Os Impactos Da Violência Infantil Na Criança e Na Família.
Os Impactos Da Violência Infantil Na Criança e Na Família.
Os Impactos Da Violência Infantil Na Criança e Na Família.
SOBRE OS IMPACTOS
DA VIOLÊNCIA INFANTIL
NA CRIANÇA E NA
FAMÍLIA
Ficha Catalográfica
Preparada pela Faculdade
Pernambucana de Saúde
CDU 159.9
SUMÁRIO
Apresentação................................................................... 3
Ficha técnica.................................................................... 5
Violência infantil............................................................... 6
Os três grandes grupos e os tipos de violência.............................. 7
Referências...................................................................... 13
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APRESENTAÇÃO
social, está cartilha tem por finalidade esclarecer ao público em geral conceitos
combatê-lo.
Neste sentido este material pode ser aplicado facilmente como recurso
mental das crianças e de seus familiares. Desta forma, falar sobre os impactos da
FICHA TÉCNICA
EQUIPE:
ou anos.4
A infância é a primeira etapa da vida, fase que vai do
nascimento até a adolescência, e que se caracteriza pelo A violência está presente dentro e fora dos lares,
processo de aprendizagem e de desenvolvimento físico e podendo ser praticada por crianças de mesma idade, pessoas
intelectual.1 Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, adultas e/ou familiares próximos, de maneira silenciosa ou
criança é a pessoa com até 12 anos incompletos. O Ministério comprovada por meio de sinais e sintomas físicos ou
A violência infantil é um fenômeno complexo que resulta em danos físicos, emocionais, sexuais e morais, e
atravessa toda a sociedade, é um tipo de violação dos direitos- interfere na educação e qualidade de vida da criança.3
Não costuma obedecer a nenhuma regra como nível violência dentro de suas casas, escolas
ou comunidades.3
social, econômico, religioso ou cultural, e gera fortes impactos
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TIPOS CONCEITOS
OS TRÊS GRANDES GRUPOS E OS
É o uso da força física de forma intencional,
TIPO DE VIOLÊNCIA não-acidental, com o objetivo de ferir, lesar,
provocar dor e sofrimento ou destruir a
Violência física criança, deixando, ou não, marcas evidentes no
I. INTRAFAMILIAR seu corpo. Ex: tapas, beliscões, chutes, torções,
empurrões, arremesso de objetos,
Acontece dentro das residências, e em estrangulamentos, queimaduras, perfurações,
mutilações, entre outras.
geral o agressor é uma pessoa da família,
como pais, tio, avós, primos, que deveria É quando acontece rejeição, isolamento,
apoiar e proteger a criança.5 Violência aterrorização (medo), exclusão, criação de
psicológica expetativas irreais ou distintas sobre a criança
e denegrir. Muitas vezes essa violência ocorre
II. EXTRAFAMILIAR de maneira silenciosa.
Todas as pessoas estão sujeitas a passar
É a ausência de suporte biológico, psicológico e
por ela: acontece fora de suas moradias, é Violência social social mínimo para a criança, e acontece com
maior frequência em países que apresentam
mais frequente durante a infância e
grandes índices de desigualdade social.
adolescência, estando presente em escolas,
no meio social, urbano e populacional. 5 Trata-se da violação dos direitos sexuais, seja
Violência pelo uso da força física e/ou coerção, ao
sexual envolver criança em atividades sexuais
III. INTERPESSOAL improprias para a sua idade cronológica, ou ao
seu desenvolvimento.
É o uso propositado da força física ou do
Implica na omissão ou falta de observação do
poder, real ou na forma de ameaça, entre duas dever/cuidado com a criança. É uma violência
Negligência
ou mais pessoas, demostrando a sua intenção de violentar. de difícil definição, pois envolve aspectos
culturais, sociais e econômicos de cada família
Temos como exemplo a violência doméstica e comunitária.5 ou grupo social.
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CONSEQUÊNCIAS DA VIOLÊNCIA
Distúrbios escolares e
PARA A CRIANÇA alimentares.
