Aula-12 - 8.112 Regime Disciplinar Do Processo Administrativo Disciplinar
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Aula 12
1 REGIME DISCIPLINAR
O regime disciplinar dos servidores públicos está disposto no Título IV da Lei 8.112/1990 (artigos
116 a 182). Nesse Título, encontramos os deveres e proibições dos servidores, as penalidades a
que estão sujeitos e as regras sobre as responsabilidades.
1.1 DEVERES
Os deveres são as obrigações ou condutas que os agentes devem adotar em conjunto com as suas
atribuições funcionais. Na Lei 8.112/1990, eles estão dispostos no art. 116, nos seguintes termos:
Art. 116. São deveres do servidor:
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II - ser leal às instituições a que servir;
III - observar as normas legais e regulamentares;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V - atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por
sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de
interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da
autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de
outra autoridade competente para apuração;
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
Conforme podemos observar, o inciso XII determina que o servidor público deve representar
contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. Nessa linha, o parágrafo único do mesmo artigo
dispõe que essa representação será encaminhada pela via hierárquica, ou seja, o servidor público
deve encaminhá-la para o seu superior imediato. Contudo, a apreciação será feita pela autoridade
superior àquela contra a qual foi formulada a representação, assegurando-se ao representando
ampla defesa.
Com efeito, também é dever do servidor cumprir as ordens superiores, com exceção apenas
daquelas ordens consideradas manifestamente ilegais (inc. IV). Além disso, deve o servidor público
levar as irregularidades de que tiver ciência, em razão do seu cargo, ao conhecimento da
autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de
outra autoridade competente para apuração (inc. VI).
Da análise conjunta desses dispositivos, podemos perceber que, sempre que receber uma ordem,
o servidor público terá algum dever a cumprir. Em regra, ele deve cumprir a ordem emanada da
autoridade superior. Porém, quando receber uma ordem manifestamente ilegal, ele deverá abster-
se de cumpri-la; devendo, por outro lado, levar a conhecimento da autoridade superior ou,
quando esta for suspeita de envolvimento, de outra autoridade competente para realizar a
apuração. Portanto, ou o servidor cumpre a ordem, ou representa a outra autoridade quando for
manifestamente ilegal.
1.2 PROIBIÇÕES
As proibições são condutas vedadas aos servidores públicos, estando enumeradas no art. 117 da
Lei 8.112/1990. Interessante notar que o Estatuto prevê, para cada proibição, um tipo de
penalidade.
➢ A pena de advertência será aplicada no caso de violação das seguintes proibições (no caso de
reincidência, o servidor poderá sofrer a pena de suspensão):
a) ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;
f) cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de
atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
1
O quadro destina-se apenas a demonstrar as penalidades previstas para o cometimento das proibições. Contudo, veremos
ainda nesta aula que existem outras hipóteses de aplicação das penas previstas na Lei 8.112/1990, além das decorrentes de
cometimento das proibições.
h) manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou
parente até o segundo grau civil;
(Cespe AJ/CNJ/2013) O servidor que carregar consigo documentos institucionais sem prévia
autorização não poderá sofrer penalidade se for constatado que não havia ninguém
responsável por autorizar a retirada dos documentos.
Comentário: o art. 117, II, estabelece que o servidor não pode retirar, sem prévia anuência da
autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição. Portanto, ele não
pode simplesmente alegar que não havia ninguém para autorizá-lo, uma vez que a retirada
de documentos da repartição sempre depende da devida autorização.
Gabarito: errado.
(Cespe AJ/CNJ/2013) O servidor público deve adotar um comportamento de colaboração
com seus colegas quando perceber que, em sua organização, os deveres e os papéis são
desempenhados adequadamente e em conformidade com a lei.
Comentário: esse é um item lógico. Ele não possui previsão expressa na Lei 8.112/1990, mas
decorre da interpretação de seus dispositivos. Nesse contexto, o art. 116, dispõe, entre
outras coisas, que é dever do servidor exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo
(inc. I), manter conduta compatível com a moralidade administrativa (inc. IX) e tratar com
urbanidade as pessoas (inc. XI).
Assim, sempre que os deveres e os papéis são desempenhados adequadamente e em
conformidade com a lei, o servidor deverá adotar um comportamento de colaboração com
seus colegas. Logo, o item está correto.
Por outro lado, se constatar que as condutas não estão em conformidade com a lei, é dever
levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento
da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento
de outra autoridade competente para apuração VI representar contra ilegalidade,
omissão ou abuso de poder XII
Portanto, a questão está perfeita.
Gabarito: correto.
(Cespe ATA/Suframa/2014) Considere que, a pessoa sem qualquer relação com as funções
do seu cargo, um servidor público tenha emprestado dinheiro a juros muito superiores aos
praticados pelas instituições financeiras. Nesse caso, o servidor praticou a usura, conduta
proibida na Lei n.° 8.112/1990.
Comentário: a usura pode ser definida como a cobrança de juros excessivos pelo uso de
capital, ou seja, é a cobrança de juros acima do que o praticado no mercado pelo empréstimo
de dinheiro. A usura, sob qualquer de suas formas, é uma prática proibida pela Lei
8.112/1990 (art. 117, XIV).
Gabarito: correto.
(Cespe - Agente Administrativo/Suframa/2014) Considere que determinado servidor
participe, na qualidade de sócio cotista, de sociedade empresária cujo objeto social seja o
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1.3 ACUMULAÇÃO
A acumulação já foi mencionada em várias partes de nosso curso. Contudo, vamos esmiuçar o
assunto.
De acordo com a Constituição Federal, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
exceto, quando houver compatibilidade de horários, a acumulação:
a) de dois cargos de professor;
b) de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas.
Ademais, a proibição de acumular se estende a cargos, empregos e funções em autarquias,
fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da União, do Distrito
Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios (art. 118, §1º).
Com efeito, a acumulação, ainda que lícita, deve possuir compatibilidade de horários.
Ademais, será considerada proibida a acumulação de cargo ou emprego público em que se tenha a
percepção de vencimento e de proventos da inatividade, exceto quando os cargos de que
decorram essas remunerações forem acumuláveis na atividade.
Prosseguindo, o art. 119 da Lei dispõe que o servidor não poderá exercer mais de um cargo em
comissão, exceto quando for nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de
confiança, devendo optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade.
Além disso, o servidor também não poderá ser remunerado pela participação em órgão de
deliberação coletiva. Todavia, isso não se aplica à remuneração devida pela participação em
conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista, suas
subsidiárias e controladas. O mesmo é válido para quaisquer empresas ou entidades em que a
União, direta ou indiretamente, detenha participação no capital social, observado o que, a
respeito, dispuser legislação específica.
Fechando o assunto, nas hipóteses em que a acumulação é permitida, quando o servidor estiver
investido em cargo de provimento em comissão, deverá ficar afastado de ambos os cargos
efetivos, salvo o caso em que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um
deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos (art. 120).
Vamos explicar melhor. Imagine que Pedro acumule licitamente dois cargos efetivos e acabou
sendo designado para ocupar um cargo em comissão de diretor de uma unidade administrativa.
Nessa situação, a regra é que Pedro fique afastado dos dois cargos efetivos, ou seja, ele ocupará
unicamente o cargo em comissão. No entanto, o Estatuto permite que Pedro acumule o cargo em
comissão com um único cargo efetivo, desde que exista compatibilidade de horário e local com o
exercício, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.
1.4 RESPONSABILIDADES
Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor público poderá responder nas esferas civil,
penal e administrativa (art. 121). Basicamente, a esfera civil decorre da ocorrência de dano e
consiste no respectivo ressarcimento; a espera penal ocasiona a aplicação de sanções penais (p.
ex.: detenção); por fim, a esfera administrativa decorre da prática dos ilícitos administrativos,
previstos no Estatuto dos Servidores.
Assim, justamente por possuírem fundamentos diversos, a regra é que cada uma dessas instâncias
seja independente. Portanto, um mesmo servidor público poderá ser condenado simultaneamente
a ressarcir o dano (esfera civil), sofrer a pena de demissão (esfera administrativa) e ainda ser
condenado à prisão (esfera penal). É possível, por outro lado, que um servidor seja condenado civil
e administrativamente, mas absolvido no processo penal. Logo, existem várias combinações
possíveis. Todavia, veremos, adiante, que a regra da independência das instâncias possui algumas
exceções.
