Documentos: Anais Do I Encontro Paranaense Sobre Palmitos Cultivados: O Agronegócio Pupunha E Palmeira Real
Documentos: Anais Do I Encontro Paranaense Sobre Palmitos Cultivados: O Agronegócio Pupunha E Palmeira Real
Documentos: Anais Do I Encontro Paranaense Sobre Palmitos Cultivados: O Agronegócio Pupunha E Palmeira Real
Dezembro, 2004
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embrapa Florestas
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Documentos 105
ANAIS DO I ENCONTRO
PARANAENSE SOBRE PALMITOS
CULTIVADOS: O AGRONEGÓCIO
PUPUNHA E PALMEIRA REAL
Colombo, PR
2004
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:
Embrapa Florestas
Estrada da Ribeira, km 111
Caixa Postal 319
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1 a edição
1 a impressão (2004): sob demanda
Aníbal Rodrigues
Engenheiro-Agrônomo, Doutor, Pesquisador do Iapar - PR.
Aniceto Zanuzzo
Empresário, Proprietário da Indústria de Conservas Azzo
Ltda.
Jamil Constantin
Engenheiro-Agrônomo, Doutor, Professor da UEM - PR.
Autores
Roberto Rezende
Engenheiro Agrícola, Doutor, Professor da UEM - PR.
Rudimar Mafacioli
Engenheiro-Agrônomo, Mestre, Estudante de
Doutorado da UEM.
Sebastião Belletini
Engenheiro-Agrônomo, Extensionista da Emater - PR.
Sérgio Ahrens
Engenheiro Florestal, Doutor, Pesquisador da Embrapa
Florestas.
INTRODUÇÃO
A pupunheira é uma palmeira nativa da região Amazônica e é consumida na
forma de frutos ou de palmito, desde épocas pré-colombianas. É uma palmeira
de clima tropical, de rápido crescimento, que quando adulta pode atingir mais
de 20 metros de altura em poucos anos. Por essa razão, é também usada como
palmeira ornamental. Nos últimos anos, sua importância cresceu
consideravelmente em nosso país por ser uma excelente alternativa de cultivo
para a agricultura (Tabela 1 e Figura 1).
PALMEIRAS PRODUTORAS DE
PALMITO
Atualmente, mais de 90% do palmito produzido é cortado do açaizeiro, outra
palmeira nativa da Amazônia tropical, sobretudo na região do estuário do rio
Amazonas. Antes da década de 70, entretanto, o palmito era cortado de uma
outra palmeira, a juçara, nativa da Mata Atlântica. O corte indiscriminado de
palmeiras nativas leva, invariavelmente, ao decréscimo das populações naturais.
Com o passar do tempo, palmeiras que ainda não floresceram são cortadas.
Nesse momento o risco de extinção aparece, como já ocorreu com a juçara,
esta última com o agravante de não perfilhar (rebrotar) após o corte, e pode vir
a ocorrer com o açaí. É por essa razão que algumas pessoas começaram a
pensar em outras palmeiras que pudessem produzir, de forma econômica e
ecológica, palmito em escala industrial. Os especialistas em palmeiras chegaram
à conclusão de que a palmeira que reunia maior número de pontos favoráveis
era a pupunha, para cultivo em áreas tropicais. Atualmente, a palmeira real
australiana, outra espécie de palmeira, também vem sendo cultivada, sobretudo
nos Estados de Santa Catarina e Paraná.
25.000.000
20.000.000
Mercosul
Europa
15.000.000 USA
Total
10.000.000
5.000.000
0
1996 1997 1998 1999 2000 2001
OBTENÇÃO DE SEMENTES E
GERMINAÇÃO
O cultivo da pupunha é relativamente simples e não apresenta maiores
problemas de pragas e doenças. A maior dificuldade reside na formação das
15
Deve ser dada atenção especial para prevenir a entrada de animais e pragas
diversas que podem ser predadores das mudas de palmito. Geralmente animais
como ratos, coelhos, pacas, capivaras e mesmo macacos podem atacar os
viveiros de mudas. Cercar o viveiro de maneira segura é a forma mais adequada
de evitá-los. Também podem ocorrer ataques de lesmas, gafanhotos,
paquinhas, etc. É preciso que se ande regularmente por entre os canteiros,
observando-se atentamente as mudas à procura de sinais de ataques de
doenças ou pragas logo no seu início. Com isso o controle pode ser realizado de
forma preventiva, evitando-se a disseminação generalizada.
PLANTIO DA CULTURA NO
CAMPO
A escolha da área a ser cultivada com palmito deve ser realizada seguindo-se
alguns critérios básicos, porém essenciais. Em primeiro lugar, a local escolhido
deve ser bem drenado, para evitar áreas com acúmulo de água nas estações de
maior intensidade pluviométrica. Também é essencial a amostragem do solo
para análise, de forma que se possa recomendar adequadamente a correção da
acidez e o nível de adubação de plantio e de manutenção da lavoura. Devem ser
retiradas amostras do solo de maneira correta e na profundidade de até 40 cm.
A recomendação da adubação de plantio e de manutenção, de acordo com a
idade da lavoura e do nível de produtividade desejado, deve ser realizada pelo
agrônomo responsável pelo projeto.
18
A correção do solo com calcário deve ser realizada para que se tenha 50% de
saturação de bases e o pH fique entre 4,5 e 5,5. A pupunha, assim como
outras palmeiras que produzem palmito, responde de forma excelente à
presença de matéria orgânica. Pode-se usar esterco curtido de criatórios de
aves ou de gado, evitando-se, porém, esterco de gado criado em pastagens
com uso intenso de herbicidas com alto efeito residual.
ESPAÇAMENTO DA CULTURA
O espaçamento entre as plantas no campo varia ao redor de 2 m x 1 m,
correspondendo a 5.000 plantas por hectare, o que garante boa produtividade
de palmito. Entretanto, outros espaçamentos também podem ser utilizados. Por
exemplo: 2 m x 1,25 m, com 4.000 plantas/ha. Com esse espaçamento,
19
2 m x 1 m: x x x x x x x x x x ...... x
x x x x x x x x x x ...... x
2 m x 1 m x 1 m: x x x x x x x x x x ...... x
x x x x x x x x x x ...... x
x x x x x x x x x x ...... x
x x x x x x x x x x ...... x
3 m x 1 m x 1 m: x x x x x x x x x x ...... x
x x x x x x x x x x ...... x
Figura 2. Espaçamentos para pupunheira.
