Resumo D' Os Maias

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Os Maias de Eça de Queirós

Analepse (história da família Maias)


O início do romance situa-nos em 1875, no Outono. Estamos então na
terceira geração, na história de Carlos da Maia. É então necessário recuar no
tempo para encontrar a justificação para alguns factos e acontecimentos do
presente.
Assim, as analepses que surgem, têm como objetivo elucidar os leitores
para esses factos omissos, dos quais salientamos a história da família “Maias”
até 1875. Surge assim uma longa analepse que vai recordar os cerca de
sessenta anos anteriores.
Primeiramente, quando se fala em Afonso da Maia, compreendemos
desde logo que a sua existência foi muito conturbada e nem sempre tranquila.
Seu pai, Caetano da Maia (1ª geração da família) era um fervoroso adepto do
absolutismo miguelista. Afonso, desde muito cedo adepto do ideário liberalista
resolve sair de casa de seu pai e exilar-se em Inglaterra. Com a instauração do
liberalismo em Portugal, Afonso regressa a casa com Maria Eduarda Runa,
fidalga adoentada, frágil, devota, sempre rodeada de padres. Desse casamento
nasce apenas um filho, Pedro da Maia. Pedro recebe uma educação tradicional
que o torna frágil, amedrontado e ultradependente da mãe. Aliás, quando a
mãe morre, Pedro fica completamente desequilibrado emocionalmente e só
recupera quando conhece Maria Monforte, mulher fatal que o arrasta à
perdição e à morte. De facto, mesmo contra a oposição do pai, Pedro casa-se
com Maria Monforte e têm dois filhos, Carlos e Maria Eduarda. Como Afonso
previra, Maria Monforte revela-se uma mulher de princípios duvidosos e foge
com um italiano, levando a menina e deixando o menino entregue a Pedro.
Desesperado, e nunca recuperando dessa separação, Pedro reata as
suas relações com Afonso, seu pai, e regressa ao Ramalhete com o filho
pequenino. No entanto, o suicídio foi a solução por ele encontrada para pôr fim
ao seu sofrimento.
Afonso fica só com o neto e transmite-lhe uma educação “à inglesa”, que
privilegia o contacto direto com a natureza, tornando-o forte, ativo e
determinado. Carlos é assim educado em Santa Olávia e estuda medicina em

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Coimbra. Após a licenciatura, Carlos parte para a sua longa viagem pela
Europa e um ano passou. Chegara esse Outono de 1875: e o avô, instalado no
Ramalhete, esperava por ele ansiosamente (cap. IV).

1. Estrutura da obra: Título e subtítulo


O romance apresenta dois níveis narrativos:

1.1 O título “Os Maias”: remete para a história de uma família ao longo
de três gerações:

Geração de Geração de Geração de


Afonso da Maia Pedro da Maia Carlos da Maia

Portugal Liberal Portugal Portugal Pós-


Ultrarromântico romântico
(regeneração)
Essa narrativa tem subjacente:
A intriga principal: amores incestuosos de Carlos e Maria Eduarda.
A intriga secundária: amores conturbados de Pedro da Maia e Maria
Monforte, que conduzem ao suicídio de Pedro.

1.2 Subtítulo: “Episódios da vida romântica”: descrição/crítica dos


costumes da sociedade lisboeta na segunda metade do século XIX. Salienta-se
uma burguesia e aristocracia ociosas e medíocres.