A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em
prejuízo ao erário ou a terceiros (art. 122). Nesse caso, exige-se a responsabilidade subjetiva ou
com culpa do servidor público. Portanto, para que o servidor público seja condenado civilmente a
ressarcir o dano, deverá ser comprovado que ele agiu com dolo (intenção) ou com culpa em
sentido estrito.
Caso o dano seja causado contra a Administração, o servidor será diretamente contra ela
responsabilizado. No entanto, se o dano ocorrer contra terceiros, o servidor responderá perante a
Fazenda Pública por meio de ação regressiva (art. 122, §2º).
N C F pessoas jurídicas de
direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos
que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra
o responsável nos casos de dolo ou culpa . Assim, se um servidor público causar dano a terceiro, o
Estado deverá primeiro ressarcir o prejudicado para, em seguida, mover a ação de regresso contra
o servidor, para dele recuperar os valores gastos com a indenização.
De forma bem simples, se o servi á B
E B
á
Destaca-se, ainda, que a obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será
executada, até o limite do valor da herança recebida (art. 122, §3).
Por outro lado, a responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao
servidor, nessa qualidade (art. 123). Na Lei Penal, os crimes praticados pelo funcionário público
contra a Administração constam nos artigos 312 a 326. Além disso, podemos encontrar outras
condutas típicas na legislação especial, a exemplo da Lei 8.666/1993 que apresenta alguns crimes
que podem ser praticados por servidores públicos relacionados com licitações e contratos
administrativos.
Finalmente, a responsabilidade administrativa (ou civil-administrativa) resulta de ato omissivo ou
comissivo praticado no desempenho do cargo ou função (art. 124). A responsabilidade
administrativa decorre da prática dos ilícitos administrativos, como por exemplo a infringência em
algumas das vedações que vimos acima ou a falta de observância dos deveres funcionais do
servidor.
Voltando ao assunto da independência das instâncias, dispõe o art. 125 que as sanções civis,
penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
Ocorre, todavia, que a esfera penal poderá, em alguns casos, influenciar as demais órbitas de
responsabilidade, a depender do conteúdo da sentença penal.
Nesse contexto, dispõe expressamente o art. 126 da Lei 8.112/1990 que a responsabilidade
administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do
fato ou sua autoria. Isso porque a apuração penal é muito mais solene, exigindo um
aprofundamento nas provas bem maior do que se exige nas demais esferas. Assim, se ao final do
processo penal restar comprovado que o fato não existiu ou então que o servidor não é o autor da
conduta investigada, não há porque condená-lo nas demais esferas.
É importante ficar claro, porém, que tal relação ocorre apenas quando ficar comprovado no
processo penal que o fato não existiu ou então que o servidor não é o seu autor.
Por outro lado, se o servidor for absolvido simplesmente pela falta de provas, ou por ausência de
tipicidade ou de culpabilidade penal, ou por qualquer outro motivo que não sejam os dois
mencionados acima, a esfera penal não influenciará nas demais.
Assim, um servidor pode ser absolvido penalmente por falta de provas, mas ser condenado civil e
administrativamente, pois essas últimas não exigem um rigor probatório tão grande. Da mesma
forma, um servidor pode ser absolvido penalmente por falta de tipicidade de sua conduta, ou seja,
aquilo que ele cometeu não se enquadra perfeitamente com a conduta prevista na Lei Penal (tipo
penal), porém a mesma conduta poderá ser enquadrada em alguma falta funcional, acarretando a
responsabilidade administrativa.
Com efeito, a doutrina2 utiliza a expressão conduta residual para se referir àquelas condutas que
não são puníveis na órbita penal, mas que geram responsabilização civil e administrativa. Nesse
contexto, vale transcrevermos o enunciado da Súmula 18 do STF, vejamos:
Súmula 18:
Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível a punição administrativa do servidor
público.
Dessa forma, com exceção da sentença penal que negar a existência do fato ou a sua autoria, as
instâncias de responsabilização são independentes, podendo o servidor ser responsabilizado pela
conduta residual.
Para finalizar, o art. 126-A estabelece que nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal
ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de
envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação concernente à
prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do
exercício de cargo, emprego ou função pública.
Vejamos como isso aparece em provas.
2
e.g. Carvalho Filho, 2014, p. 782.
de provas em eventual ação penal instaurada para apurar a responsabilidade pelas lesões
causadas ao motorista particular.
Comentário: as instâncias penal, civil e administrativa são, em regra, independentes. Assim,
de acordo com o art. 126 da Lei 8.112/1990, a responsabilidade administrativa do servidor
será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
Nos demais casos, a esfera penal não irá influenciar as demais instâncias.
Assim, a absolvição penal por falta de provas não gera efeitos nas esferas civil e
administrativa, podendo o motorista poderá ser responsabilizado administrativamente pelo
acidente.
Gabarito: correto.
(Cespe TJ/CNJ/2013) Considere que determinado servidor público, dentro de suas
atribuições, tenha se afastado do interesse público e atuado abusivamente. Nessa situação
hipotética, esta conduta estará sujeita à revisão judicial ou administrativa, podendo,
inclusive, o servidor responder por ilícito penal.
Comentário: se o servidor se afastou do interesse público e atuou abusivamente, significa
que ele cometeu irregularidades. Nesse caso, sua conduta pode ser revista judicial ou
administrativamente, podendo o servidor responder por eventuais ilícitos administrativos,
civis e penais.
Gabarito: correto.
Um PRF, ao desviar de um cachorro que surgiu inesperadamente na pista em que ele
trafegava com a viatura de polícia, colidiu com veículo que trafegava em sentido contrário, o
que ocasionou a morte do condutor desse veículo. Com base nessa situação hipotética, julgue
o item a seguir.
(Cespe - PRF/PRF/2013) Ainda que seja absolvido por ausência de provas em processo penal,
o PRF poderá ser processado administrativamente por eventual infração disciplinar cometida
em razão do acidente.
Comentário: a absolvição por falta de provas no processo penal não impede a aplicação de
sanções na esfera civil e penal. Somente a sentença que inocentar o réu por inexistência do
fato ou ausência de autoria, na esfera criminal, é que afastará a responsabilidade civil (art.
126).
Gabarito: correto.
(Cespe - ATA/MDIC/2014) Se determinado servidor público for preso em operação
deflagrada pela Polícia Federal, devido a fraude em licitações, a ação penal, caso seja
ajuizada, obstará a abertura ou o prosseguimento do processo administrativo disciplinar,
visto que o servidor poderá ser demitido apenas após o trânsito em julgado da sentença
criminal.
Comentário: já discutimos exaustivamente que as esferas civil, penal e administrativa são, em
regra, independentes. Assim, a instauração da ação penal não impede o prosseguimento do
processo administrativo disciplinar.
Gabarito: errado.
Advertência
Suspensão
Demissão
Penalidades disciplinares
Cassação de aposentadoria ou
disponibilidade
Com efeito, a Lei 8.112/1990 descreve, ainda que de forma genérica, a penalidade aplicável para
determinado cada tipo de ilícito administrativo. Devemos relembrar que, no tópico sobre as
proibições, vimos as penas aplicáveis para cada tipo de infringência. Assim, vamos descrever
abaixo as situações que ensejam cada tipo de penalidade, sem repetir a relação de proibições. Por
isso, o aluno deverá retomar o tópico sobre as proibições para evitar repetições desnecessárias.
1.5.1 Advertência
1.5.2 Suspensão
A suspensão, que não poderá exceder a noventa dias, será aplicada nos seguintes casos (art. 130):
a) reincidência das faltas punidas com advertência;
b) violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão
(vide tópico sobre as proibições).
Como podemos notar, a lei determina que a pena de suspensão não poderá exceder a noventa
dias. Portanto, caberá à autoridade competente analisar o caso e decidir, de forma discricionária,
qual o prazo da suspensão. Claro que a decisão será devidamente fundamentada, devendo ser
aplicada dentro dos parâmetros da razoabilidade e da proporcionalidade.
Há ainda uma situação em que a lei estabelece um limite menor do prazo de suspensão. Assim,
determina o art. 130, §1º, que será punido com suspensão de até quinze dias o servidor que,
injustificadamente, recusar-se a ser submetido à inspeção médica determinada pela autoridade
competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.
Ademais, permite o Estatuto dos Servidores que a penalidade de suspensão poderá ser convertida
em multa, na base de cinquenta por cento por dia de vencimento ou remuneração, desde que
haja conveniência para o serviço. Nesse caso, a suspensão será trocada pela multa e, assim, o
servidor ficará obrigado a permanecer em serviço (art. 130, §2º).
Além disso, as penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados, após o
decurso de três e cinco anos de efetivo exercício, respectivamente, desde que o servidor não
tenha praticado, nesse período, nova infração (art. 131). Todavia, o cancelamento da penalidade
não surtirá efeitos retroativos (art. 131, parágrafo único).
Pena de suspensão
▪ Reincidência das faltas punidas com advertência
▪ Violação das demais proibições, que não justifiquem pena de demissão:
cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e
transitórias;
exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o
horário de trabalho.
1.5.3 Demissão
pública;
participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada,
exercer o comércio, exceto:
− na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
− na participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União
detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa
constituída para prestar serviços a seus membros; e
− no gozo de licença para o trato de interesses particulares, observada a legislação sobre conflito de
interesses.
atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de
benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro
receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
praticar usura sob qualquer de suas formas;
proceder de forma desidiosa;
utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;
Proibições que, além da demissão, e incompatibilizam o servidor para nova investidura em cargo público federal
pelo prazo de 5 anos (art. 117, inc. IX e XI):
▪ valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública;
▪ atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios
previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro
Infrações que, além da demissão, são penalizadas com impedimento para nova investidura em cargo público
federal:
▪ Crime contra a administração pública;
▪ Improbidade administrativa;
▪ Aplicação irregular de dinheiros públicos;
▪ Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
▪ Corrupção.
Cassação de aposentadoria ou
Demissão
disponibilidade
Suspensão
Destituição de cargo em comissão
Demissão
Além disso, não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido ou
destituído do cargo em comissão pelas seguintes infringências:
a) crime contra a administração pública;
b) improbidade administrativa;
c) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
d) corrupção; e
e) aplicação irregular de dinheiros públicos.
Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo
será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão. (grifos
nossos)
Gabarito: errado.
(Cespe AJ/CNJ/2013) São penalidades disciplinares a advertência, a suspensão e a
destituição de cargo em comissão.
Comentário: questão bem simples. São penalidades disciplinares as seguintes (art. 127):
advertência; suspensão; demissão; cassação de aposentadoria ou disponibilidade; destituição
de cargo em comissão; e destituição de função comissionada.
Como podemos observar, a advertência, a suspensão e a destituição são penas disciplinares.
Dessa forma, o item está correto.
É importante notar que a questão, apesar de incompleta, está correta. Ela somente poderia
Gabarito: correto.
(Cespe TJ/TRT-10/2013) Havendo conveniência para o serviço, a pena de suspensão pode
ser convertida em multa correspondente à metade por dia do vencimento ou remuneração,
ficando o servidor obrigado a permanecer no desempenho de suas atribuições.
Comentário: de acordo com o art. 130, §2º, da Lei 8.112/1990, quando existir conveniência
para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de
cinquenta por cento por dia (metade por dia) de vencimento ou remuneração, ficando o
servidor obrigado a permanecer em serviço.
Gabarito: correto.
(Cespe TJ/TRT-10/2013) Uma vez aplicadas ao servidor faltoso, as penalidades de
advertência e de suspensão ficarão permanentemente registradas em seu assentamento
funcional.
Comentário: as penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados,
após o decurso de três e cinco anos de efetivo exercício, respectivamente, desde que o
servidor não tenha, nesse período, praticado nova infração disciplinar.
Portanto, os registros não ficarão permanentemente registradas no assentamento funcional
do servidor.
Gabarito: errado.
(Cespe Técnico MPU/2013) O servidor que, já tendo sido advertido por diversas vezes por
condutas antiéticas no trabalho, incorra em insubordinação grave em serviço poderá ser
suspenso ou demitido.
Comentário: a insubordinação grave enseja a aplicação da pena de demissão (art. 132, VI),
não cabendo a aplicação apenas da suspensão.
Gabarito: errado.
quando houver, entre outros casos, crime contra a administração pública, abandono de
cargo, corrupção e insubordinação grave em serviço.
Comentário: os casos de aplicação da pena de demissão, que estão enumerados no art. 132,
da Lei 8.11/1990, são os seguintes: (a) crime contra a administração pública; (b) abandono de
cargo; (c) inassiduidade habitual; (d) improbidade administrativa; (e) incontinência pública e
conduta escandalosa, na repartição; (f) insubordinação grave em serviço; (g) ofensa física, em
serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; (h)
aplicação irregular de dinheiros públicos; (i) revelação de segredo do qual se apropriou em
razão do cargo; (j) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; (k)
corrupção; (l) acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; (m) transgressão
dos incisos IX a XVI do art. 117.
Com efeito, a demissão é uma penalidade disciplinar e, como tal, somente poderá ser
aplicada quando for concedido o contraditório e a ampla defesa por meio do devido processo
administrativo disciplinar.
Logo, a questão está perfeita.
Gabarito: correto.
(Cespe - Agente Administrativo/CADE/2014) Considere que, após regular processo
administrativo contra servidor vinculado à administração pública unicamente por cargo em
comissão, a autoridade julgadora tenha concluído que o servidor cometeu infração punível
com a penalidade de suspensão. Nesse caso, a penalidade a ser aplicada será a exoneração
de ofício do servidor faltoso.
Comentário: no caso de cometimento de infração punível com as penalidades de demissão
ou suspensão, será aplicada, ao servidor ocupante unicamente de cargo em comissão, a pena
de destituição de cargo em comissão (art. 135).
Gabarito: errado.
As competências para aplicação das penalidades disciplinares estão previstas no art. 141 da Lei
8.112/1990, da seguinte forma:
1.7 PRESCRIÇÃO
A prescrição é a situação em que o Poder Público perde a sua capacidade punitiva, ou seja,
transcorrido o prazo previsto em lei, o Estado não poderá mais impor penalidade ao agente
infrator.
Nesse sentido, a prescrição da ação disciplinar ocorre, a partir da data em que o fato se tornou
conhecido, em (art. 142):
a) em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria
ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
b) em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
3
MS 25.518.
Ressalta-se, ainda, que de acordo com o § 3º, do art. 142, a abertura de sindicância ou a
instauração de processo administrativo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final
proferida por autoridade competente. A interrupção faz com que o prazo comece a correr do zero
no momento em que se encerrar o seu motivo. Por exemplo, se determinada ação prescreve em
180 dias, caso o prazo seja interrompido aos 110 dias, no momento em que cessar o motivo da
interrupção, o prazo começará a contar novamente, iniciando do zero.
Nesse contexto, o § 4º, do art. 142, determina que interrompido o curso da prescrição, o prazo
começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção.
Dessa forma, uma vez iniciada a sindicância ou o processo administrativo, o prazo de prescrição
será interrompido, reiniciando-se, em regra, ao término da conclusão do processo. No entanto, o
Supremo Tribunal Federal já concluiu que tal prazo não pode ficar interrompido eternamente.
Assim, a Lei 8.112/1990 dispõe que o prazo para conclusão do processo administrativo disciplinar é
de sessenta dias, prorrogáveis uma única vez por igual prazo (art. 152). Acrescenta-se a esse prazo
o período de julgamento, que é de mais vinte dias (art. 167). Somando os mencionados prazos,
podemos observar que a conclusão e o julgamento do processo administrativo disciplinar devem
ocorrer em até 140 dias. Trata-se de prazo impróprio, ou seja, se não for observado não gera a
nulidade do processo. Entretanto, uma vez transcorrido este prazo, cessa-se a interrupção,
iniciando novamente a contagem do prazo, mesmo que o processo não tenha sido concluído.
Vamos resolver mais uma questão para exemplificação.
mais fortes evidências de que determinada pessoa cometeu uma infração, ela não pode ser
penalizada antes de lhe ser concedida a oportunidade de defesa.
As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a
identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a
autenticidade (art. 144). Todavia, quando o fato narrado não configurar evidente infração
disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto (art. 144, parágrafo
único).
O processo administrativo disciplinar é utilizado obrigatoriamente nos casos de imposição de
penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou
disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão.
Por outro lado, para a aplicação das demais penalidades ou seja, suspensão por até 30 dias ou
advertência , bastará a utilização da sindicância.
Vejamos algumas questões sobre o assunto.
2.1 SINDICÂNCIA
A sindicância destina-se aos casos em que as penalidades são mais leves advertência e suspensão
de até 30 dias e, portanto, trata-se de um procedimento mais célere para apurar as
irregularidades praticadas por servidores.
De acordo com o art. 145, da Lei 8.112/1990, da sindicância poderá resultar:
a) arquivamento do processo;
b) aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 (trinta) dias;
c) instauração de PAD, caso for verificado que o caso enseja a aplicação de penalidade mais
grave.
O prazo para conclusão da sindicância não excederá trinta dias, podendo ser prorrogado por igual
período, a critério da autoridade superior (art. 145, parágrafo único).
Conforme se observa do texto acima, quando for constatado que a penalidade deve ser mais grave
do que aquela cabível por meio de sindicância, deverá ser instaurado o devido processo
administrativo disciplinar. Nesses casos, os autos da sindicância integrarão o processo disciplinar,
como peça informativa da instrução (art. 154). Além disso, caso o relatório da sindicância venha a
concluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a autoridade competente deverá
encaminhar cópia dos autos ao Ministério Público, independentemente da imediata instauração
do processo disciplinar (art. 154, parágrafo único).
Ressalta-se, todavia, que a sindicância não é etapa do PAD, uma vez que é possível instaurar o
processo administrativo diretamente. Vale dizer, para qualquer irregularidade poderá ser
instaurado o processo administrativo disciplinar, independentemente de prévia sindicância.
Todavia, quando a autoridade optar pela sindicância e, posteriormente, concluir-se que a
penalidade será maior do que 30 dias de suspensão, obrigatoriamente deverá seguir-se do
processo administrativo disciplinar.
Finalmente, deve-se destacar que sempre que da sindicância decorrer a aplicação de penalidade
administrativa, deverá ser oportunizado o contraditório e a ampla defesa ao servidor (CF, art. 5º,
LV).
2.2.1 Instauração
a) instauração;
b) inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório;
c) julgamento.
A instauração dar-se-á com a publicação do ato que constituir a comissão. Nesse contexto, o
processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servidores estáveis designados
pela autoridade competente. Esta autoridade indicará, dentre os três, o presidente da comissão,
que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade
igual ou superior ao do indiciado (art. 149).
O presidente deverá indicar um servidor como secretário, que poderá ser um dos membros da
comissão (art. 149, §1º).
Além disso, não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, cônjuge,
companheiro ou parente do acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o
terceiro grau (art. 149, §2º).
O prazo para a conclusão do processo disciplinar não poderá exceder sessenta dias, contados da
data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo,
quando as circunstâncias o exigirem. Todavia, nesse prazo não se inclui o tempo destinado para a
autoridade julgadora proferir a sua decisão, que é de vinte dias, nos termos do art. 167. Portanto,
além dos sessenta dias, prorrogáveis uma única vez, há ainda mais vinte dias para que a autoridade
tome sua decisão, totalizando 140 dias para conclusão do processo disciplinar e imposição de
pena4.
4
RMS 23.436/DF.
a) Instrução
A instrução é a principal fase investigatória, destinada a apurar os fatos. É nesse momento que a
comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis,
objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a
permitir a completa elucidação dos fatos (art. 155).
Com efeito, o servidor tem o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou por intermédio
de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular
quesitos, quando se tratar de prova pericial (art. 156). Portanto, é faculdade do servidor decidir se
precisa de defesa técnica por advogado ou não, conforme assentado na STF:
Súmula Vinculante nº 5: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a
Constituição.
Durante a instrução, a comissão poderá ouvir testemunhas, seja por iniciativa própria, ou por
indicação do acusado ou até mesmo de terceiros. Entretanto, o depoimento deve ser prestado
oralmente e reduzido a termo (passado a escrito), não sendo lícito à testemunha trazê-lo por
escrito (art. 158).
A Lei determina que as testemunhas sejam intimadas a depor mediante mandado expedido pelo
presidente da comissão, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser anexada aos
autos. Caso a testemunha seja servidor público, a expedição do mandado será imediatamente
comunicada ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados para
inquirição.
Ademais, as testemunhas devem ser inquiridas separadamente, mas se existir contradição entre os
seus depoimentos, deverá ocorrer a acareação, isto é, as testemunhas com depoimentos
conflitantes deverão ser ouvidas novamente, postas frente a frente, buscando identificar qual
delas diz a verdade.
Após a conclusão da inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o interrogatório do
acusado, observados os mesmos procedimentos previstos para a inquirição das testemunhas (art.
159). No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido separadamente, e sempre que
divergirem em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre
eles (art. 159, §1º). Ademais, o procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem como
à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas. Porém,
faculta-se ao procurador reinquiri-las, mas somente por intermédio do presidente da comissão
(art. 159, §2º).
Até esse momento, o servidor era tratado apenas como acusado. Todavia, após todo o
procedimento de apuração, se a comissão entender que existem elementos para caracterizar a
infração disciplinar, será formulada a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele
imputados e das respectivas provas (art. 161).
A partir desse momento, o servidor será tratado como indiciado, momento em que será citado por
mandado expedido pelo presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de dez
dias, sendo assegurado a ele vista do processo na repartição (art. 161, §1º). Caso existam dois ou
mais indiciados, o prazo será comum e de vinte dias, sendo contado a partir da ciência do último
interessado. No caso de diligências consideradas indispensáveis, o prazo de defesa poderá ser
prorrogado pelo dobro.
Caso o indiciado se recuse em apor o ciente na cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da
data declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a assinatura
de duas testemunhas (art. 161, §4º).
Além disso, achando-se o indiciado em lugar desconhecido, a citação para apresentar defesa será
realizada por edital, publicado no Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação na
localidade do último domicílio conhecido do servidor. Nesse caso, o prazo para defesa será de
quinze dias a partir da última publicação do edital.
Com a citação do interessado, conclui-se a instrução e dá-se início a fase de defesa.
b) Defesa
A defesa é o momento em que o indiciado deverá contestar os fatos e as provas apresentadas pela
comissão. Conforme determina o art. 153 da Lei 8.112/1990, o inquérito administrativo obedecerá
ao princípio do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utilização dos meios e
recursos admitidos em direito.
Todavia, é possível que o indiciado, mesmo após ter sido regularmente citado, não apresente
defesa no prazo legal. Nessa situação, ele será considerado revel.
Entretanto, os efeitos da revelia no processo administrativo são diferentes dos efeitos do processo
civil. Neste último, vigora o princípio da verdade formal e, por conseguinte, todas as alegações de
fato aduzidas contra o indiciado seriam, em regra, consideradas verdadeiros. Portanto, no
processo civil, a revelia equivale a confissão do réu.
Por outro lado, no processo administrativo, em decorrência do princípio da verdade material, os
efeitos são totalmente diferentes. Nesse caso, a revelia não representa confissão, sendo que a
Administração continua com o ônus de provar o que alegou.
Por conseguinte, em caso de revelia, a autoridade instauradora do processo deverá designar um
servidor, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de
escolaridade igual ou superior ao do indiciado, para atuar como defensor dativo ou seja, esse
servidor designado deverá elaborar a defesa do indiciado. Logo, no processo administrativo, de
uma forma ou outra, sempre existirá defesa escrita, que poderá ser elaborada pessoalmente, por
procurador ou pelo defensor dativo, conforme o caso.
A subfase seguinte é a elaboração do relatório.
c) Relatório
A comissão deverá apreciar a defesa e elaborar um relatório minucioso, onde resumirá as peças
principais dos autos e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua convicção
(art. 165). Esse relatório deverá sempre ser conclusivo, ou seja, a comissão obrigatoriamente
deverá se manifestar sobre a inocência ou a responsabilidade do servidor (art. 165, §1º).
Caso a comissão reconheça a responsabilidade do servidor, deverá indicar o dispositivo legal ou
regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes (art. 165, §2º).
Após tudo isso, o processo disciplinar, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade
que determinou a sua instauração, para julgamento (art. 166).
Vale lembrar que o contraditório já foi oportunizado no momento da citação do indiciado.
Portanto, não há previsão na Lei 8.112/1990 para a intimação do indiciado para contestar o
relatório conclusivo da comissão. Nesse sentido, podemos ver o seguinte precedente do STF5:
2. A ausência de intimação do resultado do relatório final da comissão de processo administrativo
não caracteriza afronta ao contraditório e à ampla defesa quando o servidor se defendeu ao longo
de todo o processo administrativo. Precedentes. 3. O indeferimento motivado de pedido de prova
5
RMS 30.881/DF.
Portanto, a defesa do interessado deve ocorrer ao longo do processo administrativo, não sendo
obrigatória sua intimação para debater o relatório final da comissão julgadora.
