Quimica Capilar
Quimica Capilar
Quimica Capilar
capilar
Química capilar
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Alberto S. Santana
Ana Lucia Jankovic Barduchi
Camila Cardoso Rotella
Danielly Nunes Andrade Noé
Grasiele Aparecida Lourenço
Isabel Cristina Chagas Barbin
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro
Revisora Técnica
Priscila Cassolla
Editorial
Adilson Braga Fontes
André Augusto de Andrade Ramos
Leticia Bento Pieroni
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
ISBN 978-85-522-0319-3
2018
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: [email protected]
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Conceitos de colorimetria
Objetivos de aprendizagem
A proposta da presente unidade é que você, aluno, saiba
conhecer e identificar os conceitos de colorimetria e compreender
como os pigmentos são produzidos, além de saber a composição
bioquímica das colorações e as técnicas empregadas para sua
realização.
U1 - Conceitos de colorimetria 13
1.1.1 Melanócitos
Os melanócitos são células de tamanho grande que se encontram
presas no topo da papila dérmica. Elas produzem o pigmento melanina
e o alterar: transfere aos queratinócitos, que constituem o córtex da
fibra capilar. Os melanócitos utilizam seus dendritos para inserir os
pequenos grânulos de pigmento. Dessa maneira, o cabelo é incolor
no início. Ao contrário da pele, os melanócitos do folículo piloso não
necessitam de luz solar para produzir melanina.
Os melanossomos são organelas especializadas, presentes dentro
dos melanócitos, nos quais é realizada a produção da melanina.Esse
processo é conhecido como melanogênese. A transferência dos
melanossomos dos melanócitos para os queratinócitos acontece por
um processo que ainda não foi totalmente esclarecido. As hipóteses
são de que o melanossoma é inserido diretamente no queratinócito
ou então que ocorreu uma fagocitose da organela na extremidade
dendrítica do melanócito. O melanócito da pele consegue munir
até 40 queratinócitos, já os melanócitos capilares apenas quatro ou
cinco. As diferenças na coloração são devido às diferenças no número,
tamanho e arranjo dos melanossomos.
Nucleus
Keratinocyte
Melanization
Basement lamina
Melanocyte
Melanosomes Melanofilaments
Fonte: <https://classconnection.s3.amazonaws.com/682/flashcards/3453682/png/picture9-148BF7A4B3264FC13C8.
png>. Acesso em: 19 jul. 2017.
14 U1 - Conceitos de colorimetria
Questão para reflexão
O albinismo é uma doença hereditária, em que o indivíduo apresenta
pele, olhos e cabelos com tonalidade muito clara. Você sabia que no
albinismo ocorre uma incapacidade na produção de melanina em
virtude de uma deficiência na ação da tirosinase ou uma impossibilidade
de transporte da tirosina para o interior celular dos melanócitos?
1.1.2 Melanina
A palavra melanina tem origem grega e significa escuro. Acerca das
melaninas naturais, estas se distinguem por suas origens, por exemplo,
olho bovino, melanoma e sépia melanina. Comumente apresentam-
se em forma de partículas granulares, denominadas de melanossomas
e são produtos liberados por células produtoras de pigmentos, os
melanócitos.
A melanina consegue revelar um fascinante conjunto de
propriedades químicas que atua como um efetivo polímero redutor
(troca de elétrons), troca de íons e varredores de radicais e por revelar
uma intensa tendência para se ligar com compostos aromáticos e
lipofílicos. De maneira oposta à maioria dos alcaloides, as reações de
melaninas são heterogêneas e abrangem tanto a superfície como a
parte interior das partículas.
Pertinente a essas reações químicas heterogêneas, a classificação
das melaninas é baseada em suas estruturas químicas: eumelaninas,
feomelaninas, neuromelaninas e alomelaninas.
As eumelaninas (poli 5-6 indolquinonas) são as formas mais comuns
das melaninas de coloração marrom ou preta, são insolúveis em
água e encontradas nos olhos, pele e cabelos, devido à sua atividade
fotoprotetora. Nos vertebrados, a eumelanina contribui no processo
metabólico por meio da conversão da luz em calor (temperatura), por
exemplo, em anfíbios e répteis.
As feomelaninas (poli-dihidrobenzothiazina) são as formas menos
comuns das melaninas de coloração vermelha ou laranja e estão mais
presentes nos seres humanos ruivos. Seu diferencial em relação às
eumelaninas está na adição da molécula de cisteína no decorrer do
processo da melanogênese.
U1 - Conceitos de colorimetria 15
Figura 1.3 | Cabelo ruivo (feomelanina)
16 U1 - Conceitos de colorimetria
Questão para reflexão
Por que estudar a coloração capilar?
U1 - Conceitos de colorimetria 17
1.3 Canície
A canície é a perda da pigmentação dos cabelos, conhecida
popularmente como cabelos brancos e surge gradualmente após
a terceira década de vida. Muitos fatores estão envolvidos e podem
acarretar a canície precoce, por exemplo, a genética e a Síndrome de
Werner.
A síntese da melanina se completa no melanossomo e já não existe
atividade enzimática, a partir desde momento está formado o grão
de melanina. Os melanócitos presentes no folículo piloso perdem
seu poder melanogênico. Essas alterações não estão presentes nos
melanócitos da epiderme. A atividade da papila dérmica cessa na fase
catágena, considerada a fase de repouso e na qual também ocorre a
síntese da tirosinase. Após os trinta anos de idade se torna mais difícil a
recuperação da atividade no folículo piloso.
Outra explicação para a canície pode ser pela incapacidade
do melanócito em produzir o pigmento ou de transferi-lo aos
queratinócitos, o que pode ser um fator genético. O tipo e a quantidade
de melanina são determinados por meio dos genes. Com o passar dos
anos as células pigmentares localizadas no fundo do folículo piloso
cessam a produção da melanina, e os cabelos se tornam brancos.
18 U1 - Conceitos de colorimetria
Não existe uma glândula no corpo humano que produza a melanina.
A melanina é produzida em cada um dos folículos pilosos capilares,
então, cada haste capilar fica branca individualmente, isso explica
porque os cabelos vão ficando brancos aos poucos, e não todos de
uma só vez.
Atividades de aprendizagem
1. A melanina consegue revelar um fascinante conjunto de propriedades
químicas que atuam como um efetivo polímero redutor (troca de elétrons),
troca de íons e varredores de radicais e por revelar uma intensa tendência
para se ligar com compostos aromáticos e lipofílicos. De maneira oposta
à maioria dos alcaloides, as reações de melaninas são heterogêneas e
abrangem tanto a superfície como a parte interior das partículas. Pertinente
a essas reações químicas heterogêneas, a classificação das melaninas
acontece de acordo com suas estruturas químicas. Quais são elas?
U1 - Conceitos de colorimetria 19
Seção 2
Os conceitos dentro da colorimetria
Introdução à seção
20 U1 - Conceitos de colorimetria
A partir do século XVII, inúmeras receitas foram surgindo e também
livros sobre cosméticos. Nessa época, surgiram os profissionais da
cosmética e em suas prescrições eram incluídos banhos de vinho ou
de leite.
Até o século XIX, a coloração capilar era feita à base de plantas e
compostos metálicos, que provocavam muitos danos ao organismo.
Atualmente, os produtos de coloração capilar executam um papel
muito importante em nosso cotidiano.
