Integralismo e Catolicismo Gustavo Barroso.
Integralismo e Catolicismo Gustavo Barroso.
Integralismo e Catolicismo Gustavo Barroso.
INTEGRALISMO
CATOLICISMO
T.ME/NARRADORLIVROS
O INTEGRALISMO
E A IGREJA
T.ME/NARRADORLIVROS
O Christo e o Estado Integral
T.ME/NARRADORLIVROS
da Nação no culto das virtudes antigas, que
são o proprio alicerce dos larcg do gcu pafg;
é o Brasil, trabalhando, produzindo, crcando,
prosperando, crescendo, ao ritmo da mais per.
feita harmonia social cm que sc equilibrem,
se componham, ge compreendamos interesses
dc cada qual com os interesses de seus pares
e da colectividade;é o Brasil como uma pre-
ciosa reliquia antiga, uma pátena dc lavores
nobres, uma espada dc copos dc ouro, que
reverencia c se beija dc joelhos; é o Brasil,
como uma taça continental, onde cantam
ag
musicas dos seus rios interiores, exprimindo
os cantos immortais do coração da raça c
as
gostas sagradas da bondade; é o Brasil forte,
respeitado, poderoso, civilizado, justo, gabio,
heroico c belo, com o pensamento erguido
para o alto, para o Cristo, principio e fim de
todo sog caminhos humanos.
Ê.sse é o Estado Integral, como cu o com•
precndo no recesso de minha consciência,nas
horas caladas em que mc dirijo a Deus, pedin-
do-lhe que faça a felicidade dc meu Povo.
E é por isso que, nê8tc momento,cu quero
vos fazer a profissão publica dc minha fé.
Eu creio em Deus Eterno; creio na Alma
Imortal; creio no poder optativo, deliberativo,
da Alma Ilumana e na sua capacidade de
interferencia nos fátos historieos, levantando
as multidões e conduzindo-as. Creio em Cristc
e na luz que d'Êle desce. Creio que aquelles
que O invocam, que lhe suplicam inspiraçio,
que lhe requerem humildementesabedoria,tor-
ca, esperança, escutam as harpas misteriosas
dos Arcanjos quo despertaram um dia os ho•
T.ME/NARRADORLIVROS
mens simples c, dc bôa vontade para quo lou-
vasscm •o Senhor.
Por Cristo mc levantei; por Cristo quero
um grande Brasil; por Cristo ensino a doutri-
na solidariedadehumana e da harmonia
social; por Cristo luto; por Cristo vos concla-
mo; por Cristo vos conduzo; por Cristo ba-
talharei.
Na hora da perseguição,das dificuldades,
das incertezas, para nós, para o Brasil, quero
contar comvosco,(Y Cristo! Na hora da vito-
ria, quero construir comvosco. E quando nos
chamarem fracos, O' Cristo, eu vos poço, dai-
nos, do alto da vossa gloria, a vossa fortaleza!"
T.ME/NARRADORLIVROS
INTEGRALISMO E CRISTIANISMO
T.ME/NARRADORLIVROS
Gustavo Barroso
Vê-se, pois, que dos tres ramos do Cristini€rnogó o Ca.
tolicismo se pronuncia em materia social e economica, ex.
pondo a verdade cristã sobrc o assunto. Movimento cristão,
o Integralismo não poderá contrariar os principios agsentados
pela Igreja c os Integralistas precisam conhcccr a augusta
palavra de Roma sobre a grave matéria.
T.ME/NARRADORLIVROS
A IGREJA E A POLITICA
T.ME/NARRADORLIVROS
10 Gustavo Barroso
do militar c do gaccrdotc. Sobretudo á dêstc, quc a que dc.
sejamos fixar, conforme noeso ponto de vista.
Por que?
Porque a miB8ãoda Igreja é almas, deixar
dc ter cm vista a complexidade dos meios para isso, tanto
dirétos como indirétos. Os primeiroe são 08 que se trela.
cionam com a preparação religiosa, com a ordem espiritual
c sobrcnatural; os segundos são os que, na ordãn temporal,
subordinarn esta aos bens espirituai4. Se toda autoYidade
vem dc Deus, c se deve dar a Deus o que é de Deus c a
Cesar o que é de Cesar, segundo a divina lição dc Nosso
Senhor Jesus Cristo, cm verdade Cesar tcm deveres para com
Deus, isto é, o Estado tem deveres morais c espirituais.
A' Igreja assistem,incontcstavcis,o dcver c o direito de
ser a guarda vigilante, a sentinela infatigavel dos principios
'básicos da civilização cristã, hoje arncqçada' pela civilizaçío
judaica c pagã do Ouro. Ela lião póde, falhar
a osga -unissão ero -dominio algum. Tem, assime dc' cxer•
cê•la; forçosmncntc, no social, no economico e -no Ik)litico.
Tal unissãofoi conferida á Igreja por Jcsus Cristo;quando
diesc: ' 'Todo o poder mc foi dado, tanto na Terra como
nos Céus". Ninguem dc bôa fé poderá contestar á Igreja
o direito. dc sc interessar pelas letras, pelas ciências, pela
educação, pelas -questões economicae, sociais e politicas.
11a uma conexão logica e nrnito mais intima do que possa
parcccr entre a ordem espiritual c a ordem temporal, de
vez que o espirito rego wtnateria e vida subjectiva se pro•
jéta sobre a vida objetiva, modificando-a e até a revo•
lucionando.
Quem não admitc êste principio cái, de modo g ai, no
naturalismo, condenado pela Igreja, e entra no ito do
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 11
T.ME/NARRADORLIVROS
12 Gugtavo,A3arrogo
outra tnuito divorga. Esga inlcrvcnção não dcvc Bcr feita
unicmucntc 801)a fórnill do avisos o condcnaçÕcB,mas tam.
beto 801)a fórjna ativa do voto, dag campanhas c pro.
pagandas. Entro o rcino do Crioto c o reino do Anticristo,
para os católicog,8accrdotcBou crcnteg, não pódc haver ncu.
tralidadc. Essa neutralidadc ó um pecado á facc de Dcus.
Alom do Sunao Pontificc Grcgorio XVI, que tão bom
combato deu ao carbonarismo c á maçonaria, outros Papas,
notadamenteLeão XIII, Pio X o Pio XI, declararam com
a autoridade quo lhes foi confcrida por Jesus Cristo que a
Moral o a Politica dcvcml caminhar paralelas e sobre a
última a Igreja se dcvc manifestar, dêsdc que, pela amora-
lidadc ostcja cm jogo a consciência católica da Nação.
Assim, não sc comprcendc que alguns sacerdotes sirvam a
governosc partidos notoriamente imorais, nem que os fieis
se alhcicm dc pleitos, dizendo-seindiferentes aos partidos,
quando as esquerdassc congregamc ameaçam com a vitória.
O que se está passandona Espanha e na França é uma grave
lição.
O eminente padre L. Cotó escreve: "Nêsse ponto, cáem
sob o ámbito da influencia real da Igreja e justificam sua
intervenção: a corrupção politica e a lesão dos direitos inav
lienaveis'do cidadão. A Igreja é, por conseguinte, juiz da
moralidade de certas empresas. Pio XI, em sua Enciclica
"Quadragésimo.anno", insiste particularmente sobre êste
ponto, enumerando os problemas economicos sociais, e os
e
poderes disciplinares da Igreja na
materia. Mais adeantO
o Papa torna a falar sobre o
viver socialmente e sobre os
dcvcregque tem a politica de
velar pelo bem estar temporal
dos individuos. Se êete
ponto fôr lesado, sacrificado, a
Igreja deve agir. A Igreja e
o Estado são soberanamente
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 13
2 caroucuxo
T.ME/NARRADORLIVROS
14 Gustavo Barroso
latos: "Que é a verdade?" porém disso 408Apostolog
sucessores: "O que ligardes na Terra ligadono Céu
o que desligardesna Terra gerá ligado no Céu."
No nosso Brasil, no grave momento que passa,campêa
o amoralismo politico do liberali6mo em luta com o amo.
ralismo politico-social do marxismo. O choque de amboe
ameaça subverter a nacionalidade. Não é, portanto,
Bivel aos católicos permanecerem indiferentes.
No seu magnifico livro "E'g1ieeet Ic ProblàmcPoliti.
que", o ilustre conferencista padre Coulct estudouprofunda.
mente o assunto e traçou 08 lineamentos da ação politicada
Igreja: ela se afasta das lutas partidarias, não tenta,8ub8ti.
'tuir os poderes estabelecidos,4 indifcrcnte quantoás formas
de governo; mas deve lembrar aos poderes estabelecidos os
seus deveres, deve defender seus legitimos direitos,dela,deve
formar a consciência moral dos diversos agentesda vidapo.
litica, sobretudo esclarecendo o eleitorado, combatendo08
máus candidatos e a corrupção eleitoral, ensinandoo respeito
á autoridade e mostrando aos eleitos seus deveresde trabalho,
desinteresse, independencia, justiça, c ainda apontando08
deveres de funcionarios e governantes (• ) .
T.ME/NARRADORLIVROS
JESUS CRISTO REI
T.ME/NARRADORLIVROS
16 Gustavo Barroso
mada c celebrada a rcalcza de Nosso Senhor. E S. S.
Papa estabeleceua festa dc Cristo Rci no dia 27 de Outubro.
Nela, a catolicidadcdiz ao Mundo que Jesus Cristo é o REI
DOS REIS, 0 REI UNIVERSAL,0 REI DA HUMANIDADE,
ungido pelo Espirito Santo, ao qual todos os cristãos dcvent
obcdicncia c rcndcm homenagem como simti)les e humildes
vassalos.
A Rcalcza Mcesianica,quc os judeus reconhecem atraves
dc seus livros religiosos antigos c modernos naquêlc que será
o enviado dc lavé, embora a negassem a Jesus Cristo; que
a Igreja aprcgôa,nêesc dia, á face do mundo civilizado,cn-
raiza•scna voz prctcrita dos profetas biblicos. David can.
tou.a naquêlc salino em quc diz: ' 'Teu Reino se estende a
todos as séculos c teu Imperio a todas as gerações.
dorninarásde mar a mar, e dêsdc o Tio até os confis da
redondeza da Terra." Isaías clamou, as longas barbas agi•
tadas pelo vento, naquêlee tempos dc fé viva: ' 'Será chamado
o Admiravel,o Consclhciro,o Deus, o Forte, o Pai do futuro
século,o Principe da Paz... Sentar-se-áno trono de David
c possuirá o seu Reino para firmar c consolidar, fazendo
reinar a justiça c a equidade de então para sempre!" O
áspero Jcrcmias trovejou cm nomc do Eterno: "Suscitarei a
David um dcscendcntejusto; c reinará um Rei que será
sábio c julgará scgundo a equidadc e a justiça na Terra.
Já Daniel havia proclmnado o seu Poder Eterno c que "todos
os povos c todas as linguas" o haveriam dc servir. E Zaca-
rias empregára palavras mais dirétas e porventura mais
claras: "Eis aí o teu justo o salvador, que vem montadO
sobre uma jumenta o sobre o pôtrinlvo da jumenta fazer
sua entrada cm Sião."
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo c Catolicismo 17
T.ME/NARRADORLIVROS
18 Gustavo Barroso
"Benedictugqui vcnit Rex in nomine Domini Bérndito0
Rei que vem em nomc de Deus! E 06 farizeug, disper808
na multidão, reclamaram dc Jesus' que 08 reprendeue por
essa leviandadc. Mas a palavra de Nosso Senhor tapou.lhce
a bôca: "Dico vobi8 quia Bi hi tacuerint, lapides clamabuntt»
Digo•voeque, se êlcs sc calarem, as pedras gritarão. São
Marcos,São Mateus e São João confirmam o que conta São
Lucas. E, em nenhum dos Evangelhos sinopticos, consta
que Jesus tivesse desmentido cgsae aclamações.
Nem mais tarde, em face da morte. Sentado na alta
8édia do Pretorio, Poncio Pilatos indagou d'Ele:
— ''Tu es Rex ludeorum ?''
Trava.sc o dialogo imperecivcl. A voz mansa do acu.
gado pergunta se o magi€trado diz aquilo dc motu proprio
ou gopradopor outros. O romano rcplica que não é judeu
c que os judeus o trouxeram á sua presença e o acusam.
Jesus esclarece que o seu Reino não é dêste Mundo. E o
representante dc Cesar conclúc por nova indagação, como80
fôsse prega da angústia dc saber:
"Ergo Rex eBtu?"
E Jesus confirma, serenamente:
"Tu o di88cste,porque Eu gou Rei."
Foi essa resposta que deu ao pretor motivo para pregar
na Cruz a tabolcta com as iniciais traçadas após a iniqua sen•
tença e firmadas com a declaração: — "Quod gcripgi,scrip•
8i", .deante da indignação que assoberbou os judeus:
-—Jesus Nazareno Rei dos Judeus. Ainda hoje
letras queimam a maçonaria judaica, que se esforça
interpretá•lae de modo vil: Jesus Nazareno trazido por
Rafael á Judéa. E conta-se a história infame dum judeu
Rafael quo o trouxera para Jerusalem...
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 19
T.ME/NARRADORLIVROS
20 Gustavo Barroso
onde o mêsmo se origina, o Imperador RomanoIV e a
peratriz Eudoxia. No século XVI, nos afrêscos do ni08tciro
dc Smolensk, estudados por Kondakof, o Cristo reveste.
com a clámidc imperial bizantina e traz á cabeçaa corôa
fechada dos antigos autocratas. No Ocidente, êle fôra defi.
nitivamcntc coroado mais cêdo do que essa data. •No Museu
do Louvre 'se conserva um csmaltc dc velha porcelanadc Li.
moges, do século XIII,. no qual Nosso Senhor Crucificadoos.
tenta já a corôa real.
Nós, os católicos, confiantes na sua Divina Promessa,
peramos de pé ante o judaigmo, o maçonismoc o comunismo,
o Reinado dc Jesus Cristo. Sc Êlc cstá conôsco,queimporta
quem esteja contra nós?
T.ME/NARRADORLIVROS
OS SACERDOTES DO CAPITAL
T.ME/NARRADORLIVROS
22 Gustavo Barroso
plano á economia submetida a um plano de conjunto". E
assim,' 'o fáto da democracia'ter acabado a gua evoluçãoper.
mite ao Estado identificar-secada vez mais•com as massag
populares, resultando disso sua união .com o rñvo.rebelado
contra o capitalismo."
Na verdade, todos os povos teem estado a trabalhar para
servir á grandeza do capitalismo judaico, a qual tem Bidofci.
ta com a ruina das nações. A cxploração imoderada dagin.
vençóestécnicas na industria creou durante um século' uma
economia destinada a inventar novas necessidades. 1880ace-
lerou dum lado o ritmo das invenções mccanicag;do Outro,
o dag especulaçõesbolsistas. O resultado, foi, naturalmente,
a pulsação febril das crises. Dessa época cmincntcmcntedi'
namica passaremos a uma época,mais cetatica, que BCavizi•
nha. A economia, senhora da humanidade, vai tornar a ser
o que nunca devera ter deixado dc ser, escrava da humanidade.
Mais uma .vez se tem dc dar razão a Santo Tomás de Aquino,
Aliás, é o que fazem os economistasitalianos da escoladeBo•
lonha, com Gino Arias á frente.
