Integralismo e Catolicismo Gustavo Barroso.

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 138

BARROSO

INTEGRALISMO
CATOLICISMO

EMPRESA EDITORA ABC LIMIT&DA


DE JANEIRO
MCMXXXVII

T.ME/NARRADORLIVROS
O INTEGRALISMO
E A IGREJA

T.ME/NARRADORLIVROS
O Christo e o Estado Integral

Na sessãosolenissimadas Côrtes do Sigma em que foi


proclamado candidato á sucessãopresidencial, o Chefe Nacio-
nal Plinio Salgado pronunciou magnifico discurso, perorando
com as seguintes palavras de profunda inspiração com as quais
queremos honrar o pórtico deste livro:

_ "O Estado Integral é tudo quanto ouvistes


da leitura do Manifestode Outubro e do Ma-
nifesto-Programa. E' tudo quanto vos acabo
de expôr e de explicar. Mas, para mim, no
mais intimo refôlho do meu coração, e -no
recondito mais misterioso de minha alma, o
Estado Integral transcende das formas politi-
cas e do proprio pensamento filosofico. Por•
que o Estado Integral, essencialmente,é para
mim o Estado que vem de Cristo, inspira-se
em Cristo, age por Cristo e vai para Cristo.
O Estado Integral é o Brasil, realizando
gua felicidade material e sua grandeza nacio-; ,
nal dentro do profundo sentimento de solida-
riedade humana e de fraternidade de todos os
brasileiros; é o Brasil, onde cada habitante,
consciente de seus deveres e de seus direitos,
respeitando os direitos do proximo, respire e
viva a perfeña fraternidade e fundamente os
sonhos maravilhosos da força e do esplendor

T.ME/NARRADORLIVROS
da Nação no culto das virtudes antigas, que
são o proprio alicerce dos larcg do gcu pafg;
é o Brasil, trabalhando, produzindo, crcando,
prosperando, crescendo, ao ritmo da mais per.
feita harmonia social cm que sc equilibrem,
se componham, ge compreendamos interesses
dc cada qual com os interesses de seus pares
e da colectividade;é o Brasil como uma pre-
ciosa reliquia antiga, uma pátena dc lavores
nobres, uma espada dc copos dc ouro, que
reverencia c se beija dc joelhos; é o Brasil,
como uma taça continental, onde cantam
ag
musicas dos seus rios interiores, exprimindo
os cantos immortais do coração da raça c
as
gostas sagradas da bondade; é o Brasil forte,
respeitado, poderoso, civilizado, justo, gabio,
heroico c belo, com o pensamento erguido
para o alto, para o Cristo, principio e fim de
todo sog caminhos humanos.
Ê.sse é o Estado Integral, como cu o com•
precndo no recesso de minha consciência,nas
horas caladas em que mc dirijo a Deus, pedin-
do-lhe que faça a felicidade dc meu Povo.
E é por isso que, nê8tc momento,cu quero
vos fazer a profissão publica dc minha fé.
Eu creio em Deus Eterno; creio na Alma
Imortal; creio no poder optativo, deliberativo,
da Alma Ilumana e na sua capacidade de
interferencia nos fátos historieos, levantando
as multidões e conduzindo-as. Creio em Cristc
e na luz que d'Êle desce. Creio que aquelles
que O invocam, que lhe suplicam inspiraçio,
que lhe requerem humildementesabedoria,tor-
ca, esperança, escutam as harpas misteriosas
dos Arcanjos quo despertaram um dia os ho•

T.ME/NARRADORLIVROS
mens simples c, dc bôa vontade para quo lou-
vasscm •o Senhor.
Por Cristo mc levantei; por Cristo quero
um grande Brasil; por Cristo ensino a doutri-
na solidariedadehumana e da harmonia
social; por Cristo luto; por Cristo vos concla-
mo; por Cristo vos conduzo; por Cristo ba-
talharei.
Na hora da perseguição,das dificuldades,
das incertezas, para nós, para o Brasil, quero
contar comvosco,(Y Cristo! Na hora da vito-
ria, quero construir comvosco. E quando nos
chamarem fracos, O' Cristo, eu vos poço, dai-
nos, do alto da vossa gloria, a vossa fortaleza!"

Somente um Grande Chefe póde pronunciar tão grandes


palavras! Grandes c raras nesta época de indefiniçõesespi-
rituais.

T.ME/NARRADORLIVROS
INTEGRALISMO E CRISTIANISMO

O Integralismo é um movimento politico e social cristão,


segundo declaram todos os seus doutrinadores. Portanto, o
Integralismo se alicerça, fundamenta c radica no Cristianis-
mo, nas doutrinas sociais e politicas do cristianismo:.»
O Cristianismo está dividido em trcs grandes ramos:
Catolicismo, Ortodoxismo e Protestantismo. A religião or-
doxa greco•russa, cismática e não heretica, admite os mesmos
dogmas da Igreja Católica, salvo a diferença na questão cha-
mada do FILIOQUE. Até hoje ela não corporificou ou com-
pendiou sua doutrina social; mas, se o fizer, conformar-se-á
com 06 principios fundamentais do Catolicismo, pois que
dogmaticamenteestá quasi de inteiro acôrdo com êle. O
Protestantismodivide.sce subdivide-seem milhares de seitas.
Na sua quasi totalidade, elas negam o livre arbitrio e aceitam
a predestinação, contrariando não só a doutrina da Igreja
como a doutrina integralista que admite e defende a liber-
dade e a dignidade da pessôa humana .A Igreja 'Católica
possúe um corpo de doutrina social estatuido sobretudo nas
duas grandes Enciclicas, "Rerum Novarum" "Quadragésimo
Anno". A segunda corrobora, pormenoriza e ajusta ao mo-
mento presente os principios gerais expostos com sábia cla-
reza na primeira.

T.ME/NARRADORLIVROS
Gustavo Barroso
Vê-se, pois, que dos tres ramos do Cristini€rnogó o Ca.
tolicismo se pronuncia em materia social e economica, ex.
pondo a verdade cristã sobrc o assunto. Movimento cristão,
o Integralismo não poderá contrariar os principios agsentados
pela Igreja c os Integralistas precisam conhcccr a augusta
palavra de Roma sobre a grave matéria.

T.ME/NARRADORLIVROS
A IGREJA E A POLITICA

Cenas teorias modernas, de inspiraçãonitidamente ma-


çónico-judaica, pregam a abstenção politica para determina-
das comunidades e corporações. Naturalmente, o fito é
conseguir o abandono dos arraiais politicos pela maior quan-
tidadc possivel de gente qualificada, afim de dominá-los peloe
sufragios das massas ignorantes, quando reduzidos pelas revo-
lugõesa "desertos de homens e de idéas"... Entre os que,
de caso pensado, se pretende afastar da atividade politica
estão, cm primeiro lugar, os padres c os militares. Convem
ao Estado leigo, criatura do Kahal judaico, que o exercito,
em qualquer país, seja o Grande Mudoo que o sacerdocio,o
clero seja um mudo ainda maior. Um exercito mudo, sem
doutrina, é uma máquina nas mãos de quem quer que sc
apodere do governo. Um sacerdocio mudo seria o poder
espiritualde braços criminosamentecruzados deante de todas
as extravaganciasou tiranias do poder temporal, cujo re-
flexo se faria sentir na alma do povo.
Para obter êsse fim, a propaganda é feita de vários modos
e por vários meios, e abusa dêstes leit-motifs: o soldado não
deve ir alem do quartel e o padre não dcve ultrapassar a
sacristia. Tal doutrina é contrária á verdadeira missãosocial

T.ME/NARRADORLIVROS
10 Gustavo Barroso
do militar c do gaccrdotc. Sobretudo á dêstc, quc a que dc.
sejamos fixar, conforme noeso ponto de vista.
Por que?
Porque a miB8ãoda Igreja é almas, deixar
dc ter cm vista a complexidade dos meios para isso, tanto
dirétos como indirétos. Os primeiroe são 08 que se trela.
cionam com a preparação religiosa, com a ordem espiritual
c sobrcnatural; os segundos são os que, na ordãn temporal,
subordinarn esta aos bens espirituai4. Se toda autoYidade
vem dc Deus, c se deve dar a Deus o que é de Deus c a
Cesar o que é de Cesar, segundo a divina lição dc Nosso
Senhor Jesus Cristo, cm verdade Cesar tcm deveres para com
Deus, isto é, o Estado tem deveres morais c espirituais.
A' Igreja assistem,incontcstavcis,o dcver c o direito de
ser a guarda vigilante, a sentinela infatigavel dos principios
'básicos da civilização cristã, hoje arncqçada' pela civilizaçío
judaica c pagã do Ouro. Ela lião póde, falhar
a osga -unissão ero -dominio algum. Tem, assime dc' cxer•
cê•la; forçosmncntc, no social, no economico e -no Ik)litico.
Tal unissãofoi conferida á Igreja por Jcsus Cristo;quando
diesc: ' 'Todo o poder mc foi dado, tanto na Terra como
nos Céus". Ninguem dc bôa fé poderá contestar á Igreja
o direito. dc sc interessar pelas letras, pelas ciências, pela
educação, pelas -questões economicae, sociais e politicas.
11a uma conexão logica e nrnito mais intima do que possa
parcccr entre a ordem espiritual c a ordem temporal, de
vez que o espirito rego wtnateria e vida subjectiva se pro•
jéta sobre a vida objetiva, modificando-a e até a revo•
lucionando.
Quem não admitc êste principio cái, de modo g ai, no
naturalismo, condenado pela Igreja, e entra no ito do

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 11

liberalismo,]quó é, como diz eminentc pensador canadcngc,


o padro L. Cotó,, o "amoralismo politico". O libcralismo
doutrinario fatalmente conduz ao Bocialiemo,cujas últimag
etapas são o comunismo e o anarquismo, O liberalismo
doutrinario absoluto é essencialmenteleigo, o quc quer dizer
ucque exclúc, mêsmo dc qualquer de suas cogitações, o fenó-
meno religioso, a Igreja. Esta não póde, doutrinariamente,
compactuar com quem lhe não reconhece a existencia. A
autoridade absoluta do Estado leigo choca-se com a autori-
dade espiritual da Igreja, justamente por querer ser abso-
luta. Demais, a neutralidade dêssc Estado deante de certos
problemas de que dependem o Bem oit o Mal da sociedade
é dontrária ao espirito cristão.
Existe um libeéalismo claro-escuro, meio termo, que
¯concedeá Igreja toda ou alguma autoridade no dominio pri-
enquanto que outép liberalismo,mais radical, lhe nega
até isso,•como o comunismotambem o faz, afim de que a
influencia espiritual no dominio privado não alcance, de
certa r»aneifa, o que é fatal, o dominio público. 'Naquêle
liberalismomeio-termo,que acende uma vela a Deus e outra
ao diabo, para se equilibrar, não tomando nunca posições
a lei recusa á Igreja qualquer autoridade no do-
minio economico, social e politico.
Ora, é preciso não esquecer que S. S. 9, Papti Gregorio
XVI declara nas suas Enciclicas que existem 'laços naturais
entre o Temporal e o Espiritual, e¯que a Religião Católica,
como guarda que -é da Moral, deve intervir nas cousas pu-
blicasina vida pública, na vida politica, pela palavra e pela
ação, todas as vezes que sentir que se desviam claramente
doe principios sagrados da Moral Cristã. Intervir na vida
politica'ó, uma cousa; intervir no Estado, diretamente,

T.ME/NARRADORLIVROS
12 Gugtavo,A3arrogo
outra tnuito divorga. Esga inlcrvcnção não dcvc Bcr feita
unicmucntc 801)a fórnill do avisos o condcnaçÕcB,mas tam.
beto 801)a fórjna ativa do voto, dag campanhas c pro.
pagandas. Entro o rcino do Crioto c o reino do Anticristo,
para os católicog,8accrdotcBou crcnteg, não pódc haver ncu.
tralidadc. Essa neutralidadc ó um pecado á facc de Dcus.
Alom do Sunao Pontificc Grcgorio XVI, que tão bom
combato deu ao carbonarismo c á maçonaria, outros Papas,
notadamenteLeão XIII, Pio X o Pio XI, declararam com
a autoridade quo lhes foi confcrida por Jesus Cristo que a
Moral o a Politica dcvcml caminhar paralelas e sobre a
última a Igreja se dcvc manifestar, dêsdc que, pela amora-
lidadc ostcja cm jogo a consciência católica da Nação.
Assim, não sc comprcendc que alguns sacerdotes sirvam a
governosc partidos notoriamente imorais, nem que os fieis
se alhcicm dc pleitos, dizendo-seindiferentes aos partidos,
quando as esquerdassc congregamc ameaçam com a vitória.
O que se está passandona Espanha e na França é uma grave
lição.
O eminente padre L. Cotó escreve: "Nêsse ponto, cáem
sob o ámbito da influencia real da Igreja e justificam sua
intervenção: a corrupção politica e a lesão dos direitos inav
lienaveis'do cidadão. A Igreja é, por conseguinte, juiz da
moralidade de certas empresas. Pio XI, em sua Enciclica
"Quadragésimo.anno", insiste particularmente sobre êste
ponto, enumerando os problemas economicos sociais, e os
e
poderes disciplinares da Igreja na
materia. Mais adeantO
o Papa torna a falar sobre o
viver socialmente e sobre os
dcvcregque tem a politica de
velar pelo bem estar temporal
dos individuos. Se êete
ponto fôr lesado, sacrificado, a
Igreja deve agir. A Igreja e
o Estado são soberanamente

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 13

independentes,o que, entretanto, não significa que estejam


separados,porque duas cousas pódem ser distintas sem ser
separadas".
É ainda de acôrdo com as idéas de S. S. Pio XI que se
póde afirmar, sem receio dc contestação, que, dêsde que a
politica toque na moral individual,na moral social ou na
moral economica,a Igreja-tcm o dcvcr c o direito de aprovar
ou condenar essa politica. A intervenção da Igreja, con-
denando uma politica, tem como fim, não só manter a intan-
gibilidade dos preceitos da moral cristã, fundamento duma
civilização,•como tambem proteger o individuo contra as
injustiças e os erros que necessariamente decorrem da imo-
ralidadc ou amoralidade administrativa, politica ou social.
O que a Igreja, representante de Jesus Cristo sobre a Terra,
não póde é ficar neutra deantc do erro ou lavar as mãos
como Pilatos...
Desta sorte, os católicos não devem aquiescer á teoria,
hoje em voga, dc que a intervenção da Igreja no dominio
da cousa pública, é indébita. Não. Essa intervenção está
acorde com a doutrina exarada nas Enciclieasda Santa Sé;
essa intervençãoé um dever e um direito em certas questões
politicas, economicas e sociais que cáem diretamante sob a
influencia real da Igreja.
Somente os livres pensadores, os positivistas, os liberais
teem qualidade para pensar o contrário. O católico verda-
deiro que conheça a doutrina de Roma sobre o assunto, êsse
não. Porque, se a Igreja reconhecessede pleno direito sua
preconizada neutralidade na órbita das questões economicas,
politicas e sociais, implicitamente reconheceria que o libe-
ralieruoestá com a verdade, o que é impossivel,pois Jesus
Cristo permaneceu em silencio deante da pergunta de Pi-

2 caroucuxo
T.ME/NARRADORLIVROS
14 Gustavo Barroso
latos: "Que é a verdade?" porém disso 408Apostolog
sucessores: "O que ligardes na Terra ligadono Céu
o que desligardesna Terra gerá ligado no Céu."
No nosso Brasil, no grave momento que passa,campêa
o amoralismo politico do liberali6mo em luta com o amo.
ralismo politico-social do marxismo. O choque de amboe
ameaça subverter a nacionalidade. Não é, portanto,
Bivel aos católicos permanecerem indiferentes.
No seu magnifico livro "E'g1ieeet Ic ProblàmcPoliti.
que", o ilustre conferencista padre Coulct estudouprofunda.
mente o assunto e traçou 08 lineamentos da ação politicada
Igreja: ela se afasta das lutas partidarias, não tenta,8ub8ti.
'tuir os poderes estabelecidos,4 indifcrcnte quantoás formas
de governo; mas deve lembrar aos poderes estabelecidos os
seus deveres, deve defender seus legitimos direitos,dela,deve
formar a consciência moral dos diversos agentesda vidapo.
litica, sobretudo esclarecendo o eleitorado, combatendo08
máus candidatos e a corrupção eleitoral, ensinandoo respeito
á autoridade e mostrando aos eleitos seus deveresde trabalho,
desinteresse, independencia, justiça, c ainda apontando08
deveres de funcionarios e governantes (• ) .

( • ) A censura policial de S. Paulo impediu,segundoos "Pi'


em meu poder o provam, publicação deste trabalho na revista
norama". Por que? Qual a idéa perigosa ou amoralnêle inseribt

T.ME/NARRADORLIVROS
JESUS CRISTO REI

Deiman, no seu erudito livro "Die wort Jesu", provou


cabalmente que só na tradição babilonica do judaismo se
grafava a palavra Messias sem precedê-la do artigo. Fóra
dêsse cago, 08 judeus diziam sempre — O Messias. E, assim
declara o padre Lagrange, na sua obra monumental ' 'LC
messianisme chez ICSjuifs", o vocábulo conservava toda a
pureza de seu antigo significado: O UNGIDO. Para os
rabinos, acrescenta,o Ungido era sobretudo o Rei, tanto que
nos mais recentes targums e na tradição palestiniana, a tens
dencia é cada vez, maior para "réléver le caractére propre-
ment sacré du Messie', o que trouxe um desvio do sentido
pr;imitivodas palavras eagradas, desvio grave qual o de de-
nominar o Messias,não o Ungido do Senhor, mas o Ungido
dc Israel, não o Rei do Reino de Deus, mas o Rei do Povo
de Deus, ligando-o mais á nação judaica destruida do que
ó Luz Eterna de onde viera.
Ora, se esea corrente da realeza do Messiasse prolongou
na tradição rabinica, que ainda o espera, seria inexplicavel
gue se não prolongassena tradição dos católicos que n'Ele
crêem. 08 fieis do mundo inteiro pediram ao Soberano
Pontifice determinasse uma data do ano para ser procla-

T.ME/NARRADORLIVROS
16 Gustavo Barroso
mada c celebrada a rcalcza de Nosso Senhor. E S. S.
Papa estabeleceua festa dc Cristo Rci no dia 27 de Outubro.
Nela, a catolicidadcdiz ao Mundo que Jesus Cristo é o REI
DOS REIS, 0 REI UNIVERSAL,0 REI DA HUMANIDADE,
ungido pelo Espirito Santo, ao qual todos os cristãos dcvent
obcdicncia c rcndcm homenagem como simti)les e humildes
vassalos.
A Rcalcza Mcesianica,quc os judeus reconhecem atraves
dc seus livros religiosos antigos c modernos naquêlc que será
o enviado dc lavé, embora a negassem a Jesus Cristo; que
a Igreja aprcgôa,nêesc dia, á face do mundo civilizado,cn-
raiza•scna voz prctcrita dos profetas biblicos. David can.
tou.a naquêlc salino em quc diz: ' 'Teu Reino se estende a
todos as séculos c teu Imperio a todas as gerações.
dorninarásde mar a mar, e dêsdc o Tio até os confis da
redondeza da Terra." Isaías clamou, as longas barbas agi•
tadas pelo vento, naquêlee tempos dc fé viva: ' 'Será chamado
o Admiravel,o Consclhciro,o Deus, o Forte, o Pai do futuro
século,o Principe da Paz... Sentar-se-áno trono de David
c possuirá o seu Reino para firmar c consolidar, fazendo
reinar a justiça c a equidade de então para sempre!" O
áspero Jcrcmias trovejou cm nomc do Eterno: "Suscitarei a
David um dcscendcntejusto; c reinará um Rei que será
sábio c julgará scgundo a equidadc e a justiça na Terra.
Já Daniel havia proclmnado o seu Poder Eterno c que "todos
os povos c todas as linguas" o haveriam dc servir. E Zaca-
rias empregára palavras mais dirétas e porventura mais
claras: "Eis aí o teu justo o salvador, que vem montadO
sobre uma jumenta o sobre o pôtrinlvo da jumenta fazer
sua entrada cm Sião."

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo c Catolicismo 17

O Novo Testamento confirmou a tradição do Antigo.


Na Anunciação,o Arcanjo Gabriel declarou á Virgem quc
dc seu Filho seria o trono de David e reinaria ctcrnamcnte
sobre a Casa de Jacob. Balanceados sobre as peludas cor-
covas dos seus pacientes camêlos e guiados pela Estrela Mis-
teriosa, os Magos caminharam para a Galiléa através das
montanhas do Moab, perguntando pelo caminho a ceifeiros,
zagais e viandantes: UBI EST NATUS REX JUDEORUM?
Onde está o Rci dos Judeus que acaba de nascer? A pertur-
bagão de Herodes ao saber dêssenascimento e a ordem para
a matança doe inocentes trácm no homem materialista, astu-
cioso e cruel que êle era o receio dum pretendente á corôa.
O que contrastacom o ccticismoironico de scu descendente,
o outro Herodes, quando Pilatos lhe enviou Jesus e êlc o
interrogou e sentiu que seu Reino não era dêstc mundo.
Fáto tanto mais notavel quanto o Imperador Augustopusera
cm voga, em Roma, esta frase: "É melhor ser o porco dc
Herodes do que o seu filho."
O povo, depois dos grandes milagres de Jesus, quie
fazê-lo Rei. Conta-oSão João, no capitulo VI de seu Evan-
gelho: "Jesus ergo cum cognovissctquia venturi essent ut
raperent cum et facercnt eum regem, fugit iterum in mon•
tem ipse solus". Fugiu sozinho, diz o texto, para o monte
das Beatitudes, quando soube que o buscavam para fazê-lo
Rei. Lá do alto, seu divino olhar se perdia na paisagem de
lenda e história daquela terra de prodigios: o lago de
Tiberiadc, os telhados c oitÕesde Cafarnaum, de Corozaim,
de Betsaida c de Magdala; ao longe, azulescentes,as serras
do Huran e do Libano, perfiladas no céu •grisalho.
São Lucas, no capitulo XIX, versiculo 39, narra que, ao
entrar em Jerusalem, os discipulosbradavam; entusiasmados:

T.ME/NARRADORLIVROS
18 Gustavo Barroso
"Benedictugqui vcnit Rex in nomine Domini Bérndito0
Rei que vem em nomc de Deus! E 06 farizeug, disper808
na multidão, reclamaram dc Jesus' que 08 reprendeue por
essa leviandadc. Mas a palavra de Nosso Senhor tapou.lhce
a bôca: "Dico vobi8 quia Bi hi tacuerint, lapides clamabuntt»
Digo•voeque, se êlcs sc calarem, as pedras gritarão. São
Marcos,São Mateus e São João confirmam o que conta São
Lucas. E, em nenhum dos Evangelhos sinopticos, consta
que Jesus tivesse desmentido cgsae aclamações.
Nem mais tarde, em face da morte. Sentado na alta
8édia do Pretorio, Poncio Pilatos indagou d'Ele:
— ''Tu es Rex ludeorum ?''
Trava.sc o dialogo imperecivcl. A voz mansa do acu.
gado pergunta se o magi€trado diz aquilo dc motu proprio
ou gopradopor outros. O romano rcplica que não é judeu
c que os judeus o trouxeram á sua presença e o acusam.
Jesus esclarece que o seu Reino não é dêste Mundo. E o
representante dc Cesar conclúc por nova indagação, como80
fôsse prega da angústia dc saber:
"Ergo Rex eBtu?"
E Jesus confirma, serenamente:
"Tu o di88cste,porque Eu gou Rei."
Foi essa resposta que deu ao pretor motivo para pregar
na Cruz a tabolcta com as iniciais traçadas após a iniqua sen•
tença e firmadas com a declaração: — "Quod gcripgi,scrip•
8i", .deante da indignação que assoberbou os judeus:
-—Jesus Nazareno Rei dos Judeus. Ainda hoje
letras queimam a maçonaria judaica, que se esforça
interpretá•lae de modo vil: Jesus Nazareno trazido por
Rafael á Judéa. E conta-se a história infame dum judeu
Rafael quo o trouxera para Jerusalem...

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 19

Foi ainda essa resposta que permitiu aos soldados c


netenins vestirem-lhe um saio de estamenha vcrmclha á guiga
dc manto de púrpura, meterem-lheentre as emaciadasmãos
um cctro de cana brava e pôrem na sua cabeça dolorida o
resplendor sem par da corôa de espinhos. Essa caricatura
da realeza de Nosso Senhor é a maior de sua exietencia.
Só se póde caricaturar a realidade. O sacrificio de Jesus
foi completo. Sua realeza não poderia deixar de ser nêle
incluida. Não o seria, ge não existisse.
Conquanto, dêsde antes da vinda do Messias e dêsde
OBprimordios da Igreja, se soubesse da Realeza de Jesus
Cristo, ela não fôra proclamada pela palavra dos Pontifices,
nem gravada na 'arte cristã. Talvez porque essa arte tenha
nascido um tanto fóra da Igreja. e somente nela penetrado
depois de certo desenvolvimento, conforme a autorizada
opinião 'de Bréhier. Todavia, no mosaico absidal da igreja
dc Santa Prudencia, em Roma, que data do século IV de
nossa era, o Cristo aparece deantc da Jerusalem Celeste, de
majeetosas barbas, togado de damasco abrochado de ouro,
gentado no trono e, com um gesto de soberano,promulgan-
do aos Apóstolos novo Código da Fé. Duas figuras alego-
ricas laterais, a igreJa judia e a igreja dos pagãos, oferecem-
lhe a corôa real. E', decerto, o primeiro Cristo Rei da ico-
nografia cristã. E, mais tarde, Bizancio.reconhccerian'Êle o
outorgador da Majestade Imperial, de onde. dimanou na ju-
risprudencia a concepção do direito divino, estabelecida pe-
Iag Suas Proprias Palavras nos Evangelhos, concepção que o
absolutismo monarquico desfigurou de sua pureza primitiva,
personalizando-a. Um marfim bizantino do século XI, con-
gervado no Gabinete de Medalhas de Paris, mostra-nos Jesus
revestindo dos atributos do Poder Imperial}. como fonte de

T.ME/NARRADORLIVROS
20 Gustavo Barroso
onde o mêsmo se origina, o Imperador RomanoIV e a
peratriz Eudoxia. No século XVI, nos afrêscos do ni08tciro
dc Smolensk, estudados por Kondakof, o Cristo reveste.
com a clámidc imperial bizantina e traz á cabeçaa corôa
fechada dos antigos autocratas. No Ocidente, êle fôra defi.
nitivamcntc coroado mais cêdo do que essa data. •No Museu
do Louvre 'se conserva um csmaltc dc velha porcelanadc Li.
moges, do século XIII,. no qual Nosso Senhor Crucificadoos.
tenta já a corôa real.
Nós, os católicos, confiantes na sua Divina Promessa,
peramos de pé ante o judaigmo, o maçonismoc o comunismo,
o Reinado dc Jesus Cristo. Sc Êlc cstá conôsco,queimporta
quem esteja contra nós?

T.ME/NARRADORLIVROS
OS SACERDOTES DO CAPITAL

O fim do capitalismo,Moloch dos tempos modernos, cs-


tá descrito em um livro famoso de essenciaspengleriana,con•
- trario ás economiasfechadas e favoravel ás grandes unidades
sociais. Nada de internacionalismosfinanceiros ou marxis-
tas: mas sim 08 grandes nacionalismoscom suas expressões
imperiais. eu autor, Fernando Fricd, parece que não existe.
A obra politica e economica''O fim do capitalismo", que J.
Brunen verteu para o francês, é o resultado colctivo dos tra-
balhos dog notaveis colaboradores da conhecidissima revista
mensalDie Fat, de lena, dirigidapelo joven e grande escritor
Hans Zehrer. Segundo a opinião dum critico insuspeito —
et pour cause — o judeu francês Daniel Halévy, os colabora.
doree de Die Fat ''não são filiados a partido algum e suas
simpatias vão ás multidões, ás paixões que animam os mo-
vimentos nazista c comunista, sendo seu fim declarado for-
mular uma doutrina, um programa, capazes de tirar dêsses
movimentossumarios toda a sua força útil".
Depois de estudar o desenvolvimentoc o apogeu do ca•
pitalismo, o livro chega aos de transição, em que
uma "onda de invençõesexprime implicitamente a passagem
da economia livre á economia organizada, da economiasem

T.ME/NARRADORLIVROS
22 Gustavo Barroso
plano á economia submetida a um plano de conjunto". E
assim,' 'o fáto da democracia'ter acabado a gua evoluçãoper.
mite ao Estado identificar-secada vez mais•com as massag
populares, resultando disso sua união .com o rñvo.rebelado
contra o capitalismo."
Na verdade, todos os povos teem estado a trabalhar para
servir á grandeza do capitalismo judaico, a qual tem Bidofci.
ta com a ruina das nações. A cxploração imoderada dagin.
vençóestécnicas na industria creou durante um século' uma
economia destinada a inventar novas necessidades. 1880ace-
lerou dum lado o ritmo das invenções mccanicag;do Outro,
o dag especulaçõesbolsistas. O resultado, foi, naturalmente,
a pulsação febril das crises. Dessa época cmincntcmcntedi'
namica passaremos a uma época,mais cetatica, que BCavizi•
nha. A economia, senhora da humanidade, vai tornar a ser
o que nunca devera ter deixado dc ser, escrava da humanidade.
Mais uma .vez se tem dc dar razão a Santo Tomás de Aquino,
Aliás, é o que fazem os economistasitalianos da escoladeBo•
lonha, com Gino Arias á frente.
Vêde o retrato dessa economia moribunda: "O truque
do capitalismo consiste em tranformar o produto da natureza
o do homem, isto é, da materia prima e do trabalhoemfactor
independente da vida economica, sem o qual nada mais póde
caminhar. E isto aconteceu na mêsma medida em que a
máquina foi introduzida entre a produção e o consumo,de
modo que a mercadoria não foi mais entregue diretamente
pela mão do homem, mas indiretamente,pela máquina. Por
isso, o capitalismo,vconcepção econoyihéh que declara o ca•
pitai um idolo, somente póde nascer e desenvolver-secoma
técnica c unicamente a partir do momento em que a máquina
consigameter-se dc permeio entre a produçãoe o consumo:

