2 Apostila de Eletricidade

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Eletricidade

1 – Magnetismo
1.1 – História

As primeiras observações, que se tem notícia foram encontradas na Ásia, um distrito da Grécia antiga
denominada Magnésia. O nome dessa região deu origem ao termo magnetismo, usado para o estudo dos
fenômenos relacionados aos imãs.
O estudo dos imãs vem sendo feito há muito tempo, aproximadamente a 2000 anos atrás. Sabe-se que os
primeiros imãs, denominados imãs naturais são formados por um minério de ferro denominado magnetita.
Hoje em nossos dias a magnetiom está tão relacionado com a eletricidade, que podemos afirmar que a
eletricidade não seria a mesma se não houve-se magnetismo.

1.2 – Pólos de um imã

Uma das primeiras propriedades observadas nos imãs e que quando aproximado de pequenos objetos
(pregos, alfinetes, clipes) a atração dele e mais intensa em certas regiões denominadas pólos. Os pólos são
localizados nas extremidades, seja ele em forma de barra ou ferradura.
Suspendendo-se um imã em forma de barra, de modo que possa girar livremente em torno do seu centro
observa-se que ele se orienta na direção norte/sul da terra esta propriedade deu nome aos pólos do imã.

 Polo norte – Extremidade do imã que aponta para o norte geográfico terrestre.
 Polo sul – Extremidade do imã que aponta para o sul geográfico terrestre.

Sendo assim os imãs são usados na construção de bússolas que servem como orientação em navios,
aeronaves, etc...

1.3 – Força entre os pólos

Quando tentamos aproximar o polo norte de um imã do polo norte de outro imã, haverá uma força
magnética de repulsão entre eles. De igual modo também haverá força de repulsão entre dois pólos sul. Porém
entre o polo norte de um imã e polo sul de outro imã haverá força de atração. Concluímos então que pólos
magnéticos de mesmo nome se repelem e pólos magnéticos de nomes contrários se atraem.

S N N S
Repulsão

S N S N
Atração

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1.4 – Comportamento magnético terrestre

Como já vimos um imã suspenso orienta-se sempre na mesma direção geográfica terrestre. Isto ocorre por
que a terra se comporta como um grande imã. O campo magnético no espaço em torno dela é denominado
campo magnético terrestre que é o responsável pelo movimento da agulha das bússolas. Concluímos então
que o polo norte magnético esta localizado na região sul geográfica terrestre. O polo sul magnético esta
localizado na região norte geográfica terrestre.
Sm N

Campo magnético terrestre

S Nm

1.5 – Campo magnético

Como já vimos um imã tem a propriedade de orientar as agulhas magnéticas de uma bússola, dissemos
então que ele cria um campo magnético ao seu redor. A existência deste campo é comprovada quando uma
agulha magnética fica orientada ao ser colocado em qualquer ponto desse espaço. Essa orientação é devido a
ação de forças magnéticas que o imã exerce sobe a agulha.

1.6 – Linhas de indução

Para visualizar o campo magnético, traçamos na região onde ele existe um conjunto de linhas
denominados linhas de indução. Convencionou-se que essas linhas que não se cruzam, saem de um polo e
entram no outro, o sentido será norte/sul. Isto é saem do polo norte e entram no polo sul.

As linhas de indução saem do polo norte para o polo sul.


N S

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2 – Fenômenos eletromagnéticos
2.1 – Classificação das substâncias

A capacidade dos imãs de atrair outras substâncias é de fundamental importância ao estudo da


eletricidade, e foram classificadas com seque:

A – Diamagnéticos – São matérias que repelem suavemente as linhas de indução. Ex: zinco, prata, ouro,
chumbo, latão e cobre.

B – Transparentes – São matérias que não repelem nem atraem as linhas de indução. O campo magnético
passa através deles como se nada existisse. Ex: vidro, papel, madeira, borracha, plástico.

C – Paramagnéticos ou ferromagnéticos – São matérias que atraem fortemente as linhas do campo


magnético. Ex: ferro, níquel, cobalto e suas ligas etc...

Vemos então que é muito difícil bloquear ou interromper as linhas de força de um campo magnético,
porém é possível fazer que os campos magnéticos se reformulem e apresentem distorções, e até mesmo
blindar certas áreas do efeitos magnéticos.