Vêde o retrato dessa economia moribunda: "O truque
do capitalismo consiste em tranformar o produto da natureza
o do homem, isto é, da materia prima e do trabalhoemfactor
independente da vida economica, sem o qual nada mais póde
caminhar. E isto aconteceu na mêsma medida em que a
máquina foi introduzida entre a produção e o consumo,de
modo que a mercadoria não foi mais entregue diretamente
pela mão do homem, mas indiretamente,pela máquina. Por
isso, o capitalismo,vconcepção econoyihéh que declara o ca•
pitai um idolo, somente póde nascer e desenvolver-secoma
técnica c unicamente a partir do momento em que a máquina
consigameter-se dc permeio entre a produçãoe o consumo:
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 23
T.ME/NARRADORLIVROS
24 Gustavo Barroso
máquina se humanisa e o homem se mecanisa.
alma á máquina e sc arranca a alma do homem. Atribúi.e
0 resultado
— máquina moderno...
Nunca se fez melhor critica do capital,seus
id0108,
docio c crentes, do que esta. Não era possiveldizer sacet.
maianera
melhor nessas poucas palavras. Os saccrdotcsdo
capitalagem
em virtude de um plano dc dominio do mundo, Imparcial
na sabedoria do seu espirito, na solenidadedo sua
cultura,
René Guenon o afirma nêsse livro notavel que é "Orient
et
Occident", no capitulo "A superstição da ciência". "Em
vista
do estado de anarquia em que o Ocidente se achamergulha.
do, tudo acontccc como se sc quiecssctirar da propriadesor.
dem, dc toda a agitação do cáos, o melhor partidopossivel
para a realização dum plano rigorosamentcdeterminado.
Não queremos insistir demasiadamente nisto, mas toremos de
voltar ao assunto, porque não podemos admitir que a huma•
nidade esteja pura e simplesmente atacada de uma especie
de loucura ha varios séculos, devendo haver algumacousaque
explique a civilizaçãomoderna".
Essa alguma cousa que cxplica tudo são 08sacerdotes do
capital. Estudando-se através dos proprios autoresdesangue
judeu ou simpaticos aos israelitas, ou ainda verdadeiramente
imparciais, um Bernard Lazare, um Kadmi•Cohen,umEber•
lin, um George Batault, se verifica que são os grandesban•
queiros c especuladores hebreus do mundo os atiçadores da
inquietação mundial. O resumo dêsse plano rigorosamente
determinado, que René Guenon advinhou, se contemnosfa•
mogos ' 'Protocolos dos Sabios dc Sião", cuja autenticidade
de W. Cruett e
está documentada pelos trabalhos de L. Fry,
de Roger Lamberlin. Assim no fundo docapitalismo,
vatnoS
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 25
T.ME/NARRADORLIVROS
A DECADENCIA DO ENSINO
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 27
T.ME/NARRADORLIVROS
28 Gustavo 'Barroso
Segundo 0 padre Arlindo mal não é
vem de longe.NR Sua causa principal é o dc
enciclopedismo
com ecus programas tumultuarios o falido
desconchavados,
cousa para afinal não apren4cY nada".\••. tanta
Isso tem
o cstudo a um esfaltante trabalho de memória, reduzido
prejudicial, cansativo c irritante. A "frondosidádeimprofícuoe
gramas" para meninos c meninas dc 15 anos dospro.
cm
não trazem dos estudoe primarios bage muito deantcque
lhes a vida do espirito, afoga-osc esteriliza-os. sólida,abafa.
E
preparando um povo sem cultura",• destina-o ê88C ensino,
a uma ruina'
fatal.
E' preciso, sem perda dc tempo, refundir o
estudo,mo.
ralizá-lo, arejá-lo, afim dc preparar gerações de
outra espécie,
capazes de trabalhar, pela grandeza do Brasil.
Ao mêsmo
témpo, é necessario ir desintoxicandoas gerações
empeço.
nhadas a pouco "e pouco. Uma obra dessas só
poderáecr
realizada por um grande movimento cultural. Entretanto,
os moços ignorantcs .são agitados por uma demagogia
comu.
nista sem escrupulos. Sem instrução, sem capacidadede
refetir, sem gosto,pelo esforço, sem escola dc sacrificio,são
facilmcntc pasto ideologias baratas c trabalhampelapro•
pria escravidão, pcpsando que agem a pról de rcivipdicaçdcs
das massas.
São frutos dessa dccadencia tão bem assinaladano es•
plcndido livro 'do padre Arlindo Vieira, quc ó mai um grito
dé alarma contra o rebaixamentoa que chegar ,cntrenó'
instrução e educação. Rebaixamento que' nós sabemosbem
a quem aproveita —- ao inimigo alapardado nas trevas,ao
usurpador das pátrias, ao minador da sociedade.cristã,ao
dissolvente c corrutor c messianico judaismo.capitalista•co•
munista, unico interessado em arrancar dos cérebrosa inte•
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo c Catolicismo 29
T.ME/NARRADORLIVROS
30 Gustavo Barroso
Eu não sei como haverá quem possa essacoinci.
dencia e, por isso, tenho fé que a propria mocidadeinedite
um pouco sobre seu. proprio destino. Na encruzilhada
que a decadencia do ensino a conduziu, ela tem de optar
en.
tre o Evangelho c os "Protocolos", entre o Cristianismo
c0
Comunismo, entre o Brasil e Israel, entre o Cristoe o
Anti.
Cristo.
T.ME/NARRADORLIVROS
ORAÇÃO E VIGILIA
T.ME/NARRADORLIVROS
32 Gustavo Barroso
hitlerista, os ghettos da Polonia e da Romenia,manietado
corrompido pelo capitalismo internacional, manobrado e
aquelas forças secretas, invenciveis e desconhecidas,por
como
apregoou cm recentc discurso o gr. Armando dc Sales,arnea.
gado pelo cataclisma da subversão comunista. Sim, o
integrai
lista deve vigiar para que êsses inimigos não nos tomem
surpresa e não se apoderem da de
pátria, onde já penetraranu
Orai e vigiai! disse o Senhor; mas,.enquanto
suavao
suor dc sangue da agonia, os discipulos adormeceramna quie.
tude do luar que coava pelas frondeB das arvoresquêdu
Ainda havia pouco êles afirmavam com entusiasmoquecom.
bateriam e morreriam a seu lado. Agora, o cansaçoosdo.
minava e, logo, um dêlcs, o unico que arrancariada espada
para oedefender, o haveria de negar tres vezes... Fragili.
dadcs do coração humano...
Aí está uma grande lição para os camisae•verdcs. Na
luta que travamos contra os altos poderes da finança,da
politica, do judaismo c da maçonaria contra as forçasmais
tcrrivcis do mundo atual, desprovidos de dinheiro,de armas,
de situações politicas c dc cornuoopias de empregose bene•
ficios, sómcnte podemos contar com a ajuda de Deus,man•
tendo pura a nossa doutrina moral, conservandoimaculada
a energia do espirito e suplicando as graças do Senhor.
devemos presumir de nossa coragem e assoalhara nossava•
lentia, porque, como os Apóstolos, estamos sujeitosa ador•
mecer na frescura do luar e a negar o Mestreá luz dasfo•
guciras do Páteo sacerdotal. Além disso, êles eramdote
e entre tão poucos houvc um que se chamouJudas.
não sabemos quantos Judas se infiltram entro nós a Inan•
dado de nossos inimigos, confundindo-se conôscohoje,para
amanhã nos confundirem com a sua traição.
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 33
T.ME/NARRADORLIVROS
34 Gustavo Barroso
res dos sábios de Sião. Será aniquilada no Ldia
em quenão
fôrem mais precisos scug tristes serviços!
Atrás dêsses Judas, pregoeiro dog fa1808
caminham os hieródu10B,os nctcnins, os guardae
do
desvirtuado, não o templo de Deus, mas o do Templo
Bezerro
Ouro que esmaga o mundo: especuladores,bolBi8ta8, de
de negocios, banqueiros, a gente sem pátria que 'homeng
se alimenta
da carniça dos povos dessorados. Acompanham•n'og
soldados de Roma' que são nos nossos dias ag força8
dag
naçõcs, armamentistas, postas, não ao serviço dos
intereueg
legitimos delas proprias, porém, ao serviço dos interegcg
do
banqueiriemo internacional. Tambem os legionari08não
iam ao Horto buscar um criminoso que houvesseofcndidoá
Cesar, e sim um Justo que 08 doutorcg farisaicosdc Israel
abominavam...
Protegidos por essas tres cortinas, por essastres tropas
de cobertura, silentes e tenazes, os Sabios de Sião,o Kahal.
Kadosch, o Sinhédrio, cmfim, o Poder Oculto,manobrando
as forças destinadas a avassalar, amordaçar e eemagara hu•
manidade cristã.
Orai, pois, suplicando a Deus forçag morais e espiri•
tuais para combaterdes eseas forças materiais e vos livrardes
das traições morais e das mentiras espirituais que brotam
Como tortulhos á sombra do manto maçónicode Judas,para
resistirdce ao falso clarão dos archotes que brandemna noi•
te lôbrega os servidores do Bezerro dc Ouro, para vosopor•
des ao aço dos gladios e das choupas afiadas dos goldad03
a serviço de poderes sem pátria. E vigiai para que não
tomem no méio do sono, para não despertardesassustados
e temerosos, para og avistardes de longe e vos aperceberdes
para o duro combate.
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo c Catolicismo
T.ME/NARRADORLIVROS
DOIS ESNOBISMOS
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 37
pretos, cobras e jacarés. E' um país bárbaro, sem nada dc
seu, onde não sc póde viver.
Conhecemos a onda desses fúteis, homens e mulheres, quc
não lêem um unico livro nacional, estão ao par dc todas as
novidades dos literatos judeus dos boulevards disfarçados
com pseudónimosfrancêses: Gide, Mauroig,Bernard, Proust
ct reliqua. Quereisver seu estado-maiorem grande gala da
rue de Ia Paix e de sorrisosfloridos? Ide a uma conferencia
de qualquer escritor estrangeiro,pronunciada cm francês, no
salão nobre da AcademiaBrasileira. Parece a recepção da
Pintade, no "Chantecler" de Rostand...
Conhego_— e muito de perto — os cacarejos dêsse cs-
nobismo.
Mag não percamos o nosso tempo com êle e vamos ao
outro; o esnobismodo ultra-nacionalismo. E' tão ridiculo
como o primeiro. Nega totalmente a influencia da cultura
(,uropéa,ag raizes mestras da civilizaçãoocidental, babando-
se de gozo deante de Pai João e dos bugres. Toda a nossa
cultura vem dêles, até a culinaria e, para êsee efeito, mete-se
marxisticamentea culinaria na cultura... Êsses esnobs in-
diani8tas e áfricos, são, naturalmente, antropófagos e cha-
mam aos que 06 não acompanham na pagelanca e na macum•
ba, no catimbó ou no caborgc cristãos selvagens. Refugan-
do o Papai Noel barbudo do inverno europeu, esquecem o
MeninoJesus da nossa meninice brasileira que nos depunha
os presentes desejadosnas chinelas postas sobre o beiral do
telhado ou no peitoril da janela, para se agarrarem á tolice
dum Vôvô Indio, talvez á de uma Mãe Negra, — quando a
festa do Natal nunca foi celebrada nos tatás do Senegal nem
nag ocas do sertão bravio.
T.ME/NARRADORLIVROS
38 Gustavo Barroso
Conheço tambem — e muito de perto — as pinta8
esnobismo. Não é novo,•não é original c ainda menoe dê88e
con.
tem algo do verdadeiro eepirito nacional, como
Para esses esnob8 verdes e amarelos, antropófagos,
Pa.
rentes do Sacy, do Currupira c do Kimbundo,iluminados á
luz do boitatá (quo lindeza!) não ha nada no mundoigual
ao que 8ái do nosso povo. Êlce acham quo é uma homena-
gem ao Brasil, á sua cultura, abolir a gramaticapara come.
gar as frases com os pronomes me, te e se, empregar o verbo
no plural e o sujeito no singular, c vice-versa. O esno)eu.
ropéu é o esnot) do galicismo: o esnob ultra-nacionali8ta
éo
esnob do. solecismo baixo o da giria rueira..
Que maravilha um nós vai! Que delicia um nósquer!
Que assombro um nós manda!
O campónio do interior da França fala assim ha mil
anos: J'avons, je faisons. Basta lêr 08 contos dc Maupaseant
para encontrar dessas c doutras. Até hoje, não surgiunenhu.
ma escola cm França, pregando a nacionalizaçãodê88C8 erros,
E' possivel que, um dia, os judeus se lembrem disso,afimde
matar a tradição da lingua francêsa. Estudemosprofunda•
mente a origem de certos movimentos de caráter literarioen•
tre nós, dêsscs que nivelam por baixo, chegaremosá conclu•
são dc que vieram dum 8ôpro contra as vcrdadeiragtradições
do pais. O de Graça Aranha está bem sujeito ás minhasdes•
confianças...
Crcado no meio dc praieiros e de sertanejos;conhecedor
do nosso folk-lore que servi durante anos e anos em todasas
guas provincias, batedor dos araxás e das selvas, piloto do
interior do Brasil, que percorri quasi todo, a pé, a cavalo,
de canôa, de trem, de automovel e de avião; integradopro•
fundamente no meu povo, que amo mais do que a mimpro•
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 39
T.ME/NARRADORLIVROS
40 Gustavo Barroso
em marcha para o comunismoatravés da
Convinha desfazer as tradições substanciais das duas
parte
e atirar os homens da mêsma lingua, que já não eram
mail
da rn&ma patria, uns contra os outros. Daí a maniado
indio, das cousas indias, dos nomes indi08. Substituiram.se
os velhos nomes lusos dc localidades por nome6indigenag:
Arronches passou a gorangaba; Macejana, a Paupina; Canôa,
a Aracoiaba; Soure, a Caucaia, etc. Os homens de prol
acrescentaram um nome indigena- aos ecus, ou 08 mudaram
para indigenas. E' a época dos Gés Acayabas,dos Araripeg
dos Sucupiras, dos Ibiapinas c Carapinimas, preludiandoo
mata-bicudo, quando as patuléas assassinariamfriamente
lusos e os proprios brasileiros adotivos. Nêsse tempo,só se
viam indios nas heraldica e nas letras.
E' como que uma revivescencia do bom selvagemde
• Rousseau. Êle inspira o Chateaubriand dos Natchezc Atalá,
o Fenimore Cooper de Uncas e Chingachgook,mais tardeo
Gonçalves Dias do Tamoio e do Juca•Pirama ou o Alencardo
Ubirajára c da Iracema... Os avatares do mêsmofenómeno
e do mamo cenobismo se apresentam com outro rotulo:an.
tropófagia ou páu-brasil. Mas o seu sortilegio tFiviale eo•
nhecido só pódc influenciar aos falhos de raciocinioe dever•
dadeira cultura.
O Bra*il não pódc ser visto unilateralmente. A verda•
deira vigão do Brasil é a visão integral sem superfetações
cabidas c dispcnsavcis. A cultura ocidental aqui se encon•
tra com certas fórmas de civilização amerindiasc africanas.
• (j conjunto disso é o Brasil de verdade. Separar os doisla•
do' e crear reacõcs nativistas ou reaçóes reacionarias,corno
dizem 09 gectariog do Maracatú, é dividir a alma brasileira
que contem na integra tudo isso.
