Modelagem Geológica e Estimação de Recurso Do Depósito Secundário de Diamante Da Bacia Do Rio Tchicapa Na Região Do Lucapa (Lunda Norte)
Modelagem Geológica e Estimação de Recurso Do Depósito Secundário de Diamante Da Bacia Do Rio Tchicapa Na Região Do Lucapa (Lunda Norte)
Modelagem Geológica e Estimação de Recurso Do Depósito Secundário de Diamante Da Bacia Do Rio Tchicapa Na Região Do Lucapa (Lunda Norte)
Faculdade de Ciências
Departamento de Ensino e Investigação de Geologia
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EPÍGRAFE
"Há dois tipos de pessoa que vão te dizer que você não pode fazer a diferença neste mundo: as
que têm medo de tentar e as que têm medo de que você se dê bem"
Ray Goforth
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diamante na Bacia do Rio Tchicapa na Região do Lucapa ( Lunda Norte )
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiro à Deus por me ter dado vida, força e determinação para
concluir o meu percurso académico, aos meus pais Eduardo Matondo Kwanzambi e Isabel
Viana Francisco pela confiança e incentivo. e a minha querida esposa Conceição Rafael Wala
por me confortarem nos momentos menos alegres e por acreditarem sempre na minha
pessoa;Não esquecer meus irmãos e irmãs, aos meus familiares, aos colegas e amigos que
sempre me apoiaram e contribuíram de forma directa ou indirectamente na minha formação
académica.
Dedico este trabalho primeiro à Deus nosso senhor, aos meus pais José da Costa e Clarisse
Dias Delgado (país Biológicos) e pela Otilinda dos Anjos (Mãe de Criação) e ao Dr. João F.
De Sousa Gaspar da Silva (pai de Criação) e pela minha grande companheira e Esposa
Leonilda da Costa por terem sidos os meu maiores pilares durante a minha Formação. Não
esquecendo as minhas irmãs, tias, familiares, amigos e colegas.
ÍNDICE
DEDICATÓRIA ....................................................................................................................... IV
ABSTRACT ........................................................................................................................... XV
Capítulo I .................................................................................................................................... 1
Introdução ................................................................................................................................... 1
5.2.7 Em Relação Directa e Imediata com a Actividade Recente dos Cursos de Água ....... 46
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ÍNDICE DE FIGURAS
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Unidades geológicas das Lundas Norte e Sul. ........................................................ 13
Tabela 2 - Tipos de Depósitos (adaptado de Monforte 1985) .................................................. 53
Tabela 3 - Conceitos teóricos do método de Interpolação Triangulação Linear. ..................... 59
Tabela 4 - Conceitos teóricos do método de Interpolação Inverso Ponderado da Distância.... 60
Tabela 5 - Conceitos teóricos do método de Interpolação Mínima Curvatura. ........................ 61
Tabela 6 - Conceitos teóricos do método de Interpolação Superfície de Tendência. ............... 62
Tabela 7 - Conceitos teóricos do método de Interpolação Krigagem....................................... 63
AGRADECIMENTOS
Senhor nosso Deus, pai todo-poderoso criador do céu e da terra. Nós te agradecemos pelo
dom da vida e por essa bênção que nos destes de realização deste trabalho, é eterna e infinita a
nossa gratidão.
Aos nossos familiares, em especial aos nossos pais Eduardo Matondo Kwanzambi e Isabel
Viana Francisco; José da Costa e Clarisse Dias Delgado (país Biológicos) e pela Otilinda dos
Anjos (Mãe de Criação) e ao Dr. João F. De Sousa Gaspar da Silva (pai de Criação); aos
nossos irmãos, Esposas e famílias em geral pela motivação, apoio, força que nos forneceram
durante esse percurso académico. Porque os vossos conselhos e orientações guiaram dia a pós
dia os nossos passos, o nosso muito obrigado.
Aos nossos caríssimos orientadores Prof. Dr. Kelusodi Eduardo Filemom e Dr. Gomes
Mucanza, o nosso especial agradecimento pela sabedoria, disponibilidade, paciência,
acompanhamento, conselho, material disponibilizado e principalmente pela oportunidade de
discutir ideias, obtendo sugestões e esclarecimentos de grande valor demonstrado ao longo do
período de realização deste trabalho.
A empresa Somipa – SA pela atenção, confiança e fornecimento dos dados geológicos da
região de estudo para o desenvolvimento deste trabalho, especialmente a direcção
administrativa, isto é, na pessoa do Linc. António Pereira.
Ao Departamento de Geologia da Faculdade Ciências, Universidade Agostinho Neto, em
especial ao Prof. Dr. António Olímpio Gonçalves, chefe de Departamento de Geologia e ao
Prof. Dr. Pedro Claude Nsungani pela motivação e pelas contribuições com os seus saberes
que serviram para o engrandecimento deste trabalho.
Aos docentes do Departamento pelo grande incentivo. Aos colaboradores e funcionários em
geral do Departamento e da Faculdade que contribuíram muito para nossa formação
académica.
Aos nossos companheiros colegas, em especial a turma dos mineiros de 2019 (Seniores), a
turma de Geologia Aplicada 2019, a turma dos Recursos Energéticos 2019, aos nossos
colegas do Geoclube UAN, as turmas do 4º e 3º Ano de 2019, aos nossos irmãos de batalha
Augusto Inoc, Egídio Lopes, José Samalesso, Filipe Lima e a todos os nossos colegas de
trajectória, o nosso muito obrigado.
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NE – Nordeste
Km – Quilómetro
cm – Centímetro
% - Percentagem
m- Metro
- Metros Cúbico
MG – Modelo Geológico
ha- Hectare
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RESUMO
A proximidade ao Cratão do Congo juntamente com diversos episódios tectónicos, alguns dos
quais associados à abertura do Atlântico Sul e às erupções kimberlíticas ocorridos no
Cretácico, conferiram a Angola, em especial ao Nordeste (NE) do seu território, um elevado
potencial diamantífero. O volume de pedras recuperado, e a sua qualidade, fazem de Angola
um país importante no mercado mundial de diamantes. Angola tem todas as condições para
manter esta posição de mercado devido à existência de áreas por explorar e outras que
carecem de estudos geológicos e geomorfológicos mais detalhados (Chambel, Reis, &
Caetano, 2013).O objectivo deste trabalho é construir o modelo geológico do depósito de
diamante secundário da bacia do rio Tchicapa para a interpretação geológica e estudos de
avaliação económica do depósito, tem como finalidade ilustrar na prática a aplicação dos
mesmos, mediante o uso de ferramenta informática (software Rockworks16) para elaboração
do modelo litostratigráfico 3D, de modo a definir a geometria do depósito de diamante da
região de Lucapa (Lunda Norte). Para a construção do modelo tridimensional do depósito
mineral passível de ser explorado a céu aberto foram analisados 130 testemunhos de
sondagens através dos softwares QGIS e Rockworks 16 e o Google Earth o que possibilitou
obter as espessuras de cascalho e de estéril, profundidade e a cota, com base as informações
recolhidas por meio de técnicas de prospecção geológica, das quais, as sondagens obtidas pela
Empresa Somipa – SA constituíram as fontes mais comuns de informação. O depósito de
diamante da região de Tchicapa foram lhe atribuídas duas unidades litostratigráficas Estéril e
Cascalho. Estas unidades foram definidas a partir do compósito que se fez das camadas
litológicas em função das espessuras obtidas por cada furo de sondagem. Segundo o modelo
litostratigráfico do depósito O Modelo Litostratigráfico da área de estudo é composto por duas
unidades litostratigráficas que, no total, compreendem um volume de 6 653 175 e uma
massa volumétrica de 229 534, 537 kg. Das unidades existentes as de maiores interesses são
as de Cascalho que representam uma espessura de 3,74 m e volume total de 538717,08 e
uma reserva de 123 904,9284t . De acordo com os dados estatísticos aqui obtidos, o teor
médio no conjunto das sondagens é cerca de 0,23%. O modelo tridimensional da distribuição
do teor na área de estudo, comparando os dados estatísticos dos originais (0,30) com a dos
blocos individualizados verificam – se, de facto, que não persistem grandes diferenças entre
os valores de uns e outros.
