A Arte e A Cultura Indígena Conteúdo 1º Bimestre
A Arte e A Cultura Indígena Conteúdo 1º Bimestre
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Pompéia
Tupã era o ser sobrenatural supremo que controlava a natureza e, como é comum nas
religiões a identificação dos seus deuses com os seus povos, era representado pela figura de um
índio poderoso. Além desse deus, existia a figura mística do Abaçaí, que, para alguns povos,
tratava-se um espírito maléfico que perturbava a vida dos índios.
Os povos Tupinambá desenvolveram mitos de criação do mundo e acreditavam em sua
possível destruição futura, por meio de dilúvios que matariam todos. Eles também
acreditavam em entidades como Maire-Monan, que teria ensinado a agricultura à humanidade
para que esta pudesse alimentar-se melhor.
Os pajés, que são as pessoas que podem entrar em contato com as entidades espirituais,
utilizam a sabedoria aprendida com os espíritos para aconselhar as pessoas e fazer rituais de
cura. Os rituais, chamados pajelanças, poderiam ser feitos em festividades, como forma de
agradecimento e de pedido, e para efetuar curas medicinais. Eles envolviam, em alguns casos,
música e dança. Era comum o pajé utilizar-se da inalação de grandes quantidades de fumaça de
tabaco para que, em transe narcótico, pudesse fazer contato com os espíritos.
Os índios utilizam adornos corporais e pinturas com materiais extraídos da natureza, como
a tintura de urucum, os colares de peças naturais, e os botoques e adornos feitos com base na
arte plumária (que utiliza plumas e penas de aves). Há uma importante simbologia por trás
dos adornos e das pinturas corporais, que podem identificar o sexo, a idade, a aldeia e a
posição social do índio, estabelecendo uma espécie de identidade cultural dos povos
indígenas.
Outra característica comum das diversas tribos indígenas era a fabricação de utensílios
religiosos e de decoração com base em argila, madeira, bambu e penas de aves, além da
confecção de pinturas corporais utilizadas em processos de caça e de guerra ou em festivais
religiosos.
Crianças indígenas com pinturas tradicionais no rosto e colares típicos.
Costumes indígenas
As sociedades indígenas prezam muito por duas coisas: respeito e ligação com a natureza
e respeito à sabedoria dos anciãos. É ainda comum nas tribos indígenas o pensamento de
uma vivência sustentável — retirando da natureza somente aquilo que é necessário para a
manutenção da vida. As pessoas mais velhas são consideradas mais sábias, o que garante a elas
certa autoridade dentro da tribo.
Os povos falantes do tupi estabeleciam uma divisão do trabalho baseada no gênero e na
idade. Idosos e crianças não trabalhavam, exceto espantando pássaros e outros animais das
plantações. As meninas adolescentes ajudavam no cuidado das crianças mais novas. Homens
adultos fabricavam utensílios de caça, pesca e guerra, também fabricavam canoas,
guerreavam, caçavam e preparavam a terra para o cultivo. Já as mulheres adultas eram as
responsáveis pelas atividades agrícolas, pela coleta, pela fabricação de utensílios domésticos,
pela preparação de alimentos e pelo cuidado das crianças.
Os índios, antes da colonização, viviam de maneira autônoma, sem a presença de elementos
políticos e governamentais e de Estado. A gestão era coletivista, baseada na cooperação entre
os membros de uma mesma tribo e em alianças e guerras entre tribos diferentes.
Alimentação indígena
A alimentação indígena costumava ser baseada no consumo de frutas, legumes, verduras,
raízes, caules, peixes e carnes de caça. Frutos como o caju e o açaí eram comuns na
alimentação de povos de algumas localidades, como o Norte e o Nordeste brasileiros. Os índios
do Norte também consumiam muito o guaraná como fonte de energia para as atividades diárias
e para a guerra. A mandioca era a principal fonte de carboidrato deles, por isso era amplamente
cultivada. A tapioca e a farinha de mandioca eram maneiras de estocar a mandioca para a
utilização posterior.
Hoje em dia, apesar de manterem muitos hábitos alimentares, os indígenas que
permaneceram tiveram que se adaptar aos hábitos alimentares da sociedade brasileira
contemporânea. A caça, a pesca e a coleta, que eram possíveis quando as florestas eram
preservadas, já não são mais suficientes para alimentar a pequena população indígena, devido
ao desmatamento.
A introdução forçada dos indígenas no modo de vida urbano e rural (desenvolvido pelos
brasileiros pós-colonização) modificou drasticamente a vida indígena dentro e fora das aldeias,
entre 1500 e os dias atuais.
Dança indígena
A dança e a música tiveram e ainda têm um papel religioso dentro da cultura indígena.
Geralmente a dança é realizada em rituais e festividades religiosos entoados em
agradecimento ou como forma de pedidos às divindades.
Podendo ser realizada individualmente ou em grupo, geralmente a dança indígena possui
uma execução de passos que requer a formação de duplas ao menos em algum momento dela.
Geralmente, as danças são realizadas por pessoas com o corpo pintado, pois a pintura
corporal também é um elemento da simbologia religiosa indígena.
Algumas danças de rituais xamânicos (liderados pelos xamãs, pessoas capazes de fazer uma
ponte entre o mundano e o sagrado, como os pajés) entoadas por índios de tribos amazônicas
utilizam também máscaras.
Notas
|1| Dados obtidos na matéria: GOUSSINSKY, E. Brasil é líder disparado no genocídio de índios na América
Latina. Disponível em: https://noticias.r7.com/prisma/nosso-mundo/brasil-e-lider-disparado-no-genocidio-
de-indios-na-america-latina-24042018. Acesso em: 13/04/2019.
Referências: