Apostila - Viabilidade Econômica de Projetos em Saneamento

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Viabilidade Econômica de Projetos de

Eficiência de Energia e Água


Á no Setor
de Saneamento Básico

Instrutor:
Heber Pimentel Gomes

LENHS – Laboratório de Energia Hidráulica em Saneamento UFPB – Universidade Federal da Paraíba


• OBJETIVO:

• Verificar a viabilidade econômica


ô de projetos
que visam a redução das perdas de energia e
água em estações elevatórias de água e esgoto
e em redes de abastecimento de água.

• JUSTIFICATIVA:

• Necessidade da avaliação da viabilidade


econômica
ô i de d projetos
j de
d eficiência
fi iê i nos gastos
de energia e água em sistemas de
abastecimento e elevatórias de água e esgoto
esgoto.
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA
VIABILIDADE ECONÔMICA:
ECONÔMICA
• VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)

• VALOR ANUAL LÍQUIDO (VAL)

• RELAÇÃO BENEFÍCIO/CUSTO (B/C)

• TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)

• TEMPO DE RETORNO DO CAPITAL (TRC)


(Período de Payback)
FLUXO DE CAIXA

Figura 1 - Diagrama de Fluxo de Caixa


DIAGRAMA DE FLUXO DE CAIXA

• Um fluxo de caixa é uma maneira simplificada de se


representar, graficamente, receitas e as despesas de
um projeto ao longo
l do
d tempo.

• A
As receitas
e eit (benefí
(benefícios
io do projeto)
p ojeto) são
ão representadas
ep e ent d
por setas (vetores) orientadas para cima e as despesas
((investimentos e custos de operação
p ç e manutenção ç do
projeto) são representadas por vetores orientados para
baixo.

• Convencionalmente, o investimento (inicial) incide no


instante zero,
zero enquanto que as receitas e os gastos
ocorrem nos finais dos períodos considerados.
EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS
• Um determinado montante (C’) a incidir no final do
período (n’) será equivalente a um valor presente (C
presente),
p ), a incidir no instante zero,, sujeito
j a uma taxa
de juros (i), através da equação:

(Eq. 1)

• Um valor de R$ 1.000,00 a incidir no final do 5º mês,


sujeito a uma taxa de juros mensal de 2%
2%, será
equivalente, no instante presente a:
• 1000/(1
1000/(1,02)
02)5 = R$ 905,73
905 73
VALOR PRESENTE LÍQUIDO
• Este método é, geralmente, aplicado quando se deseja
comparar várias alternativas de projeto mutuamente
excludentes.

• Todos os benefícios e custos envolvidos no projeto, ao


longo de seu alcance, são transformados em valores
presentes (instante zero)
zero).

ç dos benefícios,, a
• Dentro do critério de maximização
alternativa que oferecer o maior VALOR PRESENTE
LÍQUIDO (benefícios menos os custos envolvidos) será a
mais atrativa.

• Quando as alternativas de projetam possuem os mesmos


benefícios aquela que proporcionar o menor VALOR
benefícios,
PRESENTE LÍQUIDO dos custos envolvidos será a mais
atrativa.
VPL = Benefícios (valor presente) –
Investimentos – Custos (valor presente)

VPL = B x FVP (i,n) – I – C x FVP (i,n)


( 2)
(eq.2)

• B = Benefício uniforme (anual ou mensal)


• C = Custo uniforme (anual ou mensal)
• FVP = Fator de valor presente

(eq. 3)

• i = taxa de juros compostos (anual ou mensal)


• n = período de tempo (anual ou mensal)
• Quando se considera o aumento do custo
da energia ou da água, segundo uma taxa
e , ao longo do alcance do projeto,
“e” projeto o
Fator de Valor Presente passa a ser:

(eq 4)
(eq.

• A equação 4 não é aplicada para e = i


• Considerando BB’jj os benefícios líquidos
(benefícios menos custos) ao longo de “n”
períodos de tempo,
p p , o VPL pode,
p , também,, ser
dado pela equação:
n
B' j
VPL = ∑ (1 + i)
j =1
j
(eq. 5)

• Avaliação
ç do VPL ((exclusivamente financeira))
• VPL > 0 → financeiramente atrativo (selecionar
a alternativa de maior VPL)
• VPL < 0 → financeiramente não atrativo
• VPL = 0 → indiferente
VALOR ANUAL LÍQUIDO
• Da mesma forma que o VPL o método do Valor Anual
Líquido é indicado para comparar alternativas de
projeto
p j mutuamente excludentes.