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ABSTRACT
The proximity to Cratão do Congo together with several tectonic episodes, some of which are
associated with the opening of the South Atlantic and the Kimberlitic eruptions that occurred
in the Cretaceous, gave Angola, especially to the Northeast (NE) of its territory, a high
diamond potential. The volume of stones recovered, and their quality, make Angola an
important country in the world diamond market. Angola has all the conditions to maintain this
market position due to the existence of areas to be explored and others that lack more detailed
geological and geomorphological studies (Chambel, Reis, & Caetano, 2013). The objective of
this work is to build the geological model of the secondary diamond deposit of the Tchicapa
river basin for geological interpretation and economic evaluation studies of the deposit, its
purpose is to illustrate in practice their application, using a computer tool (Rockworks16
software) for the elaboration of the 3D lithostratigraphic model, in order to define the
geometry of the diamond deposit in the Lucapa region (Lunda Norte). For the construction of
the three-dimensional model of the deposit mineral that can be explored in the open, 130 drill
cores were analyzed using the QGIS and Rockworks 16 software and Google Earth, which
made it possible to obtain gravel and sterile thickness, depth and elevation, based on the
information collected through geological prospecting techniques, of which the surveys
obtained by compani Somipa - SA were the most common sources of information. The
diamond deposit in the Tchicapa region was assigned two sterile and gravel lithostratigraphic
units. These units were defined from the composite made of the lithological layers according
to the thicknesses obtained by each borehole. According to the litostratigraphic model of the
deposit The Litostratigraphic Model of the study area consists of two litostratigraphic units
that, in total, comprise a volume of 6 653 175 m³ and a volumetric mass of 229 534, 537 kg.
Of the existing units, the ones of greatest interest are those of Gravel, which represent a
thickness of 3.74 m and a total volume of 538717.08 m³ and a reserve of 123 904.9284t.
According to the statistical data obtained here, the average content in the set of polls is about
0.23%. The three - dimensional model of the distribution of the content in the study area,
comparing the statistical data of the originals (0.30) with that of the individualized blocks
shows, in fact, that there are no major differences between the values of each other.
Capítulo I
Introdução
1. INTRODUÇÃO
A proximidade ao Cratão do Congo juntamente com diversos episódios tectónicos, alguns dos
quais associados à abertura do Atlântico Sul e às erupções kimberlíticas ocorridos no
Cretácico, conferiram a Angola, em especial ao Nordeste (NE) do seu território, um elevado
potencial diamantífero. O volume de pedras recuperado, e a sua qualidade, fazem de Angola
um país importante no mercado mundial de diamantes. Angola tem todas as condições para
manter esta posição de mercado devido à existência de áreas por explorar e outras que
carecem de estudos geológicos e geomorfológicos mais detalhados (Chambel, Reis, &
Caetano, 2013).
1.2 Problema
1.3 Objecto
(Lunda – Norte).
Este trabalho tem como objectivo geral construir o modelo geológico do depósito de diamante
secundário da bacia do rio Tchicapa para a interpretação geológica e estudos de avaliação
económica do depósito.
1.7 Hipótese
1.9 Antecedentes
- Chamber Luís (2000) - Evolução do peso dos diamantes ao longo do rio Chicapa (Lunda,
Angola). Explica a evolução do peso dos diamantes e a respectivas qualidades do diamante
em função do seu peso e percurso ao longo da sua trajectória. A mineralização em diamantes
dos jazigos aluvionares tem características específicas que implicam uma aproximação
cuidada quando se pretende avaliar os seus recursos e reservas A análise dos resultados
observados para a evolução da granulometria dos diamantes do vale principal do rio Chicapa
e a sua comparação com dados referentes ao litoral da Namíbia permitiram nos chegar às
seguintes conclusões:
A evolução do peso médio dos diamantes dos jazigos situados ao longo do vale principal do
rio Chicapa caracteriza-se, no troço estudado, por um decréscimo inicial rápido, a que se
segue um decréscimo sucessivamente menos acentuado, evolução semelhante à observada no
litoral da Namíbia.
- Reis E. Pereira, Rodrigues, J (2003). - Evolução da Bacia do Congo e as unidades
diamantíferas em Angola. Explica as diferentes unidades diamantíferas que podemos
encontrar nas Lundas A Bacia do Congo teve origem no interior do supercontinente
Gondwana, sendo enquadrada por varias faixas orogénicas dos ciclos Kibariano (1200 - 200
Ma) e Pan - Africano (850-540 Ma).
Após as ultimas fases de deformação deste ciclo, a bacia admite sedimentação siliciclastica
marinha do Paleozóico inferior e médio. A partir deste período, a evolução da Bacia do Congo
e inteiramente continental com drenagem endorreica que da lugar a uma sequencia terrígena
de espessura quilométrica. Relativamente a esta ultima sequencia e para o caso da província
da Lunda (NE de Angola), e possível distinguir o conjunto de unidades continentais anteriores
as intrusões kimberlíticas, de um outro, constituído pelas unidades que se depositaram
posteriormente a intrusão dessas fontes primarias de diamantes. Tendo em conta as
actividades de prospecção diamantífera resulta óbvio o interesse operacional desta separação.
O Presente trabalho está dividido em sete (7) capítulos descritos nos parágrafos seguintes:
1.2.3 Capítulo II – Características geográficas: neste capítulo far-se-á uma descrição da área
de estudo, no ponto de vista da sua localização geográfica, (coordenadas geográficas), limites
geográficos, geomorfologia.
1.2.4 Capítulo III - Características Geológicas: neste capitulo far-se-á uma apresentação do
ponto de vista geológico, da sua evolução geológica: formações, estruturas, cronologia e a sua
geodinâmica
1.2.5 Capítulo IV – Conceitos Gerais: Neste capítulo abordar-se-á aspectos que foram
relevantes apreender, compreender e considerar para elaboração deste trabalho.
1.2.8 Capítulo VII – Conclusões: Neste capítulo, apresentar-se-á uma ideia geral dos
resultados obtidos na análise, bem como, sucesso, debilidades do trabalho e previsões para
futuros.
Capítulo II
Características Geográficas da Zona
de Estudo
A área de estudo encontra-se numa região de clima predominantemente tropical húmido com
duas estações: a primeira é a estação chuvosa que tem início no mês de Agosto até Maio e a
segunda estação seca (Cacimbo) começa no mês de Maio e termina no mês de Agosto
prolongando-se até ao início do mês de Setembro.
