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REGULAÇÃO EMOCIONAL EM TERAPIA COGNITIVO


COMPORTAMENTAL

EMOTIONAL REGULATION IN BEHAVIORAL COGNITIVE THERAPY

Walison José Ferreira1

RESUMO: A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem psicológica com ênfase nos proces-
sos cognitivos. A mesma considera que a cognição deve ser utilizada para a compreensão dos transtornos men-
tais. Tal abordagem tem apresentando resultados científicos positivos sobre sua eficácia, inclusive no que diz
respeito à desregulação emocional. Podemos falar que desregulação emocional é a dificuldade que o indivíduo
apresenta ao lidar com suas emoções, podendo ser, uma intensificação ou desativação excessiva das emoções. A
regulação emocional abrange um conjunto de técnicas utilizadas com a finalidade de buscar mais qualidade de
vida para pacientes com diagnóstico de transtorno psicológico. O propósito deste estudo foi conhecer a TCC e
algumas das técnicas de regulação emocional por ela utilizada em seus protocolos. Para isso, foi realizada uma
revisão narrativa referente ao objeto de pesquisa dentro de uma metodologia descritiva e exploratória. Ao final
do estudo foi possível perceber que segundo os materiais pesquisados, que as técnicas de regulação emocional
demonstram ser eficientes no processo terapêutico, haja vista que a visão negativa que muitas pessoas têm sobre
suas emoções parece ser um complicador no processo de enfrentamento e adaptação diante das situações. Reco-
nhecer a importância das emoções no processo de psicoterapia é um grande avanço na tentativa de amenizar o
sofrimento de pacientes com transtornos psicológicos. A abordagem da regulação emocional em através de suas
técnicas pode desempenhar papel fundamental no processo terapêutico de maneira a trazer ganhos significativos
para o paciente.
PALAVRAS-CHAVE: Terapia cognitivo-comportamental; Regulação emocional; Emoções.

ABSTRACT: Cognitive-Behavioral Therapy (CBT) is a psychological approach with an emphasis on cognitive


processes. It considers that cognition should be used for the understanding of mental disorders. Such an approach
has shown positive scientific results on its effectiveness, including with regard to emotional dysregulation. We
can say that emotional dysregulation is the difficulty that the individual shows when dealing with their emotions,
and may be an intensification or excessive deactivation of the emotions. Emotional regulation encompasses a set
of techniques used with the purpose of seeking a better quality of life for patients with a diagnosis of psycholog-
ical disorder. The purpose of this study was to know CBT and some of the emotional regulation techniques used
by it in its proceedings. For that, a narrative review was carried out regarding the object of research within a
descriptive and exploratory methodology. At the end of the study it was possible to recognize that according to
the researched materials, that the techniques of emotional regulation prove to be efficient in the therapeutic pro-
cess, since that the negative view that many people have about their emotions seems to be a complicating factor
in the coping and adaptation process facing the situations. Recognizing the importance of the emotions in the
psychotherapy process is a major breakthrough in attempting to relief the suffering of patients with psychologi-
cal disorders. The approach of emotional regulation through its techniques can develop a fundamental key role in
the therapeutic process in a way to bring significant gains to the patient.
KEYWORDS: Cognitive behavioral therapy; Emotional regulation; Emotions.

1 INTRODUÇÃO

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem psicológica com ênfa-


se nos processos cognitivos e que leva em conta o fato de que a cognição deve ser utilizada
para a compreensão os transtornos mentais. Para isso, utiliza-se de um grupo de técnicas,
combinando a psicologia cognitiva e diversos procedimentos da psicologia comportamental.