2.2.4 Julgamento
A partir do recebimento do processo, a autoridade julgadora deverá proferir sua decisão no prazo
de vinte dias (art. 167). Contudo, trata-se de prazo impróprio, uma vez que o julgamento fora do
prazo legal não implica nulidade do processo (art. 169, §1º). Por conseguinte, o único efeito do
julgamento fora do prazo será a responsabilização da autoridade julgadora, caso o atraso dê causa
à prescrição (art. 169, §2º).
Em regra, é a autoridade instauradora do processo que efetuará o julgamento. Todavia, se a
penalidade resultante exceder à alçada da autoridade responsável por instaurar o processo, ele
deverá ser encaminhado à autoridade competente, que decidirá em igual prazo (art. 167, §1º).
Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o julgamento caberá à autoridade
competente para a imposição da pena mais grave (art. 167, §2º).
As competências para aplicação das penalidades disciplinares estão previstas no art. 141 da Lei
8.112/1990, da seguinte forma:
− Nos casos de advertência ou de Pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos
suspensão de até 30 (trinta) dias. respectivos regimentos ou regulamentos.
6
MS 25.518.
7
STF, MS 23.262/DF:
EMENTA Constitucional e Administrativo. Poder disciplinar. Prescrição. Anotação de fatos desabonadores nos assentamentos
funcionais. Declaração incidental de inconstitucionalidade do art. 170 da Lei nº 8.112/90. Violação do princípio da presunção de
inocência. Segurança concedida. 1. A instauração do processo disciplinar interrompe o curso do prazo prescricional da infração,
que volta a correr depois de ultrapassados 140 (cento e quarenta) dias sem que haja decisão definitiva. 2. O princípio da
presunção de inocência consiste em pressuposto negativo, o qual refuta a incidência dos efeitos próprios de ato sancionador,
administrativo ou judicial, antes do perfazimento ou da conclusão do processo respectivo, com vistas à apuração profunda dos
fatos levantados e à realização de juízo certo sobre a ocorrência e a autoria do ilícito imputado ao acusado. 3. É inconstitucional,
por afronta ao art. 5º, LVII, da CF/88, o art. 170 da Lei nº 8.112/90, o qual é compreendido como projeção da prática
administrativa fundada, em especial, na Formulação nº 36 do antigo DASP, que tinha como finalidade legitimar a utilização dos
apontamentos para desabonar a conduta do servidor, a título de maus antecedentes, sem a formação definitiva da culpa. 4.
Reconhecida a prescrição da pretensão punitiva, há impedimento absoluto de ato decisório condenatório ou de formação de
culpa definitiva por atos imputados ao investigado no período abrangido pelo PAD. 5. O status de inocência deixa de ser
presumido somente após decisão definitiva na seara administrativa, ou seja, não é possível que qualquer consequência
desabonadora da conduta do servidor decorra tão só da instauração de procedimento apuratório ou de decisão que reconheça a
incidência da prescrição antes de deliberação definitiva de culpabilidade. 6. Segurança concedida, com a declaração de
inconstitucionalidade incidental do art. 170 da Lei nº 8.112/1990.
O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar submetido ao rito sumário não
poderá exceder trinta dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão,
admitida a sua prorrogação por até quinze dias, quando as circunstâncias o exigirem.
A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato que a constituiu, termo de indiciação,
promovendo a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata,
para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita, sendo assegurado ao servidor vista do
processo na repartição.
A opção por um dos cargos, realizada pelo servidor, até o último dia de prazo para defesa,
configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá automaticamente em pedido de
exoneração do outro cargo.
Após ser apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à
responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a
licitude da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à
autoridade instauradora, para julgamento.
A autoridade julgadora deverá proferir a sua decisão no prazo de cinco dias, contados do
recebimento do processo.
Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, será aplicada a pena de demissão,
destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou
funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de
vinculação serão comunicados.
O art. 140 da Lei 8.112/1990 determina que a apuração de abandono de cargo ou inassiduidade
habitual também será realizada por meio de procedimento sumário, com as seguintes
particularidades:
a) a indicação da materialidade dar-se-á, na hipótese de abandono de cargo, pela indicação
precisa do período de ausência intencional do servidor ao serviço superior a trinta dias;
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao serviço sem causa
justificada, por período igual ou superior a sessenta dias interpoladamente, durante o
período de doze meses;
Após a apresentação da defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à
responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará o respectivo
dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono de cargo, sobre a intencionalidade da ausência
ao serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora para julgamento.
De acordo com a Lei no 8.112/1990, como medida cautelar e a fim de que o servidor não
venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do processo
disciplinar poderá determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60
dias, sem prejuízo da remuneração. Ocorrendo o término desses 60 dias,
a) deverá o servidor retornar ao serviço imediatamente, ainda que não concluído o processo.
b) o afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus
efeitos, ainda que não concluído o processo.
c) o afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos,
exceto se o processo não tiver sido concluído, hipótese em que poderá ser prorrogado pelo
prazo máximo de 180 dias.
d) deverá o servidor retornar ao serviço imediatamente, exceto se o processo não tiver sido
concluído, hipótese em que o afastamento poderá ser prorrogado pelo prazo máximo de
trinta dias.
e) o afastamento poderá ser prorrogado por mais 180 dias, findo o qual cessarão os seus
efeitos, ainda que não concluído o processo.
Comentário: a lei autoriza que o afastamento pode ser prorrogado por igual prazo, ou seja, por
mais 60 dias, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo (art. 147,
parágrafo único). Assim, não precisa retornar imediatamente após os primeiros 60 dias, pois pode
ocorrer a prorrogação. Ademais, passado o prazo com a prorrogação, mesmo que o processo não
tenha sido concluído, o servidor pode retornar.
Portanto, correta a alternativa B.
Gabarito: alternativa B.
Em relação à demissão, ela é aplicável nas hipóteses enumeradas no art. 132, que pode ser
aplicada independentemente de reincidência ou de configurar também crime. Ademais, é a
suspensão que pode ser convertida em multa, não existindo tal previsão em relação à demissão.
Gabarito: alternativa B.
O Ministro da Saúde entendeu por bem substituir seu Chefe de Gabinete, que é servidor
público de carreira da União, ocupante de cargo em comissão na Chefia de Gabinete do
referido ministério. Para tanto,
a) deverá, após processo administrativo com direito à ampla defesa, demiti-lo, desde que
fique comprovada a atuação insuficiente.
b) poderá, após processo administrativo com direito a ampla defesa, exonerá-lo, desde que
fique comprovada prática de ilícito administrativo apenável com demissão simples ou
agravada.
c) poderá exonerá-lo do cargo em comissão, sem a necessidade de prévio processo
administrativo, devendo, no entanto, obrigatoriamente motivar o ato.
d) poderá exonerá-lo do cargo em comissão, sem a necessidade de prévio processo
administrativo e independentemente de motivação.
e) poderá exonerá-lo do cargo efetivo, independentemente de prévio processo
administrativo, com o que o vínculo comissionado e a relação funcional se extinguem.
Comentário: a lei 8.112/90 dispõe que os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são
criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para
provimento em caráter efetivo ou em comissão (art. 3º, parágrafo único).
Dessa forma, os cargos públicos podem ser de provimento efetivo, quando dependerão de prévia
aprovação em concurso público, e de provimento em comissão, situação em que serão de livre
nomeação e exoneração pela autoridade competente.
O cargo ocupado pelo Chefe de Gabinete é um cargo em comissão, de forma que sua exoneração é
livre, independentemente de abertura prévia de processo administrativo, bem como de
motivação. Essa é uma situação excepcional em que os atos administrativos não precisam ser
motivados.
Gabarito: alternativa D.
c) IV.
d) III e IV.
e) II e III.
Comentário:
I. As testemunhas serão sempre ouvidas antes do interrogatório do acusado o Estatuto determina
que, após concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o interrogatório do
acusado (art. 159) CORRETA;
II. Se a testemunha trouxer seu depoimento por escrito, o presidente da comissão deverá aceitá-lo,
vez que supre a oitiva que seria realizada, devendo imediatamente ser anexado aos autos a
previsão legal quanto ao depoimento é de que este será prestado oralmente e reduzido a termo,
não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito (art. 158) ERRADA;
III. As testemunhas, em regra, serão ouvidas conjuntamente, em observância ao princípio da
celeridade processual a regra da lei é de que as testemunhas serão inquiridas separadamente
(art. 158, §1º) ERRADA;
IV. Caso exista contrariedade nos depoimentos das testemunhas, cabe ao presidente da comissão,
formar seu convencimento acerca de qual deles adotará como fundamento para decidir, não
comportando, nesse caso, o instituto da acareação, só aplicado para depoimentos contraditórios
de acusados na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem, proceder-se-á à
acareação entre os depoentes, conforme art. 158, §2º - ERRADA.