20
Na Tabela 2 são alguns espaçamentos que podem ser empregados nas lavouras de
palmito cultivado. Nos espaçamentos com linhas simples, o primeiro número
corresponde à distância entre as linhas e o segundo número se refere ao
espaçamento entre as plantas dentro da linha de plantio. Para os espaçamentos
com linhas duplas de plantio são utilizados três números. O primeiro representa
a distância entre as linhas duplas; o segundo número é a distância da linha dupla
e o terceiro número corresponde ao espaçamento entre as plantas dentro da
linha de plantio.
Tabela 2. Espaçamentos recomendados para o plantio da pupunha.
*Condições: 12 cortes/ano
diâmetro de corte: 9 cm
adubação: 30 g/mês de 18-5-15-6-2 (N-P-K-Ca.Mg)
preço de venda do palmito= R$ 0,40 a unidade.
21
22
É muito importante que o agricultor tenha sempre em mente que seu objetivo é
produzir palmito cultivado. O que ele vai vender para a indústria é uma peça de
palmito e o dono da fábrica vai pagar por ela em função da rentabilidade
industrial de palmito. Assim, o ponto exato de corte deve ser determinado com
base na relação entre o peso líquido do palmito e o peso total da planta. O
ponto ideal é aquele em que se tenha, em cada haste, o máximo rendimento
industrial de palmito no menor tempo possível de cultivo. A Figura 3 mostra a
relação entre o peso líquido do palmito com o peso total da planta e sua altura.
Observe que, a partir de um certo ponto, o peso líquido do palmito aumenta
bem menos do que a altura e o peso total da planta. Esse é o ponto ideal de
corte para o agricultor e corresponde a plantas com altura ao redor de 1,5 m,
medido do solo até a inserção da primeira folha aberta logo abaixo da folha
mais nova, ainda fechada.
FIGURA 3. Relação entre peso líquido do palmito, altura e peso da planta. 23
24
ADUBAÇÃO
Após o pegamento das mudas, deve-se dar início às adubações com nitrogênio
e potássio em cobertura. Uma adubação anual razoável seria entre 300 e 400
g/planta de 20-5-20, fracionada o maior número de vezes possível. Quando se
faz irrigação deve-se realizar adubação em cobertura a cada mês, aplicando-se
entre 30 a 40 g/planta. As plantas de pupunha também necessitam do forneci-
mento de cálcio, magnésio, enxofre e boro (Tabelas 4 e 5). Daí a necessidade
de se realizar a análise do solo para que o agrônomo faça a recomendação
correta dos níveis de adubação.
O CORTE DO PALMITO
O corte das plantas deve ser realizado quando elas atingem um diâmetro, perto
do solo, entre 9 e 15 cm. De início deve-se cortar algumas plantas para que se
aprenda onde fica, exatamente, o palmito. O primeiro corte é o menos
produtivo por área cultivada, pois corta-se apenas a planta mãe e o palmito
tende a ser mais curto e de forma um pouco cônica. A partir do ano seguinte é
que a cultura vai mostrar todo o seu potencial produtivo, quando se cortam os
perfilhos. A partir do primeiro corte (18 a 24 meses), entra-se numa fase de
cortes sucessivos e anuais. O número de palmitos a serem cortados, por planta/
ano, varia de 1 a 3, em função do número de perfilhos que se deixa para o ano
seguinte e do diâmetro de corte. Essa é uma decisão que cada produtor tem
que tomar em razão do mercado que ele pretende atingir. Antes do corte do
26
VIABILIDADE ECONÔMICA
A cultura da pupunha apresenta uma excelente viabilidade econômica (Tabelas
6, 7, 8 e 9). Entretanto, o custo de implantação é elevado, situando-se ao redor
de R$ 5.000,00 por hectare. O custeio anual varia de R$ 1.800,00 a R$
2.900,00 por hectare, incluindo: controle de mato, adubos e corretivos, energia
e mão-de-obra para corte e transporte dos palmitos. O valor da produção vai
depender de como o agricultor vai comercializar o produto: in natura ou para a
indústria que vai envasá-lo. Pequenos produtores isolados podem conseguir
uma rentabilidade maior se comercializarem o palmito in natura. Para viabilizar
uma pequena indústria de envasamento de palmito, deve-se ter uma área
plantada de, pelo menos, 300.000 pés de pupunha. Em diversas regiões dos
Estados de São Paulo e Paraná a implantação da cultura da pupunha está sendo
intermediada por associações de agricultores, por cooperativas ou pelo Sindica-
to Rural do Município. Muitas prefeituras também têm dado apoio aos agriculto-
res, fornecendo facilidades e infraestrutura para os viveiros de mudas e aquisi-
ção das sementes. Sempre procuramos incentivar esse tipo de ajuda inicial das
organizações de agricultores, sobretudo com o apoio da Prefeitura do Municí-
pio, que os agricultores sintam-se amparados e mais confiantes para entrarem
nesse negócio de produzir palmito de pupunha. Havendo esse tipo de
integração entre os produtores, a rentabilidade da cultura fica ainda maior. Um
hectare de pupunha produz cerca de 1.700 kg de palmito e 2.500 kg de
subproduto (picadinho e rodelas).
Tabela 6. Homens-dia para um hectare de pupunha (do plantio das mudas até o
corte do palmito – ano 1 e ano 2.