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 41
Estou quc cota é que é a maneira integralí±ta de resol-
ver a questão. Contra o judaismo que divide, ainda,. sempre,
cm tudo, por tudo, o Integralismoque reune e soma. Não
tiremos os olhos da America para crava-los unicamente na
Europa, nem desviemosos olhos da Europa para "mente os
fixarmos na America e na Africa. Olhemos o todo como in-
tcgralistas dignos dêsse titulo, superiores aos esnobismos eu.
ropeug ou ultra•nacionalistas, superiores aos galicismos de uns
e aos golecigmosdc outros.
Negar os aportes de indios e negros á civilização da nos-
ga Patrias é ser anti-brasileiro; mas negar os fundamentos
ocidentais,europeus, de nossa cultura, é esquecer o Cristia•
nisrnoé ser anti-cristão.
Meditemos aqui na lição perene do Doutor Angelico:
Bonum ex integra causa, malum ex quocumque
dejectu.
T.ME/NARRADORLIVROS
DIREITO CRISTÃO DAS NAÇÕES
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 43
T.ME/NARRADORLIVROS
Gustavo Barroso
cm 1935, como complcmcnto da atual Sociedade das Naçõcg
desta fórma erradamcntc denominada, porque' não passadu.
ma representação dc Estados". Ao par das corni68õe8 nacio-
nais, funcionarao comissões especiais: de Direito Interna.
cional, Economia Nacional c Internacional, Educaçãodos
Povos, ctc.
Até agora, fôram dcsignados oe seguintes membrogpara
organizarem as diversas comissões nacionais: para a Africa
do Sul, o dr. H. D. van Brockhutzcn, ministro plenipotencia.
rio; para a Alcmanha, o dr. F. Grimm, professordc Direito
Internacional; para a Austria, o dr.•S. Prichegger,profc&or
de linguag eslavas: para a Bolivia, o gr. F. NielsemReye,
conselheirodc Legação; para o Brasil, o dr. GustavoBarroso,
da Acadcmia Brasileira; para a Bulgaria, o (Ir. L Wladiki•
nc, profeseor dc Direito Publico; para a Dinamarca,o (Ir.
K. A. Weth-Knudson, profcssor dc sociologia; para OBEsta.
dos Unidos, o (Ir. CII. E. Stangeland, professor de sociologia;
para a França, o •sr. Luiz Bertrand, da AcademiaFrancêga:
para a Inglaterra, o Gr. II. Fostcr-Andcrson, do Real Instituto -q
dc Questões Internacionais; para a Escocia, o conde de
Glasgow e o dr. A. D. Gibb, professor dc Direito Esc088ê8;
para a Grecia, o commandante Ch. Krichukis, doutor em ciên•
cias politicas; para a Noruega, o sr. H. H. All, doutorem di•
reito e filosofia; para a Holanda, o dr. C. L. TorlcyDwell,
diretor do Instituto Juridico Internacional; para a Polonia,o
81'.E. Musgalski,doutor em Direito; para a Romcnia,o (Ir.
1. San Giorgiu, professor dc Linguag germanicas; para a
Russia, (no cxilio), o barão M. dc Taube, professor de Direi.
to Intcrnacional; para a Suecia, o comandante M. Schuver
von Waldheim; para a Suissa, o dr. J. Lorenz, professordc
gociologia;o para a lugo-Eslavia, 0 senador M. L. Poporié•
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 45
O presidefiteda AcaÑemiaé o dr. Hans. K. E. L. Keller,
titulado pelas Universidades de Bordéug, Kiel e Munich.
Esgaeleiçãofoi feita na reunião inaugural de Oslo. A obra
juridica e sociologicado (Ir. Kellcr mostra que o Direito In-
ternacional, baseado, como o Liberalismo, sob a ficção da
igualdade,não pasea duma fórma de estatismo hostil, na rea-
lidade, a todas as nações. Ela oferece as bases necessarias
aos estudos do que exista de nacional, no bom sentido da
palavra,nas diversas nações, sobre as relações internacionais,
estudo que só se torna possivel com o abandono do dogma
quimerico da igualdade, do mêsmo modo que os Estados
Corporativossó se poderão organizar com o mêsmo abandono.
A Academiaestá em perf-ita ligação com a Actio Inter-
•nacional dos Nacionalistas. O Terceiro Congresso dessa
Açáoesteve em conexão com o Primeiro da Academia. Os
congressosfuturos, de ambos os movimentos,serão conjuntos.
Porque a ação Internacional dos Nacionalistas, oraanizada
tambem em grupos nacionais, tem• por escôpo educar
todos
os povos para uma Ordem dc Paz supernacional,
mas de
base nacionalista. A direção da Agão e a da
Academia estão
reunidasnas mãos do dr. Keller, pois a maioria dos
membros
de uma pertencemá outra, e clas não passam de duas
de atividade-estudos— a Academia, formas
e educação — a Acáo,
tendendopara o mêsmo fim superior: a Paz Cristã Universal.
Todos os homens de bôa vontade devem olhar com Sim-
patia para êsse nobre movimento
que, pela primeira vez, de-
pois de muitos séculos de
luta, antepõe ao Internacionalismo
dos.individuos através
dos Estados, o Universalismo Cristão,
OInternacionalismo
dos Povos-Naçóes.
A obra da Academia é uma definição de posições,na
frase do grande
jurista 'Charles Rousêeau:contra o raciona-
caroucuuo
T.ME/NARRADORLIVROS
46 Gustavo Barroso
lismo na filosofia; contra o pacifismo, que muitos confundem
com o Amor da Paz, que é cousa diferente, na politica; cons
tra o positivismo,na ordem juridica. A opinião de Rousseau
é valiosisima, porquanto êle diverge dc Hans Kellcr em inu.
meros pontos de vista. In totum, êle apoia as afirmaçõesdo
novo Direito Internacional quanto á necessidade duma cola.
boração internacional, 'quanto ao dever espiritual da inoci.
dade contemporanea e quanto ao respeito aos particularismos
nacionais.
Nobres idéas as do dr. Keller. No seu livro "A Tercei.
ra Europa", êle as explana e defende com entusiasmoe 8a.
bedoria: "As Vozes Internacionais dos Nacionalistas recla-
mam unanimemente um Direito das Gentee mais justo. A
vitoria duma concepção de Estado que coloque o povo acima
do poder crêa uma realidade nova, a qual exige nova ciência
do Direito Internacional Publico. A ciência do Direito dx
Gentes de amanhã não se deve limitar a descobrir uma fór•
mula que mascare provisoriamente os desacôrd0B. Estatutos
politicos conscientes da vida devem indicar os fins duma evo•
lação creadora de direito, assim como os caminhos que le•
vam a essa evolução. E' incomparavelmente mais dificil ela•
borar uma ordem juridica mundial, deixando aos povosa
liberdade de decidir êles proprios de sua atitude espiritual,
do que apresentar projétos de uma organizaçãodc paz mun•
dial utopica da democracia (Pan-Europa, Sociedade das Nc•
c;ões), do (Universitá di Roma) ou do Comunismo
(Terceira Internacional) . A concepção nacionalista do mun•
do gómente reconhece, como direito fundamental da ordem
juridica entre os povos, o direito dêstea disporem dêleapro•
prio•, direito comum a todos povos .
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 47
T.ME/NARRADORLIVROS
48 Gustavo Barroso
Felizmente hoje ' 'uma nova, concepçãodo
apoderou da juvcntudc nacionalista dc todos os mundo
ehcndo-ade uma vontade dc paz até então ignorada, paí8C8,
que toca ás raias dan»aixão c que a impele ao asealtovontade
dos
tenias de formação da vontade politica, reconhecidos Bis.
os verdadeiros obstaculos a um entendimento sincerocomo
og povos. Um novo idealismo comum se anuncia,.que entre
IC.
vará de roldão, nos âmbitos nacional e internacional,
o ra.
cionalismo do Contrato Social. Ao mêsmo tempo que a
idéa
egocentrica do Estado do século XIX, desaba o direitoego.
centrico internacional, dando lugar a uma reedificaçãodo
Mundo sobre a base da sinceridadc do espirito nacionalc do
reconhecimento do Direito dos Povos".
Quer-mc parecer que os principios baeicosdo NovoDi-
reito Internacional, prêgado pela Academia,admiravelmente
se acordam com os do Integralismo, manifestadoscm seus
documentos basilares dc doutrina: Estado-lntegral,Nação•
Totalitaria, Primado do Espirito, Conccpçãoda UnidadcDi•
ferenciada do Universo. Todos principios da Igreja.•As•
sim, o estudo da obra da Academiasc impõeinegavelmente
aos camisas-verdes interessados na materia, os quais,maia
tarde, serão de certo chamad0Ga traçar os rumosinternacio•
nais do Brasil Integral.
juridica
O alto idealismo da nova concepção da Ordem
"Eticaa
das Nações se enquadra nêstc trecho, em que, na elevação
Nicómaco", Santo Tomás de Aquino aponta•a maior-humanos'
espiritual: "Não dcvcmos ter senão. pensamentos mortais,
porque Gomos homens, nem sómcnte pensamentos quanto pos•
esforçarmos tanto
porque somos mortais, mas nos emto•
nos esforçarmos
Bivcl para nos tornarmos imortais c de nós tnê8•
excelente
das as cousas por viver a parte mais
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 49
T.ME/NARRADORLIVROS
CONTRA OS MANIQUEUS
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 51
T.ME/NARRADORLIVROS
52
Gustavo Barroso
. "O Integralismo, dc inodo
No "Manual do integralista
encarado como filosofia, ó a- concepção totalitaria do
geral,
suas representações formaii,
Universo, quer no tocantc ás
dc movimentos. O Integrali8.
quer no referente ao sistema
Mundo de modo total, acei.
mo, portanto, comprbcndcndo o
c pretende construir a 80.
ta a idéa de Deus c do Espirito,
essencia espiritual c ma.
cicdade segundo o sentido dc gua
terial, c de acôrdo .com as leis dc seus movimentos", Item"
1.0.
"0 Integralismo cntcndc o homem' como um ger de tri.
•
plico aspiração: material, intelectual e moral", "item" 3.
Nas ' 'Diretrizes Integralistas" "0 Intcgralismo cunpre.
endo o Mundo dc um modo total, e prctcndc construir a
Sociedade, segundo a hierarquia dc seus valores espirituaia•
e materiaie, dc acôrdo com as IciB quer regem 08 seus mo.
vimentos c sob a dependencia da realidade primordial, ab.
soluta e suprema, quc é Deus.
Isto é o reconhecimento, scm limites, do primado do
Espirito sobre a Materia, é a precedencia absoluta do univer-
sal sobre o particular, sem o esquecimento dêetc, pois que
naquêle está contido; do espiritual sobre o material, do teo-
rico sobre o prático.
c) Comentario :
A doutrina marxista do contrario é desmentida pela pro•
pria vida e pelo proprio movimento comunista. Pela pro•
pria vidas porque até hoje ainda não houve um estado-maior
quo traçasse o plano de 'uma batalha depois dela travada
praticamente; porque até hoje nenhum engenheir()ou ar•
quitóto levantou uma ponte ou um predio eem, antes,haver
estudado o terreno, desenhado a planta e calculadoa resis•
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 53
T.ME/NARRADORLIVROS
54 Gustavo Barroso
d) Conclusão :
As perguntas que formulei c as respostasque
transcrevi
de um lado e do outro das concepçõesfilosoficas
defrontam, antinomicag e inconciliaveis,
que
no panorama
mundo moderno, autorizam•me a terminar com aquelas do
lavras dc Santo Tomás, ao jantar em companhiade Pa.
São
Luiz, Rei de França : ''Conclusumcst, contra Manichaeosl".
Porque :
"Ad secundum dicendum quod materia primababet
esge
substantialeper formam, ct ideo oportuit quod crearctur
sub
aliqua forma: alioquin non essct in actu".
T.ME/NARRADORLIVROS
CONCEITO CRISTÃO DE CULTURA
T.ME/NARRADORLIVROS
56 Gustavo Barroso
Notemos, de passagem, que os doutrinadorca cotnuni8tae
denominam sábios burguêses todos os espiritualistas,tod08
quantos não rezam indcfcctivclmentc pela cartilha do mate.
rialiemo historico.
Na magnifica tésc quc apresentou, cm 1913,ao Segundo
'
Congresso Sociologico da Alemanha, 'A noção 80ciologica
da Cultura", dizia o erudito Alfredo Wcber, depois dc qua.
lificar, com acerto, como processo dc civilização exterior,
desenvolvimentoda vida social, sua complcxidadec suasri.
quezas: "Sentirnos agora quc a cultura cetá acima dc tudo
ieso, pois quo compreendemos sob o rótulo de evoluçãoda
cultura cousa intciramcnte diversa... Sómente quando a
vida sc torna alguma cousa superior ás necessidadesc á uti.
lidado é que nos achamos em presença dc uma cultura. 'Em
outros termos, a cultura é uma partc da vida, mas não é
detcrrninada pelas necessidadese utilidades da vida, isto é,
ela sái da sociedadcsem scr determinada por ela". Comba.
tendo-o, o marxista Plckhánov cscrcvc : ''E' evidente que
essa conclusão conduz ao divorcio com a ciência substituida
pela fé".
Com a verdadeira ciência, não. Com o falso cientifis.
mo do secttlo XIX, inimigo da verdadeira ciência, gim. A
palavra dc fé não pódc, cm caso algum, arrepiar os integra•
lietag. Dêsdc o berço, no "Manifesto de Outubro", com a
a afinnação de que "Deus dirige os destinos dos Povos, ô
Integraliemo sc afirmou um Movimento espiritual, um
vimento dc fé, quc repele dc scu seio toda e qualquereiva
dc pensamento cmbcbido na escola do materialismohistorico.
O conceito dc Cultura na Doutrina Integralista só podc
ser um conceito espiritual. Enfeixar nêle a parte material
do simples processo de civilizaçãoexterior, como o. qualifica
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo c Catolicismo 57
T.ME/NARRADORLIVROS
58 Gustavo Barr,oso
dúvida, principal na obra secular em que se plasrnou
a nacionalidade.
i Através do português, noe radicamos inegavelmentena
Cultura Espiritual do Velho 'Mundo. Se nos artefactos dc•
trabalho popular, na toponimia, em algumas fórmas de lin.
guagem, em certos sentimentos, em raras manifestações de
arte, na culinaria ou nos costumee,se sentem Africa e Ame.
rica, no dominio das cousas verdadeiramente egpirituais,isto
é, na Cultura, segundo seu exáto conceito sociologicoc cris.
tio, a Europa predominae ha de predominar.
Se somos um povo cristão, sc queremos crêar um Estado
Cristão, como apregôa a Doutrina Integralista, o nosso con-
ceito de cultura tem dc ser, fatalmente, um conceito espiri.
tual, um conceito cristão. E êsse alto conceito não vem ba-
tizado com a ardencia do 801libico, nem com a espumadag
cachoeiras que cantam nos araxá8 c nos sertões americanos,
mas com a agua azul do velho mar Mediterráneo.
Teriamos, porventura, uma Cultura Espiritual sem fór•
mas de Direito, sem nórmas de Ciência e de Filosofia, sem
cánones de Moral e de Religião? Absolutamente, não. De
onde veiu o nosso Direito nas suas bases imortais? Das re•
gras primitivas, orais e consuetadinarias, das malocagc dag
aringas? Não. Do antigo Forum romano. Nas concepções
sobrc Mboia e Bingo, dc Minas e Bantús, ou das sobre a co•
bra Grande c Jurupari, dos indigenas emplumados dc coca•
res? Não. Das claras ágoras atenienses cm que discutiam
os peripatéticos e do Jardim dc Academug, dos banquêtes
platonicos e das pólis cuclideanag. Em que Deus acredita•
mos c que codigo dc moral seguimos? Ogun, Xangô,Tu•
pan, Guarací? As regraa Bingelasc primévas dc exogamia,
de endogamia, dc guerra ou de caça dos Borórog, dos Gés
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 59
T.ME/NARRADORLIVROS
SANTO TOMÁS E O TALMUD
T.ME/NARRADORLIVROS
62 Gustavo Barroso
aqui do poder da propria Razão contra as afeiçõese do
que
é a liberdade da alma ou Beatitude".
Leia•sc, no "Pequeno Tratado" o capitulo XVI, Da Von.
tadc "que é rim modo dc qucrcr particular, que consi8te
cru afitanar ou negar livremente isto ou aquilo". Leia-se
ainda o capitulo XVI do "Tratado Teologico
"Por direito c instituição da Natureza entendo que as regras
da natureza dc cada individuo, regras segundo as con.
ccbcmos cada 6êr como dctcrminado a existir c a se c@m.
portar dc certa mancira"• "0 Direito Natural dc cada ho-
mcm se dcfinc, pois, não pcla eti Razão, mas pelo desejoc
o poder". Para evitar mais longas citações, limito-me ê8.
ses cxtrát08 básicos. A leitura do capitulo todo ó aconselhavel.
E' o Direito Talmudico,negação do fáto e exattaçéoda
vontade, na frasc incisiva c perfeita dc Kadmi•Cohe1i.Ve.
jamos o proprio texto hebraico do Talmud : Ein•dotvarhá•
vemed Bifnei haraçon, quc 60 traduz : "'Nada póde resistir
á vontade". Ora, é natural quc quem sc basêa no Talmud.
: deva repelir Santo Tomás. Eu estou certo que o Integrali8•
mo se alicerça cm Santo Tomás, porque, se se aliceigasseno
Talmud, eu não seria integralista...
Comentandoem uma glosa dos "Protocolos", a conce•
pção juridica do judaismo, assim me expressei : "Em con•
traposição, o direito romano-cristão se basêa em treg prccei.•
tos morais: honeste viverc, viver honestamentc;, nerninem
laedere, não lesar a ningucm: e suum cuique tribtt$re,dar o
seu ao seu' dono. A diferença é substancial
Dirá, por certo, o joven, com suficiencia, quc SantoTo•
más é velharia. Mae o direito Romano é ainda mais velho
do que Santo Tomás... m todo caso, cu prefiro no assun•
to, outras companhias ú dos jovens sociologos que acham
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 63
T.ME/NARRADORLIVROS
64 Gustavo Barroso
querer, como diz o mestre judaico Zitclmann,ou desde
que
a minha personalidade tivesse capacidade de vontadejuridica,
conforme a definição do outro mestre, Unger,cu poderia
afirmar como ,pessôa. de direito publico, c o que dc minha
vontadc emanassc teria força dc Ici. Então, sc realizariam
os desejos dc Rousseau: *'Cada homem deve 8cr seuproprio
legislador c scu pi•oprio pontifice". Então cm lugar dc cong.
truirmos um Estado Integral, mergulhariamosna abençoada
anarquia, supremo alvo a atingir pelos corredoresde pttssa.
gem da Ditadura Cientifica do Positivismoou da Ditadura
Proletaria do Marxismo.
T.ME/NARRADORLIVROS
SI NON LICET VOBIS.
T.ME/NARRADORLIVROS
66 Gustavo Barroso
tacão de Pilatos. As evasivas! A
popular pela maioria ocasional. Escôlham! ---
ao
Jesusou
rabás? A gritaria, lembrando a Cámaraem dias
agitada: — Barrabás! Emfim a bacia para lavarde
agmã08:
—-Não tenho culpa da mortc dêste justo !
Como não tinha culpa, BCa Bua autoridadepodia
im.
pedi-la, opondo-se aos manejos dog interessadosc não
com.
pactuando com êles? A culpa não está 8ómentcna afio.
Está, tambem, na omissão.
Nêsses tristes momentos, em que fôram praticadas na
presença do Deus Vivo, todas as vilezas humanas,dêsde0
beijo traidor dum Apostolo até á negaçãoapavorada deou.
tro, nasceu a Liberal-Dcmocracia nessa experienciaqueo hor.
ror da responsabilidade fez, consultandoo sufragiouniversal.
Mil e novecentos e trinta e Bete anos são passados eo
liberalismo continúa o mesmo, atirando como pelotaa res•
ponsabilidade de mão em mão, de Anáz para a de Caifáz,
Pilatosparaa dcHe•
da de Caifáz para a de Pilatos, da de
de Herodes para a dc Pilatos, da dc Pilatospara
rodes, da Depois,lavaa4
numerica da multidão.
a irresponsabilidade ainda é a mesma do
A bacia
mãos na bacia da omissão. agua, a toalha a mêsma..,
a mêsma a
pretorio de Jerugalem, agora de Anázpara
andamos
Nós outros, camisas-verdes companheiros presos
Pilatos. Os
Caifáz, de Herodes para O,
tribunais
violentamente requerem remedi0B
injusta e incompetentes um a um.
de
tribunais vão se julgando
com 0 outro, porque agora justamentepor
comigo, é com o outro, impren.
Não é comigo, é unta
guerra . E, enquanto clamava
batuta invisivel,
obedecendo a uma Natal
sa agsalariada, 0
comunistas pregos
que se
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 67
T.ME/NARRADORLIVROS
68 Gustavo Barroso
E dai vossa primeira mágoa, isto é, êsee injusto odio
do nome
cristão. Vossa propria ignorancia quc pareceria dever
culpal•a é precisamenteo que o prova c o torna mai8escan. des.
daloso. Nada mais injusto, com cfeito, do que odiar
o
sc ignora, mêsmo BC o quc sc ignora fôsse odiavel,
porque.
o odio só é legitimo, sabc o que odeia. O acasopóde
fazer
com quc uma cousa que se odeia 8Cjajodiavcl,mas
não
pódc fazcr com que êsse odio seja justo. Já que odiais,
porque não conhcccis o que odiais, por que não vos acónte.
ceria odiar uma cousa que não merece ser odiada?
Disso
conclúo que não conheceis tanto quanto odiais'c odiaisinjus-
tamcntc tanto quanto conheceis. Parcccndo depôr cm vosso
favor vossa ignorancia é, fáto, a testemunha que vos conde.
na. Todos aquêles que nos odeiam cessam dc nos odiarquan•
do começam a nos conhecer. Depois se tornam cristãosc
sc tornam, porquc conhecem. Então, começama detestaro
que eram c a professar o quc detestavam".
A página formidavcl que o velho e grandeapolegeta
escreveu para os cristãos, serve perfeitamcntc para os inte.
gralistas. Lêde o que êle ainda diz: ''O numero (dêsses
novos cristãos) dc tal modo se multiplicou que se alarma•
ram conôsco. Daí a gritaria dc estar a cidade sitiadadea
estarem cheios dc cristãos os campos, 06 castelosc as s.
As peseôas de todas as idades, sexos e condiçõescorrenfi
tar-se nas nossas fileiras. Ficam tristes .com essa
como BCo país .se despovoasse. E todavia ninguemprocura
saber BC isto não 80 dá por causa de algumbem àculto.
Re•
Ninguem trata dc ser mais justo nas suas suspeitas.
caso sómente, a curio•
pugnam cm se esclarecerem. Nêssc outros
a ignorar o que
sidadc humana tem sono. Continua-se
BCdeslumbram em conhecer..
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 69
T.ME/NARRADORLIVROS
A FAMILIA ATRAVÉS DAS CIVILIZAÇÕES-
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 71
T.ME/NARRADORLIVROS
72 Gustavo Barroso
seita: "Nenhuma
congressos comunistas pclos cornacas da
cvolucão será possivel enquanto existirem a familia e o cepi.
rito de familia... A familia é uma instituição inventada pela
igreja (Bic)• • • E' ncccssariodestruir a familia". "Para quo
a Revolução possa vcnccr, precisamos da mulher. Para obtê-
Ia, tmnosdc arrancá-laao lar, destruindo nela o saentimento
egoistac institivo do amôr materno. A mulhcr que ama ecus
filhos não passa duma cadela, duma fêmea".
Se não estivcssc escrito, nãó BCacreditaria, tão baixa é a
linguagem. Mais do que a injúria ao que a mulher tem dc
mais sagrado, ressalta a vulgaridade dag expressões c a falta
dc intcligcnciadc violcntamcntcsc opôr a uma Ici natural:
o amor da prole. A mulher quo lêr isso c fôr comunistanão
ó mulher, é uma dcgcncrada incapaz da gloria da materni-
dade. E' a superposiçãodo instinto sexual e 8ómentedêlc
á finalidade moral c social dos povos quo se pretende com
esea doutrina, conformc muito bem diz o professor Vicente
Ráo, acrescentando êstc comcntario: ' 'o individuo devc inte-
grar-sena comunidade; ora, a familia é um obstaculo quo
interpõe c impede essa integração, logo, é preciso destruir a
familia. Por quc fórma? Pela legislação pomposamentero•
tulada de Codigoda Familia, até que as circunstanciaspcrmi•
tam a dcclaracãoformal c franca dessa destruição...
Das frases alinhadas por Savaticr uma merccce especial
refutação, aquela que afirma ser a familia invenção da Igreja
Ela só pódc ser fruto da ignorancia fantaziada dc ciênciaou
da má fé vestida de cinismo. Os comunistas tecm descomum
com os positivistas o dogqnatisrnodas afirmações. Atrazados
em todos os rmnos dos conhecimentos dc uni seculo pelo
menos, êles vão espalhando frases feitas que julgam irrespon•
divei8 e fazendo afirnraçóco inteiramente aéreas, .como êsseg
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 73
T.ME/NARRADORLIVROS
Gustavo Barroso
são e pelo respeito, cxistc sem contestação. 'As fórmasusuais
dcssa associação familiar variaram c variam de acôrdocom
as religiões, os usos, as condições do meio, etc.; porém,atra.
vés das mutações,a associação basica subsiste sempre acoma
sua basc moral e a sua alta função social. Não ha sociedade
Inimana alguma, por mais"primitiva que 80 apresente,
familiaL Essa familia pódc ser monógama; poligama,polian.
drica, csogamica, cndogamica, é sempre familia, sujeitaa re-
gras fixas, a um codigo moral c gerando uma série de devereg
c obrigações. O proprio Morgan, tão do agrado de certos
autores socialistas, rcconhccc que a familia não é estaticae
eim dinamica, evoluindo constantemcnte para as fórmassupe.
riores. Verifica-se a existencia da organização«familiarentre
os povos colocados mais baixo na escada antropologica,veri•
fica-se a sua varicdadc dc fórmas institucionais, verifica•€e
o
scu progresso constantc e Bóec não verifica a sua inexistencia
até aondc a indagação humana •póde chegar.
Já se foi o tempo cm que Bebcl e os socialistasdo seu
estôfo, tratando da situação social da mulher atravésdos
tempos, sc baseavam nas pseudo observações de Morganc
Sachofen, como nag suas interprctaçócs da instituiçãoda fa.
milia entre os povos selvagcns. Foi a época da tal familia
sindiasmica dos indioe iroquêses da America do Norte,na
qual a designação dos gráus de parentesco não dependiadês•
ses gráus, porém do sexo dos parentes. Isso fundava40na
falsa observação c ainda mais falso comentario do modoafe•
Foia
tuoso dc certos povos indigenaetratarem a parentela.
familia baseadana
época tambcm da tal familia punaluana,
pensando atingit0
simples companhia, sobro a qual, radiante,
páginas.
nec plus ultra, Engc18 arquitotou meia duzia do
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 75
T.ME/NARRADORLIVROS
76 Gustavo Barroso
dos acreditam em um Scr Supremo c praticam
a
com o totemismo dos ecxos, isto é, cada casal monogamia
emblemas totcmicos dos antepassados da tribu.dcvc-rcunir08
-seu 3.0tipo
&conhecido como da Civilização exógama com
direitos iguais.
Enquadram-se nêlc os povos• árticos do nordeste
da Asiac da
America. Continúa a crença no Scr Supremo c
a liberdadede
casar fóra 'da tribu. A monogamia apresenta•sc
um tantocn.
fraquccida, porém ha igualdadc dc direito entre o homem
c a mulher. Seu 4.0tipo é um tipo hibrido
chamadoCivili-
zação do Bumerang, porque 08 povos que
lho pertencem
usam como arma dc guerra c dc caça êssc bastão
dc arrctncço.
Nêlc se Inccsclamos três tipos anteriores. E' a
civilização
povos da maior partc da Australia, do sul da África, dos
do Su.
dão meridional, das regiões supcriorcs do Nilo, das
camadas
dc população mais antigas da America do Norte. Na
.sua
crença, o Ser Supremo começa a confundir-se com o primeiro•
antepassado da tribu, e aparecem os primeirogrudimentos
duma mitologia lunar. O poder da tribu sobrelevao poder
familiar do pai. De um modo geral, a monogamiaó
praticada.
Passando ás chamadas Civilizações Primarias, que repre•
sentam um estagio dc evolução imediatamentesuperior,en•
contramos outros quatro tipos. 1.0 a Civilizaçãoda Gran•
de familia dos povos pastores uralo-altaicoe,indo•
europeus c semitas-kamitas. Firma-se o direito paterno,o
patriarcado; o Ser Supremo confunde-se com o Céu,espécie
dc Urano dos gregos primévos; a familia individualalarga•
sc na grande familia; esboça-?e certa autoridadedos avós;
aparece o direito dc primogenitura que asseguraas sucess6e;
c, ecgundo a quantidadc c valor dos rebanhos,a propriedade
divide os homens em ricos o pobres. 2.0 — a Civilização
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 77
6 — g. CATOUCUMC
T.ME/NARRADORLIVROS
78 Gustavonarroso
na, do sudeste da America do Norte, do nordeste
do Sul, os Bantú8 africano€ c 08 Todas da da America
India. Rende-se
culto a dois deuses primordiais: o Deus.Céu c
o Deusou
sa-Terra. Faz-se sentir na familia, acima da Deu.
autoridade(108 01
pái8, a autoridade dos avó6. Pratica-se a
poligamia,embora
não de modo geral, isto é, a familia BCconstitúc
comdiversos
maridos para cada esposa por endogamia,
realizando.gc08
casamentos dentro da tribu. 0 3.0 realiza a fusão
da Civili.
zação da Grande Familia com direito, paterno
livre a
Civilização exógama com direito paterno. Nêlc
Bcincluem
alguns povos dravidianos c africanos. Confundcm•ge
o Deus.
Sol c oDeus-Céu. O totemismo pa88a dos clang para OB
reba.
nhos que lhes pertenccmp Surge o despotismodos
chefes,
dominando qualquer outra fórma de autoridade. 0
óa
mistura dos três precedentee. Compreendc a India, a
China,
a Mesopotámia, o Meditcrráneo, os Egipcios, os Aztccag,08
Incas e os Maias mais recentes. A religião ge manifestape•
10s grandes sistemas mitologicos. A sociedade divide-secm
profisões e classes. A escravidão alastra-se. Alicerçam-se
as
monarquias e as castas sacerdotais. A familia constitúe-se
com a poligamia. Entretanto, a mulher legitimatem sem.
pre o primeiro lugar. As outras são excepçõesadmitidas,ou
toleradae. E' o concubinato com mulheres livres e, maisge•
ralmente, com as escravas.
