Cartilha Ilustrada Corte de Eucalipto TIs Guarani RS

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CORTE, MANEJO E USOFRUTO DE ARBÓRIEAS EXÓTICAS EM TERRAS

INDÍGENAS NO RIO GRANDE DO SUL.

CARTILHA ILUSTRADA: PASSO A PASSO EXPLICATIVO.

FICHA TÉCNICA
Identificação do projeto

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL E TERRITORIAL EM TERRAS INDÍGENAS GUARANI

Organização Financiadora
NEWTON FUND ­ BRITISH COUNCIL

Organização Beneficiária

CENTRO DE TRABALHO INDIGENISTA

Responsáveis pela execução do projeto

CENTRO DE TRABALHO INDIGENISTA ­ CTI

ASSOCIAÇÃO DE ESTUDOS E PROJETOS COM POVOS INDÍGENAS E MINORITÁRIOS ­ AEPIM

Coordenadora do Programa Guarani

MARIA INÊS LADEIRA

Coordenadores do projeto

BRUNO M. MORAIS E ELIZA CASTILLA

Pesquisa e Produção

GUILHERME FUHR
Ilustração

MAGNÓLIA DOBROVOSKI

Diagramação final

CRISTHIANO KOLINSKI

EXECUÇÃO: PARCEIROS:
Corte, manejo e usufruto de arbórea exóticas em
Terras Indígenas no Rio Grande do Sul

A presente cartilha foi construída no âmbito do projeto “PLANO DE GESTÃO


AMBIENTAL E TERRITORIAL EM TERRAS INDÍGENAS GUARANI” e visa
contribuir para a concretização da Política Nacional de Gestão Territorial e
Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI) no Estado do Rio Grande do Sul. Seu
principal objetivo é a elucidação dos trâmites necessários, procedimentos técnico­
burocráticos e órgão competente para o manejo das espécies exóticas arbóreas
(árvores não nativas) em Terras Indígenas (TI´s) no RS.

A elaboração desse material partiu da demanda das lideranças indígenas no


enfrentamento dessa problemática ambiental em seus territórios tradicionais. Ao
longo da recente história da América, diversas espécies arbóreas, provindas de
distintos lugares do mundo, acabaram sendo introduzidas nas TI's e, atualmente,
algumas delas tornaram­se empecilho para o pleno desenvolvimento das
atividades produtivas e culturais indígenas. Algumas dessas espécies além de
serem exóticas também são invasoras, ou seja, possuem alto e acelerado grau de
dispersão e domínio sobre o território, características que fazem com que as
espécies exóticas tomem conta da terra, em detrimento da brotação e
desenvolvimento das matas nativas.

Apesar dos indígenas não terem tantos conhecimentos e proximidade histórica


e cultural com essas espécies exóticas, no presente a perspectiva de manejo e uso
dessas árvores em benefício das comunidades tem motivado as lideranças
indígenas a buscarem parceiros e ações nesse sentido. Deste modo, apoiar as
comunidades para o combate, controle, monitoramento e uso dessas espécies é
importante para garantir o bem viver indígena e fundamental para a
sustentabilidade ambiental das Terras Indígenas.

No intuito de colaborar nesse processo, dando subsídios técnico­burocráticos


às lideranças indígenas, servidores dos órgãos públicos e demais parceiros, é que
o CTI, em parceria com a Comissão Guarani Yvyrupa (CGY), Associação de
Estudos e Projetos com Povos Indígenas e Minoritários (AEPIM) e Fundo Newton,
concebeu esse material ilustrado e explicativo.
Manejo de espécies exóticas em Terras
Indígenas frente às políticas sociambientais:
Biodiversidade e autonomia

Espécies exóticas invasoras são consideradas a segunda maior causa de


perda de biodiversidade no mundo. É por isso que fóruns internacionais, como a
Convenção da Diversidade Biológica, apresentam este tema como um dos mais
importantes, tendo como meta a identificação, controle ou eliminação das
espécies exóticas invasoras no mundo até o ano de 2020. Para isso, toda a ajuda
é bem vinda!

Assim como no Brasil e no mundo, no RS estas espécies também são um


problema de dimensão crescente, como, por exemplo, o pinus, a uva do japão, o
capim annoni (no Bioma Pampa), além de espécies animais como o javali, a rã­
touro e o mexilhão dourado. Essa problemática das invasões biológicas levou a
SEMA (Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável/RS), por meio do
Projeto RS Biodiversidade, a publicar uma Portaria que reconhece quais são as
espécies exóticas invasoras do Estado (Portaria SEMA n° 79/2013) e algumas
normas para seu controle, assim como uma proposta de política pública para
prevenção e controle destas espécies, a qual está em vias de publicação.

Em virtude das características ambientais e culturais de cada região ou


localidade, é importante que as ações de controle e uso destas espécies sejam
discutidas e propostas com e entre as comunidades locais. Por isso, a presente
cartilha destaca­se como um referencial pioneiro no Estado no processo de
construção participativa de uma proposta de manejo, controle e usufruto de
espécies arbóreas exóticas, a partir da perspectiva e interesse das pessoas
diretamente envolvidas: as comunidades indígenas.

O apoio aos indígenas em sua busca por autonomia, geração de renda e


bem viver, bem como para conservação da biodiversidade de seus territórios é
um papel de todos os entes públicos muito bem expresso tanto na Constituição
de 1998 quanto, mais recentemente, na PNGATI. Esta política apresenta como
objetivo principal promover a recuperação, a conservação e o uso sustentável
dos recursos naturais dos territórios indígenas, assegurando a integridade do
patrimônio indígena, a melhoria da qualidade de vida e as condições plenas de
reprodução física e cultural de suas atuais e futuras gerações. As terras
indígenas, na atualidade, estão sendo severamente pressionadas de variadas
formas pela sociedade abrangente, gerando escassez de elementos da
biodiversidade e a necessidade de busca por novos mecanismos e conceitos
para garantir que possam viver em suas terras tradicionais de acordo com seu
modo de vida. Neste sentido, apoiar as comunidades em ações para o controle,
manejo e uso destas espécies invasoras, vem a contribuir tanto para garantia de
um ambiente mais equilibrado e biodiverso ­ em consonância com as políticas
nacionais e internacionais de conservação da biodiversidade ­ quanto para o
usufruto de seus recursos com autonomia e sustentabilidade.

Joana Braun Bassi


Coordenadora técnica do Projeto RS Biodiversidade/SEMA
Representante governamental do Conselho Estadual dos Povos Indígenas

Dennis Nogarolli Marques Patrocínio


Coordenador Geral do Projeto RS Biodiversidade/SEMA
EXECUÇÃO: PARCEIROS:

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