N S

Materias ferromagnéticos

Podemos, agora, definir algumas grandezas de grande importância ao nosso estudo:

1 – Relutância – Chama-se relutância à oposição que um corpo apresenta ao ser atravessado pelas linhas
de força. A unidade fundamental é o Oersted, e é simbolizada pela letra R.

2 – Força magnetomotriz (f.m.m.) – Força que impele as linhas magnéticas, vencendo a relutância. A
unidade fundamental é o Gilbert, simbolizada pela letra F.

3 – Campo magnético – Representa a intensidade de linhas de força ou linhas de indução. A unidade


fundamental é o Gauss simbolizada pela letra grega  (Fi).

4 – Permeabilidade – É uma unidade de comparação de medidas. Mostra a facilidade com que um campo
magnético aparece em determinado material.

5 – Saturação – Quando um material magnético não está magnetizado, as suas moléculas estão em
desordem, isto é, em todas as direções. Ao ser aplicada uma força magnetizante, as suas moléculas vão se
orientando à medida que a força magnetizante for aumentando. Quando todas as moléculas tiverem sido
orientadas, e que não tenha mais moléculas em desordem, dizemos que o material atingiu a saturação.

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6 – Retentividade – É a propriedade que os matérias magnéticos possuem de conservar o magnetismo


mesmo após a retirada da força magnética. Também chamado de magnetismo remanescente ou residual.

2.2 – Porque uma substância se imanta?

Os elétrons, em um átomo, estão se movendo em torno do núcleo e em torno de seus próprios eixos.
Como eles possuem sinais contrários, cada átomo eqüivale a um pequeno imã ou agulha magnética
elementar.

+
Em um material não magnetizado, os imãs elementares estão orientados ao acaso, e os campos magnéticos
tendem a se anular, não apresentando nenhum efeito externo perceptível. Quando este material é colocado
dentro de um campo magnético, esse campo atua sobe os imãs elementares, tendendo a orienta-los. Os
campos magnéticos se reforçam, passando a apresentar efeitos externos. Dizemos que a substância esta
imantada ou magnetizada.

Aquecendo-se ou golpeando-se um imã ele pode perde, sua imantação, porque a orientação dos imãs
elementares se desfaz com o aumento da agitação térmica ou pelo efeito de vibração provocado pelos golpes.
É fácil perceber que se partimos um imã, cada parte passará a se comportar como um novo imã,
aparecendo em cada parte novos pólos. Está propriedade é denominada indivisibilidade dos pólos, isto é não
conseguimos obter um polo magnético isolado.

N S N S N S N S

2.3 – Experiência de Oersted

Sua experiência, tornou-se famosa, por alterar completamente a idéia que se tinha, de que eletricidade e
magnetismo não se relacionam.
Um fio retilíneo, colocado acima e bem próximo de uma agulha magnética (bússola), orientada livremente
na direção norte/sul. Fechando-se a chave e fazendo-se passar uma corrente no fio, a agulha se desvia,
tendendo a tomar uma direção perpendicular ao fio. Interrompendo-se o circuito, a agulha retorna a sua
posição inicial, isto é, orienta-se direção norte/sul.

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A A

S N S

Portanto, a corrente elétrica, atuou sobre a agulha magnética de maneira semelhante a um imã. A corrente
elétrica estabeleceu um campo magnético no espaço em torno dela. Concluímos então:
“Cargas elétricas em movimento (corrente elétrica) criam no espaço em torno delas, um campo
magnético”.
O campo magnético é diretamente proporcional a intensidade de corrente, isto é, quanto maior a
intensidade de corrente, maior a intensidade do campo magnético criado ao seu redor.

2.4 – Campo magnético de um condutor

consideremos um fio retilíneo, atravessado por uma corrente I é cortado por um plano perpendicular.
Colocando-se agulhas magnéticas (limalha de ferro) próximas ao condutor, será possível perceber as linhas de
indução circulares criadas pelo fluxo da corrente. Invertendo-se o sentido da corrente elétrica verifica-se que
as linhas de indução continuam a apresentar a mesma forma porém em sentido contrário ao anterior. Um
método prático para se determinar as direções das linhas de força chama-se regra da mão direita. Segura-se o
condutor com a mão direita. O polegar apontando no sentido da corrente. Os demais dedos estarão
envolvendo o condutor na direção das linhas de força do campo magnético.

