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Função e Disfunção dos

Processos Nutricionais
APS

Maria Ferreira Pacheco de Oliveira


Nutrição – 2020.2
Faculdade Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação
Curso de Nutrição
Disciplina: Função e Disfunção dos Processos Nutricionais
Professor: Iara Elizabeth Abi Zaid Teixeira

ATIVIDADE 1:
O aluno deverá realizar a análise de um caso clínico onde deverá responder, todos os itens descritos
a seguir:
1-Diagnóstico clínico e nutricional
2- Fatores de risco para a doença em questões apresentadas pelo paciente.
3- Sinais e sintomas apresentados pelo paciente.
4- Análise dos exames bioquímicos.
5- Orientações Gerais.

Resposta Atividade 1

CASO CLÍNICO
Luiz Müller é um homem de 35 anos, fumante, que fez estratégias de emagrecimento por
muitos anos. Dentre as estratégias foram inúmeras dietas rigorosas e sem praticar exercícios físicos
aliados a tais tentativas de emagrecimento. Faz uso de Losartana 50mg 1 vez ao dia. Sua pressão
arterial média é de 150/90 mmHg. Fez diagnóstico de hipertensão recentemente. Altura de 1,73 m e
peso 98,45 kg. Seu menor peso corporal foi de 65 kg aos 20 anos, mantidos por 2 anos. Luiz Müller
mencionou que tentou inúmeras dietas quando era adolescente, quando pesou 59 kg por 1 ano e
meio. Ele trabalha em escritório portanto tem o hábito de fazer as refeições na rua, ele cozinha seu
próprio jantar, sendo este simples com grupos de carboidratos, leguminosas e proteínas.

Qual é o diagnóstico inicial?

IMC = 98,45/1,732 = 32,89


Obesidade grau 1
Hipertenso

Fatores de risco para doença:

Alguns fatores como: dieta rica em sal, pois o sódio gera uma perda de líquido, elevando o
débito cardíaco e pressão arterial, sedentarismo, cigarro, estresse, diabetes, obesidade, genética
(filhos cujo um dos pais é hipertenso apresentam 25% de chances de desenvolver a doença, se o pai
e mãe são hipertensos a probabilidade aumenta pra 60%) e a idade avançada.

Sinais e sintomas apresentados pela paciente:

A principal queixa do paciente Luiz Müller é a cefaleia que ocorre ao acordar. Além da
cefaleia seus sintomas são dores no peito, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada
e sangramento nasal. Como sinal clínico há o aparecimento de um galope pré-sistólico. Os vasos da
retina estão comprometidos pela hipertensão arterial. A fácil visualização desses vasos permite
avaliar de maneira superficial a gravidade da lesão vascular decorrente da hipertensão arterial. O
objetivo ao avaliar o paciente é identificar outros fatores de risco cardiovascular ou doenças
concomitantes que possam afetar o prognóstico ou guiar tratamento.
Análise dos exames bioquímicos:

Para a avaliação laboratorial mínima do hipertenso o II Consenso Brasileiro de Hipertensão


Arterial recomenda:

1) exame de urina para pesquisa de elementos anormais e sedimento;


2) dosagens de creatinina e potássio séricos;
3) glicemia de jejum;
4) colesterol total para homens acima de 20 anos e mulheres na menopausa. Quando o colesterol
total exceder 200 mg%, recomenda-se a dosagem das demais frações lipídicas.
5) eletrocardiograma.
Os pacientes que apresentem alterações clínicas ou laboratoriais sugestivas de hipertensão
secundária devem ser investigados, através de métodos específicos, preferencialmente em centros
especializados de referência.

GLICEMIA
Normoglicemia ˂ 100 mg/dL
Pré-diabetes ou risco aumentado para ≥100 e˂126 mg/dL
DM
Diabetes Estabelecido ≥126 mg/dL
PERFIL LIPÍDICO
Colesterol Total Desejável: ˂200 mg/dL
LDL Desejável: 100 a 129 mg/
dL
HDL Desejável: ˃60 mg/dL
Triglicerídeos Desejável: ˂150 mg/dL

Os exames do paciente Luiz Müller mostram: glicemia de 102 mg/dL, Colesterol total de 280
mg/dL, triglicerídeos de 170 mg/dL e HDL de 45 mg/dL.

5) Orientações Nutricionais:

Diminuir os intervalos entre as refeições e preferir levar o almoço de casa em vez de


almoçar na rua, mas caso não seja viável preferir restaurantes estilo buffet com grandes opções de
escolhas em vez de fast-food, ingerir bastante água, anotar os medicamentos que ela possa ingerir
por conta de hipertensão além da losartana, evitar restringir a alimentação e comer de tudo um
pouco priorizando verduras e legumes e proteína, comer de forma consciente, praticar exercícios
físicos, se atentar à ingestão de açúcar e temperos prontos, pois são perigosos no caso de
hipertensão. Muito importante a ingestão de fibras solúveis. Ingerir de 3 a 4 porções de frutas por
dia.