1
Psicólogo, especialista em Psicologia: Terapia Cognitivo-comportamental pela PUC-Minas.
[email protected]

Submetido em: 04/02/2019


Aceito em: 04/07/2020
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Esta abordagem tem sido vasta e empiricamente investigada, apresentando resultados científi-
cos positivos sobre sua eficácia (BECK, 1997; KNAPP; BECK, 2008).
No que tange às emoções, Leahy, Tirch e Napolitano (2013) explicam que todos nós
estamos sujeitos, em algum momento de nossas vidas, a lidar com experiências estressantes e
traumáticas. Tais situações fazem com que nossas emoções sejam vivenciadas de forma cres-
cente e é justamente essa intensificação das emoções que pode nos levar a comportamentos
problemáticos. Quando falamos em emoções devemos lembrar que as mesmas são mecanis-
mos de adaptação que herdamos dos nossos antepassados e, portanto, essenciais à nossa so-
brevivência. As emoções têm o propósito de avaliar possíveis alternativas de respostas diante
das situações apresentadas, revelando assim nossas necessidades. A desregulação emocional é
a dificuldade que o indivíduo apresenta ao lidar com suas emoções, podendo manifestar sua
dificuldade através de uma intensificação excessiva ou desativação excessiva de suas emoções
(LEAHY; TIRCH; NAPOLITANO, 2013).
Atualmente, um dos grandes desafios da psicoterapia é justamente encontrar formas
efetivas de tratar os diversos tipos de transtornos psicológicos. Dentre estas formas estão
aquelas cujo principal objetivo é a regulação emocional dos indivíduos em sofrimento. A re-
gulação emocional abrange um conjunto de técnicas utilizadas pela TCC que servem como
um suporte na tentativa de tratar ou pelo menos amenizar o sofrimento de pacientes com di-
agnóstico de transtornos psicológicos (LEAHY; TIRCH; NAPOLITANO, 2013). Conside-
rando a importância de o indivíduo aprender a lidar com suas emoções, o objetivo desse estu-
do foi conhecer técnicas de regulação emocional encontradas na literatura e quais seriam suas
possíveis contribuições para a TCC.

MÉTODO:

Neste trabalho realizou-se uma revisão narrativa bibliográfica baseando-se em estudos


científicos publicados por meio de artigos científicos e livros que tratassem da temática regu-
lação emocional e TCC. Os artigos de revisão narrativa de acordo com Rother (2007, p. 1),
“[...] são publicações amplas, apropriadas para descrever e discutir o desenvolvimento ou o
‘estado da arte’ de um determinado assunto, sob ponto de vista teórico ou contextual”. Numa
revisão narrativa não há a necessidade de apresentar um protocolo rígido na sua construção,
sendo a busca das fontes não específica e menos abrangente. Para esta revisão, foram realiza-
das buscas nas plataformas eletrônicas Google Acadêmico e Scielo utilizando os seguintes

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descritores: “Terapia cognitivo-comportamental”, “Regulação Emocional”, “Desregulação


Emocional”, “Terapia Cognitiva” e “Emoções”.

RESULTADOS:

A sessão de resultados será apresentada subdividida conforme os seguintes tópicos:


TCC no qual os autores apresentam um breve histórico da área assim como suas característi-
cas principais; uma breve descrição da importância das emoções; um contraponto entre o que
é desregulação emocional e a regulação emocional e por fim apresentando a Terapia focada
nas emoções e as técnicas utilizadas neste modelo terapêutico enquanto representativo da
TCC.

Terapia Cognitivo-comportamental

Historicamente, a TCC foi desenvolvida e estruturada por Aaron T. Beck, na década


de 1960, na Universidade da Pensilvânia. Trata-se de uma psicoterapia focada no presente,
direcionada para resolução de problemas atuais, com o objetivo de modificar pensamentos
distorcidos e comportamentos disfuncionais. (BECK, 1997). Rangè (1999) complementa di-
zendo que a TCC possui tempo limitado, tendo como base o método científico. Possui uma
concepção biopsicossocial, onde o comportamento humano só pode ser compreendido se for
levado em consideração seus fatores biológico, psicológicos e sociais. Ainda, para este autor,
a TCC pressupõe que "os transtornos psicológicos têm origem na avaliação distorcida ou dis-
funcional dos acontecimentos, influenciando assim as emoções e os comportamentos" (p.22).
Knapp e Beck (2008) afirmam que a TCC se utiliza de um grupo de técnicas onde se
combina a abordagem cognitiva e diversos procedimentos da psicologia comportamental,
também afirmam que a mesma tem sido investigada de forma empírica apresentando grandes
resultados científicos sobre sua eficácia. A TCC desenvolvida por Beck, a princípio para tra-
tar a depressão, hoje é utilizada para tratar diversos transtornos, como a ansiedade, transtornos
de personalidade, transtornos alimentares, transtornos em crianças e adolescentes e tantos
outros (KNAPP e cols., 2004).
Knapp e cols. (2004) apresentam as três proposições que definem as características bá-
sicas que estão no núcleo da TCC: 1) nossa atividade cognitiva influencia diretamente nosso
comportamento; 2) a atividade cognitiva pode ser monitorada e modificada e 3) a mudança do
comportamento pode ser obtida através da mudança cognitiva.