• Todos os benefícios e custos envolvidos no projeto, ao


longo de seu alcance, são
ã distribuídos
í em valores
uniformes anuais.

• Dentro do critério de maximização dos benefícios, a


alternativa q
que oferecer o maior VAL (benefícios
( menos
os custos envolvidos) será a mais atrativa.

• O método do VAL é menos aplicado do que o VPL.


VAL = Buniforme – Cuniforme – I x FRC (i,n)
(eq 6)
(eq.

• FRC = Fator de recuperação de capital, também


chamado fator de amortização
amortização.

(eq. 7)

FRC=1/FVP
• Quando se considera o aumento do custo da energia ou
da água, segundo uma taxa “e”, ao longo do alcance do
projeto, o custo da energia ou água (estimado
i i i l
inicialmente)
t )ddeverá
á ser multiplicado
lti li d pelo
l Fator
F t de
d
Equivalência Anual (FEA), dado por:

(eq. 8)

• A equação
q ç 8 não é aplicada
p para
p e=i
• VAL > 0 → financeiramente atrativo
(selecionar a alternativa de maior VPL)
• VAL < 0 → financeiramente
fi i não
ã atrativo
i
• VAL = 0 → indiferente (financeiramente)
RELAÇÃO BENEFÍCIO/CUSTO
• Relação entre os todos os benefícios e custos
envolvidos no projeto, contabilizados numa mesma
referência de tempo
p (valores
( presentes
p ou anuidades).
)

• B/C > 1 → financeiramente atrativo (selecionar a


alternativa de maior B/C)
• B/C < 1 → financeiramente não atrativo
• B/C = 1 → indiferente (financeiramente)

• A viabilidade econômica pode ser avaliada, também,


pela relação entre todos os custos e benefícios
(Relação C/B), contabilizados numa mesma referência
de tempo.
TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)

• A taxa interna de retorno é a taxa de juros que zera o


Valor Presente Líquido (VPL), ou anual (VAL), do
empreendimento.
p É a taxa de desconto que
q iguala
g o
valor presente das receitas (benefícios) aos valores
presentes dos custo de investimento e operação do
projeto.
projeto
• É um método amplamente recomendável para analisar
a viabilidade econômica de um p projeto
j isolado (por
(p si
mesmo), sem comparação com alternativas
excludentes.
• TIR > i (taxa
(t de
d juros
j do
d mercado
d ou de
d
referência) → financeiramente atrativo
• TIR = i → indiferente
• TIR < i → não atrativo
• A forma p prática de se determinar a TIR de um
determinado projeto consiste em calcular
valores de VPL para taxas crescentes de juros
“i” (através
é de uma planilha eletrônica)
ô e
verificar qual o valor desta taxa que zera o
Valor Presente Líquido do projeto.
projeto

• Uma maneira de d se avaliar


l a viabilidade
b l d d através
é
da TIR é compará-la com a Taxa Mínima de
Atratividade (TMA).
(TMA) A TMA é a expectativa
mínima de lucratividade em termos de taxa de
juros que se espera de um investimento
juros, investimento. Na
prática a TMA pode ser considerada como a
taxa
a a de
d juros
ju os equivalente
qu a à maior
a o rentabilidade
ab dad
das aplicações correntes de pouco risco.
TEMPO DE RETORNO DO CAPITAL
(P b k)
(Payback)

1. Tempo de retorno não descontado


2. Tempo de retorno descontado

O Tempo de Retorno Não Descontado - TR é o


período de tempo (meses ou anos) necessário para o
retorno do investimento inicial,
inicial sem se levar em
conta as taxas de juros e de aumento da energia e
água esperadas durante a análise do projeto. O valor
de TRC indica quanto tempo é necessário
á para que os
benefícios se igualem ao custo de investimento.
Tempo de Retorno não Descontado

• É determinado,
d i d simplesmente,
i l pela
l
p ç ((I)) do
divisão do custo de implantação
empreendimento pelo benefício líquido
periódico esperado - BL (mensal ou
anual).