A precipitação média anual de 800 à 1000 mm, a temperatura média anual varia entre 22 à
24ºC, e a humidade relativa média anual 75 à 80% analisada a partir das 9h, hora em que
A área em estudo possui uma rede hidrográfica muito densa, em que se destacam os rios
Tchicapa, luele, sambo, lovua, todos estes afluentes do rio Cassai. São estas as principais
características morfológicas e evolutivas da rede hidrográfica regional:
Os rios principais orientam o curso de Sul para Norte, enquanto os ribeiros secundários
correm geralmente na direcção Este-Oeste. Alguns troços dos cursos de água parecem ter sido
orientados por disposições estruturais; outros correspondem a direcção das camadas.
atingiram ainda o estádio de senilidade ou mesmo o de maturidade avançada que lhes impeça
transporte de muita carga sólida.
Capítulo III
Características Geológicas da Zona
de Estudo
A região de estudo encontra-se no escudo de Kasai, e está estruturada por dois andares
estruturais; o inferior, que corresponde ao soco cristalino (complexos litológicos – estruturais
do Arcaico e do Proterozoico Recente) e o Superior que é a cobertura da plataforma,
constituída pelos complexos do Proterozoico Tardio, Paleozóico, Mesozóico e Cenozóico
(Tack et al., 2001, Nsungani, 2012).
A sua espessura máxima é mais ou menos 200m. As rochas que afloram nesta região
constituem o seu substrato e podem agrupar-se do seguinte modo (Tabela):
A maioria das rochas deste Sistema acha-se em estado de grande alteração que é atribuído,
por uns, à acção superficial das águas circulantes que penetram.
3.4 Tectónica
O que se pode afirmar é que, no Pré-câmbrico Inferior, a região do Nordeste da Lunda foi
afectada por um importante ciclo orogénico que, em diferentes surtos, atingiu regiões
extensas, sem que haja possibilidades, no entanto, de reconstituir a ordem pela qual os
fenómenos aconteceram.
3.5 Metamorfismo
Todas as espécies litológicas representativas deste Sistema são recortadas por granitos
intrusivos e por filões de quartzo. Os granitos parecem corresponder a duas épocas de
granitização. Como variante de composição destas rochas, assinale-se o predomínio da biotite
sobre a anfíbola.
- Fácies granulítica
Compreende, dum modo geral, granulitos, gnaisses anfibólicos e anfibolitos, assim como
quartzitos, xistos e arenitos.
3.9 Tectónica
NW-SE e N.NW-S.SE
3.2.1 Metamorfismo
As rochas a que anteriormente se frisou são afectadas e recristalizadas por granitos intrusivos
e por filões de quartzo paralelos, por vezes, á foliação dos gnaisses (A. Monforte, 1985).
Além dos granitos de quartzo azul, devem mencionar-se os pórfiros granitoídes como rochas
que recortam o Sistema Superior do Complexo de Base.
É possível, no entanto, que a acção deste evento tectogenético se haja feito sentir localmente,
quer na redução da extensão do complexo antigo, quer na génese de novas formações de
natureza metassedimentar.
Em volta do núcleo arcaico e das rochas cuja formação se pode atribuir à orogenia eburneana,
instalaram-se cinturas dobradas.
Recentemente, porém, foi decidido substituir esta nomenclatura por outra de carácter regional,
ou seja, a de séries metamórficas do nordeste de Angola, por corresponder a uma série de
ambientes em estreita dependência e limitados dos pontos de vista geográfico e de tempo.
3.2.6 Estratigrafia
Do ponto de vista estratigráfico, este agrupamento litológico compreende duas Séries, cada
uma das quais se subdivide, por sua vez, era três andares ( Monforte, 1985).
A Série Inferior -Al 1- exibe um elevado grau de metamorfismo tanto maior quanto mais
próximas estão as injecções graníticas que penetram as suas formações. Está representada por:
Estas espécies litológicas evidenciam uma textura granular muito fina, grande dureza e, em
certos casos, fractura conchoidal.
Este andar é formado sobretudo por xistos e filádios. Os xistos argilosos, muito macios, têm
cor arroxeada, avermelhada e cinzenta.
As formações da Série Superior foram submetidas a dobramentos porém não tão intensos
como os que atingiram a Série Inferior. Podemos distinguir igualmente três andares:
Este andar constitui um conjunto mais ou menos homogéneo, sendo formado por uma massa
de xistos levemente gresosos, com intercalações de conglomerados quase sempre de carácter
intraformacional.
Nota-se, por vezes, uma mudança gradual de fácies pelo aparecimento sucessivo de
conglomerados compactos, conglomerados xistosos, xistos conglomeráticos e xistos gresosos.
Os xistos e conglomerados são substituídos, em certos casos metassomaticamente, por
hematite (A. Monforte, 1985).
3.3.5 Tectónica
3.3.6 Metamorfismo
Na actividade ígnea ocorrida durante este ciclo do Pré-câmbrico Superior são de mencionar
intrusões graníticas e injecção de rochas básicas e ultrabásicas (Monforte, 1985).
Grupo Luana: Na região do rio que deu o nome ao conjunto destas formações, podem
distinguir-se três unidades principais:
- Conglomerados.
- Filádios.
- Xistos argilosos, silicificados, bem estratificados, de cor escura e com veios de quartzo
(Monforte, 1985).
Esta formação foi definida na região das Lundas (Andrade, 1953a, b; 1954) e mais tarde
incluída no grupo Kwango, Possui espessura média de 40-60 metros. É considerado o
primeiro colector de diamantes, dado que a sua formação coincide com os episódios de
diastrofismo continental anteriormente referidos e com a destruição supergénica dos
kimberlitos mineralizados. A Formação Calonda colectou os produtos da destruição de
kimberlitos e lamproítos. A formação terá tido a sua origem através do preenchimento de
depressões limitadas por falhas resultantes dos episódios tectónicos extensivos relacionados
com a abertura do Atlântico Sul (Reis et al, 2000).
É constituída, maioritariamente, por depósitos de ambientes torrenciais relacionados com as
elevações de terreno. Estas elevações contribuíram para um ambiente com elevada energia e
capacidade de transporte, num meio denso e viscoso, onde os clastos angulosos e finos são
transportados em suspensão por uma massa argilosa e densa. Intercalações conglomeráticas e
argilosas tornam-se recorrentes à medida que as diferenças no relevo se tornam menos
pronunciadas.
No topo da sequência da formação existem níveis limoníticos, siliciosos, e carbonatados, que
indicam uma maior frequência de estações de seca e a total ausência de águas superficiais. A
formação termina com um nível de sedimentos terrígenos siltosos correspondentes a um
transporte de baixa energia e de fluxo laminar juntamente com episódios de transporte eólico.
Segundo Monforte (1985), podem ocorrer três formas distintas, do menor para o maior valor
económico:
Aspecto conglomerático com blocos angulosos a sub-angulosos e com extensão
reduzida.
Apresenta-se de forma mais fina que os anteriores, com dominância de quartzitos e
com elevada extensão.
Com menor espessura, erodidos e constituídos por elementos de menor dimensão
dentro de uma matriz argilosa (Pereira et al, 2003).
A formação deste grupo coincide com os principais ciclos de erosão responsáveis pelo
desgaste da topografia regional e dos quais resultaram vastas planícies. Este grupo foi
inicialmente definido por Lepersonne (1945) e depois completado por Cahen et al (1946). O
grupo Kalahari foi dividido em três formações: Formação Kamina, Grés Polimorfos e as
Areias do Kalahari.
Referindo em concreto as províncias das Lundas Norte e Sul, este grupo ocorre sob a forma
de duas unidades litológicas:
Formação das areias ocres, constituída por camadas de cascalho subjacentes a areias
de tonalidades ocre e amarelo,
Grés Polimorfos, form ação composta essencialmente por conglomerados, arenitos,
calcedónia e arenitos quartzíticos siliciosos (De Ploey et al 1968).
Sob os altos planaltos da região, cobertos por areias de cor amarela ou alaranjada,
distinguem-se dois grupos de aplanações importantes:
Entre a superfície pliocénica, cuja altitude máxima é a das divisorias dos cursos de
água principais dirigidos de Sul para Norte (interflúvios maiores) e o mais elevado dos
terraços conhecido e caracterizado (40 metros), existe, na Lunda, uma série de
aplanações ainda mal definidas e estudadas (Monforte, 1985).
Capítulo IV
Metodologia de Trabalho
4.1 METODOLOGIA
Nesta etapa fez-se a recolha e a compilação de toda informação relacionada com o tema a
investigar e também a digitalização de toda informação do depósito mineral de Diamante da
Bacia do Rio Chicapa. Para tal teve-se acesso às seguintes fontes de informação:
Carta Geológica de Angola a escala 1:1000000 e a respectiva Noticia Explicativa;
Relatórios de estudos obtidos durante a prospecção geológica do depósito de Diamante da
Bacia do Rio Chicapa, realizados pela empresa Diamang (logs de sondagens, e resultados da
petrografia), De modo a completar a informação acima descrita foram consultados livros
relacionados com o tema, imagens de satélites e modelos de elevação digital (SRTM) que
cobrem a área de estudo.
Para melhor organização, atendendo o tipo de dados de entrada obtidos da etapa anterior,
dissidiu-se optar pela seguinte estrutura de dados: dados geológicos, topográficos e de
sondagens.
Dados Geológicos e topográficos: foram atribuídas a esta categoria de dados os
mapas geológicos da área de estudo, o mapa do depósito mineral, as cotas de terreno,
os DTMs e as imagens satélites obtidos do Google Earth, que cobrem a área de estudo.
Toda esta informação depois de digitalizada foi importado para os softwares de
sistema de informação geográfica (QGis, Arcgis e Global Map), na qual foram
georreferenciados, vectorizados e analisados, de modo a obter uma base de dados
georreferenciado (Base de dados SIG), do depósito de Diamante na Bacia do Rio
Chicapa.
Dados de Sondagens: foram atribuídas a esta categoria todos os dados documentados
dos poços (coordenadas, elevação (Cota), profundidade, Espessura do Estéril,
Espessura do Cascalho, tipo de litologia, e o Teor de cada amostra), obtidas de 130
poços perfurados na área do depósito. Para facilitar o processo de inserção dos dados
nos Software de modelagem, toda informação foi formatada e organizada em Excel,
em três subcategorias (tabelas), nomeadamente: localização, litologia e os teores.
A tabela referente a localização dos poços foram organizados em colunas contendo o nome do
poço, coordenadas X e Y, profundidade e elevação. As informações litológicas documentadas
dos poços, por reflectirem o intervalo de amostragem, foram formatadas em colunas contendo
a profundidade da amostra (De – Para) e descrição litológica do intervalo, de igual modo,
Figura 9 - Visão geral da estrutura de dado relacional no software RockWorks16, utilitário de poços (Borehole manager). 1- Painel de gestão de dados no projecto; 2- chave
primaria contendo o nome dos poços; 3- painel dos tipos de dados de sondagens (localização, trajectória, litologia, estratigrafia, dados intervalares, etc.); 4- painel de
visualização das tabelas e organização dos dados.
Depois de criada a base de dados do projecto, a mesma foi validada de modo a corrigir
eventuais erros obtidos durante as etapas de digitalização, formatação e importação dos dados.
Para tal usou-se os algoritmos de visualização 2D e 3D dos dados fornecidos pelos Software
usados no desenvolvimento do trabalho em epígrafe. Baixo ilustra-se o conjunto de dados
utilizados no desenvolvimento do trabalho.
Esta etapa consistiu na compilação de relatório final do estudo sobre a modelagem geológica
do depósito de Diamante da Bacia do Rio Tchicapa, que se apresentará como dissertação para
obtenção do grau de licenciatura dos autores do referido trabalho.
Capítulo V
Generalidade dos Kimberlitos
O diamante foi descoberto pela primeira vez na índia, séculos antes conforme registos
encontrados nos textos Sânscritos “Arthasastra e Ratnapariska”, citados por Legran, 1984
(Janse, 1996). Até o século XVII, a Índia era praticamente o único país produtor mundial de
diamante, segundo relato do francês Tavernier, nas suas diversas viagens ao Oriente, sobre as
minas diamantíferas da Região de Kurnool, na Índia (Barbosa, 1991).
Em Angola a exploração começou em 1917, mas os primeiros registos de diamantes
remontam a 1912, como conta Luís Chambel, coordenador do estudo “Cem Anos de
Diamantes em Angola”, lançado pelas consultoras Sínese e Eaglestone.O ano de 1952
também é importante na história diamantífera de Angola, já que é a data em que foi
descoberto o primeiro Kimberlito no país. “Quarenta anos depois da descoberta dos primeiros
diamantes em Angola encontra-se uma das suas fontes primárias, e a partir daí, até 1975, são
descobertos cerca de 600 kimberlitos, aponta o consultor.
Os diamantes são predominantemente transportados para a superfície da Terra em três tipos
de magma:
Os kimberlitos, os lamproítos e os lamprófiros (Gurney, 1989). Destes, os kimberlitos são de
longe os mais importantes com vários milhares de ocorrências documentadas, dos quais 30%
são diamantíferos, em angola os diamantes se encontram nos kimberlitos.
Podemos definir o Kimberlito como um peridotito micáceo serpentinizado e carbonatado,
contendo nódulos de tipos de rochas ultrabásicas caracterizadas por minerais de alta pressão,
como o piropo e o diopsídio. Pode conter ou não diamantes".
Também podemos dizer que os Kimberlitos são rochas brechas peculiares constituídas por
detritos de rochas ultrabásicas e das rochas encaixantes. Os Kimberlitos são brechas formadas
devido a uma explosão (chaminés de explosão ou diatremas) do magma ultrabásico
(kimberlíticos) e a ruptura das rochas suprajacentes (com boca para cima).
Na crosta terrestre os kimberlitos com possibilidades de estarem mineralizados em diamantes
ocorrem associados às áreas cratônicas estabilizadas (e em três ambientes distintos):
Situado nas proximidades das margens do cratão, kimberlitos praticamente estéreis.
Nas partes centrais do cratão os mais mineralizados.
Já os lamproítos estão restritos às faixas móveis que bordejam as zonas cratônicas.
A instalação de um Kimberlito procede-se pela propagação ascendente de magma ao fracturar
hidraulicamente a rocha sobrejacente. Estas intrusões movem-se rapidamente, na ordem dos
20 m/s, e a pressão será progressivamente menor à medida que a profundidade diminui. Isto
permitirá o surgimento de uma fase de vapor que manterá os componentes do magma em fase
líquida e suportará a coluna de material arrastado pela intrusão. O magma dos kimberlitos
pode originar-se a profundidades desde os 200 a 300 km mas tem de ser gerado abaixo do
valor de profundidade a partir do qual os diamantes são estáveis (superiores a 140 km) de
modo a conseguirem captá-los da sua fonte na litosfera.
