Peças Civil

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1

Direito Civil
Peça Profissional
Joana adquiriu, na condição de consumidora final, um automóvel em uma das
concessionárias da sociedade empresária Carros S.A., com pagamento parcelado, e a
sociedade empresária passou a debitar, mês a mês, o triplo do valor pactuado para cada
parcela, o que ficou comprovado pela simples análise dos contratos e dos seus extratos
bancários, com o débito dos valores em triplo.
Joana tentou resolver a questão diretamente com a sociedade empresária, mas o
funcionário da concessionária apenas afirmou que poderia ter ocorrido um erro no
sistema, sem dar qualquer justificativa razoável, e afirmou que não havia o que fazer
para corrigir a cobrança.
Joana então procurou você, como advogado(a), para ajuizar ação em face da sociedade
empresária Carros S.A. com pedidos de obrigação de não fazer, para que a sociedade
parasse de realizar as cobranças em excesso, e condenatório, para devolução em dobro
dos valores cobrados em excesso, com atualização monetárias e juros legais, e para
indenização por danos morais pelos transtornos causados a Joana.
Distribuída a ação para uma das varas cíveis da Comarca de São Paulo, houve
contestação pela Carros S.A. apenas informando que havia agido corretamente, e o
pedido foi julgado improcedente. Não houve recurso, e o trânsito em julgado da
sentença ocorreu em 19/02/2019.
Algumas semanas depois, você e Joana tomaram conhecimento de que o juiz, que
prolatou a sentença, era casado com a advogada que assinou a contestação e única
advogada constituída pela Carros S.A. no referido processo. Agora, pretendem
novamente discutir a questão em juízo, para que haja reanálise dos mesmos pedidos
formulados e julgados improcedentes, porque as cobranças ainda estão sendo realizadas,
em excesso.
Na condição de advogado(a) de Joana, elabore a peça processual cabível para a defesa
dos interesses de sua cliente, indicando seus requisitos e fundamentos, assim como a
data limite para o ajuizamento, nos termos da legislação vigente.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE
DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO-SP
JOANA, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG nº... e inscrita no
CPF sob o nº..., com endereço eletrônico..., residente e domiciliada no endereço...,
cidade..., estado..., CEP..., por intermédio de seu procurador conforme procuração
anexa, vem perante Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 318 e seguintes,
combinados com o artigo 966, inciso II, todos do Código de Processo Civil, propor a
presente

AÇÃO RESCISÓRIA
em face de CARROS S.A, pessoa jurídica de direito privado, registrada no CNPJ nº,
com sede no endereço..., cidade..., estado..., CEP..., pelos motivos de fato e de direito
a seguir aduzidos
I - Da tempestividade
A presente demanda está sendo ajuizada de forma tempestiva, antes de 19 de fevereiro
de 2021, com respaldo no prazo decadencial de 2 anos contados a partir do trânsito em
julgado da sentença atacada que ocorreu em 19 de fevereiro de 2019, a luz do caput do
art. 975 do CPC.

II - Dos fatos
A Requerente adquiriu, na condição de consumidora final, um automóvel em uma das
concessionárias da sociedade empresária Carros S.A, mediante pagamento parcelado,
e a respectiva sociedade empresária começou a debitar mensalmente o triplo do valor
pactuado para cada parcela, devidamente comprovado na simples análise dos contratos
e extratos bancários.

A Requerente tentou resolver a questão diretamente com a sociedade empresária, mas


somente fora informada por um funcionário que poderia ter ocorrido um erro no
sistema, não fornecendo nenhuma justificativa plausível, e afirmou que não havia o
que fazer para corrigir a cobrança.

Dessa forma, a mesma ajuizou ação em face da sociedade empresária Carros S.A com
pedidos de obrigação de não fazer, para que a sociedade parasse de realizar cobranças
em excesso, e que devolvesse em dobro os valores cobrados em excesso, com
atualização monetária e juros legais, bem como indenização por danos morais pelos
danos causados a Requerente.
A ação fora distribuída e houve contestação pela sociedade, apenas informando que
havia agido corretamente, e o pedido foi julgado improcedente, não havendo nenhum
recurso. Posteriormente ao trânsito em julgado, a Requerente tomou conhecimento de
que o juiz que prolatou a sentença era casado com a advogada que assinou a
contestação no referido processo.

Portanto, requer-se novamente discutir a questão em juízo, na reanálise dos mesmos


pedidos formulados e julgados improcedentes.

III - Do cabimento
A Requerente tomou conhecimento, após o trânsito em julgado da aludida sentença,
que o magistrado era casado com a advogada que assinou a contestação em nome da
Requerida sendo, inclusive, a única patrona do processo em discussão.

Dessa forma, resta evidente o cabimento da Ação Rescisória nos termos do


inciso II do art. 966, do CPC, em razão do impedimento do magistrado, como
prescreve o inciso III do art. 144 do mesmo Diploma. Outrossim, o magistrado jamais
deveria ter incidido no processo, tendo em vista sua relação com a patrona, no qual se
exige, portanto, a rescisão daquela sentença.

IV - Do direito
É plenamente possível caracterizar a Requerente como consumidora, nos termos do
art. 2º e seguintes do Código de Defesa do Consumidor. Dessa forma, o valor que
continua sendo cobrado pela Requerida é excessivo e incongruente da previsão
contratual pactuado entre as partes, conforme prova documental acostada. Nesse
liame, pela simples análise do contrato e dos extratos bancários da Requerente,
confirma-se que existem débitos excessivos e indevidos de sua conta corrente.

Em razão da patente cobrança indevida e da prática abusiva, exige-se a revisão da


sentença transitada em julgado, na determinação que a cobrança indevida seja cessada,
bem como a condenação da Requerida na devolução em dobro das parcelas cobradas
em excesso, nos termos do parágrafo único do art. 42 do CDC.

Outrossim, é cabível a indenização por danos morais no presente caso em face do


transtorno causado desde o início do contrato em cobrança excessiva, violando o
direito da Requerente como consumidora, privando-lhe de recursos financeiros para o
seu cotidiano e gerando consequente sofrimento. Assim sendo, justifica-se a
indenização nos termos do art. 927 do CC e 6º, inciso VI, do CDC.

V - Dos pedidos
Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência:
a) A rescisão da sentença transitada em julgado, considerando a tempestividade da
presente demanda e o cabimento do pedido rescisório nos termos do inciso III,
art. 966 e inciso III, art. 144, ambos do CPC;

b) A prolação de novo julgamento, com a procedência de todos os pedidos da


Requerente, sendo:

b-1) A condenação da Requerida em obrigação de não fazer em deixar de efetuar as


cobranças excessivas;

b-2) A condenação da Requerida em devolver em dobro os valores excessivos


cobrados, com acréscimos de correção monetária e juros, nos termos do parágrafo
único do art. 42 do CDC;

b-3) A condenação da Requerida em pagar indenização a título de danos morais com


valor da escrito e requerido na petição inicial do processo de origem;

b-4) A condenação da Requerida no pagamento de verbas sucumbenciais, incluindo


custas, despesas e honorários advocatícios;

c) Nos termos do artigo 968, II, do Código de Processo Civil, a juntada da inclusa guia


do depósito de R$ xxxxx, correspondente a 5% (cinco por cento) do valor da causa,
devidamente atualizado até a presente data (documento anexo);
Protesta provar o alegado sob todos os meios de prova em direito admitidos,
especialmente mediante prova documental, prova testemunhal e inspeção judicial.

Atribui-se a presente causa o valor de R$ XXXX.

Local, xx de xx de 2019

Assinatura do advogado

OAB/UF XXXXXX
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Direito Civil
XXVIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO (2019.1) Definitivo
FGV - Prova aplicada em 05/05/2019
Peça Profissional
Julia dirigia seu veículo na Rua 001, na cidade do Rio de Janeiro, quando sofreu uma
batida, na qual também se envolveu o veículo de Marcos. O acidente lhe gerou danos
materiais estimados em R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), equivalentes ao conserto de
seu automóvel. Marcos, por sua vez, também teve parte de seu carro destruído, gastando
R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para o conserto.
Diante do ocorrido, Julia pagou as custas pertinentes e ajuizou ação condenatória em
face de Marcos, autuada sob o nº 11111111111 e distribuída para a 8ª Vara Cível da
Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de obter indenização
pelo valor equivalente ao conserto de seu automóvel, alegando que Marcos teria sido
responsável pelo acidente, por dirigir acima da velocidade permitida. Julia informou, em
sua petição inicial, que não tinha interesse na designação de audiência de conciliação,
inclusive porque já havia feito contato extrajudicial com Marcos, sem obter êxito nas
negociações. Julia deu à causa o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais).
Marcos recebeu a carta de citação do processo pelo correio, no qual fora dispensada a
audiência inicial de conciliação, e procurou um advogado para representar seus
interesses, dado que entende que a responsabilidade pelo acidente foi de Julia, que
estava dirigindo embriagada, como atestou o boletim de ocorrência, e que ultrapassou o
sinal vermelho. Entende que, no pior cenário, ambos concorreram para o acidente,
porque, apesar de estar 5% acima do limite de velocidade, Julia teve maior
responsabilidade, pelos motivos expostos. Aproveitando a oportunidade, Marcos
pretende obter de Julia indenização em valor equivalente ao que dispendeu pelo
conserto do veículo. Marcos não tem interesse na realização de conciliação.
Na qualidade de advogado(a) de Marcos, elabore a peça processual cabível para
defender seus interesses, indicando seus requisitos e fundamentos, nos termos da
legislação vigente. Considere que o aviso de recebimento da carta de citação de Marcos
foi juntado aos autos no dia 04/02/2019 (segunda-feira), e que não há feriados no mês
de fevereiro.
AO JUÍZO DA 8º VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO
Processo nº 11111111111
MARCOS, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., inscrito na cédula de
identidade RG nº... e CPF sob o nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado
no endereço completo, por seu advogado devidamente constituído consoante
procuração anexa (Doc.X), que recebe intimação em seu escritório sediado no
endereço completo, vem à presença de Vossa Excelência com fundamento nos
artigos 335 e 343 do Código de Processo Civil, apresentar a presente

CONTESTAÇÃO c/c RECONVENÇÃO


em face de JÚLIA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., inscrito na cédula de
identidade RG nº... e CPF sob o nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado
no endereço completo, passando a expor e requerer o que segue:
I – DA TEMPESTIVIDADE
A presente contestação é tempestiva, visto que à luz do art. 231, I, do CPC, fora
apresentada no prazo de 15 dias a partir da juntada do AR relativo à carta de citação
em 4 de fevereiro de 2019, tendo como prazo até 25 de fevereiro de 2019.

II – PRELIMINAR
A – IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA
Existe uma incorreção quanto ao valor da causa arguido na exordial, no qual a Autora
aponta o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), à luz do art. 337, III, do CPC. Dessa forma,
o valor não está consoante aos ditames legais, sendo que o artigo 292, V do Código de
Processo Civil aduz que ações indenizatórias devem atribuir valor da causa no
montando pleiteado, no qual corresponde neste caso concreto a R$ 40.000,00
(quarenta mil reais), e nas razões de intimar a Autora para recolhimento das custas
complementares, conforme § 3º do art. 292 do CPC.

III – DOS FATOS


A Requerida dirigia na época dos fatos na Rua 1000, no município de Rio de Janeiro,
quando veio a colidir com o veículo do Requerente, ao qual alega que o acidente
gerou danos materiais estimados em R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), que foram
gastos no reparo de seu veículo, na medida em que o Réu também teve parte de seu
carro destruído, gastando R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para o conserto.

Diante disso, a Requerida ajuizou ação condenatória a título de danos materiais em


face do Requerente, alegando que o mesmo teria culpabilidade pelo acidente, por
dirigir acima da velocidade permitida em 5%. Nesse liame, deu a causa o valor de R$
1.000,00 (mil reais) e não desejou audiência de conciliação, por ter sido anteriormente
infrutífero acordo extrajudicial.

No decurso processual, o Requerente recebeu a carta de citação por correio, e


procurou advogado para representar seus interesses, visto que a Requerida estava
dirigindo embriagada, atestado em boletim de ocorrência, e que ultrapassou o sinal
vermelho. Dessa forma, pretende obter da Requerida indenização equivalente ao que
dispendeu no conserto veicular, embora ambos concorrerem para o acidente, a mesma
possui maior responsabilidade.

IV - DOS DIREITOS
Em face dos fatos relatados, é imperativo ressaltar que inexiste responsabilidade civil
pelo Requerente, conforme preconiza o art. 186 do Código Civil, visto que em
nenhum momento praticou ato ilícito que ocasionasse danos a Requerida e,
consequentemente, gerasse o dever de indenizar, a luz do art. 927 do mesmo Diploma
Legal.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.

Ao contrário, a Requerida possui responsabilidade exclusiva pelo acidente, visto que


estava dirigindo embriagada, comprovado mediante boletim de ocorrência, e em face
de estar ausente de condições psicomotoras, ultrapassou o sinal vermelho, incorrendo
em infração e crime perante o Código de Trânsito Brasileiro,  in verbis:
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão
da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência:
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Art.  208 Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de parada obrigatória:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.

Ademais, em eventual não existência de responsabilidade civil, há a presença de


responsabilidade concorrente da Requerida, visto que a culpa é fator determinante no
quantum indenizatório, e no caso em tela, a mesma possui preponderância em face do
Requerente, no que tange a embriaguez e ultrapassagem em sinal vermelho, nos
ditames do art. 945 do CC.

Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua
indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto
com a do autor do dano.

Neste liame, o Requerente visa a improcedência das alegações da exordial.

V- DA RECONVENÇÃO
A responsabilidade da Requerida é patente, reiterando que houveram danos materiais
sofridos no sumpto de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) contra o Requerente, no qual o
montante fora usado para o conserto do veículo. Portanto, não restam dúvidas acerca
do dever indenizatório da reconvinda, em face do ato ilícito por dirigir embriagada,
bem como atravessar sinal vermelho, nos termos do caput do artigo 944 do Código
Civil.

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.

Portanto, é oportuno ao Requerente manifestar pretensão própria em caráter


indenizatório conexo com a fundamentação da defesa, conforme artigo 343, caput,
do CPC.

VI – DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer a Vossa Excelência:

a) O acolhimento da preliminar arguida, intimando a parte Requerida para


complementar as custas e a improcedência dos pedidos formulados pela Requerida;

b) Subsidiariamente, a procedência parcial em razão da responsabilidade concorrente


da Requerida, reduzindo-se o valor da indenização;

c) A condenação da Autora nos artigos 208 e 306 do Código de Trânsito Brasileiro em


face de responsabilidade exclusiva;

d) A procedência do pedido reconvencional, para condenação da Requerida ao


pagamento da indenização no quantum de R$ 30.000,00 (trinta mil reais);

e) Ao final, a condenação da parte Requerida em custas e honorários advocatícios;

VII – DAS PROVAS


Pleiteia provar o alegado por todos os meios em direito admitido, em especial com a
juntada das notas fiscais e comprovantes de pagamento dos R$ 30.000,00 (trinta mil
reais), bem como a juntada do boletim de ocorrência.

