PSICOMOTRICIDADE

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PSICOMOTRICIDADE

E TEA
A criança autista tem dificuldades
de se apropriar de seu corpo, de
entender e administrar sentimentos
e emoções, que irão refletir,
principalmente, no seu relacional e,
consequentemente, no seu
aprendizado.
O conhecimento do corpo como um todo,
depende invariavelmente da relação com o meio
e com as pessoas e a funcionalidade deste corpo
está diretamente ligada ao conhecimento dele.
Então, se o autista tem defasagens em seu
relacional, como estará seu corpo?
O autista não tem a noção
de totalidade do seu
corpo, ele lhe parece
fragmentado, o que torna
difícil a integração do
esquema corporal e,
consequentemente, a
estruturação da imagem
do corpo.
Como fazer, então, para que a criança
autista possa “trabalhar” suas
percepções sensoriais a ponto que
fiquem equilibradas para que possam
propiciar, junto com outros aspectos, a
integração do esquema corporal e a
consciência de seu corpo, a fim de que
possa utilizá-lo de modo organizado,
melhorando sua qualidade de vida?
CARACTERÍSTICAS
FUNDAMENTAIS DAS
BRINCADEIRAS
SELECIONADAS PARA
CRIANÇAS COM TEA
Proporciona movimentação do corpo, que pode ajudar na regulação
sensorial;

Incentiva o contato visual, algo que as crianças autistas costumam evitar;

Possui interação direta com outra pessoa, para auxiliar no vínculo entre a
criança e o adulto;

Estimula a imitação oral e gestual;

Faz a criança mover os músculos do rosto;


Faz a criança ter contato físico e
consciência corporal;

Trabalha o ensino e controle das emoções;

Estimula as descobertas das


possibilidades dos sentidos, como olfato,
paladar, tato, visão e audição.
ESTIMULAÇÃO SENSORIAL
SLIME AREIA CINÉTICA

GELATINA ORBEEZ
•Sentar no edredom: -No chão ou
dentro de caixa de papelão e puxar
a criança em vários movimentos
diferentes (rápido/devagar, zigue-
zague, rodopiando, curvas...)
•Pular na cama:
- Pular da cama e agarrar uma
almofada
- Pular da cama e fazer cesta na
bacia com a almofada.
•Brincar de cambalhota
•Passar a bola no túnel de lençol
•Rolar abaixo uma montanha de
colchão
•Balançar com lençol ou
edredom, imitando rede
•Balançar no barco: com uma
almofada, travesseiro ou colchão
macio, colocar a criança dentro de
uma caixa de papelão/de
brinquedos e sacudir essa caixa
como se estivesse em “um barco
em alto mar com tempestade”.
•MASSINHA
•ESPUMA DE BARBEAR
•ENCONTRE OS PARES (OLHOS FECHADOS)
•CAIXA DE GRÃOS (cuidado com crianças pequenas)
•CIRCUITO COM DIFERENTES TEXTURAS BACIA COM
DIFERENTES OBJETOS:
Na hora do banho, use bacias ou banheiras,
coloque diferentes esponjas/buchas de banho ou
texturas variadas junto com a criança. Uma variação
é utilizar uma fralda descartável, molhar e deixar ela
bem inchada, abrir e brincar com os floquinhos de
gel dentro da banheira (não recomendado se a
criança for pequena e coloca coisas na boca e/ou se
for alérgica). Não se assuste com a sujeira!
Acrescente aos poucos texturas diferentes e que a
criança tolere. A água na bacia ajuda a criança a
tocar com mais facilidade as texturas que podem
ser mais desafiadoras.
Algumas ideias…
Pintura a dedo - Espalhe 4 tampinhas dos
frasquinhos de tinta e deixe um pacote de lenços
umedecidos do lado. Molhe só a pontinha do seu
dedo e já limpe com o paninho.
Brincar na areia – A areia suja, mas é fácil de limpar.
A textura é diferente, então é interessante desenhar
com o dedo, fazer um bolo, uma trilha de carrinhos e
fazer com que a criança perceba que é só bater que a
sujeira vai embora.
Hora do banho – Momento ótimo para esfregar o
sabonete, uma esponja e uma bucha mais áspera na
pele. Apertar um patinho de borracha na pele da
criança faz cócegas!
• No jardim – Procurar joaninhas, minhocas ou outros bichinhos e deixar que a criança
toque.
• Andar descalço – Parece bobagem, mas colocar os pezinhos na água, na grama, na
areia… é uma ótima forma da criança perceber as texturas e perder um pouco daquela
aflição do toque.
• Na cozinha – Sempre que possível chame a criança quando estiver cozinhando. Se ela
puder fazer alguma coisa, como amassar biscoitinhos ou picar uma verdura, coloque-a
para ajudar. Quando não tiver nada que ela possa mexer, separe em forminhas um
punhadinho de arroz, macarrão, feijão, grão de bico… crus mesmo para que ela
brinque por perto.

• Lavar os brinquedos – Faça um lava-car ou um dia de banho


das bonecas. Deixe que a criança sinta o sabão, água morna
e água fria, depois seque os brinquedos.
Use um mini trampolim (cama elástica)
para estimular o sistema vestibular e gastar
um pouco de energia.
Mostre os cheiros de temperos ou chás
(hortelã, canela, manjericão…) para que a
criança conheça aos poucos os aromas
variados.
Improvise um balanço, usando cordas,
lençol ou pneu.
Brinque com bolas de peso, textura e
tamanho variados.
Explore as brincadeiras com argila ou
massinha.
Faça sombra na parede, brinque
com luzes que piscam e
lanternas.