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 23

por isso ainda, o capitaliemo,agora moribundo, aagarra-sc


dceesperadamcntcaos progressos rapidos da técnica, que gó
podem ser imaginadosmais do que abstratamentc, como um
afogado que se agarrasse a uma palha".
O culto do idolo Capital, assinaladonas paginas do gran-
de livro, o culto ao Bezerro de Ouro, trouxe a humanidade
aos tristes e graves dias que atravessamos. Dêssc culto resulta-
ram, no dominiodo pensamento,o materialismo e, no domi-
nio da vida normal, o pragmatismo. Assim, se crearam as
sociedadessem Deus, sem Fé, sem Amor e sem Caridade, as
sociedadesanti-crietãsdominadaspelo luxo, o vicio e o or-
gulho, reproduzindo aé Babilonias,contra as quais clamavam
os profetas antigos. Êssc culto teve e continua a ter seus
pontifices e sacrificadoree,todo um colegio sacerdotal. O
livro em questãoreconhece-ona sua serena imparcialidade:
"Essa idolatria só é possivel porquc os sacerdotes dêsses ido-
10steem todo o poder sobre o povo; e êsses sacerdotes c su-
mo•gacerdotessó chegaram a êste poder, porque se infiltra-
ram como-intermediariosentre o homem e o seu Deus: e,
depois,ao invés de se limitarem a êsse papel de intermedia-
rios, se tornaram independentes e instalaram seus proprios
idolos no altar, separando, desta sorte o homem de seu Deus".
"Num sentido mais profundo, a consequenciado capita:
lismo foi á elevaçãoentre o homem c a natureza de uma
muralha intransponivel,sobre a qual estão os idolos do ca•.
pital e seus sacerdotes. Foi unicamente por isso que
o. ho-
mem perdeu sua alma. O homem não tem mais relações die
rétag com a natureza.' Nas cidades,nas fabricas, a massa
alma,
sem
sem Deus se torn,wmaterialista, calculista, accessivel ao
Q8piritodo dinheiro.. Do mêsmo modo que o
dinheiro, ni-
velador e trocavel, puxa os grandes para baixo e
leva os pe-
qnenospara cima, o capital nivela o homem
e a máquina:ca

T.ME/NARRADORLIVROS
24 Gustavo Barroso
máquina se humanisa e o homem se mecanisa.
alma á máquina e sc arranca a alma do homem. Atribúi.e
0 resultado
— máquina moderno...
Nunca se fez melhor critica do capital,seus
id0108,
docio c crentes, do que esta. Não era possiveldizer sacet.
maianera
melhor nessas poucas palavras. Os saccrdotcsdo
capitalagem
em virtude de um plano dc dominio do mundo, Imparcial
na sabedoria do seu espirito, na solenidadedo sua
cultura,
René Guenon o afirma nêsse livro notavel que é "Orient
et
Occident", no capitulo "A superstição da ciência". "Em
vista
do estado de anarquia em que o Ocidente se achamergulha.
do, tudo acontccc como se sc quiecssctirar da propriadesor.
dem, dc toda a agitação do cáos, o melhor partidopossivel
para a realização dum plano rigorosamentcdeterminado.
Não queremos insistir demasiadamente nisto, mas toremos de
voltar ao assunto, porque não podemos admitir que a huma•
nidade esteja pura e simplesmente atacada de uma especie
de loucura ha varios séculos, devendo haver algumacousaque
explique a civilizaçãomoderna".
Essa alguma cousa que cxplica tudo são 08sacerdotes do
capital. Estudando-se através dos proprios autoresdesangue
judeu ou simpaticos aos israelitas, ou ainda verdadeiramente
imparciais, um Bernard Lazare, um Kadmi•Cohen,umEber•
lin, um George Batault, se verifica que são os grandesban•
queiros c especuladores hebreus do mundo os atiçadores da
inquietação mundial. O resumo dêsse plano rigorosamente
determinado, que René Guenon advinhou, se contemnosfa•
mogos ' 'Protocolos dos Sabios dc Sião", cuja autenticidade
de W. Cruett e
está documentada pelos trabalhos de L. Fry,
de Roger Lamberlin. Assim no fundo docapitalismo,
vatnoS

encontrar a einagoga, dc ondo partein hoje, coma


ruestna

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 25

violencia c maior hipocrisia, como no tempo do martirio dc


São Tiago e de Santo Estevam, os golpes vibrados contra a
Igreja dc Cristo...
Mal suspeitam os povos, que trabalham c se alimentam
com o suor do scu rosto que uma nação parasitaria se infil-
tra nas glandulas do organismo social, das quais dirige e co-
manda as funções do corpo. Se eu dissesse a um músculo
do braço que êle está funcionandomal porque a glándula
supra-renal se acha comprometida,êle com certeza não com-
preenderia a explicação,por maior que fôsse a sua consciên-
cia de músculo... Se dissermosa um cabôclo cearense que
êle pena no eito, come mal, educado c seu país não
tem dinheiro para libertá-lo de vez das sêcas, por que os
judeus dc Londres e Nova York, Rotschilds e Dillons, sugam
cm impostos o melhor que todo brasileiro produz, porque ha
um grupo dc judeus acasteladosem S. Paulo, cúpola da eco-
nomia nacional, que manobra o café, arraza a nação com
Itegociatas,interfere secretamente em toda a vida brasileira,
dêsde a lei das tarifas até a propria constituiçãoda Republi-
ca, êle não entenderá nada. Todavia é a verdade núa e crúa.
Os povos estão todos eecravizadosao capital internacio-
nal e a seus sacerdotes. A força dêsfes é imensa. Quem ousa
desvendar suas tramas e revelar a verdade a seu respeito corre
todos os riscos, entre os quais o menor talvez,'seja perder a
vida e o mais doloroso, sem dúvida, será ser traído pelos
melhores amigos, deslumbrados pelo ouro sacerdotal...
tretanto nessa era de fim do capitalismo, a obrigação precípua
dc todo e qualquer movimento nacionalista combater o
idolo aureo e seus sacerdotes judaicos. Se não o fizer, trai-
se a si pí•oprioe perecerá como o escorpião que se mata com
a propria cauda.

T.ME/NARRADORLIVROS
A DECADENCIA DO ENSINO

Ha tempos, tive de presidir a um júri de cultura.


As concurrentes cram moças entre 15 e 18 anos,todu
estudantes, matriculadas do 1.0 ao 6.' ano do cursosecunda.
rio nos ginásios oficiais ou equiparados. As perguntasc testi
ficaram a cargo dum ilustre, simpatico, joven c cultopro.
fessor do Colegio Pedro II. Eu mc limitei a ouvire julgar.
Fiquei assombrado com a ignorancia das moças. Eraminca.
pazes de responder a perguntas que sabiam na pontada
lingua os alunos do curso primario, no meu tempode meni•
nice. As cousas mais triviais deixavam-nasatónitas. Nio
tinham ao .menos a ginastica inteletual necessariaparator•
near um obstaculo.
Eu me sentia deprimido dcante da ignoranciadaquela
mocidade. Verdadeiramente incrivel. Se eu tivesseanotado0
que ouvi no decurso de hora c meia, teria escritoo maior
"sottistier" do mundo. Cousas como estas: Pedro II foi
quem proclamou a independencia do Brasil: a melhorpoesia
de Gonçalves Dias são as "Pombas": José de Alencarfoio
poeta da escravidão... Iguais só nos artigos de fundode
certos jornais, que de passagem, recomendo ás pessoas ins•

truidas: êles já tiveram o descôco de colocarCesar,Cleopt•


tra e Marco Antonio — não riam! na Idade Média...

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 27

Terminados 08 "test8" do tal concurso, ou estava desola.


do. Exclamci :
— Nunca pensei que a ignorancia da geração atual ti.
me
vosso chegado a ê8te ponto. O distinto professor que
fazia companhia sorriu amargamente.
—-Os rapazes estão no mêsmo pé de igualdade das mo-
gas,senão peor ás vezes. São os frutos da decadencia do en-
sino no nosso país: do mercantilismo, do pistolão, das refor-
mas confugionistas,dos exames por média e por decreto, dos
professores incompetentes ou desidiosos, e dos métodos mo-
dernos, preconizadospelas claques do ensino publico, porem
na maioria destinadosa mecanizar oe cérebros... O gr. está
assistindo aos resultados duma obra satanica contra a moci-
dade, contra o futuro da Pátria...
Eis. por que, pensei, êsses pobres •entek de saias ou de
calças, sem esteio moral, sem instrução sólida, sem comprecn•
são dos problemas do mundo e dos problemas de seu país, são
facilmenterecrutadospara as fileiras communistas...
Essa decadencia do ensino é o grande mal nacional. So-
bre ela o ilustre pedagogojesuita, padre Arlindo Vieira pu-
blicou um belo livro — "A Decadencia do Ensino no Brasil
— Suas causas e remedios". Critica severa e justa da situação
a que chegou o ensino no nosso país, focaliza todos os aspétos
do importante problema e aponta o caminho duma reaçü)
eficaz. O que observei no pequeno concurso a que me
referi, os professores das Escolas Superiores estão a verificar
continuamente nos exames vestibulares. Clamam todos os
dias. reação é, pois, urgente.

T.ME/NARRADORLIVROS
28 Gustavo 'Barroso
Segundo 0 padre Arlindo mal não é
vem de longe.NR Sua causa principal é o dc
enciclopedismo
com ecus programas tumultuarios o falido
desconchavados,
cousa para afinal não apren4cY nada".\••. tanta
Isso tem
o cstudo a um esfaltante trabalho de memória, reduzido
prejudicial, cansativo c irritante. A "frondosidádeimprofícuoe
gramas" para meninos c meninas dc 15 anos dospro.
cm
não trazem dos estudoe primarios bage muito deantcque
lhes a vida do espirito, afoga-osc esteriliza-os. sólida,abafa.
E
preparando um povo sem cultura",• destina-o ê88C ensino,
a uma ruina'
fatal.
E' preciso, sem perda dc tempo, refundir o
estudo,mo.
ralizá-lo, arejá-lo, afim dc preparar gerações de
outra espécie,
capazes de trabalhar, pela grandeza do Brasil.
Ao mêsmo
témpo, é necessario ir desintoxicandoas gerações
empeço.
nhadas a pouco "e pouco. Uma obra dessas só
poderáecr
realizada por um grande movimento cultural. Entretanto,
os moços ignorantcs .são agitados por uma demagogia
comu.
nista sem escrupulos. Sem instrução, sem capacidadede
refetir, sem gosto,pelo esforço, sem escola dc sacrificio,são
facilmcntc pasto ideologias baratas c trabalhampelapro•
pria escravidão, pcpsando que agem a pról de rcivipdicaçdcs
das massas.
São frutos dessa dccadencia tão bem assinaladano es•
plcndido livro 'do padre Arlindo Vieira, quc ó mai um grito
dé alarma contra o rebaixamentoa que chegar ,cntrenó'
instrução e educação. Rebaixamento que' nós sabemosbem
a quem aproveita —- ao inimigo alapardado nas trevas,ao
usurpador das pátrias, ao minador da sociedade.cristã,ao
dissolvente c corrutor c messianico judaismo.capitalista•co•
munista, unico interessado em arrancar dos cérebrosa inte•