PRÉ PLANTIO:
FLUXO DE CAIXA ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6 ANO 7 ANO 8 ANO 9 ANO 10
INVESTIMENTO/CUSTEIO 9.013,50 1.963,50 2.038,50 2.038,50 2.038,50 2.038,50 2.038,50 2.038,50 2.038,50 2.038,50
VENDA DE PALMITO 4.000,00 8.000,00 8.000,00 8.000,00 8.000,00 8.000,00 8.000,00 8.000,00 8.000,00
RESULTADO DO ANO (9.013,50) 2.036,50 5.961,50 5.961,50 5.961,50 5.961,50 5.961,50 5.961,50 5.961,50 5.961,50
FLUXO DE CAIXA (9.013,50) (6.977,00) (1.015,50) 4.946,00 10.907,50 16.869,00 22.830,50 28.792,00 34.753,50 40.715,00
observações:
- valores entre parênteses são resultados líquidos negativos
- para plantios com irrigação e adubação adequada, corta-se 80% das plantas até 24 meses após o plantio no campo
- do 2º ano em diante, corta-se, em média, 8.000 perfilhos por hectare a cada ano
- preço do palmito a ser pago pela indústria: r$1,00/palmito (bastão)
Estudo de Mercado de
Palmito
Anibal S. Rodrigues
1. INTRODUÇÃO
O estudo deve abranger todo o País, a partir das regiões mais importantes em
produção/extração/transformação/consumo do produto, e contempla as espéci-
es de palmeiras importantes comercialmente.
2. Produção e exportação de
palmito no Brasil
2.1.1 Agroindústrias
Comentários:
1
Não se obteve dados da produção nas décadas de 1950/60.
* Não foi possível a obtenção de informações.
**Os valores apresentados foram atualizados para US$ de julho/2002, em todas as citações deste
trabalho.
2.2 A década de 70
2.2.1 Agroindústrias
Comentários:
Comentários:
Comentários:
SÃO SANTA
BRASIL PARÁ PARANÁ
ANO PAULO CATARINA
(ton.) (%) (%)
(%) (%)
1980 114 408 95,0 0,5 2,0 0,9
1981 90 540 84,6 4,7 2,4 1,3
1984 105 225 88,1 1,7 8,7 0,8
1985 132 104 88,5 0,1 1,2 0,9
1987 142 060 92,0 0,01 1,5 0,6
1989 202 440 96,4 0,04 0,0003 0,0004
1990 27 031 81,0 0,30 0,6 0,3
Fonte: Nascimento, 1991, Agrianual, 2000.
Comentários:
2.3.2- Exportação
Tabela 8. Exportação de palmito – Brasil: período 1980-1990
Ano Volume (t) US$ mil/t
2.4 A década de 90
2.4.1 Indústrias de palmito no Pará
Tabela 9. Indústrias de palmito – Pará, em 1991
Comentários:
3
O “salto” no ano em que não se apresenta a informação, isto é, a falta dos dados em 1981 e 1982
(p.ex) significa que os montantes do ano anterior (no caso, 1980) repetem-se, com poucas
diferenças. Isto vale para todas as tabelas.
4
Foram obtidos pela autora, em entrevistas diretas bem conduzidas.
2.4.2 Produção
Santa
Brasil Pará Paraná São Paulo
Ano Catarina
(t) (%) (%) (%)
(%)
Comentários:
Comentários:
70 - 71 0,03
71- 73 37,0
73 - 75 61,0
70 - 75 121,0
74 - 78 88,0
75 - 80 166,0
80 - 83 - 36,7
83 - 85 - 21,3
85 - 90 82,4
90 - 93 16,0
93 - 95 34,0
95 - 96 - 96,0
95 - 98 7,0
95 - 01 -38,0
Comentários:
Outras estimativas:
*Fonte: POF (Pesquisa Orçamento Familiar), 1996. Adaptado de Pontes et al., 2001.
Salário mínimo mensal em 1996 era R$ 112,00.
5
Esta é a estimativa com a qual opera uma importante agroindústria de Belém, no mercado há mais de
40 anos.
Comentários:
Para um estimativa “mediana”, pode-se usar os dados da tabela 14. Nas demais
nove Regiões Metropolitanas do País (excluída a RMSP) e mais a cidade de
Goiânia, em 1996 havia 8.261.332 domicílios. Considerando-se que nesses o
consumo tenha sido a metade da RMSP, teríamos um consumo de mais 32
521 t/ano;
6
Pode-se considerá-los como confiáveis, pois referem-se à pesquisa dos gastos familiares em
19.816 domicílios nas dez maiores regiões metropolitanas do País, mais a cidade de Goiânia,
realizada pelo IBGE, entre out/95 e set/96.
Tabela 14.Número de domicílios nas principais regiões metropolitanas do
país, exclusive a Região Metropolitana de São Paulo.1996.
Comentário:
5. PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO DE
PALMITO – OUTROS PAÍSES
5.1 Costa Rica
Comentários:
Comentários:
Comentários:
As fábricas estariam pagando US$ 0,38 por estipe; Assim, haveria prejuízo de
US$ 0,16 por estipe, e não parece coerente manter-se o negócio nesses
termos.
Tabela 19. Histórico do preço pago ao agricultor na Costa Rica, por estipe de
palmito.
Comentários:
Como observa, os dados são díspares. Uma das fontes não oficiais (noticiário
agrícola) informa que as fábricas estariam pagando US$ 0,38 por estipe, em
2002. Os dados do Ministério (Tabela 18) mostram preços pagos declinantes,
chegando a US$ 0,16/estipe (preço corrigido para jun/2002), em junho de
2001.
Tabela 20. Preço do produto exportado, US$/Kg palmito.
1997 – 2,36
1998 2, 1 –
1999 1, 7 1,56
2000 1, 7 1,64
Comentários:
1997 0,30
1999 0,17
2002 0,14
Comentários:
Comentário:
O custo de produção seria US$ 0,02 maior (dados oficiais) e US$ 0, 34 menor
(dados não oficiais) que na Costa Rica. Contudo, no Equador os custos devem
ser realmente menores porque o custo da mão-de-obra é significativamente
menor.
8. COLÔMBIA
Na Colômbia havia 600 ha plantados com palmito em 1997.
Comentário:
Os dados mostram que a Colômbia exportou, até meados dos anos 90, mais
palmito que o Brasil exporta atualmente.
9. PERU
9.1 Produção e exportação de palmito
Comentários:
t ? ? ? ? ? ? ? 3 988 5 228
Comentários:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGRIANUAL. Anuário da Agricultura Brasileira. São Paulo: FNP, 2000. 521 p.