FAMÍLIA famílias devem cuidar das vítimas, mas também devem ser
A família é considerada um dos principais núcleos Os impactos podem ser considerados como uma fase de
responsáveis por proteger a criança contra os perigos da intensas transformações que geram mudanças
sociedade. Quem primeiro transmite os valores, usos e comportamentais, na dinâmica, cotidiano comunitário e
costumes que irão formar as personalidades e a bagagem escolar. É considerada uma experiência dolorosa, difícil de ser
emocional das pessoas. Sua estrutura que se modifica segundo aceita, que posteriormente podem acarretam sentimentos
contextos sociais, culturais e históricos.7 positivos e negativos muito individuais, nos quais falaremos a
preparação da criança para enfrentar as situações do ambiente Desta forma compreende-se que as marcas da violência
externo, as dificuldades e desafios do mundo.2,8 não atingem somente os familiares, mas, toda rede de apoio,
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tornando-as vulneráveis e próprias ao adoecimento do corpo tipos de violência visando o fortalecimento das relações
e mente. familiares.
intitulada: “Vivências da violência infantil na família: que surgem por meio dos fatores psicológicos após a
construção de estratégias para o cuidado”. Cujas autoras descoberta da violência, e refletem no estado físico, gerando
compõe a equipe dessa cartilha. assim novas doenças, que antes não existiam.
cuidado e proteção da criança, por meio de um afastamento familiar, pensamentos suicidas, choro constante,
conjunto que envolve a intervenção profissional, atenção negligência, baixa autoestima, tristeza, sentimento de culpa e
familiar, educação sexual, afeto, prática da espiritualidade para abandono, medo, vergonha do corpo, má alimentação e falta
cuidar de si e do outro, participação ativa nas atividades de interesse por atividades que realizava antes.
das formas de garantir direito e proteção à ação. Ela se torna crime quando, de acordo com o Código
saúde das vítimas e seus familiares. É por meio dela que Penal, no art. 13, § 2º, quem presencia a violência deveria e
podemos buscar orientações profissionais que possibilitem o podia agir para evitar o resultado, mas não o faz.11
resgate dos vínculos familiares e comunitários.
DICAS IMPORTANTES
O cuidado significa dar atenção, tratar, respeitar, e
vínculos, no desenvolvimento de práticas educativa, no apoio criança busquem ajuda de profissionais que
familiar, na busca por terapia, e na execução de práticas possam contribuir ativamente no
saudáveis que venha beneficiar a saúde do corpo e da mente. fortalecimento e favorecimento da resiliência da vítima
e familiares afetados.
Neste sentindo, considera-se como principal ação de
proteção a denunciar, que é o ato de comunicar, falar sobre a O profissional buscará identificar as alterações
violência sofrida ou assistida. comportamentais da criança e dos familiares
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envolvidos, visando a diminuição dos impactos A denúncia pode ser anônima, mesmo que não se
causados pelo acontecimento, enfatizando assim os
tenha provas, apenas suspeitas, mas deve-se ter cuidado com
valores pessoais e sociais, que são importantes para o
a falsa comunicação de crime. No Brasil os canais de
enfrentamento da violência.
enfrentamento à violência infantil pode ser por meio do
Por fim, diante do Conselho Tutelar (do município); Unidades Básicas de Saúde
acompanhamento –UBS; agente de saúde comunitário; do disque 100 – Disque
da criança dever de direitos humanos (meio telefônico); de órgãos policiais
todos respeitar os (Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia
seus direitos; Ferroviária Federal, Polícias Civis, Polícia Militares e Corpos
expressar afeto e carinho por meio da escuta (saber de Bombeiros Militares); Ministério Público (justiça); CREAS
ouvir quando a criança necessita conversar); expressar (serviço especializado do Sistema de Assistência Social); SAE
sentimentos; oferecer apoio; contribuir na iniciativa de (Serviço de Atenção Especializada), entre outros meios.10
criação de saídas (estabelecer novos hábitos sem
REFERÊNCIAS https://www.tjdft.jus.br/informacoes/infancia-e-
juventude/publicacoes-textos-e-
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e adolescentes: conceitos-chave. Rev do 7. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas
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[Internet]. 2014;14:145–60. [acessado 2019 junho prática em serviço. Secretaria de Políticas de Saúde.
14]. Disponível em: Brasília: Ministério da Saúde, 2001. [recurso
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