2.3 Teoria das cores
Interpretada pelo cérebro e pelos sinais nervosos provenientes do
olho, a cor é decorrente da reemissão da luz oriunda de um determinado
objeto que foi emanado por uma fonte luminosa através de ondas
eletromagnéticas, condizente a uma parte do espectro eletromagnético
visível (380 a 700 nanômetros). A cor não é considerada como um
fenômeno físico, pois um comprimento de ondas pode ser verificado
diferentemente por indivíduos distintos, desse modo, a cor gera um
fenômeno fisiológico de caráter subjetivo e individual.
U1 - Conceitos de colorimetria 21
2.3.1 Conceito da teoria das cores
A teoria das cores certifica que a cor é um fenômeno físico e está
relacionado à existência da luz, sendo assim, se a luz não existisse, as
cores não existiriam.
A cor preta só é percebida quando algo absorve quase que
totalmente a luz que a atinge. Já a cor branca se constata em algo que
possa refletir todas as faixas de luz. Pode-se, então, dizer que as cores
branca e preta não são cores propriamente, mas, sim, a presença ou a
ausência da reflexão de luz.
2.3.2 Histórico da teoria das cores
O primeiro momento em que se mencionou sobre a teoria das
cores, foi quando o filósofo Aristóteles chegou à conclusão de que as
cores são derivadas dos objetos, assim como textura, material e peso.
Pautado pelo universo e pelos números, ele defendeu a existência de
seis cores distintas: branco, vermelho, preto, verde, azul e amarelo.
22 U1 - Conceitos de colorimetria
Isaac Newton (1642-1727) julgava coerente a teoria corpuscular da
luz. Foi provado que a teoria de Newton não elucidava satisfatoriamente
esse fenômeno da cor e foi aceita devido ao seu conhecimento pela
gravitação.
Em 1672, Newton apresentou seu conceito de que a luz é “uma
mistura heterogênea de raios com diferentes refrangibilidades”
(NEWTON, 1672a, p. 321). - cada cor correspondendo a uma diferente
refrangibilidade. Apresentou também vários experimentos para
corroborar sua teoria. No primeiro, um feixe de luz solar passava através
de um prisma, formando uma mancha em uma parede. Considerando,
então, que as cores eram pertinentes ao tamanho da partícula de luz.
vermelho
luz branca alaranjado
amarelo
verde
azul
anil
violeta
prisma
Fonte: <https://goo.gl/qdXsZL>. Acesso em: 19 jul. 2017.
Newton notou que a mancha não era circular como o disco solar
- ela era alongada. Para explicar este efeito, assumiu que a luz branca
do sol era composta de muitos raios diferentes. Cada tipo de raio seria
refratado em uma direção diferente e associado a uma cor diferente:
“os raios menos refrangíveis são dispostos a exibir a cor vermelha, e [...]
os raios mais refrangíveis são todos dispostos a exibir uma cor violeta
profunda” (NEWTON, 1672a, p. 321).
No século XIX, o famoso poeta Goethe se encantou pelo assunto
relacionado à cor e passou vários anos buscando finalizar o que
considerava sua obra máxima: uma tratativa sobre as cores que
conduziria para baixo a teoria de Newton. A eminente objeção de
Goethe à teoria de Newton foi de que a luz branca não conseguiria ser
constituída por cores, cada uma delas seria mais escura que o branco.
U1 - Conceitos de colorimetria 23
Figura 1.7 | Roda criada por Goethe em 1810
24 U1 - Conceitos de colorimetria
2.5 Espectro visível
Segundo Einstein (1926), a luz tem característica dual, pois possui
comportamento corpuscular e também ondulatório. Apesar desse
comportamento corpuscular, a luz não é considerada matéria, pois
não possui massa. A luz visível é energia e o que vemos é resultado
da detecção de onda de radiação eletromagnética. O comprimento
de onda define o tipo de radiação eletromagnética, e a luz visível
encontra-se numa estreita faixa de comprimento de ondas. Ondas
de rádio, micro-ondas, calor infravermelho e raios-X são exemplos de
ondas eletromagnéticas invisíveis, porque o comprimento está além ou
aquém do espectro de luz visível. A luz visível é uma pequena porção
do espectro eletromagnético com comprimento de onda entre 400 e
750 nm.
U1 - Conceitos de colorimetria 25
A luz visível ou radiação visível é uma energia em forma de
ondas eletromagnéticas que tem a capacidade de excitar o sistema
humano (olhos-cérebro), resultando uma sensação visual.
2.6 Fisiologia da cor
A luz adentra o olho humano por meio da córnea, passando pela
pupila. Devido à atribuição da menor ou maior quantidade de luz
que penetra nos olhos, os músculos da íris sofrem uma contração
ou expansão, para que dessa maneira, controle a intensidade
luminosa que entra no globo ocular, funcionando do mesmo modo
que um diafragma de uma máquina fotográfica. Após a entrada, essa
luz é assentida e logo depois captada por três distintos elementos
refratores: o humor aquoso, o cristalino e o humor vítreo.
Esclerótica Coroides
Músculo Retina
Ligamento
Fóvea (centro
Ligamento do campo
visual)
Iris
Nervo óptico
Pupila
Humor
acuoso
Cristalino
Artéria e
Humor vitreo veia
Ponto cego
26 U1 - Conceitos de colorimetria
Questão para reflexão
O que são e qual papel exercem os fotorreceptores?
U1 - Conceitos de colorimetria 27
imagens com forma, volume, escala e cor.
2.7 Tricromia
Em 1801, o físico inglês Thomas Young propôs a teoria
tricromática que dizia que todas as sensações de cor são formadas
pela reação dos três comprimentos de ondas eletromagnéticas
vigente nos cones.
A leitura cromática é gerada por impulsos das células ganglionares
relacionadas aos cones. Eles têm eficácia na distinção do vermelho
com o verde; do azul com o amarelo; do branco com o preto,
vetando assim uma cor e intensificando outra. Como exemplo,
temos a cor violeta, esta desponta da ativação lumínica dos cones
vermelhos e inibição dos cones verdes, tendo a ativação dos azuis
por inibição dos amarelos, portanto, na percepção cromática não
perdura a cor vermelha esverdeada, nem a cor azul amarelada.
A colorimetria foi embasada no princípio de que todas as cores
podem ser reproduzidas a partir da composição de cores básicas.
Essas cores são decorrentes de dois sistemas de combinação:
• Sistema aditivo: quando empregada a combinação de luzes,
tendo como cores básicas azul, verde e vermelho.
•
Sistema subtrativo: quando empregada à combinação
de pigmentos (tintas), tendo como cores básicas azul
(ciano), amarelo, magenta (cor-pigmento primária e cor-luz
secundária, decorrente da mistura das luzes azul e vermelha,
sendo sua cor complementar o verde) e o preto.
Sistema subtrativo
Fonte: <https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/65/dd/2d/65dd2dafb5453cef166b8b9a9ab977fe.jpg>. Acesso
em: 31 jul. 2017.
28 U1 - Conceitos de colorimetria
2.8 Sistemas colorimétricos
A cor resulta da combinação de três elementos distintos:
• Uma fonte de luz.
• Objeto cuja cor será avaliada.
• Um observador.
Fonte: <http://slideplayer.com.br/slide/383609/3/images/24/Elementos+da+cor+X+X+observador+fonte+de+luz+obj
eto.jpg>. Acesso em: 31 jul. 2017.
U1 - Conceitos de colorimetria 29
filtros vermelhos, verde e azul e pela superposição de círculos nas
cores projetadas.
- Cores primárias: são cores puras e não podem ser produzidas
por qualquer mistura, as quais são o vermelho (R), verde (G) e azul
(B). Todas as outras são criadas pela associação entre elas.
- Cores secundárias: são obtidas através da mistura de quantidades
iguais de duas cores primárias quaisquer.