Os diamantes naturais cristalizaram num lar magmático, a grande profundidade, sob forte
pressão e temperatura (hipótese magmática integral). Subiram depois, com o Kimberlito, no
seio do magma fundido, num estado fisicamente instável que poderemos considerar de
preformação.
Os diamantes são formados há milhões de anos em ambientes de alta temperatura e de alta
pressão, situados a mais de 100 quilómetros abaixo da superfície da Terra, Para existir
potencial para a formação de diamantes é necessário que o carbono ocorra na forma livre. As
condições de estabilidade dos diamantes foram determinadas em laboratório e rodam os 4
GPa de pressão e temperaturas entre 950 e 1400 °C. Assim, os diamantes podem-se formar
em qualquer região da Terra onde a profundidade na crusta ou no manto permita valores de
pressão suficientemente elevados uma vez que nesses locais a temperatura será sempre
propícia.
A maior parte do manto está dentro do campo de estabilidade dos diamantes. A crusta, sendo
normalmente pouco espessa (menor do que 40 km), só entra dentro deste campo de
estabilidade quando a ela estão associados processos geológicos relacionados com as placas
tectónicas.
Apesar das condições para a estabilidade e consequente cristalização serem muito propícias
no manto, a formação dos diamantes é muito rara devido à escassez de carbono livre.
Figura 14 - Modelo da crosta para ambiente de formação de diamantes, modificada por Mitchell (1995),
adaptado. Delimita a linha de estabilidade entre diamante e grafite.
5.4 Características
A característica que difere os diamantes de outras formas alotrópicas, é o fato de cada átomo
de carbono estar hibridizado em sp³, e encontrar-se ligado a outros 4 átomos de carbono por
meio de ligações co-valentes em um arranjo tridimensional tetraédrico.
O diamante é o mais duro material de ocorrência natural que se conhece Apresenta uma
dureza de 10 (valor máximo da escala de Mohs). Isto significa que não pode ser riscado por
nenhum outro mineral ou substância, excepto o próprio diamante, funcionando como um
importante material abrasivo. No entanto, é muito frágil, esse fato deve-se à clivagem
octaédrica perfeita segundo {111}. Estas duas características fizeram com que o diamante não
fosse talhado durante muitos anos.
5.5 Aplicações
Os diamantes aplicam-se em diversas áreas, oitenta por cento dos diamantes são usados na
indústria. O diamante é um material industrial fundamental, pois têm características únicas.
É usado para cortar, moer e lustrar, bem como para lentes, chips de computador e lâminas,
algumas usadas na cirurgia crítica. Mas suas aplicações crescem rapidamente.
qualidade e usado como ferramentas de talhas. Podem ser usados para cortar, tornear e furar
alumina, quartzo, vidro e artigos cerâmicos.
O pó de diamante é usado para polir aços e outras ligas. Apesar de ser um mineral de valor
elevado, sua grande durabilidade e acção rápida do corte, compensam seus custos, as suas
ferramentas podem ser Serras e brocas adiamantadas, Ferramentas de corte de precisão,
Abrasivos, Pó de polimento. Diamante gema provoca um enorme fascínio sobre as pessoas e é
a gema preferida pelo público. São montados em metais preciosos e/ou em associação com
outras gemas. Além de adquirir o diamante gema em datas importantes, eles são adquiridos
como investimento e também por exibição de posição social.
Depósitos Primários são apenas os que se associam a kimberlitos e lamproítos que são rochas
de origem magmática. Actualmente, considera-se que essas rochas sejam formadas pela
cristalização de magmas secundários (ou hídricos), que são em parte diferenciados dos
magmas primários, peridotítico ou eclogítico.
Em Angola os kimberlitos estão abundantemente representados no território angolano,
estando identificados para cima de sete centenas. Destes apenas alguns estão mineralizados e
menos ainda serão económicos. Dos kimberlitos mineralizados merecem destaque o Camútuè
e Caixepa, o Camafuca-Camazambo (um dos maiores, se não o Kimberlito com maior
extensão no mundo), o Catoca, o Camagico e o Camatchia - ver Chambel (1999).
Há a referir, ainda, na região ocidental da Lunda, o importante distrito kimberlíticos de
Cucumbi – Cacuilo – Cuango que se caracteriza por grande número de chaminés (mais de
quatrocentas).
Como particularidade da forma de ocorrência, nesta zona, há a juntar, modalidades
anteriormente indicadas, a presença de sills que, contudo, não são muito frequentes.
A formação desses depósitos está ligada a fenómenos de concentração mecânica natural dos
resíduos provenientes das fontes diamantíferas. Os Depósitos Primários estão sujeitos a
processos intempéricos químicos, facilitando a erosão mecânica.
O material erodido passa por uma classificação natural quando transportados nos cursos de
água, devido a diferentes densidades, granulometria e dureza dos minerais existentes nos
kimberlitos e apenas os minerais mais densos ou duros têm maior transporte e posterior
concentração em áreas favoráveis como o diamante.
Por um lado, movimentos tectónicos, no final do Sistema Continental Intercalar, de
orientações E.NE-W.SW e N.NW-S.SE, provocaram levantamentos, até à superfície, de
vindas kimberlíticas pouco profundas, expondo-as à acção dos agentes erosivos.
Os depósitos aluvionares antigos formaram-se imediatamente após a principal fase de
erupções kimberlíticas no Cretácico. Os conglomerados situados na base da Formação
Calonda armazenaram os diamantes libertados a partir de erupções kimberlíticas, então
recentes e a erosão da Formação Calonda pode originar outros depósitos detríticos mais
modernos, eluvionares ou aluvionares, também diamantíferos.
Há casos em que a passagem dos diamantes aos depósitos detríticos mais recentes se faz
directamente a partir das rochas kimberlíticas. Isto é, na erosão dos jazigos primários
podemos considerar duas etapas distintas: erosão antiga (Formação Calonda) e a erosão
recente (eluviões vertentes e depósitos relacionados com a actividade antiga ou moderna dos
cursos de água).
Formação Calonda
A Formação Calonda é o mais interessante dos jazigos secundários de diamante por significar
o colector secundário principal, ou seja, a fonte de aprovisionamento mais comum dos
diamantes directamente libertados pelos kimberlitos.
A Formação Calonda tem, como característica marcante, uma extensão geográfica
considerável na sua fácies argilo - gresosa, transgressiva, quase sempre, sobre a fácies
conglomerática que é, comparativamente, de menor área de representação.
O problema que, através dos tempos, sempre se pôs em relação à Formação Calonda foi o de
saber qual a área de distribuição dos seus conglomerados basais. E, neste campo, três teorias
se de gladiam.
Das diversas hipóteses a mais plausível é que a formação Calonda possui uma extensão dos
conglomerados basais é muito reduzida, não se tendo depositado a mais que 5 km das fontes
primárias donde provieram os seus diamantes (TEORIA LUCAPA, Monforte 1985).
Os conglomerados basais da Formação Calonda constituem o horizonte diamantífero mais
consequente que se conhece, dando origem à maioria dos depósitos eluvionares e aluvionares
que se definiram na Lunda.
