Resumo Sobre Os Metodos de Estudo Do Interio
Resumo Sobre Os Metodos de Estudo Do Interio
Resumo Sobre Os Metodos de Estudo Do Interio
As sondagens são muito importantes porque permitem obter muitas informações acerca da estrutura interna da Terra:
composição e tipos de rochas que aí existem; a temperatura aproximada das zonas profundas da Terra, a composição das
águas que circulam em profundidade bem como dos gases que aí existem.
Este processo envolve custos económicos muito elevados bem como a utilização de instrumentos muito evoluídos
tecnicamente. Estes devem ser ao mesmo tempo, suficientemente resistentes para suportarem as altas temperaturas e
pressões do interior da Terra e facilmente manejáveis.
v Magmas e Xenólitos – devido à geodinâmica interna terrestre existem manifestações desse dinamismo. É o caso das
erupções vulcânicas que expulsam magma que provém de profundidades entre os 100 a 200km.
Os vulcões ao expelirem o magma, oriundo de grandes profundidades, dão-nos a possibilidade de estudar este líquido e
assim inferir sobre a temperatura do interior da Terra e sobre a sua composição química.
O magma movimenta-se em direcção à superfície e, ao fazê-lo, incorpora e transporta consigo fragmentos de rochas do
manto superior e da crusta terrestre, denominados por xenólitos ou encraves.
BG 1
1.2.
MÉTODOS
INDIRECTOS
v PLANETOLOGIA E ASTROGEOLOGIA
Certas técnicas utilizadas para descobrir mais acerca dos planetas do sistema solar, também podem ser aplicados no nosso
próprio planeta.
A Astrogeologia é a ciência que estuda os princípios e métodos geológicos num plano mais vasto que é o Sistema Solar.
A razão de estudar o Sistema Solar é que todos os planetas deste sistema surgiram do mesmo modo e ao mesmo tempo,
através da grande nuvem de gases e poeiras, e, por isso, a sua estrutura é semelhante, pelo que se podem retirar conclusões
acerca dos estados de formação da Terra e da composição do seu interior através do estudo de outros corpos do sistema
solar, nomeadamente de meteoritos (corpos primitivos que não sofreram alterações significativas).
O estudo dos outros planetas e restantes astros do Sistema Solar é feito através de vários instrumentos:
Satélites Artificiais, Sondas Espaciais, telescópios, naves Espaciais e Estações Espaciais.
v GRAVIMETRIA
Força gravítica – força de atracção para o centro da Terra (tanto maior quanto maior a massa e tanto menor quanto maior a
distância ao centro da Terra).
• Sendo a superfície da Terra irregular, nem todos os locais se encontram à mesma distância do centro do planeta e
por isso a atracção gravítica varia de local para local. Para estabelecer comparações entre os vários pontos da
Terra, foi necessário introduzir correcções relativas a diferentes parâmetros (latitude, longitude, acidentes
topográficos). Após estas correcções seria de esperar que a força gravítica fosse igual em todos os locais à
superfície. Contudo tal não acontece.
Considera-se o valor normal de força gravítica zero ao nível médio do mar. Valores acima ou abaixo consideram-se
anomalias gravimétricas (positivas ou negativas respectivamente).
• Verifica-se assim a existência de anomalias gravimétricas negativas na presença de um doma salino no seio de
rochas encaixantes, uma vez que o doma salino é constituído por materiais de baixa densidade o que faz diminuir a
gravidade nesse local.
• Do mesmo modo, na presença de uma intrusão ígnea, cuja densidade é elevada relativamente às rochas
encaixantes registar-se-à uma anomalia gravimétrica positiva visto que a força gravítica aumenta nesse local.
• A ocorrência de anomalias gravimétricas negativas (crosta continental) e positivas (crosta oceânica) faz
supor a existência de variação na espessura da crosta terrestre:
atendendo a que a densidade corresponde a uma relação entre a massa e o volume por ela ocupado e que zonas
de maior densidade têm um efeito positivo na variação da gravidade (zonas de maior concentração de massa), é
possível deduzir uma maior espessura da crosta continental relativamente à oceânica, já que os valores da
gravidade aí medidos são inferiores aos dos oceanos. Este facto faz supor a existência de grandes extensões de
material pouco denso nos continentes.
BG 2
v DENSIDADE
Através de fórmulas pode se determinar a massa volúmica total terrestre e verifica-se que
esta corresponde a 5.5g/cm3. e também se sabe que as rochas da superfície correspondem a
apenas 2.8g/cm3. Assim podemos concluir que a densidade/massa volúmica dos compostos
existentes no interior da Terra é superior.
v GEOMAGNETISMO
A Terra possui um campo magnético – magnetosfera – e sob a acção deste campo magnético qualquer corpo magnetizado
se orienta segundo a direcção dos pólos magnéticos N-S. (ex.: agulha da bússola).