1.3 Sinopse:
Eça de Queirós, em “Os Maias” aborda, aparentemente, a história de
uma família lisboeta em decadência, mas, sobretudo, constrói uma
crónica/crítica social, cultural e política que permite o conhecimento da
sociedade portuguesa oitocentista.
Desde o início, há amizades que resistem ao tempo, às ideologias, às
questões sentimentais, mas há, por outro lado, jogos de interesses; indivíduos
ociosos e sem escrúpulos; políticos sem valor ou corruptos; jornalistas que
aceitam subornos; funcionários incultos; parasitas sociais; mulheres sedutoras

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e fúteis; em suma, um conjunto de personagens-tipo e figurantes que, nos
vários ambientes, representam a mediocridade e a decadência da sociedade
lisboeta oitocentista.
Em plena época da regeneração, marcada pelo conservadorismo, pelo
fracasso das ideias liberais, pela decadência e persistência de uma
mentalidade romântica frustrada, Eça constrói a história de uma família, que ao
longo de gerações, se vai desintegrando. Por outro lado, a caricatura que Eça
faz da sociedade portuguesa da época, conserva toda a atividade, apesar da
alteração dos contextos sociais e políticos.

2. Tempo:
A ação decorre em 1875 (no Ramalhete);
Recua-se, em analepses, a 1820 para se resumir a história da família;
Regressa-se a 1875 para se narrar a intriga central, que tem a duração
de 14 meses (outono de 1875 a janeiro de 1877);
Dez anos são contados através de elipses e resumos (1877 a 1887):
viagens de Carlos e de Ega, que depois regressam a Lisboa, para o famoso
passeio final, momento simbólico, cheio de reflexões pertinentes.

2.1 Tempo Histórico: verosimilhança dos factos


A sequência de gerações: Afonso ----- Pedro ----- Carlos corresponde à
evolução de grandes etapas históricas:
Com Afonso da Maia, evoca-se o fim do absolutismo (através da figura
de Caetano da Maia, seu pai, um fervoroso adepto das ideias absolutistas); o
seu exílio por defender a causa liberal, que acaba por suceder em 1820 -
Liberalismo Romântico.
Com Pedro da Maia, reconstitui-se o ambiente excessivamente doentio
do ultrarromantismo, representado pelo suicídio da personagem como
consequência da sua incapacidade em superar desafios e frustações.
Com Carlos da Maia, evoca-se as dificuldades da implantação do
Liberalismo (carta constitucional de 1826) em Portugal, que sofre as
consequências da mentalidade ultra-romântica: um país sem identidade e sem
projetos.

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2.2 Tempo Psicológico
A passagem do tempo influencia as personagens. Salientam-se o
percurso descendente de Carlos, inicialmente cheio de vitalidade, de projetos
por concretizar, os quais acabam por fracassar quando o personagem é
negativamente influenciado por uma sociedade lisboeta fútil, ociosa e incapaz
de inspirar mudança e progresso.

3. A representação dos espaços sociais e a crítica de costumes:


Ao retratar os espaços sociais da alta burguesia do século XIX através
da estética naturalista, Eça apresenta as suas personagens como produtos de
fatores “naturais”, como o meio, a hereditariedade e a educação:
Pedro da Maia é o melhor exemplo da influência de um meio social
gerido por um romantismo decadente e vazio de causas, que o leva a vaguear
por uma vida boémia. A educação tradicionalista e conservadora de Pedro
deformou-lhe a vontade e a vitalidade, tornando-o devoto, piegas e fraco,
arrastando-o para um casamento apressado e falhado, que acabou em
suicídio. Hereditariamente, o retrato de Pedro assemelha-se em tudo ao de sua
mãe, Maria Eduarda Runa, na fragilidade e na devoção.
A educação é abordada de forma a destacar duas mentalidades
diferentes: uma à portuguesa, que reforça a visão católica, decadente e
conservadora, contrária à mudança e ao progresso. O ensino das crianças,
segundo esta mentalidade, deveria valorizar a memória, o “latinzinho”,
descuidar o corpo e as capacidades de reflexão e de crítica; a outra à inglesa,
defendia uma educação moderna, aberta ao futuro, defensora da cultura física,
da ética e do respeito pelos outros, da capacidade crítica.
Pedro da Maia e Eusebiozinho são os símbolos da educação
portuguesa: de crianças nervosas e frágeis passam a adultos fracos, inseguros
e fracassados. Pedro, submisso e obcecado opta pelo suicídio face a uma
situação de carência afetiva; Eusebiozinho, apesar da boémia e de aventuras
duvidosas, submete-se à violência da mulher.
Carlos da Maia é o símbolo da educação à inglesa, formando-se em
medicina e iniciando uma carreira de médico, que logo abandona, contaminado
pela ociosidade do meio lisboeta e mais tarde, pela vivência absoluta da sua
paixão por Maria Eduarda. Apesar de não ter realizado nenhum dos seus

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projetos, Carlos consegue lucidamente sobreviver (talvez devido à educação
que recebeu) de uma forma digna.

