Discipulando Com Sabedoria

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DISCIPULANDO COM

SABEDORIA 
O DISCIPULADOR 
SÁBIO 
João Batista foi um grande homem.
Ele nasceu com o mesmo propósito
que nós: apresentar Jesus ao mundo.
Ele pregou, batizou, fez discípulos, e
quando seus discípulos se
encontraram com Jesus e muitos
passaram a segui-lo, ele não se
ofendeu. Ele sabia que seu papel não
era ser a fonte de vida para as
pessoas, mas sim, apresentar aquele
que era. Ele disse:
João 3:28-30 NVI
Vocês mesmos são testemunhas de
que eu disse: Eu não sou o Cristo,
mas sou aquele que foi enviado
adiante dele. A noiva pertence ao
noivo. O amigo que presta serviço ao
noivo e que o atende e o ouve
enche-se de alegria quando ouve a
voz do noivo. Esta é a minha alegria,
que agora se completa. É necessário
que ele cresça e que eu diminua.

Como discipuladores precisamos


assumir a postura de João Batista: Eu
não sou o Cristo! Por mais que
queremos crescer e sermos
parecidos com Jesus, somente o
Senhor pode ocupar na vida de um
discípulo o papel de Mestre. Somos
aqueles que vão à frente preparando
o caminho para que o discípulo se
encontre com Jesus.
Podemos desfrutar da alegria de ver
o encontro do discípulo com Jesus.
Ver que tudo o que fizemos não era
para que nós tivéssemos os
resultados, mas sim, Jesus. João usa a
figura do noivo. Nós como amigos do
noivo, podemos trazer a noiva até
ele; e por melhores que sejamos para
o noivo, e apesar de todo o carinho e
atenção que dispensarmos a noiva,
não podemos querer que a noiva seja
nossa. Somos apenas o amigo do
noivo, que se alegra por fazer parte
da união do casal.
O discipulador é um canal de Deus
para que a Igreja - o discípulo - se
una a Cristo. A nossa alegria é ver o
relacionamento do discípulo com
Jesus ser uma benção. Não podemos
tirar proveito do relacionamento que
temos como discipuladores com os
discípulos. Os resultados não são
para nós. O amor das pessoas não é
para nós. A nossa alegria não vem do
tempo com a noiva, e sim, na alegria
do noivo, com nossa fidelidade.
Um discipulador alegre e completo é
aquele que desfruta da confiança de
Cristo ao lhe confiar as ovelhas. Se
nos falta alegria. Se tudo é cansaço.
Se nos sentimos frustrados com os
resultados dos discipulados,
podemos ir a Cristo e entregar tudo a
ele, pois a noiva é dele.
Para assumirmos esta postura, nosso
coração precisa se alinhar com a
declaração de João, quando diz: É
necessário que ele cresça e que eu
diminua. O discipulador eficiente não
é aquele que tem muitos dons e
talentos, muita experiência, muita
capacitação e conhecimento; mas
aquele que diminui diante do
discípulo para que Cristo cresça. Essa
consciência pressupõe uma profunda
vida com Deus.
Um discipulador, é antes de tudo um
discípulo, que tem intimidade com
Jesus através da oração e da Palavra
de Deus. Se somos íntimos e
dependentes de Deus em nossa vida
pessoal, também o seremos ao
discipular. Alguém que acha que
pode viver sem comunhão diária com
Deus, não será um discipulador que
sabiamente dependerá de Deus para
auxiliar seus discípulos.
O bom discipulador se esconde atrás
de Jesus. Ele não confia em sua
capacidade mas, se entrega a Deus,
busca de sua graça, recebe sabedoria
do alto e deixa que o Espírito Santo
conduza todo o processo de
discipulado. Ele pode ter respostas,
bons conselhos, boas ideias, mas não
confia em si, vai a Deus e entrega
apenas o que o Espírito Santo lhe
permite. Como também, o contrário,
não quer dizer nada, não quer
confrontar, corrigir, se expor a ser
rejeitado, mas mesmo assim não se
cala quando deve falar; busca em
Deus força para fazer o que precisa
ser feito.
Um discipulador sábio, não usa seus
próprios recursos, mas confia no
Espírito Santo, para que o use para
discipular. Assim, dessa forma, Cristo
cresce e nós diminuímos, pois o
discipulado é centralizado em Jesus
Cristo. Discipulando com sabedoria
levaremos o discípulo a Cristo e, o
Senhor carregará o peso.
A SABEDORIA 
CENTRALIZA 
CRISTO 

Um discipulado egocêntrico é
centralizado no discípulo e no
problema. “Eu quero uma solução
para o meu problema!” Quando o
foco do discipulado é: como eu
resolvo este problema? Como o
sofrimento vai embora? Como
facilito minha vida? Ainda estamos
no centro. Entretanto, quando o
discipulado nos leva a buscar como
posso agir como Cristo agiu nesta
situação? Como essa situação me
torna mais parecido com Jesus?
Quando vamos ao discipulado
dizendo a Deus: faça-se a tua
vontade; e eu quero saber como
viver a vontade de DEUS. Este é um
discipulado que se tornou
Cristocêntrico.
Se quisermos ser discípulos e
discipular sem cair no egocentrismo
precisamos nos focar em Cristo:
quem ele é, o que ele fez, quais seus
propósitos, de que forma ele agiu em
situações semelhantes. Cristo é o
modelo. Por exemplo, como Jesus
lidou com Maria e Marta em João 11:
1-45
Escute com atenção e ore 
Elas levaram seu problema a Jesus
(João 11:3 NVI) ​“Então as irmãs de
Lázaro mandaram dizer a Jesus:
“Senhor, aquele a quem amas está
doente”. Todos nós temos
problemas. Às vezes, cada semana
um problema novo, ou sempre o
mesmo. Nossa tendência pode ser
não querer ouvir problemas.
Queremos só papo bom. Lembre-se,
por mais que seja importante que o
relacionamento entre discípulo e
discipulador seja amigável e fraterno,
aquele que discipula não pode
esperar ser emocionalmente suprido
pelo discípulo a quem ele cuida.
Por isso, discipulador, sempre ouça,
pacientemente; mesmo que seja o
mesmo problema todas as semanas,
escute com atenção. Deixe que a
pessoa exponha o coração; no
entanto, não permita que ela domine
todo o tempo da reunião de
discipulado senão ela não será
ministrada e o só o problema e o
diabo foi exaltado.
Algo que faz parte do processo de
ouvir é orar juntos. Levar a Jesus a
situação. O recado de Marta e Maria
foi entregue a Jesus por uma outra
pessoa. Assim, que você terminar de
ouvir, ore com seu discípulo. Leve-o a
orar e apresentar a Deus toda a
situação. O discipulador não tem o
poder de mudar a situação, mas
juntos, discipulador e discípulo
podem levar a Cristo que tem todo o
poder.

Esteja disponível 

Após ouvir o recado, Jesus decide ir


mais tarde, pois discerne que Deus
tem um propósito com o fato. João
11:4-6 NVI diz:
“Ao ouvir isso, Jesus disse: ‘Essa
doença não acabará em morte;
é para a glória de Deus, para
que o Filho de Deus seja
glorificado por meio dela’. Jesus
amava Marta, a irmã dela e
Lázaro. No entanto, quando
ouviu falar que Lázaro estava
doente, ficou mais dois dias
onde estava.”
Jesus amava esta família, mas acima
de sua vontade pessoal estava a do
Pai e, por isso ele deixou que o fato
se desenrolasse para o que parecia
pior. Porém, Jesus já sabia que em
Deus o problema já estava resolvido,
eles precisavam passar por tudo o
que viria para crescimento espiritual
e emocional.
Por esta razão, discipulador, não
tenha sempre um conselho, uma
resposta para o discípulo. Não
resolva os problemas do discípulo,
nem dê direção sem primeiro
discernir o que Deus está fazendo. Às
vezes, falar algo é uma forma de fugir
da situação e não se envolver. Surge
o famoso: “Eu disse, mas ele não me
escuta!” Mais do que ter uma
solução, é preciso estar disposto a
passar pela situação junto com a
pessoa. E essa é a parte mais
importante da missão, passar pelas
situações com a pessoa.
Quando Pedro estava com o
problema dos impostos para pagar,
Jesus se colocou na situação junto
com Pedro e passou com ele (Mateus
17: 24-27) . Da mesma forma,
durante a tempestade no mar da
Galiléia. Jesus estava na margem, e
os discípulos estavam no meio do
mar em tribulação. Jesus foi até eles
e passou com eles pela tempestade
(Mateus 14:22-36). Há situações em
que só vamos orar juntos e chorar
juntos. Por isso, Jesus esperou o
tempo certo, mas não deixou de
estar com Marta e Maria.
Ore por seus discípulos 