A existência desta magnetosfera terrestre não só apoia o modelo actualmente aceite para a estrutura interna da Terra
como também fornece informações sobre o passado:
• o campo magnético terrestre resulta do movimento de rotação dos metais fluidos do núcleo externo terrestre
que criam uma corrente eléctrica. Caso o núcleo não fosse metálico e sim rochoso provavelmente não existiria um
campo magnético terrestre.
• Certas rochas, como o basalto, têm na sua composição minerais ferromagnesianos (por exemplo, a magnetite).
Durante o arrefecimento do magma esses minerais ficam magnetizados e dispõem-se paralelamente ao campo
magnético terrestre existente na altura da sua formação, mantendo-se essa orientação mesmo com a alteração do
campo magnético. O campo magnético que fica registado na rocha designa-se por campo paleomagnético.
• Estudos feitos em rochas dos fundos oceânicos mostram que ao longo da história da Terra têm ocorrido alterações
periódicas na polaridade do campo magnético terrestre (4 a 5 em cada M.a).
O Pólo Norte magnético, que está actualmente próximo do Pólo Norte geográfico - polaridade normal – já esteve,
no passado, próximo do Pólo Sul geográfico - polaridade inversa. Assim, se uma rocha apresenta o mesmo
magnetismo que o campo magnético actual diz-se que tem polaridade normal, no caso contrário tem polaridade
inversa. A mudança de polaridade normal para polaridade inversa designa-se inversão do campo magnético.
• O estudo do paleomagnetismo das rochas dos fundos oceânicos (basálticas) permitiu ainda verificar que essas
inversões mostram-se simétricas de um lado e outro dos riftes, o que permite admitir que ocorre expansão dos
fundos oceânicos a partir dessas zonas (a lava solidifica à superfície originando basalto que alastra para ambos os
lados do rifte constituindo crosta oceânica). Ao solidificar os minerais ferromagnesianos ficaram com a polaridade
vigente na altura. Concluindo, o paleomagnetismo regista as inversões de polaridade do campo magnético terrestre
e apoia a teoria da expansão dos fundos oceânicos a partir dos riftes.
• É possível fazer essa leitura dos campos magnéticos, a partir dos magnetómetros. Foi possível, assim, verificar que
os fundos oceânicos apresentam zonas onde a intensidade do campo magnético é superior à intensidade média
actual - anomalias positivas - e outras zonas onde a intensidade do campo magnético é inferior à intensidade
média actual - anomalias negativas.
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v SISMOLOGIA
Muito do conhecimento do interior da Terra proveio do estudo do comportamento das ondas sísmicas que se propagam
através do Globo.
Se a Terra fosse homogénea, ou seja, se a composição e as propriedades físicas dos materiais fossem idênticas em todos os
pontos do globo, a velocidade das ondas sísmicas devia manter-se constante em qualquer direcção e a trajectória dos raios
sísmicos seria rectilínea.
Contudo, na Terra real, a velocidade das ondas sísmicas experimenta alterações, as ondas são desviadas e algumas deixam
de se propagar a partir de determinada profundidade. Todos estes acontecimentos fornecem informações sobre a contituição
e as características do globo terrestre.
v GEOTERMISMO
Fontes do calor interno da Terra: desintegração de elementos radioactivos e calor remanescente da formação do planeta
(acreção).
Gradiente geotérmico - taxa de variação da temperatura com a profundidade, ou seja o aumento da temperatura por
quilómetro de profundidade.
Grau geotérmico - número de metros que é necessário aprofundar para que a temperatura aumente 1ºC. Para as
profundidades em que tem sido possível fazer determinações directas (minas e perfurações petrolíferas) verifica-se que em
regra, a temperatura aumenta cerca de 30ºC por Km, ou seja por cada 33 a 34 metros de profundidade a temperatura
aumenta 1ºC.
O calor interno da Terra vai-se libertando continuamente através da sua superfície. A dissipação do calor é constante e
denomina-se fluxo térmico que é avaliado pela quantidade de calor libertado por unidade de superfície e por unidade
de tempo. O seu valor é maior que o somatório das energias de todos os processos sísmicos, vulcânicos e tectónicos.
Por vezes esse fluxo é perceptível e até espectacular, como acontece nas zonas vulcânicas e fontes termais. Contudo, na
generalidade não nos apercebemos dessa libertação de calor interno devido à baixa condutividade térmica da crosta
terrestre.
Nas zonas geologicamente mais activas (limites divergentes), o fluxo térmico é mais elevado. Aí ascendem e derramam-se
grandes quantidades de magma que, solidificando, geram crosta terrestre, que é mais antiga à medida que se afasta do rifte.
BG 4