2.8.2 Modelo CMYK
Tem como fundamento a cor-pigmento, determinando a
concepção de leitura e interpretação usada pelos profissionais
do setor cosmético, assim como por todo o setor da beleza. Os
profissionais da área capilar se orientam por esse sistema para definir
suas escolhas em um processo de mudança de cor do cabelo de
seus clientes.
Os pigmentos são classificados em duas categorias: acromáticos
e cromáticos. O branco, o preto e os tons cinza, produzidos pela
mistura do preto e do branco, são acromáticos porque não contêm
cor. Todos os outros pigmentos são cromáticos. Os cromáticos são
classificados em três categorias:
- Cores primárias: vermelho, amarelo e o azul.
- Cores secundárias: obtidas pela combinação das primárias,
duas a duas, em proporções iguais, violeta, laranja e verde.
- Cores terciárias: todas as demais cores, isto é, quando uma cor
não é primária e nem secundária, ela é terciária.
Fonte: <http://transphorma.com.br/wp-content/uploads/2016/07/GUIA-CONVERS%C3%83O-CORES-RGB-CMYK.jpg>.
Acesso em: 31 jul. 2017.
30 U1 - Conceitos de colorimetria
2.9 Estrela de Oswald
É uma forma de dominar a manipulação de cores, sobre como
elas se misturam e como se apagam. Em outras palavras, atua para
o processo de coloração e neutralização de tons que se tornam
indesejáveis. Logo, funciona como uma tabela de orientação que
surgiu com o disco ou roda de Goethe, e atualmente é denominada
disco de cores ou mesmo Estrela de Oswald.
Estrela de Oswald é uma estrela de seis pontas possuindo no
seu centro um núcleo. Cada uma dessas seis pontas indicará uma
nuance. No meio das linhas indicadas, encontra-se o nuance
marrom (considerada a cor neutra dos cabelos, ou seja, seja, todos
os cabelos contêm a cor marrom).
O profissional da área capilar emprega o uso da Estrela de Oswald
para eliminar tons que são inadequados para o procedimento que
se deseja obter ou para conseguir criar uma nova cor.
U1 - Conceitos de colorimetria 31
Questão para reflexão
Você sabe o que significa a numeração que vem na caixa da coloração,
e qual a diferença entre os números antes e depois do ponto?
32 U1 - Conceitos de colorimetria
• Reflexos quentes:
3. Dourado
4. Acobreado
5. Acaju
6. Avermelhado
7. Esverdeado
• Tom natural - classificados em uma escala de 1 a 10, sendo a
cor mais escura o 1 e a cor mais clara o 10.
1. Preto azulado
2. Preto
3. Castanho escuro
4. Castanho médio
5. Castanho claro
6. Louro escuro
7. Louro médio
8. Louro claro
9. Louro muito claro
10. Louro claríssimo
• Nuance ou reflexo emitido em uma coloração:
1. Cinza (azul)
2. Mate ou irisado (verde)
3. Dourado (amarelo)
4. Acobreado (laranja)
5. Acaju (roxo ou violeta)
6. Vermelho
7. Marrom
As empresas fabricantes de colorações para cabelos dificilmente
mudam a numeração das cores básicas, mas costumam mudar a
numeração das nuances, portanto, fique atento à cor correspondente
apresentada pela empresa. Como ler os números das nuances:
O primeiro número indica a cor principal, exemplo: 8 louro
claro.
O segundo número indica o reflexo principal: exemplo: acaju.
U1 - Conceitos de colorimetria 33
O terceiro número indica o reflexo secundário: exemplo: 3
dourado.
Resultado: 8.53 = Louro
O reflexo principal é reforçado pelo reflexo secundário. Após a
vírgula o zero suaviza o reflexo principal.
Atividades de aprendizagem
1. A cor é a decomposição da luz, portanto, é ela que nos permite ver a
cor. O olho humano só consegue enxergar uma pequena parte da energia
eletromagnética que nos circunda, conseguimos enxergar apenas as sete
cores básicas do espectro visível. No sistema colorimétrico, a cor existe por
causa de três elementos. Quais são eles?
34 U1 - Conceitos de colorimetria
Seção 3
A composição bioquímica das colorações capilares
Introdução à seção
U1 - Conceitos de colorimetria 35
Em 1863 surgiram as primeiras colorações industriais, o químico
alemão August Wilhelm Von Hoffmann descobriu as propriedades de
coloração do Paraphenylene-diamine (PPD). Alguns anos depois outro
químico alemão verificou a propriedade que o Paraphenylene-diamine
possuía de colorir a queratina do cabelo, de modo que nos dias atuais,
essa substância constitui a base dos colorantes.
Os avanços tecnológicos nessa área foram intensos e o
desenvolvimento de colorantes sintéticos, conhecidos como tinta de
anilina, têm sido utilizados em larga escala ultimamente: Metato-Luilen-
Diamina, a Parato-Nylene-Diamine, a Dimetil-Para-Fenileno-Diamine e
Amino-Fenóis.
Em 1907, o químico francês Eugène Schueller inventou a primeira
tintura de cabelo e, alguns anos mais tarde, fundou a L'Oréal. Após esse
marco, a indústria cosmética alavancou suas pesquisas e desenvolveu
produtos com eficiência e praticidade. Em 1924 foi lançado o primeiro
shampoo tonalizante, e logo depois, em 1953, entrou no mercado o
creme tonalizante com ação muito mais rápida.
O setor cosmético nos últimos trinta anos tem investido muito em
tecnologias para aprimorar a qualidade e os resultados da coloração
capilar. Em 2007, desenvolveram um produto com capacidade de
descolorir e colorir os cabelos em apenas dez minutos e que ainda
não causava muitos danos aos fios.
Recentemente, no ano de 2015, foi desenvolvida uma molécula
que age com maior rapidez do que o oxigênio presente no peróxido
de hidrogênio. Essa descoberta ocasionou a produção de colorações
que protegem a integridade da fibra capilar, agindo apenas para efetuar
a alteração da cor.
36 U1 - Conceitos de colorimetria
Atualmente, os produtos de tintura capilar executam um papel
muito importante em nosso cotidiano, devido ao grande desejo de
melhorar a aparência que o ser humano tem. As empresas, diante desse
mercado que está em constante ascensão, estão sempre buscando o
desenvolvimento de produtos inovadores e proporcionando que não
ofereçam nenhum tipo de risco à saúde de seus consumidores.
3.2 Composição bioquímica
A composição bioquímica de uma coloração se diferencia
conforme sua categoria (oxidante e não oxidante).
Nas colorações oxidantes, encontramos em sua composição:
Base, suporte ou veículo: em que os outros componentes
da fórmula são incorporados. Sendo em creme, gel, óleo,
emulsão e outros.
Substâncias colorantes: estes componentes se tornam
colorantes após ocorrer a oxidação. Sendo chamados de
intermediários principais, pois são os maiores químicos que
produzem cor e classificados como:
• Primários: que determinam a altura do tom.
• Secundários: que formam os reflexos e aumentam a fixação
no fio.
Dentro de uma formulação de cores, raramente encontramos
menos que dois intermediários principais, em algumas podemos
encontrar quatro ou mais. Dentro das substâncias colorantes, podemos
encontrar os modificadores ou acopladores que são incluídos para
criar complexas misturas de cores. Para se obter cores secundárias e
terciárias, é necessário de quatro a seis modificadores.
Alcalinos (amônia): possuem uma função dupla: 1° abrir as
escamas da cutícula do fio de cabelo permitindo a penetração
da cor, e 2° facilitar a produção do oxigênio dentro do fio,
eliminando o ambiente ácido no qual é estabilizado. A escolha
do agente alcalinizante pode interferir no mecanismo de ação
do produto, o que poderá influenciar no resultado final da cor.