Dá-se o valor da causa em R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

(Município), (dia) de (mês) de (ano)

Assinatura do advogado

OAB/UF XXXXXX
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Direito Civil
XXVI EXAME DE ORDEM UNIFICADO (2018.2) Definitivo
FGV - Prova aplicada em 16/09/2018
Peça Profissional
Aline é proprietária de uma pequena casa situada na cidade de São Paulo, residindo no
imóvel há cerca de 5 anos, em terreno constituído pela acessão e por um pequeno
pomar. Pouco antes de iniciar obras no imóvel, Aline precisou fazer uma viagem de
emergência para o interior de Minas Gerais, a fim de auxiliar sua mãe que se encontrava
gravemente doente, com previsão de retornar dois meses depois a São Paulo. Aline
comentou a viagem com vários vizinhos, dentre os quais, João Paulo, Nice, Marcos e
Alexandre, pedindo que “olhassem” o imóvel no período.
Ao retornar da viagem, Aline encontrou o imóvel ocupado por João Paulo e Nice, que
nele ingressaram para fixar moradia, acreditando que Aline não retornaria a São Paulo.
No período, João Paulo e Nice danificaram o telhado da casa ao instalar uma antena
“pirata” de televisão a cabo, o que, devido às fortes chuvas que caíram sobre a cidade,
provocou graves infiltrações no imóvel, gerando um dano estimado em R$ 6.000,00
(seis mil reais). Além disso, os ocupantes vêm colhendo e vendendo boa parte da
produção de laranjas do pomar, causando um prejuízo estimado em R$ 19.000,00
(dezenove mil reais) até a data em que Aline, 15 dias após tomar ciência do ocorrido,
procura você, como advogado.
Na qualidade de advogado(a) de Aline, elabore a peça processual cabível voltada a
permitir a retomada do imóvel e a composição dos danos sofridos no bem.

Na condição de advogado, deve-se propor a peça processual cabível na espécie é uma


Petição Inicial.

Considerando que ocorreu esbulho possessório, na forma do Art. 1.210 do CC, deve ser
proposta Ação de Reintegração de Posse. Como o esbulho ocorreu há menos de ano e
dia da propositura da demanda (Art. 558 do CPC), pois Aline tomou conhecimento do
esbulho dentro deste prazo, deve ser requerida a adoção do procedimento previsto no
Art. 560 e seguintes do CPC.

A peça deve ser endereçada a um dos juízos cíveis da Comarca de São Paulo,
considerando a competência absoluta do foro de situação do imóvel para a ação
possessória imobiliária (Art. 47, § 2º, do CPC).

No mérito, deve ser afirmada a existência de esbulho possessório, bem como a


caracterização da posse de João Paulo e Nice como posse de má-fé, nos termos do Art.
1.201 do CC, considerando sua clandestinidade. Também deve ser demonstrada a
extensão dos danos sofridos no imóvel.

Deve ser formulado requerimento de concessão de liminar em ação possessória, na


forma do Art. 562 do CPC, eis que preenchidos os requisitos do Art. 561 do CPC.

Deve ser requerida, além da reintegração de posse, a condenação dos réus ao pagamento
de indenização por perdas e danos e pelos frutos colhidos, na forma do Art. 1.216 e do
Art. 1.218, ambos do CC, considerando a caracterização da posse como posse de má-fé.
Tal cumulação objetiva é possível com fulcro no Art. 555, caput, incisos I e II, do
CPC/15.

Quanto às provas, deve ser requerida a produção de prova testemunhal, a fim de


demonstrar a clandestinidade da posse. Da mesma forma, deve ser requerida a produção
de prova pericial, para comprovação da ocorrência dos danos sofridos no imóvel, e em
razão da coleta e alienação dos frutos naturais do imóvel.

O valor da causa deve corresponder a R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), nos termos
do Art. 292, inciso VI, do CPC.

Por fim, o fechamento, com a indicação de local, data, assinatura e inscrição OAB.

Explicação:

Se puder marque como melhor resposta.

Dyego Moreira

OAB/RJ 218458
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Direito Civil
XXV EXAME DE ORDEM UNIFICADO (2018.1) Definitivo
FGV - Prova aplicada em 24/06/2018
Peça Profissional
Luísa dos Santos Bastos, nascida em 01/01/2010, domiciliada na cidade Alfa, é filha de
Maria dos Santos e de Paulo Bastos. A avó paterna, Alice Bastos, goza de confortável
situação patrimonial e mora na cidade Delta. Todos os demais avós faleceram antes de
Luísa nascer. Maria dos Santos e Paulo Bastos se divorciaram em 04/07/2013, e ficou
ajustado que o pai pagaria pensão alimentícia a Luísa no valor de R$ 2.000,00 (dois mil
reais), o que fez até o dia da sua morte, em 25/08/2015.
Paulo Bastos não deixou bens a partilhar, de modo que Luísa nada recebeu de herança.
Sem condições de arcar sozinha com a manutenção e educação da filha, já que recebe
apenas um salário mínimo nacional de remuneração por mês – valor absolutamente
insuficiente para arcar com as necessidades da menor –, Maria dos Santos procura você,
como advogado(a), e pergunta o que pode ser feito em relação ao sustento da criança.
Na qualidade de advogado(a) de Maria dos Santos, elabore a peça processual cabível
para a tutela dos interesses da filha desta, que pretende haver R$ 1.500,00 (mil e
quinhentos reais) a título de alimentos.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DE
FAMÍLIA DA COMARCA DE ALFA

Luísa dos Santos Bastos, menor impúbere nascida em 01/01/2010, neste ato


representada por sua genitora Maria dos Santos, nacionalidade, estado civil, profissão,
portadora da Carteira de Identidade n..., inscrita no CPF sob o n...., residente e
domiciliada na xxxxxx, endereço eletrônico xxxxx, vem, respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência, por intermédio do advogado abaixo assinado, com base na Súmula
596 do STJ, Lei 5478/68 e artigos 300, 319e 320 do CPC vigente, propor a presente

AÇÃO DE ALIMENTOS AVOENGA

com pedido de tutela provisória de urgência antecipada incidental (inaudita altera pars)

em face de Alice Bastos, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da Carteira de


Identidade n..., inscrita no CPF sob o n...., residente e domiciliada na xxxxxx, endereço
eletrônico xxxxx, conforme as razões de fato e de direito abaixo aduzidas.

i - Causa de pedir remota e próxima

II - PEDIDOS: Por todo o exposto, a autora requer:

a) A concessão dos benefícios da justiça gratuita, uma vez que a autora é hipossuficiente
e não tem condições de arcar com os custos do processo.

b) a concessão da tutela provisória de urgência incidental em caráter liminar


e inaudita altera pars para a fixação dos alimentos provisórios no importe de R$
1.500,00 (conversão em salário mínimo ou percentual sobre a remuneração da ré),
mediante depósito na conta bancária da genitora da autora, todo dia xxx de cada mês, ou
mediante desconto na folha de pagamento da ré e consequente depósito na conta
bancária da genitora da autora1;

c) A citação da ré para comparecer na audiência de mediação (artigo 695 do CPC e


artigo 5º da Lei de Alimentos), e caso não haja acordo, apresentar sua resposta, caso
queira;

d) A intimação do membro do Ministério Público, para atuar no feito como fiscal da


ordem jurídica (artigo 178, II, CPC);

e) A conversão dos alimentos provisórios em definitivos por ocasião da sentença;

f) A condenação da ré ao pagamento dos ônus de sucumbência.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.

Dá à causa o valor de R$ 18.000 (dezoito mil reais)

Nesses termos, pede deferimento.

Local, data e assinatura do advogado com o número da OAB.