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo c Catolicismo 29

ligcncia, (108cspiritog a rcflcxão, das almas os ecntimentos,


para podcr cxcrccr gobrc aB massas scrnxxeacãoespiritual e
moral seu ncgrc¿ado dominio.
08 provadi8Bim08, autentici88imos"Protocolos dos Sabios
'
de Sião" declaram tcxtualmcntc: 'Para não destruir, antes
do tempo as instituições dos cristãos, nelas tocaremos com
mãos habci8 assegurando-nosdas molas motoras do meca-
nigmo. Estas molas estavam dispostas cm ordem severa e
justa; nós a eubstituimos pelo arbitrio e pela desordem.
Atingimos:a magistratura, as eleições, a imprensa, a liberda-
de individual e, sobretudo, a instrução c a educação, pedras
angulares»da existencia livre. Mistificamos, imbecilizamos
e corrompemoea juventude cristã por meio 'duma educação
fundada em principios e ciências que sabemos falsas, mas
que nós inspiramos".
Êste trecho foi publicado nos "Protocolos", pela primei-
ra yez, -em 1905. O que se tem passado na Instrução, no
Ensino-Publico, dessa data para cá, em•.trinta anos, demons-
tra cabalmente a veracidade dos "Protocolos", pois seria im-
possiveltanta coincidencia do texto com os fátos. Que muito
egpecialmentefale o sr. Anisio Teixeira...
Assim,só os cegos, os ignaros e os d%má fé negarão a
existencia dum plano preconcebido de decadencia do ensino,
no sentido de "imbecilizar" a nossa mocidade, afim de do-
miná-la.. Todos quantos se entregam de corpo e alma aos
tecnocratasjudaicos do ensino, ajudam á multiplicação de
eetabelecimentosde ensino livre ou melhor mercantilizado, se
batem pela "frondosidade dos programas" e pelos métodos
mecanicosde. ensinar, fomentam ou dão exames por dcéreto,
todos, sem exceção, servem ao plano diabolico de lerael con•
tra a mocidade nacional.

T.ME/NARRADORLIVROS
30 Gustavo Barroso
Eu não sei como haverá quem possa essacoinci.
dencia e, por isso, tenho fé que a propria mocidadeinedite
um pouco sobre seu. proprio destino. Na encruzilhada
que a decadencia do ensino a conduziu, ela tem de optar
en.
tre o Evangelho c os "Protocolos", entre o Cristianismo
c0
Comunismo, entre o Brasil e Israel, entre o Cristoe o
Anti.
Cristo.

T.ME/NARRADORLIVROS
ORAÇÃO E VIGILIA

O Integralismo é um Movimentocristão. Isto tem sido


dito c repetido á saciedadepelo Chefe Nacional em discursos
e artigos. Se assim é, o Integralismo tem suas bases filoso-
ficas e morais na doutrina dc NossoSenhor Jesus Cristo, nos
Evangelhos.
O Integralista, embora não seja católico e nem todos os
integralistas são católicos,nem o Integralismo é um Movi-
mento católico, porque não é um Movimentoreligioso,sim
moral, social e politico; o integralistadevc ler os Evangelhos
c meditar sobre êles. Nas suas fôlhas milenarias,encontrará
a esperança de melhores dias, o amor da virtude necessario
á salvação da pátria, a consolação das agruras presentes, a
paciencia para suportar os golpes da adversidadee o ensina-
mento constante de todas as cousas.
Tenho sempre presente na memória, e a maioria dos
camisas-verdesnão o podem ter esquecido, aquêle artigo em
que, ha tempos, o Chefe Nacional nos dizia as palavras do
Horto.• — orai e vigiai! Sim, o integralista precisa orar a
Deus para que Êle se amerceie do nosso país invadido pela le•
pra da politicagem, tomado pelo materialismo, infiltrado de
judeus aventureiros e amorais que nos despejama Alemanha

T.ME/NARRADORLIVROS
32 Gustavo Barroso
hitlerista, os ghettos da Polonia e da Romenia,manietado
corrompido pelo capitalismo internacional, manobrado e
aquelas forças secretas, invenciveis e desconhecidas,por
como
apregoou cm recentc discurso o gr. Armando dc Sales,arnea.
gado pelo cataclisma da subversão comunista. Sim, o
integrai
lista deve vigiar para que êsses inimigos não nos tomem
surpresa e não se apoderem da de
pátria, onde já penetraranu
Orai e vigiai! disse o Senhor; mas,.enquanto
suavao
suor dc sangue da agonia, os discipulos adormeceramna quie.
tude do luar que coava pelas frondeB das arvoresquêdu
Ainda havia pouco êles afirmavam com entusiasmoquecom.
bateriam e morreriam a seu lado. Agora, o cansaçoosdo.
minava e, logo, um dêlcs, o unico que arrancariada espada
para oedefender, o haveria de negar tres vezes... Fragili.
dadcs do coração humano...
Aí está uma grande lição para os camisae•verdcs. Na
luta que travamos contra os altos poderes da finança,da
politica, do judaismo c da maçonaria contra as forçasmais
tcrrivcis do mundo atual, desprovidos de dinheiro,de armas,
de situações politicas c dc cornuoopias de empregose bene•
ficios, sómcnte podemos contar com a ajuda de Deus,man•
tendo pura a nossa doutrina moral, conservandoimaculada
a energia do espirito e suplicando as graças do Senhor.
devemos presumir de nossa coragem e assoalhara nossava•
lentia, porque, como os Apóstolos, estamos sujeitosa ador•
mecer na frescura do luar e a negar o Mestreá luz dasfo•
guciras do Páteo sacerdotal. Além disso, êles eramdote
e entre tão poucos houvc um que se chamouJudas.
não sabemos quantos Judas se infiltram entro nós a Inan•
dado de nossos inimigos, confundindo-se conôscohoje,para
amanhã nos confundirem com a sua traição.

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 33

Por isso, e vigiaí sem desfalecimento.


A camisaverde é um simbolode luta, sobretudo dc luta cs-
piritual. Para lutar é preciso estar acordado, estar cm cong•
tante_vigilia.
Depois das torturas amargas que o fizeram suar o san-
gue dag agonias,Jesus avistou, ao longe, lumes que se apro-
Viu o brilho dos archotes resinosospor entre as
franças do arvoredo. Depois, os homens que 08 traziam o
que êles iluminavam. A' frente, enrolado no manto pardus-
co, o discipulo traídor, Judas; depois hieródulos, netenine,
guardas do Templo aurifulgentc; seguiam-n'os os legiona-
rios de Roma, couraçados de ferro, empunhando lanças c
broqueis, com o curto gladio hispanico retinindo nos «aios
dc corrêas ornadas de carrancas c fivelas; afinal, por trás
de todos, caminhando silenciosamente c mal murmurando
uma ou outra palavra, os principes dos sacerdotes,os mem-
bros do Sinhédrio.
Meditai sobre a cena. É ela que hoje sc reproduz no
mundo contra o Cristianismo, contra a humanidade cristã,
que Búano Horto o suor das agonias mortais, ameaçada de
ger humilhada pelo ateismo c supliciada pelo marxismo.
Seus inimigos se aproximam na noite á luz dos clarões in-
fernai8. Guia-os Judas, o traidor, o discipulo, e amigo da
véspera. Quem é êle? — A maçonaria, que se diz cristã,
que ge diz filantropíca, que diz lutar pela Luz contra as
Trevas, que se apregôa discipula de Jesus!!! Ela dará o
beijo frio da denúncia e da entrega. Ela receberá os trinta
dinheirosda traição nas honras e bens que seus graduados
I disputam; mas ela perecerá na figueira, enforcada pelas pro-
priag mãos, segundo está preceituado nos planos protocola-

T.ME/NARRADORLIVROS
34 Gustavo Barroso
res dos sábios de Sião. Será aniquilada no Ldia
em quenão
fôrem mais precisos scug tristes serviços!
Atrás dêsses Judas, pregoeiro dog fa1808
caminham os hieródu10B,os nctcnins, os guardae
do
desvirtuado, não o templo de Deus, mas o do Templo
Bezerro
Ouro que esmaga o mundo: especuladores,bolBi8ta8, de
de negocios, banqueiros, a gente sem pátria que 'homeng
se alimenta
da carniça dos povos dessorados. Acompanham•n'og
soldados de Roma' que são nos nossos dias ag força8
dag
naçõcs, armamentistas, postas, não ao serviço dos
intereueg
legitimos delas proprias, porém, ao serviço dos interegcg
do
banqueiriemo internacional. Tambem os legionari08não
iam ao Horto buscar um criminoso que houvesseofcndidoá
Cesar, e sim um Justo que 08 doutorcg farisaicosdc Israel
abominavam...
Protegidos por essas tres cortinas, por essastres tropas
de cobertura, silentes e tenazes, os Sabios de Sião,o Kahal.
Kadosch, o Sinhédrio, cmfim, o Poder Oculto,manobrando
as forças destinadas a avassalar, amordaçar e eemagara hu•
manidade cristã.
Orai, pois, suplicando a Deus forçag morais e espiri•
tuais para combaterdes eseas forças materiais e vos livrardes
das traições morais e das mentiras espirituais que brotam
Como tortulhos á sombra do manto maçónicode Judas,para
resistirdce ao falso clarão dos archotes que brandemna noi•
te lôbrega os servidores do Bezerro dc Ouro, para vosopor•
des ao aço dos gladios e das choupas afiadas dos goldad03
a serviço de poderes sem pátria. E vigiai para que não
tomem no méio do sono, para não despertardesassustados
e temerosos, para og avistardes de longe e vos aperceberdes
para o duro combate.

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo c Catolicismo

Santo Inácio dividia os homens solicitados pelo Cristo,


para a áspera batalha da Verdade contra o Erro cm trcs
classes:os que se recusavam,preferindo comodidades e gozos,
a maioria; OBque se alistavam,dispoetos a fazer gómcntc
o esforço necessario,grande numero; e os que acorriam so-
licitog e entusiastas,á primeira linha, sacrificando-scgenc-
rosamente, a minoria. Na guerra atual, guerra da Russia
judaica contra o mundo cristão, guerra de Moscovo contra
Roma, 08 homens continuam presas da mêsma divisão A
maioria é indiferenteá sorte da pátria, na ilusão de que es-
sa sorte nada tem que vêr com a sua propria. Grande nu-
mero está dispoetoao esforço preciso. Mas só um peqúeno
número se sacrifica por todos os demais.
A êsse pequeno número cabe por isso mêsmo sem cessar
um instante,orar c vigiar, escudadona pureza da Doutrina
Integralista, fundamentadano Cristianismo.