Finalmente, estabilizantes antioxidantes são adicionados para
prevenir a oxidação prematura. Esses aditivos previnem que as
moléculas finais do produto sejam construídas até que a cor seja
ativada com o peróxido de hidrogênio contido nos reveladores.
Substâncias oxidantes: emulsão oxidante (peróxido de
U1 - Conceitos de colorimetria 37
hidrogênio) em creme. Promove a oxidação das substâncias
colorantes (intermediários principais) originando os pigmentos
artificiais. Elas são utilizadas também para clarear o pigmento
natural.
Substâncias de tratamento: a aplicação destas substâncias
hidratantes proporcionará um cabelo forte, luminoso e sedoso,
favorecendo também a tonalização e a fixação da cor.
38 U1 - Conceitos de colorimetria
naphthoquinone.
Princípios ativos – óleos essenciais (alfa e beta-iononas).
Naftoquinonas – (Lawsona -1,4 naphtoquinonas, herosídeos).
Flavonoides – (epigenina, luteonina).
Xantonas – (laxantona I, II e III).
Cumarina – (5-aliloxi-7-hidroxicumarina).
Ácido tânico.
A coloração temporária possui em sua composição:
Base, suporte ou veículo: em que os outros componentes
da fórmula são incorporados. Sendo em creme, gel, óleo,
emulsão e outros.
Substâncias colorantes: estes componentes se tornam
colorantes, chamados de intermediários principais, pois são os maiores
químicos que produzem cor e classificados como:
• Primários: que determinam a altura do tom.
• Secundários: que formam os reflexos e aumentam a fixação
no fio.
Substâncias de tratamento: a aplicação destas substâncias
hidratantes proporcionará um cabelo forte, luminoso e sedoso,
favorecendo também a tonalização e a fixação da cor.
As colorações temporárias podem ser de dois tipos diferentes:
E
xistemcoloraçõestemporáriascujasmoléculassãodemasiadamente
grandes e fixam-se apenas sobre a cutícula, ex.: spray, mouse, géis,
rímel.
A
gem como uma rinsagem, ou seja, creme condicionador mais
molécula colorante.
Atividades de aprendizagem
1. Quais são os tipos de coloração não oxidantes?
U1 - Conceitos de colorimetria 39
Seção 4
Colorações capilares
Introdução à seção
40 U1 - Conceitos de colorimetria
são oxidados e tornam se corantes; os agentes acopladores reagem
com os corantes formados, produzindo a cor final com suas nuances e
reflexos (na verdade, os agentes acopladores modificam a cor original
dos corantes principais); os corantes são plenamente absorvidos pelo
cabelo, dando-lhe cor definitiva.
Logo após a pausa, os cabelos são enxaguados para que se retire
completamente os resíduos de produtos, e um condicionador é
aplicado para restabelecer o pH natural, fechando novamente as
cutículas.
Assim, as moléculas adentram a cutícula e conseguem se difundir
de maneira rápida, mostrando desse modo que as moléculas que estão
presentes nas colorações capilares devem ser pequenas, mas para que
consigam colorir de modo suficiente e serem usadas como corante, as
moléculas precisam ser relativamente grandes.
4.2 Coloração oxidante
As colorações oxidantes dependem da mistura de dois
componentes. Não são usadas diretamente como vêm na
embalagem; antes de usá-las devem ser misturadas a um revelador
ou ativador, também conhecido como creme oxidante, que são
emulsões condicionadoras com doses específicas de (H2O2) que
predeterminaram suas volumagens.
Os agentes oxidantes (H2O2) do revelador causam uma reação
química que revelará a cor. Essas colorações são instáveis até serem
reveladas e depositadas no cabelo enquanto se formam. A cor no
frasco não é a mesma depositada no cabelo. A cor final se revela no
cabelo durante o processamento. Colorações que agem por oxidação
permanente podem depositar cor e clarear o cabelo em uma aplicação.
Elas criam uma mudança química de forma que o cabelo não desbote
com as primeiras lavadas tão rápido quanto às cores não oxidantes.
Encontramos dois tipos: semipermanentes e permanentes.
4.2.1 Semipermanente
Conhecidas também como demipermanentes, depositam cor
de longa duração sem o poder de clarear a cor natural dos cabelos.
Elas podem ser usadas para cobrir os fios brancos ou realçar a cor
do pigmento do cabelo. Essas colorações normalmente duram entre
quatro e seis semanas. Colorações de oxidação semipermanente, em
geral, são mais suaves que as oxidantes permanentes. Elas promovem
a oxidação dos corantes entre camadas de cutículas e com pouca
U1 - Conceitos de colorimetria 41
interação com o córtex, por exercerem baixo poder de dilatação da
estrutura externa.
Os corantes utilizados são moléculas de dimensão reduzida, cuja
estrutura possui uma boa afinidade com a fibra capilar. Essas moléculas
penetram até a periferia do córtex e são eliminadas gradativamente
pela lavagem, porém, nas colorações semipermanentes são utilizadas
moléculas de tamanho intermediário. Um determinado número
de materiais expressa tamanho molecular pequeno para conseguir
penetrar no cabelo, mesmo sendo grandes para serem utilizadas como
colorações. Uma particularidade notada nesse sistema de coloração é
que para cada cor existem dois corantes que podem ser usados, um
que possua peso molecular baixo e outro com peso maior.
Estes corantes penetram na cutícula capilar e são depositados
no córtex. Não sendo removidos após uma lavagem. Como esses
corantes são pequenos, para que se difundam da cutícula para o
córtex, é notável que retornem novamente para fora, e a utilização de
shampoos acabe removendo – os gradualmente. De modo geral, são
retirados do cabelo com apenas cinco ou seis aplicações de shampoo.
42 U1 - Conceitos de colorimetria
4.2.2 Permanente
As colorações permanentes oferecem muitas vantagens, pois
podem clarear e promover a mudança de tonalidade da cor ao mesmo
tempo, em um único processo. Elas são capazes de clarear a cor
natural do cabelo porque são mais alcalinas que as semipermanentes,
e normalmente são misturadas com um revelador de volumagem alta.
O nível de dilatação da estrutura e também o nível de oxidação dos
corantes são controlados pelo pH da coloração e pela concentração
de peróxido de hidrogênio no revelador. O nível de dilatação aumenta,
enquanto o pH da coloração e a concentração de peróxido se elevam.
A maioria das colorações permanentes são misturas com o
peróxido em partes iguais, na razão de 1:1 efeito dessa proporção de
mistura uma vantagem competitiva. As colorações permanentes por
oxidação, em geral, quando misturadas nas proporções determinadas
pelos fabricantes com o peróxido de hidrogênio a 20 volumes, elevam
sua capacidade de clareamento em um ou dois níveis.
A coloração por oxidação é a sobreposição de duas cores, a cor
do cabelo (natural ou artificial) que será a base a ser colorida, mais os
pigmentos trazidos pela tinta. A coloração por oxidação ou permanente
cobre cabelos brancos e muda a cor dos cabelos. Neste tipo de
coloração o tempo de pausa é fundamental, o período de oxidação
em uma coloração é de 30 a 50 minutos. Formadas por substâncias
intermediárias ou precursoras de cor e acopladores, as substâncias
intermediárias atuam como corantes depois de oxidadas, sofrendo
ligação aos acopladores e propiciando a cor esperada. O processo
tem como base reações de precursores e pigmentos que ocorrem no
interior da fibra capilar, em meio alcalino com pH 8 a 10.
A amônia possibilita a tumefação e abertura das cutículas,
concedendo a absorção dos corantes e do peróxido de hidrogênio.
De acordo com as proporções de oxidante (H2O2), precursores e
acopladores, obtém-se tonalidades mais claras ou escuras. Os corantes
precursores são derivados da anilina. Os precursores são derivados de
di-funcionais, orto, para-diaminas ou aminofenóis que são oxidados
para diimina p-quinona.
Estes produtos proporcionam uma abertura intensa das cutículas,
sendo necessária para a absorção dos corantes pelo córtex, contudo,
têm como consequência diminuição da maciez, brilho e aumento
do esforço para pentear, atributos indispensáveis e desejados em um
cabelo saudável.
U1 - Conceitos de colorimetria 43
Questão para reflexão
Quais são os tipos de coloração com reflexos naturais?
44 U1 - Conceitos de colorimetria
assim os corantes se depositam sobre a superfície da cutícula.
Elas são consideradas cosméticos, no mais puro sentido da
palavra. A coloração ocorre por deposição na superfície do cabelo,
atraída, na maioria das vezes, por diferença de polaridade, sem mudar
quimicamente a estrutura capilar. O cabelo é revestido com o pigmento
que absorve e reflete a luz no espectro diferente de sua cor natural.
Há vantagens e desvantagens em produtos desse tipo de coloração,
pois são máscaras de cor, cobrem a cor natural e refletem diferentes
ondas de luz visíveis, não podem deixar os cabelos mais claros que a
cor original, porque a estrutura química capilar não é alterada, e lavar
os cabelos algumas vezes provocará o desbotamento da cor, fazendo
voltar à original.
Embora os produtos de coloração temporária não clareiem a cor
natural do cabelo, são fáceis de usar e podem ser facilmente removidos
com a lavagem.
Algumas desvantagens estão associadas às colorações temporárias,
como: os corantes são removidos dos fios pelo uso de shampoo, a
exposição à chuva pode transferir o corante para as roupas ou colorir
a pele e o corante pode manchar superfícies como roupas de cama.
U1 - Conceitos de colorimetria 45
As colorações temporárias agem como uma rinsagem, ou seja,
creme condicionador mais a molécula colorante, pois quando um
cabelo está poroso, esse tipo de rinsagem pode fixar-se entre a cutícula
e o córtex, e não ficar sobre ela, então são utilizadas para neutralizarem
reflexos indesejados, principalmente em processos de descoloração
em mechas.
4.3.2 Henna
A hena é uma coloração em pó obtida de uma planta, que
ultrapassou a barreira do tempo e ainda é usada ocasionalmente
em forma de pasta. O nome egípcio para essa planta é Henna. Uma
planta pequena com uma casca esbranquiçada, folhas verdes claras
e flores brancas cheirosas. As folhas secas trituradas são misturadas
com água para formar uma pasta. Essa mistura dá ao cabelo escuro e
sem tratamento um tom castanho avermelhado. Esse mecanismo de
coloração ainda é usado em larga escala no Oriente Médio e na Índia.
46 U1 - Conceitos de colorimetria
ligações salinas e pode atingir a primeira camada do córtex em alguns
casos, como em cabelos muito finos ou descoloridos.
Essa desvantagem faz com que a Henna se acumule na superfície do
cabelo e na primeira camada do córtex, dificultando a ação de soluções
para ondulações permanentes. Essa coloração não é estável, e lavar os
cabelos repetidamente fará com que a cor se desbote gradualmente,
como é o perfil de uma coloração temporária. A Henna pode dar uma
tonalidade esverdeada aos cabelos descoloridos e, embora seja segura
e geralmente não sensibilizante, suas desvantagens limitam muito seu
uso.
U1 - Conceitos de colorimetria 47
4.4 Técnicas de coloração
Inúmeras são as técnicas de aplicação das colorações capilares,
tanto oxidantes como não oxidantes:
4.4.1 Técnicas de coloração oxidantes (semipermanente)
A sequência para a aplicação:
1. Separe o material e prepare o cliente.
2. Divida o cabelo em mechas (de quatro a seis).
3. Aplique a coloração e aguarde o tempo de pausa (cinco a
trinta minutos, conforme recomendação do fabricante).
Efeitos durante esse período: as cutículas são abertas pela ação da
alcalinidade do produto, e os corantes são absorvidos e impregnam os
cabelos (cutícula), colorindo-os diretamente.
4. O produto é então enxaguado, retirando-se todo o excesso de
pigmento.
Não use shampoo, mas um pouco de condicionador, para que o
cabelo recupere seu pH natural.
5. Dê os retoques finais (secagem, penteado etc.).
4.4.2 Técnicas de coloração oxidantes (permanente)
A sequência para a aplicação:
1. Separe o material e prepare o cliente.
2. Prepare a tintura: coloque a tintura-creme e o revelador com
água oxigenada em um recipiente não metálico e misture até
obter um creme homogêneo.
3. Determine o ponto de partida para a aplicação do produto. O
ideal é iniciá-la a partir da região da nuca ou a partir do local
com maior número de fios brancos a cobrir.
4. Divida o cabelo em mechas (de quatro a seis).
5. Coloque as luvas e aplique a tintura da raiz às pontas com o
auxílio de um pincel, mecha por mecha, de forma rápida e
ritmada. Aguarde o tempo de pausa do produto e enxágue o
cabelo com bastante água.
6. Aplique o condicionador e o bálsamo neutralizante.
7. Dê os retoques finais (secagem, penteado etc.).
48 U1 - Conceitos de colorimetria
4.4.3 Técnicas de coloração não oxidantes (temporária)
A sequência para a aplicação:
1. Separe o material e prepare o cliente (o cabelo poderá ser
lavado com shampoo suave).
2.
Prepare o produto misturando o shampoo (contendo os
corantes) ao revelador (contendo peróxido de hidrogênio).
3. Divida o cabelo em mechas (de quatro a seis).
4.
Coloque as luvas de plástico ou de borracha e aplique o
shampoo, depois massageie os cabelos.
5. Aguarde o tempo de pausa sugerido pelo fabricante e retire o
produto, enxaguando os cabelos com água.
6. Aplique o condicionador para reequilibrar o pH dos cabelos.
7. Dê os retoques finais (secagem, penteado etc.)
4.4.4 Técnicas de coloração não oxidantes (henna)
A sequência para a aplicação:
1.
Separe o material e prepare o cliente (o cabelo pode ser
molhado).
2. Divida o cabelo em mechas (de quatro a seis).
3. É necessário fazer a mistura da Henna com água morna.
4. A Henna necessita de um tempo de descanso para que seu
pigmento possa ser liberado. Esse tempo varia de três até vinte
e quatro horas, dependendo da temperatura ambiente.
5. Aplique a coloração e aguarde o tempo de pausa.
6. Quanto mais concentrada a mistura, maior a quantidade de
pigmentos.
7. Quanto maior for o tempo de pausa, maior será a intensificação
da coloração.
8. O produto é, então, enxaguado, retirando-se todo o excesso
de pigmento.
Não use shampoo, mas um pouco de condicionador para que o
cabelo recupere seu pH natural.
9. Dê os retoques finais (secagem, penteado etc.).
U1 - Conceitos de colorimetria 49
Atividades de aprendizagem
1. As tinturas tradicionais são conhecidas como coloração permanente.
Descreva as características dessas colorações.
Fique ligado
Nesta unidade, você aprendeu sobre a identificação da cor e tom dos
cabelos naturais, os conceitos dentro da colorimetria, a composição
bioquímica das colorações capilares e as colorações capilares.
