Laudo Complementar-Word

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUJIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA

COMARCA DE BENTO GONÇALVES

PROCESSO Nº 5000505-46.2011.8.21.0005
Objeto: se manifestar sobre impugnação apresentada mantendo-se as conclusões do laudo
pericial apresentado às fls

CONCEIÇÃO DEROMAR KRUSSER, Eng. Agrônomo, CREA 66.822, brasileiro, em união


estável, CPF 194.586.309/91, residente e domiciliado na Av. Coronel Honório Carvalho,
1280, vem, perante Vossa Excelência, manifestar-se novamente sobre o laudo pericial e sua
impugnação:

BREVE ANÁLISE DOS AUTOS:


Trata-se de AÇÃO REIVINDICATÓRIA DE POSSE CUMULADA COM
INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS, ajuizada por ENIO TRINDADE DE
OLIVEIRA em 12 de novembro de 2011 em face de AIRTON JOSE DE BONA. Como
anteriormente já informado para a Eminente Juíza (evento 50), o trâmite processual foi
conturbado pelas partes desde o início da ação, desrespeitando o regular andamento
processual.
Ademais, quando da determinação de realização de perícia judicial, página 198 da
parte 1 do processo digitalizado, em 05 de novembro de 2013, a aceitação da prestação do
serviço de perícia judicial foi reiteradamente negada por parte de diversos profissionais, como
se corrobora da simples análise dos autos.
Nada obstante, este perito foi indicado em março de 2017 e ainda, por questões
processuais, como negociação do preço do serviço e elaboração de quesitos a serem
respondidos, a realização da perícia aconteceu somente em 2018 (que conste, 42
questionamentos e somente por Enio, todos respondidos na primeira manifestação deste
perito).
AIRTON JOSE DE BONA impugnou o laudo pericial com fundamento de que
aconteceu sem a presença das partes, o que invalidaria a análise do perito. Foi solicitado a
elaboração de laudo complementar para esclarecimentos de questões adicionais, determinada
para dia 14 de setembro de 2019. Neste momento, é necessária retificação de minha parte pois
quando disse que não haviam comparecido, estava me referindo a primeira perícia.
Na perícia complementar as partes e seus procuradores de fato compareceram in loco
para realização da perícia complementar. Nada obstante, discutiram e conturbaram a atuação
do perito, com ofensas mútuas e só não ocorreram fatos mais graves porque houve a
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS. Mesmo passo em que NENHUM DOS
APONTAMENTOS FEITOS NAQUELE MOMENTO PELA PARTE RÉ, (que não
esteve presente na primeira pericia) MODIFICA A CONVICÇÃO DA ANÁLISE
INICIAL APRESENTADA.
Ato contínuo, a parte ré mantém o posicionamento sobre a invalidade da autuação
deste perito, que, pelo exposto, manifesta-se:
Não é de responsabilidade do perito judicial elaborar os quesitos judiciais a serem
respondidos, pois deve-se limitar-se ao que intimado a responder. E respondeu de forma clara
a todos os quesitos apresentados.
Este perito de forma derradeira REITERA as conclusões já lançadas, e a impugnação
apresentada não se presta a mudar as conclusões técnicas lançadas pelo perito.
Ainda, diferentemente do que alega a parte ALCIDES BUTELLI E OUTROS em
petição evento 39, até mesmo essa afirmação da parte não os socorre pois não é verdadeira a
afirmação de que o perito “ .... deixando de analisar pontos importantes e decisivos como os
marcos e divisas antigas que constam na propriedade. “
Explica nas respostas aos quesitos apresentados:

a) Este perito respondeu ao primeiro quesito afirmando que esteve na área objeto do
levantamento pericial;
b) Afirmou posteriormente que vistoriou a área;
c) Respondendo ao terceiro quesito, deixou claro de que houve desmatamento recente
(em torno de 6 anos antes da vistoria da área) e anexou fotos.
d) Afirmou ainda respondendo ao quarto quesito de que aos fundos da área delimitada
pelo mapa de fls 67 houve desmatamento de mata nativa.
e) Quando este perito respondeu ao quesito 5 afirmou categoricamente de que houve
“destocamento e raízes que estão entre a área esbulhada e a nova cerca colocada
por Ênio, eis que o perito pode afirmar que as raízes e galhos resultado do
destocamento foi empurrada com o firme propósito de limpar e aumentar a área dos
demandados, para que ali houvesse plantio de novas culturas.
f) Na resposta ao sexto quesito esclareceu que a cerca existente entre a área esbulhada
demonstrada no mapa de fls. 67 e a área restante do Sr. Enio Trindade seria recente.
g) Também informou no sétimo quesito respondido que a cerca nos fundos da
propriedade em que pese ser recente estavam fixadas em moirões antigos,
contemporâneos e longitudinalmente, instalados como os moirões do lado esquerdo
de quem vê a propriedade de frente os quais são cinquentenários – reafirmando
assim as conclusões de que houve esbulho praticado contra o Sr. Enio conforme
fotos;
h) Na resposta ao oitavo quesito esse perito afirma que houve plantação de novas
culturas (pêssego e ameixa) cuja datação é em torno de 5 anos confirmando o
esbulho praticado contra o Sr. Ênio aos fundos da propriedade descrita no mapa de
fls 67, reafirmando que a terra foi preparada em torno de 7 anos pois os pomares
tem em torno de a 5 anos de existência;
i) Seguiram-se respostas aos quesitos até que na resposta ao quesito 11 este perito
afirma categoricamente de que a área ocupada pela parte demandada integra a
propriedade do autor e está descrita na matrícula 18.122 do RI e que as medidas
encontradas por este perito acompanhada pelo assistente técnico do demandado
confirmam as medidas do mapa da prefeitura da 10/06/2011 cuja foto 0771 está nos
autos.
j) Este perito também esclareceu ao Juízo de que para implantação das culturas na
área de Enio, os demandados não desviaram o curso de um córrego, contudo
utiliza-se de água de uma vertente pertencente e localizado dentro da propriedade-
área de Enio conforme mapa fls 67 (triângulo lateral);
k) Este perito informou ainda que o açude ao lado direito de quem vê a propriedade de
frente está situado na área de Enio trindade de Oliveira na matrícula 18122 do RI.
l) Este perito afirmou ainda que, para aumentar a propriedade dos demandados em
detrimento da área de Enio e no intuito de aumentar a área dos demandados estes
empurraram (deslocaram) pedras da propriedade de Alcides Buttelli. As pedras
foram retiradas para limpeza da propriedade de Alcides Butelli e colocadas
longitudinalmente na divisa entre as propriedades porém dentro da área pertencente
ao Sr. Enio configurando de forma inquestionável o esbulho praticado contra Enio
Trindade de Oliveira.
m) Respondendo ao quesito número 16, este perito afirma que houve deslocamento da
cerca, cuja data remonta uns 5 a 7 anos, sendo que houve deslocamento de cerca
partindo de zero de frente a fundos e terminando em 642m em direção aos fundos,
sendo que nos fundos mede aproximadamente 20 metros, formando um triângulo
descrito no mapa de fls.67.
n) Ao responder ao quesito sobre a possibilidade de identificar visualmente o tipo de
vegetação existente na propriedade de Enio e na propriedade dos réus Alcides, José
Mário e Airton De Bona este perito respondeu que a área remanescente de Enio é
coberta por mata nativa, já a área nos fundos que - objeto do litígio/perícia - tem
plantação de cultura recente., pelo que se vê nas medições é parte da área descrita
na matrícula 18.122.
o) Na resposta ao quesito dezoito, este perito afirma que nos fundos da propriedade
existe plantação recente de pomar de pêssegos e ameixas.
p) Respondendo ao quesito dezenove este perito deixa claro que, as cercas colocadas
ao fundo, são recentes e é possível afirmar que a datação das cercas coincidem
com a datação das culturas existentes.
q) Esclarecendo o objetivo da perícia que é dar subsídios ao Julgador para tomar a
decisão mais justa, reafirmei a implantação do pomar de pêssegos e ameixas por
serem recentes também conclui que a posse dos réus, em conjunto com outros
indicativos tais como cercas, moirões, deslocamento de pedras e destocamento -
tudo indica que a posse dos réus é recente.
r) Nas respostas constantes no laudo já apresentado, esclareci que as cercas novas no
final a propriedade do Sr. Ênio, moirões extemporâneos nos fundos e na linha
divisória lateral, sinais recentes de desmatamento, plantação de mudas de pêssegos
e ameixas - tudo indica que a posse dos demandados é recente e inferior a sete
anos.
s) Respondi também ao quesito 21 afirmando que a área objeto de ação de usucapião
é área integrante da matrícula 18122 e pertence ao Sr. Enio e que esta área é a
mesma objeto da perícia realizada.
t) Ao responder ao quesito 22 esclareci também que a área do Sr. Ênio é menor,
porque houve esbulho já demonstrado nas respostas aos quesitos citados
anteriormente.
u) Também respondi que as duas áreas indicadas no mapa de fls 67 como esbulhadas
estão dentro da matrícula 18.122;
v) Quando respondi ao quesito 25 conclui que as cercas lateral e de fundos foram
deslocadas para aumentar a área de cultivo dos réus, diminuindo a área do Sr. Enio
pois percebe-se que as cercas foram deslocadas como indicado no mapa de fls. 67
com o a finalidade de aumentar a área cultivável dos confrontantes Sr. Alcides
Butelli;
w) Ao responder o quesito 26 conclui que houve esbulho e este era o objetivo da
perícia realizada. Informei que houve esbulho e que o esbulho praticado pelos réus
data mais ou menos 6 anos confirmado pelas recentes culturas implantadas na área
esbulhada.
x) Quando este perito respondeu ao quesito 39 afirmei, após concluir que houve
esbulho, que se Enio for reintegrado, na área apossada pelos réus, o imóvel do
autor Enio ficará com as medidas descritas na matrícula 18122.
y) Ao final esclareci com a finalidade de subsidiar o Douto Magistrado, que . os
limites e outros dados para a realização da perícia estão indicados nos mapas que
estão nos autos; limites também foram indicados pelo Assistente técnico, indicado
pelo Sr. Ênio, Eng° Matheus Somensi que compareceu no momento da realização
do exame pericial;
z) A partir das informações dos autos e com a finalidade de comprovar o esbulho
reclamado pelo Sr. Enio, identifiquei as confrontações e limites constantes da
descrição da matrícula 18.122. Delimitei a área constante da matrícula 18.122,
porém constatei que parte da área descrita na matrícula 18.122 é área apossada
lateralmente e nos fundos pelos réus que reclamam usucapião noutros processos.
Ainda coloco-me a disposição para outros esclarecimentos que se fizerem
necessária.
aa) Este perito contribui com o Poder Judiciário na elaboração de laudos periciais há
40 anos no intuito de subsidiar decisões judiciais mais justas.
bb) Ainda, a pertinência e a admissibilidade dos quesitos suplementares formulados
pelas partes, após a entrega do laudo, fica ao critério do Juiz, pois é ele o
destinatário da prova e a ele compete o julgamento motivado da causa no âmbito do
devido processo legal. Não há qualquer resposta a quesitos para serem respondidos
de forma complementar que altere as conclusões já lançadas.