TR = I/BL
/ ((eq.
q 9))
O Tempo de Retorno Descontado
• O Tempo de Retorno Descontado é o número de
períodos que zera o Valor Presente Líquido, ou anual,
do p
projeto,
j , levando-se em conta a taxa de jjuros e de
aumento da energia e de água.
• A forma prática de se determinar o Tempo de Retorno
Descontado de um determinado projeto consiste em
calcular valores de VPL para valores crescentes do
número de p períodos “n” (através
( de uma planilha
p
eletrônica) e verificar qual o valor de “n” que zera o
Valor Presente Líquido do projeto.
• A análise do Tempo de Retorno do Capital está
diretamente relacionada, também, com a duração da
vida útil do projeto.
p j
Considerações sobre os Métodos de
A li ã Econômica
Avaliação E ô i Apresentados:
A t d
• Os métodos apresentados diferem entre si pela forma
como os indicadores de viabilidade são indicados ou
interpretados.
p

• No entanto, se um determinado projeto ou


empreendimento é viável,
á através
é de um determinado
método, ele o será perante os demais métodos.

• É conveniente avaliar a viabilidade econômica de um


determinado p
projeto
j através da análise simultânea dos
métodos: VPL, Relação B/C, TIR e TRC descontado.
RISCO E INCERTEZAS
• Quanto mais incerteza houver em um determinado
projeto maiores serão os riscos.

• Considere o projeto de uma termoelétrica para operar


com gás natural, e que o preço deste combustível
esteja atrelado ao dólar.
ó Quanto maior a incerteza com
relação ao comportamento da taxa de câmbio, maior o
risco do projeto.

• No caso de p
projetos
j de eficiência energética
g o risco de
aumento da energia conta favoravelmente.
ESTUDO DE CASO 1
• Pretende
Pretende-sese investir em equipamentos para
melhorar a eficiência energética de uma
estação
ç elevatória de um sistema de
abastecimento de água. O custo de
investimento dos equipamentos está orçado em
$ 900.000,00.
900 000 00 Com estes equipamentos haverá
uma redução de 20% no consumo de energia
elétrica,, p
proporcionando
p uma economia anual
de $ 150.000,00 (estimada para o custo da
energia do primeiro ano do projeto). A vida útil
dos equipamentos é de 15 anos.
anos Haverá um
custo de manutenção dos equipamentos de $
15.000,00
, p por ano.
• Verificar
V ifi a viabilidade
i bilid d econômica
ô i deste
d t
empreendimento, considerando uma
t
taxa d
de jjuros anuall de
d 15% e de
d
aumento da energia de 9% a.a.

• Fazer uma análise de sensibilidade para


diferentes taxas de juros e de aumento
da energia elétrica
elétrica.

• Comentar sobre
C b os benefícios
b fí i indiretos
i di
decorrentes da redução do consumo da
energia elétrica.
é
5
R$ 1,5 x 10

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4
R$ 1,5 x 10

5
R$
$ 9,0 x 10

Figura 2 – Fluxo de Caixa dos custos e benefícios do


estudo de caso 1
I) VERIFICAÇÃO DA VIABILIDADE

• Nas planilhas 1,
1 2 e 3 estão os cálculos necessários
para a obtenção dos indicadores de viabilidade
econômica

• a) Método do Valor Presente Líquido

VPL = B x FVP (i,e,n) – I – C x FVP (i,n)

• VPL = (150.000,00 x 9,206) – 900.000,00 –


- (15.000,00 x 5,848)