Os cortes nas extremidades do talo de palmito devem ser feitos o mais distante
possível das partes comestíveis, para retardar sua desidratação e evitar a
contaminação por microrganismos. Por ocasião do corte e durante o tempo de
permanência do talo de palmito no campo, é importante tomar cuidados no
sentido de evitar a transferência de esporos de C. botulinum do solo para a
matéria-prima. Também durante o transporte microrganismos nocivos à saúde
do homem, bem como microrganismos que apenas danificam o produto, podem
ser carreados para o interior da fábrica através da superfície externa do talo de
palmito bruto. Devem ser evitados, ainda durante o manuseio e transporte,
danos físicos na matéria-prima, e os talos de palmito bruto precisam ser
mantidos em local limpo e seco, na sombra.
O envase do palmito
Por outro lado, pode também acontecer que, embora a quantidade de palmito
no vidro seja normal (300 g), a concentração do ácido cítrico da própria
salmoura ser insuficiente para baixar o pH do produto até níveis considerados
seguros. Isso implica na prática de procedimentos adequados para a
acidificação da salmoura, que inclui a titulação do palmito in natura até pH
recomendado como seguro (em geral em torno de 3,8) e o cálculo da
concentração de ácido cítrico que deve ter a salmoura. Portanto, um erro nesse
procedimento de acidificação da salmoura pode significar uma acidificação
insuficiente do palmito, mesmo que corretamente envasado quanto ao peso.
Assim, quanto mais o palmito dentro do vidro exceder o nível de 300 g de peso
drenado, maior será a possibilidade de desenvolvimento do C. botulinum. Em
contrapartida, quando o peso drenado dos palmitos está abaixo de 300 g não
há riscos para a saúde do consumidor porque, nessas condições, os vidros
recebem, em geral, uma quantidade de ácido cítrico superior à requerida.
Tempos longos de fervura dos vidros ou latas significam maior segurança para
o consumo, mas os palmitos ficam moles/macios, isto é, perdem a rigidez
característica ao dente. Em contrapartida, tempos curtos de tratamento térmico
conferem uma textura apropriada, no entanto, gerando riscos para a saúde do
consumidor.
Lacre da embalagem
Se possível, proteger a tampa com adesivo (lacre), para evitar que a embalagem
seja violada após o processamento, isto é, que a tampa seja aberta e ocorra
uma contaminação do produto. Esse procedimento representa uma garantia
para o fabricante contra possíveis violações da embalagem do produto durante
a sua comercialização e também gera confiança do consumidor.
Armazenamento
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMARGO, R., FONSECA, H., GRANER, M., PRADO FILHO, L.G., CARUSO,
J.G.B., ANDRADE, M.O., NOGUEIRA, J.N., CANTARELLE, P.R., LIMA, U.A.,
OLIVEIRA, A.J., MOREIRA, L.S. Tecnologia dos produtos agropecuários:
Alimentos. São Paulo: Nobel, 1986. 298p.
Com base nos dados dos postos acima citados são calculados os riscos
climáticos para cada parâmetro com base no ciclo fenológico da cultura e na
suscetibilidade de cada estágio cultural. A seguir, são apresentados alguns
parâmetros climáticos estimados para o Estado que ressaltam algumas
características prevalentes no Paraná.
A Figura 3 apresenta a classificação climática do Estado do Paraná e ressalta os
dois tipos climáticos predominantes o CFa e o CFb, que respectivamente
representa um clima sub-tropical e temperado típicos. A transição climática
observada na Figura 3 também é decorrente da variação de altitude que pode
ser observada na Figura 4, onde as maiores altitudes encontram-se no Sul do
estado, acentuando o efeito da latitude no clima temperado; em contrapartida,
as menores altitudes são encontradas no Norte, acentuando o efeito do clima
sub-tropical e tropical.
Vale da
Ribeira 55,6 166,7 222,3 278 2500 2778 230 2788000,00
Norte/
Noroeste 274,0 228,1 502,1 1370 3420 4970 245 4970000,00
PONTOS POSITIVOS:
PONTOS NEGATIVOS:
• Dificuldades na aquisição de mudas de pupunha;
Guaratuba 1
Antonina 5
Paranaguá 1
Guaraqueçaba 1
Tabela 6. Rendimento e relação de corte de pupunha.
1. SEMENTES
1.1 Colheita
PUPUNHA PALMEIRA REAL
1.2 Compra
PUPUNHA PALMEIRA REAL
Limpeza;
PALMEIRA REAL
1kg = 400 sementes – 200 mudas 1kg = 1000 sementes = 900 mudas
Material genético sem espinho produz entre 5 e 7% das mudas com espinho
Material genético com espinho produz entre 2 e 5% das mudas sem espinho
1.5 Sementeira
Os canteiros devem ser preparados com serragem curtida, terra, areia, casca de
arroz ou outro material disponível;
Irrigar em seguida;
Após 60 a 120 dias: grande parte das sementes já deve ter germinado
PUPUNHA
Cuidados na repicagem: não cortar as raízes; a semente deve ser mantida junto
ao broto.
PALMEIRA REAL
O controle de ervas invasoras deve ser feito manualmente; contra pragas deve
ser aplicado óleo natural e contra doenças, óleo natural + fungicidas;
Seleção de mudas:
1.INTRODUÇÃO
As espécies de palmeira-real-da-austrália (Archontophoenix spp) são palmeiras
amplamente cultivadas em todos os trópicos e subtrópicos como plantas
ornamentais. Em Santa Catarina vêm sendo cultivadas em quase todos os
municípios do Litoral e Médio Vale do Itajaí, igualmente para fins ornamentais.
Entretanto, seu cultivo para produção de palmito já tinha sido destacado na
década de 70, com amplas possibilidades de substituir o palmiteiro nativo
(Euterpe edulis), produzindo mais creme ou parte comestível, bem como palmito
de ótimo paladar.
Com base na relação entre a altura das palmeiras, o diâmetro do caule no ponto
de embarrigamento (Figura 1) e a produção total de palmito por planta, foi
elaborada a Tabela 2, que possibilita avaliar a produção de palmito com as
plantas ainda em pé.