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Partindo destas proposições, nas TCCs as situações vivenciadas geram pensamentos


que influenciam diretamente as emoções e os comportamentos dos sujeitos, no entanto, não
são as situações em si que geram os pensamentos, e sim, a forma como o indivíduo avalia
essa situação. Knapp e cols. (2004) afirmam que essa inter-relação entre cognição, emoção e
comportamento é que determinará o funcionamento do indivíduo. Porém, vale lembrar que
isso não acontece de forma linear, essa inter-relação é recíproca entre pensamento, emoção,
fisiologia, comportamento e ambiente. Exemplificando, podemos apresentar um jovem com
transtorno de ansiedade social que ao ser convidado para uma festa com os colegas de facul-
dade avalia essa situação como algo ameaçador ou temeroso, pois a exposição na festa permi-
tirá que todos percebam o quanto ele se considera desajustado. Essa avaliação frente à exposi-
ção geraria pensamentos do tipo: “eu vou ficar nervoso, não vou conseguir conversar com
ninguém, vou passar mal”, dentre outras previsões negativas. Isso poderia desencadear rea-
ções emocionais como ansiedade, tristeza e medo. Essas emoções são percebidas em seu cor-
po através de sintomas como sudorese, aumento dos batimentos cardíacos e respiração ofe-
gante. A partir destas constatações, seu comportamento, então, poderá ser de não aceitar o
convite para ir à festa e não ir à festa por sua vez geraria uma sensação de alívio momentâneo,
diminuindo os sintomas desagradáveis. Por outro lado, se um jovem com boas habilidades
sociais e dessa mesma turma de faculdade recebesse tal convite, certamente ficaria feliz com a
possibilidade de fazer novas amizades e aproveitaria o máximo toda festa, sem ficar imagi-
nando o que poderia acontecer de errado. O princípio de que as cognições modulam senti-
mentos e comportamentos para a TCC é reforçado por Carvalho (2014) quando o autor afirma
que:

As respostas emocionais e comportamentais, bem como a nossa motivação, não são


influenciadas diretamente por situações, mas pela forma como processamos essas si-
tuações, por outras palavras, pelas interpretações que fazemos dessas situações ou
pelo significado que lhes atribuímos. As interpretações, representações ou atribui-
ções de significado, por sua vez, se refletem em pensamentos automáticos (p.407).

Estes padrões cognitivos podem ser expressos por meio dos chamados pensamentos
automáticos (PAs). De acordo com os parâmetros da TCC, os PAs são os pensamentos que
ocorrem abaixo da superfície da consciência, sendo ativados a todo o momento na tentativa de
avaliar as situações vivenciadas. Para Wright, Sudak, Turkington e Thase (2012) "As pessoas
com transtornos psicológicos, como a depressão e a ansiedade, geralmente sofrem inundações
de PAs desadaptativos ou distorcidos, gerando fortes emoções e comportamentos disfuncio-
nais" (p.19). Ainda sobre os PAs, Knapp e Beck (2008) reforçam que os pensamentos auto-

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máticos ocorrem nas fronteiras da consciência de forma espontânea e rápida, com a finalidade
de interpretar qualquer situação e tem como características:

São distintos do fluxo normal de pensamentos observado no raciocínio reflexivo ou


na livre associação. São geralmente aceitos como plausíveis e sua acurácia é aceita
como verdadeira. A maioria das pessoas geralmente não está imediatamente consci-
ente da presença de pensamentos automáticos, a não ser que estejam treinadas para
monitorá-los e identificá-los. (p. 57).