I I

2.5 – Campo de um solenóide

uma bobina ou solenóide é formada por um fio enrolado, tomando a forma cilíndrica. Cada umas das
voltas do fio e denominada inspira. Ligando-se as extremidades do fio a uma bateria, a corrente elétrica cria
no interior e exterior da bobina um campo magnético. Invertendo-se o sentido da corrente observa-se que as
linhas de indução também mudam de sentido. Pode-se determinar este sentido também pela regra da mão
direita.

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2.6 – Eletroimã

Chama-se eletroimã a combinação de um núcleo de ferro doce colocado no interior de uma bobina. O
núcleo do ferro evita que haja dissipação das linhas de força e portanto uma maior concentração magnética no
núcleo.
As extremidades do eletroimã possui as mesmas características que um imã em barra. O eletroimã é
portanto um imã obtido por meio da corrente elétrica.

2.7 – Aplicação do eletroimã

Bobinas, reles ou chave contactoras, alto-falantes.

3 – Campo magnético e corrente elétrica


3.1 – Força magnética sobre um condutor

Suponha que um fio condutor de cobre seja colocado entre os pólos de um imã, isto é, o condutor está
mergulhado no campo, magnético desse imã. Se não há corrente elétrica no fio de cobre, verifica-se que o
campo magnético não exerce nenhuma ação sobre o condutor.
Se o fio ligado a uma fonte de tensão, de modo que uma corrente elétrica seja estabelecida no sentido da
figura, imediatamente o fio, sofrerá um deslocamento para cima.

S N

Isso indica que sobre ele atuou uma força magnética, perpendicular ao fio e dirigida para cima se os
sentido da corrente no fio for invertida, observaremos que a força magnética continuará a atuar
perpendicularmente ao fio, mas em sentido contrário ao anterior isto é, dirigida para baixo.
Observa-se ainda, que o sentido da força no fio é invertido quando invertemos as posições dos pólos norte
e sul do imã. Podemos concluir, então, o princípio fundamental do eletromagnetismo:
“Um campo magnético é criado por cargas elétricas em movimento, e esse campo, somente atua em outras
cargas elétricas, exercendo forças sobre elas se essas cargas também estiverem em movimento”.

3.2 – Direção e sentido da força magnética

A direção e o sentido da força que atua em um condutor, percorrido por uma corrente elétrica I, colocado
em um campo magnético, podem ser determinados facilmente, por meio de uma regra prática denominada,
regra do “empurrão da mão direita”.

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Abra a mão direita com o polegar aberto e os demais dedos unidos. O polegar deve apontar na direção e
sentido da corrente no fio, e os demais dedos na direção e sentido das linhas de indução do campo magnético.
Com a mão assim disposta, imagine que você a use para dar um empurrão. A direção e sentido desse
empurrão, indicam a direção e sentido da força magnética que atua no fio.

3.3 – Motor de corrente contínua

Essa força magnética que estamos analisando, é usada para fazer funcionar um grande numero de
aparelhos elétricos, motores e medidores de uso tão freqüente.
Vamos descrever o funcionamento de um motor de corrente contínua, acionada por pilhas e baterias. Para
intendermos o seu funcionamento, examinamos a figura abaixo:

F1
B

A S
I

I D

F2

Um fio dobrado em forma de retângulo, isto é uma espira retangular, A, B, C, D. essa espira é colocada
dentro de um campo magnético criado por um imã (ou eletroimã), entre seus pólos. A espira é ligada a uma
bateria que lhe fornece uma corrente I. A ligação é feita por um contato móvel denominado escovas
(geralmente usa-se o carvão). Encostados em um dispositivo chamado comutador.
Usando a regra do empurrão podemos verificar que o lado A B da espira fica sujeito a ação de uma força
F1 dirigida para cima. O lado C D, pela mesma regra ficará submetido a uma força F 2 dirigida para baixo, de
mesma intensidade que F1. É fácil perceber que essas duas forças farão a espira girar no sentido mostrado na
figura.
Como o comutador está apenas encostado nas escovas, e preso nas espiras, ele gira junto com ela. Após
meia volta o lado A B está ocupando a posição C D e vice-versa é, assim as forças magnéticas continuarão a
atuar sobre as esferas, fazendo com que ela permaneça em rotação.
Para aumentar a potência do motor e tornar sua rotação mais uniforme, em lugar de um única espira
costuma-se usar um conjunto delas.