T.ME/NARRADORLIVROS
DOIS ESNOBISMOS

esnobismo, diz presunção. Quem diz prtsun•,


Quem diz
Quem diz vaidade, diz vacuidade. Portan-
cão diz vaidade.
equivale a vasio. -— Emilio Faguct definiu:o
to esnobismo
com mais crueldade...
tempo e
11amuitas cspccies de esnobiemo, variando no
brasileira, ha
no espaço. No ámbito das concepçõesda vida
duas,não sei qual a mais fútil nem qual a mais condenavel.
Uma delas consiste cm europeizar•ee dcmasiadam.nnte; a
outra, em fazer-semais brasileiro do que é justo. 08 esnob8
da primeira egpécicsão aquêlcs que, por imitação fútil, ugam
polainase eobretudode peles num sol de rachar, porque essa
é a moda de Londres; aquêlcg que, por tcrcm passado tres
mêses,em Paris, voltam falando com r r arrastados; aquêlC8
que só vêem a Europa, só pensam na Europa, oó querem cm
tudo consideraros costumcgc as cousas da Europa, esqueci-
dos dc suas raizce brasileiras, como que apagando 0 Brasil
do mapa do mundo c pondo cm seu lugar o díHtico' dos an•
tigos portulanos nas terras ignotaB---- Ilic sunt leones.
Dizem iS60por outras palavras, abandonando as Inoquo•
cas e fcíjoadag pelos caviaregc patég;
aqui 8ómcntc exi8tOtn

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 37
pretos, cobras e jacarés. E' um país bárbaro, sem nada dc
seu, onde não sc póde viver.
Conhecemos a onda desses fúteis, homens e mulheres, quc
não lêem um unico livro nacional, estão ao par dc todas as
novidades dos literatos judeus dos boulevards disfarçados
com pseudónimosfrancêses: Gide, Mauroig,Bernard, Proust
ct reliqua. Quereisver seu estado-maiorem grande gala da
rue de Ia Paix e de sorrisosfloridos? Ide a uma conferencia
de qualquer escritor estrangeiro,pronunciada cm francês, no
salão nobre da AcademiaBrasileira. Parece a recepção da
Pintade, no "Chantecler" de Rostand...
Conhego_— e muito de perto — os cacarejos dêsse cs-
nobismo.
Mag não percamos o nosso tempo com êle e vamos ao
outro; o esnobismodo ultra-nacionalismo. E' tão ridiculo
como o primeiro. Nega totalmente a influencia da cultura
(,uropéa,ag raizes mestras da civilizaçãoocidental, babando-
se de gozo deante de Pai João e dos bugres. Toda a nossa
cultura vem dêles, até a culinaria e, para êsee efeito, mete-se
marxisticamentea culinaria na cultura... Êsses esnobs in-
diani8tas e áfricos, são, naturalmente, antropófagos e cha-
mam aos que 06 não acompanham na pagelanca e na macum•
ba, no catimbó ou no caborgc cristãos selvagens. Refugan-
do o Papai Noel barbudo do inverno europeu, esquecem o
MeninoJesus da nossa meninice brasileira que nos depunha
os presentes desejadosnas chinelas postas sobre o beiral do
telhado ou no peitoril da janela, para se agarrarem á tolice
dum Vôvô Indio, talvez á de uma Mãe Negra, — quando a
festa do Natal nunca foi celebrada nos tatás do Senegal nem
nag ocas do sertão bravio.

T.ME/NARRADORLIVROS
38 Gustavo Barroso
Conheço tambem — e muito de perto — as pinta8
esnobismo. Não é novo,•não é original c ainda menoe dê88e
con.
tem algo do verdadeiro eepirito nacional, como
Para esses esnob8 verdes e amarelos, antropófagos,
Pa.
rentes do Sacy, do Currupira c do Kimbundo,iluminados á
luz do boitatá (quo lindeza!) não ha nada no mundoigual
ao que 8ái do nosso povo. Êlce acham quo é uma homena-
gem ao Brasil, á sua cultura, abolir a gramaticapara come.
gar as frases com os pronomes me, te e se, empregar o verbo
no plural e o sujeito no singular, c vice-versa. O esno)eu.
ropéu é o esnot) do galicismo: o esnob ultra-nacionali8ta
éo
esnob do. solecismo baixo o da giria rueira..
Que maravilha um nós vai! Que delicia um nósquer!
Que assombro um nós manda!
O campónio do interior da França fala assim ha mil
anos: J'avons, je faisons. Basta lêr 08 contos dc Maupaseant
para encontrar dessas c doutras. Até hoje, não surgiunenhu.
ma escola cm França, pregando a nacionalizaçãodê88C8 erros,
E' possivel que, um dia, os judeus se lembrem disso,afimde
matar a tradição da lingua francêsa. Estudemosprofunda•
mente a origem de certos movimentos de caráter literarioen•
tre nós, dêsscs que nivelam por baixo, chegaremosá conclu•
são dc que vieram dum 8ôpro contra as vcrdadeiragtradições
do pais. O de Graça Aranha está bem sujeito ás minhasdes•
confianças...
Crcado no meio dc praieiros e de sertanejos;conhecedor
do nosso folk-lore que servi durante anos e anos em todasas
guas provincias, batedor dos araxás e das selvas, piloto do
interior do Brasil, que percorri quasi todo, a pé, a cavalo,
de canôa, de trem, de automovel e de avião; integradopro•
fundamente no meu povo, que amo mais do que a mimpro•

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 39

prio, porque o conheço a fundo; sabendo de cór as suas len•


das e cantos, descrevendoa sua vida e os seus tipos, roman•
ceando ag suas lutas; conservador de suas reliquiag historicas
e narrador de seus feitos heroicos, tenho, estou certo, autori-
dade moral e espiritual suficiente para rir desse esnobismo,
tão pernostico quanto o outro, embora em rumo diverso.
E rio mêsmo, de contorcer-mecá por dentro, quando ve•
jo, por exemplo,um camaradinha aqui do sul, de olhos em
branco, extasiado, falando do Maracatú. Em 1911,publiquei
no "Jornal do Comercio",edição da tarde, um estudo sobre
o Maracatú,mais tarde incluidono meu livro "Idéas
lavras" em 1915.-Foi a primeirareferenciade vulto ao Ma-
racatú na literatura brasileira. Eu me criára, vendo-o des-
filar, cantar e dansar nos bairros pobres de Fortaleza. Como
não hei de me rir vendo os entusiasmospelo Maracatú, de
pessôas que nunca o viram, nunca lhe escutaram o chiado dós
gazás ou a monotonia dos cantos lugubres:

Teia, teia, teia do má


Nossa rainha móde coroá!

O esnobismoultra-nacionalista é cousa velha. Êle sur-


giu no periodo subsequente á nossa independencia,.como uma
das fórmulas, assopradas pelo maçonismo triunfante, de rea-
cão a uma pseudo-recolonização.Judaismo e maçonaria ha-
viam impedido o desenvolvimentodum grande Imperio Uni-
do quo poderia abarcar as duas ribas do Atlantico,tornan-
do•omare nostrum. Ficára um Reino para um lado e um
Imperio para o outro, destinados dentro de um século ou
..cougaque o valha, a Republicas positivoidese maçonizadas

T.ME/NARRADORLIVROS
40 Gustavo Barroso
em marcha para o comunismoatravés da
Convinha desfazer as tradições substanciais das duas
parte
e atirar os homens da mêsma lingua, que já não eram
mail
da rn&ma patria, uns contra os outros. Daí a maniado
indio, das cousas indias, dos nomes indi08. Substituiram.se
os velhos nomes lusos dc localidades por nome6indigenag:
Arronches passou a gorangaba; Macejana, a Paupina; Canôa,
a Aracoiaba; Soure, a Caucaia, etc. Os homens de prol
acrescentaram um nome indigena- aos ecus, ou 08 mudaram
para indigenas. E' a época dos Gés Acayabas,dos Araripeg
dos Sucupiras, dos Ibiapinas c Carapinimas, preludiandoo
mata-bicudo, quando as patuléas assassinariamfriamente
lusos e os proprios brasileiros adotivos. Nêsse tempo,só se
viam indios nas heraldica e nas letras.
E' como que uma revivescencia do bom selvagemde
• Rousseau. Êle inspira o Chateaubriand dos Natchezc Atalá,
o Fenimore Cooper de Uncas e Chingachgook,mais tardeo
Gonçalves Dias do Tamoio e do Juca•Pirama ou o Alencardo
Ubirajára c da Iracema... Os avatares do mêsmofenómeno
e do mamo cenobismo se apresentam com outro rotulo:an.
tropófagia ou páu-brasil. Mas o seu sortilegio tFiviale eo•
nhecido só pódc influenciar aos falhos de raciocinioe dever•
dadeira cultura.
O Bra*il não pódc ser visto unilateralmente. A verda•
deira vigão do Brasil é a visão integral sem superfetações
cabidas c dispcnsavcis. A cultura ocidental aqui se encon•
tra com certas fórmas de civilização amerindiasc africanas.
• (j conjunto disso é o Brasil de verdade. Separar os doisla•
do' e crear reacõcs nativistas ou reaçóes reacionarias,corno
dizem 09 gectariog do Maracatú, é dividir a alma brasileira
que contem na integra tudo isso.

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 41
Estou quc cota é que é a maneira integralí±ta de resol-
ver a questão. Contra o judaismo que divide, ainda,. sempre,
cm tudo, por tudo, o Integralismoque reune e soma. Não
tiremos os olhos da America para crava-los unicamente na
Europa, nem desviemosos olhos da Europa para "mente os
fixarmos na America e na Africa. Olhemos o todo como in-
tcgralistas dignos dêsse titulo, superiores aos esnobismos eu.
ropeug ou ultra•nacionalistas, superiores aos galicismos de uns
e aos golecigmosdc outros.
Negar os aportes de indios e negros á civilização da nos-
ga Patrias é ser anti-brasileiro; mas negar os fundamentos
ocidentais,europeus, de nossa cultura, é esquecer o Cristia•
nisrnoé ser anti-cristão.
Meditemos aqui na lição perene do Doutor Angelico:
Bonum ex integra causa, malum ex quocumque
dejectu.

T.ME/NARRADORLIVROS
DIREITO CRISTÃO DAS NAÇÕES

Na sessão inaugural do Terceiro CongresgoInternacional


dos Nacionalistas, no Instituto Nobel, a 25 de julho do 1936,
801)a presidencia do decano da Faculdade dc Letras de Oslo,
foi inaugurada a Academia para OBDireitos dag Nações,a
qual se originou na Ação Internacional dog Nacionali8taL
1

Posteriormente, quando o premio Nobel da Paz foi ou•


torgado a um escritor considerado indesejavel na Alemanha,
a Academia rompeu qualquer laço de solidariedadecom
aquêle famoso Instituto.
O fim , da Academia é renovar o direito da8 Nações,o
Direito Internacional, fundando-o em uma Ordem de Paz,ba.
seada sobre as proprias nações, 06 povos, as nacionalidades
realmente existentes. A concepção que hoje dominao Di•
reito das Nações, é a que sómcnte vê no mundo Estados e
aspira a um Estado Internacional como coroamentoda Obra
Univereal da Paz. O novo movimento, encabeçadopela
Academia, entende que o mundo 80 compõe, "essencialmente
e originalmente" de Nações. "Partindo dêsse principio;de
clara, todos os problemas, de Direito Internacional,recebem
uma nova solução".