FAO/OMS 2001, sem atividade física


Homens entre 30 e 60 anos

11,472 × peso (kg) + 873,1


11,472 × 98,45 + 873,1
GET= 2002,51 kcal
ATIVIDADE 2:
Artigo escolhido
Obesidade e síndrome metabólica na infância e adolescência:
A obesidade vem sendo considerada uma doença crônica e epidêmica, pois vem
apresentando um rápido aumento em sua prevalência nas últimas décadas, tanto em países
desenvolvidos como nos em desenvolvimento, e está relacionada com uma alta taxa de morbidade e
mortalidade. Alterações metabólicas (resistência à insulina, dislipidemia, hipertensão, alterações
trombogênicas, hiperuricemia) na infância e adolescência pode contribuir para o desenvolvimento
deste processo, já que estudos longitudinais clássicos mostram uma forte associação entre o excesso
de peso nas primeiras décadas de vida e a alta taxa de morbimortalidade na vida adulta por doenças
cardiovasculares.
A presença de, pelo menos, um fator de risco para DCV (hipertensão, dislipidemia ou
hiperinsulinemia) tem sido observada em 60% das crianças e adolescentes com excesso de peso,
sendo que 20% apresentam dois ou mais fatores de risco. E as crianças e adolescentes obesos
apresentavam também 2,4 vezes e 7,1 vezes maior chance de ter níveis de colesterol total e
triglicérides, respectivamente, mais elevados do que os eutróficos.
A resistência à ação da insulina no tecido e os níveis elevados de insulina plasmática em
jejum, alterações bastante frequentes em indivíduos obesos, parecem ser os primeiros sinais para o
desenvolvimento do diabetes melito tipo 2. Em condições normais, a insulina tem várias ações na
regulação do metabolismo lipídico; no entanto, nos indivíduos obesos o mesmo não é observado,
devido às frequentes alterações que ocorrem na atuação de determinadas enzimas e no metabolismo
lipídico, devido à resistência à insulina.
A hiperinsulinemia também tem um papel importante no desenvolvimento da hipertensão
em indivíduos obesos, no qual indivíduos obesos hipertensos tinham uma redução da sensibilidade à
insulina. Os mecanismos que podem explicar a relação da hiperinsulinemia com o desenvolvimento
da hipertensão são: a reabsorção renal de sódio e água aumentada; a ativação do sistema nervoso
simpático; a diminuição da atividade enzima Na +-K+-ATPase e aumento do acúmulo de cálcio
celular e o estímulo de fatores de crescimento.
A leptina é um hormônio secretado pelos adipócitos, tendo influência na redução da ingestão
alimentar e no aumento do gasto energético por meio da sua ação no hipotálamo, sugerindo que,
possivelmente, em indivíduos obesos, exista resistência à ação desse hormônio.
Em crianças obesas, têm sido verificados níveis aumentados de leptina. Alguns estudos
avaliaram a relação da leptina com a sensibilidade à insulina, e constataram que, independente da
obesidade, da idade, do sexo, houve associação inversa, isto é, quanto menor a sensibilidade à
insulina, maior o nível de leptina.
Uma vez que a obesidade androide apresenta uma grande associação com as alterações
metabólicas, é importante verificar a distribuição da gordura corporal e a sua relação na etiologia da
hiperinsulinemia e dos outros componentes da síndrome metabólica. O efeito da distribuição da
gordura corporal sobre o perfil metabólico em crianças e adolescentes obesos, está mais relacionada
com alterações da síndrome metabólica do que a gordura periférica. Entretanto, a maioria dos
trabalhos não avaliou diretamente a gordura visceral (intra-abdominal), a qual tem maior relação
com as alterações metabólicas.
Pode-se concluir que a obesidade na infância e adolescência é um importante fator de risco
para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares na vida futura. O aumento da insulina
plasmática pode ser considerado um sinal de alerta para o desenvolvimento do diabetes melito tipo
2 e das outras alterações metabólicas relacionadas. Desta maneira, torna-se necessária a
implementação de medidas intervencionistas e de prevenção no combate a este distúrbio nutricional
em indivíduos mais jovens. Dentre os principais componentes de políticas de uma vida saudável em
adolescentes, destacam-se a promoção do aumento da atividade física, a implantação de programas
de exercício físico e o incentivo a uma rotina saudável.
REFERÊNCIAS
- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de
DST/AIDS. Manual clínico de alimentação e nutrição na assistência a adultos infectados pelo HIV /
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST/Aids. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 88 p. il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) dos
SANTOS, QW. M.; SECOLL, S. R; PADOIN, S. M. de M. Potenciais interações de drogas em
pacientes de terapia antirretrovirais. Rev.Latino-Am. Enfermagem, 2016; 24: e2832. de FARiÑA, L.
O.; POLETTO, G. Interações entre antibióticos e nutrientes: uma revisão com enfoque na atenção
da saúde. Visão Acadêmica 201; 11: 91-99.
- https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/hipertensao
- Wille Oigman Professor titular de Clínica Médica da UERJ. Fellow Hypertension Ochsner
Medical Foundation, LA, USA.
- FRIEDMAN, D. — Headache and hypertension: Refuting the myth. J. Neurol. Neurosurg.
Psychiatry, 72: 431, 2002.
- Balaban G, Silva GAP. Prevalência de sobrepeso em crianças e adolescentes de uma escola
da rede privada de Recife. J Pediatria 2001; 77(2):96-100.       

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