3.1 Episódios representativos dos espaços sociais

Jantar no Hotel Central (ler pág. 154-155)


Trata-se de um acontecimento cuja intenção é homenagear o banqueiro
Cohen de cuja mulher Ega é amante. Esse acontecimento propicía ao mesmo
tempo um primeiro contacto de Carlos com o meio social lisboeta.
No episódio do Hotel Central estão representados os temas dominantes
da vida político-cultural lisboeta.

1. Objetivos desse acontecimento:


Homenagear o banqueiro Cohen;
Proporcionar a Carlos um primeiro contacto com o meio social lisboeta;
Apresentar a visão crítica de alguns problemas;
Proporcionar a Carlos a visão da Maria Eduarda.

2. Intervenientes:
João da Ega (promotor da homenagem e representante do
realismo/naturalismo);
Cohen, o homenageado, representante das Finanças;
Tomás de Alencar, o poeta ultra-romântico;
Dâmaso Salcede, o novo rico (ignorância intelectual), representante dos
vícios do novo-riquismo burguês;
Carlos da Maia, o médico e observador crítico;
Craft, o britânico, representante da cultura artística e britânica.

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3. Temas discutidos:

3.1 A literatura e a crítica literária


Opositores: Tomás de Alencar e João da Ega

 Opõe-se ao  Defensor do
realismo/naturalismo; realismo/naturalismo;
 Incoerente e falso moralista:  Defende o cientificismo na
refugia-se na moral por não ter literatura.
outro argumento de defesa.

O confronto entre o ultrarromantismo moribundo e o realismo/naturalismo


em ascensão.

Carlos, Craft e Alencar

 Recusam o ultrarromantismo de Alencar;


 Recusam o exagero de Ega. Carlos acha intoleráveis os ares
científicos do realismo;
 Craft defende a arte como idealização do que de melhor há na
natureza.
Crítica Geral: a estagnação da cultura em Portugal

3.2 As Finanças (o que criticam)


O país tem absoluta necessidade dos empréstimos ao estrangeiro;
Cohen é cínico: tendo responsabilidade pelo cargo que desempenha,
lava daí as suas mãos e afirma alegremente que o país vai direitinho para a
bancarrota.

3.3 A história e a política


João da Ega delira a bancarrota como um caminho para a agitação
revolucionária.
 Defende a invasão espanhola e o afastamento violento da
Monarquia.
 Aplaude a instauração da república.

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 Defende que a raça portuguesa é a mais cobarde e miserável da
Europa: “Lisboa é Portugal! Fora de Lisboa não há nada!”
 Aproxima-se de Eça ao defender uma catástrofe como forma de
acordar o país.
Tomás de Alencar
 Teme a invasão espanhola por ser um perigo para a
independência nacional.
 Defende o romantismo político: uma república governada por
génios; a fraternização dos povos.
 Esquece o adormecimento/inativismo geral do país.
Cohen
 Defende que há gente séria nas camadas políticas dirigentes,
afirmando que Ega é um exagerado.
Dâmaso
 Se acontecesse a invasão espanhola, ele “raspava-se” para Paris,
e toda a gente fugiria como lebres.