A origem dos PAs provém de cognições mais profundas, denominadas de esquema. Os


esquemas são princípios duradouros de pensamentos que começam a se desenvolver desde a
infância do indivíduo, sendo influenciados por diversas situações cotidianas como a educação
fornecida pelos pais, a vida escolar e o convívio social. (WRIGHT; BASCO;
TURKINGTON; THASE, 2008). Para Knapp e Beck (2008) esquemas seriam estruturas men-
tais que:

Contêm armazenadas as representações de significados, esquemas são fundamentais


para orientar a seleção, codificação, organização, armazenamento e recuperação de
informações de dentro do aparato cognitivo. Além do mais, esquemas têm uma es-
trutura interna consistente que ordena novas informações que entram no sistema
cognitivo. Os esquemas atuam como uma espécie de “filtro”, selecionando de que
forma as novas informações e experiências serão assimiladas e processadas. (p. 57)

Dessa forma, toda e qualquer nova experiência vivenciada pelo indivíduo passaria pelo
filtro dos esquemas, sendo processada de acordo com seus conteúdos. Os conteúdos desses
esquemas são denominados de crenças centrais ou nucleares. Os esquemas seriam como es-
truturas, já as crenças seriam os conteúdos dessas estruturas podendo ser definidas como
“ideias e conceitos mais enraizados e fundamentais acerca de nós mesmos, das pessoas e do
mundo” (KNAPP e cols., 2004, p. 23). Assim, as crenças seriam incondicionais, portanto,
independente da situação e do contexto, de maneira que o indivíduo sempre ativará pensa-
mentos equivalentes as suas crenças centrais. A ativação dessas crenças influencia de forma
decisiva na avaliação objetiva de qualquer situação, caso as mesmas sejam disfuncionais, a
interpretação de tais situações ficaria prejudicada, provocando distorções cognitivas (KNAPP;
BECK, 2008).
Segundo Beck (1997) citada por Knapp e Beck (2008) existem três grandes grupos de
crenças centrais:

1. Crenças nucleares de desamparo: O indivíduo acredita ser impotente, frágil,


vulnerável, carente, necessitado e desamparado.

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2. Crenças nucleares de desamor: O indivíduo acredita ser incapaz de ser ama-


do, não possuem atrativos, assim, sente-se sozinho e rejeitado.
3. Crenças nucleares de desvalor: O indivíduo acredita que é incapaz, falho,
inadequado, defeituoso, fracassado e sem valor algum (p.23).

A partir destes pressupostos, quando não existem ações para corrigir as crenças nucle-
ares disfuncionais, elas acabariam sendo tomadas como verdade única pelo indivíduo e uma
das funções da TCC é justamente e a de modificar tais crenças. É importante ressaltar que as
crenças centrais ainda desenvolvem uma classe intermediária de crenças chamadas de pressu-
postos subjacentes, crenças subjacentes ou crenças intermediárias. As crenças intermediárias
são construções cognitivas disfuncionais caracterizadas por regras, suposições, normas e ati-
tudes que conduzem o comportamento do indivíduo (BECK, 1997). Esses pressupostos subja-
centes geralmente se desenvolvem na forma condicional se/então, como por exemplo, se eu
fizer de tudo para minha mãe, então ela vai me amar. Mantendo o pressuposto, o indivíduo
talvez consiga levar sua vida sem grandes problemas. No entanto, quando não consegue man-
ter essas regras, suas crenças centrais são ativadas gerando transtornos psicológicos, por
exemplo, se eu não conseguir fazer de tudo para agradar minha mãe, então eu não sou mere-
cedor do seu amor, sou um incapaz (KNAPP e cols., 2004).
Enfim, a TCC nos mostra que não são as situações em si que desencadeiam as respos-
tas emocionais e comportamentais do indivíduo e sim a interpretação e a avaliação que o
mesmo faz destas situações. Essas interpretações e avaliações se refletem em pensamentos
automáticos e crenças intermediárias, que são pré-conscientes e têm origem na ativação de
estruturas básicas inconscientes, chamadas de esquemas e crenças centrais.

