Material Completo - Etnocentrismo - Interculturalidade
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ETNOCENTRISMO
ETNOCENTRISMO
O RELATIVISMO
CULTURAL
X
ETNOCENTRISMO
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» Não é por acaso que esse termo ganha destaque em
INTERCULTURALIDADE textos constitucionais recentes, de países com
grandes populações indígenas que, nos últimos
anos, têm buscado uma maior participação social.
Interculturalidade é, no entanto, um conceito
polêmico. E, segundo alguns estudiosos do tema,
ganha contornos diferentes quando aparece como
reivindicação dos movimentos sociais e como
política de Estado
» Para o teólogo, filósofo e antropólogo espanhol
INTERCULTURALIDADE naturalizado boliviano Xavier Albó,
interculturalidade pode ser definida como qualquer
relação entre pessoas ou grupos sociais de
diversas culturas. A interculturalidade, segundo
ele, pode ser negativa - quando a relação acaba
destruindo ou reduzindo o que é culturalmente
distinto (etnicídio cultural) ou até mesmo quando
há simplesmente a assimilação da cultura
dominante pela cultura dominada - ou positiva -
quando resulta na aceitação do que é
culturalmente distinto e na troca de
conhecimentos, com enriquecimento mútuo.
» A simples tolerância do que é culturalmente
INTERCULTURALIDADE diferente, sem um verdadeiro intercâmbio
enriquecedor, não chega a ser um
interculturalidade positiva. As relações de
alteridade são positivas quando os dois polos - o
da própria identidade e o "outro" - se fortalecem,
se enriquecem e se transformam mutuamente,
sem, no entanto, deixar de ser o que são".
» Naturalmente, alerta Albó, para que esses
INTERCULTURALIDADE mecanismos funcionem em ambos os
sentidos, com alguma forma de mútua
reciprocidade, as relações devem estar
baseadas numa certa simetria, conseguida,
quase sempre, por meio de longos,
pacientes e, às vezes, dolorosos
processos desenvolvidos nos planos
interpessoal, grupal e estrutural.
» De acordo com ele, apesar de a raiz fundamental da
INTERCULTURALIDADE interculturalidade positiva estar nas relações
interpessoais - entre indivíduos isoladamente ou
em grupo -, não é possível trabalhar apenas nesse
nível. É preciso transformar as instituições e
estruturas que constituem o corpo social - sistema
educativo, meios de comunicação, sistema
judiciário, polícia, igrejas, entre outros, mas
principalmente o sistema econômico - para que
reflitam e facilitem as relações positivas entre os
diversos grupos de pessoas. "Estabelecer relações
interculturais positivas", ressalta, "é muito mais
fácil quando há culturas distintas mas de igual
posição e prestígio social".
» Ele lamenta, no entanto, que as relações
INTERCULTURALIDADE interculturais assimétricas sejam muito mais
comuns no mundo cada vez mais globalizado e
injusto. "Dificilmente os que se sentem da cultura
dominante aceitam como iguais àqueles que
consideram ‘inferiores'. Esses, por sua vez, tendem
a subvalorizar sua própria cultura e adotar a cultura
dominante apenas para não serem discriminados",
constata.
•
Educação e Diferença
Reinaldo Fleuri destaca ainda a necessidade de que a
interculturalidade esteja baseada numa política da
diferença e não apenas da diversidade. “As políticas de
diversidade pressupõem que você possa categorizar os
diferentes públicos socioculturais a partir de alguns
padrões mais ou menos gerais. Categorizamos
diferentes grupos étnicos por suas características
genéricas e enquadramos os indivíduos nessas
categorias. Já as políticas da diferença consideram que
as diferenças se constituem na interação viva entre as
próprias pessoas, os próprios grupos. E que, nesse
jogo de forças, cada um vai se constituindo, se
posicionando, propondo contrapontos, interagindo com
todos. Vão se configurando processos de identificação
e, portanto, de diferenciação”.
Referências bibliográficas
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Disponível em: https://www.revistas.usp.br/psicousp/article/view/34501. Acesso em: 20 abr. 2021.
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