• VPL = 1.380.900,00 – 900.000,00 – 87.720,00

• VPL = R$ 393.180,00
Invest. Benefício Custo
((R$)
$) anual anual "i" e n FVP FVP VPL FE FRC VAL B/C
(R$) (R$) (%) (%) (i,e,n) (i,n) ($R) (i,e,n) (i,n) (R$)
9,E+05 1,5E+05 1,5E+04 2 9 15 24,377 12,849 2.563.871,31 1,897 0,078 199.534,50 3,35
9,E+05 1,5E+05 1,5E+04 4 9 15 20,451 11,118 2.000.847,82 1,839 0,090 179.958,45 2,88
9,E+05 1,5E+05 1,5E+04 6 9 15 17,329 9,712 1.553.719,59 1,784 0,103 159.975,26 2,49
9,E+05 1,5E+05 1,5E+04 8 9 15 14,826 8,559 1.195.543,53 1,732 0,117 139.674,81 2,16
9,E+05 1,5E+05 1,5E+04 10 9 15 12,802 7,606 906.188,70 1,683 0,131 119.140,05 1,89
9,E+05 1,5E+05 1,5E+04 12 9 15 11,151 6,811 670.497,40 1,637 0,147 98.445,27 1,67
9,E+05 1,5E+05 1,5E+04 14 9 15 9,794 6,142 476.970,54 1,595 0,163 77.655,08 1,48
9,E+05 1,5E+05 1,5E+04 15 9 15 9,206 5,847 393.186,93 1,574 0,171 67.241,67 1,40
9,E+05 1,5E+05 1,5E+04 16 9 15 8,670 5,575 316.820,47 1,555 0,179 56.824,13 1,32
9,E+05 1,5E+05 1,5E+04 18 9 15 7,731 5,092 183.283,49 1,518 0,196 35.997,39 1,19
9,E+05 1,5E+05 1,5E+04 20 9 15 6,942 4,675 71.117,40 1,485 0,214 15.210,74 1,07
9,E+05 1,5E+05 1,5E+04 21 9 15 6,594 4,489 21.733,15 1,469 0,223 4.841,42 1,02
9,E+05 1,5E+05 1,5E+04 21,47 9 15 6,441 4,406 1,81 1,462 0,227 0,41 1,00
9,E+05 1,5E+05 1,5E+04 22 9 15 6,273 4,315 -23.768,47 1,454 0,232 -5.508,06 0,98
9,E+05 1,5E+05 1,5E+04 24 9 15 5,703 4,001 -104.587,42 1,425 0,250 -26.138,40 0,89
9,E+05 1,5E+05 1,5E+04 26 9 15 5,213 3,726 -173.879,92 1,399 0,268 -46.665,71 0,82

Planilha 1 – Cálculo de Indicadores de Viabilidade


Econômica
• b) Método do Valor Anual Líquido

• VAL = Benefício
í uniforme – Custo uniforme – I
x FRC

• VAL = B x FEA (i,e,n) – C – I x FRC (i,n)

• VAL = (150.000,00 x 1,574) – 15.000,00 –


- (900.000,00
(900 000 00 x 0,171)
0 171)

• VAL = 236
236.100,00
100 00 – 15.000,00
15 000 00 – 153.900,00
153 900 00

• VAL = $ 67.200,00
67 200 00
Fi
Figura 3 - fluxo
fl d caixa
de i da
d série
é i de
d custos
t e
benefícios uniformes
• c) Relação Benefício Custo

• B/C = (soma dos benefícios presentes)/(soma dos


custos presentes)

• B/C = (1.380.900,00)/(900.000,00 + 87.720,00) =


= 1,40

• B/C = (soma dos benefícios anuais)/(soma dos


custos anuais)

• B/C = (236.100,00)/(15.000,00 + 153.900,00) =


= 1,40
0
• d) Taxa Interna de Retorno
• De acordo com os dados da planilha 1 o valor da
• Taxa Interna de Retorno (TIR) é de 21,5%.
• Como este valor é superior à taxa de juros “i” o
• empreendimento é economicamente viável.

Figura 4 - Variação do VPL com a taxa de juros i


• e) Tempo de Retorno do Capital
• De acordo com os dados da planilha 2 o valor
d Tempo
do T de
d Retorno
R t do
d Capital
C it l Descontado
D t d é
de 9,5 anos.

Figura 5 - Variação do VPL com o período de anos “n”


Planilha 2 – Cálculo do Tempo de Retorno Descontado
Estudo de Caso 1
• O Tempo de Retorno não descontado
será:

TR = 900.000,00/(150.000,00 – 15.000,00)
= 6,7 anos

• O TR não descontado é bem menos


realista q
que o TR descontado.
II - Análise de Sensibilidade
• At
Através
é d
das planilhas
l ilh 1 e 3 pode-se
d efetuar
f t
uma análise de sensibilidade da viabilidade
econômica do empreendimento com relação a
diferentes taxas de juros “i” e de aumento da
energia “e”.
e .