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Direito Civil
XXV EXAME DE ORDEM UNIFICADO (2018.1) Definitivo
FGV - Prova aplicada em 10/06/2018
Peça Profissional
Em uma determinada ação indenizatória que tramita na capital do Rio de Janeiro, o
promitente comprador de um imóvel, Serafim, pleiteia da promitente vendedora,
Incorporadora X, sua condenação ao pagamento de quantias indenizatórias a título de (i)
lucros cessantes em razão da demora exacerbada na entrega da unidade imobiliária e (ii)
danos morais. Todas as provas pertinentes e relevantes dos fatos constitutivos do direito
do autor foram carreadas nos autos.
Na contestação, a ré suscitou preliminar de ilegitimidade passiva, apontando como
devedora de eventual indenização a sociedade Construtora Y contratada para a execução
da obra. Alegou, no mérito, o descabimento de danos morais por mero inadimplemento
contratual e, ainda, aduziu que a situação casuística não demonstrou a ocorrência dos
lucros cessantes alegados pelo autor.
O juízo de primeira instância, transcorridos regularmente os atos processuais sob o rito
comum, acolheu a preliminar de ilegitimidade passiva.
Da sentença proferida já à luz da vigência do CPC/15, o autor interpôs recurso de
apelação, mas o acórdão no Tribunal de Justiça correspondente manteve integralmente a
decisão pelos seus próprios fundamentos, sem motivar específica e casuisticamente a
decisão.
O autor, diante disso, opôs embargos de declaração por entender que havia omissão no
Acórdão, para préquestionar a violação de norma federal aplicável ao caso em tela. No
julgamento dos embargos declaratórios, embora tenha enfrentado os dispositivos legais
aplicáveis à espécie, o Tribunal negou provimento ao recurso e também aplicou a multa
prevista na lei para a hipótese de embargos meramente protelatórios.
Na qualidade de advogado(a) de Serafim, indique o meio processual adequado para a
tutela integral do seu direito em face do acórdão do Tribunal, elaborando a peça
processual cabível no caso, excluindo-se a hipótese de novos embargos de declaração,
indicando os seus requisitos e fundamentos nos termos da legislação vigente.
APELAÇÃO CÍVEL Nº:

RECORRENTE: SERAFIM

RECORRIDA: INCORPORADORA X

SERAFIM, apelante nos autos da Apelação Civel em que figura como Apelada
INCORPORADORA X, inconformada com o r. Acórdão que negou provimento ao
recurso de apelação, vem perante V. Exa. Interpor o presente RECURSO ESPECIAL o
que faz com fundamento no artigo 105, III, alíneas a e c, da Constituição Federal e do
artigo 1029 do CPC 2015, requerendo seja o mesmo recebido, processado e admitido,
determinando-se sua remessa ao Colendo Superior Tribunal de Justiça para apreciação e
julgamento.

Nestes termos, pede deferimento

Local Data

OAB nº
Assinatura do Advogado

----- OUTRA FOLHA -----

EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

RECORRENTE: SERAFIM

RECORRIDA: INCORPORADORA X

Colenda Turma,
Eméritos Ministros
MÁXIMA VENIA, o V. Acórdão recorrido merece integral reforma, eis que infringiu
dispositivos de leis federais.

1 – DAS RAZÕES RECURSAIS

1.a) DA TEMPESTIVIDADE
 Interposição no prazo de 15 dias (0,10), na forma do Art. 1003, § 5º, do CPC/15
(0,10).  0,00/0,10/0,20

Nos termos do artigo 1003, parágrafo 5º do CPC 2015, o prazo para interpor o presente
recurso é de 15 dias. Dessa forma considerando que a decisão fora publicada no dia
XXX e tendo sido o advogado recorrente intimado da mesma nesta data,
reconhecidamente o recurso é tempestivo e merece acolhimento.

1.b) DO PREPARO E RECOLHIMENTO DAS CUSTAS RECURSAIS.


 Preparo ou gratuidade de Justiça (0,10). 0,00/0,10

Cumprindo as exigências para o recebimento do presente recurso, as custas referente ao


preparo já foram recolhidas conforme guias e comprovantes em anexo.

1.c) DO CABIMENTO
 1. Decisão advinda de Tribunal (0,20) e decisão proferida em última instância
(0,20) 0,00/0,20/0,40
 2. Requisito específico de violação à Lei Federal (0,40) 0,00/0,40
 3. Fundamento legal: Art. 105, inciso III, alínea a, da CRFB/88 OU art. 1029
do CPC/15 (0,10).
 Obs.: A pontuação do fundamento legal somente será considerada se
mencionado qualquer dos itens acima que tratam do cabimento. 0,00/0,10

Da análise dos autos restaram as seguintes conclusões:


1 – O acórdão recorrido foi proferido e julgado em última instância pelo Tribunal
Regional.
2 – O acórdão caminhou, data máxima vênia, em sentido contrário à lei federal,
afrontando, contradizendo e negando-lhe vigência.

Isto posto, à luz do que dispõe o artio 105, III a e c da CF/88 e também do que está
esculpido no artigo 1029, II do CPC/2015

1.d) DO PREQUESTIONAMENTO
 Prequestionamento realizado pela via dos Embargos de Declaração (0,50), nos
termos do Art. 1.025 do CPC/15 (0,10). 0,00/0,50/0,60

Exige-se para o acolhimento do Recurso Especial, que a matéria tenha sido


prequestionada. Esse requisito foi cumprido já que no julgamento dos embargos de
declaração, o competente Tribunal a quo manifestou-se sobre a matéria, restando assim
demonstrado tal requisito na forma do artigo 1025 do CPC/2015. 

1.e) DA SÍNTESE DOS FATOS

O RECORRENTE Serafim, propôs ação indenizatória na capital do Rio de Janeiro, em


face da RECORRIDA Incorporadora X, requerendo sua condenação ao pagamento de
quantias indenizatórias a título de (i) lucros cessantes em razão da demora exacerbada
na entrega da unidade imobiliária e (ii) danos morais.

Na contestação, a RECORRIDA suscitou preliminar de ilegitimidade passiva,


apontando como devedora de eventual indenização a sociedade Construtora Y
contratada para a execução da obra. 
Alegou, no mérito, o descabimento de danos morais por mero inadimplemento
contratual e, ainda, aduziu que a situação casuística não demonstrou a ocorrência dos
lucros cessantes alegados pelo autor.

O juízo de primeira instância, transcorridos regularmente os atos processuais sob o rito


comum, acolheu a preliminar de ilegitimidade passiva.

Da sentença proferida já à luz da vigência do CPC/15, o RECORRENTE interpôs


recurso de apelação, mas o acórdão no Tribunal de Justiça correspondente manteve
integralmente a decisão pelos seus próprios fundamentos, sem motivar específica e
casuisticamente a decisão.

II – DO DIREITO
 Ilegitimidade passiva da incorporadora imobiliária, visto que é ela responsável
solidária pelos danos ocasionados, na forma do Art. 25, § 1º, do Código de Defesa do
Consumidor, do Art. 942 do Código Civil ou do Art. 30 da Lei nº 4.591/64. 
II.a) O acórdão ao acolher a ilegitimidade passiva da incorporadora X, infringiu as
normas constantes nos artigos 942 do CC 2002 e os artigos 7 parágrafo único, bem
como o 25 parágrafo 1º ambos do CDC, visto que é ela a RECORRIDA responsável
solidária pelos danos causados ao RECORRENTE.

 prática do ilícito contratual e os danos sofridos 


II.b) O recorrente sofreu danos pelo inadimplemento contratual da construtora recorrida.
O artigo 389 do CC 2002 dispõe que não cumprida a obrigação responde o devedor por
perdas e danos, bem como lucros cessantes.

 anulação do acórdão em razão da falta de fundamentação específica e, caso o


STJ entenda que a invalidação será excessivamente prejudicial ao recorrido, deve ser
pedida reforma integral do julgado, com base no Art. 282, § 2º, do CPC.
II.c) O acórdão esgrimado não fundamentou especificamente a decisão, , ausente assim
a essencialidade prevista no artigo 489, parágrafo 1º do NCPC, razão pela qual deve a
mesma ser invalidada.