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4 – Indução eletromagnética

A experiência de Orestede demonstrou que uma corrente elétrica cria uma campo magnético no espaço em
torno dela.
Os cientistas passaram então, a pesquisar a possibilidade do efeito inverso, isto é, obter corrente elétrica a
partir de ações exercidas por campos magnéticos.
Por volta de 1830. O físico M. Foraday conseguiu verificar que isto era possível e em que condições.

4.1 – Corrente induzida

A importante descoberta de Foraday pode ser entendida analisando-se a figura abaixo:

N
A
A
A figura acima mostra um imã colocado no interior de um solenóide, cuja as extremidades estão ligadas
em um amperímetro. Foraday observou que se o imã é mantido em repouso (em relação a bobina) o
amperímetro não indica passagem de corrente.
Quando o imã e posto em movimento, afastando-se da bobina (sentido de A) o amperímetro
imediatamente acusa a passagem de corrente nas bobinas do solenóide. Se o movimento do imã for
interrompido, a corrente novamente deixará de circular.
Colocando-se o imã de novo em movimento agora no sentido de B o amperímetro volta a indicar presença
de corrente nas espiras, porém agora em sentido contrário ao anterior.
Os mesmos efeitos são observados se o imã for mantido fixo e a bobina em movimento.
Assim, Foraday comprovou que é possível obter corrente elétrica a partir dos efeitos magnéticos.
Este fenômeno é denominado indução eletromagnética e a corrente assim estabelecida e chamada de
corrente induzida.

4.2 Fluxo magnético

O fluxo magnético através de uma superfície e tanto maior quanto maior for o numero de linhas de
indução que atravessam (furam) essa superfície.
Deve-se observar que quando uma superfície e colocada em um campo magnético de valor fixo, o valor do
fluxo magnético através dela sofrerá variações em função da sua posição em relação as linhas de indução.
Quando a superfície e perpendicular as linhas de indução, temos um fluxo magnético máximo através dela
(o maior numero possível de linhas furando a superfície).

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Porém, ao girarmos a superfície, vemos que o numero de linhas que passa através dela diminui
gradativamente até que atinge a posição paralela as linhas de indução e então nenhuma linha magnética
passará por ela. Teremos fluxo magnético zero.
Evidentemente se continuaremos a girar a superfície o fluxo magnético continuará a sofrer variações,
sendo seu valor hora aumentada hora diminuída.

4.3 – Lei de Foraday

Foraday concluiu que o aparecimento da corrente induzida em um circuito, está relacionado com a
variação de fluxo magnético através desse circuito. Sintetizou suas observações em uma lei que se tornou um
dos princípios fundamentais do eletromagnetismo: “Sempre que ocorrer uma variação do fluxo magnético
através de um circuito fechado será estabelecida neste circuito uma corrente induzida. Quando o fluxo esta
aumentando, a corrente tem sentido contrário ao que ele apresenta quando o fluxo está diminuindo”.

4.4 – Gerador de corrente alternada

A lei de Foraday, além de ser um principio fundamental ao eletromagnetismo, causou uma revolução
tecnológica no uso e produção da energia elétrica.
Antes da descoberta, a única maneira de se obter energia era por meio de pilhas e baterias que fornecem
apenas quantidades relativamente pequenas de energia.
Basicamente um gerador e constituído por um imã fixo e por uma espira colocada entre os pólos desse
imã. A conexão da espira com circuito que ela vai alimentar e feita por meio de escovas que fazem contato
com anéis ligados as extremidades das espiras.
A espira está portanto mergulhada em campo magnético, e quando posta em rotação à uma variação do
fluxo magnético através dela. Essa variação de fluxo magnético faz com que se estabeleça uma corrente
induzida na espira, que passa ao circuito através das escovas com o movimento de rotação continuado da
espira, o fluxo estará hora aumentando hora diminuindo, e assim a corrente induzida terá periodicamente seu
sentido invertido.
A corrente gerada por esse dispositivo é uma corrente alternada. Por isso ele é chamado de gerador de
corrente alternada ou alternador. Observe que o alternador transforma energia mecânica, usada para manter a
rotação da espira em energia elétrica que é fornecida ao circuito.
Durante uma volta completa dessa espira isto é um ciclo de rotação, a corrente gerada tem hora um
sentido, hora sentido contrário, sofrendo também variações de intensidade (o brilho de uma lâmpada, por
exemplo acompanha essas flutuações). A freqüência dessas oscilações é bastante elevada (50 ou 60 ciclos por
segundo), nossos olhos não conseguem perceber as flutuações de intensidade do brilho da lâmpada que parece
possuir incandescência uniforme.
Em cada volta completa da espira dentro do campo magnético, a corrente induzida inverte seu sentido
duas vezes.