Além disso, estudou a identificação e a tonalidade da cor nos cabelos
e como são produzidos os pigmentos e conheceu sobre a canície e
como ocorre nos fios de cabelo. Então, vimos o que é a colorimetria,
teoria das cores, definição da cor, espectro visível, fisiologia da cor e
sistemas colorimétricos, bem como abordamos o nível ou saturação e
a tonalidade ou nuance da cor.
Esclarecemos sobre a formulação bioquímica das colorações
capilares, mostrando toda a parte histórica. Além de compreender a
composição química das colorações oxidantes e não oxidantes e o
processo de coloração.
Desenvolveu o raciocínio de que o entendimento sobre os
conceitos envolvidos dentro da colorimetria são essenciais tanto para
o embelezamento como para a qualidade de vida, são recursos cada
dia mais usados nos centros estéticos e de embelezamento, já que esta
área capilar se encontra em alta, sendo um dos mercados que mais
cresce, principalmente, no Brasil.
É fundamental saber sobre o universo da química capilar, desde
a Antiguidade e toda sua evolução até os dias atuais, no intuito de
compreender a importância de conhecer as colorações e de como
agem nos fios.
50 U1 - Conceitos de colorimetria
Para concluir o estudo da unidade
Diante do que aprendemos nesta unidade, concluímos que os
conceitos de colorimetria são essenciais para o atendimento dos
profissionais da área capilar. Desse modo, verifica-se a importância de
conhecimentos específicos e profundos voltados à área capilar.
Sugerimos como conclusão do estudo desta unidade que você
faça uma avaliação das pessoas do seu convívio para conhecer melhor
como são realizadas as técnicas de coloração estudadas aqui, e que,
baseado nessa avaliação, possa orientar as possibilidades que existem
para uma melhor aplicabilidade dos conceitos envolvidos dentro da
colorimetria.
U1 - Conceitos de colorimetria 51
3. Quando o cliente se dirige ao salão de beleza ou centro de embelezamento
para realização de uma coloração de cabelos, há duas categorias de
produtos, as colorações oxidantes e as não oxidantes. De acordo com as
colorações, relacione as colunas:
1-Não oxidante / 2-Oxidante
( ) Ação temporária.
( ) Semipermanentes.
( ) Permanentes.
( ) Atuante por deposição.
a) 1/2/1/2.
b) 2/2/1/1.
c) 1/2/2/1.
d) 1/1/2/2.
e) 2/1/1/2.
52 U1 - Conceitos de colorimetria
Referências
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de 2000. Resolução RDC nº 79, de 28 de agosto de 2000. Estabelece a definição e
Classificação de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes e outros com
abrangência neste contexto, 2000.
BEDIN, V. Produtos capilares. Cosmetics & Toiletries, v. 18, 2006.
COTRAN, R. S. et al. Patologia estrutural e funcional. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan S.A., 2000.
EINSTEIN, A. Investigations on the theory of the brownian motion. Nova York: Dover,
1956 [edição original: 1926].
EINSTEIN, A. Quanta, vol. l., Oeuvres choisies. Paris: Seuil, 1989.
GOMES, A. L. Uso da tecnologia cosmética no trabalho do profissional cabeleireiro. São
Paulo: SENAC, 2006.
HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan S.A., 1999.
______. Histologia Básica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 2011.
KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Patologia: bases patológicas das doenças. 7. ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2005.
LOSSOW, J. F. Anatomia e fisiologia humana. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara e Koogan,
1990.
MARTINS, R. A. A "Nova teoria sobre luz e cores" de Isaac Newton: uma tradução
comentada. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 18, p. 313- 327, 1996.
NEWTON, I. A letter of Mr. Isaac Newton, professor of the Mathematicks in the University
of Cambridge; containing his new theory about light and colours; sent by the author to
the publisher from Cambridge, Febr. 6. 1671/72; in order to be communicated to the R.
Society’, Philosophical Transactions of the Royal Society, v. 6, n. 80, p. 3075-3087, 1672a.
Traduzido em SILVA, C. C, &
NEWTON, I. Mr. Isaac Newton answer to some considerations upon his doctrine of light
and colours; which doctrine was printed in Numb. 80 of these Tracts’, Philosophical
Transactions of the Royal Society, v. 7, p. 5084-5103, 1672b. Reimpresso em: COHEN,
I. B. & SCHOFIELD, R. E. (eds.). Isaac Newton’s papers & letters on natural philosophy.
Cambridge, MA: Harvard University Press, p. 116-135, 1978.
NEWTON, I. Óptica. Traduzido por André K. Assis. São Paulo: Edusp, 1996
OLIVEIRA, I. Conhecimentos atuais sobre a biologia dos melanócitos no folículo piloso
humano. Anais brasileiros de Dermatologia, Rio de Janeiro, v. 78, n. 3, p. 331-343, maio/
jun. 2003.
U1 - Conceitos de colorimetria 53
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2010.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 12 ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
WAGNER, R. C. C. A estrutura da medula e sua influência nas propriedades mecânicas
e da cor dos cabelos, Campinas, São Paulo, 2006. Tese de doutorado - Universidade
Estadual de Campinas - Instituto de Química, Campinas, 2006.
54 U1 - Conceitos de colorimetria
Unidade 2
Processos de descoloração
capilar
Vânia Aparecida Malachias Terra
Objetivos de aprendizagem
A proposta da presente unidade é que você, aluno, saiba conhecer
e identificar os processos de clareamento capilar, a composição
bioquímica do descolorante capilar, as técnicas de clareamento e os
efeitos do clareamento nos fios.
Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/_mC687nYobQo/S79tcknlPJI/AAAAAAAAKkk/Kl14Lvl_aVY/s1600/Imagem-15.jpg>.
Acesso em: 11 ago. 2017.
Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/-m-AKjePT3Zc/VUY_0S5eMnI/AAAAAAAAB5k/M56uqXxc3Eg/w1200-h630-p-k-no-
nu/ph-fio-cabelo.png>. Acesso em: 14 ago. 2017.
Atividades de aprendizagem
1. Qual era a técnica utilizada por Marilyn Monroe para obter o clareamento
capilar?
Fonte: <https://i.pinimg.com/736x/93/c8/c9/93c8c9b846897ef26ae8b817306793d2--balyage-hair-cabelos-ombre-
hair.jpg>. Acesso em: 15 ago. 2017.
Fonte: <https://cabelosderainha.com.br/wp-content/uploads/2014/05/o-que-mais-danifica-os-cabelos-mechas-ou-
tinturas.jpg>. Acesso em: 15 ago. 2017.
Atividades de aprendizagem
1. Explique o que é a técnica de matização e para que é utilizada.
Atividades de aprendizagem
1. O que pode acontecer com a cisteína nos cabelos após um clareamento
capilar?
2. Por que o teste nos fios tem grande valor para diminuir os danos capilares?
Fique ligado
Nesta unidade, você aprendeu sobre os processos de clareamento
capilar, a composição bioquímica do descolorante capilar, as técnicas
de clareamento e os efeitos do clareamento nos fios.
Estudou os estágios da descoloração e como ocorrem a reação
de oxidação, o pH e o clareamento capilar. Além disso, abordamos a
formulação bioquímica dos descolorantes capilares, mostrando toda
a parte histórica, sobre como eram usadas as descolorações e suas
composições, e compreendemos o uso dos clareadores para couro
cabeludo e extensão capilar.
Falamos sobre as técnicas de clareamento capilar, luzes, mechas,
reflexo, balaiagem, californiana, ombré hair, mechas 3D e invertidas.