Sistema de Kalahari
O Sistema de Kalahari nunca atraiu, na Lunda, as atenções gerais para localização de jazigos
secundários de diamante. Embora os conglomerados de base da Série Inferior possam ser
diamantíferos (e há provas que abonam este facto), a sua reduzida área de representação e o
elevado grau de compacidade são óbices que anulam ou diminuem muito o valor económico
que, em teoria, se lhes pudesse.
Os eluviões das vertentes têm a sua origem no deslizamento, ao longo do flanco das
depressões, de formações diamantíferas que ocorrem a níveis mais elevados. Estes
movimentos podem afectar directamente as rochas Kimberlíticas, a Formação Calonda e os
mantos de Cascalhos plio-plistocénicos.
Do ponto de vista económico, os eluviões das vertentes, derivadas directamente de maciços
Kimberlíticos ou de conglomerados basais da Formação Calonda, podem caracterizar-se por
apreciável riqueza diamantífera.
No primeiro caso, registam-se boas concentrações de diamantes quando os produtos
Kimberlíticos acham depressões restritas e profundas, irregularmente dispersas sobre um bed-
rock duro.
Segundo o depósito de Camessessâmi, na margem direita do rio Luembe, em que um
importante quantitativo de diamantes foi extraído, localmente, das eluviões das vertentes
oriundas de conglomerados basais da Formação Calonda.
Antiga ou Recente.
A rede hidrográfica actual é posterior à deposição da Série das Areias Ocres (Kalahari
Superior). Admitem-se, para os diferentes cursos de água, duas idades: os rios principais são
provavelmente plio-plistocénicos, enquanto os cursos de água secundários podem ser mais
recentes (quaternários).
Aparecem nos flancos dos vales, a uma altitude que atinge 40 metros acima do nível médio
das águas dos grandes rios.
Constitui ainda hoje, tema de controvérsia a existência de terraços de 40 metros que alguns
autores atribuem a confusão com os mantos de cascalho plio-plistocénicos.
Os terraços distinguem-se pela grande possança das suas camadas de cascalho, que chega a 10
metros, e pela espessura rapidamente crescente das areias ferruginosas que os cobrem.
Do ponto de vista económico, é de realçar que, nos terraços, não raramente de boa extensão,
os teores em diamante são, de um modo geral, irregulares, com expressões numéricas saltando
bruscamente, por vezes, em distâncias muito curtas.
Nestes depósitos, não há grande constância e regularidade na distribuição das concentrações
diamantíferas, sendo, por isso, raros e difíceis de encontrar lugares de enriquecimento. O que
não invalida que possam ser exploráveis, como, aliás, na Lunda frequentemente acontece.
Podemos considerar na história dos rios, três fases dinâmicas: afundamento, equilíbrio e
acumulação que se encontram no perfil longitudinal dos leitos e no perfil transversal dos
vales. Para a génese deste tipo de depósitos concorrem dois factores importantes, a saber: os
rios atingirem o seu perfil de equilíbrio e o regime divagante acentuar o processo de
evacuação dos produtos ligeiros. Requerem-se, para tal, uma conformidade entre os processos
de erosão e acumulação.
As melhores condições para a formação de jazigos nas planícies aluviais ocorrem nos troços
dos cursos de água que cortam as rochas Kimberlíticas ou os conglomerados basais na
Formação Calonda, se uns e outros forem originariamente ricos e se o pendor da corrente for
justamente o necessário para a evacuação dos produtos ligeiros.
Sob as planícies aluviais encontram-se, por vezes, depressões profundas que são escavações
fechadas ou antigos braços dos rios abertos, nas rochas do substrato. Correspondem a pontos
favoráveis a uma boa concentração de diamantes, que convêm, por isso, delimitar.
Os depósitos do fundo dos rios podem ocupar todo o leito ordinário, ou seja, o espaço
compreendido entre as duas margens, ou então localizar-se, nesse leito, em zonas. Neste caso,
os elementos classificam-se regularmente por granulometria e densidade, dando ensejo a que
os depósitos passem por fases selectivas de enriquecimento. Podem originar-se, assim, mantos
aluviais com interesse económico.
A exploração sistemática dos leitos dos grandes rios, a Lunda (Cuango e Luembe,
nomeadamente) tem sido feita com inegável sucesso Os êxitos obtidos são justificados porque
os cascalhos do fundo dos rios representam o produto do último estádio de concentração.
Figura 17 -Imagem retratando as diversas formações que correspondem aos depósitos sedimentares
diamantíferos da província da Lunda ¬ Norte. (Adaptado de Moisés)
5.2.9 Prospecção
A prospecção aluvionar pode ser considerada tanto como um método directo, bem como um
método indirecto na descoberta de jazigos primários.
No primeiro caso, a pesquisa directa de diamantes nos aluviões tem como objectivo final
colocar em evidência o jazigo aluvionar. No segundo caso, a pesquisa insere-se num ou em
mais minerais que permitem chegar ao Kimberlito.
As prospecções de diamantes, são inseridas em quatro núcleos de acção organicamente
complementares e que dentro do nosso campo de estudo, iremos retratar.
- Dinâmicas de Prospecção
- Fases de Prospecção
- Grandes métodos de Prospecção
- Cálculo das Reservas
Dinâmica essencialmente Centrífuga, esta dinâmica aplica-se à procura directa de
diamantes. Se os diamantes provêm de formações detríticas, importa distinguir, em
primeiro lugar, os vários tipos de jazigos, já em relação com o regime cursos de água,
na actividade antiga ou actual, já independentes da rede hidrográfica. Entre estes
últimos, destaca-se o colector secundário principal, pela sua importância geológica e
económica.
Dinâmica essencialmente centrípeta, caso haja impossibilidade ou surjam dificuldades
na procura directa de diamantes, a prospecção toma uma feição marcadamente
centrípeta. Como suporte no contexto geológico favorável duma região,
representando, não raramente, milhares de km, é preciso, por uma redução gradativa,
escolher, dentro dela, as zonas de mais interesse para a localização dos jazigos
primários.
No plano técnico, a metodologia desta prospecção recorre a processos específicos, como
sejam a mineralometria, a geofísica e a geoquímica. Da interpretação correcta do significado
pratico dos vários tipos de anomalias Registadas, em conjunto ou separadamente, depende a
selecção de áreas promissoras da existência de corpos kimberlíticos.
5.3.2 Reconhecimento
Teve como objectivo identificar a escala regional as anomalias das áreas com potencial
minério, através de resultados dos estudos geológicos e mapas geológico regional, foram
feitas estudo preliminar no terreno com métodos aéreos e indirectos e extrapolação de dados
geológicos, as escalas dos estudos geológicos regional foram feitas a 1/1000000 a 1/500000
na área de interesse, Usando métodos geológicos, geofísicos e geoquímicas.
Fase onde se pretendia fornecer dados sobre a existência ou não de diamantes em áreas
devidamente localizadas. Para cada curso de água eram definidos sectores de prospecção,
delimitados por dois tributários de um curso de água e, em cada sector, uma linha base,
estabelecida numa das margens do rio e geralmente paralela à direcção média do sector.
Seguidamente, definiam-se linhas distanciadas de 400 m para execução dos poços de
prospecção, e onde o espaçamento entre poços distava cerca de 100 m. Nestes poços
recolhiam-se as amostras das camadas de cascalho e fazia-se o tratamento posterior.
Descoberta de pontos mineralizados com teores significativos.
