião; é a política corrente entre os poderosos
de todos os tempos, surgidos no curso natural da história, a idéia de que a justiça é
o interesse dos mais fortes, o recurso a meios violentos e cruéis para se alcançar os
objetivos não foram receitas inventadas por Maquiavel, assim podemos dizer que o
Maquiavelismo antecede Maquiavel, que é responsável pela sistematização das
práticas de ação dos detentores do poder, fazendo da prática uma teoria.

4 – Explique os conceitos de virtude clássica e maquiavélica.


R.: Virtude clássica, significa disposição para o bem moral (em oposição ao útil).
Virtude maquiavélica é a capacidade do príncipe forte e prudente que, usando
conjuntamente das artes da raposa e do leão, triunfa no intento de manter e
consolidar o próprio domínio.

5 – Como Jean Bodin aborda a questão da soberania?


R.: A soberania é indivisível. É o poder de fazer leis. O Soberano é onde a lei
termina. O soberano revoga mas não pode desobedecer as leis e, tampouco, fazer
leis contrárias dos direitos da família.

6 – Explique a origem do Estado na perspectiva de Thomas Hobbes.


R.: O medo e o desejo de paz levam o homem a fundar um estado social e a
autoridade política, abdicando dos seus direitos em favor do soberano, que por sua
vez terá um poder absoluto. O Estado é fruto de um pacto, de um contrato, que
garante a paz dos indivíduos.

7 – Explique o Monismo Jurídico – (Thomas Hobbes).


R.: Fonte do direito – somente o Estado, através da lei fornece o Direito, isto é, é
fonte do Direito. Há uma subordinação das demais fontes do Direito ao Direito
Oficial, que é o Estado.
8 – Como Locke explica a legitimidade do governo?
R.: A legitimidade do governo está relacionada com os limites das suas finalidades,
o governo é legítimo enquanto respeitar os direitos naturais, e só existe para os
proteger.

9 – Escreva sobre a separação dos poderes (Montesquieu).


R.: Livro XI – Leis que formam a liberdade política. Após definir a liberdade como “o
direito de fazer tudo que as leis permitem” (liberdade “negativa”), afirma: “A liberdade
política se encontra nos governos moderados” e prossegue: Mas ela não existe
sempre nos Estados modernos, só quando não há “abuso do poder”. Todos os
homens quando têm poder “se inclinam ao seu abuso” até encontrar limites. Para
que não seja possível abusar do poder é necessário que, pela disposição das
coisas, o poder constitua um freio para o poder.”

10 – Explique a lei no sentido político e no sentido jurídico.


R.: Lei em sentido político: impede os abusos por parte do executivo. Serve de
barreira para esses abusos. O art. 59 da CF contém todas as espécies de lei em
sentido político.
Lei em sentido jurídico é o ato formal, decorrente do poder legislativo com
capacidade de inovar o sistema jurídico (é um ato primário). É feita pelo legislador.
Em sentido jurídico lei e constituição são diferentes.
A lei em sentido jurídico está contido na lei em sentido político.

11 – Em relação à origem do Estado explique a diferença entre Hobbes, Rousseau e


Locke.
Locke: O Estado é surgido de um pacto/contrato: preserva e garante os direitos
naturais que o indivíduo já possuía no estado natural.
Hobbes: O Estado é fruto de um pacto, de um contrato; Estado social com
autoridade política, onde o soberano terá poder absoluto, e é “extrínseco”.
Rousseau: O Estado é o contrato social feito “por todos com todos”. A comunidade
mantém o poder após o contrato. O soberano é “intrínseco”.

12 – Defina liberdade negativa e liberdade positiva.


R.: Liberdade Negativa: o indivíduo é livre desde que sua atividade não seja
coagida, não haja coação por parte do Estado. A liberdade negativa marca o Estado
liberal.
Liberdade Positiva: Um homem é livre desde que agindo segundo o seu natural
arbítrio. A liberdade positiva marca o Estado democrático.

13 – O Estado Mínimo existe para cumprir 04 funções. Quais são elas?  


R.: 1ª – Segurança interna (polícia)
2ª – Segurança externa – Serviço militar. Militares não dão ordens a civis, nem
prendem bandidos.
3ª – Serviço Judiciário – verifica se há crime e pena num caso concreto e diz ao
poder executivo que proceda a punição.
4ª – Serviço Diplomático – Trata das relações com outros Estados.

14 – Como Rousseau explica a vontade geral e o Mandato Imperativo Vinculado.