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4.5 – O transformador

Enrolamento primário

Enrolamento secundário

A energia elétrica e fornecida pelas companhias geradoras em corrente de alta tensão, para reduzir perdas
nas linhas de transmissão. Este procedimento é adotado pela facilidade que temos de diminuir ou aumentar a
tensão da corrente alternada, usando um dispositivo chamado transformador. O transformador consiste
basicamente de três itens:

1º - Um núcleo de ferro com baixa relutância.

2º - Uma bobina enrolada em torno do núcleo de ferro, chamada enrolamento primário. Essa bobina será
ligada a fonte de tensão que desejamos transformar (elevar ou abaixar a tensão).

3º - Uma outra bobina, também enrolada em torno do núcleo, denominada enrolamento secundário que
receberá por indução a energia do enrolamento primário.
Quando a corrente alternada e estabelecida na bobina do primário, o núcleo se imanta criando um campo
magnético variável cuja as linhas passam através do secundário.
A variação do fluxo magnético faz surgir no enrolamento secundário uma corrente induzida. Por esse
motivo, só podemos usar o transformador com corrente alternada, se o enrolamento primário for ligado a uma
fonte de corrente continua, não haverá variação de fluxo magnético no secundário e consequentemente não
haverá corrente induzida.
As tensões no primário e secundário, bem como o numero de espiras obedece a seguinte relação.

E2 = N2 E1 – tensão no primário
E1 N1 E2 – tensão no secundário
N1 – nº de espiras no primário
N2 – nº de espiras no secundário

Concluímos então que:

Se N2 > N1, temos E2 > E1,  Transformador elevador de tensão


Se N2 < N1, temos E2 < E1,  Transformador abaixador de tensão

4.5.1 – Perdas nos transformadores

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Não é possível construir um transformador com grau de eficiência 100%.


Algumas perdas devem ser consideradas:

1º - Nem todas as linhas de indução do campo magnético criado pelo primário cortam o enrolamento
secundário. Uma certa quantidade vaza do circuito magnético.

2º - Parte da energia desenvolvida no primário é usada para magnetizar o núcleo. Esta perde é denominada
“perdas do ferro”. Para reduzi-la usa-se o núcleo em camadas laminadas.

3º - Também deve ser considerada a perda causada pela resistência dos enrolamento das bobinas. São as
chamadas “perdas do cobre”.

4.5.2 – Potência nos transformadores

Um transformador não adiciona nenhuma eletricidade ao circuito, meramente modifica ou transforma a


existente de uma tensão em outra.
A quantidade total de energia permanece a mesma.
Um aumento na tensão, resulta numa diminuição da corrente e vice-versa, pois:

P = E.I

Não pode haver maior potência no secundário do que no primário. O produto deve permanecer constante.

4.6 – Circuitos retificadores

Comumente nas aeronaves o transformador é usada acoplada a um circuito retificador. A finalidade do


circuito retificador é a mudança de corrente alternada (C. A) para corrente contínua (C.C) pela limitação da
direção do fluxo de corrente.
O componente básico de um dispositivo retificador é o diodo há muitos tipos utilizados atualmente, porém
as mais impregadas na industria são os diodos de cobre, e o óxido de cobre e os de ferro e selênio.
O diodo permite a passagem de corrente numa única direção. É formado de discos de cobre e óxido de
cobre prensados juntos formando uma unidade compacta.

Cobre Óxido de cobre Selênio Ferro

Sentido da corrente elétrica convencional

A corrente flui mas prontamente do óxido de cobre para o cobre do que do cobre para o óxido de cobre.
Se o diodo por de ferro selênio, de igual modo os discos prensados formaram uma unidade compacta e a
corrente fluirá do ferro para o selênio. A representação gráfica do diodo nos circuitos elétricos e feito da
seguinte maneira:
Corrente convencional

Para os circuitos retificadores podemos Ter três tipos:

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A – Retificador de meia onda – Coloca-se um diodo em série com a fonte de força de corrente alternada.
Neste tipo de retificador apenas metade do pulso C.A é aproveitado pela carga que recebe corrente em apenas
uma direção.