Neste ínterim, o pior aconteceu,


“Lázaro morreu” ​(João 11:14 NVI).
Mas, Jesus não está preocupado, pois
seu coração estava certo de que
Deus o havia ouvido (João 11: 41) em
sua oração por Lázaro; por isso foi
certo de que as circunstâncias foram
permitidas pelo Senhor para os fazer
crescer.
No versículo 41 Jesus diz que tem
certeza de que Deus ouviu sua
oração por Lázaro, ou seja dá a
entender que Cristo orou pela
situação e pelo milagre, antes
mesmo de ir até Lázaro. Isso nos
ensina que antes de dar uma ordem
ao problema, temos que falar com
Deus sobre o problema. Isso se aplica
a vida pessoal e a dos discípulos que
o Senhor nos confiou.
É de extrema importância que o
discipulador ore todos os dias por
seus discípulos. Que apresente as
lutas, os objetivos e a visão de
crescimento e maturidade para
aquele discípulo. Se você já sabe que
na reunião de discipulado ou em uma
visita você vai ter que lidar com
situações difíceis, demônios e
enfermidades, ore antes. Vença a
batalha antes de sair de casa. Jesus
orou antes e depois foi ver Lázaro.

Não  se  deixe  abalar  pelos 


resultados 
Nos versículos 20 ao 32 lemos a
chegada de Jesus em Betânia e
vemos como Marta e Maria se
ofenderam com Jesus. A fé de Marta
e Maria era que se Jesus estivesse lá,
teria curado seu irmão. Eram
mulheres de muita fé e amor por
Jesus, entretanto, ficaram ofendidas
por Jesus não ter suprido as
expectativas delas.
Da mesma forma, o discipulador
deve estar pronto para, apesar de
todo seu amor e cuidado, ser
incompreendido e mal falado. Muitos
não entendem o que está
acontecendo e por isso questionam
se estamos cumprindo com o que
dissemos de discipulado. Jesus não
permitiu que isso o abalasse. Um
discipulador centralizado em Cristo
não ama mais sua reputação do que
a vontade de Deus.

Use a Palavra de Deus


Na situação Jesus falou com Marta e
Maria e suas palavras não foram
como a das outras pessoas. Em um
velório, as pessoas costumam
consolar, animar, falar de como o
morto era bom. Mas, Jesus não traz o
que todo mundo traz, ele declara sua
Palavra. Ele traz revelação. Em João
11:25-26 (NVI) ele fala do seu poder:
“Eu sou a ressurreição e a vida.
Aquele que crê em mim, ainda que
morra, viverá; e quem vive e crê em
mim, não morrerá eternamente.
Você crê nisso?”
Ele traz a fé de Marta a ação, para
crer na sua Palavra. Assim, como
deve proceder o discipulador sábio.
Todo o discipulado deve estar focado
na Bíblia. Pode ser através de um
livro, apostila, estudo da própria
Bíblia, ou outros recursos, desde que
a Palavra aplicada ao crescimento do
discípulo seja o centro.
Há situações em que o discipulador
pode e dará conselhos, ou a sua
opinião ou até mesmo uma direção.
Geralmente, os discipuladores irão
instruir utilizando a Palavra sobre
como proceder em uma determinada
situação. Não é preciso convencer a
pessoa, mas ensinar. Se o discípulo
continua agindo de forma incoerente
com a Palavra, deve-se confrontar
com amor e apresentar uma direção
bíblica para a situação.
A direção é uma declaração que está
baseada na Palavra que não é
questionável e deve ser obedecida.
São raras as vezes em que se fará o
uso mais incisivo de uma direção, e
provavelmente será feito em
discipulados mais profundos, e
quando é discipulado entre líderes.
Uma direção não deve se basear na
opinião do discipulador e sim na
Bíblia.
Também haverá situações em que o
discipulador dará um conselho. Um
conselho é algo subjetivo. Antes de
da o conselho pergunte se a pessoa
quer ouvir um conselho seu. Deve ter
base bíblica coerente, e pode partir
das experiências e graça de Deus na
vida do discipulador. É importante
que ao aconselhar o discipulador
deixe claro que é um conselho seu, e
que a pessoa pode seguir ou não.
Como discipuladores não vamos
obrigar que ninguém faça o que
dizemos, mas como discípulos vamos
cultivar o hábito de dar ouvidos aos
conselhos que recebemos.
Além, de ensinos, direções e
conselhos, há as opiniões. As
opiniões versam sobre assuntos
diversos, cotidianos, e são ainda mais
subjetivos. Ninguém deve adotar as
opiniões dos outros, isso é algo
pessoal. Se o discipulador for dar sua
opinião precisa ter certeza de que
tem essa liberdade dada pelo
discípulo de opinar em situações de
sua vida. Caso contrário, não dê sua
opinião. Deixe que a pessoa procure
por você e pergunte. Estes são
recursos poderosos, mas é preciso
sensibilidade e sabedoria para saber
quando usar cada um deles.

