Vacina

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Primeiro registro de vacina.

Edward Jenner nasceu em Berkeley, na Inglaterra, em 17 de maio de 1749.


Formou-se em medicina em Londres, e, em seguida, retornou a sua cidade natal, onde
realizou experimentos relativos à varíola, que, na época, era uma das doenças mais
temidas pela humanidade. A varíola matava cerca de 400 mil pessoas por ano.

Em 1789, ele começou a observar que as pessoas que ordenhavam vacas não
contraíam a varíola, desde que tivessem adquirido a forma animal da doença. O médico
extraiu o pus da mão de uma ordenhadora que havia contraído a varíola bovina e o
inoculou em um menino saudável, James Phipps, de oito anos, em 4 de maio de 1796. O
menino contraiu a doença de forma branda e, em seguida, ficou curado. 

Em 1º de julho, Jenner inoculou no mesmo menino líquido extraído de uma


pústula de varíola humana. James não contraiu a doença, o que significava que estava
imune à varíola. Estava descoberta a primeira vacina com vírus atenuado que, em dois
séculos, erradicaria a doença. Phipps foi o décimo sétimo caso descrito no primeiro
artigo de Jenner sobre vacinação, “Um Inquérito sobre as Causas e os Efeitos da Vacina
da Varíola”.

Quando relatou a sua experiência à Royal Society - a Academia de Ciências do


Reino Unido -, no ano seguinte, suas provas foram consideradas insuficientes. O médico
realizou novas inoculações em outras crianças, inclusive no próprio filho. Em 1798, o
seu trabalho foi reconhecido e publicado. Em um primeiro momento, sua pesquisa foi
ridicularizada, sendo denunciado como repulsivo o processo de infectar pessoas com
material colhido de animais doentes. No entanto, os benefícios da imunização logo se
tornaram evidentes.

Desenvolvimento das vacinas ao longo do tempo.

Desde as primeiras vacinas baseadas em patógenos, sejam eles bactérias ou


vírus, atenuados ou inativados, muito reativos e, em alguns casos, pouco eficientes, a
pesquisa vacinal moveu-se na direção de empregar frações cada vez menores desses
patógenos na busca de aumentar a segurança sem comprometimento da eficácia. Dessa
forma, é comum classificarmos as vacinas em três grandes grupos (ou gerações) em
razão das estratégias ou dos conceitos utilizados na preparação do princípio ativo, os
antígenos vacinais. As vacinas de primeira geração representam aquelas que empregam
na sua composição o agente patogênico na sua constituição completa, mas submetido a
tratamentos que levam à inativação ou à atenuação dos micro-organismos. Nessa
categoria, também deve ser destacada a estratégia em que micro-organismos não
patogênicos derivados de outros hospedeiros são utilizados como antígenos para vacinas
voltadas para o controle de doenças causadas por patógenos assemelhados. Essa
abordagem é bem exemplificada pelas vacinas da varíola, baseada em vírus vaccínia
isolados de bovinos, e da vacina contra a tuberculose que também emprega uma bactéria
originalmente obtida em bovinos, o Mycobacterium bovis (BCG).

A segunda geração surgiu com a noção de que, em alguns patógenos, a proteção


vacinal pode ser obtida após a indução de anticorpos voltados para um único alvo, como
uma toxina, responsável pelos sintomas da doença, ou açúcares de superfície que
permitem ao sistema imune do hospedeiro neutralizar e eliminar bactérias que de outra
forma se propagariam rapidamente antes de serem notadas por nossas principais linhas
de defesa imunológica. Nesse grupo, destacam-se vacinas acelulares que empregam
toxoides (toxinas purificadas e inativadas por tratamento químico), proteínas e
polissacarídeos purificados, como as antitetânicas, antidiftérica, hepatite B e as vacinas
voltadas para o controle da meningite meningocócica e da pneumonia.

A terceira geração de vacinas parte de um conceito inovador que a diferencia de


uma forma radical das outras gerações vacinais. Nessas vacinais, emprega-se a
informação genética do patógeno responsável pela codificação de proteínas que
representem antígenos relevantes para a proteção. Em geral chamadas de vacinas de
DNA ou gênicas, as vacinas de terceira geração foram descobertas de forma empírica no
começo da década de 1990 em testes inicialmente voltados para a pesquisa de terapias
genéticas em que se introduzem no hospedeiro genes que substituirão a informação
genética defeituosa originalmente presente no indivíduo.

O conceito vacinal surgiu da observação de que animais inoculados com


plasmídeos que transportam genes que são expressos em células tranfectadas, ou seja,
células em que o DNA injetado conseguiu penetrar as membranas citoplasmática e
nuclear e utilizar o maquinário enzimático necessário à transcrição e tradução,
produzem o antígeno, que irá desencadear uma série de respostas imunológicas como
anticorpos, fundamentais para garantir a proteção contra patógenos que circulam na
corrente sanguínea, células citotóxicas, com potencial de identificar e destruir células
infectadas mesmo na ausência de patógenos circulantes, e memória, fundamental para
um efeito profilático duradouro. Embora as perspectivas iniciais depositadas nas vacinas
de DNA tenham sido frustradas pela baixa imunogenicidade de diversas vacinas
submetidas a testes clínicos, os resultados indicam que essas vacinas podem ser
instrumentos excelentes para a ativação de respostas imunológicas citotóxicas e,
consequentemente, controle de patógenos de replicação intracelular como os vírus,
algumas bactérias e certos tipos de câncer.

Recentemente foi desenvolvido um novo procedimento para fabricação de


vacinas. As vacinas de RNA recombinante são constituídas por fragmentos de sequência
do material genético do RNA mensageiro (mRNA), o qual pode ser destinado para
codificar qualquer proteína viral, bacteriana ou parasitária. Sendo assim quando o
mRNA do vírus está dentro das células do hospedeiro são traduzidos em proteínas, as
quais induzem uma resposta imunológica ao organismo do hospedeiro. Ao passo que as
sequências de RNA/DNA sejam personalizadas, pesquisadores podem criar vacinas que
produzam praticamente qualquer proteína desejada.

Aplicações recentes.

As vacinas de RNA são uma tecnologia mais moderna, que ganhou bastante
visibilidade na pandemia. Pequenos fragmentos do código genético são injetados nas
células, que produzem proteínas virais. Isso “engana” o sistema de defesa, como se
fosse uma ameaça, gerando uma resposta imune. As vacinas da Moderna e da
Pfizer/BioNTech conta a covid-19 utilizam desse método.
https://estudogeral.sib.uc.pt/handle/10316/92983

https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/noticias/1738-conheca-a-historia-das-
vacinas

http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/semagrarias/article/viewFile/2925/2482

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