PEA009 - Parte02 - Sistemas Estruturais

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Cobertura Metálica em Arco

(estruturasjaguari.com.br)

Sistema Estrutural
GALPÃO

Professor: Mateus Zimmer Dietrich


Conteúdo
Sistema Estrutural para Galpão;

AGS Estruturas Metálicas


Sistema Estrutural para Galpão
Galpões industriais são construções, em geral, de um pavimento
cuja finalidade é cobrir uma grande área destinada a fins
diversos: fábricas, depósitos, almoxarifados etc.

Nos projetos de galpões industriais devem ser considerados os


seguintes elementos: locação e dimensão dos elementos que
serão abrigados; circulação; movimentação de cargas;
iluminação e aeração; condições e tipo de terreno.
Sistema Estrutural para Galpão
Tipos de edifícios industriais:

Os galpões podem ser estruturas de vãos simples ou múltiplos, a


depender da magnitude da área a ser coberta.

Na sequência, serão apresentados alguns tipos de galpões


empregados para situações sem ponte rolante.
Sistema Estrutural para Galpão
Tipos de edifícios industriais:

1) Coluna simples e tesoura:


• Tipologia antiga, mas barata; seu
consumo de aço por unidade de
área (kg/m²) é muito baixo;
• Inclinações inferiores a 15°
desfavorecem a geometria
mostrada da tesoura;
• O arranjo da tesoura é próprio
para vãos de até 15 metros.
Sistema Estrutural para Galpão
Tipos de edifícios industriais:

2) Coluna simples e treliça:


• Aplicadas a vãos maiores e a
inclinações menores;
• As vigas treliçadas podem ser
construídas com perfis ocos
feitos de chapas dobradas a frio;
• Para pilares, seções “H” ou “I”.
Sistema Estrutural para Galpão
Tipos de edifícios industriais:

3) Pórtico em alma cheia:


• Bastante empregado e tem
substituído parte dos galpões
com colunas simples e tesoura;
• Pode ter bases rotuladas
(fundações mais simples) ou
engastadas (fundações mais
onerosas), havendo pouca
vantagem no engastamento para
vãos médios e grandes.
Sistema Estrutural para Galpão
Tipos de edifícios industriais:

3) Pórtico em alma cheia:


• O pórtico mais simples tem vigas e pilar de mesma
seção (empregados em pequenos e médios vãos,
sendo os últimos frequentemente misulados nos
beirais e, às vezes, nas cumeeiras);
• Para vãos médios e grandes é comum o adotar
perfis de diferentes dimensões para as vigas e
pilares;
• Para vãos muito grandes, os perfis podem ser
compostos ou ter inércia variável.
Sistema Estrutural para Galpão
Tipos de edifícios industriais:

3) Pórtico em alma cheia:


• Uma vez que o momento máximo ocorra na região
de ligação viga-pilar, a altura efetiva pode ser
aumentada por meio do emprego de mísulas nas
extremidades das vigas, aumentando sua
resistência;
• Tais pórticos são projetados para que sejam
parafusados no campo.
Sistema Estrutural para Galpão
Tipos de edifícios industriais:

A distância entre os pórticos deve ser estudada, pois


reflete na economia da estrutura da cobertura:
• Para vãos pequenos e médios, os pórticos devem
estar mais próximos uns aos outros de maneira a
permitir terças compostas por seções de perfis
dobrados a frio;
• Para vãos grandes, é mais econômico distanciar os
pórticos e empregar terças treliçadas ou armadas.
Sistema Estrutural para Galpão
Peças que compõem um galpão:

Perspectiva didática de um galpão industrial


(BELLEI, 2010)
Sistema Estrutural para Galpão
Peças que compõem um galpão:
Sistema Estrutural para Galpão
Peças que compõem um galpão:
Sistema Estrutural para Galpão
Classificação dos galpões (kg/m²):
Sistema Estrutural para Galpão
Juntas de dilatação:
A AISE n°13/03 estabelece: “Edifícios com
fornos e estruturas similares, tendo metal
quente e sujeitos a mudanças de
temperatura, devem ter juntas de dilatação
transversais previstas a intervalos não
superiores a 120 m. Se os edifícios não
estão sujeitos a mudanças internas de
temperatura, a distância pode ser de 150 m.
Se o edifício for formado por várias naves,
deverão ser previstas juntas longitudinais
quando a largura exceder 150 m ou
ultrapassar cinco alas”.
Sistema Estrutural para Galpão
Chapas de cobertura e tapamento:
Chapa de aço galvanizado; Atenção especial à fixação e costura das telhas nas
Chapa de alumínio; regiões críticas mais sujeitas ao arrancamento.
Chapas de fibrocimento;
Chapas translúcidas;
Chapas tipo sanduíche.
Sistema Estrutural para Galpão
Terças e vigas de tapamento:
Terças: vigas colocadas na cobertura, situadas entre as vigas principais dos
pórticos, com a finalidade de suportar as chapas de cobertura. Estão
normalmente sujeitas às solicitações de flexão dupla (flexão oblíqua).
Cargas que atuam sobre elas: CP da telha; CA de chuva, poeira, pessoas; e CV.
Hipóteses de carregamento:
• CP + CA;
• CP + CVsucção;
• CP + CA + CVpressão
Sistema Estrutural para Galpão
Terças e vigas de tapamento:
Vigas de tapamento: vigas situadas entre pórticos para servir de apoio às
chapas de tapamento lateral. Estão sujeitas a situações de flexão dupla:
• Sentido de maior inércia: provocada pela pressão ou sucção do vento;
• Sentido de menor inércia: provocada pelo peso próprio das vigas e chapas
de fechamento.
Sistema Estrutural para Galpão
Terças e vigas de tapamento:
Pré-dimensionamento: como orientação, Bellei (2010) estabelece a seguinte
relação:
𝐿 𝐿
𝑑≅ 𝑎
40 60

Sendo d a altura do perfil e L o vão livre.

Flechas:
𝛿 ≤ 𝐿Τ180, (𝐶𝑃 + 𝐶𝐴 + 𝐶𝑉𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 )

𝛿 ≤ 𝐿Τ120 , (𝐶𝑃 + 𝐶𝑉𝑠𝑢𝑐çã𝑜 )
Sistema Estrutural para Galpão
Terças e vigas de tapamento:
Emprego dos tirantes:
As terças podem ser calculadas como contínuas ou biapoiadas. A fim de reduzir
o comprimento livre (vão) da terça no sentido de menor inércia, é comum o uso
de tirantes intermediários aos apoios e, com isso, obter uma terça mais
econômica.

Viga de regra, insere-se um tirante para vãos até 5 m e 6 m das terças; acima
disso, dois tirantes.
Sistema Estrutural para Galpão
Terças e vigas de tapamento:
Emprego dos tirantes:
Sistema Estrutural para Galpão
Terças e vigas de tapamento:
Emprego das mãos francesas:

Quando a distância entre os apoios é muito grande (> 8 m) é comum a


colocação de mão francesa, que além de reduzir o vão promove o travamento
na mesa inferior das vigas do pórtico ou do banzo inferior da treliça.
Sistema Estrutural para Galpão
Tirantes das terças e vigas de tapamento (correntes):
São barras redondas colocadas entre
os apoios destas vigas para reduzir o
vão no sentido da menor inércia.
Estão sujeitas a esforços de tração.

Normalmente são empregados


diâmetros de 16 mm; para galpões
pequenos e leves, pode-se empregar
diâmetros de 12,5 mm.
Sistema Estrutural para Galpão
Tirantes das terças e vigas de tapamento (correntes):
Quanto à altura das terças, para serem eficientes, os tirantes devem ser
colocados nas seguintes posições:
• No meio, para perfis com altura até 152 mm;
• Nos terços superiores, se há predominância de carga vertical por causa de
CP + CA; ou nos terços inferiores, se há predominância de vento (sucção).

Ou a alternância, para resolver ambos casos.


Sistema Estrutural para Galpão
Exercício de Aplicação:
Analisar uma terça para um vão de 6,0
metros sujeita, além do peso próprio, a
uma carga acidental de 250 N/m² e uma
pressão de sucção de vento de 1060
N/m². O espaçamento entre elas é de 3
metros e a inclinação do telhado, 15°.
Sistema Estrutural para Galpão
Exercício de Aplicação:
Analisar uma viga de tapamento para
um vão de 5 metros, espaçada de 2,5
metros. Considere as ações:
• Telha: MF-40 de 0,43 mm (5 kg/m²);
• Vento: 600 N/m².
Sistema Estrutural para Galpão
Contraventamento:
Barras cuja finalidade é garantir a estabilidade do conjunto durante sua vida útil
e na fase de montagem. Os contraventamentos podem ser:
• Horizontais: encontram-se no plano das terças (superiores) ou nos banzos
(inferiores) das treliças ou vigas dos pórticos;
• Verticais: encontram-se entre os pilares dos pórticos.

Estão sujeitos aos esforços de tração e/ou compressão.


Sistema Estrutural para Galpão
Contraventamento:
1) Contraventamento Horizontal:
Além da estabilidade, possui a função de distribuir as cargas de vento e os
impactos laterais da ação de pontes rolantes.

Os frontais, colocados a intervalos de até 50


a 60 metros, dão estabilidade à estrutura e
distribuem as cargas de vento, podendo
estar situados no plano das terças e/ou no
plano dos banzos.
Sistema Estrutural para Galpão
Contraventamento:
1) Contraventamento Horizontal:
Além da estabilidade, possui a função de distribuir as cargas de vento e os
impactos laterais da ação de pontes rolantes.

