Celebração Da Palavra - 27º Domingo Do Tempo Comum (2022)
Celebração Da Palavra - 27º Domingo Do Tempo Comum (2022)
Celebração Da Palavra - 27º Domingo Do Tempo Comum (2022)
PRESIDENTE: Assim disse Jesus: “Eu sou o PRESIDENTE: A alegria do Senhor seja nossa
caminho, a Verdade e a Vida”. força; vamos em paz, e o Senhor nos acompanhe.
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REFLEXÃO:
Leitura do Evangelho segundo Lucas 17, 5-10 (Correspondente ao 27º Domingo do Tempo Comum, ciclo C
do Ano Litúrgico). O comentário é de Ana Maria Casarotti, Missionária de Cristo Ressuscitado.
Os apóstolos disseram ao Senhor: «Aumenta a nossa fé!». O Senhor respondeu: «Se vocês tivessem fé do
tamanho de uma semente de mostarda, poderiam dizer a esta amoreira: ‘Arranque-se daí, e plante-se no mar’.
E ela obedeceria a vocês.
Se alguém de vocês tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe,
quando ele volta do campo: ‘Venha depressa para a mesa’? Pelo contrário, vai dizer ao empregado: ‘Prepare-
me o jantar, cinja-se e sirva-me, enquanto eu como e bebo; depois disso você vai comer e beber’? Será que
vai agradecer ao empregado, porque este fez o que lhe havia mandado? Assim também vocês: quando tiverem
cumprido tudo o que lhes mandarem fazer, digam: ‘Somos empregados inúteis; fizemos o que devíamos
fazer’».
Jesus continua sua viagem para Jerusalém e no caminho ensina ao grupo de seguidores o que significa ser seu
discípulo e discípula. Há vários domingos que o evangelho apresenta Jesus ensinando no caminho. E isto é
significativo porque se apresenta um ensinamento que não são normas que devem ser escutadas e aprendidas,
ou determinada doutrina para saber, senão que Jesus comunica uma experiência que deve ser adquirida pela
vivência.
O evangelho de hoje começa com o pedido dos discípulos: “Aumenta a nossa fé!” Possivelmente os discípulos
escutam Jesus e sentem a necessidade de aumentar sua fé porque eles não conseguem assimilar aquilo que
recebem. Não é um problema de memória nem de concentração. Eles sentem que estão diante de uma realidade
que se lhes apresenta que não é fácil de assimilar e viver seguindo a proposta de Jesus.
Jesus poderia ter sido mais tolerante e responder-lhes: “não se preocupem”, “vossa fé irá crescendo”, “vocês
estão comigo desde o início desta caminhada” ou até outras respostas que fossem aparentemente mais
compreensivas ou complacentes. Mas, pelo contrário, Jesus disse-lhes: “Se vocês tivessem fé do tamanho de
uma semente de mostarda, poderiam dizer a esta amoreira: ‘Arranque-se daí, e plante-se no mar’. E ela
obedeceria a vocês”.
Com o exemplo de uma semente de mostarda, Jesus destaca a fé não pela sua imagem ou por causa de uma
grandeza visível porque no seu tamanho é pequena e simples, senão assinala a eficácia e as possibilidades
subjacentes à semente de mostarda. Ela abriga uma força que permanece escondida de nossos olhos.
Para Jesus o importante é ter uma fé firme e que seja atuante. Praticar a fé e fortalecê-la. Desta forma no
evangelho apresenta-se a fé como a abertura da pessoa ao agir de Deus, que pode fazer possível o que
humanamente é impossível. Lembremos as palavras de Isabel a Maria: “Bem-aventurada aquela que acreditou,
porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu” (Lc 1,45). Jesus continua espargindo a fecundidade de sua
promessa naqueles que acreditam nela!
O caminho da fé é o caminho do seguimento a Jesus, que é um caminho difícil, e somente na fé que Jesus nos
concede é possível percorrê-lo.
A seguir o evangelho apresenta a realidade da gratuidade da fé. Realizar aquilo que devemos fazer não merece
um especial reconhecimento. Jesus apresenta uma comparação um pouco difícil de entender, mas o que tenta
destacar é que aquilo que acontece é um dom de Deus, como a fé!
Jesus convida-nos a não aguardar grandes acontecimentos ou transformações, mas a viver nossa vida cotidiana
com simplicidade e amor. Não procurar o reconhecimento das pessoas que nos rodeiam para “sentar-nos à
mesa” como se aquilo que tivesse acontecido fosse fruto da nossa aptidão ou competência, mas realizar com
agrado nossa humilde tarefa.
Qual é a nossa tarefa hoje? Somos convidados a viver com fé nosso agir cotidiano, o que acontece no dia a
dia, aquilo que é aparentemente normal, que não se destaca pela sua grandiosidade. Jesus convida-nos a
permanecer na nossa realidade como simples servidores e não procurar grandes coisas. Há uma tendência a
realizar alguma coisa e vangloriar-se, contando a todo o mundo aquilo que aconteceu e por isso o texto nos
convida a ser “servos”, não perder a referência ao Senhor que é quem atua e pelo seu Espírito intervém na
nossa vida e no nosso agir. Desde a realidade de servos é possível surpreender-se e admirar-se por este agir
de Deus que faz grandes coisas na nossa simplicidade confiada totalmente nele.
É um convite a uma vida humilde e serviçal, conscientes de que se bem colocarmos o todo de nós mesmos/as
na missão realizada, tudo depende de Deus. Jesus é nosso exemplo para viver como servos. Ele assumiu a
condição de servo transgredindo os costumes da época. Escutemos assim o chamado do Apóstolo Paulo na
carta aos Filipenses: “Tenham em vocês os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo:
‘Ele tinha a condição divina, mas não se apegou a sua igualdade com Deus. Pelo contrário, esvaziou-se a si
mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens (Flp 2, 6-8)”.
Jesus sendo o Mestre, o Senhor, cinge a cintura com uma toalha e serve a mesa dos seus discípulos/as,
oferecendo sua vida e Vida em abundância. Deixarmos que este convite entre na nossa vida para reconhecer-
nos como servos é seguir os passos de Jesus, gastando nossa vida no amor e no cuidado aos outros/as, ao
mundo.
O Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis de quem se celebrou a festa nos ajude a viver como ele e
louvar a grandiosidade do Amor do Senhor que realiza grandes obras nos pequenos.