Amostragem de solos com colheita de amostras superficiais em malha de 200 a 50 m, no
sentido de delimitar as zonas onde seriam abertos os poços, realizando sondagens ou
utilizados métodos de prospecção como magnetometria, sísmica e resistividade, amostragem
de aluviões para identificação dos minerais satélites e por outro lado, localizar os diamantes.
Nesta fase, os trabalhos consistem na delimitação do jazigo conhecido de forma detalhada nas
três dimensões a partir das informações das sondagens. A malha deve ser densa para
podermos obter o maior grau de informação possível no que concerne as características
geológicas do jazigo.
Nesta etapa permitem o desenvolvimento de estudos de pré-viabilidade técnica-económica,
integrando os diversos aspectos geológicos, tecnológicos e económicos.
A densidade das amostragens deve ser tão regular quanto possível, seguindo, para isso,
normas bem definidas. Os ensaios são praticados, de preferência, no leito vivo ao longo da
rede de drenagem delineada pelos grandes rios e compreendendo, em etapa mais
desenvolvida, os afluentes e subafluentes.
A equidistância das amostragens é, num caso e noutro, quilométrica. Na prospecção volante, a
equidistância adoptada é de 3 km. O objectivo principal é descobrir uma zona diamantífera.
Na prospecção táctica, a equidistância das amostragens é de 1 km. O objectivo principal é
encontrar uma fonte diamantífera.
Não é necessário passar da fase de prospecção geral à fase de desenvolvimento final, por
intermédio da prospecção de desenvolvimento inicial. Há casos em que se passa directamente
da prospecção geral a fase de desenvolvimento final, procedendo-se imediatamente ao
rodeamento dos poços, com teor igual ou superior ao teor-1imite, por outros poços e linhas,
em malha apertada (50 m x 60 m ou 100 m x 30 m).
Por vezes também se adopta a fase de prospecção de desenvolvimento inicial, Sem passar pela
de prospecção geral, em áreas de condições geológicas e estruturais particularmente
favoráveis. À conveniência de demarcar rapidamente uma área para exploração, sem
necessidade de definir as potencialidades totais do jazigo, justifica esta decisão.
Existem diversas fontes de dados para modelagem geológica e planeamento de mina. Entre
estas se incluem dados de topografia, análises geoquímicas, litologia, além de informações de
mineralogia e de metalurgia. Esses dados são normalmente analisados usando-se métodos
padronizados, tais como:
Relatório e listagens impressas
Plotagem em plano e secção
Análises estatísticas e geoestatística
Apresentação gráfica interactiva.
Uma vez em formato digital, os dados são organizados em um sistema de planilha electrónica,
ou banco de dados comercial, ou ainda segundo um critério próprio do usuário.
A superfície envolvente de um corpo mineral pode ser modelada como uma malha triangulada
de pontos similar àquela utilizada para modelar superfícies por modelos tipo DTMs. O termo
técnico em inglês para definir este tipo de modelo é wireframe.
Triangulação Linear
Pares de dados são unidos por linhas rectas para formação de uma rede triangular
(triangular network);
Uma equação matemática (algoritmo) é utilizada para ajustar uma superfície
através dos pontos de dados; vários algoritmos encontram-se disponíveis, mas os
mais utilizados são a triangulação linear e a de Delaunay.
Pontos estimados de igual valor (isovalores) entre os dados medidos e
posicionados nos vértices dos triângulos são conectados para os intervalos
especificados.
Tabela 4 - Conceitos teóricos do método de Interpolação Triangulação Linear .
Vantagens Desvantagens
Podem ser obtidos contornos muito suaves. As isolinhas podem não ser fiéis aos
dados originais;
A técnica é adequada para "remoção" de tendências e destaque de resíduos;
Alguns artefactos indesejados podem ser gerados nas bordas e no interior do mapa
quando houver áreas sem dados amostrados e com a utilização de ordens
polinomiais elevadas.
Tabela 7 - Conceitos teóricos do método de Interpolação Superfície de Tendência.
Vantagens Desvantagens
· Uma única superfície é gerada. · Extrapola valores de Z para além dos limites da
· Fácil definição de parâmetros. área amostrada.
· A mesma superfície é gerada mesmo com · Anomalias locais não são vistas em mapas de
mudança na orientação da grade. superfícies de baixa ordem, porém podem ser
· Tempo para cálculo de superfícies de baixa destacadas em mapas para os resíduos.
ordem é baixo. · Utilização torna-se facilmente abusiva: a
· Contempla tanto as tendências regionais quanto tentação de especificar um ajuste de uma
anomalias locais. superfície de alta ordem pode ser maior do que o
· Estima valores acima e abaixo dos amostrados. bom senso quanto ao resultado.
5.5.4 Krigagem
Vantagens Desvantagens
· Parâmetros adequados de amostragem: número de · O usuário pode não compreender o uso dos
amostras, distribuição e densidade; controles matemáticos e apesar disto resultados
· Parâmetros adequados de busca: tamanho da área de são sempre obtidos.
busca, forma (circular ou elipsóide) e, se elipsóide, · É necessário tempo para preparo do variograma
orientação do eixo principal; e entendimento da geoestatística.
· Parâmetros adequados da grade: tamanho das células, · Pode não ser possível a construção de um
forma e orientação; variograma adequado devido à natureza da
· Natureza da distribuição espacial da variável variação espacial da variável analisada. Isto pode
investigada: uniformidade da distribuição, importância ocorrer devido à magnitude da amostragem e por
relativa da influência espacial x casual; erros analíticos.
· Se o variograma for apropriado controla a krigagem, · Requer longo tempo de computação para
com as seguintes vantagens: grupos de dados grandes ou complexos.
· Evita ponderação arbitrária dos pontos amostrados; · Necessidade de software capacitado.
· Precisão, contornos suaves, artefactos indesejáveis
raros a não ser nas bordas do mapa.
· Interpolador exacto: os valores estimados para os nós
das células é exactamente igual ao valor amostrado
naquela posição.
· Modela tanto tendências regionais quanto anomalias
locais.
Malha é um espaço aberto entre nós de rede. No caso dos nós estarem situados num plano,
como os nós se interligam por segmentos de recta, os espaços abertos entre eles tomam a
forma de polígonos planos, cujos vértices são os próprios nós da malha.
5.5.6 Malhas Regulares
São formadas por apenas um tipo de polígono regular, que podem ser o quadrado, o triângulo
regular e o hexágono regular.
1. A malha triangular é a mais densa de todas (maior número de vértices em uma mesma
área), o que pode ser avaliado considerando-se o somatório das áreas das figuras em torno de
um nó.
2. A malha quadrada é a que o homem mais utiliza em suas construções. O quadrado não é
muito estável, facilmente se deforma em um paralelogramo. Seu uso é tão antigo que uma
medida de área refere-se a "quadrados".
3. A malha hexagonal, utilizada pelas abelhas na construção das colméias, é a que mais
facilmente se adapta as formas curvas; sejam curvas planas ou espaciais. Um só hexágono é
menos estável que o quadrado, mas a malha hexagonal é quase tão rígida quanto a de
triângulos, com a vantagem de ser menos densa.
As malhas semi - regulares são formadas por combinações de polígonos regulares em torno de
um ponto (nó).
Capítulo VI
Apresentação e Análise de Dados
Figura 21 - Planta da área de estudo, seguindo uma imagem da original da DIAMANG. Escala original: 1:2000.