Emoções

Uma das concepções mais aceitas sobre a origem das emoções é a evolucionista.
Leahy, Tirch e Napolitano (2013) lembram-nos de que Darwin (1872/1965) foi quem desen-
volveu a psicologia comparativa da expressão emocional. Em suas observações, Darwin per-
cebeu a similaridade das expressões faciais entre humanos e animais, sugerindo padrões uni-
versais dessas expressões, tudo isso retratado por um vasto material fotográfico e desenhos.
Na teoria da evolução, as emoções são vistas como mecanismos adaptativos que permitem ao
indivíduo avaliar se o ambiente oferece algum tipo de risco ou não. Caso esse ambiente ofere-
ça algum tipo de perigo, essas emoções podem ativar comportamentos, tais como se comuni-
car com os outros membros do grupo e desenvolver aptidões adaptativas visando à manuten-

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ção da vida. Podemos citar como exemplo o medo, que é uma emoção universal. Diante de
uma situação perigosa, o indivíduo pode ficar paralisado ou fugir, alertando os outros mem-
bros do grupo através da expressão facial e vocal, aumentando assim a chance de sobrevivên-
cia do seu grupo (LEAHY; TIRCH; NAPOLITANO, 2013). Ainda, segundo Leahy, Tirch e
Napolitano (2013) a teoria da natureza universal das expressões faciais de Darwin foi corro-
borada pelo trabalho transcultural de Paul Ekman (1993). O trabalho de Ekman permitiu con-
cluir que tais expressões são encontradas em todas as culturas, sugerindo assim a existência
de emoções básicas universais e uma tendência natural de expressar as emoções facialmente,
de modo que escondê-las se torna quase impossível, bem como um problema para a preserva-
ção das espécies.
No que diz respeito às modalidades terapêuticas, segundo Leahy (2006) algumas pes-
soas têm procurado a TCC com o objetivo de agir e sentir de forma puramente racional, numa
tentativa frustrada de eliminar as emoções. Nesse caso, o terapeuta deve explicar que a racio-
nalidade tem a função de ajudar a pessoa a lidar a com suas emoções de forma produtiva e
não descartá-las, até porque isso não é possível, pois as emoções são importantes para nos
mostrar do que precisamos. Assim como as sensações de fome e sede, as emoções são funda-
mentais em nosso dia a dia para nos alertar de nossas necessidades essenciais. Lazarus (1991)
citado por Santana e Gondim (2016) relata que as emoções são fundamentais para qualquer
pessoa, pois ajudam no processo de respostas adaptativas diante das situações vivenciadas,
bem como na criação e na preservação dos laços sociais, proporcionando bem estar pessoal.
Ainda segundo Leahy (2006) cada pessoa reage de forma diferente ao lidar com as
emoções consideradas “desagradáveis”, por exemplo: raiva e tristeza podem retroalimentar
uma série de pensamentos e comportamentos disfuncionais. Algumas pessoas, ao sentir ansi-
edade, podem ter pensamentos do tipo: não vou conseguir me controlar, isso vai demorar a
passar; já outras pessoas podem se sentir envergonhadas ou culpadas por estarem ansiosas,
assim procuram não aceitar e até mesmo negar suas emoções. Outro pensamento disfuncional
recorrente é o de que não se pode/deve sentir emoções em lugares públicos, pois as outras
pessoas poderiam não entender e fazer julgamentos sobre. Para Vaz, Martins e Martins (2008)
as emoções podem ser consideradas reações subjetivas e idiossincráticas aos eventos do am-
biente interno ou externo, promovendo mudanças fisiológicas, cognitivas, experienciais e
comportamentais no indivíduo, proporcionando que se atribua um significado para a situação
vivenciada, preparando-o para uma resposta. As emoções vão para além de respostas fisioló-
gicas e orgânicas, o indivíduo precisa atribuir significados a elas. Neste sentido é possível