• Pode-se verificar,
verificar pelos dados da planilha 3,
3
que o empreendimento somente não é
economicamente viável para uma taxa de
aumento anual da energia inferior a 3%.
Planilha 3 – Análise de sensibilidade para
diferentes valores da taxa “e”
III - Benefício Indireto Decorrente da Diminuição
do Consumo de Energiag do Sistema de
Abastecimento..
• Cada $ investido em conservação de energia
evita 8 $ em novos investimentos necessários
para a geração
p g ç de energia g elétrica;;

• Deve-se considerar,, também,, os benefícios


indiretos hidrológicos (benefícios intangíveis),
derivados da economia na disponibilidade
hídrica para usinas hidroelétricas;

Melhoria da imagem da empresa (intangível);

• Benefícios políticos e sociais (intangível)


(intangível).
ESTUDO DE CASO 2
• Verificar a viabilidade econômica de um projeto
de redução de perdas de água (físicas e por
consumo não faturado - aparentes)
p ) de um
sistema de abastecimento de uma cidade de
500 mil habitantes. O projeto, que terá a
duração de 60 meses,
meses consistirá na mobilização
de 30.000 hidrômetros (implantação e
substituição
ç de equipamentos
q p defeituosos),
), o
controle de pressões na rede de distribuição
com a modelagem hidráulica do sistema e a
colocação de válvulas redutoras de pressão
pressão,
além de uma campanha de monitoramento e
diminuição
ç de vazamentos.
META

• C
Com a implantação
i l t ã do d programa espera-se que
as perdas físicas de água sejam reduzidas para
10% em relação
10%, l ã ao volume
l total
t t l bombeado
b b d
pelo sistema, e que as perdas por consumos
não
ã faturados
f t d ((aparentes) t ) sejam
j reduzidas
d id
para 10% do volume faturado.

• OBS: As p
perdas físicas de água
g se refletem
diretamente (na mesma proporção) em perdas
de energia
g (do
( bombeamento). )
• Dados:

• Vazão média de água bruta bombeada pelo


sistema = 1,45 m3/s.

• Volume mensal faturado (micromedido mais


estimado)) = 2,04
, milhões de metros cúbicos.

• Consumo “per
p capita”
p médio da população
p p ç =
170 l/hab.dia (dado obtido através de pesquisa
de campo).

• Vazão estimada para chafarizes, lavagem de


filtros irrigação de praças e jardins e para o
filtros,
atendimento de hospitais públicos = 0,12 m3/s.
• Dados:

• Tarifa de água (valor líquido médio – sem


impostos) cobrada pela empresa de
saneamento = 1,0000 $/m3
$/ 3

• C
Custo de
d produção
d ã da d água
á distribuída
di ib íd = 0,35
0 35
R$/m3. Este preço de produção inclui gastos
com energia
energia, tratamento e compra da água
bruta (não considera o custo da mão-de-obra
envolvida).

• Custo unitário do hidrômetro (aquisição + mão-


d b + caixa)
de-obra i ) = $ 75,00
75 00
• Custo inicial dos equipamentos de
controle de pressão na rede (válvulas) e
de macromedição = $ 1.200.000,00
1 200 000 00

• Taxa de juros = 2% ao mês


ê (a.m.)

• Taxa esperada de aumento das tarifas de


energia e de água = 1% a.m.
am

• Custo mensal de manutenção e operação


= $ 60.000,00
Resolução do Exemplo
• a) Estimati
Estimativa
a das Perdas
Pe das (físicas e por
po
consumo não faturado)

• Para um volume mensal faturado de 2,04


milhões de metros cúbicos
cúbicos, corresponderá uma
vazão demandada de:
• O volume estimado (médio mensal)
demandado pelo consumo populacional será:
• V = 500.000
500 000 hab x 0,170
0 170 m3/hab/dia x 30 dias
= 2.550.000,00 m3
• A vazão estimada, média, demandada pelo
consumo populacional é de:

• As perdas físicas de água no sistema são:

• Perdas = 1,45 – (0,98 + 0,12) = 0,35 m3/s

• Em relação à vazão total bombeada pelo


sistema as perdas serão de:

• Perdas = (0,35/1,45) x 100% = 24%


• As perdas por consumo não faturado são:

• Perdas = 2.550.000
2 550 000 – 2.040.000
2 040 000 = 510.000
510 000
metros cúbicos mensais = 0,197 m3/s

• Em relação ao volume demandado pelo sistema


as p
perdas aparentes
p serão de:

• Perdas = ((510.000/2.550.000)
/ ) x 100% = 20%

• Perdas Totais = p
perdas físicas + perdas
p
aparentes = (24 + 20)% = 44%
• b) Estimativa dos consumos economizados pela
redução das perdas físicas

• Como as pperdas físicas serão reduzidas para


p 10% da
vazão bombeada, a vazão economizada será de 14%
(24 – 10) da vazão aduzida, ou seja:

• Vazão economizada = 0,14 x 1,45 m3/s = 0,203 m3/s

• c) Estimativa do aumento do consumo faturado


pela redução das perdas aparentes

• De acordo com o enunciado as perdas aparentes devem


ser reduzidas para 10% do volume faturado:

• Redução das perdas = 0,10 x 2.040.000 = 204.000


m3/mês
• O aumento do volume faturado será dado pela diferença
entre o volume não faturado e a redução das perdas
aparentes:

• V = 510.000 – 204.000 = 306.000 m3/mês

• d) Estimativa dos Benefícios

• d.1) Benefício pelo aumento do consumo faturado (Benefício


Comercial)

– O valor mensal a ser faturado a mais pela empresas (livre


de impostos) será:

– B comercial mensal = 306.000 m3 x 1,00 $/m3


= $ 306.000,00
• d.2) Benefício pela redução do bombeamento

– O volume economizado mensalmente será:

– V = 0,203 m3/s x 30 x 86.400 s = 526.176


metros cúbicos

– O benefício mensal derivado do volume


economizado será:

– B volume mensal = 526.176 m3 X 0,35 $/m3


= $ 184.161,60
• d.3) Benefício total mensal

– B total mensal = $ 306.000,00 + $ 184.161,60 = $


490.161,60

– Observa-se que, para este exemplo, o benefício derivado


da diminuição das perdas de água, por consumo não
faturado supera os da diminuição das perdas físicas.
faturado, físicas

• e)) Estimativa dos Custos

• O custo de investimento no instante inicial (instante zero)


será:

• C investimento = $ 1.200.000,00 + (30.000 x $ 75,00) =


$3.450.000,00
• Custo mensal de manutenção e operação
= $ 60.000,00 (dado do exemplo).

Figura 6 – Fluxo de caixa do estudo de caso 2


• CÁLCULO DOS INDICADORES DE VIABILIDADE

• f) Tempo de Recuperação do Capital

• f.1) TR não Descontado:

– TR = Custo inicial/Benefício líquido mensal


– TR = ($ 3.450.000,00)/($ 490.161,60 - 60.000,00) = 8 meses

• f.2) TR Descontado:

• De acordo com os dados da planilha 4 o Tempo de Retorno


Descontado é de 9 meses.
Invest. Benef. Custo
(R$) mensal mensal "i" e FVP FVP VPL FEA FRC VAL B/C
(R$) (R$) (%) (%) n (i,e,n) (i,n) ($R) (i,e,n) (i,n) (R$)
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 2 1 1 0,980 0,980 -3.028.272,94 1,000 1,020 -3.088.838,40 0,14
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 2 1 2 1,951 1,942 -2.610.103,76 1,005 0,515 -1.344.332,65 0,27
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 2 1 3 2,912 2,884 -2.195.468,88 1,010 0,347 -761.289,09 0,39
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 2 1 4 3,864 3,808 -1.784.344,75 1,015 0,263 -468.611,31 0,51
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 2 1 5 4,807 4,713 -1.376.707,80 1,020 0,212 -292.080,12 0,63
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 2 1 6 5,740 5,601 -972.534,51 1,025 0,179 -173.622,51 0,74
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 2 1 7 6,664 6,472 -571.801,37 1,030 0,155 -88.350,15 0,85
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 2 1 8 7,579 7,325 -174.484,89 1,035 0,137 -23.818,90 0,96
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 2 1 9 8,485 8,162 219.438,38 1,040 0,123 26.884,59 1,06
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 2 1 10 9,383 8,983 609.991,87 1,045 0,111 67.908,28 1,15
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 2 1 11 10,271 9,787 997.198,96 1,049 0,102 101.891,74 1,25
3 45E+06
3,45E 06 490.161,60
490 161 60 6,0E
6 0E+04
04 2 1 12 11,151
11 151 10,575
10 575 1.381.083,00
1 381 083 00 1,054
1 054 0,095
0 095 130 594 65 1,34
130.594,65 1 34
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 2 1 13 12,022 11,348 1.761.667,28 1,059 0,088 155.235,22 1,43
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 2 1 14 12,884 12,106 2.138.975,08 1,064 0,083 176.683,56 1,51
3 45E+06 490.161,60
3,45E 490 161 60 6,0E
6 0E+04 2 1 15 13,738
13 738 12,849
12 849 2.513.029,59
2 513 029 59 1,069
1 069 0,078
0 078 195 577 71 1,60
195.577,71 1 60

Planilha 4 – Cálculo do Tempo de Retorno Descontado


• g) Taxa Interna de Retorno, Relação B/C,
VPL e VAL

• Para uma duração do projeto de 5 anos (n = 60


meses) a Taxa Interna de Retorno Mensal será
de 13% ao mês, conforme mostrado na planilha
5.