50 6,3 102
100 7,4 255
150 8,6 434
200 9,9 634
250 10,9 849
300 12,1 1079
350 13,2 1323
400 14,4 1576
450 15,5 1840
500 16,7 2114
2. DESCRIÇÃO DE ESPÉCIES
Estágios de maturação
Fatores
Limão Laranja Acerola Cereja
Germinação (%) 26 36 64 77
Umidade dos frutos (%) 57 52 56 53
Umidade das sementes (%) 56 49 54 50
Frutos/kg (no) 715 735 672 648
0
Sementes/Kg (n ) 866 933 847 885
Água 51 87 50 94 53 95 53 92 54 86 54 84 54 87
Câmara Fria 51 87 52 93 53 81 52 76 49 84 51 67 52 73
Ambiente
Natural 51 87 26 78 15 0 16 0 18 0 19 0 20 0
(1)
A= conteúdo de umidade, B= percentual de germinação
2.2 Preparo das sementes
Se armazenadas por algum período, devem ser desinfestadas com uma solução
de hipoclorito a 0,2%.
Procedimento:
Preparo da solução:
Por este processo, as sementes são postas para germinar diretamente nas
embalagens em que permanecerão até o transplante para o local definitivo.
Pode-se utilizar sementes pré-germinadas.
Por este processo, as sementes são postas para germinar diretamente nas
embalagens em que permanecerão até o transplante para o local definitivo.
Pode-se utilizar sementes pré-germinadas (Figura 6).
Procedimento:
2.4.1 Embalagens
Pode ser considerado o tipo de embalagem adequado para produzir mudas mais
vigorosas e em menor tempo que outras embalagens (Tabela 5). Há diferentes
tamanhos de sacos plásticos. Recomenda-se:
Obs.: 1) Devem ser de plástico preto com espessura adequada para resistir
a cerca de 12 meses no canteiro, ter fundo sanfonado e serem perfura-
dos para drenagem do excesso de água.
2.4.1.2 Tubete
2.4.2 Substratos
Material argiloso 50 -
Material argilo-arenoso - 50
Material orgânico 25 35
3. TÉCNICAS DE PRODUÇÃO
Baixo 10.000
Médio 15.000
Alto 20.000
3.4 Plantio
Coveamento: o tamanho das covas e a forma de abertura dependem das
características do solo, da adubação de base e do tipo de plantio.
Modo de plantio: o plantio com mudas de raiz nua é recomendado para solos
argilosos; uma leve compactação das raízes na cova é fundamental para o
pegamento; pode-se podar o sistema radicular, permanecendo cerca de 10 a 12
cm.
Obs:
1) existem no mercado protetores especiais, adaptáveis à lança de pulveriza
ção de pulverizadores costais manuais, bem como produtos com formula
ções especiais que não causam deriva na pulverização.
3) a enxada rotativa deve ser utilizada com cautela, devendo ser o mais
superficial possível e evitando a área abrangida pela projeção das
folhas.
INTRODUÇÃO
Esta artigo tem, com base na literatura existente sobre a espécie, o objetivo de
disponibilizar aos extensionistas e pequenos e médios produtores de palmito
pupunha, alguns resultados sobre a silvicultura da espécie obtidos pelas
diferentes instituições de pesquisa que trabalham com a pupunha para
produção de palmito.
CARACTERÍSTICAS DA ESPÉCIE
CLIMA E SOLO
AQUISIÇÃO DE SEMENTES
PRODUÇÃO DE MUDAS
Nos solos com textura arenosa ou média, com baixos teores de matéria
orgânica, é recomendável que se proceda ao plantio e incorporação de
leguminosas, de preferência as fixadoras de nitrogênio, pelo menos duas safras
antes do plantio da pupunha (Chaimsohn, 2000).
Antes ou durante o plantio, caso seja feita adubação orgânica e/ou mineral nas
covas, a mesma deve obedecer ao seguinte método: no ato da abertura das
covas separa-se o volume do solo em duas partes iguais. De um lado da cova
coloca-se a parte correspondente à camada superficial, e do outro a
correspondente ao fundo da cova. No solo da camada superficial mistura-se os
fertilizantes usados e, após esse procedimento deposita-se a mesma no fundo
da cova. Procede-se ao plantio da muda e usa-se o solo do fundo da cova para
completar a parte correspondente à camada superficial.
É importante que nas primeiras semanas após o plantio sejam feitas vistorias de
campo para verificação de possíveis ataques de pragas e doenças. Nessas
vistorias, pode-se quantificar o número de mudas necessárias para o replantio.
ESPAÇAMENTO
As questões mais importantes que devem ser levadas em consideração para a
escolha do espaçamento são o objetivo do plantio e a qualidade do solo. Em
solos férteis, os espaçamentos mais adotados são 2 m x 1 m e 1,5 m x 1,5 m,
enquanto que em solos pobres ou não adubados são recomendados os
espaçamentos 2,0 m x 1,5 m quando o plantio é manual e os espaçamentos 3
m x 1 m; 3 m x 1,5 m ou 2,70 m x 1 m quando o plantio é mecanizado.
Atualmente, os mais usados são 2 m x 1 m; 1,5 m x 1,5 m; 1,5 m x 1,0 m ou
2,0 m x 1,0 m x 1,0 m (linhas duplas), conforme (Bonaccini, 1997; Bovi,
1998; Morsbach et al., 1998; Kulchetscki et al., 2001).
CALAGEM
A correção da acidez deve ser feita com base na análise do solo. Quando
necessário, aplica-se, em torno de 30 dias antes do plantio, calcário dolomítico
para elevar a saturação de bases a 50% de acordo com a seguinte fórmula:
CTC (V 2 − V1 )
NC =
100
onde,
CTC = capacidade de troca de cátions obtida pela soma de bases (Ca, Mg, K,
Na) e H + Al;
ADUBAÇÃO DE PLANTIO
ADUBAÇÃO DE MANUTENÇÃO
Deve ser iniciada seis meses após o plantio. Com base em uma produtividade
esperada de 1 a 4 t/ha de palmito, é recomendado que anualmente se aplique
de 110 a 300 kg/ha de N, até 80 kg/ha de P2O5, de 20 a 160 kg/ha de K2O, de
20 a 50 kg/ha de S e de 1 a 2 kg/ha de B. Estas quantidades devem ser
parceladas em, pelos menos, 5 aplicações anuais. A partir do quarto ano após o
plantio as doses de N podem ser reduzidas a até 30%. Em razão da elevada
adubação nitrogenada aplicada no cultivo, recomenda-se fazer a correção do
solo a cada quatro anos, aplicando calcário dolomítico suficiente para atingir
saturação de bases de 50% (Bovi, 1998).