 Em relação à multa aplicada em razão do entendimento do Tribunal (embargos


protelatórios), esta também deve ser rechaçada pelo examinando, por se tratar de
recurso com finalidade de pre-questionamento, o que resulta na inaplicabilidade do
Art. 1026, § 2º, do CPC/15 e na violação ao enunciado de Súmula de Jurisprudência
predominante do STJ (Súmula 98)
II.d) A multa aplicada em razão do entendimento do Tribunal de que os embargos de
declaração interpostos consistiram meramente protelatórios, também deve ser
rechaçada, visto que a aplicabilidade do artigo 1026 parágrafo 2º viola entendimento
jurisprudencial de que embargos de declaração manifestados com notório propósito de
prequestionamento não possui caráter protelatório conforme disposto na súmula 98 do
STJ.

III - PEDIDOS

Ante todo exposto, vem o recorrente requerer


 admissão do recurso (0,10). 0,00/0,10
III.a – A admissão do presente recurso.

 provimento para anular o acórdão do Tribunal local (0,20). 0,00/0,20


III.b – O provimento para anular o acórdão do Tribunal a quo.

 eventual, para a reforma integral da decisão recorrida (0,10). 0,00/0,10


III.c – Na eventualidade, requer a reforma integral da decisão recorrida.
 eventual, provimento parcial para afastar a aplicação da multa (0,20).
0,00/0,20
III.d – Na eventualidade, requer a provimento parcial para afastar a aplicação da multa.

 Fechamento (0,10)

Local, data, 
assinatura 
OAB.

6
Direito Civil
XXIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO (2017.3) Definitivo
FGV - Prova aplicada em 21/01/2018
Peça Profissional
Marilene procura você, como advogado(a), assustada, porque, há duas semanas, recebeu
a visita de um Oficial de Justiça, que entregou a ela um Mandado de Citação e
Intimação. O Mandado refere-se à ação de execução de título extrajudicial ajuizada por
Breno, distribuída para a 1ª Vara Cível da Comarca da Capital do Estado de São Paulo,
em que é pretendida a satisfação de crédito de R$ 15.000,00 (quinze mil reais),
consubstanciado em instrumento particular de confissão de dívida, subscrito por
Marilene e duas testemunhas, e vencido há mais de um mês.
Breno indicou à penhora valores que Marilene tem em três contas bancárias, um carro e
o imóvel em que reside com sua família. Alegou ainda que a executada estaria buscando
desfazer-se dos bens, razão pela qual o juízo deferiu de plano a indisponibilidade dos
ativos financeiros de Marilene pelo sistema eletrônico gerido pela autoridade
supervisora do sistema financeiro nacional. Pelo andamento processual no sítio do
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, você verifica que o mandado de citação e
intimação positivo foi juntado aos autos há dois dias.
Marilene, muito nervosa, relata que manteve relacionamento com Breno, durante o qual
ele insistiu que ela assinasse alguns papéis, informando se tratar de documentos
necessários para que ele pudesse receber um benefício previdenciário acumulado. Ela,
sem muito estudo, assinou, acreditando estar apenas declarando que ele, Breno, ainda
não tinha recebido R$ 15.000,00 (quinze mil reais), aos quais alegava fazer jus frente ao
INSS. Informa, inclusive, que uma das pessoas que assinou como testemunha é uma
vizinha sua, que sabe que ele a induziu a acreditar que estava assinando apenas uma
declaração para que ele obtivesse o benefício. Esclarece que, quando o relacionamento
acabou, Breno se tornou agressivo e afirmou que tomaria dela as economias que sabia
ter em uma poupança, mas, na época, ela achou que era uma ameaça vazia de um
homem ressentido.
Ela está especialmente preocupada em resguardar sua moradia e os valores que tem em
uma de suas contas bancárias, que é uma poupança, que se tornou fundamental para a
subsistência da família, já que sua mãe está se submetendo a um tratamento médico que
pode vir a demandar a utilização dessas economias, informando que, em caso de
necessidade, preferia ficar sem o carro que sem o dinheiro. Gostaria, todavia, de
impugnar o processo executivo como um todo, para não mais sofrer nas mãos de Breno.
Na qualidade de advogado(a) de Marilene, elabore a defesa cabível voltada a impugnar
a execução que foi ajuizada, desconsiderando a impugnação prevista no Art. 854, § 3º,
do CPC/15.
EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA CÍVEL
DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DE SÃO PAULO-SP.
(10 Linhas)

Distribuída por dependência dos autos da execução nº________________

Marilene, devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe na Ação de


Titulo Executivo Extrajudicial que lhe move Breno, também devidamente qualificado
nos autos do processo, vem, por intermédio de seu advogado, que está subscreve, à
presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 914 e seguintes do Código de
Processual Civil opor EMBARGOS À EXECUÇÃO pelos fatos e fundamentos
jurídicos que se passa a expor:
I-FATOS
Marilene, ora embargante, foi citada e intimada em ação de titulo executivo
extrajudicial ajuizada por Breno, ora o embargado, que alega fazer jus a satisfação de
crédito de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), consubstanciado em instrumento particular
de confissão de dívida, subscrito por Marilene e duas testemunhas e vencido a há mais
de 1 (um) mês.

Ocorre que, o embargado indicou a penhora de 3 (três) contas bancárias, um carro e o


imóvel que a embargante reside com sua família, declara ainda que a embargante
estaria buscando desfazer-se dos bens, razão pela qual este d.juízo, deferiu de plano a
indisponibilidade dos ativos financeiros da embargante.

Todavia, a verdade dos fatos é que a Embargante manteve relacionamento com o


Embargado e durante o tempo que estavam juntos, o embargado insistiu que a
embargante assinasse alguns papéis, informando se tratar de documentos necessários
para que ele pudesse receber um benefício previdenciário acumulado, induzindo a
mesma a erro e agindo com dolo.

Importante, também informar a Vossa Excelência que a Embargante não possui muito
estudo, e com isso, assinou, acreditando estar apenas declarando que o embargado
ainda não tinha recebido R$ 15.000,00 (quinze mil reais), aos quais alegava fazer jus
frente ao INSS.

Oportuno, ainda, pontuar que, inclusive, uma das pessoas que assinou como
testemunha é uma vizinha sua, que sabe que o embargado induziu, por ora embargante
acreditou que estava assinando apenas uma declaração para que ele obtivesse o
benefício.

Ressalto ainda, que quando o relacionamento acabou, o embargado se tornou


agressivo e afirmou que tomaria dela as economias que sabia ter em uma poupança,
mas, na época, a embargante achou que era uma ameaça vazia de um homem
ressentido.
Por fim, também importante pontuar a Vossa Excelência que a embargante está
especialmente preocupada em resguardar sua moradia e os valores que tem em uma de
suas contas bancárias, que é uma poupança. que se tornou fundamental para a
subsistência da família, já que sua mãe está se submetendo a um tratamento médico
que pode vir a demandar a utilização dessas economias.

II-DO DIREITO
Uma vez a embargante ter assinado, o suposto título executivo extrajudicial,
acreditando estar declarando que o embargado ainda nao tinha recebido R$ 15.000,00
(quinze mil reais), aos quais alegava fazer jus junto ao INSS, mas que na verdade
estava assinando uma confissão de dívida, com fulcro no artigo 917, inciso I,
do código processual civil, deve ocorrer a DESCONSTITUIÇÃO DO TÍTULO
EXECUTIVO, pois a embargante foi induzida a erro pelo embargado, que cometeu
dolo para obter o título executivo da embargante, nos termos do artigo 145 do código
civil, em virtude de se basear em NEGÓCIO JURÍDICO VICIADO.
Assim deve ocorrer a extinção do mesmo e a consequente desconstituição do título
executivo e, com isso, a liberação de todos os bens que foram penhorados da
embargante.