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identificar fatores sociais na atribuição de significados dicotômicos do tipo bom/ruim ou po-


de/não pode em relação às emoções e sentimentos.
Beck (1997) destaca a grande importância das emoções no processo terapêutico: “As
emoções são de importância primária para o terapeuta cognitivo. Pois, uma meta importante
da terapia é o alívio de sintomas, uma redução no nível de aflição do paciente quando ele mo-
difica seu pensamento disfuncional” (p.105). As emoções consideradas negativas podem atin-
gir níveis tão intensos que acabam interferindo na capacidade dos pacientes de pensar de for-
ma clara e objetiva, atrapalhando desta forma a capacidade de resolver problemas, de agir de
forma assertiva e até mesmo de obter satisfação.
Outro conceito importante é a diferenciação emocional, que consiste na capacidade
que o indivíduo tem de fazer uma representação mental da emoção vivenciada. Sendo assim, é
possível diferenciar e nomear as reações fisiológicas experienciadas. Algumas pessoas conse-
guem diferenciar uma alta quantidade de emoções através das suas reações fisiológicas. Por
outro lado, há pessoas que não conseguem fazer essa diferenciação e apresentam um repertó-
rio reduzido de percepção emocional (VAZ, MARTINS; MARTINS, 2008). Esta inabilidade
de discriminação emocional pode em partes ser explicada por ambientes pouco modeladores
de tal repertório. Um ambiente que consiga de alguma forma, modelar o comportamento de
discriminação emocional poderia colocar seus membros em vantagem, de forma que eles con-
seguissem falar/perceber melhor o que sentem e isto pode se tornar objetivo dentro do proces-
so terapêutico.

Desregulação X Regulação emocional

A desregulação emocional para Leahy, Tirch e Napolitano (2013) pode ser definida
como a falta de habilidade ou dificuldade em experienciar as emoções, pode se manifestar
através de uma intensificação excessiva ou como uma desativação excessiva dessas emoções.
Para estes autores:

A intensificação excessiva inclui qualquer aumento de intensidade de uma emoção


que seja sentida pelo indivíduo como indesejada, intrusiva, opressora ou problemáti-
ca. A intensificação de emoções que resultem em pânico, terror, trauma, temor ou
senso de urgência de forma que o indivíduo se sinta sobrecarregado e com dificul-
dade de tolerar tais emoções. A desativação excessiva inclui experiências dissociati-
vas, como despersonalização e desrealização ou entorpecimento emocional em situ-
ações nas quais normalmente se esperaria que as emoções fossem sentidas em algu-
ma intensidade ou magnitude (p. 21).

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Como exemplo, podemos exemplificar com o caso de um indivíduo que, diante de


uma situação de perigo, reage de forma passiva, com entorpecimento emocional, colocando
sua vida em risco quando se esperava que houvesse a ativação de emoções que promovessem
a preservação da sua vida. O inverso também pode acontecer, em uma situação em que o in-
dividuo experimenta uma intensificação excessiva emocional, experienciando sensações de
pânico e terror, numa situação, teoricamente simples, como falar em público numa reunião de
família (LEAHY, 2016). Leahy, Tirch e Napolitano (2013) salientam que sentir ansiedade não
é um problema, a questão é perceber, aceitar e mesmo assim não permitir que ela nos impeça
de atingir nossos objetivos. As emoções envolvem avaliação, sensação, intencionalidade, sen-
timento, comportamento motor e um componente interpessoal. Vivenciamos as emoções a
todo o momento, de modo que não precisamos considerá-las algo negativo, de forma que sem
elas a vida se tornaria menos rica de detalhes e nossos vínculos interpessoais talvez não exis-
tissem.
Em contraposição à desregulação emocional, o que é chamado de regulação emocional
são as estratégias de enfrentamento utilizadas pelo indivíduo para lidar com a intensidade
emocional indesejada. A regulação emocional pode ser comparada a um termostato homeostá-
tico capaz de regular e manter as emoções em níveis “controláveis” pelo indivíduo, tornando
seu funcionamento mais produtivo. Como qualquer outra estratégia de enfrentamento, a regu-
lação emocional sempre vai depender da situação e do contexto.
Linehan (1993) citada por Leahy, Tirch e Napolitano (2013) propõem o conceito de
regulação emocional como um conjunto de habilidades adaptativas, onde o indivíduo conse-
gue identificar e compreender suas emoções, conseguindo controlar comportamentos impulsi-
vos usando estratégias adaptativas e ajustando suas emoções para cada situação vivenciada. Já
Cruvinel e Boruchovitch (2011) utilizam o termo autorregulação das emoções, proposto por
Kopp (1989) para definir os processos que estão envolvidos no gerenciamento das emoções
diante de situações que possam desencadear elevados índices de emoções positiva ou negati-
vas.
Garber, Braafladt e Zeman (2006) propõem algumas etapas para desenvolver a autor-
regulação e alcançar um controle emocional eficiente, são elas: primeiramente, perceber o
aparecimento da emoção e a necessidade de controlá-la, identificar o fator desencadeador da
emoção e o que é possível de se fazer; posteriormente, estabelecer metas, levantar possíveis
respostas para atingir as metas estabelecidas; em seguida, avaliar os possíveis resultados e por
último, colocar em prática a resposta escolhida. De maneira semelhante, Folkman e Lazarus
(1998) citado por Leahy, Tirch e Napolitano (2013) conseguiram identificar até oito formas