MANEJO DE PERFILHOS
COLHEITA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
8
7
Evapotranspiração..
6
5
(mm/dia)
4
3
2
1
0
01/01/02 20/02/02 11/04/02 31/05/02 20/07/02
Data
ETo ETc
11
10
9
8
7
6
01/01/02 20/02/02 11/04/02 31/05/02 20/07/02 08/09/02
Data
CC UmidSolo UmidMin PM
A cultura da pupunha necessita de mais de 2000 mm de água por ano para seu
desenvolvimento adequado. Podemos afirmar que a planta pupunha responde à
irrigação com boas perspectivas, assegurando boa produtividade. A planta, em
razão de seu crescimento e desenvolvimento, tem mostrado que, quanto mais
próximo o teor de água no solo da capacidade de campo, mais satisfatórios são
seus resultados obtidos. Em relação à freqüência de irrigação, análises
preliminares têm mostrado que a planta responde bem quando se mantém o
solo com valores elevados e constantes de umidade . Quanto aos sistemas de
irrigação, é nítido que, no estabelecimento da cultura, o gotejamento é mais
eficiente em relação à microaspersão, tanto no crescimento da parte aérea
como também no desenvolvimento do sistema radicular. Ressalta-se também
que no sistema de irrigação com gotejamento sua operacionalização é mais
facilitada graças às condições nos espaços entre as linhas de plantio. Isto tende
a se acentuar à medida que a planta passa a ser colhida e os restos culturais
são depositados nas entrelinhas.
Manejo de Plantas
Infestantes em Palmitos
Cultivados
Francisco Skora Neto
À medida que as plantas desenvolvem, uma maior área é ocupada pelas raízes
e, teoricamente, o controle das plantas infestantes deveria ser feito na área
abrangida pelas raízes. Entretanto, quando mais desenvolvida, a cultura já
ocupou um “espaço biológico” suficiente para não permitir o normal
desenvolvimento de outras espécies. Através do sombreamento e da alta
utilização de água e nutrientes naquele ambiente, outras plantas têm dificuldade
para estabelecer ou competir eficientemente pelos recursos do ambiente.
Embora não existam resultados conclusivos, observações demonstram que o
uso de roçadas esporádicas são suficientes para não haver comprometimento
da cultura pela presença das plantas infestantes nesta fase, ou, pelo menos,
não se justifica o uso de medidas de controle que demandem mais capital ou
mão-de-obra para reduzir possíveis efeitos de competição das plantas daninhas
presentes.
2500
2000
kg/ha
1500
1000
500
0
537 731 876
dias
Ramos & Heck (2001) reportam também um melhor efeito do uso de cobertura
morta no desenvolvimento da palmeira-real em comparação à capina ou roçada
(Figura 2).
Cobertura Morta Capina Roçada
1,6
1,4
1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
Altura (m) Diâmetro (dm)
cm 4,00
3,00 Junho/2001
2,00
1,00
0,00
Roçada Capina Herbicida Roçada Capina Herbicida
0,8
0,6
0,4
0,2
0
Altura (m) Diâmetro (dm)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CLEMENT, C. R.; DE FRANK, J. The use of ground cover during the
establishmentofheart-of-palm plantationsinHawai HortScience,
. v. 33, n. 5,
p. 814-815, 1998.
INTRODUÇÃO
Considera-se que o cultivo de palmeira real para produção de palmito possa ser
uma alternativa de renda muito interessante para o agricultor, além de
contribuir para a preservação dos remanescentes de palmito juçara. Entretanto,
é preocupante a euforia com que alguns técnicos e produtores estão
disseminando, baseando-se em informações e/ou interpretações, no mínimo,
equivocadas.
METODOLOGIA
Para efeito de cálculo, foram considerados os parâmetros relacionados a seguir.
Evidentemente que os custos e rendimento variam com o tipo de sistema de
cultivo e região; entretanto, consideramos números os mais realistas possíveis,
ou seja “com os pés no chão”.
Com auxílio de uma planilha eletrônica, foram calculados o lucro bruto acumula-
do a cada ano (receita bruta – custos) e o lucro bruto médio anual (lucro bruto
total 1/no anos de exploração) para a pupunha e palmeira-real no período de 12
anos.
PUPUNHA
Espaçamento e densidade: 2,0 m x 1,0 m, ou seja, 5.000 plantas/ha
Primeiro corte com 24 meses após o plantio – m.a.p. (planta mãe) = 4000
palmitos/ha (80% do estande)
Receita bruta:
PALMEIRA REAL
Espaçamento e densidade: 1,5m x 0,4m, ou seja, 16.667 plantas/ha
2
Consideramos preço médio pago pela industria.
3
Neste trabalho consideramos o custo operacional da palmeira real equivalente ao da pupunha;
entretanto, com exceção das mudas, o custo deve ser maior em razão de demandar o preparo e
manutenção de mais do que o triplo do número de covas do que a pupunha.
Rendimento de palmito:
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Tabela 1 apresenta os cálculos de rentabilidade do palmito de pupunha e de
palmeira real para um período de doze anos. Observa-se que a partir do terceiro
ano após o plantio (segundo corte da pupunha e primeiro corte da palmeira-real)
há uma renda bruta positiva, sendo de R$ 3.400,00/ha para pupunha e R$
6.132,00/ha para a palmeira-real.
4
Consideramos preço médio pago pela indústria.