Conhecemos o procedimento de matização e sua importância após
as descolorações, além de sabermos sobre os oxidantes em uso, os
efeitos dos clareadores capilares e a segurança no clareamento capilar.
Você também desenvolveu o raciocínio de que entender os
conceitos envolvidos na descoloração capilar é essencial tanto para
o embelezamento como para a qualidade de vida, pois são recursos
cada dia mais usados nos centros estéticos e de embelezamento, já
que esta área capilar se encontra em alta, sendo um dos mercados que
mais cresce, principalmente, no Brasil.
Transformações capilares
Vânia Aparecida Malachias Terra
Objetivos de aprendizagem
A proposta da presente unidade é que você, aluno, saiba
conhecer e identificar os processos de transformações capilares, o
modo de ação dos agentes redutores, as técnicas e os efeitos dos
transformadores capilares nos fios.
88 U3 - Transformações capilares
Figura 3.1 | Karl Nessler
U3 - Transformações capilares 89
chapados, assim foi criada pelo cabeleireiro Satoru Nagata a técnica
de alisamento japonês (também chamada escova definitiva) que tem
como base o tioglicolato de amônia. O processo danificava os fios, pois
além de passar o produto era preciso enxaguar e chapar muitas vezes,
sensibilizando e quebrando os fios e dando um resultado artificial ao
final do procedimento.
Atualmente, o mercado investe em fórmulas alisantes, redutores de
volumes, realinhamento térmico e escovas definitivas com substâncias
à base de tioglicolato de amônio, carbonato de guanidina, hidróxido de
guanidina de sódio, potássio, lítico e cálcio.
90 U3 - Transformações capilares
Figura 3.2 | Cabelo liso transformado
U3 - Transformações capilares 91
1.2.3 Permanente capilar
Permanente é o procedimento químico que tem por finalidade
mudar a forma dos cabelos, acrescentando cachos. Esse processo
possui o mesmo princípio químico dos alisamentos ou relaxamentos.
O tensoativo do permanente é o tioglicolato de amônia, que tem
como propriedade remodelar e selar os fios, fazendo com que os
cachos recuperem o movimento natural e fiquem mais definidos.
ANTES DEPOIS
Fonte: <http://www.tendenciamulher.net/wp-content/uploads/2016/06/Permanente-Digital-no-Cabelo-1-500x500.
jpg>. Acesso em: 31 ago. 2017.
92 U3 - Transformações capilares
1.3.1 Escova definitiva
Conhecida também como alisamento japonês, escova permanente
ou reestruturação térmica, a escova definitiva possui esse nome porque
mesmo com lavagens constantes o efeito liso não diminui, ou seja,
permanece inalterado. À medida que os fios crescem, é necessário
realizar a técnica na raiz.
Para se obter um bom resultado, é preciso que os fios estejam
saudáveis, pois essa técnica danifica demais a estrutura do cabelo. As
hidratações devem ser frequentes em cabelos alisados definitivamente.
1.3.2 Escova inteligente
Chamada muitas vezes de escova alemã, é muito semelhante
à escova progressiva quanto ao produto utilizado, mas neste
procedimento, os cabelos são lavados no mesmo dia.
Esta técnica é hidratante, proporciona resistência aos fios e
hidratação. Além de reduzir o volume, confere aos fios um alisamento
de aparência natural, sem deixar uma aparência artificial e “chapada”.
Alguns fabricantes adicionam um concentrado de queratina (queratina
líquida, proteínas, aminoácidos e óxido acetamide) à formulação.
1.3.3 Escova marroquina
Nesta técnica é feita a aplicação de um neutralizador, possibilitando
ao cliente prender os cabelos no mesmo dia. A fórmula costuma incluir
diversos agentes, como alisantes, argila, queratina, proteínas da seda e
cacau, além de argila branca e óleo de cacau do Marrocos.
A durabilidade média da escova marroquina é de 90 dias. Nesse
tipo de procedimento, o alisamento ocorre devido a proteínas da seda
e cacau presentes na fórmula, enquanto a argila branca e o óleo de
cacau se encarregam de hidratar e de nutrir os fios, e a queratina tem o
papel de reduzir as pontas duplas.
A escova marroquina é indicada para cabelos volumosos, ondulados,
cacheados, ressecados e quebradiços.
Atividades de aprendizagem
1. O permanente é o procedimento químico que tem por finalidade mudar
a forma dos cabelos. Explique qual a finalidade do permanente no cabelo.
U3 - Transformações capilares 93
Seção 2
Modo de ação dos transformadores capilares
Introdução à seção
Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/-RakGqCpZ4Lo/Ug7SKcg_j_I/AAAAAAAAAL0/SxrmsGAjdAM/s1600/Sem+t%C3%ADtulo.
png>. Acesso em: 31 ago. 2017.
94 U3 - Transformações capilares
Assim, quanto mais pontes, mais átomos de enxofre estarão
próximos um do outro para se dobrarem e formarem as pontes
dissulfeto. Todas as cadeias polipeptídicas presentes na estrutura
do cabelo estão organizadas em paralelo e ligadas por três tipos de
pontes: ponte de dissulfeto ou ligação de enxofre, ponte salina ou
ligação iônica e ponte de hidrogênio.
• Ponte de dissulfeto ou ligação de enxofre: são formadas por
duas moléculas do aminoácido cisteína, principal componente
da queratina. Ligam-se através de seus átomos de enxofre,
formando uma molécula de cisteína. As pontes dissulfeto são
quebradas somente com a ação de produtos químicos, são
permanentes (não voltando mais à forma anterior).
• Ponte salina ou ligação iônica: se desfazem quando o pH do
cabelo assume níveis mais ácidos ou alcalinos, reconstituindo-
se quando o ph volta ao normal.
• Ponte de hidrogênio: existem em maior quantidade no
cabelo, mas também são as mais fracas. Ao posicionar o fio
da forma que você deseja (liso ou enrolado) e retirar a água
dele, as pontes de hidrogênio são refeitas na posição desejada.
A desvantagem é que ao molhar os cabelos, as pontes de
hidrogênio se desfazem, voltando à forma original.
U3 - Transformações capilares 95
Para saber mais
As proteínas desempenham uma diversidade de funções biológicas,
com propriedades e atividades distintas. As proteínas são polímeros
cujas unidades constituintes fundamentais são os aminoácidos.
Os aminoácidos são moléculas orgânicas que possuem ligadas ao
mesmo átomo de carbono (denominado de carbono α) um átomo de
hidrogênio, um grupo amina, um grupo carboxílico e uma cadeia lateral
“R” característica para cada aminoácido.
Fonte: <http://blog.rishoncosmeticos.com.br/wp-content/uploads/2016/07/b4063bf2-05da-451a-833c-4de10b388290.
jpg>. Acesso em: 31 ago. 2017.
96 U3 - Transformações capilares
Questão para reflexão
Existem possíveis complicações que podem surgir devido às alterações
nas pontes dissulfeto do cabelo?
U3 - Transformações capilares 97
cabelo ainda conserva pH elevado. Os cabelos uma vez alisados com
os hidróxidos não podem ser submetidos à nova aplicação, pois há
risco de queda capilar, e deverá ser aplicado o produto apenas nos fios
crescidos. Todos os hidróxidos compartilham a mesma química, por
isso são compatíveis entre si.
2.2.3 Hidróxido de sódio
Conhecido também como soda cáustica (NaOH), de pH
alcalino, classificado entre os produtos químicos como corrosivo,
em concentrações acima do permitido pode causar queimaduras e
tonsuras dos fios capilares.
