Trabalho - Microbiologia Corrigido

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Felícia João Orubale

Licenciatura em Saúde Pública

Contaminação química da água e alimentos

UNIVERSIDADE ALBERTO CHIPANDE

Beira
2022
Felícia João Orubale

Licenciatura em Saúde Pública

Contaminação química da água e alimentos

Trabalho de pesquisa da cadeira de Microbiologia a


ser entregue e apresentado ao curso de Licenciatura
em Saúde Pública na Universidade Alberto
Chipande, para fins avaliativos.

Docente: Dr. Samuel Jone Simango

UNIVERSIDADE ALBERTO CHIPANDE

Beira
2022
ÍNDICE
1. Introdução ............................................................................................................................... 3

1.2. Objectivos ............................................................................................................................ 4

1.2.1. Objectivo geral ................................................................................................................. 4

2.2. Objectivos específicos ......................................................................................................... 4

1.3. Metodologias ....................................................................................................................... 4

2. Contaminação química da água e alimentos........................................................................... 5

2.1. Contaminação química da água .......................................................................................... 5

2.2. Doenças provocadas pela contaminação da água ................................................................ 5

3. Contaminação química de alimentos ...................................................................................... 6

3.1. Contaminação química por agrotóxicos .............................................................................. 6

3.2. Contaminação química por fertilizantes nitrogenados ........................................................ 7

3.4. Contaminação química por metais e resíduos tóxicos ......................................................... 8

Conclusão ................................................................................................................................. 10

Referências bibliográficas ........................................................................................................ 11


1. Introdução
O presente trabalho de pesquisa intitulado “Contaminação química da água e alimentos”, surge
no âmbito do comprimento exigido pela Universidade Alberto Chipande para aquisição de
alguns créditos académicos de modo a fazer a cadeira de Microbiologia.

A baixa qualidade das águas naturais é hoje um dos mais graves problemas mundiais. Assim,
uma agua considerada potavel pode apresentar contaminacao por substancias que podem ser
potencialmente nocivas a saude humana, mesmo em baixas concentracoes.

Já a contaminação química de alimentos ocorre devido à presença de compostos químicos ou


de toxinas produzidas por microrganismos nos alimentos. São considerados compostos
químicos os inseticidas, os detergentes, os metais pesados, os medicamentos, os corantes e os
aditivos (não autorizados) entre outros. As contaminações também podem ocorrer pela presença
de metais pesados e resíduos tóxicos no solo e na água, afetando vegetais e produtos marinhos,
e se consumidos pode causar distúrbios no sistema renal, no sistema nervoso central e até o
surgimento de câncer.

Entretanto, o trabalho é constituído por quatro (3) secções. A primeira inclui a introdução,
seguida os objectivos e os procedimentos metodológicos que foram adoptados na
operacionalização do trabalho. Na segunda secção é feita a fundamentação teórica relacionada
com a contaminação química da água e alimentos, segundo vários autores que são devidamente
citados e apresentados nas referências bibliográficas. E na terceira secção, são apresentadas as
considerações finas e por fim nas referências bibliográficas.

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1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo geral

• Conhecer a contaminação química da água e de alimentos.

2.2. Objectivos específicos


• Descrever a contaminação química da água e de alimentos;
• Explicar como que ocorre a contaminação química da água e de alimentos.

1.3. Metodologias
A metodologia usada durante a pesquisa para a elaboração deste trabalho foi fundamentada,
basicamente, na pesquisa bibliográfica. Foram consultados artigos, livros, sites e manuais que
tratam da questão.

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2. Contaminação química da água e alimentos

2.1. Contaminação química da água

De acordo com Santos (s/d) a contaminação da água é a presença de substâncias patogênicas.


Entram na lista pesticidas, metais pesados ou microrganismos causadores de doenças, entre
outros elementos tóxicos.

Vale ressaltar que, muitas vezes, a água poluída já está contaminada. Podemos citar o exemplo
da poluição por esgoto, visto que as fezes contêm parasitas e podem causar um baita estrago à
nossa saúde. Porém, nem sempre há sinais visíveis da contaminação. Uma água aparentemente
limpa também pode conter substâncias impróprias.

Portanto, a contaminação da água se tornou uma preocupação constante para os pesquisadores


em todo mundo, principalmente porque a água representa um importante veículo para a
transmissão de doenças associadas aos recursos hídricos.

Assim, a contaminação da água ocorre quando substâncias patogênicas são lançadas nos corpos
hídricos. Dentre as substâncias que mais provocam problemas, podemos citar o petróleo,
pesticidas, metais pesados e as fezes. Essas últimas transportam diversos micro-organismos que
causam doenças, principalmente problemas gastrointestinais. (Santos, s/d).

2.2. Doenças provocadas pela contaminação da água

De acordo com a ONU, os mais afetados com a contaminação das águas são as crianças. Estima-
se que 1,8 milhão de crianças com idade inferior a cinco anos morram em decorrência de
doenças provocadas por água de má qualidade. Dentre essas doenças, destacam-se a cólera,
hepatite A e E, leptospirose, febre tifoide, diarreia, poliomielite e uma grande variedade de
verminoses.

A água contaminada têm se tornado um grande problema de saúde pública, não somente por
provocar doenças, mas também por causar uma redução significativa da quantidade de água
potável disponível. Sendo assim, é fundamental o investimento em saneamento básico e em
políticas que evitem o lançamento de substâncias prejudiciais na água. Além disso, a

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conscientização da população sobre a importância desse recurso e dos riscos de consumir água
contaminada pode reduzir os índices de poluição e contaminação.

Com a colaboração de toda a sociedade, podemos ter água de qualidade disponível para todos,
aumentando assim a qualidade de vida e diminuindo consideravelmente o número de mortes
causadas por doenças decorrentes de água contaminada.

Devido ao crescimento populacional e ao mau uso dos recursos hídricos, a pouca


disponibilidade da água acarreta a perda da sua qualidade devido à contaminação. Essa
contaminação é uma consequência direta da ação antrópica, principalmente pela descarga de
fezes humanas e animais ou esgoto doméstico nesses mananciais. Segundo a Organização
Mundial de Saúde - OMS, a taxa de mortalidade por doenças associadas a água afeta mais de 5
milhões de pessoas por ano em todo o mundo (Cabral, 2010).

Entre outros fatores, a qualidade da água está diretamente ligada à presença microbiana, e o
monitoramento de microrganismos torna-se essencial na busca de alternativas para questões
ambientais relacionadas à água (Araújo e Costa, 2007; do Nascimento e Araújo, 2014). Nesse
sentido, a identificação e quantificação de microrganismos, como bactérias, por exemplo nesses
ambientes, podem ser fundamentais para a manutenção de uma boa qualidade hídrica e também
alertar a favor da saúde das comunidades locais, principalmente, porque no caso de águas
contaminadas, tratadas precariamente ou sem nenhum tratamento, as consequências são a
poluição, a destruição da biodiversidade e as doenças de veiculação hídrica (Cirilo, 2008).

3. Contaminação química de alimentos

3.1. Contaminação química por agrotóxicos


Segundo Stoppelli IMB, Magalhães CP (2005) refere que a intoxicação aguda por agrotóxicos
pode causar fraqueza, vômitos, náuseas, convulsões, contrações musculares, cefaleia,
problemas respiratórios, epistaxe e desmaio. Já a intoxicação crônica ocasiona dermatites de
contato, lesões renais e hepáticas, efeitos neurotóxicos, alterações cromossomais, doença de
Parkinson, cânceres e teratogêneses.

De acordo com PAS Campo (2005) os agrotóxicos são produtos aplicados no intuito de
combater pragas e doenças nas lavouras e seu uso deve ser consciente e supervisionado por
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profissionais da área agrícola. Alguns cuidados para seu uso são a seleção correta, uso de
produtos registrados, utilização na época adequada e na dose recomendada. É importante
ressaltar que para o preparo das caldas e da aplicação, o responsável deve utilizar EPI
(Equipamento de Proteção Individual). A destinação adequada das embalagens serve para que
não ocorra a contaminação posterior do ambiente, e o recipiente vazio deve ser lavado 3 vezes
(tríplice lavagem), perfurados e, além disso, não podem ser utilizados para outras finalidades.
As embalagens não podem ser jogadas no lixo e devem ser devolvidas para os centros de
recebimento da região. Todos esses cuidados contribuem para que não ocorra contaminação
dos alimentos, solo e água pelos agrotóxicos. (p.38).

Estudos mostram que a principal via de penetração de agrotóxicos no corpo humano ocorre por
ingestão, respiração e por absorção dérmica. O DDT e outros organoclorados têm mecanismo
neurotóxico, além de atuar na função endócrina. Altas concentrações de Dieldrin no sangue
podem deixar os indivíduos com uma maior quantidade de hormônio estimulador da tireoide
(TSH), causando quadro de hipotireoidismo. Já são apontadas relações entre a exposição ao
DDT com a elevação de taxas de câncer de mama, isso porque o DDE (metabólito do DDT) se
liga a receptores de estrogênio, mimetizando a sua ação. Sintomas causados pelo efeito
estrogênico dos organoclorados podem incluir a diminuição da quantidade de sêmen, câncer de
testículo, anormalidades no ciclo menstrual, aborto espontâneo, diminuição do peso ao
nascimento e alteração no desenvolvimento sexual; os organoclorados também podem causar
o acúmulo ao longo da cadeia alimentar (biomagnificação). Os organofosforados são
responsáveis por 70% das intoxicações agudas por exposição ocupacional, de acordo com a
Organização Mundial de Saúde (OMS), seu grau vai depender do contato contínuo e
características como estado nutricional, idade e sexo do indivíduo. (Stoppelli IMB, Magalhães
CP, 2005).

3.2. Contaminação química por fertilizantes nitrogenados


Os nitratos e nitritos não devem ser utilizados em excesso, pois correm risco de acumular no
alimento, causando problemas à saúde de quem os consome. (PAS Campo, 2005, p.38). Eles
podem chegar até o consumidor devido à poluição da água e do solo pelos nitratos oriundos de
fertilizantes agrícolas intensos, levando à contaminação de vegetais e também podem ser
encontrados nos produtos de charcutaria. (Figueira ME, Almeida CMM, Neves CL, s/d). O
consumo excessivo é um problema para a saúde humana, uma vez que os nitritos, após serem

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ingeridos, podem se transformar no estômago em compostos N-nitrosos tóxicos e carcinógenos
ou interagir com a hemoglobina formando metahemoglobina que não consegue se ligar ao
oxigênio. Os nitratos conduzem igualmente o ser humano a ter problemas de saúde, visto que
podem ser reduzidos a nitritos. (Ward, MH et al, 2018). Diversos países estabeleceram normas
para a quantidade máxima de nitrato e nitrito na água. Assim, deve-se ter muito cuidado com
as concentrações de nitritos e nitratos na água e em alimentos, a fim de que se evite
contaminação, pois suas consequências variam de leves a desastrosas, como câncer gástrico ou
intestinal e formação de metahemoglobina dando cianose e hipoxemia, dependendo sempre de
diversos fatores, principalmente a concentração de nitrito, idade e comorbidade do paciente.
(Figueira ME, Almeida CMM, Neves CL, s/d).

3.4. Contaminação química por metais e resíduos tóxicos


A contaminação dos alimentos por metais pesados (como o mercúrio, cádmio, cromo e
chumbo) ocorre pelo acúmulo destes no solo e na água usados para produção alimentícia,
aumentando gradativamente sua quantidade até que a quantidade presente no alimento seja
prejudicial à saúde. (PAS Campo, 2005, p.38). A contaminação também pode ocorrer por
resíduos tóxicos de pesticidas, contaminantes de embalagens, ou de produtos usados como
conservantes. A contaminação de alimentos marinhos é um grande desafio, principalmente para
populações asiáticas. O acúmulo de mercúrio, principalmente na forma de metilmercúrio,
ocorre por meio da cadeia alimentar, e com isso o consumo principalmente de salmão ou atum
promove uma contaminação maior e mais riscos à saúde. (CETESB, 2014). O mercúrio provoca
distúrbios no sistema nervoso central, além de estar associado com o risco de desenvolvimento
de doenças cardiovasculares. (Rumiato CA, Monteiro, 2017).

A contaminação de vegetais ocorre por meio do solo, que possui capacidade de retenção dos
metais pesados como chumbo e cádmio. O chumbo, também pode se propagar pela ingestão de
água e bebidas, atingindo principalmente a medula óssea, rins e sistema nervoso central,
provocando nefropatias e até mesmo encefalopatias. Os sintomas dependem da quantidade
ingerida, do tempo de exposição e da idade. (Moreira FR, Moreira JC, 2014). Segundo estudo
em mulheres pós-menopausa na Suécia, o cádmio; muito encontrado em vegetais, cereais e
alimentos marinhos; está relacionado ao desenvolvimento de câncer de mama. (Julin B, Wolk
A, Bergkvist L, Bottai M, Akesson A, 2012).

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O consumo contínuo e a longo prazo de metais pesados e resíduos tóxicos causa diversos
problemas de saúde, acarretando em fatores de risco para aparecimento de doenças como
cânceres, doenças neurológicas, infertilidade e consequentemente a morte. (Rumiato CA,
Monteiro, 2017).

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Conclusão

Neste trabalho evidencia-se a contaminação química da água e de alimentos. A contaminação


da água pode ocorrer de várias maneiras, destacando-se a poluição por esgoto, metais pesados,
agrotóxicos e fertilizantes. Já a contaminação dos alimentos ocorre em escala mundial, e seu
impacto na saúde é cada vez mais pertinente em decorrência do aumento da poluição de solo e
água por componentes tóxicos, ampliação do uso de agrotóxicos e fertilizantes agrícolas, e
também pela falta de fiscalização que muitas vezes ocorre. A ingestão desses resíduos, assim
como também de fragmentos físicos causam problemas de saúde na população ocasionando
cânceres, infecções, doenças sistêmicas e também a morte. Portanto, as pessoas devem estar
informadas para que se atentem ao comprar alimentos, escolhendo aqueles considerados
alimentos seguros, evitando-se assim problemas futuros relacionados a uma contaminação.

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Referências bibliográficas
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5. Do Nascimento, E. D.; Araujo, M. F. F. (2014). Antimicrobial resistance in bacteria
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Água, v. 9, n. 2, p. 239-249. Recuperado em: http://dx.doi.org/10.4136/ambi-agua.1343
6. Figueira ME, Almeida CMM, Neves CL. (s/d). Como os nitratos podem ser reduzidos
a nitritos in vivo, a ingestão de alimentos e água que contenham excesso de uns ou de
outros pode conduzir a problemas de saúde graves. Autoridade de Segurança alimentar
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7. Julin B, Wolk A, Bergkvist L, Bottai M, Akesson A. (2012). Dietary cadmium exposure
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9. Rumiato CA, Monteiro I. (2017). Contaminantes em alimentos e orientação nutricional:
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Saúde e segurança alimentar: a questão dos agrotóxicos Saúde e segurança alimentar: a
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