qualificação do Douto Perito

Eng. Agrônomo, CREA 66.822 com especialização em certificação de


Imóveis Rurais, Corretor de Imóveis CRECI n° 37.971 Credenciado no
INCRA - Conceição Krusser Cursos de avalição imóveis rurais e
urbanos.

No mais Douta Magistrada não há o que complementar. A questão trazida para


apreciação do Julgador diz respeito a questão possessória e as respostas são
conclusivas de que houve esbulho praticado em desfavor de Enio Trindade de
Oliveira.

As questões trazidas sob a forma de impugnação são genéricas e não tem o


condão de modificar as conclusões deste perito e tem a única finalidade de subsidiar
uma melhor decisão judicial de forma técnica. Cabia ao perito dizer se houve
esbulho ou não; Este perito confirmou o esbulho praticado e respondeu aos
quesitos.
No documento de fls (evento 39) os demandados informaram que realmente
houve a perícia complementar na qual as partes compareceram.

Contudo, nada a modificar as conclusões já lançadas no laudo apresentado


evento 14 (LAUDO69).

Por derradeiro, RATIFICA todas as conclusões constantes no laudo evento 14


(LAUDO69). Não há pontos a serem esclarecidos.

Nada mais além de saudações aos Servidores e ao Magistrado.

À apreciação do Julgador.

CONCEIÇÃO DEROMAR KRUSSER, Eng. Agrônomo, CREA 66.822

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