4. Conclusões a retirar das discussões


A falta de personalidade:
 Alencar muda de opinião quando Cohen o manipula.
 Ega muda de opinião quando Cohen quer.
 Dâmaso que afirma “sou forte”, aponta o caminho fácil da fuga.
A incoerência: Alencar e Ega chegam a vias de factos e, momentos
depois, abraçam-se como se nada tivesse acontecido
A falta de cultura e de civismo domina as classes mais destacadas,
exceto Carlos e Craft.
Corrida de Cavalos

Representam um esforço desesperado de um cosmopolitismo, à custa


de uma imitação do estrangeiro.
O hipódromo assume funções de palco onde desfila o cortejo de figuras
principais em que assenta a crítica social
Moda/status social;
O (des)interesse pela corrida;
Atitude das personagens (linguagem).

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1. Objetivos:
O novo contacto de Carlos com a alta sociedade lisboeta.
Visão geral da sociedade (masculina e feminina) sob o olhar crítico de
Carlos.
Tentativa frustrada de igualar Lisboa às capitais europeias.
Cosmopolitismo (postiço) da sociedade.
Possibilidade de Carlos de encontrar Maria Eduarda.

2. Visão caricatural:
O hipódromo parecia um arraial.
As pessoas não sabiam ocupar os seus lugares.
As senhoras traziam vestidos sérios de missa.
O buffet tinha um aspeto nojento.
A 1º corrida terminou numa cena de pancadaria.

3. Conclusões a tirar:
Fracasso total dos objetivos das corridas.
Radiografia perfeita do atraso da sociedade lisboeta.
O verniz da civilização estalou completamente.
A norte de Carlos, sonhando todas as apostas, é indício de futura
desgraça.

Em relação ao naturalismo/realismo
É uma reação entra o romantismo que era o excesso do sentimento. O
realismo/naturalismo é a crítica ao Homem e à sociedade para condenar os
vícios e tudo o que houver de mau na sociedade.
A observação e a descrição pormenorizada do meio social são
extremamente cuidados, pondo em evidência o facto do Homem ser
determinado por fatores sociais, culturais e biológicos: hereditariedade, meio
social, momento histórico, sendo que os fenómenos humanos são
consequências inevitáveis dessas determinações.

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3.2 Representatividade social dos personagens:
A sociedade representada no romance é a da alta burguesia decadente.
Os seus hábitos sociais, o seu modo de vida, os ambientes de uma doentia
rotina são representadores de ociosidade, superficialidade, corrupção,
limitação/ignorância intelectual e negação da mudança e do progresso. É uma
sociedade que privilegia a aparência em detrimento do ser e da essência.
Sendo assim, muitos personagens d’ “Os Maias”, mesmo considerando
uma certa individualidade, não deixam de ser personagens-tipo,
representativas de grupos sociais, de atividades profissionais e de estados
intelectuais:
Afonso: Símbolo dos ideais liberais e das virtudes morais.
Pedro: Fruto da educação à portuguesa, sentimental, beata, destinado a
comportamentos neuróticos e trágicos.
Carlos: Fruto da educação à inglesa, moderna e laica, distante da
mediocridade do meio social lisboeta, mas vítima de um Dandismo (gosto pelo
luxo excessivo) e de um diletantismo (incapacidade de ação útil) que o
impedem de concretizar os seus projetos.
Alencar: Poeta ultrarromântico, de um idealismo extremo. Falso
moralista, sem opinião própria.
Cohen: O representante das finanças, sem escrúpulos, oportunista.
Conde de Gouvarinho: Político incompetente, retrógrado, mas com
poder. Ministro do reino.
Sousa Neto: Representante da Administração pública, incompetente e
inculto.
Eusebiozinho: Produto da educação à portuguesa, retrógrada,
conservadora, beata e deformadora de comportamentos.
Dâmaso Salcede: Simboliza o novo riquismo burguês, imitação servil do
estrangeiro, falta de identidade, cobardia, inculto e ignorante.
Cruges: Intelectual incompreendido, representa a exceção na
mediocridade da sociedade portuguesa.
Stembroken: Político neutro que nunca se compromete.
Craft: Protótipo do inglês rico e boémio, conserva distanciamento em
relação aos costumes portugueses.
Palma Cavalão e Neves: Representam o jornalismo corrupto,
sensacionalista e escandaloso, que vive da calúnia e do suborno.
Ega: Protótipo do demagogo, incoerente nas suas posições, alheio a
regras e convenções sociais, vítima do meio social que tanto critica.