Assim, apenas a afirmativa I está correta.
Gabarito: alternativa A.
Comentário C
prevista no art. 139 como a falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias,
interpoladamente, durante o período de doze meses. Essa conduta é apenada coma demissão do
serviço público, conforme art. 132, III.
Quanto à pena de demissão, o prazo de prescrição é de 5 anos, contados da data em que os fatos
se tornaram conhecidos pela Administração.
Já a conduta de Joana configura uma proibição ao servidor, prevista no art. 117, IV do Estatuto,
que enseja a aplicação da penalidade de advertência, conforme art. 129. A advertência, por sua
vez, prescreve em 180 dias contados a partir da data em que os fatos se tornaram conhecidos pela
Administração
Com isso, nosso gabarito é a alternativa C.
Gabarito: alternativa C.
c) o prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, no curso
do qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências (art. 181, parágrafo único)
ERRADA;
d) a previsão legal é de que, no processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente (art. 175)
ERRADA;
e) há a previsão de trabalhos a serem realizados por comissão revisora, na forma do art. 180
ERRADA.
Gabarito: alternativa A.
Gabarito: alternativa B.
Portanto, a comissão, com base naquilo que já foi levantado pela comissão de sindicância, poderá
propor que o acusado seja submetido à análise de sua sanidade mental, por meio de exame por
junta médica oficial. Observa-se, ademais, que a comissão não determina a realização do exame,
mas sim propõe que ele seja realizado à autoridade competente. Logo, o gabarito é a letra C.
Vamos analisar o erro das demais opções:
a) não é a comissão que providencia a realização do exame, mas apenas propõe a sua realização.
á
administrativo, por junta médica oficial ERRADA;
b) a Lei 8.112/1990 assegura o direito ao contraditório a ampla defesa ao longo de todo o processo
N Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá
ao princípio do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utilização dos meios e
recurso á o direito de
acompanhar o processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, além de poder arrolar e
reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de
prova pericial. Por fim, o art. 161, § 1º, assegura, ao indiciado, vista do processo na repartição
competente. Dessa forma, mesmo durante a fase de instrução, o acusado possui direito de exercer
o contraditório e ampla defesa, o que inclui a possibilidade de acompanhar e ter vistas dos autos
do processo ERRADA;
d) os autos da sindicância, desde logo, integrarão o processo disciplinar, como peça informativa da
instrução (art. 154, caput). á á
da sanidade mental não é realizado por um perito judicial, mas sim por junta média oficial
ERRADA;
e) conforme previsto no art. 156, parágrafo único, o incidente de sanidade mental será processado
em auto apartado e apenso ao processo principal, após a expedição do laudo pericial ERRADA.
Gabarito: alternativa C.
Dessa maneira, a demissão de Ricardo pode ter sido feita pelo Presidente da República, pelos
Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da
República.
Já a destituição do cargo em comissão de Bernardo competiu à autoridade que houver feito a sua
nomeação.
Dessa maneira, nosso gabarito corresponde à letra A (pelo Presidente do Tribunal Regional Federal
da 3a Região e pela autoridade que nomeou Bernardo para o cargo em comissão,
respectivamente).
Gabarito: alternativa A.
Comentário: cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em
situações de emergência e transitórias, é uma das proibições previstas no Estatuto, mais
precisamente em seu art. 117, XVII.
Em continuação, podemos ver no art. 130 que a punição para quem comete essa proibição é a
suspensão, que será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de
violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não
podendo exceder de 90 dias.
Agora, podemos passar para a última parte da questão, àquela que diz respeito à prescrição.
Nessa linha, determina o art. 142 que a ação disciplinar prescreverá
▪ em 5 anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou
disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
▪ em 2 anos, quanto à suspensão;
▪ em 180 dias, quanto à advertência.
Assim, podemos ver que nosso gabarito é letra A.
Gabarito: alternativa A.
Tal infração poderá ensejar a aplicação da pena de demissão, nos termos do art. 132, XIII, do
Estatuto.
Ademais, os atos puníveis com demissão prescreverão no prazo de cinco anos, na forma do art.
L á á I - em 5 (cinco) anos, quanto às
infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de
Gabarito: alternativa B.
Gabriel, servidor público federal, exerceu seu direito de petição em defesa de interesse
legítimo. Em razão do indeferimento de seu requerimento, formulou pedido de
reconsideração à autoridade competente. Nos termos da Lei no 8.112/1990, o pedido de
reconsideração
a) interrompe a prescrição.
b) pode ser renovado uma única vez.
c) deve ser interposto no prazo de quinze dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo
interessado, da decisão que pretende ver reconsiderada.
d) deve ser decidido dentro do prazo máximo de noventa dias.
e) caso indeferido, não admite recurso.
Comentário: o direito de petição dos servidores exerce-se mediante requerimento, pedido de
reconsideração e recurso.
O pedido de reconsideração é adotado quando o servidor solicita que a autoridade que houver
expedido o ato ou proferido a primeira decisão avalie novamente o caso, sendo que ele não
poderá ser renovado E
ocê sair à noite.
Uma das características do pedido de reconsideração é que ele, assim como o recurso, quando
L
gabarito é a opção A.
Vejamos as demais alternativas:
b) o pedido de reconsideração não pode ser renovado (art. 106) ERRADA;
c) consoante o art. 108, o prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de
30 dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida ERRADA;
d) o requerimento e o pedido de reconsideração deverão ser despachados no prazo de 5 dias e
decididos dentro de 30 dias (art. 106, parágrafo único) ERRADA;
e) o recurso é justamente o instrumento adotado quando for indeferido o pedido de
reconsideração ou contra as decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos (art. 107)
ERRADA.
Gabarito: alternativa A.
c) a nulidade poderá ser declarada pela autoridade que determinou a instauração ou outra de
hierarquia superior ERRADA;
e) conforme já visto, em caso de vício insanável, total ou parcial, deverá a autoridade determinar a
constituição de outra comissão para instauração de novo processo ERRADA.
Gabarito: alternativa D.
demissão (e correlatas), mas a questão está sendo julgada conforme previsto na Lei 8.112/1990
CORRETA;
c) as instâncias civil e administrativa são independentes e cumulativas entre si. Dessa forma, ainda
que a infração também possa ser enquadrada como ato de improbidade, nada impede que o
servidor seja processado, no âmbito administrativo, pela infração disciplinar. No caso, o processo
administrativo serviu para impor a sanção disciplinar, enquanto a sanção pela improbidade seria
apurada em outro processo, que deveria tramitar no âmbito judicial. Ambas, são independentes e
cumuláveis ERRADA;
d) para aplicar a sanção de improbidade, é indispensável a comprovação do elemento subjetivo: (i)
dolo, quando se tratar de ato que importa enriquecimento ilícito ou que atenta contra os
princípios; (ii) dolo ou culpa, quando causar prejuízo ao erário. Além disso, a comprovação de dano
ao patrimônio público é dispensável, salvo quanto à pena de ressarcimento (Lei 8.429/1992, art.
21, II) ERRADA;
e) a pena administrativa de cassação de aposentadoria, de fato, é aplicada no âmbito
administrativo. Contudo, isso não impede a revisão judicial para verificar se questões de legalidade
foram observadas, como a concessão do contraditório e ampla defesa e o efetivo enquadramento
da conduta nas hipóteses de aplicação dessa pena ERRADA.
Gabarito: alternativa B.
Assim, as condutas mencionadas nos itens I e II da questão são passíveis da aplicação da pena de
advertência. Por outro lado, a conduta prevista no item III ensejará a aplicação da pena de
demissão, nos termos do art. IX L Art. 132. A demissão será aplicada nos
IX revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo
Portanto, somente os itens I e II estão corretos.
Gabarito: alternativa B.
c) terá seu débito inscrito imediatamente na dívida ativa por expressa previsão legal, em
razão da extinção de seu vínculo com Administração pública.
d) terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito, sendo que a não quitação do débito
dentro desse prazo implicará sua inscrição em dívida ativa.
e) será notificado para pagamento ou parcelamento do débito dentro do prazo de trinta dias
da efetivação de sua exoneração, sob pena de inscrição na dívida ativa após cento e vinte
dias.
