Luísa Vaisson - D. Comercial II

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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE


Curso: Licenciatura em Direito
Cadeira: Direito Comercial II
Turma: 3L6LDR2

Tema: Trabalho Prático

O presente teste deve


ser entregue ao docente:
Ambrosio Sambamate

Maputo, Agosto de 2022.


1. A contratação comercial é importante porque dá-nos a entender sobre o papel de um
contrato comercial. Que é garantir a segurança jurídica das partes, pois através do
contrato, são elencados todos os elementos do negócio pactuado, desde o objeto, a
obrigação, o valor a pagar até o caso de rescisão ou suspensão, penalidades e assim por
diante.

Portanto, seu papel é garantir que ambas as partes cumpram os termos acordados no
âmbito da legislação existente que serve de base para as negociações.

Como veremos adiante, os contratos firmados com empresas podem ter objetos distintos
e, portanto, podem envolver legislações distintas, como a Lei de Consolidação das Leis
do Trabalho e a Lei de Defesa do Consumidor.

2. O princípios autonomia da vontade: que informa que as partes são livres para
estabelecer as relações como preferirem, desde que dentro dos limites da lei.

Princípio da obrigatoriedade dos contratos, que informa que “o contrato faz lei entre
as partes”.

Princípio da atipicidade : não se pode formar contratos que não estão estabelecidos na
lei.

Princípio da boa-fé: este princípio, cuja consagração está dispersa pelo CC, em vários
preceitos, mas com maior expressão no art. 227º, significa que: 1. “Quem negoceia com
outrem para a conclusão de um contrato deve, tanto nos preliminares como na formação
dele, proceder segundo as regras da boa-fé, sob pena de responder pelos danos que
culposamente causar à outra parte

3. Os contratos preliminares é o conjunto de figuras comercias, típicas ou atípicas, de


direito Civil comum, que são justamente concluídos com vista á futura celebração de
um contrato comercial principal. Ex.: o contrato promessa, art 410.° e Seguintes do C.
Civil.

Os acordos intermédios ou contratação mitigada são instrumentos jurídicos, destituídos


de natureza contratual, auxiliares da negociação de um dado contrato mercantil, que
servem essencialmente para determinar a forma como as negociações entre as partes
contratantes se processarão ou para cristalizar o estado dessas negociações em
determinado momento.

Cartas de intenção (letters of intent) Ex: os acordos de compra e venda de empresa,


onde é comum que as partes pasmem e reproduzam os resultados das conversações ou
negociações compreendidas, normalmente em documentos de natureza econômica e
jurídica que visam fornecer uma informação exaustiva sobre os mais variados aspectos
organizativos, técnicos, patrimoniais, financeiros e contabilísticos da empresa negociada
de modo a permitir uma correcta e livre formação da vontade negocial das partes
contratantes.

Acordos de base (heads of agreement) Ex:. Quando o acordo cristaliza já um consenso


sobre todos os Essentials negotiti do contrato comercial definitivo, ficando a celebração
deste ultimo na dependência de determinadas condições, termos ou manifestações de
vontade unilateral.

4. As cláusulas contratuais gerais são aquelas elaboradas sem prévia negociação


individual, que proponentes ou destinatários indeterminados se limitem, respetivamente,
a subscrever ou aceitar, art. 467° do C. Com, ao passo que, Os contratos de adesão são
contratos em que uma das partes, por norma uma empresa, formula o contrato e a outra
parte limita-se a aceitar essas condições, mediante a adesão ao modelo ou impresso que
lhe é apresentado, ou a rejeitá-las, se não desejar ficar vinculado a esse modelo, nr. 1 do
art. 474.° do C. Com.

5. As cláusulas abusivas são aquelas que geram desvantagens ou prejuízos para o


consumidor, em benefício do fornecedor. Alguns exemplos: diminuir a responsabilidade
do contratado, no caso de dano ao consumidor; obrigar somente o contratante a
apresentar prova, em um processo judicial; permitir que o fornecedor modifique o
contrato sem autorização do consumidor; estabelecer obrigações para outras pessoas,
além do contratado ou contratante, pois o contrato é entre eles, as cláusulas abusivas
estão previstas no Art 471 do código comercial. Ao passo que, as práticas abusivas são
aquelas ações feitas por empresas que violam os direitos e colocam os clientes em
situação de desvantagem. Fica caracterizado o abuso em práticas que podem induzir o
consumidor ao erro ou engano, quando ele adquire produtos e serviços por pressão ou
trapaça.
6. As cláusulas contratuais consideradas abusivas e proibidas são nulas e de pleno
direito, ou seja, não produzem efeitos no campo prático jurídico. Portanto são
consideradas cláusulas proibidas e nulas nos termos do artigo 471°, as seguintes:

a) excluam ou limitem, de modo directo ou indirecto, a responsabilidade por danos


causados à vida, à integridade moral ou física ou à saúde das pessoas, ainda que seja
mediante a fixação de cláusula penal;

b) excluam ou limitem, de modo directo ou indirecto, a responsabilidade por danos


patrimoniais extracontratuais, causados na esfera da contraparte ou de terceiros;

c) excluam ou limitem, de modo directo ou indirecto, a responsabilidade por não


cumprimento definitivo, mora ou cumprimento defeituoso, em caso de dolo ou de culpa
grave;

d) excluam ou limitem, de modo directo ou indirecto, a responsabilidade por actos de


representantes ou auxiliares, em caso de dolo ou de culpa;

e) fixem em favor do proponente direito à indemnização, cujo montante exceda o valor


do dano real;

f) privem o aderente de provar a inexistência de dano ou a diminuição do seu valor, em


relação àqueles que tenham sido fixados pelo proponente;