Entretanto, resultados preliminares de avaliações efetuadas em ensaios do Iapar
no Litoral do Paraná indicam rendimento médio de palmito de 275 g/planta (89
g/planta de primeira e 188 g/planta de segunda) em Tagaçaba, aos 33 meses
após o plantio. Considerando-se um rendimento médio de 100g/planta de
palmito de primeira e 200 g/planta de palmito de segunda e um preço de R$
1,20/300 g de palmito de primeira e R$ 0,40/300 g de palmito de segunda5, o
preço médio pago pelo palmito de palmeira real seria de R$ 0,67/peça, valor
muito próximo ao que vem sendo pago em Indaial (SC), ou seja, R$ 0,70/
palmito cortado de plantas com 3,5 a 4 anos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
5
Informação pessoal de gerente de indústria de palmito do Litoral do Paraná.
TABELA 1. Rentabilidade do palmito de pupunha e de palmeira-real para um período de doze anos.
ANO 0 ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6 ANO 7 ANO 8 ANO 9 ANO 10 ANO 11 ANO 12
Operação Plantio Corte 1 Corte 2 Corte 3 Corte 4 Corte 5 Corte 6 Corte 7 Corte 8 Corte 9 Corte 10 Corte 11
Custo 6000,00 600,00 600,00 600,00 600,00 600,00 600,00 600,00 600,00 600,00 600,00 600,00 600,00
PUPUNHA Receita 0,00 0,00 4000,00 7200,00 7200,00 7200,00 7200,00 7200,00 7200,00 7200,00 7200,00 7200,00 7200,00
Diferença -6000,00 -600,00 3400,00 6600,00 6600,00 6600,00 6600,00 6600,00 6600,00 6600,00 6600,00 6600,00 6600,00
Lucro Bruto -6000,00 -6600,00 -3200,00 3400,00 10000,00 16600,0023200,00 29800,00 36400,00 43000,0049600,00 56200,00 62800,00
Custo 5400,00 600,00 600,00 600,00 5400,00 600,00 600,00 600,00 5400,00 600,00 600,00 600,00
PALMEIRA –REAL Receita 0,00 0,00 0,00 13332,00 0,00 0,00 0,00 13332,00 0,00 0,00 0,00 13332,00
Diferença -5400,00 -600,00 -600,00 12732,00 -5400,00 -600,00 -600,00 12732,00 -5400,00 -600,00 -600,00 12732,00
Lucro Bruto -5400,00 -6000,00 -6600,00 6132,00 732,00 132,00 -468,00 12264,00 6864,00 6264,00 5664,00 18396,00
Doenças da Pupunha no
Estado do Paraná
Álvaro Figueredo dos Santos
Dauri José Tessmann
João Batista Vida
Rudimar Mafacioli
A mancha foliar causada pelo fungo Curvularia senegalensis (Speg.) Subram. foi
constatada em mudas de pupunheira e de palmeira real. Os sintomas da doença
são manchas arredondadas, de coloração marrom-avermelhada. Nos casos em
que o ataque da doença é severo a coalescência das manchas causa o
secamento das folhas. Não existe ainda nenhuma recomendação de medida
específica de controle desta doença. Observações preliminares indicam que, da
mesma forma que a antracnose na pupunheira, esta doença ocorre com maior
intensidade quando as mudas estão sofrendo algum tipo de estresse. A aduba-
ção equilibrada associada com o correto manejo da água no viveiro e a proteção
contra danos físicos são fundamentais para prevenir a severidade da doença.
Podridão do Estipe
Problemas Abióticos
O frio, o vento e a falta de água causam estresses em mudas e em plantios
novos de pupunha e palmeira real. Tais fatores podem causar uma maior
predisposição das plantas a alguns patógenos foliares.
A B
INTRODUÇÃO
Este projeto tem o objetivo de desenvolver um sistema de produção que dê
suporte à atividade de produção de palmito cultivado, de forma sustentável,
visando preencher importante lacuna na oferta de sistemas para o
aproveitamento de áreas abandonadas e/ou degradadas pela agricultura no
domínio da Mata Atlântica, no estado do Paraná. A pupunha (Bactris gasipaes)
para palmito é uma alternativa para diversificação e fonte de renda e
agregação de valor. Em razão da sua alta produtividade por unidade de área, o
aumento na oferta de palmito cultivado representa também um decréscimo na
pressão ainda existente sobre as populações remanescentes de juçara (Euterpe
edulis). O projeto é composto de quatro subprojetos que tratam sobre o
zoneamento edafo-climático, diagnóstico de sistemas de produção, mercado,
melhoramento genético e conservação, propagação de material de plantio,
silvicultura, manejo e processamento de palmito. O projeto é resultante de uma
parceria entre a Embrapa Florestas, o Iapar, a UEM, UEPG, Emater-PR, e a
Funpar. Espera-se com este projeto desenvolver tecnologias e disponibilizar
conhecimentos que permitam aos agricultores e empresários do setor tornarem
seus empreendimentos viáveis, tendo acesso a material genético adaptado às
suas condições, conhecendo as opções de mercado, e, também as técnicas de
cultivo. A viabilização da comercialização do palmito in natura por grupos de
produtores pode constituir-se em importante fonte de renda para agricultores
familiares, uma vez que o processamento não exigiria grandes investimentos,
tornaria possível a venda do produto tanto em mercados locais (feiras de
produtores) ou em grandes mercados. Este é um projeto de geração/adaptação,
validação e transferência de tecnologias financiado pelo Prodetab em 2000.
Subprojetos componentes:
Experimentos componentes:
Experimentos componentes:
Abrangência: Paraná
Abrangência: Paraná
3. Manutenção de um banco de germoplasma (pesquisa estratégica)
Abrangência: Londrina-PR
Abrangência: Nacional
Abrangência: Nacional
Experimentos componentes:
Abrangência: Nacional
Estratégias do Projeto
• Forte parceria
• Rede experimental
Introdução das espécies Euterpe oleracea Mart. (açaí) e Bactris gasipaes Kinth
(pupunha) para avaliação como alternativa de produção de palmito.
1996 – Guaraqueçaba
2000/2001 – Paraná
Publicações produzidas:
Morsbach, N.; Rodrigues, A.dos S.; Chaimsohn, F.P.; Treitny, M.R. Pupunha
para palmito – cultivo no Paraná. Londrina: IAPAR, 1998. 56p. (IAPAR.
Circular, 103).
Chaimsohn, F.P.; Morsbach, N.; Durigan, M.E.; Treitny, M.R.; Gomes, E.P.