~ CARGA

TRAFO (transformador)

B – Retificador de onda completa – Os transformadores usados em circuitos retificadores de onda


completa devem possuir uma derivação central chamada “Center tape”, afim de completar o caminho para o
fluxo de corrente.

~ CARGA

TRAFO (transformador)

C – Circuito de ponte retificadores – Neste processo não requer que o transformador possua “Center tape”.
Porém são adicionados mais dois diodos ao circuito, totalizando quatro diodos.

~ CARGA

TRAFO (transformador)

5 – Comparação ente C.C e C.A

A corrente alternada (C.A) tem substituído largamente a corrente contínua (C.C) nos sistemas de energia
comercial. Pode ser transmitido a longas distâncias mais rápidas e economicamente do que a C.C, já que as
tensões de C.A podem ser aumentadas ou diminuídas pelos transformadores.
Nas aeronaves, a demanda de energia é tal que consideráveis vantagens podem ser obtidas pelo uso de
C.A peso e espaço podem ser economizados, pois os equipamentos de C.A são menores e mais simples que os
de C.C.
A maior parte das aeronaves usando sistema C.C em 24 volts, tem equipamentos específicos que requerem
certa quantidade de energia em C.A com 400 ciclos.

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Muitas das principais, características e efeitos da C.A, são similares aos do C.C trataremos a seguir das
diferenças básicas.
A C.C flui constantemente numa única direção com a polaridade constante. Modifica a intensidade
somente quando o circuito é aberto ou fechado.
A C.A muda de direção a intervalos regulares,

C.C C.A

t 180º 270º 360º

0 90º

1 Ciclo

Isto é, aumento de valor, de zero até a intensidade máxima positiva, retornando a zero e, em sentido
contrario, aumento até a intensidade máxima negativa e retorna a zero novamente.

5.1 – valores da corrente e tensão alternada

Existem três tipos de valores que precisam ser considerados:

A – Instantâneo – É aquele que estiver acontecendo no instante considerado. A onda senoidal é uma série
desses valores instantâneos.

B – Máximo – Os valores máximos só ocorrem a 90º (valor máximo positivo) e 270º (valor máximo
negativo). O valor máximo é o valor instantâneo a 90º e 270º.

C – Efetivo – É o valor quando a espira atinge posição de 45º. É um valor mais baixo que o máximo,
sendo igual a 0,707 vezes o valor máximo. (COS 45º = 2 = 0,707).
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Na prática em se tratando de C.A, quaisquer valores dados para corrente e tensão, são entendidos como
valores efetivos, a não ser especificado em contrário voltímetros e amperímetros de C.A medem o valor
efetivo.
Em circuitos de C.A, onde a tensão é efetiva (voltímetro) e a corrente também é efetivo (amperímetro) o
produto será potência aparente. Quando o circuito é puramente resistivo, a potência aparente é igual a
potência real.

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5.2 – Ciclo e freqüência

Sempre que a tensão e corrente passam por uma série de mudanças, retorna ao ponto de partida e então,
reinicia a mesma série de mudanças, é chamada ciclo. O ciclo é representado pelo símbolo: (~).
O numero de vezes em que cada ciclo ocorre num período de tempo é chamado freqüência. A freqüência
de uma corrente elétrica indica o numero de vezes que o ciclo se repete em 1 segundo.
Num gerador, a voltagem e corrente passam por um ciclo completa de valores, cada vez que um
enrolamento passa sob o polo norte e sul do imã. Podemos expressar a freqüência em equação:

F = P.Rpm F - Freqüência
2.60 P - nº de pólos
Rpm - Rotações por minuto

EX: Calcule a freqüência de um gerador de 4 pólos com uma rotação do induzido de 1800 Rpm

F = 4.1800 = 60 c.p.s (ciclos por segundo) = 60 hertz (Hz)


2.60

A tensão e corrente em um circuito C.A, possuem ambas o traçado de uma onda senoidal e tem uma
característica chamada fase.
Num circuito alimentado por um alternador, deve haver uma certa relação de fase entre voltagem e
corrente para que o circuito seja eficiente.
A condição de fase é quando as duas ondas senoides passam por 0º e 180º simultaneamente. Os valores de
pico (magnitudes) são atingidas ao mesmo tempo, mesmo que não sejam iguais.
Quando as ondas senoides passam por 0º e 180º em tempos diferentes, existe uma condição chamada fora
de fase.