Comentário: consoante o art. 47 da Lei 8.112/1990, o servidor em débito com o erário, que for
demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de
sessenta dias para quitar o débito, sendo que a não quitação do débito no prazo previsto implicará
sua inscrição em dívida ativa.
Gabarito: alternativa D.
Neste casos, de acordo com a Lei no 8.112/90, considerando as condutas praticadas, bem
como que ambas são servidoras primárias, sem processo administrativo disciplinar anterior,
Rovanilda e Renata estão sujeitas às penas de
a) suspensão de até sessenta dias.
b) advertência e suspensão, respectivamente.
c) suspensão de até trinta dias.
d) advertência e demissão, respectivamente.
e) demissão.
Comentário: a conduta de Rovanilda enquadra-se na vedação do art. 117, VIII, do Estatuto:
manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou
parente até o segundo grau civil
Já a conduta de Renata enquadra-se na vedação do art. 117, XIII aceitar comissão, emprego ou
pensão de estado estrangeiro
Ademais, a advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição constante do
art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto em lei,
regulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave (art.
129). Portanto, a conduta de Rovanilda se sujeita à pena de advertência.
Por outro lado, a pena de demissão será aplicada, entre outros casos, quando houver violação das
proibições dos incisos IX a XVI do art. 117. Logo, por sua conduta, Renata está sujeita à pena de
demissão.
Portanto, teremos as penas de advertência e demissão, respectivamente.
Gabarito: alternativa D.
Comentário: devemos notar que o servidor é primário, ou seja, é a primeira irregularidade que ele
comete. Ademais, retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento
ou objeto da repartição, é uma vedação punível com advertência (art. 117, II, c/c art. 129).
Nesse caso, o registro da penalidade será cancelado após o decurso de três anos de efetivo
exercício, desde que o servidor não tenha, nesse período, praticado nova infração disciplinar (art.
131), mas o cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos (art. 131, parágrafo único).
Gabarito: alternativa C.
Com efeito, um servidor poderá responder, por um mesmo ato, com base na Lei 8.112/1990
(responsabilidade administrativa) e com base na Lei 8.429/1992 (responsabilidade civil ou por
improbidade administrativa). No caso, as duas instâncias serão independentes e cumulativas entre
si. O servidor poderá, por exemplo, sofrer a pena de demissão (no âmbito administrativo) e de
multa civil (no processo de improbidade).
Com isso, o gabarito é a letra D, pois as esferas serão apuradas de forma independente, podendo o
servidor sofrer as sanções de forma cumulativa.
Vejamos as demais alternativas:
a) as sanções de uma não absorvem as sanções da outra, pois elas poderão ser aplicadas de forma
cumulativa ERRADA;
b) conforme já vimos, a apuração é independente, de tal forma que a sanção aplicada em uma
esfera não influenciará, em regra, a outra ERRADA;
c) a questão está afirmando que, no que se refere aos aspectos funcionais das condutas ímprobas,
haverá absorção pelas infrações tipificadas (previstas) na Lei 8.112/1990. Isso não é verdade, pois
o servidor poderá responder, de forma separada, tanto pela Lei 8.112/1990 como pela Lei
8.429/1992. Inclusive existem sanções de improbidade que terão repercussão na esfera
administrativa, como a pena de perda da função pública. Por fim, não existe imposição de sanção
criminal no processo de improbidade ERRADA;
e) o mesmo que vimos acima se aplica à esfera penal (criminal). Esse tipo de sanção será aplicado
de forma independente e cumulativa com as demais, sendo que a sanção penal não absorve as
outras ERRADA.
Gabarito: alternativa D.
@profherbertalmeida
/profherbertalmeida
/profherbertalmeida
b) deverá aplicar a pena de cassação de aposentadoria, mas, ato contínuo, cancelar seu
registro, com efeitos retroativos à data da passagem para inatividade.
c) deverá declarar a extinção da punibilidade do servidor, em razão de sua precedente
aposentadoria, exarando sentença absolutória imprópria.
d) deverá, em decisão motivada, aplicar ao servidor faltoso a pena de cassação de
aposentadoria, na hipótese de considerar que não estão presentes os requisitos
autorizadores de sua mitigação.
e) poderá escolher livremente entre aplicar as penas de advertência, suspensão em mitigação
à penalidade de demissão ou de cassação de aposentadoria, justamente em razão da
precedente passagem do servidor para inatividade.
2. (FCC Técnico Judiciário Tecnologia da Informação/TRT 2ª Região (SP)/2018)
De acordo com a Lei no 8.112/1990, como medida cautelar e a fim de que o servidor não
venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do processo
disciplinar poderá determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60
dias, sem prejuízo da remuneração. Ocorrendo o término desses 60 dias,
a) deverá o servidor retornar ao serviço imediatamente, ainda que não concluído o processo.
b) o afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus
efeitos, ainda que não concluído o processo.
c) o afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos,
exceto se o processo não tiver sido concluído, hipótese em que poderá ser prorrogado pelo
prazo máximo de 180 dias.
d) deverá o servidor retornar ao serviço imediatamente, exceto se o processo não tiver sido
concluído, hipótese em que o afastamento poderá ser prorrogado pelo prazo máximo de
trinta dias.
e) o afastamento poderá ser prorrogado por mais 180 dias, findo o qual cessarão os seus
efeitos, ainda que não concluído o processo.
3. (FCC TJAA/TRT 6ª Região (PE)/2018)
A aplicação de penalidades disciplinares aos servidores deve guardar relação
a) direta com o que está expressamente previsto na lei, podendo, no entanto, a autoridade
deixar de aplicá-la no caso do servidor não ter praticado nenhuma infração anteriormente.
b) não só com a natureza e a gravidade da infração cometida, mas também com os danos que
ela causar ao serviço público.
c) com a gravidade do ato, a exemplo da penalidade de demissão, que somente pode ser
aplicada em caso de reincidência.
d) com a natureza do ato, a exemplo da demissão, que só pode ser aplicada em caso de
infração disciplinar que também configure crime.
e) com os danos causados, a exemplo da penalidade de demissão, que poderá ser convertida
em multa, no caso da infração cometida, embora grave, não ter surtido prejuízos ao erário.
II. Se a testemunha trouxer seu depoimento por escrito, o presidente da comissão deverá
aceitá-lo, vez que supre a oitiva que seria realizada, devendo imediatamente ser anexado aos
autos.
III. As testemunhas, em regra, serão ouvidas conjuntamente, em observância ao princípio da
celeridade processual.
IV. Caso exista contrariedade nos depoimentos das testemunhas, cabe ao presidente da
comissão, formar seu convencimento acerca de qual deles adotará como fundamento para
decidir, não comportando, nesse caso, o instituto da acareação, só aplicado para
depoimentos contraditórios de acusados.
Nos termos da Lei n° 8.112/1990, está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) I e II.
c) IV.
d) III e IV.
e) II e III.
9. (FCC TJAA/TRT 24ª Região (MS)/2017)
Claudia e Joana são servidoras públicas federais, tendo praticado faltas disciplinares no
exercício de suas atribuições. Claudia faltou ao serviço, sem causa justificada, por sessenta
dias, interpoladamente, durante o período de doze meses. Joana, de histórico exemplar vez
que nunca sofrera qualquer penalidade administrativa, opôs resistência injustificada à
execução de determinado serviço. Cumpre salientar que ambas as servidoras ainda não
foram processadas administrativamente embora a Administração já tenha conhecimento dos
fatos praticados. Nos termos da Lei no 8.112/1990, as ações disciplinares relativas às
infrações praticadas pelas servidoras prescreverão em
a) 5 anos e 2 anos, respectivamente, contados tais prazos a partir da data em que os fatos se
tornaram conhecidos pela Administração.
b) 2 anos e 180 dias, respectivamente, contados tais prazos a partir da data em que os fatos
se tornaram conhecidos pela Administração.
c) 5 anos e 180 dias, respectivamente, contados tais prazos a partir da data em que os fatos
se tornaram conhecidos pela Administração.
d) 2 anos, contado tal prazo da data em que praticadas as condutas.
e) 5 anos, contado tal prazo da data em que praticadas as condutas.
10. (FCC AJAA/TRT 24ª Região (MS)/2017)
Caroline, servidora pública federal, sofreu penalidade de demissão após a conclusão de
processo disciplinar. No entanto, pretende a revisão da decisão proferida, haja vista a
existência de fatos novos, supervenientes ao julgamento e que comprovam a inadequação da
penalidade aplicada. Para tanto, Caroline pleiteou a revisão do processo disciplinar. Nos
termos da Lei nº 8.112/1990, o processo revisional
competência para sua imposição, tal como prevista na Lei no 8.112/1990, do que é exemplo a
penalidade de
a) suspensão superior a 30 dias, cuja competência para aplicação é privativa da autoridade
máxima do ente ao qual esteja vinculado o servidor, qual seja, por exemplo, o Presidente do
Tribunal Federal em questão.
b) suspensão, seja qual for o prazo, em razão da gravidade, privativa da autoridade de
hierarquia imediatamente inferior à autoridade máxima do ente ao qual esteja vinculado o
servidor, ou seja, por exemplo, Ministro de Estado.
c) demissão, privativa da autoridade máxima do órgão do ente ao qual esteja vinculado o
servidor, ou seja, por exemplo, Ministro de Estado ou Presidente de Tribunal Federal.
d) cassação de aposentadoria, a ser aplicada pela autoridade máxima do ente ao qual esteja
vinculado o servidor, como, por exemplo, o Presidente da República.
e) cassação de aposentadoria ou suspensão por prazo superior a 30 dias, cuja aplicação é
competência privativa da autoridade máxima do ente ao qual esteja vinculado o servidor, ou
seja, por exemplo, Ministro de Estado ou Presidente de Tribunal Federal.
16. (FCC AJ/TRF 3/2016)
Ricardo, servidor público do Tribunal Regional Federal da 3a Região, foi condenado
administrativamente à penalidade de demissão. Já seu colega Bernardo, também servidor
público do Tribunal Regional Federal da 3a Região e ocupante de cargo em comissão, foi
condenado administrativamente à penalidade de destituição do cargo em comissão. Nos
termos da Lei no 8.112/1990, as mencionadas penalidades disciplinares foram aplicadas
a) pelo Presidente do Tribunal Regional Federal da 3a Região e pela autoridade que nomeou
Bernardo para o cargo em comissão, respectivamente.
b) pelo Presidente do Tribunal Regional Federal da 3a Região em ambos os casos, não
importando, na segunda hipótese, qual autoridade nomeou Bernardo para o cargo em
comissão.
c) pela autoridade administrativa de hierarquia imediatamente inferior à do Presidente do
Tribunal Regional Federal da 3a Região em ambos os casos, não importando, na segunda
hipótese, qual autoridade nomeou Bernardo para o cargo em comissão.
d) pela autoridade administrativa de hierarquia imediatamente inferior à do Presidente do
Tribunal Regional Federal da 3a Região e pela autoridade que nomeou Bernardo para o cargo
em comissão, respectivamente.
e) pela autoridade administrativa de hierarquia imediatamente inferior à do Presidente do
Tribunal Regional Federal da 3a Região e pelo Presidente do Tribunal Regional Federal da 3a
Região, respectivamente.
17. (FCC AJ/TRF 3/2016)
O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de servidores estáveis,
designados pela autoridade competente. A propósito do tema, considere:
I. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de cinco servidores estáveis.
II. A comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente, não podendo a
indicação recair em um de seus membros.
III. Poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, parente do acusado, em
linha colateral, de terceiro grau.
IV. As audiências das comissões terão caráter reservado.
e) Maria não é parte legítima para pleitear o cancelamento, vez que tal atribuição deve ser
efetivada pela própria Administração pública, ex officio.
25. (FCC AJ/TRT 23/2016)
No curso de processo administrativo disciplinar movido contra João, servidor público do
Tribunal Regional do Trabalho da 23a Região, foi constatada a ocorrência de vício insanável.
Em razão disso, a autoridade que determinou a instauração do processo declarou sua
nulidade total. A propósito dos fatos e nos termos da Lei no 8.112/1990, a
a) autoridade que declarou a nulidade deverá, por meio de decisão autônoma, intimar a
mesma comissão já formada para o anterior processo administrativo para que seja instaurado
novo processo.
b) nulidade, em razão de vício insanável, nunca é total, mas sempre parcial, sendo
aproveitados os atos já praticados em prol do princípio da economia processual.
c) nulidade não pode ser declarada pela autoridade que determinou a instauração do
processo, devendo ser declarada por autoridade de hierarquia superior.
d) autoridade que declarou a nulidade ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra
comissão para instauração de novo processo.
e) nulidade, ainda que total, não exige a abertura de novo processo administrativo, devendo
ser aproveitado o mesmo processo, desde que devidamente sanado o vício.
26. (FCC Procurador/Prefeitura de Campinas-SP/2016 adaptada)
Jefferson era servidor público de determinado órgão do Poder Executivo federal e se
aposentou a pedido. Após a aposentadoria, foi instaurado processo administrativo disciplinar
contra Jefferson, pois foi identificado que nos três anos anteriores vinha cometendo falta
disciplinar, pois cobrava de particulares valores, em espécie, para fornecimento de
documentos e certidões a que teriam direito gratuitamente, na forma de dispositivo expresso
de lei. O processo disciplinar correu e foi reconhecida a infração de Jefferson, o que culminou
com a aplicação da penalidade de cassação de aposentadoria. Nesse caso, em relação à
penalidade e ao processo administrativo disciplinar que tramitou,
a) há vício de legalidade pois a infração cometida somente poderia ter sido apurada
anteriormente à concessão da aposentadoria, pois é apenada com demissão.
b) a penalidade de cassação de aposentadoria deve ter sido aplicada pelo Presidente da
República, sob pena de ser possível ao servidor pleitear a anulação do processo.
c) o processo disciplinar para aplicação de penalidade dessa natureza é inadequado, pois
visava à apuração de conduta tipificada como ato de improbidade.
d) caracteriza-se, também, como ato de improbidade, o que permite a aplicação da
penalidade independentemente da demonstração de culpa ou prejuízo ao erário.
e) a revisão judicial é descabida, tendo em vista que a cassação de aposentadoria é
prerrogativa exclusiva da esfera administrativa e competência privativa do chefe do
executivo.
27. (FCC TJ/TRE RR/2015)
Luciomar, servidor público federal, após regular processo administrativo disciplinar, foi
exonerado. Considerando que ele possuía débito com o erário, de acordo com a Lei no
8.112/90, Luciomar
a) será notificado para pagamento ou parcelamento do débito dentro do prazo de quinze dias
da efetivação de sua exoneração, sob pena de inscrição na dívida ativa após noventa dias.
b) terá o prazo de noventa dias para quitar o débito, sendo que a não quitação do débito
dentro desse prazo implicará sua inscrição em dívida ativa.
c) terá seu débito inscrito imediatamente na dívida ativa por expressa previsão legal, em
razão da extinção de seu vínculo com Administração pública.
d) terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito, sendo que a não quitação do débito
dentro desse prazo implicará sua inscrição em dívida ativa.
e) será notificado para pagamento ou parcelamento do débito dentro do prazo de trinta dias
da efetivação de sua exoneração, sob pena de inscrição na dívida ativa após cento e vinte
dias.
31. (FCC - Analista/CNMP/2015)
Considere as seguintes situações:
I. Rovanilda, servidora pública federal, mantinha sob sua chefia imediata, em função de
confiança, seu irmão, Rivaildo.
II. Renata, servidora pública federal, aceitou comissão de estado estrangeiro.
Neste casos, de acordo com a Lei no 8.112/90, considerando as condutas praticadas, bem
como que ambas são servidoras primárias, sem processo administrativo disciplinar anterior,
Rovanilda e Renata estão sujeitas às penas de
a) suspensão de até sessenta dias.
b) advertência e suspensão, respectivamente.
c) suspensão de até trinta dias.
d) advertência e demissão, respectivamente.
e) demissão.
32. (FCC Técnico/CNMP/2015)
Mariazilda, servidora pública federal, recusou fé a documento público e, após regular
processo administrativo, foi condenada a pena de advertência. Dois meses após o trânsito em
julgado dessa condenação, Mariazilda promoveu manifestação de desapreço no recinto da
repartição. Neste caso, de acordo com a Lei no 8.112/90, Mariazilda está sujeita à pena de
a) suspensão de até 180 dias.
b) demissão.
c) suspensão de até 90 dias.
5 GABARITO
6. D 16. A 26. B
7. E 17. B 27. E
8. A 18. B 28. B
9. C 19. A 29. D
6 REFERÊNCIAS
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de Janeiro: Método,
2011.
ARAGÃO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012.
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo: Malheiros, 2014.
BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2013.