Desenvolvimento de pupunha (Bactris gasipaes Kunth) cultivada para palmito
em diferentes regiões do Paraná. Londrina: IAPAR, 2002. 54p. (IAPAR.
Boletim Técnico, 67).
Relato de Experiências com
a Atividade Palmito de
Pupunha na Pequena
Propriedade
Deodato Miguel de Paula Souza
O meu interesse pelo cultivo de pupunha para palmito teve início quando de
uma visita à propriedade de meu colega prof. doutor Luiz Kulchetscki, da
Universidade Estadual de Ponta Grossa, e com experiências vividas na Região
Amazônica, Costa Rica e Peru. Nesta visita, o prof. Luiz me sugeriu que
pensasse na possibilidade de cultivar pupunha para palmito.
Como conseqüência da sugestão feita pelo Prof. Luiz, fiz curso sobre pupunha
ministrado pela Esalq e, na seqüência, realizei revisão bibliográfica sobre o
assunto, dando ênfase para a importância do solo, por ter sido a área que
trabalhei quando professor universitário.
Nessa propriedade, os primeiros plantios com pupunha foram feitos com 500
mudas vindas do Município de Registro, SP.
O preparo de área é feito com uso de arado para o revolvimento do solo. Nas
covas, 30 a 50 dias antes do plantio, são colocados composto à base de
serragem e calcário. Por ser espécie heliófila, os plantios são feitos a pleno sol,
com exposição na direção Leste/Oeste.
Os tratos culturais nos plantios de pupunha são constituídos por capina manual
e química. A adubação é feita à base de nitrogênio, fósforo e potássio em
formulações NPK de 4– 14-8 e 10–10-10.
Houve três casos de botulismo em São Paulo, sendo dois deles suspeitos de
terem sido provocados por palmito, mais tarde apurado como sendo de origem
boliviana. O assunto foi superexplorado pela imprensa, inclusive em programas
de televisão de grande audiência.
Em seguida, a Anvisa tomou, com acerto, uma série de medidas. Baixou a RDC
no 18, de 19/11/1999, determinando providências a serem tomadas pelas
indústrias para continuarem produzindo. Concedeu um prazo de 180 dias para
as indústrias adaptarem-se às novas exigências. À medida que as indústrias se
adaptavam, eram vistoriadas pela Anvisa e, se aprovadas, ficavam dispensadas
do uso de etiqueta.
PALMITOS CULTIVADOS
O palmito de palmeira real não existe à venda no mercado, mas nos testes
feitos resultou um produto de boa qualidade e aparência, bastante semelhante
ao palmito de juçara. Muitos devem estar em dúvida sobre qual espécie plantar,
pupunha ou palmeira real, com base nas informações técnicas existentes de
uma e de outra espécie. Sob o ponto de vista da indústria, devem ser
mencionadas algumas características das duas espécies.
PALMEIRA REAL
PUPUNHA
LEGISLAÇÃO
1. Introdução: a natureza do
problema e suas características
2. A certificação do manejo de
plantações florestais
/ Por vezes também denominadas espécies introduzidas, alienígenas ou não autóctones. Cabe lembrar
1
5. O Código Florestal
O Código Florestal Brasileiro foi instituído com a Lei 4.771, de 15-09-1965.
Após as modificações introduzidas pelas Leis 5.711/86 e 7.803/89, e mais
recentemente, pela edição da Medida Provisória 1.956-501 de 29-05-2000,
reeditada até a MP 2.166-67 (de 25-08-2001), o Código Florestal estabelece,
em seu Art. 1o, §2o, as seguintes importantes definições:
Artigo 1o .......
§ 2 o Para os efeitos deste Código, entende-se por:
II - Área de preservação permanente: área protegida nos termos dos arts. 2o
e 3o desta Lei, coberta ou não por vegetação nativa, com a função
ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o
solo e assegurar o bem estar das populações humanas.
III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse
rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso
sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos
processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e
proteção de fauna e flora nativas.
a) aos longo dos rios ou de qualquer curso d’água, desde o seu nível
mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será (Tabela 1):
/ Segundo dispõe a Resolução CONAMA 303/02, (publicada no Diário Oficial da União, DOU, de 13-
2
05-2002), a vegetação natural nas APP’s ao redor de lagos e lagoas naturais, localizados em áreas
rurais, deve ser mantida ou restaurada em faixas marginais com, no mínimo, 50 metros (para lagos
com área de até 20 ha), ou, no mínimo, 100 metros (para lagos com área maior que 20 ha).
/ A Resolução CONAMA 303/02 define “morro” como uma elevação do terreno com altura entre 50 e
3
300m em relação à sua base e cujas encostas tenham declividade maior que 30%; “topo de morro”
é a área delimitada a partir da curva de nível localizada a 2/3 da altura da elevação em relação à
base.
c) no topo de morros, montes, montanhas e serras; 3/
Menos que 10 30
Entre 10 e 50 50
O Código Florestal (Lei 4.771/65) em seu Art. 12 informa que “nas florestas
plantadas, não consideradas de preservação permanente, é livre a extração de
lenha e demais produtos florestais ou a fabricação de carvão”. Assim, em tese,
não haveria necessidade de um Plano de Manejo para legitimar a colheita de
palmito de pupunha e palmeira-real. De outro lado, a necessidade de um Plano
de Manejo está prevista no sistema de certificação florestal ABNT-Cerflor.
Segundo dispõe a Norma NBR 14789, um Plano de Manejo Florestal deve
conter pelo menos os seguintes componentes:
7. Considerações finais e
perspectivas
Muito embora tenha caráter voluntário, a certificação das boas práticas de
manejo florestal é uma realidade contemporânea irreversível. Concebidos para a
certificação dos meios de produção de madeira, matéria-prima requerida pelas
indústrias de celulose e papel, serrarias e indústrias de móveis, os sistemas de
certificação florestal disponíveis podem ser utilizados também para a
certificação de produtos florestais não-madeiráveis, dentre os quais o palmito.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VIANA, V.M.; ERVIN, J.; DONOVAN, R.Z.; ELLIOT, C.; GHOLZ, H. Certification
of forest products: issues and perspectives. Washington: Island, 1996. 261p.