E' daí que passamos para a familia grega e para a fa•
milia romana. Do direito de familia dc Roma e do Evan•
gelho vem todo o direito de familia da civilizaçãocristã. E
cssa rapida excursão através de todos êsses tipos de civiliza•
Cão, dêsde os mais rudimentares até o mais adiantado,á sa•
ciedadc, demonstra a infantilidade (106argumentos c assere
Góesde que a familia é mera crcação da Igreja. Ela é an•
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 79
T.ME/NARRADORLIVROS
80 Gustavo Barroso
tem obrigatoriamentc de proceder assim. O judaigmoé ane.
gação da arte c da filosofia helenas pela propria C88cncia,
a
negação do direito romano pclo direito das glosa8talniúdicag
aplicado pelo Beth-Dine, c a negação da divindadedc
Cristo.
O seu escôpo, para dominar o mundo através dc dua8etapas
capitalismo-individualigta e comunismo•marxista tem
de
ser, fatalmente, acabar com Deus, com a Familia,coma Pá.
tria c com a Propricdadc. Reação contra ê88Capocalipge, o
Integralismo arvora o lema inverso: Deus, Patria e Familia.
T.ME/NARRADORLIVROS
A CONJURA DAS TREVAS
T.ME/NARRADORLIVROS
82 Gustavo Barroso
sombra (lêsse agente preparatorio, a dominação
ju.
daica se estabelece, passando desperccbida• á maioria doa
proprios maçons. O segredo maçónico, nota num estudo
cienciosoo duque de Ia Victoria, esconde c protegeo Poder
Oculto Internacional, estabclcccndo cm todos 06 organismos
governamentais e sociais as divisões dc que resultatn todas
as suas fraquezas.
A congpiração judaico•maçónica contra o mundo cristão
é uma conspiração permanente. Jean Berger, na gua famosa
obra "De l'initiation chez ICSJuifs", afirma o seguinte: "Por
necessidade ou natureza, os judeus sempre procuraram,
utilizaram e amaram o misterio, e, dêsdc o tempo dosroma.
nos, tecm um governo oculto organizado! cabala viveuc
continúa a viver, diz o historiador protestante Mattcr,no
mais profundo seio dos misterios da maçonaria. Uma 'de
suas raizes, a Ordem dos Templarios, estava enfartada de
judaismo. Na insuspeita opinião dc Eliphas Lévi, maçonc
apóstata, seu fim secreto era a reconstrução do Templode
Salomão, em 'Jerusalcm; seu modelo, OBpedreiros guerreiros
dc Zorobabcl; suas tradições, as do Talmud; ecu ideal, a do•
minação do mundo, suplantando a Realeza e o Papado.
Outra dc sua raizes mergulha nos Rosas Cruzesdo século
XVII, que Claude Jannet, no seu documentado livro "Lea
précurscurs dc Ia franc-magonneric", declara derivadosdire•
tamcnte da cabala judaica. Essa corrente cabalistainfiltrou•
sc nas corporações de pedreiros da Inglaterra, que gozavam
dc grandes franquias por 8êrem construtores de edifici08pú•
blicos c tcmp106,vindo daí o nome de pedeiros•livreg.
depoimento de Preston em "Illustrations of Masonry•
XV'
A maçonaria surgiu em França no reinado de Luiz
fúteis
cm 1737, com grande aceitação de parte dos fidalgos
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 83
T.ME/NARRADORLIVROS
84 Gustavo Barroso
c "a história judaica corre paralela á história universal,
trando-a por mil tramas".
O fim raumbantc da indcpcndcncia magcaravao fitn
occalto do esfacclamcnto da monarquia católica de Portugal,
com 0"c8facelamento posterior, pela anarquia e pela repu-
blicanização liberal da nova nação que 80 formava para '8er
pasto das Internacionais do Ouro e do Sangue;
A ação maçónicaBCfez sentir cm 1789,na Inconfidencia
Mineira; cm 1794,na conspiração do Rio de Janeiro; em
1798, na abortada revolta dos alfaiates da Baía; em 1801,
1802,no plano gorado das Academias gccretas de Pernambu-
co para a proclamação duma república sob o patrocinio do
Primeiro Consul Bonaparte; na revolução dc •1817,nos tu•
multos de 1821c na proclamação da independencia.
Continúa com o Primeiro Reinado, na Confederaçãodo
Equador, em 1824. A indcpendcncia estava feita. Queriao
separatismo e a república. Abala os fundamentos do Impe•
rio até a abdicação de 7 dc abril dc 1831. Não sc contenta
com isso e pcrtuba todo o periodo da Regencia. Está na
Sabinada, na Cabanada, na Balaiada, nos Farrapos, na rcvo•
Iução• dc 1842,cm São Paulo e Minas, na da Baía, cm 1833,
no assassiniojuridico de Pinto Madeira, no Ceará, em 1834.
A Maioridade não a desarma. Manifesta-seem toda a ação
politica interna e externa da Monarquia, utilizando-sedos
proprios monarquistag. Faz a revolução Praieira. Em 1873'
agita a questão religiosa. Depois, suscita a questão militar.
Por fim, BCaproveita da questão da escravidão. Os fins hu•
manitarios encobrem gempre os meios dissolventesda coesão
nacional o dc seu espirito cristão.
Proclamada a República, com sistema federal, obra
sua, não socega. Sente-se seu dêdo diabolico nas agitaçõese
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 85
T.ME/NARRADORLIVROS
86 Gustavo Barroso
todos os clcmcnt0B revolucionarios quo atúam nag lojas
cristãs".
Responda Ilcnry Mi81cycm uma dc suas "CartaÑ': "co.
nhcço um pouco do mundo c sci que cm todo êssc
futuro que BCestá elaborando somente quatro ou cinco in.
dividuos dão cartas. Os outros pensam que dão e se on.
ganam .
Responda, afinal, o docunicntadi88imoDeschamps cm
"Des sociétés sécràtcs"; ' 'Aliás, o proprio judaigmo é uma
maçonaria. Tanto pela intima solidariedade quc une seus
mcmbros como pelo cosmopolitismo que os põe fóra da idéa
de pátria c ainda pelo gcu odio ao cristianiemo".
Estas respostas ajudam-nos a compreender o porque dC8•
sa permanente conspiração das trevas contra a civilização
ocidcntal cristã. Conspiração incessante do Grande Oriente
contra o Grandc Ocidcntc. O Integralismo tem sentido cons-
tantcrnente 08 efeitos dessa conspiração. Movimento claro e
desassombrado,êlc não podc recear a conjura das trevas, quc
BCacita no segredo c procura a calada da noitc com medo
da luz. Simbolo do Espirito do Século XX, destina-sea var•
rer do Brasil 08 espetros noturno€ do anti-cristianismo.
T.ME/NARRADORLIVROS
NEM MEDIEVAIS, NEM EXREMISTAS
T.ME/NARRADORLIVROS
88 Gustavo Barroso
O crime campêa muito mais do que outrora,onag
épocas
que os inimigos do cristianismo denominam de ob8curanti8.
mo, justamentc nos paíeeg representativos dos dois
extremog
judaicos do mundo moderno — o capitalismoc o comuni8.
mo: Estados Unidos c Russia. Naquêlc reinam o ganggter
c 08 sacrificadores dc crianças; nêBte, o P'Oderpúblico decreta
a pena dc morte para criminosos menores do doza anos! As
sociedades secretas assassinam reis c presidentcg ou suicidam
cúmplices perigosos como Krucger, Lowcnetein e Staivin8ky.
Lampcão é um anjo dcante dos AI Caponc e dog Dillinger.
Ha nos Estados Unidos, segundo Kavanagh, 118 mil agga88i.
nos. Na Russia, as crianças abandonadas vivem aos
milhõee
na senda do crime.
A fome impera como nunca imperou nog temposquc
a mentira historica dos maçons denominam ominosos:fome
constantemente em varias regiões da Russia, dê8de 1921';fo•
mc constantemente na China convulsionada; fomo constan•
temcntc no operariado escravizado c explorado pela ganan•
cia capitalista; fome constantementenos milhões de desem•
pregados da Europa e da America, vitimas duma @conomia
anti-cristã; fome ainda recentemente, devastando as aldeiag
da Bessarabia.
A escravidão continúa sob outros aspétos e com outros
nomes. A abolição dc ordens e hierarquiag, escravizou08
homens ao bruto imperio das necessidadescoletivag. A mor•
te da cspiritualidade e da fé escravizou-osá materia. O in.
dustrialismo sovictico ou capitalista tornou-se simples
quinas dc trabalho e reprodução. Seus senhores nominaise
humanos desapareceram para dar lugar a senhoresanóni•
Inos c deshumanos. O valor do homem, pela perda de sua
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 89
T.ME/NARRADORLIVROS
90 Gustavo Barroso
aquilo. Agora, nenhum código impõe suplici08 c ai! dc
quem falassc cm capitulá-los na Ici. Mas as policia806irn.
põcm ao alvedrio dc delcgados ou comissari08,ocultamente.
E pcorcs! Os policiais norte-americanos 8ão«verdugos hor.
rivcis, quando arrancam a confissão dos criminosos. O
tcmunho das propriag fitas do cinema iánqui é insuspeito,
Em toda a parte se aplica o jcjurn, a 6êdc, os máus tratos,08
interrogatoriosinfindaveis,o cano dc borracha e até os pali-
tos chinêscs nas unhas, as solitarias e as geladeiraa. Tudo
sem assistencia do juiz c sem fundamento legal.
A magia era pceadêlo das autoridades medievais e da
inquisição. Ela prossegue livre de peias c, portanto, mais
intcnsa no seio das sociedadcs ultra civilizadas e ateistas com
todo o ecu decantado progrceso. Os jornais estão cheios dc
anuncios dc videntes c cartomantes, quc entrevistam a cada
passo. O baixo espiritismo prolifera. 08 curandeiros- se
multiplicam. Os que negam os milagres de Lourdes pere•
grinam aos sertõt8 atrás dc qualquer santa dos Coqueiros.
As pessôasquc não entram mais nas igrejas, porque isso saiu
da moda para os chamados espiritos fortes, vão consultar os
pais de santo nos morros, porquc isso está tão na moda que
todos os visitantc€ilustres que aportam á Guanabara são le•
vados ás macumbas das favelas...
Até o Páteo dos Milagrcs,imortalizado por Victor Hugo,
cxistc tal qual, com scUs truões c mendigos falsos, 08 quais já
fôram defendidos oficialmente pelo imortal decreto positi•
voide do general Itabêlo. Quando as policias do Rio ou do
São Paulo os apanham, encontram nos seus farrapos contos
dc réis ou cadernetas dc depósitos
nos bancos e na Caixa
Economica.
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 01
T.ME/NARRADORLIVROS
92 Gustavo Barroso
uma educação cristã que espiritualize o homem
e
ao dominio do pragmatismo e do materialismo,o arranque
como criatura dc Deus. Quer uma organizaçãoelevando.o
c politica cm quc não haja mais possibilidadeseconomica
dc vidasá
parte, nas sombras c nos disfarces, 08 Eetados
secretosdentro
do Estado aparente. el
T.ME/NARRADORLIVROS
CORPORAÇÃO OBRIGATORIA E
SINDICALIZAÇÃO LIVRE
7 t. catoucuM0 T.ME/NARRADORLIVROS
94 Gustavo Barroso
Ora, não se entende o Estado Integral fóra dê8iC8
mentos fundamentalmente criBtãos. São
linea.
ê8te8, justamen
que caracterizam o Estado Integral em face do Estado
Tota.
litario, que o Integralismo combate.
E, não se entendendo o Estado Integral dc outra
juridicamente o temos de alicerçar no Direito Natural.
Na órbita dêsse Direito, a "tcndcncia dc agrupar.se'?
para realizar ' 'o bem comum particular" ó absolutamente
legitima.
De maneira que o Estado não póde contrariarnenhuma
tendencia grupalista, dêede que ela sc destine a auxilio,cola.
boração, assistencia ou apostolado. A SociedadeCivil,isto
é, o Estado sómcnte póde impedir a formaçãode
associações ou dissolvê-las, quando as mêsmasprovadamente
contrariarem a justiça, a probidade, o interessecomum.'O
que repousa na Suma Teologica, 1-11-9.XIII — art. 3:
Ici humana sómcntc dcve scr considerada lei, enquantose
conformar com a réta razão, o que manifesta que.derivada
Lei Eterna. Mas, dêsde que se afasta da réta razão,é lei
iniqua e, perdendo a essencia dc lei, sc torna violencia•
A palavra das Encíclicas veiu apontar caminhoprá•
tico da realização dessa teoria. S. S. Leão XII escreveu na
Encíclica "Longinqua Occani", dirigidá aos bisposdosEsta•
dos Unidos c do Canadá, cm 1895: "Certamente,08ope•
rarios tcem o direito de unir-se cm associaçõesparadefen•
der seus interesses. A Igreja favorece-os,porqueestãode
acôrdo com as exigencias da natureza".
S. S. Pio X manifestou-se na Encíclica "Singulariqua•
dam" sobre as associações'operarias catolicasem 1917:
"E' preciso conetruir o favorcccr por todos os meios ge
ncro dc associações profissionais católicas".
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 95
T.ME/NARRADORLIVROS
96 Gustavo Barroso
ultima daquela orga.
da Corporação,que realiza a fórma
nização .
Foi essa doutrina pura quo inspirou Miguel Reale,
111 do seu livro "Pcrg.
do escreveu estas palavras á pagina
pectivasIntegralista€",depois dc haver, com a maior clareza,
á pagina 39, mostrado a constituição dos grupos naturais
Familia, Sindicato c Municipio: "A Bindicalizaçãonão é obri.
gatoria. Podem existir varioe sindicatos cm uma Bócircuns.
crição ou sctor da produção, mas só um dêleg póde ger reco.
nhccido pelo Estado, passando, dêsdc então, a ,representar
toda a profissão,porque; sendo único o interesse profissional
única dcvc scr a gua rcprceentação no Estado".
Em verdade,o Estado pódc e deve cm virtude desseinte•
resse profissional único, invocado por Miguel Realc, 'coma
cm virtude do interessegeral, que é o dc evitar a luta entro
sindicatosrivais no ambito da politica, pcorcs do que 06 par.
tidos; póde c deve reconhecer um unico sindicato com lun-
ção politica; mas não pódc, nem dcvc, dêsdc quc se basêa no
principio filosofico do respeito á pessôa liumana, aog geu8
dirc;tos, projcçõcs c manifestações, impedir que BCformem
livrcmcntc sindicatos com as guas funções económigas,'cultu•
rais e éticas. C) assunto cetá mais do quo claro em Walt,
''CatholieSocial Principles" ou em Ruttcn, ''La doctrine80•
ciale dc 1'Eglisc". Não ó dificil corjBultá-106.
Como explica, poi8, que sendo esta a doutrina inte•.
grali8ta,o "Manual do Integralista", no item 24, c as "Dire•
trizes Intcgrali8tas",no Itcrn XXI, 80 declarem respectiva•
mcntc, contra a sindicalizaçãolivre c a favor da rigorosauni•
(Iode sindical"?
F,' preciso, antes dc tudo, intcrprctar o cgpirito dêsses
E' preciso ainda não esquecer a velha sentença
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 97
T.ME/NARRADORLIVROS
98 Gustavo Barroso
privado". Quero crer num equívoco, porque me parece que
o sindicato isolado jámai8 poderá scr pessôa de direito pu.
blico pelas razÓcs quc passo a cxpôr.