Saliento ainda, perante Vossa Excelência, que nos termos do artigo 833, inciso X com
cumulado o artigo 917, inciso II e VI, ambos do Código Processual Civil, este d.juízo
deve reconhecer a impenhorabilidade dos valores depositados na conta poupança da
embargante até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, bem como, nos termos do
artigo 1º da Lei 8.009/90, deve ocorrer a DESCONSTITUIÇÃO DA PENHORA
DO IMÓVEL, ua vez que a embargante reside no mesmo com sua família e, portanto,
trata-se de bem de família.
Por fim, ressalto ainda que, nos termos do artigo 919, parágrafo 1º, do código
processual civil, a concessão da SUSPENSÃO DO PROCESSO EXECUTIVO, uma
vez, restar demonstrados os requisitos para a concessão da tutela provisória,
decorrentes da necessidade dos valores para o tratamento médico da mãe da
embargante, bem como a execução já está garantida por penhora.
III- DO PEDIDO
Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência:
A-) o acolhimento de concessão do efeito suspensivo nos embargos, conforme o
artigo 919, § 1º do CPC/2015;

B-) a procedência de todos os pedidos elencados para anular o negócio jurídico, bem
como a desconstituição do título executivo e, consequentemente a liberação de todos
os bens penhorados da embargante, conforme os artigos 833, inciso X, 917,
inciso I, II e VI do CPC/2015, artigo 145 do CC/2002 e o artigo 1º da Lei nº 8.009/90;

C-) caso nao seja o entendimento de Vossa Excelência, que reconheça então a


impenhorabilidade dos valores depositados na conta poupança da embargante até o
limite de 40 (quarenta) salários mínimos, bem como a liberação da penhora do imóvel,
por tratar-se de bem de família, conforme dispõe o artigo 833,
inciso X do CPC/2015 e o artigo 1º da lei nº 8.009/90.
D-) a condenação do embargado para o pagamento de custas e honorários
advocatícios, conforme o artigo 85 do CPC/2015

E-) a intimação do embargado, na pessoa de seu advogado, para que, querendo


apresente impugnação no prazo legal.
Protesta provar o alegado, por todos os meios de prova admitidos no direito, em
especial a oitiva de testemunha.

Dá-se o valor da causa de R$ 15.000,00 (quinze mil reais).

Termos em que,

P. deferimento

(cidade), (data), (mês), (ano).

Advogado

OAB/

7
Direito Civil
XXII EXAME DE ORDEM UNIFICADO (2017.1) Definitivo
FGV - Prova aplicada em 28/05/2017
Peça Profissional
A editora Cruzeiro lançou uma biografia da cantora Jaqueline, que fez grande sucesso
nas décadas de 1980 e 1990, e, por conta do consumo exagerado de drogas, dentre
outros excessos, acabou por se afastar da vida artística, vivendo reclusa em uma chácara
no interior de Minas Gerais, há quase vinte anos.
Poucos dias após o início da venda dos livros, e alguns dias antes de um evento nacional
organizado para sua divulgação, por meio de oficial de justiça, a editora foi citada para
responder a uma ação de indenização por danos morais cumulada com obrigação de
fazer, ajuizada por Jaqueline. No mesmo mandado, a editora foi intimada a cumprir
decisão do Juízo da 1ª Vara Cível da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, que
deferiu a antecipação de tutela para condenar a ré a não mais vender exemplares da
biografia, bem a recolher todos aqueles que já tivessem sido remetidos a pontos de
venda e ainda não tivessem sido comprados, no prazo de setenta e duas horas, sob pena
de multa diária de cinquenta mil reais.
A decisão acolheu os fundamentos da petição inicial, no sentido de que a obra revela
fatos da imagem e da vida privada da cantora sem que tenha havido sua autorização
prévia, o que gera lesão à sua personalidade e dano moral, nos termos dos artigos 20 e
21 do Código Civil, e que, sem a imediata interrupção da divulgação da biografia, essa
lesão se ampliaria e se consumaria de forma definitiva, revelando o perigo de dano
irreparável e o risco ao resultado útil do processo.
A editora procura você como advogado(a), informando que foi intimada da decisão há
três dias (mas o mandado somente foi juntado aos autos no dia de hoje) e que pretende
dela recorrer, pois entende que não se justifica a censura à sua atividade, por tratar-se de
informações verdadeiras sobre a vida de uma celebridade, e afirma que o recolhimento
dos livros lhe causará significativos prejuízos, especialmente com o cancelamento do
evento de divulgação programado para ser realizado em trinta dias.
Na qualidade de advogado(a) da editora Cruzeiro, elabore o recurso cabível voltado a
impugnar a decisão que deferiu a antecipação da tutela descrita no enunciado, afastados
embargos de declaração.

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


EDITORA CRUZEIRO, pessoa jurídica de direito privado, devidamente inscrita no
CNPJ/MF sob n. ..., estabelecida na ... n...., bairro..., CEP..., na cidade de ..., Estado de
..., por seu advogado e bastante procurador (procuração em anexo) vem, respeitosa e
tempestivamente, perante Vossa Excelência, para, com fundamento no artigo 1.015 do
Código de Processo Civil, interpor o presente recurso de AGRAVO DE
INSTRUMENTO contra a r. decisão de fls., proferida em sede de cognição sumária
nos autos da ação de indenização por danos morais cumulada com obrigação de fazer,
feito n. ..., , que lhe move JAQUELINE, já qualificada na exordial dos autos retro
citados, alicerçada nas razões e motivos fáticos e de direito alinhados a seguir.

PRESSUPOSTOS RECURSAIS: JUÍZO DE ADMISSÃO

a. PATRONOS DAS PARTES

Nos termos do artigo 1.016, inciso V, do Código de Processo Civil, a Agravante


informa que sua defesa está a cargo do advogado...., OAB n. ...,, com escritório
profissional no endereço..., onde recebe intimações.

Por seu turno, conforme procuração acostada aos autos, informa que o patrono da
Agravada é o advogado ..., OAB n..., ...,, com escritório profissional no endereço...

b. CABIMENTO

Dispõe o artigo 1.015, inciso I, CPC, que “caberá agravo de instrumento contra as


decisões interlocutórias que versarem sobre tutelas provisórias”.

In casu, verifica-se que a decisão guerreada é interlocutória e concessiva de tutela


provisória, sendo, portanto, perfeitamente cabível a busca pela sua reforma por meio
do presente recurso de Agravo de Instrumento.
c. TEMPESTIVIDADE

Dispõe o artigo 1.003, § 5.º do CPC ser de 15 (quinze) dias - úteis (art. 219, CPC)- o


prazo para interpor recurso de agravo, começando a fluir da intimação das partes.

Nestes autos, a intimação da decisão ora vergastada deu-se no dia de hoje, com a
juntada aos autos do mandado de intimação; manifesta, portanto, a tempestividade
deste recurso, nos termos do artigo 231, inciso II, CPC.

d. PEÇAS ESSENCIAIS

Acompanha o presente recurso as peças essenciais à instrução do recurso, definidas no


artigo 1.017, CPC, além da r. decisão guerreada e a competente certidão de intimação
do decisum, atestando a tempestividade, bem como as procurações outorgadas aos
patronos de ambas as partes.
e. DO PREPARO

Encontram-se anexas aos autos as guias de custas, devidamente recolhidas, atinentes


ao preparo e ao porte de remessa e de retorno, nos termos do artigo 1.007, CPC.

RAZÕES DE AGRAVO
Agravante: EDITORA CRUZEIRO

Agravada: JAQUELINE

Processo n. ...

Juízo a quo: 1.ª Vara Cível da Comarca da Capital do Estado de São Paulo

Nobres Julgadores.

O brilhantismo que sempre permeia as decisões proferidas pelo MM. Juiz a quo exige
que se peça vênia para discordar da que emitiu no feito original.
Ver-se-á, porém, que no caso em tela o i. Magistrado não agiu com o costumeiro
acerto, razão do presente recurso, que haverá de ser admitido e, ao final, provido, em
respeito aos dispositivos legais aplicáveis ao caso e à jurisprudência pátria há muito
firmada sobre o tema.