Tensão Tensão

Corrente Corrente

270º 180º

0 90º 360º 0 90º


150º

A condição fora da fase é indicada pela diferença de graus elétricos. Existentes entre os picos
correspondentes das ondas senoidais. No exemplo da figura, a tensão e corrente estão 30º fora da fase.

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5.3 – Indutância

A indutância, ou auto-indução, só existe em circuitos C.A. Recordaremos algumas verdades vistas


anteriormente.

1º - Se houver uma variação do campo magnético, nas proximidades de um condutor, teremos nesse
condutor uma corrente induzida (f.e.m).
Quando a corrente elétrica circula em uma condutor, ele cria um campo magnético proporcional a
intensidade de corrente.
Quando um fio condutor é percorrido por uma C.A há, então, uma expansão e um colapso do campo
magnético ao seu redor.
Se esse condutor for enrolado em forma de bobina, teremos então a indução de f.e.m. de uma espira na
outra, provocada pela variação do campo magnético.
A variação do campo magnético em uma espira, provoca indução de corrente na espira seguinte, e teremos
então uma f.c.e.m. opondo-se a passagem da corrente. Chamamos a isto reatância indutiva.
A reatância indutiva ou indutância em um circuito, provoca atraso na corrente, evitando que ela atinja seu
valor de pico junto a tensão.
A indutância se opõe a qualquer variação da corrente. Ao introduzirmos um núcleo de ferro na bobina,
aumentamos a sua indutância. A corrente demorará mais tempo para atingir seu valor máximo. Ao
desligarmos um interruptor do circuito, solta entre seus contatos, uma centelha maior.
Para reduzir a indutância de uma bobina, basta inserir um núcleo de cobre.
O símbolo da indutância é “L” e sua unidade de medida básica é o Heury (H).

5.4 – Reatância capacitiva (capacitância)

Um capacitor, também chamado de condensador, é um dispositivo usado para armazenar cargas elétricas.
Constitui-se basicamente de duas placas de metal separadas por um isolante (dielétricos). Quando
fechamos o Circuito através de uma chave, os elétrons carregam as placas. A movimentação de cargas cessará
quando a tensão for igual a da fonte. Ao ligarmos um condensador a um circuito de corrente alternada as
cargas existentes nas placas modificam-se a todo instante, isto é, movimentam-se hora em um sentido hora em
sentido contrário. Embora não haja fluxo de corrente através das placas do capacitor, ela flui no restante do
circuito. Este movimento de elétrons em torno das placas se opõe a qualquer variação de voltagem. Portanto
um efeito produzido por um capacitor e exatamente oposto ao efeito produzido pela bobina. Num circuito
capacitivo a corrente esta avançada em relação a voltagem. A unidade de capacitância e o Farad. Sendo uma
unidade muito grande, usa-se com freqüência o F (microfarad).

+++++
------

~ CARGA

+ ++ + + +
-------

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6 – Instrumentos de medição
6.1 – Tipos de instrumentos

A – Bobina móvel – Quando o instrumento é conectado ao circuito uma corrente flui através da bobina
criando um campo de mesma polaridade que o imã permanente. A interação entre os dois campos causa a
rotação da bobina para a posição de equilíbrio. Como o campo magnético criado na bobina é proporcional a
corrente nela circulante, um ponteiro fixado na bobina indicará o valor da corrente. Este tipo de instrumento
só pode ser utilizado com corrente contínua (C.C). Respeitando a polaridade.

N S

-
+

B – Ferro móvel – Consiste de duas peças de ferro doce colocadas dentro do campo magnético de uma
bobina, sendo uma delas fixa e a outra móvel ao passar uma corrente pela bobina, cria um campo magnético
que imanta os dois pedaços de ferro com polaridades iguais e por isso tendem a se repelir. O ferro móvel
desloca-se proporcionalmente ao campo magnético da bobina. O movimento cessa quando equilíbrio pela
força da mola. Este instrumento pode ser usado tanto em corrente contínua quanto em corrente alternada.

C – Fio quente – Trata-se de um fio esticado sob tensão entre os bornes do instrumento. Quando uma
corrente circula pelo instrumento, o fio se aquece e dilata causando o movimento do ponteiro. Os
instrumentos desse tipo podem ser usado em corrente contínua e corrente alternada. Por não possuir uma
exatidão satisfatória, e muito utilizado em instrumentos de baixo preço.