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 43

O Estado, no seu modo de vêr, é uma egtrutura racional,


que não conhece limites ao seu poder, enquanto que os po-
vos-naçõcs, mêsmo que tenham ilimitada vontade dc poder,
podem ser levados, pela educação doutrinaria, a têr cons-
ciênciados limites de suas diversidades naturais. e dos que
lhes dá a propria Natureza. A verdadeira paz deve pressu-
pôr partes conscientes de suas proprias limitações. Por isso,
no novo Direito Internacional, pregado pela Academia, á
concepçãodos Estados Totalitarios, sc contrapõe a concep-
são, eminentemente cristã, do Povo-Nação Integral.
A Academia,que se acha em pleno trabalho, e que conta
no seu seio altas figuras européas, como por exemplo, o dr.
Hans Keller, Gustave Hervé, Luiz Bertrand, não se limita
estritamente ao estudo juridico do Direito Internacional.
Possuindoum elenco de sabios, juristas e homens de letras,
pertencentesás Universidades de todos os países ocidentais,
ela declara que o progresso do espirito não é um objeto de
busca,em si, mas um meio de realização da comunhão intei•
ra de cada Nação, com a finalidade euperior do seu mútuo
entendimento. Não é uma finalidade de diletantismo inte•
letual, porém, uma finalidade de construção pratica.
A Academia está formando, para isso, comissõesnacio•
nai8em todos os países da Europa e em alguns de outros
con•
tinentes, O número definitivo dos membros dessas comissóeR
eerá determinado de acôrdo com o total das respectivas na.
cionalidadescompreendidos os grupos nacionais que vivam
sob•dominio de soberanias
estrangeiras. "A Academia
dizem' seus Estatutos —
tornar.€e-á, assim, a representação-
xnodelodum Parlamento das Nações, cuja creação foi pre•
vistano plano da Sociedade
das Nações, aprovado•pelo Se-
gundoCongressoInternacional
dos Nacionalistas de Londr&,

T.ME/NARRADORLIVROS
Gustavo Barroso
cm 1935, como complcmcnto da atual Sociedade das Naçõcg
desta fórma erradamcntc denominada, porque' não passadu.
ma representação dc Estados". Ao par das corni68õe8 nacio-
nais, funcionarao comissões especiais: de Direito Interna.
cional, Economia Nacional c Internacional, Educaçãodos
Povos, ctc.
Até agora, fôram dcsignados oe seguintes membrogpara
organizarem as diversas comissões nacionais: para a Africa
do Sul, o dr. H. D. van Brockhutzcn, ministro plenipotencia.
rio; para a Alcmanha, o dr. F. Grimm, professordc Direito
Internacional; para a Austria, o dr.•S. Prichegger,profc&or
de linguag eslavas: para a Bolivia, o gr. F. NielsemReye,
conselheirodc Legação; para o Brasil, o dr. GustavoBarroso,
da Acadcmia Brasileira; para a Bulgaria, o (Ir. L Wladiki•
nc, profeseor dc Direito Publico; para a Dinamarca,o (Ir.
K. A. Weth-Knudson, profcssor dc sociologia; para OBEsta.
dos Unidos, o (Ir. CII. E. Stangeland, professor de sociologia;
para a França, o •sr. Luiz Bertrand, da AcademiaFrancêga:
para a Inglaterra, o Gr. II. Fostcr-Andcrson, do Real Instituto -q
dc Questões Internacionais; para a Escocia, o conde de
Glasgow e o dr. A. D. Gibb, professor dc Direito Esc088ê8;
para a Grecia, o commandante Ch. Krichukis, doutor em ciên•
cias politicas; para a Noruega, o sr. H. H. All, doutorem di•
reito e filosofia; para a Holanda, o dr. C. L. TorlcyDwell,
diretor do Instituto Juridico Internacional; para a Polonia,o
81'.E. Musgalski,doutor em Direito; para a Romcnia,o (Ir.
1. San Giorgiu, professor dc Linguag germanicas; para a
Russia, (no cxilio), o barão M. dc Taube, professor de Direi.
to Intcrnacional; para a Suecia, o comandante M. Schuver
von Waldheim; para a Suissa, o dr. J. Lorenz, professordc
gociologia;o para a lugo-Eslavia, 0 senador M. L. Poporié•

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 45
O presidefiteda AcaÑemiaé o dr. Hans. K. E. L. Keller,
titulado pelas Universidades de Bordéug, Kiel e Munich.
Esgaeleiçãofoi feita na reunião inaugural de Oslo. A obra
juridica e sociologicado (Ir. Kellcr mostra que o Direito In-
ternacional, baseado, como o Liberalismo, sob a ficção da
igualdade,não pasea duma fórma de estatismo hostil, na rea-
lidade, a todas as nações. Ela oferece as bases necessarias
aos estudos do que exista de nacional, no bom sentido da
palavra,nas diversas nações, sobre as relações internacionais,
estudo que só se torna possivel com o abandono do dogma
quimerico da igualdade, do mêsmo modo que os Estados
Corporativossó se poderão organizar com o mêsmo abandono.
A Academiaestá em perf-ita ligação com a Actio Inter-
•nacional dos Nacionalistas. O Terceiro Congresso dessa
Açáoesteve em conexão com o Primeiro da Academia. Os
congressosfuturos, de ambos os movimentos,serão conjuntos.
Porque a ação Internacional dos Nacionalistas, oraanizada
tambem em grupos nacionais, tem• por escôpo educar
todos
os povos para uma Ordem dc Paz supernacional,
mas de
base nacionalista. A direção da Agão e a da
Academia estão
reunidasnas mãos do dr. Keller, pois a maioria dos
membros
de uma pertencemá outra, e clas não passam de duas
de atividade-estudos— a Academia, formas
e educação — a Acáo,
tendendopara o mêsmo fim superior: a Paz Cristã Universal.
Todos os homens de bôa vontade devem olhar com Sim-
patia para êsse nobre movimento
que, pela primeira vez, de-
pois de muitos séculos de
luta, antepõe ao Internacionalismo
dos.individuos através
dos Estados, o Universalismo Cristão,
OInternacionalismo
dos Povos-Naçóes.
A obra da Academia é uma definição de posições,na
frase do grande
jurista 'Charles Rousêeau:contra o raciona-

caroucuuo

T.ME/NARRADORLIVROS
46 Gustavo Barroso
lismo na filosofia; contra o pacifismo, que muitos confundem
com o Amor da Paz, que é cousa diferente, na politica; cons
tra o positivismo,na ordem juridica. A opinião de Rousseau
é valiosisima, porquanto êle diverge dc Hans Kellcr em inu.
meros pontos de vista. In totum, êle apoia as afirmaçõesdo
novo Direito Internacional quanto á necessidade duma cola.
boração internacional, 'quanto ao dever espiritual da inoci.
dade contemporanea e quanto ao respeito aos particularismos
nacionais.
Nobres idéas as do dr. Keller. No seu livro "A Tercei.
ra Europa", êle as explana e defende com entusiasmoe 8a.
bedoria: "As Vozes Internacionais dos Nacionalistas recla-
mam unanimemente um Direito das Gentee mais justo. A
vitoria duma concepção de Estado que coloque o povo acima
do poder crêa uma realidade nova, a qual exige nova ciência
do Direito Internacional Publico. A ciência do Direito dx
Gentes de amanhã não se deve limitar a descobrir uma fór•
mula que mascare provisoriamente os desacôrd0B. Estatutos
politicos conscientes da vida devem indicar os fins duma evo•
lação creadora de direito, assim como os caminhos que le•
vam a essa evolução. E' incomparavelmente mais dificil ela•
borar uma ordem juridica mundial, deixando aos povosa
liberdade de decidir êles proprios de sua atitude espiritual,
do que apresentar projétos de uma organizaçãodc paz mun•
dial utopica da democracia (Pan-Europa, Sociedade das Nc•
c;ões), do (Universitá di Roma) ou do Comunismo
(Terceira Internacional) . A concepção nacionalista do mun•
do gómente reconhece, como direito fundamental da ordem
juridica entre os povos, o direito dêstea disporem dêleapro•
prio•, direito comum a todos povos .

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 47

E' o puro nacionalismodos Povos que aí vcmog,antino-


mico ao nacionalismo dos Estados. O erro do Coamoplitismo
Judaicoé, assim postergado,em nome da verdade do Uni-
versalismoCristão, que decorre doe postulados da filosofia
perene. "O orgulho da mania do progresso, doutrina o
mestredo Jus Gentium, deixa cair um novo véu sobre as rai.
zes da existencia pessoal e nacional". Pessoal notc-€e bem
não individual; nacional, note-se bem, não estatal. Êsge Di-
reito Internacional Nacionalista, consinta-se na expressão, im-
plica a concepçãode uma Economia Mundial de Equilibrio;
de uma Politica Mundial de Equilibrio, destruidora do Na-
cionalismoImperialista e do Internacionalismo Pacifista que
sãouma e a mesma cousa; de uma Paz baseada no equili-
brio da Justiça, sem necessidade de formas contratuais, de
tratados para se manifestar, porque decorre do Direito Na-
tural vivo. E' a unidade essencial do Mundo como reali-
dade. Ha um tomismo evidente na nova concepção: "Con-
siderandoo Mundo como uma unidade sinfonica e organica,
09 povos considerar-se-ãocomo membros dum copjunto eu•
per•nacional,-super•estatal e não poderão pretender a ne-
nhumdireito que não concedam aos outros de bôa vontade,
por amor da Paz e por necessidade de satisfação moral, a
maisbela recompensada afirmação totalitaria".
Dirão que o ideal é belo, mas irrealizavel. Responde-se
comas palavrasde fé da "Terceira Europa": "A politica ó
a arte de realizar o que
parece impossivel". Com efeito, só
a politicainfame do Judaismo
e a politica mesquinha do Li•
beralismose consideram arte de realizar o que é possivel.
Só as cousas
espiritualmente superiores visam o que ao co-
tuurndos mortais e aos
maquiavéis de quarta classe se apre•
Bentacomo
impossibilidade.