1. SÍNTESE FÁTICA

Trata-se, Excelências, de ação de indenização por danos morais cumulada com


obrigação de fazer proposta pela ora Agravada “Jaqueline” em face da aqui Agravante
“Editora Cruzeiro”.

Importa frisar, a bem do justo entendimento dos fatos narrados, que a Agravante foi
uma cantora que fez grande sucesso nas décadas de 1980/1990, sendo que, por conta
do consumo exagerado de drogas, dentre outros excessos, acabou por se afastar da
vida artística, vivendo reclusa em uma chácara no interior de Minas Gerais, há quase
vinte anos, fatos estes constantes da biografia lançada pela Editora-Agravante, cerne
da questão sub judice.

A Agravante alega que a obra revela fatos da sua imagem e da sua vida privada, sem
que tenha havido sua autorização prévia, o que lesionaria sua personalidade,
causando-lhe dano moral, e que, sem a imediata interrupção da divulgação da
biografia, essa lesão se ampliaria e se consumaria de forma definitiva, aduzindo então
o perigo de dano irreparável e o risco ao resultado útil do processo.
O D. Juízo “a quo” acatou a argumentação da Agravada e concedeu-lhe a antecipação
de tutela para condenar a Agravante a não mais vender exemplares da biografia, bem a
recolher todos aqueles que já tivessem sido remetidos a pontos de venda e ainda não
tivessem sido comprados, no prazo de setenta e duas horas, sob pena de multa diária
de cinquenta mil reais.

Em síntese, eis os fatos.

2. DAS RAZÕES PARA REFORMA DA R. DECISÃO

2.1. Da ausência de probabilidade do direito

Julgadores, à luz do Direito pátrio, é nula a probabilidade de êxito da Agravada em


conseguir obstar definitivamente a venda de sua biografia, sob a alegação de que não
autorizou sua publicação, posto que absolutamente dispensável, no caso em tela.

Com efeito, o Supremo Tribunal Federal, em controle concentrado de


constitucionalidade, no julgamento da ADI n. 4815, impôs a interpretação conforme
a constituição aos artigos 20 e 21, do Código Civil, declarando ser inexigível a
autorização prévia para a publicação de biografias, em consonância com os direitos
fundamentais à liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, científica e
de comunicação, independentemente de censura ou licença de pessoa biografada,
relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais (ou de seus familiares, em
caso de pessoas falecidas).

Oras, no caso em tela, temos que a Agravante agiu no regular exercício da liberdade
de expressão, nos exatos termos do entendimento da Suprema Corte, que invocou o
artigo 5.º, inciso IX, da Constituição Federal, para decretar a inexigibilidade de
autorização da pessoa biografada, ainda mais considerando-se que se tratam de fatos
verdadeiros e que Jaqueline é pessoa pública, já que artista de grande expressão no
cenário artístico nacional.

Por esta razão, é medida de rigor a reforma da r. decisão de primeira instância, para
permitir a venda da publicação.

2.2. Da atribuição de efeito suspensivo

É de meridiana obviedade que a manutenção da r. decisão de piso acarretará graves


danos, de dificílima reparação, à Agravante, dada a dimensão da sanção econômica e
logística que impôs à Editora Cruzeiro.

Por ter fundamento constitucional (liberdade de expressão) reconhecida pelo STF, o


presente recurso tem indiscutível probabilidade de provimento, a ensejar para este
Agravo de Instrumento a imediata concessão de efeito suspensivo, na forma do
artigo 995, parágrafo único, do CPC.

3. Dos pedidos

Ante o exposto, requer a Agravante que Vossas Excelências se dignem a atribuir


efeito suspensivo imediato ao presente recurso, provendo-o, ao final, de modo a
revogar a tutela concedida em primeiro grau, autorizando a livre venda das biografias,
por ser medida de Justiça.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local, data

Advogado

OAB...

Direito Civil
XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO (2016.3) FGV - Prova aplicada em
22/01/2017
Peça Profissional
Em junho de 2009, Soraia, adolescente de 13 anos, perde a visão do olho direito após
explosão de aparelho de televisão, que atingiu superaquecimento após permanecer 24
horas ligado ininterruptamente. A TV, da marca Eletrônicos S/A, fora comprada dois
meses antes pela mãe da vítima. Exatos sete anos depois do ocorrido, em junho de 2016,
a vítima propõe ação de indenização por danos morais e estéticos em face da fabricante
do produto.
Na petição inicial, a autora alegou que sofreu dano moral e estético em razão do
acidente de consumo, atraindo a responsabilidade pelo fato do produto, sendo
dispensada a prova da culpa, razão pela qual requer a condenação da ré ao pagamento
da quantia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a título de danos morais e R$
50.000,00 (cinquenta mil reais) pelos danos estéticos sofridos.
No mais, realizou a juntada de todas as provas documentais que pretende produzir,
inclusive laudo pericial elaborado na época, apontando o defeito do produto,
destacando, desde já, a desnecessidade de dilação probatória.
Recebida a inicial, o magistrado da 1ª Vara Cível da Comarca Y, determinou a citação
da ré e após oferecida a contestação, na qual não se requereu produção de provas,
decidiu proferir julgamento antecipado, decretando a improcedência dos pedidos da
autora, com base em dois fundamentos:
(i) inexistência de relação de consumo, com consequente inaplicabilidade do Código de
Defesa do Consumidor, pois a vítima/autora da ação já alegou, em sua inicial, que não
participou da relação contratual com a ré, visto que foi sua mãe quem adquiriu o
produto na época; e
(ii) prescrição da pretensão autoral em razão do transcurso do prazo de três anos,
previsto no Art. 206, § 3º, inciso V, do Código Civil.
Na qualidade de advogado(a) de Soraia, elabore a peça processual cabível para a defesa
imediata dos interesses de sua cliente, no último dia do prazo recursal, indicando seus
requisitos e fundamentos nos termos da legislação vigente. Não deve ser considerada a
hipótese de embargos de declaração.

Tipo de peça: Recurso de Apelação, com fundamento jurídico no artigo 1.009 do


CPC/2015.
Cliente:Soraia.
Foro : 1º Vara Cível da Comarca Y.
terá que ser feita 2 peças:
1º Peça: é direcionada ao juízo a quo, para que esteja ciente que estou interpondo um
recurso e que houve o recolhimento de custas.
2º Peça: é as razões para qual interpôs o recurso de Apelação.
Esquema:
1- Fatos
2- Direitos
2.1 aplicabilidade do CDC-artigo 2º, 3º e 17º.
2.2- prescrição-artigo 3º e o artigo 206, § 3º, inciso V do Código Civil de 2002,
acumulado com o artigo 1.981 do Código Civil.
3- Pedido
Reforma da sentença, para que seja julgado procedente a ação, condenando o apelado a
pagar a indenização.
sucumbência.
1º Peça
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA CÍVEL
DA COMARCA Y/SP.
(10 Linhas)
Nº do processo: XXX
Soraia, devidamente qualificado, nos presentes autos, vem por intermédio de seu
advogado e procurador que este subscreve, nos autos da Ação de Indenização por Danos
Morais e Estéticos que promove em face de eletrônicos S/A, vem tempestivamente e
respectivamente a presença de Vossa Excelência interpor RECURSO DE APELAÇÃO,
com fulcro no artigo 1.009 do Código Processual Civil.
Requer ainda, a juntada da inclusa guia de preparo.
Termos em que,
Pede Deferimento.
cidade, data, mês e ano.
advogado
OAB/.