g) estabeleçam multa nos casos de mora decorrente de inadimplemento de obrigação


superior a dez por cento do valor da prestação;

h) confiram, de modo directo ou indirecto, a quem as predisponha, a faculdade


exclusiva de interpretar qualquer cláusula do contrato;

i) excluam a excepção de não cumprimento do contrato ou a proibição da sua resolução


por não cumprimento;

j) excluam ou limitem o direito de retenção do aderente e o de obter indemnização por


benfeitorias necessárias;

l) excluam a faculdade de compensação, quando admitida na lei;

m) modifiquem os critérios de repartição do ónus da prova, restrinjam a utilização de


meios probatórios legalmente admitidos ou imponham ao destinatário o ónus da prova
relativo às circunstâncias próprias da esfera de responsabilidade do proponente;
n) estabeleçam a exclusão do direito de garantia quanto à idoneidade do produto no que
se refere à sua substituição ou eliminação de defeitos, ou que fixem a condição de
prévia adopção de medida judicial contra terceiros;

o) estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o contratante


em desvantagem exagerada ou sejam incompatíveis com os princípios da boa-fé e da
equidade;

p) infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;

q) estejam em desacordo com o sistema de protecção ao consumidor.

8. A teoria da culpa in contrahendo trata da responsabilidade civil pré‐contratual.


Mesmo antes de celebrado o contrato, as partes já devem portar‐se em consonância com
a boa‐fé. Em termos gerais, o instituto da culpa in contrahendo, ancorado no princípio
da boa-fé, recorda que a autonomia privada é conferida às pessoas dentro de certos
limites e sob as valorações próprias do Direito; em consequência, são ilegítimos os
comportamentos que, desviando-se duma procura honesta e correta dum eventual
consenso contratual, venham a causar danos a outrem. Da mesma forma, são vedados os
comportamentos pré-contratuais que inculquem, na contraparte, uma ideia distorcida
sobre a realidade contratual. Depois de algumas hesitações iniciais, numa aproximação
à boa-fé, na linha germânico-românica acima apontada, acabou por ter um acolhimento
formal no Código Civil de 1966. Este dispõe, no seu artigo 227.º, n.º1: «Quem negoceia
com outrem para conclusão de um contrato deve, tanto nos preliminares como na
formação dele, proceder segundo as regras da boa fé, sob pena de responder pelos danos
que culposamente causar à outra parte».

9. O caso remete-nos ao direito subsidiário, uma vez que, o contrato celebrado entre as
partes envolve um singular e uma empresa fazendo com que o contrato seja um
contrato mercantil, regido pelo código comercial, porém o código comercial não prevê
nenhum contrato e no qual as partes vão guardar uma coisa a alguém.

No contrato de depósito no código civil onde encontramos disposição em que alguém


deposita uma determinada coisa, a alguém fazendo com que está pessoa a quem se
deposita fique com a coisa, durante um determinado período de tempo artigo 1185°.
código civil, o contrato celebrado é o contrato de depósito artigo 1185°. código civil
tanto é que no caso não prevê as condições em que foi celebrado o contrato, somente
vem o prazo , eles não falaram se o depósito é gratuito ou onerosos. Artigo 1186°.
código civil

Já findado o prazo o depositário devia guardar o cachorro, A que houve oneração pela
guarda do cachorro , houve um despacho monetário de 20.000.00mt , o que sucede é
que o depositante não é quem paga, de acordo com o código civil existem várias formas
que o depositário pode usar para requerer os seus 20.000.00mt gastos nas despesas da
saúde do cão que são disposições principais e outras acessórias.

o depositário também poderá arguir direito de redenção que é o direito lhe conferido
por lei , de ficar com o cachorro até que seja conferido a obrigação por parte do
depositário artigo 754°. código civil , caso contrário terá de fazer um meio termo de
vender o cachorro e arrecadar os 20.000.00mt gastos nas despesas.

10. A questão em apresso nos remete á matéria de Declaração expressa no art 217°. n°
1 e 2. Descreve que a declaração de negocial pode ser expressa ou tácita: é expressa
quando é feita por palavras, escrito ou qualquer outro meio directo de manifestação de
vontade.

2. O caracter formal da declaração não impede que ela seja emitida tacitamente desde
que a forma tenha sido observada quanto aos factos de que a declaração se deduz. Logo
no art 222 n°2 descreve que o contracto celebrado verbalmente posteriores são validas
excepto se para o efeito.

O contrato em questão é contrato de prestação de serviços, que pode ser escrito ou


verbal, levando em conta essa situação o contrato tem efeito. A Picasso eventos, Lda.
Deverá intentar uma acção contra o Shaba Wonder.

11. A) Estamos perante o contrato promessa previsto no artigo 410 do CC. Ora, C ao
vender o imóvel para D viola o princípio da boa fé previsto no artigo 227 do C.C que
consagra, que quem negoceia com outrem para a conclusão de um contrato deve, tanto
nos preliminares como na formação dele, proceder segundo as regras da boa-fé, sob
pena de responder pelos danos que culposamente causar à outra parte. Portanto, C
deverá indemnizar D nos termos do artigo 562, 483 n.1 e 798 todos do C. Civil.

b)R: querendo A pode intentar acção para que o Tribunal prefira uma sentença que
produza os efeitos jurídicos do contratos, nos termos do artigo 830 n.1 do CC.
Portanto, tendo havido sinal por parte de A, e C deixou de cumprir deve este proceder à
restituição do valor prestado em dobro, dispõe o artigo 442 n. 1 do CC.

c)R:B não pode se opor ao contrato por se tratar de uma relação obrigacional que
produz efeitos inter partes, dispõe o artigo 397 do CC.

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