Os laterais distribuem as cargas de


vento (caso existam colunas de
tapamento lateral) e os impactos
laterais das pontes rolantes.
Sistema Estrutural para Galpão
Contraventamento:
1) Contraventamento Horizontal:
Além da estabilidade, possui a função de distribuir as cargas de vento e os
impactos laterais da ação de pontes rolantes.

Os laterais também permitem uma


melhor distribuição das cargas
horizontais, reduzindo os momentos
nas bases dos pilares e os
deslocamentos.
Redução de 15% a 20% das cargas
horizontais e dos momentos na base.
Sistema Estrutural para Galpão
Contraventamento:
1) Contraventamento Horizontal:
Além da estabilidade, possui a função de distribuir as cargas de vento e os
impactos laterais da ação de pontes rolantes.
Sistema Estrutural para Galpão
Contraventamento:
2) Contraventamento Vertical:
Além da estabilidade, é responsável por conduzir as cargas superiores de vento
e ponte rolante até as fundações.
Sistema Estrutural para Galpão
Viga de Cobertura:
Recebem as cargas da cobertura (telhas, terças,
chuvas, poeira, manutenção etc.) e as
transmitem aos pilares. Podem ser de alma cheia
ou vazada, tesoura ou treliça.

É comum a adoção de viga intermediária para redução do


vão da terça quando o espaçamento entre pilares é muito
grande (> 8 m).
Sistema Estrutural para Galpão
Viga de Cobertura:
1) Alma Cheia:
Formada por perfis laminado, soldado ou vazado, derivado de ambos.
Para galpão sem ponte rolante:
• Pode ser de altura constante, para vãos de até 30 metros, ou variável, para
vãos acima de 30 metros.
Sistema Estrutural para Galpão
Viga de Cobertura:
1) Alma Cheia:
Pré-dimensionamento: como orientação, Bellei (2010) estabelece a seguinte
relação para galpão sem ponte rolante:
𝐿 𝐿
𝑑≅ 𝑎
50 70

Sendo d a altura do perfil e L o vão livre.

Flecha:
𝛿 ≤ 𝐿Τ250
Sistema Estrutural para Galpão
Viga de Cobertura:
1) Alma Cheia:
Contenção Lateral: fundamental para se ter um dimensionamento econômico.
Pode ser feita com terça ou mediante a colocação de contraventamento no
plano da cobertura.

Sendo a altura pequena (< 400 mm),


apenas o contraventamento é
suficiente. Contudo, sendo a altura
maior, deve-se empregar o artifício da
adoção da mão francesa em algumas
terças estratégicas.
Sistema Estrutural para Galpão
Viga de Cobertura:
1) Alma Cheia:
Pórtico Atirantado: devem ser utilizados com cautela, pois só têm bom
funcionamento quando solicitados por cargas verticais permanentes e
acidentais. Os tirantes não devem ser considerados para cargas permanentes
mais vento, que normalmente resultam em compressão no tirante. Os tirantes
reduzem so deslocamentos nos pontos de ligação viga-pilar.

Muitas obras colapsaram por causa da


compressão do tirante, provocada por ventos
de maior intensidade, negligenciados nos
cálculos.
Sistema Estrutural para Galpão
Viga de Cobertura:
1) Alma Cheia:
• Ligação viga com viga;
• Ligação viga com pilar.
Sistema Estrutural para Galpão
Viga de Cobertura:
2) Viga armada (Tesoura ou Treliça):
Muito antigas, formam solução para qualquer tipo de cobertura. Porém, após
desenvolvimento de perfis laminados de maiores alturas, as vigas armadas
passaram a ser econômicas para vãos acima de 25-30 metros.
Sistema Estrutural para Galpão
Viga de Cobertura:
2) Viga armada (Tesoura ou Treliça):
Suas barras trabalham a tração ou a compressão.
As ligações entre as barras podem ser soldadas ou parafusadas. As parafusadas,
por requerer espaçamentos entre furos e extremidade, possuem maior peso:
da ordem de 5% a 10%.

Para vãos maiores que 20 metros, Bellei (2010) indica o uso de uma
contraflecha, igual à provocada pelo peso próprio.
Sistema Estrutural para Galpão
Viga de Cobertura:
2) Viga armada (Tesoura ou Treliça):
Tipos de Seção: os principais tipos empregados na formação das armações são
indicados na figura abaixo. Em geral, utilizam-se para os banzos soluções que
tenham um eixo de simetria.