2ª Peça
Razões da Apelação

Apelante: Soraia
Apelado: Eletrônicos S/A
Processo de Origem: XXXXXXXX
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara.
Eméritos Desembargadores,
1-Fatos
Em junho de 2016 a autora, ora apelante propôs ação de indenização por danos morais e
estéticos em razão do acidente de consumo, ocorrido em junho de 2009, atraindo a
responsabilidade pelo fato do produto.

ocorre que após a explosão do aparelho de TV da marca do apelado, adquirido pela


genitora da apelante, esta perdeu a visão do olho direito, no entanto na época tinha
apenas 13 anos de idade, sendo absolutamente incapaz, razão pela qual requer a
condenação da recorrida ao pagamento da quantia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais)
a título de danos morais e R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) pelos danos estéticos
sofridos. No mais, destaca-se ser desnecessário a delação probatória, uma vez que
realizou a juntada de todas as provas documentais que pretende produzir, inclusive
laudo pericial elaborado na época, apontando o defeito do produto.
Após o oferecimento da contestação, o magistrado proferiu julgamento antecipado,
decretando improcedente os pedidos formulados pelo requerente.
No entanto, como será demonstrado a seguir, a sentença nao merece prosperar, devendo
ser reformada.
2- Dos Direitos
2.1- Aplicabilidade do CDC
O código de defesa do consumidor logo em seu artigo 2º, caput, estabelece o conceito
de consumidor, sendo o mesmo como:"pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto ou serviço como destinatário final", o que afasta a alegação do juízo
sentenciante de que é improcedente a ação da autora, por nao ter participado de relação
contratual com a ré, o que não é visto, segundo exposto no transcrito artigo, como
impedimento para caracterização da relação de consumo, além disso, no artigo 3º do
mesmo código, é transcrito que o fornecedor é toda pessoa que desenvolvem atividades,
seja de produção ou montagem.

Ainda, no código de defesa do consumidor, em seu arigo 17º, reforça a existência desta
relação consumista ao estabelecer que equiparam-se aos consumidores todas as vítimas
do evento. No caso em questão, ao fato do produto, que teve como consequência o
acidente sofrido pela autora do processo.
Sendo necessário falar ainda que no artigo 12 do código citado acima, trata sobre a
responsabilidade objetiva da ré, independente da existência de culpa, pelo dano causado
em consequência do defeito do produto, que inclusive, foram incluídos aos autos do
processo laudo pericial apontando o defeito do produto, existindo portanto a relação
entre o dano.
2.2 - Prescrição
quanto ao segundo fundamento da sentença, deve-se pretender o afastamento da
prescrição, isso porque não corre prescrição contra absolutamente incapaz de acordo
com o artigo 198, inciso I do código Civil. Do qual anula a tese do juízo a quo que
fundamentou a prescrição prescreve em 3 (três) anos, conforme o artigo 206, § 3º do
Código Civil. Assim como o artigo 3º CC, que relata os absolutamente incapazes de
exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.

Deste modo a autora, ora apelante, efetivou- se em 2012, quando a mesma completou
16 (dezesseis) anos, tornando-se relativamente capaz. Dessa forma, a prescrição de sua
pretensão ocorreria apenas em 2017, conforme o artigo 27 do CDC.
3- Pedido
Ante o exposto requer-se:

A- A reforma da sentença, para que seja julgada procedente a ação, condenando o


apelado a pagar ao apelante, os danos morais e estéticos nos termos da inicial;
B- Requer ainda, a condenação do apelado nas verbas sucumbenciais, tais como as
custas processuais e honorários advocatícios a serem arbitrados, conforme artigo 85
CPC.
Termos em que,
Pede Deferimento.
cidade, data, mês e ano.
Advogado
OAB.xx
10
Direito Civil
XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO (2016.2)
FGV - Prova aplicada em 09/10/2016
Peça Profissional
Ulisses, domiciliado no Rio de Janeiro, solicitou empréstimo de R$ 35.000,00 de
Tertuliano, também domiciliado no Rio de Janeiro. Tertuliano não titubeou em conceder
o empréstimo, já que sabia que Ulisses estava empregado em renomada empresa
hoteleira como gerente, possuindo conta corrente regular. Pactuaram que o valor seria
devolvido no prazo de trinta dias.
No último dia do prazo estipulado, Tertuliano notificou extrajudicialmente Ulisses para
que este realizasse o pagamento. Contudo, devidamente notificado, Ulisses afirmou que
não poderia efetuá-lo por não possuir os recursos necessários. Tertuliano sabe que
Ulisses não possui quaisquer bens em seu nome e não possui recursos em sua conta
corrente.
Uma semana após a notificação, Tertuliano teve conhecimento de que, naquela mesma
semana, Ulisses perdoou dívidas de R$ 36.000,00 de Marius, seu credor, que, em
conluio com Ulisses, aceitou a remissão para fins de auxiliá-lo maliciosamente em seu
intuito de esvaziar seu patrimônio e fugir ao compromisso assumido com Tertuliano.
Na qualidade de advogado(a) de Tertuliano, redija a peça processual cabível,
mencionando, ao final, a providência a ser requerida

EXMO DR JUIZ DE DIREITO DA VARA CIVEL DA COMARCA DO RIODE JANEIRO


 –
 RS.TERTULIANO, , , , portador do RG nº , e doCPF nº , residente e domiciliado a na c
idadede Rio de Janeiro
 –
 RJ, CEP , por intermédio de seu advogado,procuração em anexo, vem perante V.
Exa., propor AÇÃO PAULIANA (Artigo 259, inciso V do
CC)Em face de MARIUS, , , , portador do RG nº ,e do CPF nº , residente e domiciliado 
a ,, na cidade do Rio de Janeiro
 –
 RJ, CEP ; e ULISSES, ,, , portado do RG nº , e do CPF nº , residente edomiciliado a , , ,
na cidade do Rio de Janeiro
 –
 RJ, CEP ; pelos argumentos de fato e de direito a seguir expostos.DOSFATOS
O requerido solicitou empréstimo de R$ 35.000,00 do autor,que o concedeu tendo em
conta que o réu tinha emprego fixo,empréstimo esse que tinha o prazo de 30 dias para
pagamento.No prazo estipulado o primeiro réu foi notificadoextrajudicialmente para que
fizesse o pagamento, porem este alegoudisse que não tinha como efetuá-lo por falta de
dinheiro.
Uma semana após a notificação, o autor teve conhecimento de que,naquela mesma
semana, o primeiro réu perdoou dívidas de R$ 36.000,00 dosegundo autor, seu credor, a
fim de fazer uma fraude ao credor autor dessaação.DO DIREITOCabe dizer que trata-se
de fraude contra credores com todos os seusrequisitos, nos termos do Art. 159 do CC.O
autor já era credor antes da remissão de dívida, nos termos do Art.158, § 2º, do
CC.Quanto ao litisconsórcio passivo é correto já que ambos celebraram aestipulação
considerada fraudulenta, nos termos do Art. 161 do CC, caso

 
contrário, o provimento jurisdicional se tornaria ineficaz, já que o processocomo regra
só faz coisa julgada entre as partes (Art. 506 do CPC/15) e o valorque se visa obter está
em poder do segundo réu.Cabe destacar ainda que o débito era pré-existente à remissão
operadae que a fraude quando proveniente de remissão de dívida é presumida, poisresta
inequivocamente caracterizada a má-fé, não havendo que se falar emconluio
fraudulento, tendo em vista o exposto no Art. 158, caput, do CC.Por fim, pugna pela
anulação do negócio celebrado, nos termos do Art.171, inciso II, do CC.DOS
PEDIDOSPor derradeiro vem a requerer:
a) A intimação da parte contraria para que no prazo legalapresente defesa, e que seja designada
desde já audiência deconciliação;b) anulação do negócio celebrado, nos termos do Art.
171,inciso II, do CC;c) condenação em custas e honorários a parte vencida.Termo em que,
pede deferimento.Para meros fins fiscais, dá-se valor a causa de R$35.000,00(trinta e
cinco mil reais).Rio de Janeiro - RJADV-OAB

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