É um dos alisantes mais potentes utilizados em concentrações que
variam de 5 a 10% em pH alcalino de 9 a 14, causando o intumescimento
da fibra, permitindo a abertura da cutícula.
Age no córtex do fio do cabelo, causando mudanças na disposição
das pontes químicas de hidrogênio e enxofre, responsáveis pela
distribuição de queratina dentro dos fios, sendo que o alisamento é
concluído com a reorganização dos componentes químicos do
cabelo.
Após o alisamento, é aplicada uma substância, xampu ou loção, para
acidificar o pH, interrompendo, assim, o processo, neutralizando os
íons de hidrogênio restantes e diminuindo o pH do cabelo e do couro
cabeludo. As ligações de dissulfeto, uma vez rompidas pelo hidróxido,
não podem ser restauradas. O hidróxido de sódio é compatível com
ele mesmo e com outros produtos à base de hidróxido de cálcio e
magnésio.
2.2.4 Hidróxido de cálcio
É um composto químico de fórmula Ca (OH)2, que quando puro
apresenta-se como um sólido branco e inodoro. O hidróxido de cálcio
surge a partir de reação química da mistura do óxido de cálcio com
água. Como essa combinação sozinha não tem efeito para fins de
transformação do cabelo, há necessidade de adicionar líquido ativador
(carbonato de guanidina) para dar liga e transformá-lo em um produto
alcalino, capaz de transformar a estrutura natural do cabelo.
Para neutralizar a ação da alcalinidade, utiliza-se uma base ácida
para estabilizar o pH do cabelo. Esse neutralizante pode ser xampu
indicador de resíduo com pH balanceado, para que esse ativo limpe os
fios, retirando os resíduos de química dos cabelos.
98 U3 - Transformações capilares
2.2.5 Hidróxido de guanidina
É uma substância de pH alcalino, possui odor brando e é menos
irritante para a pele. Apresenta dois ativos em sua composição, o
hidróxido de cálcio que é misturado com o carbonato de guanidina,
formando, assim, o hidróxido de guanidina.
No entanto, se ambos não forem misturados de forma correta, em
proporções exatas, o alisamento não ocorrerá. Esse tipo de alisamento
é mais lento por conter moléculas maiores e se torna indicado para
couro cabeludo sensível. Não necessita de neutralização, pois só
rompe algumas cadeias de ligações dos fios e as modifica, tornando-
se desnecessária a neutralização.
2.2.6 Hidróxido de lítio
Fórmula molecular LiOH, é um corrosivo hidróxido alcalino,
apresenta como um sólido branco cristalino higroscópico, solúvel em
água e levemente solúvel em etanol. Comercialmente é encontrado
na forma anidra ou como monohidrato.
O hidróxido de lítio pode ser produzido pela dissolução do lítio
ou do óxido de lítio em água. Ele age de forma semelhante ao sódio,
porém mais lento e suave, não apresentando a mesma versatilidade do
cálcio. A base cremosa na qual o hidróxido de lítio está incorporado
deve ser bastante emoliente e hidratante para suprir as deficiências do
fio e controlar um pouco a ação do lítio sobre o cabelo.
2.2.7 Ácido glioxílico
É um ácido orgânico de fórmula OHC-COOH, é o mais simples dos
ácidos aldeídos. Este ácido libera substâncias (aldeídos) que promovem
a quebra das pontes de cistina. Por ter um pH alto, quando aplicado ao
cabelo, dilata as cutículas, permitindo a entrada do ativo alisante para
que possa agir no interior do fio, no córtex.
Esse ativo fornece variação no poder de alisamento, conforme a
quantidade utilizada, que pode variar em concentrações de 1% a 20%,
dependendo do cabelo.
2.2.8 Ácido tioglicólico
Também conhecido como ácido 2-mercaptoacético, age
quebrando a ponte de dissulfeto do aminoácido cisteína da queratina,
a proteína que mantém o cabelo estruturado.
É aplicado à solução de ácido tioglicolato e moldado aos fios
do cabelo, em seguida, é lavado com água, a fim de parar a reação.
U3 - Transformações capilares 99
Pode-se reverter o processo usando um oxidante como peróxido de
hidrogênio, voltando o cabelo à sua forma inicial.
Atividades de aprendizagem
1. Como os agentes redutores transformam a estrutura capilar de lisa para
enrolada e de enrolada para lisa?
Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/-rNeodgra2JQ/U9UaCef1pCI/AAAAAAAAAkQ/tM3FLT82JQg/s1600/Permanent%20
e-Afro-.png>. Acesso em: 31 ago. 2017.
Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/-7unhRCwzAUE/T8kErCXoyRI/AAAAAAAAErA/XjeBQF0MIVk/s1600/fts_permanenteafro_05-g.
jpg>. Acesso em: 31 ago. 2017.
Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/-GmoSLty14ks/VfCjVSOFd9I/AAAAAAAAAUY/84ipUhRh2dg/s1600/fts_permanenteafro_06-g.
jpg>. Acesso em: 31 ago. 2017.
Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/-swutwnxPOiY/UcpZb05VNBI/AAAAAAAAAOI/wrBwCi-noa0/s320/emborrachado.
jpg>. Acesso em: 31 ago. 2017.
4.3 Precauções
• Toda transformação capilar é potencialmente agressiva.
• Torna-se necessário atingir a estrutura interna original do fio
para possibilitar o seu alisamento, relaxamento ou ondulação.
• As transformações acarretam danos à estrutura do fio, como:
perda das propriedades do cabelo, conteúdo hídrico, lipídeos
e ceramidas que têm papel fundamental na constituição do
cimento intercelular.
•
O fio de cabelo permanece desprotegido e suscetível à
queda por conta da quebra, perda da penteabilidade, além do
acúmulo de eletricidade estática.
4.4 Cuidados
Recomendar para o cliente que seja utilizada uma linha de produtos
cosméticos específicos para cabelos transformados, contendo:
Atividades de aprendizagem
1. Descreva sobre os cuidados que devem ser tomados quando se realiza
uma transformação capilar.
Fique ligado
Nesta unidade, você aprendeu sobre a progressiva (alisamento),
relaxamento e permanente. Além de conhecer a diferença de cada
transformação capilar existente, como elas agem para modificar a fibra
capilar e os agentes redutores mais usados.
Desse modo, torna-se fundamental sempre estar atualizado sobre
a diversidade de agentes redutores para transformação capilar que
existem no mercado e a importância deles para a obtenção de um
tratamento correto e preciso.
Tendo sempre em vista a importância do conhecimento de todos
para atuarem como ótimos profissionais, é de suma importância que
todos nós, profissionais da área do embelezamento, prestemos um
serviço de qualidade, dando toda atenção para o nosso cliente para
que desta maneira, ele seja fidelizado junto aos nossos serviços.
Efeitos fisiológicos da
coloração no organismo
Claudia Stoeglehner Sahd
Objetivos de aprendizagem
A proposta da presente unidade é que você, aluno, saiba conhecer
e identificar os efeitos fisiológicos da coloração no organismo, bem
como os danos causados à fibra capilar.
Fique ligado!
Nesta unidade, você pôde aprender e compreender a estrutura
dos fios e como as colorações agem nos fios de cabelo. Dessa forma,
conhecemos e identificamos os níveis de toxicidade que as colorações
podem ter e o que podem acarretar ao organismo, a predominante
preocupação com os danos à saúde e os efeitos fisiológicos no
organismo.
É fundamental saber sobre o universo da química capilar, desde
a Antiguidade e toda sua evolução até os dias atuais, no intuito de
compreender a importância de conhecer os efeitos fisiológicos dos
compostos das colorações e de como agem nos fios.