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3.3 Os espaços e o seu valor simbólico:
Lisboa: símbolo da sociedade portuguesa da regeneração, incapaz de se
modernizar, presa na contemplação de um passado glorioso (ver passeio final
de Carlos e Ega).
Santa Olávia: no Douro, local de refúgio e de energia salutar.
Coimbra: símbolo da boémia estudantil, espaço de formação académica
de Carlos.
Sintra: protótipo do paraíso romântico perdido, um refúgio campestre,
purificador e salutar, que as personagens procuram para fugir ao tédio da
capital.
O Ramalhete: revela o dandismo e o diletantismo de Carlos: os seus
projetos inacabados, o tédio, o ócio e o gosto pelo luxo e o requinte.
A “Toca”: espaço da paixão marginal de Carlos e Maria Eduarda, longe
dos olhares curiosos da sociedade.

4. A complexidade dos protagonistas: simbologia


Afonso da Maia:
 Símbolo do Portugal liberal da década de 1820, revolucionário,
que sofreu o exílio (fuga) pela sua audácia/ousadia política e
ideológica.
 Defende a identidade e a genuidade da Pátria face à sua
descaracterização pelas modas importadas do estrangeiro.
 Símbolo do equilíbrio, do bom senso, da experiência, dos valores
da nação.
 Embora tenha conseguido sobreviver à tragédia do filho, não
consegue superar o desgosto da relação incestuosa do neto.
Carlos da Maia:
 Símbolo do Dandismo (gosto pelo luxo excessivo) e do
diletantismo (incapacidade de concretizar projetos úteis) culto,
acaba por ser vítima de ociosidade do meio lisboeta.
 Apesar da educação britânica, Carlos deixa-se influenciar pelo
meio decadente, fútil e servil em que se instalou.
 Consegue sobreviver fisicamente (devido à educação) à tragédia
que sobre ele se abate (morte do avô e fim do seu relacionamento
com Maria Eduarda).
 O percurso existencial de Carlos acompanha/simboliza a evolução
da sociedade portuguesa após a regeneração, que acaba por ser
marcada por um retrocesso decadente.
 Transforma-se numa vítima da hereditariedade, visível na sua
beleza e no gosto pelo luxo herdados da mãe, e pela tendência
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para o sentimentalismo, herdada do pai, e do meio em que se
insere. Acaba por assumir o seu fracasso, tal como Ega, pois a
ociosidade do meio leva-o a viver para a satisfação do prazer e do
luxo e a renunciar ao trabalho e aos responsáveis e progressistas.
Maria Eduarda:
 Destaca-se no meio feminino lisboeta: é alta, loira, elegante,
requintada e culta. (fascinou Carlos).
 Quando se envolve com Carlos, revela-se sensata, equilibrada,
doce e digna.
 Solidária com os mais desfavorecidos, numa linha próxima do
socialismo.
 Simboliza a heroína romântica, perseguida pela vida e pelo
destino.
João da Ega
 Amigo de Carlos, símbolo da pura irreverência, do sarcasmo, da
ironia, da crítica, do prazer de chocar e de questionar, mostrando-
se muitas vezes contraditório nas suas opiniões sobre literatura,
educação da mulher, política, escravatura;
 Egocêntrico e excêntrico, entusiasma-se com projetos inovadores
que revolucionassem o ambiente cultural português, que nunca
chega a concluir, revelando, também ele, ser vítima da ociosidade
do meio lisboeta.
 No passeio final com Carlos, Ega desabafa o seu desencanto, a
sua desilusão, a sua frustração, não apenas em relação ao
Portugal estagnado e decadente, mas também em relação ao
fracasso dos seus projetos.

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