Seja um canal do amor de Deus 


Apesar de Jesus já saber que Lázaro
estava morto mas, ressuscitaria,
Jesus se envolveu com a situação (vs.
33-38). O texto diz que ele
perturbou-se e chorou. Jesus não era
nenhum super-homem, cujas
emoções estavam mortas e por isso
não se envolvia com o sofrimento
das pessoas. Inúmeras vezes lemos
que Jesus se sentiu triste, ou movido
de compaixão e amor por pessoas
boas e ruins.
Assim, um discipulado centralizado
em Cristo nos leva a sentir o que
Cristo sente pela pessoa naquela
situação e não carregar o sofrimento
da pessoa. Quando as pessoas estão
passando por seus problemas, Jesus
tem seus sentimentos por aquela
pessoa: às vezes, misericórdia, outras
apenas compreensão; ainda outras
vezes amor, ou alegria... enfim, não
devemos sofrer no lugar da pessoa e
sim, sofrer ou amar com Cristo por
aquela pessoa.
Saiba  que  o  Senhor  está  no 
controle 
Sabemos que Jesus chamou Lázaro
para fora da tumba e ele veio. Este
foi um momento único para Maria e
Marta. Elas conheceram um Jesus
que ainda não conheciam. Elas já
tinham ouvido falar do imenso poder
e misericórdia de Jesus, mas ainda
não tinham experimentado. Agora,
elas haviam passado por uma
situação que revelou o coração delas
e revelou quem realmente Jesus era.
Essa é a jornada de todo
discipulador. Levar as pessoas a
conhecerem Jesus em meio as
circunstâncias de suas vidas. Um
discipulado feito com sabedoria
coloca Jesus no centro e não o
discípulo ou o problema. Os assuntos
em discipulado giram em torno do
fato de que Jesus tem que crescer e
eu tenho que diminuir. As perguntas
corretas são: como esta situação
revela o meu coração? Em que áreas
o meu ego deve diminuir e Cristo
deve aparecer? O que Deus quer
tratar comigo? No que eu devo
crescer?
DISCIPULADO 
PARA CRESCER 

O antigo e permanente conceito de


discipulado é focado no mestre e não
no aluno. Hoje a escola, e tantas
outras instituições de ensino focam
no aluno e por isso adaptam seus
objetivos e conteúdos aos alunos.
Antigamente não era assim. A pessoa
que se dispusesse a ser discípula de
alguém tinha como objetivo ser igual
ao seu mestre. O mestre não mudava
e sim os discípulos se adaptavam.
Nós todos somos discípulos de Jesus,
entre nós ninguém é o mestre, por
isso todos temos como alvo sermos
como Jesus. Porém, como o corpo de
Cristo é a igreja, Jesus usa os
membros mais maduros do seu
corpo para discipularem. Sendo
assim, discipulado tem foco em
crescimento, não em conforto. O que
recebemos é consolo e incentivo,
mas também confronto pela palavra
de Deus.
Sendo assim, discipulado não é
terapia, pois você não é paciente e
sim agente. Você como discípulo
deve ser completamente
transparente com seu discipulador e
confiar que Deus vai guiá-lo a ajudar
você. Já você como discipulador deve
estar sensível para discernir como
Deus está trabalhando com o
discípulo com as situações, e
entender se deve ou não dizer algo
ou simplesmente orar com ele.
Console o irmão com as promessas
da Palavra, mas use a Palavra para
mostrar ao discípulo como Jesus agia
em situações semelhantes. Todas as
reuniões de discipulado devem
dedicar bastante tempo a oração e a
Bíblia.
Explique ao precioso discípulo de
Jesus, que você amorosamente quer
ajudá-lo a crescer e que por isso
precisa que ele entenda que nem
sempre vamos suprir suas
expectativas quanto a forma de lidar
com as situações, mas que você
sempre estará ali para amar e cuidar
dele. Tendo este coração e agindo
desta forma vamos levar as pessoas
da passividade a ação, guiados pelo
Espírito Santo que os fará mais
parecidos com Jesus. Passaremos de
um discipulado egocêntrico focado
na pessoa e seus problemas e as
levaremos a Cristo e seu propósito.
Esses são os fundamentos de um
Discipulado feito com sabedoria.

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