O fim da SociedadeCivil, ieto é, do Estado é geral, uni.
versal: o Estado defende interesses comuns gerais e universais.
O fim das SociedadesPrivadas, entre as quais sc enqua.•
dra, naturalmente, o eindicato, é próximo, privado; a Familia
c o Sindicato defendcna intcresscg comuns,•privados, particula-
res (Vide Arbolcya. "La carta magna de Ia Justiça Social").
Na Suma, Santo Tornás dcfinc uma sociedade privada desta
• .
Inaneura "Sociedadeprivada é aquela que 6e forma para
levar a cabo algum negocio privado, como quando dois ou
tres fazem socicdadcpara negociar dc parceria".
Para que se fórrna um sindicato? Para dcfcndcr os in•
tcrcsscsdc certa classedc trabalhadores c não para defender
os interesses dc todos os trabalhadores. Tanto quc o sindica•
to é compo€todc trabalhadores, disto ou daquilo. Como é
possivel quc êssc circulo privado gcrc ' 'sozinho" um circulo
público? Uma pessôade direito público juridicamente refle-
te unt circulo de relações dc ordem privada. E' necessario,
pois, que o sindicato sc entrose cc»n outro sindicato, se una
a outros, se combine corn outros, se relacione com outros, para
dar origem a uma fórnta pública.
Assim, quando doi6 ou mais sindicatos se combinam, num
contráto colctivo, imediatamcntc sc tornam, unidos, uma
pcssôadc direito público, c o que dêlcs emana tem força dc
lei, porque não regula intcrcgscs privados, iguais, porém„ in•
terceseg gcraie, diferentes.
I)cmai8,o sindicato de obreiros C o grcmio
patronal cons•
t;tumn, coni0 judiciosarnente preccitúa
o Estatuto Portuguê8'
o eleniento primario da organização
corporativa. Êgses ele•
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 99
T.ME/NARRADORLIVROS
100 Gustavo -Barroso,
O sindicato é pessôa dc direito privado como a
A reunião de familias, preceitúa a doutrina integrali8tA-
em muitos documentos,forma o Municipio, isto é, um circulo
dc relações privadas familiares se projéta e renete numa
pessôa de direito público. Do mêsmo modo, os sindicatos
privadosse projetam e renetem na Corporação, pública.
Se se considerar o sindicato pessôa de direito público, é
obvio que, ipso facto, ee deve considerar a familia tambetn
pessôa de direito público.
Onde,ha a mêsma razão se aplica o mêgmo direito.
O que seria, de manifesto, o mundo de pernas para
o
T.ME/NARRADORLIVROS
SINDICALIZAÇÃO DE TODAS AS CORES
T.ME/NARRADORLIVROS
102 Gustavo Barroso
fundamentais estão sujeitas ao progresso ou ao eepirito
dades
épocas, peca doutrinariamente. sc fizer um examc dc
das
que o veneno marxista
consciênciabem apurado, verificará dc gua inteligencia
convenientemente eliminado
ainda não foi
sua cultura. Outro erro grave é querer, por politica,
ou de
cortejar as inclinações dag
visando seu intercssc pessoal,
dc peçonhas comunistas. Por.
massas cheias de confusão ou
iriamos parar no co.
que, sc resvalasscmospor êssc pendor,
propaganda materialis-
muniemo,que é o dcclivc por onde a
ta vai rolando 08 povos.
O Integraliemotem por obrigação precípua combater os
erros c não compactuar com êlcs. Quantas vezes, o Chefo
Nacionalnão tem dado a lição dc que dcvcmos contrariar a
multidão, quando errada, c dc quc o nosso destino é salvar o
Brasil, mêemo contra a gua vontade?
11a, infclizmcntc, um ou outro desavisado que ec julga
pôço dc ciência e quc rcpclc como antiquadas até as idéas
ctcrnas defendidas por Santo Tomás dc Aquino. Mas ê8tC8BC
enquadram no pensamento daquêlc filoeofo português quo
cecrcvia: "11'amuito cabo dc vassoura pensando que é co-
luna c muito chapéu armado pensando que é general". ExiB•
tirão até alguns que, prefiram êsscs a Santo Tomás pois o
Santo é velho c os taie são novos. Para gostos assim, a Suma
vale menos do que qualquer artigo de um sociologo improvi-
sado. Sua alma, sua palma...
Segundo a palavra erudita de um escritor sem eiva dc
catolicidade como Saint-Léon,na sua obra publicada cm Pa-
ris, por Felix Alcan, cm 1908, "11istoire dos Corporations de
Métiers": — A questão da organização do trabalho pela as•
sociacãofoi, é e será ctcrnamentc atuar. Essa questão vem
atravessando, não os séculos, mos os milcnios, c, quando a es-
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 103
T.ME/NARRADORLIVROS
104
Gustavo Barroso
em 1891, c Grosg, cm "The Gild Merchant", Oxford,
Leipzig,
Ambos reconhecem nc€gas primitivas aegociações uma
1890. proce88ava egtrci.
na qual
organização democratica e livre,
do trabalho do opcrario com o trabalho do patrão.
ta aliança
raizcs mestras dag Cor-
Aí estão sucintamenteexpostas as
que sucede ao mun•
poraçõesde Oficiosdo mundo ocidcntal,
O termo Corporação
do barbaro e ao mundo pagão-romano.
a êgge8grupos
é moderno. Os documcntos medievais chamam
naturais Comunidadesou eimplemcntc Oficios. Os mêsmog
documentosreconhecema sua antiguidade e lhes outorgam
fórma nova, sabiamcntc conservando a força da tradicionali-
dado. Ab antiquo,diz a Charta dc instituição do rei Luiz, o
Gordo,no ano de Craca de 1170. Depois, Filipe, o Augusto,
proclamava,solenemente,cm outra Charta, seus rivilegi0B
tradicionais' .
A Comunidadeou Oficio é uma instituição moral, urna
cntidadc moral — ensina Saint-Léon, pag. 120 -— pessôa civil
privada, ó qual o governo do rei impõe certas nórmas e condi•
çóC6,mas que se conserva livre, com seu poder executivo ou
direçãointerna exercidopor Guardas e Jurados, com suas as.
sembléasdeliberativas, o que tudo ec encontra em Lespinasse;
"Livre des Móticrs", tomo LI, pag. 117, tomo LXIII,
tit. V e
tomo LXXVIII.
Como Renascimentoe a Reforma,
que quebram a unida•
dc de consciênciados povos
cristãos, surge o Absolutismo Real
e o culto da Razão de Estado.
Começa, então, uma luta gem•
tréguas do poder do soberano,
de tradicional das centralizador, contra a liberda•
comunidades o confrarias, declara Levas•
seur no seu volumo
magistral, "Histoiro deg classeg•labo••
rieuses", 2.0 ed., Paris,
1901.
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 105
Guiando-nospor êstc autor, e por Saint-Léon,vemos que,
até então, o poder real intervinha, dc acôrdo com a doutrina
cristã de respeito á pessoa humana c ás suas .projeçócs gru-
palistas,"não para crear, mas para sancionar e legislar, diri-
gindo". Nada ha mais claro do que isto em materia dc li-
berdadc do associação,que o poder publico, a sociedade ci-
vil, não crêa nem obriga, porém linêa, emoldura, protege e
guia. Depois de substituido o verdadeiro conceito de mo-
narquia cristã pelo do absolutismoreal moderno, ó que o Es-
tado passou a obrigar os trabalhadores e artczáos a se ae€o-
ciarem sob a sua férula. Que aconteceu? A mêsma cousa
que vimos já na antiga Roma Imperial. As corporaçóestor-
naram-se"instrumentos do Estado, instrumentos do governo"
(Saint•Léon, page. 295 e 374).
Data dêsse momento, no século XVI, a decadencia da
instituição, que não parará mais.
A escola dos fisiocratas, dos partidarios da ordem natu-
ral contra a ordem divina, guardas avançadas da revolução
judaica, vedetas da conspiraçãomaçónica, abrem luta contra
ela, que, enfraquecida, mal se poderá defender. No meado
do século XVIII, og ataques se multiplicam, com Quesnay á
frente, reclamando liberdade de comercio e de trabalho, livre
concurrencia nos -sectores da economia. Os artigos da ' 'En-
ciclopédia", alavanca filosofica com que se aluiram as últi-
mas pedras do mundo antigo, resumiram essa campanha mo-
vida contra a corporação.
Em 1853,o judeu G. Simon publicava em Paris os seus
"Études gur le compagnonnage". É nêles que encontramos
os elementos de prova da ação do judaismo dentro do pro-
prio meio corporativo, desagregadoe de€contentcpela,tirania
do Estado monarquico absoluto, desunido pelo anti-cristia-
T.ME/NARRADORLIVROS
106
Gustavo Barroso
reforma protestante e do humanismo do
nismo através da
associações judaizadas como 08
Renascimento. Crêampsc
c os companheiros de Mestre Jacob, cujas
Filhos de Salomão conflitos armados atirando
discordias, dcgcncrando até em
outros, acabam de debilitar
opcrariosc mcstrcsuns contra os
corporativa.
c desmoralizar a instituição para a definitiva
É facil, então, romper uma campanhp
abolição da mêsma. A opinião geral está preparada para
aceitá-lac aplaudi-la. O ministcrio dc Turgot ofcrcce a •en•
sancha propicia. Bigot dc Saintc Croix e Dclacroix apresen•
tam mcmoriasreclamando a supressão dc cousa tão anti.
quada. Em 1776,sái o edito dc suprcseão com uma expo•
8içãode motivos fundada nos conceitos de Bigot o de Quesnay,
o primeiro demolidor. O velho Parlamento de Paris, guarda
secular das instituiçócs monarquicas, opõe-lhe viva resistencia
c nega-lhercgistro. O rei Luiz XVI reune um Conselhode
Justiça e faz oí registro sob protesto do Parlamento.
Com a quéda dc Turgot tenta-se uma reorganização das
corporações. ABinstituiçócs sociais têem vida dura. Reorga• •
nizam•scmal algunsoficios. Outros ficam livres, isto é sem
associação.
A Revolução dá o golpe de morte, com a Ici Chapelier,
1791,'Cum dos monumentos, mais notavei8
edificados pela tira•
nia 60b a máscara da liberdade", declara
Saint-Leon (pag•
622). A Ici odiosa suprimiu unicamente
para o operario a
liberdadede associaçãode que gozam
duos. A supressão dêsse todos os outros indivi•
direito de livre associação, direito
natural c intangivcl da pessôa
dc duas fórmas. São humana, póde ser executada
tica finalidade. caminhos diferentes que levam á iden•
Impedir a associação corporativa, sindical
ou (IUSaoutro nome tenha, deixando reinar individualismo
no campo do trabalho o
e da produção, abandonando o opera•
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 107
T.ME/NARRADORLIVROS
108 Gustavo Barroso
assim quc, em 1816, um quarto de século apó8
rativo. Tanto tcntativa de restauração na
a supressão, surgiu a primeira
Mas, logo, o banqueiro judeu Pillet Will
Cámara francêsa.
contra o projéto, quo não pôde ir avante; a Cámara
amotinou
dc Comerciodc Paris.
suas obrag, Sig•
Em 1830,nova rcação, mais forte. Nas
libe.
mondi rebclára•scardcntcmcntccontra o individualigmo
ral que abandonava06 opcrarios a um triste destino, fabri-
cando ondas dc dcscontcntcs c revoltados. t Inspirando-se
nêlc, Filipc Buchez ofcrcccu um plano de reorganização,
' 'LC mouvement
quo
Testy estuda minuciosamcntc na sua obra,
óuvrier au début dc Ia monarchic dc Juillct", edição dc Cor•
ncly, Paris, 1908. Outras vozes c outras penas ec ajuntaram
a essas. Burct escreveuum verdadeiro libelo: "DC Ia misé•
rc dcs classes laboricugcgcn Francc ct cn Anglctorro". O
barão dc Gerando, no "LCSprogrés dc l'industric", denunciou
OBmalcg que afligiam ag massas obreiras embrutecimento,
alcool, exploração, abandono xnoral, falta do apoio oficial.
Tod06 os economistas liberais, nuanchcetcrinnos, fi8iocrata8
naturali8tas, materiali8tag, asgombrados, corn o impulso quo
tomava o movimento néo•corporativiBta,Bliiratn a cmnpo numa
ofensiva fulminante. E vcnccrarn.
Sómcntccm 1864,foi abolido loi quo itnpo(lil' 008 opo•
rari08 se aseociarcm,pelo Jmpcrndor Napoloão III. Aos po•
deres ocultos, convinha, então, abolição, apregoada cotno
medida liberal pcla inocencia born par do ()llivior,
Já as massagcstavarnpelo inaolnjnento, dor, oxplO•
ração c pela descristianização ponto do bala
para a revoluçãosocial,
Trotava-se,pois, dc pcrjnitir quo no fora
taJccer as Buasagitat;ócao 'iiinor ntiO
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 109
antes,em 1863,já havia os Tradc Uniong formados na Ingla-
terra cm sindicgtos dc constituição marxista. Essa mêsma
feiçãoiam tomar os da França, consagrada dc todo na legisla•
são de 1884.
Vem daí toda a sindicalizaçãomoderna. De acôrdo com
uma grande autoridade na materia, podemos coneiderar no
mundo contemporaneo, de modo geral, quatro espécies de sin-
dicalização :
— Sindicalização revolucionaria, O anarco-sindica-
lismo,'9e póde estudar bem na obra de Georges Sorel, "Mou-
vement gocialiste et reflexions sur Ia violence", ed. Pageg
Libres, Paris, 1908,1.0 vol. Defende a tése marxista o tra-
balbo ó a unica fonte de mais valia, de que o empregador se
apropria• indevidamente: concepção materialista da história,
eliminando desta todos 08 fatores ideologicos. Concentração
do socialismono "drama da greve geral", que é ''o ideal e o
amito que a massa deve adorar", pois que nessa idéa "está
contida a propria essencia do socialismo".
Berth,sem ' 'Le mouvement socialiste", 1904, c Riviàre,
cm "Syndicalismeet socialisme", 1908, apontam, como cara-
teri8ticos do anarco-sindicalismo,, a ação diréta, a boicota-
gem, a sabotagem,o anti-militarismoe a propaganda ideolo-
gica da doutrina por todos 08 meios.
A 8indicalizagã0'marxista enxertada nos países bur*lê•
seg liberais segue êsees principios.
2.a Sindicalização reformista — No fundo, tende para
os mêsmoge mama o leite das mêsmas origens. Quer, po-
rém, reformas em lugar de revoluções...
O proceeso maie
brando. Principios doutrinarios vagos. Idéas• expostas por
Keufer e por Artand nos numeros de 28 de dezembro e 13
de julho de 1907,'da "Energie Française".
— cat0UCU>to T.ME/NARRADORLIVROS
110
Gustavo Barroso
Sindicalização católica.
Tem duas fases. A
——
é a dos eindicatos mixtos de operarios c patrões 801)
primeira arbitragem. Defesa dc
moral, com juntas dc
a disciplinada doutrinarios basicos, gem
cnwrgcncia sem ferir os pontos
liberdadc da pessoa humana c dc Buasprojecçõee
atentado á
foi brilhantemente cx.
no tempo c no espaço. Êssc periodo
no livro dc Boissard, "LC syndicat mixte", cd. dc -Guil-
posto
laumin, Paris, 1897. A scgunda é a da liberdadc sindical.