• E
Esta
t TTaxa d
de R
Retorno
t M
Mensall de
d 13%
corresponderá uma TIR anual de:

• TIR = [(
[(1 + 0,13)12
, ) –1]] x 100% = 333%
Invest. Benefício Custo
(R$) mensal mensal "i" e FVP FVP VPL FEA FRC VAL B/C
(R$) (R$) (%) (%) n (i,e,n) (i,n) ($R) (i,e,n) (i,n) (R$)
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 2 1 60 44,630 34,761 16.340.409,13 1,284 0,029 470.080,33 3,95
3,45E
, +06 490.161,60
, 6,0E
, +04 3 1 60 34,582
, 27,676
, 11.840.392,85
, 1,250
, 0,036
, 427.828,43
, 3,32
,
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 4 1 60 27,577 22,623 8.709.680,37 1,219 0,044 384.983,94 2,81
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 5 1 60 22,569 18,929 6.476.481,54 1,192 0,053 342.140,76 2,41
345E+06 490.161,60
3,45E 49016160 6,0E
60E+04 6 1 60 18,899
18899 16,161
16161 4.843.663,16
484366316 1,169
1169 0,062
0062 299.705,15
29970515 2,10
210
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 7 1 60 16,144 14,039 3.620.888,95 1,150 0,071 257.913,12 1,84
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 8 1 60 14,029 12,377 2.684.084,02 1,134 0,081 216.868,48 1,64
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 9 1 60 12,371 11,048 1.950.907,82 1,120 0,091 176.584,85 1,47
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 10 1 60 11,045 9,967 1.365.715,45 1,108 0,100 137.021,56 1,34
3,45E+06
06 490.161,60 6,0E+04
04 11 1 60 9,965 9,074 890.210,34 1,098 0,110 98.110,35 1,22
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 12 1 60 9,073 8,324 497.552,81 1,090 0,120 59.772,93 1,13
3,45E+06 490.161,60 6,0E+04 13 1 60 8,323 7,687 168.593,28 1,083 0,130 21.931,46 1,04
345E+06 490.161,60
3,45E 49016160 6,0E
60E+04 14 1 60 7,687
7687 7,140
7140 -110.571,17
11057117 1,077
1077 0,140
0140 -15.485,93
1548593 0,97
097

Planilha 5 – Cálculo da TIR, B/C, VPL E VAL


• h) Relação Benefício/Custo, VPL e VAL

• Segundo dados da planilha 5 a relação B/C é de 3,95, o


VPL é de $ 16.340.409,13 e o VAL é de $ 470.080,33.

• i) Conclusão

• O projeto é viável economicamente, com ótima


rentabilidade.
• Rigorosamente a análise da viabilidade econômica teria
que levar em conta a diminuição gradual das perdas ao
longo da implantação do projeto.
projeto Isto pode ser feito,
feito
através do fluxo de caixa que leve em conta o aumento
gradual dos benefícios decorrentes do combate às
perdas como será visto no exemplo seguinte
perdas, seguinte.
ESTUDO DE CASO 3
• Considere
Considere-se
se que no exemplo anterior (caso 2) os
investimentos incidem no início de janeiro de 2005 e
que os benefícios,, com as reduções
q ç das perdas,
p ,
ocorrem a partir do 2º mês (fevereiro).
• A partir de julho de 2005 a redução das perdas atinge a
meta esperada de projeto
projeto, continuando inalterada até o
último mês do quinto ano (alcance do projeto).
• A redução das perdas em fevereiro é de 15% da
redução máxima (de julho em diante), em março é de
30%, 45% em abril, 60% em maio, e 80% em junho.
Os custos de manutenção e operação incidem a partir
de julho de 2005, com um aumento de 1% a.m.
• O aumento nas taxas de energia e água
ocorrem a p
partir do 6º mês (1%
( a.m.))

• Resolução
ç do exemplo:
p

• Os benefícios auferidos serão:

• Em fev. = 0,15 , x $ 490.161,60


, = $ 73.524,24
,
................
• Em jjunho = 0,80 , x 490.161,60
, = $ 392.129,28
,

• Na pplanilha 6 se encontra o resumo dos


cálculos financeiros da análise de viabilidade
econômica do projeto de redução de perdas.
B C D E F G H I
Valor Presente Valor Presente Parâ-
Instante Invest Benefícios Custos Fluxo de Caixa dos custos no dos benefícios metro
((R$)) ((R$)) ((R$)) ((R$)) início de jjan de no início de jjan s
2005 de 2005
3 zero 3,45E+06 3.450.000,00 0
4 jan de 05 0,00 0,00 0,00 1
5 fev 73.524,24 0,00 73.524,24 70.669,20 2
6 março 147.048,48 0,00 147.048,48 138.567,07 3
7 abril 220.572,72 0,00 220.572,72 203.775,10 4
8 maio 294.096,96 0,00 294.096,96 266.372,68 5
9 junho 392.129,28 0,00 392.129,28 348.199,58 6
10 j lh
julho 490 161 60
490.161,60 60 000 00
60.000,00 430 161 60
430.161,60 2 198 182 92 17.957.747,65
2.198.182,92 17 957 747 65
11 agosto 495.063,22 60.600,00 434.463,22
12 setembro 500.013,85 61.206,00 438.807,85
13 outubro 505.013,99 61.818,06 443.195,93
14 novembro 510 064 13
510.064,13 62 436 24
62.436,24 447 627 89
447.627,89
15 dezembro 515.164,77 63.060,60 452.104,16
16 jan de 06 520.316,42 63.691,21 456.625,21
17 VPL(2 %): -229.883,23
18 VPL(2
( %):
) 123.102,91,
19 TR ñ D 13 meses TIR 9,5 % a.m.
20 VP 5.648.182,92 18.985.331,28
21 VPL (2 %) 13.337.148,35
22 RCB 0,30 RBC 3,36
23 Taxa de juros (%) 2
24 Taxa de aumento da energia e/ou água "e" (%) 1
25 Período "n" 54
26 Fator de valor presente (FVP) 41,26
27 VP dos custos no início de julho de 2005 (R$) 2.475.511,00
28 VP dos benef. no início de julho de 2005 (R$) 20.223.340,54

Planilha 6 – Cálculo dos indicadores de viabilidade


Figura 7 – Fluxo de caixa do estudo de caso 3
Figura 8 – Fluxo de caixa do estudo de caso 3
Resultados
• Pelos
P l dados
d d da
d planilha
l ilh 6 tem-se:
t

– Alcance
l do
d projeto = 5 anos (60 meses);
)
– VPL = $ 13.337.148,35
– RCB = 0,30;
0 30 RBC = 3,36
3 36
– TR ñ D = 13 meses; TIR = 9,5% a.m.

• Conclusão da Avaliação do Estudo de Caso 4:


– Pelos dados apresentados na planilha 6 pode-se
pode se
assegurar que o programa de redução de perdas de
água, para o exemplo considerado, é extremamente
viável economicamente com alta rentabilidade.
BENEFÍCIOS INDIRETOS
(INTANGÍVEIS)
• Redução do consumo de água, permitindo o aumento
da disponibilidade hídrica para outros fins;

• Redução do consumo de energia, permitindo o


aumento da disponibilidade energética para outros
fins;

• Benefício ambiental com a redução de perdas físicas;

• Melhoria da imagem da empresa;

• Benefícios
B fí i políticos
líti e sociais
i i
O FINANCIAMENTO DO PROJETO:

• Externo:
E t
– BID e BIRD (Internacionais)
– CEF, BNDES,
– Eletrobrás/PROCEL/SNSA/MCidades)

• Interno :
– Um mecanismo interno de financiamento consiste
em aproveitar
p parte
p das economias dos projetos
p j de
eficientização para utilizar, dentro da própria
empresa, em novos projetos de combate ao
d
desperdício
dí i de
d energiai e água.
á
Chamada Pública de Projetos de Conservação e Uso
Racional de Energia
g Elétrica e Água
g no Setor de
Saneamento Ambiental.

• (Eletrobrás/PROCEL,SNSA/MCidades)

• Indicadores empregados: VPL, TIR, Relação C/B,


Payback
y Descontado.

• Taxa de juros empregada: 15% a.a.

• Vida útil do projeto = 30 anos

• Metodologia: Não leva em conta o aumento dos custos


das tarifas de água e energia ao longo do projeto.
projeto

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