R.: Para Rousseau , vontade geral representa uma síntese entre regulação e
emancipação – “só obedecer a si próprio e a idéia de ser forçado a ser livre”. Não é
a vontade de todos – é o interesse comum que une a todos.
O Mandato Imperativo Vinculado garante que a vontade do indivíduo está na lei.
Este mandato não tem prazo de vencimento. O outorgado deve ser fiel à expressão
de quem lhe outorgou. A partir do momento que não expressar a vontade dos
eleitores, perde o mandato.

15 – Qual é o fundamento do estado Democrático de Direito?


R.: A liberdade positiva, que é contrária à liberdade negativa. Pode-se concluir que o
indivíduo atua nos vazios da lei, agindo em todos os espaços que a lei não proíbe.

16 – Explique os três pilares sobre os quais o paradigma político da modernidade


encontra-se respaldado.
R.: O pilar da regulação é constituído pelo princípio do Estado formulado
essencialmente por Hobbes, pelo princípio do mercado, desenvolvido sobretudo por
Locke e por Adm Smith, e pelo princípio da comunidade que domina toda a teoria
social e política de Rousseau.

17 – Qual é o poder que possui a guarda da Constituição Federal e qual o artigo que
regulamenta a guarda da mesma?
R.: O Poder Judiciário tem a guarda da Constituição Federal. Isto está
regulamentado no artigo 102 da Constituição Federal.

18 – Como Kant explica a origem do Estado?


R.: Segundo Kant, o homem, ao sair do estado de natureza para o de associação,
submetendo-se a uma limitação externa, livre e publicamente acordada, surgindo,
assim, através do CONTRATO, a autoridade civil: O Estado

19 – Segundo Kant, o que é o Estado e qual é a sua função?


R.: Estabelecimento do contrato social entre os indivíduos, implicando na formação
do Estado liberal onde a vontade geral predomina sobre a vontade individual, para
garantir o cumprimento da lei.

20 – Como Hegel define o Estado?


R.: Segundo Hegel o Estado é uma das mais altas sínteses do espírito objetivo, e se
define por não possuir nenhum interesse particular, mas apenas os interesses
comuns e gerais a todos.

21 – Explique o ponto de ruptura de Marx com Hegel.


R.: A ruptura entre Marx e Hegel deu-se na concepção do Estado.

22 – Por que Kelsen afirma que “é uma ficção afirmar que a ordem jurídica
representa O interesse de todos?
R.: Segundo Kelsen se fosse essa ordem do interesse de todos, então essa ordem
poderia contar com a obediência voluntária de todos os seus sujeitos, ela não mais
precisaria ser coercitiva, e, sendo complemento “justo” não precisaria nem mesmo
ter caráter de direito.
23) O que é o Estado segundo Kelsen?
R.: O Estado é tomado em consideração apenas como um fenômeno jurídico, como
uma pessoa jurídica, ou seja, como uma corporação.
O Estado é a comunidade criada por uma ordem jurídica nacional. O Estado como
pessoa jurídica é uma personificação dessa comunidade ou a uma ordem nacional
que constitui essa comunidade.
O Estado é uma organização política por ser uma ordem que regula o uso da força,
porque ela monopoliza o uso da força. O Estado é uma sociedade politicamente
organizada porque é uma comunidade constituída por uma força coercitiva, e essa
ordem coercitiva é o Direito.

24) Explique a diferença entre Estado Liberal de Direito, Estado Social de Direito e
Estado Democrático de Direito.
R.: O Estado Liberal de Direito apresenta-se como uma limitação jurídico-legal
negativa, ou seja, como garantia dos indivíduos-cidadão frente à eventual atuação
do Estado, impeditiva ou constrangedora de sua atuação cotidiana.
O Estado Social de Direito revela-se um tipo de estado que tende a criar uma
situação de bem-estar geral que garanta o desenvolvimento da pessoa humana.
Mesmo sob o Estado Social de Direito, a questão da igualdade não obtém solução,
embora sobrepuje a sua percepção puramente formal, sem base material.
O Estado Democrático de Direito tem um conteúdo transformador da realidade, não
se restringindo, como o Estado Social de Direito, a uma adaptação melhorada das
condições sociais da existência. Assim, o seu conteúdo ultrapassa o aspecto
material de concretização de uma vida digna ao homem e passa a agir
simbolicamente como fermentador da participação pública quando o democrático
qualifica o estado, o que irradia os valores da democracia sobre todos os seus
elementos constitutivos e, pois, também a ordem jurídica.

25) Cite os princípios do Estado Democrático de Direito.


R.:
 Constitucionalidade: vinculação do Estado Democrático de Direito a uma
Constituição como instrumento básico de garantia jurídica;
 Organização Democrática da Sociedade;
 Sistema de direitos fundamentais individuais e coletivos, seja como Estado
de distância, porque os direitos fundamentais asseguram ao homem uma
autonomia perante os poderes públicos, seja como Estado
antropologicamente amigo, pois respeita a dignidade da pessoa humana e
empenha-se na defesa e garantia da liberdade, da justiça e da solidariedade.
 Justiça social como mecanismos corretivos das desigualdades;
 Igualdade não apenas como possibilidade formal, mas, também, como
articulação de uma sociedade justa;
 Divisão de poderes ou de Funções;
 Legalidade que aparece como medida do direito, isto é, através de um meio
de ordenação racional, vinculativamente prescritivo, de regras, formas e
procedimentos que excluem o arbítrio e a prepotência;
 Segurança e certeza Jurídica.
26) Defina Democracia.
R.: Democracia é um regime de governo em que o poder de tomar importantes
decisões políticas está com os cidadãos (povos), direta ou indiretamente, por meio
de representantes eleitos.

27) Diferencie Democracia de Totalitarismo.


R.: A democracia se distingue de outras formas sociais e políticas – a democracia é
a única sociedade e o único regime político que considera o conflito legítimo, uma
vez que não só trabalha politicamente os conflitos de necessidade e de interesses,
como procura instituí-los como direitos e, como tais, exigem que sejam reconhecidos
e respeitados.
O totalitarismo (antítese da democracia) é um sistema de governo em que todos os
poderes ficam concentrados nas mãos do governante. Desta forma, no regime
totalitário não há espaço para a pratica da democracia, nem mesmo a garantia aos
direitos individuais.

28 – Apresente três diferenças entre Totalitarismo e Autoritarismo.


R.; Totalitarismo – possui doutrina, partido único e inexiste liberdade individual.

Autoritarismo – não possui doutrina, existe pluralismo político, existem liberdades


individuais, porém controladas.

29 – Escreva sobre as características históricas da soberania.


R.: Com Rousseau a soberania sai das mãos do monarca e sua titularidade é
consubstanciada no povo, tendo como limitação o conteúdo do contrato originário do
Estado. A vontade geral incorpora um conteúdo de moralidade ao mesmo.
Prossegue, atribuindo-se a burguesia, à nação, para já no século XIX aparecer como
emanação do poder público. Posteriormente passa ser o próprio Estado, como
personalidade jurídica, que deterá a titularidade da mesma, acrescentando suas
peculiaridades. Caracteriza-se historicamente como um poder incontestável,
indivisível, inalienável e imprescritível.

30 – Explique a crise do conceito de soberania.


R.: Com a intensificação e comando atual do princípio do mercado cada vez mais o
Estado submete-se a acordos internacionais de comércio, negociações etc. dessa
forma a soberania entra em crise, pois o Estado passa a ficar subordinado a acordos
internacionais, como por exemplo, temos o MERCOSUL. Além do desenvolvimento
tecnológico que acaba por invadir o território com um simples clique no computador,
visualizando, por meio dos satélites, qualquer parte do mundo.

31 – Em que sentido a teoria de Kelsen sobre o Estado se diferencia das teorias de


Locke e de Rousseau?
R.: Diferencia-se pelo fato de afirmar que é o Direito que cria o Estado, e este que
regulamenta a aplicação do Direito. Afirma que a idéia de um Estado formado em
razão dos interesses coletivos é falsa, é na verdade fruto de interesses.

32 – Em relação ao Estado compare Marx e Kelsen.


R.: Marx: O Estado é fruto das transformações históricas, foi criado para defender
certos interesses particulares, foi criado para validar o poder temporal, não
reconhece um sistema filosófico que consagre o Estado e o Direito, existe apenas
um conceito jurídico de Estado: o Estado como ordem jurídica, centralizada. O
Estado é o poder que impõe o Direito. O Estado é organizado como uma
comunidade, uma sociedade politicamente organizada, munida de poder coercitivo,
o Direito.
Kelsen: O direito cria o estado e este regulamenta aplicação do direito, há uma
relação direta entre direito e Estado, o Estado não é separado da ordem jurídica
como comunidade, esta é uma ordem normativa que regulamenta a conduta
recíproca dos indivíduos.

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