— Sindicalizaçãoamarela Foi uma creação dc P.
explicou no scu livro ''Les jauncs dc France".
Biêtry,que a
Doutrina vaga. Só é permitida a sindicalização dc operari08.
Finalidades: participarão nos lucros o no proprio capital
industrial,dc mancira quc o opcrario sc torne aos poucos co.
proprictario. Nada dc basico, dc fundamental, filosoficamente.
Devemosrcconhcccr claramcntc que não é possivel cn-
quadrar a «indicalizaçãointegralista, que é Vcrdc, na marxista
sorcliana,quc é Vermelha, nem na reformista, que é talvez
Côr dc Rosa, nem ainda na .Amarcla. Em resumo, essas qua•
tro, ontologicamcntc, sc reduzem a duas sindicalização
vcrrnclha rnarxista c sindicalização branca cristã, Desta fez no
"Jornal do Comercio",crudita c lapidar exposição o profee•
sor AlcibiadcsDelamare, que é um jurista, um tomista e um
notavcl lider católico.
O verdadeiro lugar, doutrinariamente, da Sindicalização
Integralistaé.na moldura indestrutivel, eterna, dos principios
cristãos, enquanto, pelo menos, não apareça um dêsses moços
dc grandc talento que, dcstruindo os cristãos selvagens, in-
vento uma sindicalização cinzenta, azul, rôxa ou côr dc
burro.qyando fogo... Esperemos o prodigio para bater-lho
pahnag.
T.ME/NARRADORLIVROS
A ATITUDE DOS CATÓLICOS EM FACE DO
INTEGRALISMO
(ENTREVISTACOM O SR. GUSTAVO
BARROSO, PUBLI CADA PELO
ORGÃO CATOLICO "A UNIÃO"
EM 30 DE DEZEMBRODE"1930
T.ME/NARRADORLIVROS
112 Gustavo Barroso
as ordens do Chefc e dc seus superiores hierarquicosecmdie.
cuti-las. Impoesivcl será admitir que alguem entre em
movimento como o nosso scrn sc comprometer a dar-lhe
esforço e a cumprir o que lhe fôr ordcnado em prol dê88e
movimento. O principal no juramento — e o Chefe já friE0ú.
de público êssc ponto — é trabalhar pela Ação, não passando
a execução das ordene duma partc decorrente daquela obri.
gagão. Ao Integralista não compete discutir as ordens rece.
bidas cm serviço da causa, porque isso seria a desordem,a
anarquia.
Quem a88cntapraça na Marinha ou no Exercito tambem
jura obediencia, por que scria impoesivel um exercito ou uma
marinha cm quo soldados e marinheiroa discutissemag
ordcng emanadas dc seus superiore8.
A finalidade do Integralismo é a defeea da idéa de Deus,
das idéas c das realidades da Pátria c da Familia. Trabalhar
por êssc movimento é ficar ao lado do Espirito contra a Ma•
teria, ao lado da Moral contra a Perversão do Século. Jura•
se, portanto, trabalhar por uma causa legitima, ser fiel a uma
doutrina elcvada, obcdcccr ao Chefe que representa essa
cauea o esga doutrina.
Como católico, não vejo cm quc possa êsse juramento,
nas condições cxpostag,análogo ao que se presta á bandeira
nacional, repugnar a qualquer consciência esclarecida,de vez
quo está patentc que êle não implica na abdicação de qual'
quer ponto dc fé religiosa.
A Ação Integralista não é um movimento dc caráter reli'
gi080 c sim um movimento sadio de renovação social e do
organização politica, limitado por diretrizes bem definidas'
"No dia. em que 08 Chefes Integralistas escreveu Plinio
Salgado ge afastarem dessas diretrizes, ninguem está obri•
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo c Catolicismo 113
T.ME/NARRADORLIVROS
114 Gustavo Barroso
Sc os católicos tccm colaborado, depois da Revolução
Francêsa, na politica c na administração. dos Estados Libe,
rais, não cnxcrgo razões quc os poseam impedir dc colaborar
para a implantação do Estado Intcgral. Antes muito pelo
contrario.
O Integralismo, do ponto dc vista social, adóta a poli.
tica nazista?
O Intcgralismo c o Nazismo toem pontos dc contáto
doutrinario gerais; mas, Integralismo é uma cousa e Nazismo,
outra. O Integralismo considera a realidade brasileira. O
Nazismo considera a realidade alemã.
O ponto dc vista racial ou racista ó justificavel na poli•
tica hitlerista; não o seria na politica brasileira, O Nacional
Socialismo aliccrça-sc na unidade dos povos germanicoe.
Muitos (lêssespovos cstão fóra das fronteiras do Reich, nag
provincias auetriacas, cm ccrtas regiões da Polonia, da Boe.
mia, etc. Como cgtcndcr até êlcs a doutrina nacional socia•
lista senão pelo criterio da raça? Alem disso, a Alemanha
precisavalibertar-se das garras do judaismo que sobre ela se
tinham fechado á eombra protctora da social-democracia e da
intcnga propaganda do comunismo.
O Brasil não tem brasileiros exilados em minorias étni•
cag alem dc suas fronteiras e é um país cadinho, de raças.
Tambcm a questão judaica aqui se não apreeenta gob o mêg•
Ino aspéto. Ternos de nos libertar da escravização ao ban•
queiro internacional e temos de impedir a formação de forças
paralelas ao Estado, que entravam a ação dêste e o levam a
medidas favorecedoras de interesses de grupos politicos, eco•
nomicos e financeiros.
O Integralismo combaterá, pois, os estrangeiros, judeus
ou não judeus, quc atentarem pelas propagandas sábversivas
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 115
T.ME/NARRADORLIVROS
116 Gustavo Barroso
um estado da humanidade em que não exista religião alguma,
ao estado a que nos querem levar os 'materialistas modernos,
talvez seja licito concluir quc o paganismo é preferivel e que
mais vale uma crença qualquer, mêsmo supersticiosa,.num
mundo invisivel,do que o encerramento do homem no mun-
do terrestre.. • Qual a situação das almae sinceras e rétag
quo procuravam a Vcrdndc nos longos Béculogdo •erro?
Podemosnos ater ao que a Fé nos ensina sobre a bondade, a
justiça e a misericordia de Dcug,c ao que São Paulo nos diz
eobre os pagãos, que, não tendo Ici escripta, serão julgados
pela lei natural gravada na sua consciência".
A luta contra a invaeãomaterialista no mundo não póde
tolerar, nêstc momento, divisõesentre OBfilhos duma mêsma
pátria, nem dc partidos politicos,nem de clasgeggociais,nem
dc crcd0Breligioeos. O Integralismo entende que a qne8tão
dêS8Cmodo, no terreno da organização politica, da justiça
social c da salvaçãoda civilizaçãocristã. E assim a enten•
dcndo está dc acôrdo com a recomendação constante da pala.l
vra inspirada do Beatissimo Padre.
Parece-me que OBcatólicos não podem agpirar a ser mais
católic08do que S. S. o Papa.
T.ME/NARRADORLIVROS
11
T.ME/NARRADORLIVROS
A ENCICLICA
T.ME/NARRADORLIVROS
120 Gustavo Barroso
contra og ensinos dc seu Vigario BCrevoltam. Não
mog isto: um cristão quc ousa88Czombar dc uma Enciclica
pontificia, que recusasse a cla Bubmctcr•sc,cometeria de
pecado graviggimocontra a obcdicncia dcvida a Deus e ácerto
Igreja".
questão religiosa do Brasil• pelo
Bispo do Pará, ed. I.allema*
1,iBbôn, 1886, pg. 261).
T.ME/NARRADORLIVROS
aqui vem as
encíclicas sociais da
Igreja. Vamos copiar
apenas os títulos,
pois são documentos
de fácil acesso.
INTRODUÇÃO
EXISTENCIAE GRAVIDADE DA QUESTÃO OPERARIA
Uma vez despertadoo afã dc novidadesque ha tanto
tempo agita os Estados, necessariamentesuccdcria que o dc-
scjo de modificaçõesna ordem politica sc estendêsseá cco-
nomica, que com cla tcm um grande parentesco. Efetiva-
mente, 08 recentes progressos da indústria e os novos cami-
nh08que trilham as artes, a mudança realizada nas relações
mutuas de patrões e operari08, com o acumulo das riquezas
em poucas mãos e o empobrecimento da massa, a grande opi-
nião que 08 opcrarios conceberam de seu proprio valor e
poder, a intima união couvque ge ajuntaram c, finalmente, a
corrupçãodos costumes,fizeram estalar a guerra. A gravi-
dade que encerra essa guerra sc depreende da viva especta-
tiva que traz 08 únimos suspensos, do modo como exercita o
engenho dos doutos, as juntas de homens prudentes, as as-
sembléagpopulares, o juizo dos legisladores e os conselhos
dog principeg,a tal ponto que não ha questão alguma, por
maior que seja, que mais fortemente preocupe o espirito dos
homeng. Por isso, propondo-nos como fim a defesa da Igreja
e o bem comum, e, como de outras vezes, escrevemossobre
T.ME/NARRADORLIVROS
QUADRAGÉSIMO A NNO
CARTAENCICLICADE S. S. O PAPA
PIO XI SOBREA RESTAURAÇÃO DA
ORDEM SOCIAL
INTRODUÇÃO
O QUADRAGFSIMO
ANIVERSARIO DA "RERUM NOVARUM"
Quarentaanos decorreram dêsde a publicação da magis-
tral enciclica"Rerum Novarum" de Leão XIII e todo o orbe
católicose prepara para comemorá-la com o brilho que me•
rece o excelso documento.
Para tão insigne testemunho de sua solicitude pastoral,
NossoPredecessor havia preparado o caminho com outras
* enciclicas,
sobre o fundamento da sociedade humana ou seja
a Familia e o venerando Sacramento do matrimonio (1) ,
sobrea origem do poder civil (2) e sua coordenação com a
Igreja (3), sobre os principais deveres dos cidadãos cristãos
(4), contra os erros socialistas (5), a perniciosa doutrina da
liberdadehumana (6) e outras dessa espécie que exprimiam
T.ME/NARRADORLIVROS
CODIGO SOCIAL
(ESBOÇODE SINTESE SOCIAL CA.
TóLICA FEITO EM 1920'PELA UNIÃO
INTERNACIONAL DE ESTUDOS SO.
CIAIS SOB A PRESIDENCIA DO
CARDEAL MERCIER, DE ACORDO
COM A VERDADEIRA DOUTRINA
DA IGRPJA)
INTRODUÇÃO
1 — O HOMEME A SOCIEDADE
1 —-O homem —- cada homem — creado á imagem e
cemelhangade Deus, é que é imortal, e não a eociedCe. O
homem— cada homem —- é que é amado por Deus e
gatadopor Jesus Cristo. res-
Reconhecerque o homem tem uma personalidade, um
fimindividual,não é incorrer no erro do individualismo.
Ê8teerro pernicioso, sob o pretexto do desenvolvimento
individual,tende a emancipar o homem de toda dependencia.
2 — Não é verdadc que o individuo se baste a si pro.
Fio. Por mais preciosas que sejam as suas faculdades, sem
a sociedadeem que foi chamado a viver não póde conser-
var sua existencia,nem alcançar
do coração.
a perfeição do espirito e
3 Se o individualismo exagera os direitos do indivi-
duo,outros sistemas exageram, pelo contrário, os da coleti-
vidade. Enquanto o individualismo deifica o individuo, o
T.ME/NARRADORLIVROS
digitalizado por:
Integralismo em
Goiás!
27/09/2019
BASES DE ORGANIZAÇÃO
T.ME/NARRADORLIVROS
274 Gustavo Barroso
dcr gengdireitos e intcrcsscg contra quem os desconheçaou
queira violar.
4.0 Todos os trabalhos dc propaganda e organização
dc eindicatos operarios dcvcm ser cntreguee a propagandi8.
tas operarios. Como diz o Papa, 08 primeiros e imcdiat08
apóstolos dos operarios hão de scr OBoperarios".
5.0 — 08 sindicatos dc opcrarios católicog pódem unir-
ec com outros dc carátcr neutro ou 80ciali8taou outrag orga•
nizações operarias, sempre que a causa que queiram patroci•
nar Bejajusta, que BCtrate de um acôrdo temporal e que
tomem medidas dc precaução para evitar os per!gos que poe-
garn provir dessas uniões.
6.8 Ê,S8C8Bindicat06 não são organismos politicoe;
porem, como instrumentos dc pacificação 80cial, formarão
parto essencial da organizaçãocorporativa a que aspiram08
católicos eociaiB para sua intervenção na vida pública da
Nação.
7.0 — 06 eindicatos de operarios católicos procurarão
sempre, dentro da cvolução das classes e dos regimesecono-
micos, a livre diecuseão com 08 sindicatos patronais, cuja or-
ganização conceituamoa tão necessaria quanto a dos sindica-
tos operari0B.
8.a — Em cada localidade não deve haver mais de um
Findicato dc cada profissão. sc, presentemente, houver mais
de um no mêemo ponto, instar-se-ácom as juntas diretoras
para que BCchegue á fusão dêlce por todos og meios posáivei8.
9.n — 08 sindicatos, na defesa dc seus aseociados,pódem
ugar de todos os mcis licitos, coneiderandocomo tais a greve
c a boicotagem, dêsde que ge esgotem os meios conciliatorios;
porem não poderão nunca r8corrcr á sabotagem.
-—-Considera-se convenientissimo cooperar 06 escri-
torios dc colocação cread08 dc acôrdo com a Lei-de Coloca•
ope•
cão de Opcrarios, procurando modos dos sindicatos deadmi•
rari06 católicos têrcm participação em suas comiseõeg
niBtrativag.
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo c Cntollclgmo 275
0a 'indicatog formndoa por operar;oo católico'
des•ctnutilizar todag aa eubvcnçóeo, bonificnçóca e recurgog
o Estado ou corporaçócg públicag conccdarn ág cnt;•
dadcooperarias, c, aseim:
A) Crcar Caixag dc Prcvidcnc;a contra a parnlização do
trabalhodc acôrdo com a Ici vigente.
B) Crcar Caixas dc Seguros contra enfermidadcg.
C) Organizar ou participar dae Escolas Profi88ionaigo
de Trabalho, procurando todos 06 auxili08 quc facilitem o
cumprimento dê8tc fim.
D) Utilizar cm proveito de seus eoci08 ag oportunida•
des da Reforma Agraria.
E) Crcar Caixas dc Socorro, Coopcrativas,etc.
12.a — Como complemento da acão 8indical,HCreconhc•
ce a necessidadc dc uma atuaçáo politica quc defcnda 06 in•
tereseesgerais dag familiaa dos operari08. Os trabalhadores
católicos,na falta dc organizações dc carátcr opcrario poli•
tico.social,apoiarão aquelas organizaçócaquc melhor repre-
benteme dcfcndam êsses intcrescs.
T.ME/NARRADORLIVROS
276 Gustavo Barroso
agentes tenham intcrcesc em produzir pouco ou não tenham
interesse cm produzir muito c bem. A8sim é o regime do
salariado e, por ieso, o considcramog como um regime im-
perfeito dc transição, aspirando pela sua terminação.
V --—Patrões e operarios são €ervidoreg da sociedade.
Em virtude da luta de classcg,ao invée de executarem gua
tarefa, sc cntrctcem em brigar e quebrar OBmovçiB. Rc-
conhecemosa luta dc classes como um fáto, porem a repeli.
mos e dcecjamos que cesse, não Bó por ecr anticristã como
por ecr atcntatoria contra o bem da sociedade.
