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Epidemiologia

A epidemiologia estuda a distribuição e os determinantes das doenças em populações humanas com o objetivo de prevenção e controle. Existem diferentes tipos de estudos epidemiológicos, incluindo estudos observacionais, experimentais, descritivos, analíticos, de coorte e caso-controle. A epidemiologia fornece evidências para tomadas de decisão em saúde pública e clínica.

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Epidemiologia

A epidemiologia estuda a distribuição e os determinantes das doenças em populações humanas com o objetivo de prevenção e controle. Existem diferentes tipos de estudos epidemiológicos, incluindo estudos observacionais, experimentais, descritivos, analíticos, de coorte e caso-controle. A epidemiologia fornece evidências para tomadas de decisão em saúde pública e clínica.

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Epidemiologia

A epidemiologia originou-se das observações de Hipócrates feitas há


mais de 2000 anos de que fatores ambientais influenciam a ocorrência de
doenças. Entretanto, foi somente no século XIX que a distribuição das doenças
em grupos humanos específicos passou a ser medida em larga escala. Isso
determinou não somente o início formal da epidemiologia como também as
suas mais espetaculares descobertas.
A abordagem epidemiológica que compara as taxas de doenças em
subgrupos populacionais tornou-se uma prática comum no final do século XIX e
início do século XX. A sua aplicação foi inicialmente feita visando o controle de
doenças transmissíveis e, posteriormente, no estudo das relações entre
condições/agentes ambientais e doenças específicas. Na segunda metade do
século XX, esses métodos foram aplicados para doenças crônicas não
transmissíveis tais como doença cardíaca e câncer, sobretudo nos países
industrializados.
A Epidemiologia que estuda o processo saúde-doença em populações
humanas, com o objetivo de prevenção e controle. Cabe à Epidemiologia
encontrar respostas para algumas perguntas, como por exemplo:

1) Como a doença se distribui segundo as características das pessoas,


dos lugares que elas habitam e da época considerada?
2) Que fatores determinam a ocorrência da doença e sua distribuição na
população?
3) Que medidas devem ser tomadas a fim de prevenir e controlar a
doença? Como devem ser conduzidas?
4) Qual o impacto das ações de prevenção e controle sobre a
distribuição da doença?

Para prevenir e controlar a doença é necessário conhecer, tanto quanto


possível os elementos que participam do processo de adoecimento e os fatores
que determinam a distribuição da doença.
Uma das atividades tradicionais da Epidemiologia é a investigação dos
elementos e de suas inter-relações. Em alguns casos (doenças infecciosas,
intoxicações) é possível identificar um agente etiológico específico (causa
necessária), em outros se procura estabelecer a probabilidade de adoecer
associada a determinados fatores de risco.

Saúde baseada em evidência


As prátcas baseadas em evidência, apesar de não estarem isentas de
crítcas, podem contribuir para a fundamentação de uma decisão clínica ou de
saúde pública. A Saúde Baseada em Evidências (SBE) foi a denominação mais
popular do que foi inicialmente denominado “clinimetria”, e é caracterizada pela
utlização da epidemiologia clínica como ferramenta para melhor apoio à
tomada de decisão individual ou coletva. Devendo contemplar além do
conhecimento técnico, os valores e preferências dos pacientes e a experiência
clínica2 , a Saúde Baseada em Evidências deve integrar a prátca clínica às
evidências cientfcas, auxiliando na tomada de decisão.

Pirâmide de evidência
Os níveis de evidência (também chamados de pirâmide de evidência)
foram descritos pela primeira vez em 1979 no Canadá.
Uma pirâmide de evidência é construída por estudos com base na
qualidade da metodologia ou do desenho experimental, validade e
aplicabilidade ao atendimento ao paciente.
Nessa pirâmide, são classificados os tipos de estudo, de acordo com a
evidência clínica e científica que eles possuem. Essas decisões dão o “grau (ou
força) da recomendação”.

A pirâmide de evidência tem na base estudos com menor nível de


evidência e incluem pesquisas com animais e células, seguidos de relatos e
série de casos, depois caso-controle, coorte, ensaio clínico.
As revisões sistemáticas possuem maior nível de evidência e podem ser
realizadas com qualquer um dos tipos de estudos já mencionados.
Quem define o tipo de estudo a ser usado é a sua pergunta de pesquisa,
bem como disponibilidade de tempo e infraestrutura para realizar.
Um estudo bem delineado, com poucos vieses terá um grau de
recomendação elevado e ajudará na tomada de decisão dos profissionais de
saúde.

Tipos de estudos epidemiológicos

Estudos observacionais
Os estudos observacionais permitem que a natureza determine o seu
curso: o investigador mede, mas não intervém. Esses estudos podem ser
descritivos e analíticos:

• um estudo descritivo limita-se a descrever a ocorrência de uma doença


em uma população, sendo, frequentemente, o primeiro passo de uma
investigação epidemiológica;
• um estudo analítico aborda, com mais profundidade, as relações entre
o estado de saúde e as outras variáveis.

Os estudos epidemiológicos são, na sua quase totalidade, analíticos.


Estudos descritivos puros são raros, sendo mais comuns em estatísticas vitais.
Por essa razão, constituem uma fonte importante para novos estudos
epidemiológicos.
Informações puramente descritivas como, por exemplo, aquelas
fornecidas pelos estudos de série de casos em que as características de vários
pacientes com uma doença específica são apresentadas, mas não comparadas
a uma população de referência, frequentemente estimulam o início de um
estudo epidemiológico mais detalhado.
Por exemplo, em 1981, a descrição de quatro homens jovens com uma
rara forma de pneumonia foi o primeiro entre vários estudos epidemiológicos
sobre a doença que se tornou conhecida como síndrome da imunodeficiência
adquirida (AIDS).
Estudos experimentais

Estudos experimentais ou de intervenção envolvem a tentativa de mudar


os determinantes de uma doença, tais como uma exposição ou
comportamento, ou cessar o progresso de uma doença através de tratamento

Estudos descritivos
Os estudos descritivos têm por objetivo determinar a distribuição de
doenças ou condições relacionadas à saúde, segundo o tempo, o lugar e/ou
as características dos indivíduos. Ou seja, responder à
pergunta: quando, onde e quem adoece? 
A epidemiologia descritiva examina como a incidência (casos novos) ou
a prevalência (casos existentes) de uma doença ou condição relacionada à
saúde varia de acordo com determinadas características, como sexo, idade,
escolaridade e renda, entre outras. Quando a ocorrência da doença/condição
relacionada à saúde difere segundo o tempo, lugar ou pessoa, o
epidemiologista é capaz não apenas de identificar grupos de alto risco para fins
de prevenção mas também gerar hipóteses etiológicas para investigações
futuras.

Estudos ecológicos (ou de correlação)


são úteis para gerar hipóteses. Em um estudo ecológico, as unidades de
análise são grupos de pessoas ao invés de indivíduos. Por exemplo, foi
encontrada uma associação entre média de vendas de droga antiasmática e a
ocorrência de um número elevado de óbitos por asma em diferentes províncias
da Nova Zelândia.
Tais observações deveriam ser testadas levando-se em conta todos os
potenciais fatores de confusão a fim de excluir a possibilidade de que outras
características não seja a responsável por essa associação, por exemplo, a
severidade da doença em diferentes populações.

Estudos transversais (seccionais ou de prevalência)


Os estudos transversais medem a prevalência da doença e, por essa
razão, são frequentemente chamados de estudos de prevalência. Em um
estudo transversal, as medidas de exposição e efeito (doença) são realizadas
ao mesmo tempo. Por esse motivo, não é fácil avaliar as associações
encontradas nesses estudos. A questão-chave nesse tipo de delineamento é
saber se a exposição precede ou é consequência do efeito.
Os estudos transversais são relativamente baratos, fáceis de conduzir e
úteis na investigação das exposições que são características individuais fixas
tais como grupo étnico e grupo sanguíneo.

Ensaio clínico randomizado


O ensaio clínico randomizado é um experimento epidemiológico que tem
por objetivo estudar os efeitos de uma intervenção em particular. Os indivíduos
selecionados são aleatoriamente alocados para os grupos intervenção e
controle, e os resultados são avaliados comparando-se os desfechos entre
esses grupos.
Estudos caso-controle
Os estudos caso-controle e os estudos de coorte podem ser utilizados
para investigar a etiologia de doenças ou de condições relacionadas à saúde
entre idosos, determinantes da longevidade; e para avaliar ações e serviços de
saúde.
Nos estudos caso-controle, identificam-se indivíduos com a doença
(casos) e, para efeito de comparação, indivíduos sem a doença (controles). Os
estudos caso-controle, ao contrário dos estudos de coorte (ver a seguir),
partem do efeito (doença) para a investigação da causa (exposição).

Estudos de coorte
Nos estudos de coorte, primeiramente, identifica-se a população de
estudo e os participantes são classificados em expostos e não expostos a um
determinado fator de interesse. Depois, os indivíduos dos dois grupos são
acompanhados para verificar a incidência da doença/condição relacionada à
saúde entre expostos (a/a + d) e não expostos
Os estudos de coorte também podem ser utilizados para investigar a
história natural das doenças.

Revisão sistemática
Uma revisão sistemática, assim como outros tipos de estudo de revisão,
é uma forma de pesquisa que utiliza como fonte de dados a literatura sobre
determinado tema. Esse tipo de investigação disponibiliza um resumo das
evidências relacionadas a uma estratégia de intervenção específica, mediante
a aplicação de métodos explícitos e sistematizados de busca, apreciação
crítica e síntese da informação selecionada. As revisões sistemáticas são
particularmente úteis para integrar as informações de um conjunto de estudos
realizados separadamente sobre determinada terapêutica/ intervenção, que
podem apresentar resultados conflitantes e/ou coincidentes, bem como
identificar temas que necessitam de evidência, auxiliando na orientação para
investigações futuras

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