Figura 22 - Representação dos poços de sondagem enquadrados com as linhas de água principais e o limite da
malha de blocos. Cada poço está representado pelo número de intercalações estéril / cascalho .
Uma vez que os dados foram correctamente projectados e graficamente foi possível
interpretar a geologia do corpo mineral em cada furo de sondagem, isto é, da base ao topo.
Como por exemplo, as figuras abaixo mostram as descrições concernente a litologia de cada
furo de sondagem.
Afonso Macebo Kwanzambi & Telmo Roni Delgado da Costa Página 69
Modelagem Geológica e Estimação de Recurso do Deposito Secundário de 2020
diamante na Bacia do Rio Tchicapa na Região do Lucapa ( Lunda Norte )
Os logs das sondagens feitas na região de Tchicapa podem ser consultados no anexo nº1.
Neles estão contidas as informações respeitantes a litoestratigrafias atravessadas por
diferentes profundidades.
Descrição
Segundo a figura 22, demonstra a aquisição de uma sondagem
vertical designada por L027 compreendida desde a superfície até a
4 m de profundidade e caracterizou-se as respectivas unidades
litológicas:
Na base é composta por gnaisses com uma profundidade de
4 á 4,2m.
Em cada afloramento encontra-se apenas uma parte da história geológica de uma região.
Portanto, Correlacionar no sentido estratigráfico da palavra é reconhecer igualdade entre
pacotes de rochas separados no espaço, tanto quanto ao aspecto litológico e temporal. O
objectivo da correlação é reconhecer pacotes de rochas, pertencentes a um só corpo e
desenvolvidas em um mesmo intervalo de tempo, em condições similares, e que partilharam
de uma história comum.
Em função das secções apresentadas do depósito da região de Tchicapa, a nossa primeira
abordagem relativamente à disposição entre as diferentes entidades geológicas no subsolo foi
feita mediante a correlação lateral entre as sondagens, de modo a estabelecer-se um conjunto
de perfis litostratigráficos para entendermos a disposição dos matérias geológicos, bem como
compreender a extensão e verificar o potencial em mineralização do depósito da respectiva
área de estudo. Como ilustra as figuras abaixo, e outros resultados destas correlações
encontram-se no anexo nº2.
O método utilizado para delimitação dos blocos foi o da área de influência, pois este é
aplicado em depósitos irregulares, com um coeficiente de variação alto. O método permite
fazer amostragem nos canais e não só.
•Empregado em depósitos onde fica fácil a abertura de poços em malha regular.
•Cada amostra tem uma área de influência no interior da qual, o minério permanece com as
mesmas características da amostra.
Concluída esta fase fez – se a divisão em blocos para maior rentabilização do depósito e
também a comparação da delimitação feita pela empresa Diamang com um cut off de 0,30 na
época considerado rentável, pois nesta época também é rentável cut off de até 0,20.
6.1
Com esta equação foi possível calcular as espessuras totais de estéril dos blocos
índidualizados para uma melhor visualização.
6.2
Esta equação permitiu nos calcular as espessuras médias totais dos cascalhos para melhor
compreensão da espessura em subsuperficie.
6.3
6.6 Modelo 2D
O modelo 3D é o objectivo principal deste estudo, no entanto, o caso de estudo inicia-se pela
realização de um modelo a 2D por IDW que tem como objectivo fornecer valores globais que
serão utilizados como referência e comparação dos resultados a obter pelo modelo 3D.
Compreende dois submodelos, um para a morfologia e outro para os teores.
O modelo morfológico a 2D do depósito foi construído por estimação das variáveis espessura
total de estéril e espessura total de cascalho. Na figura 32 mostram-se em planta estes valores
na localização dos poços. Parece existir uma tendência para que as espessuras de estéril e as
espessuras de cascalho sejam mais baixas na proximidade das linhas de água, e cresçam com
o aumento da distância em particular para oeste. Esta tendência não é todavia consistente.
Figura 33 - Distribuição espacial dos poços legendados em função da espessura total de estéril (esquerda) e
possança total de cascalho (direita).
Figura 34 - Imagens estimadas pelo método de interpolação Inverso do Quadrado da Distância (IDW) das
variáveis espessura de estéril e Espessura de cascalho.
Estes mapas mostram que os valores de espessura mais baixos ocorrem na proximidade das
linhas de água, em particular o Rio Tchicapa. Relativamente à espessura de estéril, os valores
mais elevados ocorrem em pelo menos quatro localizações pontuais; já relativamente à
espessuras de cascalho, os maiores valores ocorrem nas regiões mais a sul.
A fase seguinte do modelo a 2D passa por estimar a variável teor do poço. Tal como descrito
no capítulo da metodologia, como esta variável é quantificada para espessura de cascalho
diferente em cada poço, a estimação deve ser feita para a variável auxiliar acumulação; após a
estimação, os mapas estimados desta variável acumulação são divididos pelo mapa estimado
da espessura de cascalho, tendo como resultado o mapa de teores na localização dos poços
depois da interpolação.
O cálculo do recurso foi feito levando em consideração que os valores estimados poderão
apresentar variações em relação aos valores reais, devido a solução adoptada para pesquisa do
depósito mineral. Assim, permitindo estimar o volume das unidades litostratigráficas e a
respectiva massa do depósito. Os valores foram calculados directamente pelo Software
utilizado para desenvolvimento do trabalho, tendo para isso bastando dar-lhe como input a
densidade dos matérias, que foram retiradas do relatório geológico disponibilizado pela
Empresa Somipa – SA e que se mostram nas seguintes tabelas:
Unidades Espessura Volume Massa Volumétrica
Litostratigráficas (m) (kg)
Estéril 18,2 5 810 800 200 472, 6
Cascalho 4,1 842 375 29 061, 9
Posteriormente elaborou-se modelos para cada unidade litostratigráfica, de modo que reflicta
as mesmas camadas no bloco. Esses resultados podem ser vistos nas posteriores figuras.
(g/ t) (
Segundo a tabela acima, indica que o depósito de diamante da região de Tchicapa contém um
recurso estimado de 117 170,96t para camada mineralizada.
Capítulo VII
Conclusões e Recomendações
7.2 Conclusões
De acordo com os dados estatísticos aqui obtidos, o teor no conjunto das sondagens é
cerca de 0,21 ct/m. Os modelos tridimensionais que reflectem as distribuições dos
teores na área de estudo, comparando os estatísticos dos dados originais (0,30) com a
dos blocos individualizados verificam – se, de facto, que não persistem grandes
diferenças entre os valores de uns e outros.
Os volumes totais de estéril são cerca de 6x superiores aos volumes totais de cascalho,
concretamente no caso dos valores estimados as proporções de estéril e cascalho são
77,85% e 22,15%, respectivamente;
7.3 Recomendações
Após a elaboração do trabalho, face as dificuldades encontradas recomendam-se:
Que se façam o modelo geológico com outro Software profissional, por exemplo S-
GEMS, RECMINE ou DATAMINE de modo que seja mais detalhado o modelo
tridimensional da área de estudo devido algumas limitações do Software Rockworks16
na interpolação dos dados de sondagens.
Roy. Afri. Centr., Tervuren (Belg.), Dép. Geol. Min., Rapp. Ann. 1981-1982, pp. 61-
72.
Catarino, B. M. (2009). Modelação tridimensional de uma jazida mineral prospectada
por sondagens e objectivando a sua. Lisboa.
Anexos