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de lidar com as emoções: confrontação, distanciamento, busca de autocontrole, busca de apoio


social, aceitação de responsabilidade, fuga-esquiva, resolução planejada dos problemas e rea-
valiação. Saber lidar com as situações é uma forma de regulação emocional. Quando o indiví-
duo consegue ser assertivo e busca a resolução dos seus problemas, provavelmente não haverá
uma intensificação excessiva das emoções. Por outro lado, quem não consegue desenvolver
estratégias adaptativas para lidar com as emoções corre o risco de desenvolver comportamen-
tos disfuncionais como o abuso de substâncias psicoativas e até mesmo automutilação. Mes-
mo que essas estratégias disfuncionais possam trazer um alívio momentâneo das emoções,
provavelmente, elas não condizem com uma vida saudável. De acordo com Leahy, Tirch e
Napolitano (2013) quando falamos em estratégias adaptativas de enfrentamento, podemos
citar exercícios de relaxamento, exercícios físicos, atividades prazerosas, meditação, conectar-
se a emoções e valores maiores, entre outras.

Terapia focada nas emoções (TFE)

A TFE é uma intervenção psicoterápica baseada em evidências e com forte fundamen-


tação empírica. Nesse tipo de intervenção o terapeuta pode trabalhar como se fosse um treina-
dor emocional para auxiliar o paciente a processar melhor seus afetos, fazendo com que ele
seja mais assertivo ao confrontar situações que possam desencadear uma desregulação emoci-
onal. A relação criada entre terapeuta e paciente realiza um papel de regulador das emoções.
Segundo Greenberg (2002) citado por Leahy, Tirch e Napolitano (2013), nessa relação "o
paciente é capaz de aprender habilidades que possam apaziguar as emoções por meio de trei-
namento emocional e aprendizagem durante as sessões de terapia" (p.33).
Baseado num modelo de esquema emocional foi desenvolvido uma variedade de téc-
nicas e estratégias que propiciam ao paciente lidar melhor com suas emoções, lembrando que
essas técnicas são ferramentas auxiliares no processo terapêutico e que não se pode abrir mão
de uma visão geral sobre a regulação emocional. A seguir serão apresentadas algumas técni-
cas propostas por Leahy, Tirch e Napolitano (2013) dentro da perspectiva dos esquemas emo-
cionais:
Identificação de esquemas emocionais: Através de um formulário, o terapeuta procura
identificar quais os esquemas emocionais do paciente que sustentam suas interpretações e
crenças negativas acerca das suas emoções. Interpretações equivocadas sobre as emoções le-
vam as pessoas a desenvolverem a desregulação emocional, deixando-as sobrecarregadas
emocionalmente e levando a estratégias problemáticas de como enfrentar as situações.

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REGULAÇÃO EMOCIONAL EM TERAPIA
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Nomeação e diferenciação de outras emoções possíveis: Saber nomear e diferenciar as


emoções é fundamental quando se experiência as situações. Algumas pessoas têm dificuldade
de lembrar e ligar as emoções às experiências já vividas. Esta técnica tem como objetivo jus-
tamente ajudar a pessoa a nomear e relacionar a emoção às situações, para isso o terapeuta
apresenta uma lista de possíveis emoções que se poderiam esperar em determinadas situações.
Normalização da emoção: O objetivo é ajudar o paciente perceber e entender os pen-
samentos intrusivos, informando que grande parte das outras pessoas também tem pensamen-
tos semelhantes ao dela. Sendo assim, não é preciso se culpar pelos mesmos. O fato de pensar
não quer dizer que é preciso agir conforme o pensamento, até porque muitos deles são frutos
de distorções cognitivas. O fato de saber que muitas outras pessoas também vivenciam essas
emoções traz certo alívio emocional.
Percepção de que as emoções são temporárias: Algumas pessoas alimentam a ideia de
que suas emoções desagradáveis jamais terão fim, isso acaba alimentando ainda mais esse
afeto negativo. Cabe ao terapeuta, demonstrar para o paciente que as emoções são passagei-
ras. Para isso, ele propõe que o paciente observe de forma atenta suas variações emocionais
durante todo o dia e em diversas situações. Assim, ele aprende que ao longo do dia é possível
sentir diversas emoções e que todas se encerram ou diminuem em determinado momento.
Abertura de espaço para as emoções: Algumas pessoas acreditam não ser possível
sentir mais de uma emoção ao mesmo tempo, assim, tentam suprimir ou anestesiar tais emo-
ções com estratégias disfuncionais como uso de drogas ou ingestão compulsiva de alimentos.
O terapeuta apresenta a possibilidade de vivenciar mais de uma emoção, aumentando o “espa-
ço para a experiência de vida”, ensinando que as emoções existem em diversos contextos de
nossa vida, de modo que não há necessidade de tentar suprimi-las.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve o objetivo de explanar de forma breve sobre a TCC e algumas téc-
nicas de regulação emocional. Retomando a ideia da existência de uma inter-relação entre
cognição, emoção e comportamento para definir o funcionamento do indivíduo, é possível
perceber a importância da regulação emocional no processo terapêutico. Portanto as técnicas
de regulação emocional devem ser um dos fatores primordiais nos protocolos de TCCs. Tais
técnicas demonstram ser eficientes no processo terapêutico, haja vista que a visão negativa
que muitas pessoas têm sobre suas emoções é um grande complicador no processo de enfren-
tamento e adaptação diante das situações. O aumento excessivo das emoções ou o processo de

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Walison José Ferreira  629 

suprimi-las acaba gerando diversos transtornos psicológicos. Nesse contexto o terapeuta tem a
função de auxiliar o paciente a reconhecer e regular tais emoções que se encontram despro-
porcionais à situação.
Reconhecer a importância das emoções no processo de psicoterapia é um grande avan-
ço na tentativa de amenizar o sofrimento de pacientes com transtornos psicológicos. Os estu-
dos apontam que a tendência é reconhecer cada vez mais importância de levar em considera-
ção a regulação emocional dentro da terapia cognitivo-comportamental. A partir dos materiais
utilizados para a produção deste artigo, salienta-se a importância de ensinar às pessoas a res-
peito das emoções. Este tipo de treinamento dentro dos processos terapêuticos poderá ajudar
os pacientes a desenvolver repertórios cognitivos, comportamentais e emocionais para lidar de
forma mais assertiva em situações na quais o ambiente provoque algum tipo de desregulação
emocional. Sugerimos então, que novos estudos busquem acompanhar o desenvolvimen-
to/aperfeiçoamento de práticas terapêuticas que tenham como objetivo principal o fortaleci-
mento emocional dos pacientes. Estes estudos poderiam ser feitos, por exemplo, comparando
grupos com e sem treinamento em regulação emocional e suas habilidades de enfrentamento
de situações estressoras.

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