VI -—Somos eindicalistas, porque temos consciência das
relações quaei naturais, quasi fatais, que unem aos do mêemo
oficio ou profissão, e porque nossa libertação c noggaascen•
cão social não a esperamosdo E6tado nem de nenhuma outra
classc sem a basc dos opcrarios organizados.
VII —sSomos corporativistas, porque somente a corpo•
ração pódc dar aos patrões e opcrariog dc cada profi68ão
consciência da unidadc dc sua função social e de eeugin•
tcrcsses comuns, c somentc cla, por conseguinte, póde abir
portas á paz c tornar possivel,na sua integridade, o serviço
que ambas as claeses,juntas, dcvcm prestar á sociedade.
VIII — Repclimos o sindicato unico obrigatorio,•por-
que é instrumento dc monstruosa tirania. Noseo lema nesga
materia é: "Corporação obrigatoria, mas sindicalizaçãolivre".
IX — Não gomosociali6tas, porque êstes querem que
ningucm soja proprietario c nós desejamoe que todob8 0 sejam,
e porque as sociedadesque inspiram atentam contra a nossa
liberdade dc consciênciae tratam de nos converter em cúm-
pliccs e colaboradores doa inimigos dc nosea fé e de nossas
honestas convicçócs.
X Não somos sindicalietas revolucionarios, porquc
não toleramos tiranias nem temos vocação dc tiranos, porque
não queremos dcaonrar o direito de associação, porque con•
sideramos a revolução social como criminosa e estéril, e por-
que não qucremoe atrair sobrc o proletariado, que amamos,
o horror da socicdade e as vinganças da história.
T.ME/NARRADORLIVROS
integralismo c Catolicismo 277
T.ME/NARRADORLIVROS
111
A CARTA BRASILEIRA DO
TRABALHO
T.ME/NARRADORLIVROS
CARTA BRASILEIRA DO TRABALHO
DECLARAÇÃO DE PRINCIPIOS
19
T.ME/NARRADORLIVROS
282 Gustavo Barroso
cipio dc sua obtenção é invariavel, pois esta somente pódo
provir dc meios licitos.
IV O DIREITO DE PROPRIEDADEnão póde nem
devc ser exercido de modo injusto, cm detrimento de outros
ou da comunhão social. Por isso, ao DIREITO DE PRO-
PRIEDADE DEVERES, que 0 ESTADOIN.
TEGRAL regulará c determinará, visando a JUSTIÇA
SOCIAL.
V A FAMILIA,permanentee invariavel,ó o funda.
mento do ESTADO INTEGRAL. Projeção do Homem no
Tempo, ligando-oao Passado e' ao Futuro, e tambem no E8•
pago, sobre as Pessôas, alicerçada na Natureza Humana, an-
terior c superior ao Estado, não póde ser alterada nem des•
virtuada na. sua basc cristã, devendo ser provida dc meios
quc lhe assegurema Liberdade Moral c a Independencia
Economica.
VI — A PESSOAHUMANAé intangivel na sua CONS.
CIÊNCIAc sagrada na sua DIGNIDADE. Criatura dc Deus,
não poderá ser humilhada ou oprimida pelas forças politicas
e pelas forças economicas. Cumpre ao ESTADO INTEGRAL
defendê-la moral c materialmente.
VII —A RIQUEZA NACIONAL resulta dc
múltiplos, mas dc csgcnciacomum: CAPITAL TRABA•
LHO BENS NATURAIS, guiadoe c dirigidos pela INTE.
LICENCIA c pelo ESPIRITO DE INICIATIVA. CAPITAL
c BENS NATURAIS representam TRABALHO ACUMU-
LADO. O TRABALHO começa na conquista dog Elemcn•
tos da Natureza pelo Ilomcrn.
VIII A IIARMONIA DO CAPITAL E DO TRABA-
LHO resulta dc ser o primeiro prodúto da acumulaçãodo 8c•
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 283
gundo,não podendo, naturalmente, um existir ecm o outro.
para a exi6tcnciadessa Colaboração Eficaz, o CAPITAL não
poderáconcentrar c absorver todos og frutos do TRABA-
LHO, nem 0 TRABALHO dominar aquêlc. O ESTADO
INTEGRALimporá a disciplina necesaria a ambos, dentro
de rigorosasnórmas de JUSTIÇA SOCIAL,dc maneira quc
nenhuma Classe possa excluir outra dos beneficios e resul-
da PRODUÇÃODA RIQUEZA.
IX O TRABALHOé, ao mêsmo tempo, um DIREI-
INDIVIDUAL
e um DEVERSOCIAL.sc 0 CAPITAL
participados resultados do TRABALHO,é justo que o TRA-
BALHOparticipe, em justa medida, dos resultados do CA-
PITAL. A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA e de
projeçóegno Tempo e no Espaço exige uma organização
socialem que o TRABALHOnão seja envilecidocomo uma
mercadoria, dando-se a todos os Homens DIREITO AO TRA-
BALEIO,direito dc cumprir um dever social e humano, em
condiçõestais que o ponham a salvo da miseria e de humi-
lhações, permitindo que melhorem, progridam e se desen-
volvammoral, mental, social, politica c economicamente,de
acôrdo com suas po€sibllidades e capacidades proprias.
X PATRÃO E OPERÁRIO tornar-se-ão 0 RE-
GIME CORPORATIVO aliados e na obra supe-
rior da GRANDEZANACIONAL. Por meio dos CONTRÁ-
TOS COLETIVOS,sob a égide da MAGISTRATURANA-
CIONAL DO TRABALHO, êles mêemos solucionarão 08 pro-
blemas atinentes a lucros, salarios, horas e dcmaiBcondições
de trabalho.
XI = O DIREITO DE ASSOCIAÇÃO é um Direito Na-
tural, anterior e superior ao Estado. O ESTADOINTEGRAL
T.ME/NARRADORLIVROS
284 Gustavo Barroso
0 manterá defenderá como BASE CRISTÃ DA ORGANI.
ZAÇÃO CORPORATIVA.
XII — AS CORPORAÇÕESresultarão das FEDERA.
DE SINDICATOS e cetas, dos SINDICATOS,aesocia.
privadae, PESSOAS DE DIREITO PRIVADO, 0
controlo eAtatal,com funções éticas, educativas e economicas,
08 SINDICATOSreconhecidos pelo Estado teem, por dele.
gação do mêsmo, funçõee politicas de representação dc cltg-
se. CORPORAÇOES associações públicas, PESSOAS
DE DIREITO PúBLICO. os unem
por um instrumento juridico regulador dos seus circu108de
relações privadas, são considerados para êssc efeito PES•
SOAS DE DIREITO PúBLICO. Por i860, todos os CON.
TRÁrros COLETIVOSterão força de Lei.
xili A ORDEM SOCIAL na NAÇÃO INTEGRAL é
uma HIERARQUIA,fundada no respeito ás autonomiasdag
PESSOAS c das FUNÇOES. Na ORDEM FAMILIAR, a au-
toridade paterna exercida na educação c dircção da prole não
cerceará os anseios dignos, nem esmagará tiranicamente as
vontadce. NA ORDEM ECONOMICA, a CORPORAÇÃO
defenderá interceseg legitimos, norteará atividadeg c traçará
regras de ação, gem despersonalizar ou oprimir o SINDI-
CATO, sem absorver 0 ARTEZANATOLIVRE c sem pear
a iniciativa particular no campo da produção, móla real de
progressodêsde que se não oponha a outrae iniciativas. Na
ORDEM POLITICA, O ESTADO INTEGRAL conduzirá a
NAÇÃO UNIDA c UNA, ecm esmagar a PROVINCIA,gem
desrespeitar a AUTONOMIADO MUNICIPIO, mas gem con•
gentir que a PROVINCIAou o MUNICIPIOdesrespeitem
a NAÇÃO, Na ORDEM MORAL, 0 ESTADO INTEGRAL
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 285
consideraráinviolavei8 c intangivci8 a CONSCIÊNCIA e a
DIGNIDADE das PESSOAS. Em virtude de ORDEM
SOCIALHIERARQUIZADA, 0 ESTADO INTEGRAL não
absorveautonomias nem destrói iniciativas: defende-ag, ro-
gula•ae,fiscaliza-as, impulsiona-as.
XIV — AS DIFERENCIAÇOES DO TRABÃLHO são
de modosde ser, não de essencia. O TRABALHO é unita-
rio do ponto de vista ético e cm relação aos interceses e fi-
nalidades superiores da NAÇÃO. Manifesta-se, porem, ati-
vamente,de maneiras divereas: TRABALHO INTELETUAL,
TÉCNICO e MANUAL. suas órbitas devem traçadas
com segurança, de maneira que o ESTADO INTEGRAL 08
proteja, dirigindo-os no sentido superior da GRANDEZA
ESPIRITUAL E MATERIAL DA NAÇÃO.
XV — A ORGANIZAÇÃO SINDICAL ou PROFISSIO-
NALé livre; mas só o SINDICATOlegalmenteconstituido
representa perante o ESTADO INTEGRAL as categorias de
produtorea e trabalhadores, de modo a poder defender seus
dentro do ESPIRITO DA SOLIDARIEDADENA-
C,IONAL.
XVI A MAGISTRATURANACIONALDO TRABA-
LHO regulará e dirimirá todas as dúvidas, controvereiage
divergenciagentre empregadores e empregados,que não te.
nham sido resolvidas conciliatoriamente, em primeira instan-
cia, pelag respectivas Associaçõeede Classe, velando pela fiel
observancia dos CONTRATOS COLETIVOS e impondo
nalidades aos seus fraudadoree e aos das leis do TRABALHO.
XVII — O SALARIO 'deve corresponder ás exigencias
normais da vida, de acôrdo com as condiçõeglocais. Aos
T.ME/NARRADORLIVROS
286 Gustavo Barroso
proprios intercgsados compctc fixá-lo. O ESTADO INTE-
GRAL quer 0 SALARIOJUSTO c inetituirá, com 0 VOTO
FAMILIAR, 0 SALARIO FAMILIAR.
XVIII — OS CONTRATOS COLETIVOS fixarão sala.
rios, seguros, férias, licençae, assi6tcncia,.educação, instrução,
punições (tos infratorcs, todas as condições relativas á CO.
OPERAÇÃOEFICAZ dc PATRÕES c OPERÁRIOS, com in.
tcresscs c garantias reciprocos. Oe LEGISLADORES DO
TRABALHOserão, assim, 08 proprioe interessados no TRA•
BALTIO.
XIX — MÃO DE OBRA deve ter, antes de tudo, um
sentido moral. O Trabalhador deve ganhar materialmente
com que viver c manter sua familia com dignidade, mae deve
exercer seu trabalho com o ideal superior e hone6to, egpiri-
tual c cristão dc fazer cousa bem feita, sem ta preocupação
exclusivac materiali6ta dc produzir muito e auferir maior
lucro.
XX —-A ECONOMIAfoi feita para o Homem; o Ho-
mcm não foi feito para a ECONOMIA. Baseado .nêste alto
principio moral c cristão, o ESTADO INTEGRAL não
póde
fazer da VIDA ECONOMICAa unica atividade
fundamental
da NAÇÃOou a sua razão de ger; considera-a
tão eomente
uma basc material ncccsearia. A ECONOMIA
do ESTADO
INTEGRALnão pódc ser, portanto, uma
ECONOMIADIRI-
GENTE, nem uma ECONOMIADIRIGIDA; sim uma
ECO.
NOMIA PLANIFICADA sob 0 controlo
da INTELIGENCIA
c sem perder dc vista os DEVERESMORAIS.
XXI A NAÇÃO INTEGRAL, aesim, poderá realizar
a felicidade da PÁTRIA, organizando-a
em uma DEMO-
CRACIA ORGANICA E HARMONICA,
moralizando-a,
ritualizando-a c dando-lhe JUSTIÇA SOCIAL.
T.ME/NARRADORLIVROS
NOTA
T.ME/NARRADORLIVROS
Este livro fol composto e Impresso
nas officlnas da Empresa Graphlca
da "Revista dos Rua
Xavier de Toledo, 72, São Paulo —
em Junho do 1937.
T.ME/NARRADORLIVROS
'realização feliz
EMPRESA EDITORA A B C
acaba de lançar
A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
SEGUNDO AS ENCICLICAS
RERUM NOVARUM E QUADRAGESIMO ANNO
PELO PE, G. C. RUTTEN, O. P.
Prof. em Teologia, Senador, Diretor do
Secretariado Geral das Obras Sociais na Belgica.
T.ME/NARRADORLIVROS
•oă1ffNVf Olă
'693 ežqeo — o•qos — 101 'OJCIUIOĄONop e5exđ
a saeuopeu— soo!łmeoo 'SOC-10tU
CVJff1HONV
r O a V VăOJICłg
vavłłwł ł
000301 opeuxapeoug
ooo$Ł opeqooag
se sepc»
'CSOțUatU!.1JOS
snos so sopoț 0!pattrax
sepu 'X X ołnoas op opełm.10ț tuauxotl o
onb un50p ețueț 'yuopaqes e3UEț
'couUV ouqsoSexpenO> ctunaeń0N tunaałl>
•seo!łopug
sep smuauxetąsuo sopunyoxd so o.łqos 'se!P so sopoț
Jeupatu a xał uxaĄap'uxeqłeqeăț no tuaznpoxd anb sopoț
'g!.ląsnpu!ep no opxatuo.) op Suauxotł so sopoț 'opeț
-sa op suaułoq so SOPOȚ'S!etuoapuł! so sopoă,
ep łepos eugłnop e .łaoatłuoo păzsuads!ptl! ••
•epe,uasqo opts uraț
ogar•łJOCIepezgetuațs!s 'ega.lfll ep etl!.nnop e apuo
'saąed sou opuessaooxd Vțsa as anb 'łepos
-sax e a:qos uza 'nołey 'sol!a.łqo sop sag5ypuoo se
a.łqos eo!ptotlîl ep o opue.łotuatuoo '1 X 0!cl
'S!0dap soue eąuaxenO •oezex ep SOPEU!tUt1! sotltl!tuuo so
'tunaeĄ0Ntunxau e ułoo 'soăod soe opueâ!ptl! e5uendsa
se.łp.:ep ngqe '1681 tua IIIX egosoł!} ep
so 'outS!oSaop og5euexaeu a sop
Oțłntutlțou 'opue.łqtuoł sep sot1!Sso urau 'SOIO)
-sode sop ZOAe tuau tuełeuey ogu •opuntu o oppanb
-qua ogu o o apep!.łeo ep og50u e
opmaď 'leme o oułoo ołnoas o assańnoq on..ă
•og5tnua!J0 ap
ap .10d aȚuua!nbti! e)uasa.lde os ltąoos eurałqo.ld o
'sapnuąe sepuapuaț op ogsnyuoo ap essaN
suoq sopd Ienu.l!đ
—sapg50tua UIOO ep!qaoax •cl •O 'wuooęs oxpaă
apuexs op sopydsneso qos '0 V
ep ap
ap — op ogânpełț,
:suasesseđ se . sotułelțxa •sagtłłeSe}.q
'oqłeqexł„ op op oa
T.ME/NARRADORLIVROS
Aos Integralistas
e aos estudiosos dos problemas sociais
't
o PERIGO AMARELO"
EMILIO BROWN — Broch.:6$OOO
em todas as livrariase na