Utilize música, rimas e repetições


no dia a dia. É possível
improvisar instrumentos
musicais com sucata e descobrir
muitos sons variados.
JOGOS PARA
TRABALHAR COM
CRIANÇAS
AUTISTAS
Jogos da memória

Fácil e simples de jogar, os jogos da memória é uma forma de


estimular a capacidade de raciocínio lógico das crianças com
autismo, de forma lúdica.
É possível construir um jogo totalmente personalizado, com o uso
de etiquetas adesivas, sobre um tema que seja de interesse da
criança, como filmes, profissões, animais, etc.
Espalhe as figuras repetidas na mesa ou no chão e, depois,
estimule a criança a encontrar o par. Lembre-se de explicar as
regras de forma clara e com palavras fáceis.
Para as crianças autistas, recomenda-se dar preferência por
ilustrações, ao invés de frases ou palavras, pois elas são mais
estimuladas por meio da comunicação visual.
Caixa sensorial
A caixa sensorial é tem como objetivo estimular o tato das crianças
e, desse modo, estimular o desenvolvimento sensitivo dos
pequenos com transtorno espectro do autismo.
A dica é montar uma caixa com vários objetos dentro, com
texturas, símbolos gráficos e tamanhos diferentes. Por exemplo,
uma fechadura e uma pequena almofada.
Depois, peça para que a criança tente adivinhar qual é o objeto
dentro da caixa.
“Eu me pareço com quem?”
A intenção dessa atividade é fazer com que a criança reconheça as
características físicas semelhantes em estranhos.
Para isso, faça recortes de fotografias de revistas ou mostre fotos para que
ela identifique o que as pessoas fotografadas têm em comum.
Depois, peça para que as crianças colem imagens de pessoas parecidas
com elas. Dessa forma, é possível estimular a psicomotricidade e memória,
além de aumentar o conhecimento da criança sobre o seu próprio corpo.

Buscar objetos
Para esse jogo, peça para que a criança observe atentamente um
determinado objeto, como uma agenda de serviços de contabilidade.
Depois, esconda o artigo e peça para que ela encontre o item pela casa.
Essa atividade amplia a noção de espaço da criança e estimula o
desenvolvimento cognitivo.
Com que letra começa
Uma maneira de ajudar na comunicação verbal das crianças com
autismo é propor a brincadeira “com que letra começa”.
Para isso, recorte algumas letras em papel ou cartolina e separe alguns
objetos na casa. Depois, coloque todos os recortes no chão e pergunte
para a criança com que letra começa tal objeto.
Dessa forma, é possível estimular a memória e a linguagem da criança.
Pintar e desenhar
Essa é uma atividade bastante simples, mas que ajuda
muito no desenvolvimento de crianças com autismo. Por
meio dos desenhos, elas podem:

•Reconhecer as cores;
•Criar novas tonalidades;
•Estimular a criatividade;
•Incitar a observação;
•Aproximar a criança do mediador;
•Gerar empatia.
BRINQUEDOS E
MATERIAIS
•blocos grandes para montar
•bolhas de sabão
•balões para encher
•brinquedos de borracha que podem
ser mordidos
•carrinhos/aviões/trens sem bateria
•bolas
•jogo de boliche de plástico
•baldes
•2 bolas grandes de fisioterapia
•pequena cama elástica
•pequeno escorregador
•brinquedos para incentivar o uso da imaginação (ex: cesta de
piquenique, louças e comidinhas de plástico, kit de médico, dinheiro de
brincadeirinha, etc.).
•jogos tipo dominó, jogo da memória, quebra-cabeças, cartões para
pareamentos e associações diversas, cartões com sequência de uma
história
•jogos de tabuleiro (ex: jogos físicos
como “Twister”; jogos com diversas
etapas ligadas a uma mesma temática
e um objetivo final; jogos cooperativos
em que os participantes fazem alianças
em direção a um objetivo; jogos onde
os participantes agem como diferentes
personagens ou animais; jogos com
perguntas sobre fatos ou perguntas
pessoais; etc.) Importante: podem ser
confeccionados em casa para que se
empregue os interesses únicos de cada
criança ou adulto.
•livros
•letras e números de plástico ou outro material durável
•material para colorir, desenhar, pintar e escrever (papel,
cartolina, giz de cera, canetinhas, tinta, tesoura sem
ponta, fita crepe, cola, lousa, etc)
•instrumentos musicais simples (tambor, pandeiro, gaita,
flauta, sino, xilofone, chocalho, violão, teclado, etc.)
•acessórios para fantasias (ex: tapa-olho de pirata,
avental, máscaras de animais, capas, chapéus, óculos de
plástico, etc.),
•caixa sensorial (ex: lenços, penas, luvas de borracha,
escovas, objetos com formatos diferentes e tecidos com
texturas variadas, massinha, etc.)
•bichos de pelúcia/personagens
favoritos/bonecos
•fantoches de mão e dedo
•pintura facial
•cobertor, lençol, tecido de lycra,
colchonete, almofadas
•tablet com câmera de vídeo e
microfone
Dicas para
brincar...
Independente da brincadeira, ensinar às crianças o que elas podem ou
não fazer.
Diferencie uma brincadeira agradável de uma que possa ser
constrangedora – principalmente quando envolver outras pessoas.
Pode ser um pouco difícil ensinar para crianças autistas identificarem quais
são os limites entre o que é adequado ou não, pois estamos falando de
regras sociais um pouco abstratas, de todo modo, conduza a brincadeira
de uma forma que consiga encaixar narrativas que dialoguem com o
universo da criança.

Aplicar um novo olhar sobre a forma como a brincadeira normalmente


acontece.
Explore elementos afetivos, faça caras e bocas, utilize tons de voz
diferentes e faça a criança prestar atenção em você.
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