D – Par termoelérico (termopar) – Trata-se de uma variante do medidor de bobina móvel, Quando dois
metais diferentes são soldados juntos e esta junção é aquecida, surge uma tensão C.C entre seus terminais.
Isto ocorre porque dois metais soldados operam como gerador de uma força eletromotriz (f.e.m.) que é
proporcional ao aquecimento. Em alguns instrumentos esta junção é aquecida eletricamente pela passagem de
corrente. Este tipo de instrumento pode ser usado tanto em C.C como em C.A.

E – Eletro-dinamométrico – Seu funcionamento e idêntico ao de bobina ao de bobina móvel, diferindo


apenas por não possuir imã permanente, que foi substituído por uma bobina. Ao circular uma corrente, serão
formados dois campos magnéticos um fixo e o outro móvel, com a mesma polaridade que tenderão a se
afastar deslocando o ponteiro. Pode ser usado tanto em corrente contínua como em corrente alternada. Tem
seu campo de aplicação na função de wattímetros.

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Eletricidade

6.2 – Aplicação dos instrumentos


6.2.1 – Amperímetro

É o instrumento que mede corrente circulante. O mais utilizado e o bobina móvel. Sempre conectar o
amperímetro em série com o elemento o qual a corrente será medida. Nunca conectar o amperímetro em uma
fonte de tensão. A resistência de um amperímetro e extremamente baixa, principalmente nas faixas mais altas.
Observar a polaridade correta ao conectar o instrumento.

6.2.2 – Voltímetro

O voltímetro deve ser ligado em paralelo com a fonte de tensão. Para transformar o amperímetro em
voltímetro, basta colocar uma resistência em série com a bobina do medidor e medir a corrente que flui
através dela.
Os voltímetros para C.C necessitam que se observe rigorosamente a polaridade.

6.2.3 – Ohmímetro

Ao colocarmos uma fonte de tensão (bateria) no circuito do voltímetro obtemos o ohmímetro ou ohmíter.
Neste instrumento não existe polaridade, uma vez que e dada pela fonte de tensão interna.
O ohmímetro também é bastante usada para testar continuidade. Sua fonte de tensão interna proporciona a
energia é mede a corrente que está fluindo. Nunca medir resistência conectada num circuito com fonte de
tensão.

6.2.4 – Multimetro

É a reunião de vários circuitos medidores em um único instrumento. Basta mudar a posição da chave
seletora e/ou as posições das pontas de prova, dependendo do modelo e fabricante.

6.2.5 – Galvanómetro

É um aparelho idêntico ao amperímetro, diferindo apenas por indicar o sentido da corrente, isto é além de
medir o seu valor mostra a polaridade.

6.2.6 – Megômetro

É um ohmímetro para medição de valores elevados de resistência, isto é possui a capacidade de medir
resistência com alto potencial. É um teste de isolação.

6.2.7 – Wattímetro

É o aparelho usado para medir potência. O tipo de aparelho ideal é o eletrodinamometrico. Como a
potência elétrica e o produto de tensão e corrente, a bobina móvel forma o elemento de voltagem e a bobina

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Eletricidade

fixa o elemento de corrente. O efeito e como se a voltagem e a corrente aplicadas a carga fossem
multiplicadas juntas.

6.3 – Amortecimento

Principalmente nos instrumentos de precisão emprega-se o sistema de amortecimento para evitar


oscilações indesejáveis. Um dos sistemas mais utilizados consta de uma caixa com uma paleta presa ao eixo
do ponteiro. A folga entre a paleta e a câmara é muito pequena. A resistência do ar faz com que somente os
movimentos efetivos sejam transmitidos ao ponteiro

6.4 – Extensão da faixa (Shunt)

Qualquer aparelho seja ele voltímetro ou amperímetro pode Ter sua faixa de leitura ampliada. Para isto
basta que se coloque um resistor em seu circuito (resistor shunt). Num amperímetro o resistor shunt deverá ser
ligado em paralelo com o instrumento e o no voltímetro deverá estar em série com o instrumento uma chave
seletora, indicará a escala apropriada para o valor da leitura os resistores usados como shunt. São de precisão
elevada, normalmente 1%.

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