Segundo Bellei (2010), é interessante


observar as espessuras mínimas de 3,3
mm para os banzos e 2,6 mm para as
diagonais e montantes.
Sistema Estrutural para Galpão
Viga de Cobertura:
2) Viga armada (Tesoura ou Treliça):
Comprimento nominal das barras
comprimidas: a perda da
estabilidade pode se dá tanto no
plano da armação quanto no plano
perpendicular a ela. Para evitar
grandes comprimentos de
flambagem no plano perpendicular
da armação, usa-se travamento em A simples colocação de barras longitudinais sem
determinados nós neste plano. contraventamentos não reduz o comprimento de
flambagem.
Sistema Estrutural para Galpão
Viga de Cobertura:
Espessura de chapa de ligação e espaçadores: além de resistirem aos esforços,
é preciso que as chapas de ligação apresentem certa rigidez necessária à
estrutura.
A seguir, é apresentada uma diretriz para o projetista, indicando a espessura
mínima da chapa de ligação em função da carga.
Sistema Estrutural para Galpão
Pilar:
Elementos estruturais cuja finalidade é levar às fundações as cargas originadas
de outras partes. Os pilares podem ser divididos em:
• Principais: suportam a maior parcela das cargas (conectados às vigas de
cobertura);
• Secundários: suportam a menor parcela das cargas (pilares de tapamento).

Os pilares podem estar sujeitos a esforços de compressão, flexo-compressão ou


flexo-tração.
Sistema Estrutural para Galpão
Pilar:
A compressão pode ser centrada ou excêntrica.
Sistema Estrutural para Galpão
Pilar:
O perfil tubular (a) é o mais racional,
Pilar de alma cheia: porém apresenta maior custo e
Formado por perfis laminados ou soldados. dificuldade de ligação.
A seção I laminada é pouco empregada,
destinada a edifícios pequenos, sem
ponte rolante e com pé-direito baixo;
A seção H laminada (b) é mais
empregada, por distribuir melhor a
inércia. Utiliza-se altura de até 400 a
450 mm. Para alturas maiores, é mais
econômico mudar para seções soldadas
(c).
Sistema Estrutural para Galpão
Pilar:
Pilar de alma cheia:
Pré-dimensionamento

Para pilares de galpões sem ponte rolante e


altura constante:

𝐿 𝐿
𝐻= 𝑎
20 30
Sistema Estrutural para Galpão
Pilar: A seção duplo U é empregada para
Pilar treliçado: cargas menores; as abas orientadas para
dentro (a) produzem mesma inércia,
Composto por perfis laminados, ligados por
com menor consumo de material, que as
chapas ou cantoneiras situadas nos planos abas orientadas para fora (b).
das mesas. A seção duplo I (c) é utilizada para cargas
A resistência equivale à de um perfil maiores, em que não é possível adotar o
laminado, embora haja pequeno acréscimo duplo U.
na mão de obra de fabricação. A seção com cantoneiras (d) é
empregada para pilares com grandes
dimensões (mastros, lanças de
guindaste), sendo bastante econômica,
mas muito trabalhosa na fabricação.
Sistema Estrutural para Galpão
Pilar:
Pilar treliçado:
Maneiras de se ligar os perfis para compor a seção:

A NBR 8800 não subscreve a construção representada em (d).


Sistema Estrutural para Galpão
Pilar:
Emenda:
Pilares com comprimento maior que 12 metros (padrão máximo de perfis e
chapas) devem ser emendados na oficina ou no campo.
A junta mais simples é a direta topo a topo, com penetração total; outra é a com
talas de junção, em que elas devem ter a mesma área da parte a ligar.
Sistema Estrutural para Galpão
Pilar:
Flambagem:
A definição do parâmetro de
flambagem k de um pilar depende
de suas condições de contorno:
Sistema Estrutural para Galpão
Pilar:
Flambagem:
Valores de K para pilares com inércia constante:

Bases engastadas
Sistema Estrutural para Galpão
Pilar:
Flambagem:
Valores de K para pilares com inércia constante:

Bases rotuladas
Sistema Estrutural para Galpão
Pilar:
Flambagem:
Valores de K para pilares com inércia constante:
Sistema Estrutural para Galpão
Pilar:
Tipos de bases:
Sistema Estrutural para Galpão
Pilar:
Tipos de bases:
Sistema Estrutural para Galpão
Deslocamentos:
Sistema Estrutural para Galpão
Deslocamentos:
Referências
BELLEI, I.H. Edifícios Industriais em Aço – Projeto e Cálculo. São
Paulo: Pini, 2010.
REBELLO, Y.C.P. A concepção estrutural e a arquitetura. São
Paulo: Zigurate, 2000.
SÁ, P.A.C.O. Projetos de Estruturas de Aço - Parte II. Notas de
aulas. Centro Tecnológico. Universidade Federal do Espírito
Santo.

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