T.ME/NARRADORLIVROS
48 Gustavo Barroso
Felizmente hoje ' 'uma nova, concepçãodo
apoderou da juvcntudc nacionalista dc todos os mundo
ehcndo-ade uma vontade dc paz até então ignorada, paí8C8,
que toca ás raias dan»aixão c que a impele ao asealtovontade
dos
tenias de formação da vontade politica, reconhecidos Bis.
os verdadeiros obstaculos a um entendimento sincerocomo
og povos. Um novo idealismo comum se anuncia,.que entre
IC.
vará de roldão, nos âmbitos nacional e internacional,
o ra.
cionalismo do Contrato Social. Ao mêsmo tempo que a
idéa
egocentrica do Estado do século XIX, desaba o direitoego.
centrico internacional, dando lugar a uma reedificaçãodo
Mundo sobre a base da sinceridadc do espirito nacionalc do
reconhecimento do Direito dos Povos".
Quer-mc parecer que os principios baeicosdo NovoDi-
reito Internacional, prêgado pela Academia,admiravelmente
se acordam com os do Integralismo, manifestadoscm seus
documentos basilares dc doutrina: Estado-lntegral,Nação•
Totalitaria, Primado do Espirito, Conccpçãoda UnidadcDi•
ferenciada do Universo. Todos principios da Igreja.•As•
sim, o estudo da obra da Academiasc impõeinegavelmente
aos camisas-verdes interessados na materia, os quais,maia
tarde, serão de certo chamad0Ga traçar os rumosinternacio•
nais do Brasil Integral.
juridica
O alto idealismo da nova concepção da Ordem
"Eticaa
das Nações se enquadra nêstc trecho, em que, na elevação
Nicómaco", Santo Tomás de Aquino aponta•a maior-humanos'
espiritual: "Não dcvcmos ter senão. pensamentos mortais,
porque Gomos homens, nem sómcnte pensamentos quanto pos•
esforçarmos tanto
porque somos mortais, mas nos emto•
nos esforçarmos
Bivcl para nos tornarmos imortais c de nós tnê8•
excelente
das as cousas por viver a parte mais

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 49

mos. Porque, ge genero dc vida gó pode ocupar peque-


no lugar na nosga cxíhtencía terrestre, pela sua grandeza e
pela sua dignidade éle está acima de tudo".
A' exigencia que 08 modernos movimentos socio-politi-
cos chamados comumcnte da Direita, fazem da primazia
espiritual na vida dos indivíduos corregponde o mo',imento
dos NacionalistasInternacionais, exigindo essa primazia na
vida das proprias Nações. E' uma espiritualizacão do direi-
to Internacional que se tenta.

T.ME/NARRADORLIVROS
CONTRA OS MANIQUEUS

E' o Espirito ou a Materia o comcço de todas ag


cougas ?
Qual o fcnómcno originario: a Materia ou o Es.
pirito ?
A Materia dá origcm ao Espirito ou o Espirito dá
origcm á Materia ?
a) A respo€tamarxista:
Diz Bukharinc cm "La Théoric du materialisme histo•
riquc" (Manual popular dc sociologia marxista, Edition So•
cialC8Internacionales, 4.0 cdição, cap. III) : "0 homcm dC8•
cendc dos outros animaig... As ciências naturaiB provam
quc a Materia é a mãc do Espirito e não que o Espirito
ecja pai da Materia... A Materia pódc existir sem o Es•
pirito c o Espirito não póde cxi8tir scm a Materia... () ho•
mem é uma máquina admiravclmcntc organizada. Destruin•
do•sc cesa organização, desorganizando-a, dccompondo•a de8•
pedaçando•a, o Espirito imcdiatamcntc dceaparecerá. • •
Bim,o Espirito nao póde existir sem a Materia c a Materia
pódc existir scrn o Espirito c, existindo a Materia antes do
Espirito, o Espirito é urna qualidadc particular da Materia,
organizada dc modo particular".

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 51

Portanto, conclúc: "A produção material c seus mcios


(forçagmateriais produtivas) constitucm a basc da existcn-
cia dc uma sociedade humana. Sem essa produção, nenhuma
consciênciasocial, nenhuma cultura espiritual, são possiveis,
do mêsmomodo que o pensamento não póde existir sem o
cérebro .
Asim, para o marxismo, todos os fenómenos politicos,
culturaise morais não passam de superestrutura da estru-
Curamaterial, economica, como preceituava o proprio Marx.
E a prática, naturalmente,produz a teoria. O contrario do
pensamentoda filosofia perene, em Santo Tomás, que deno-
minao teorico universal,e o prático — particular. Aqui,
o teorico passa a ser particular e o prático passa a ser uni•
versal.
Diz Plékhanov em "Les Questions fondamcntales du
marxisme",mêsmos editores, 2.a tiragem : ' 'O marxismo é
uma total do mundo", pag. 11. "C) ser material
real é o sujeito e o pensamentoé o atributo", pag. 17. ' 'O
pensamentonão é a causa do ser, mas a sua consequenciaou,
melhor,a sua propriedade", pag. 19. "A sensação precede
o pensamento, pag. 20.
Diz Engels na sua famosa carta de 1894, publicada no
"SocialistischerAkademiker" : "O desenvolvimento economi-
co, juridico, filosofico, literario, artistico, etc., repousa sobre
o desenvolvimentoeconomico .
Comose vê, é a precedencia absoluta do particular so-
bre o teorico, a inversão dos valores,
o mundo de pernas
parao ar..
b) A resposta integralista :
No•"Manifesto de Outubro": "Deus dirige os destinos
dos Povos".

T.ME/NARRADORLIVROS
52
Gustavo Barroso
. "O Integralismo, dc inodo
No "Manual do integralista
encarado como filosofia, ó a- concepção totalitaria do
geral,
suas representações formaii,
Universo, quer no tocantc ás
dc movimentos. O Integrali8.
quer no referente ao sistema
Mundo de modo total, acei.
mo, portanto, comprbcndcndo o
c pretende construir a 80.
ta a idéa de Deus c do Espirito,
essencia espiritual c ma.
cicdade segundo o sentido dc gua
terial, c de acôrdo .com as leis dc seus movimentos", Item"
1.0.
"0 Integralismo cntcndc o homem' como um ger de tri.

plico aspiração: material, intelectual e moral", "item" 3.
Nas ' 'Diretrizes Integralistas" "0 Intcgralismo cunpre.
endo o Mundo dc um modo total, e prctcndc construir a
Sociedade, segundo a hierarquia dc seus valores espirituaia•
e materiaie, dc acôrdo com as IciB quer regem 08 seus mo.
vimentos c sob a dependencia da realidade primordial, ab.
soluta e suprema, quc é Deus.
Isto é o reconhecimento, scm limites, do primado do
Espirito sobre a Materia, é a precedencia absoluta do univer-
sal sobre o particular, sem o esquecimento dêetc, pois que
naquêle está contido; do espiritual sobre o material, do teo-
rico sobre o prático.
c) Comentario :
A doutrina marxista do contrario é desmentida pela pro•
pria vida e pelo proprio movimento comunista. Pela pro•
pria vidas porque até hoje ainda não houve um estado-maior
quo traçasse o plano de 'uma batalha depois dela travada
praticamente; porque até hoje nenhum engenheir()ou ar•
quitóto levantou uma ponte ou um predio eem, antes,haver
estudado o terreno, desenhado a planta e calculadoa resis•

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 53

dog materiais, para, depois, realizar a obra pratica-


tencia lançou ao
Pelo proprio comunismo, porque Bó
mente.
preparações intelectuais da 1.2
assaltodos Estados após as
III.a Internacionais, porquc- nunca sc abalançou a urna
II.' propaganda,
revolução•sem o prcparo técnico, espiritual da
sema creação dos climas espirituais.
A obra do Integralismo é acima de tudo, uma obra edu-
cacional,uma obra do Espirito, a crcagão de uma consciên-
cia coletivapara a implantação de uma realidade prática —
EstadoIntegral. Na sua filosofia êle lança a sua base es-
piritual,não nessa realização prática, sim na sua alta idéa
de hierarquiaespiritual, em Deus, que dirige os destinos dos
Povos.
Ora,assimsendo, seria mentir á sua doutrina, seria frau-
dar a sua filosofia totalitaria, se o Integraliemo não se es-
truturassehoje teoricamente para, amanhã, poder se estru-
turar praticamente. Desta sorte, aquêles que não queiram
queo Integralismo se alicerce doutrinariamente, afim de não
perdertempo, mas se lance á agão prática em todos os seus
sectores;aquêles que entendam, porventura, que são ocio-
BOB as discussõesde pontos de vista filosoficos deante das ne-
cessidadeg de mera ordem pratica ou de mero interesse po-
lítico aquêleg que julguem mais proveitosa
para a moci-
dadea preocupaçãocom
as forças economicas do que coru
as forças espirituais,
, que são, justamente, de acôrdo com o
"-Manifesto dé Outubro", as que governam o Mundo, onde
estãocontidagas
dirige 08 mêsmas forças economicas, porquanto "Deus
destinos dos Povos", no meu
do rumo traçado fraco entender se des-
traçadopela pela filosofia integralista para«) rumo
filosofia marxista.

T.ME/NARRADORLIVROS
54 Gustavo Barroso
d) Conclusão :
As perguntas que formulei c as respostasque
transcrevi
de um lado e do outro das concepçõesfilosoficas
defrontam, antinomicag e inconciliaveis,
que
no panorama
mundo moderno, autorizam•me a terminar com aquelas do
lavras dc Santo Tomás, ao jantar em companhiade Pa.
São
Luiz, Rei de França : ''Conclusumcst, contra Manichaeosl".
Porque :
"Ad secundum dicendum quod materia primababet
esge
substantialeper formam, ct ideo oportuit quod crearctur
sub
aliqua forma: alioquin non essct in actu".

T.ME/NARRADORLIVROS
CONCEITO CRISTÃO DE CULTURA

A palavra Cultura, na lingua latina, em que se originou,


nuncateve outra acepção além da do cultivo dos campos.
Atéo Renascimento,ao meado do seculo XVI, se conserva
comessa significaçãorestrita, como se vê do famoso poema
didáticoe bucólico de Florentino Alamani, digno sucessor
de Varão,de Columnelo e do Virgilio das "Bucolicas".
Comoa palavra implica, naturalmente, a ação de ''cul-
tivar", 06 modernos começaram a aplica-la em sentido lato,
a tudo— como preceitúa Bukarine — que é "obra da ati-
vidadehumana",isto é, explica: ' 'a tudo o que é produzido
destaou daquela fórma pelo ''homem social". E o grande
exegetado materialismo historico exalta-se na defesa do si-
gnificadomarxista da palavra em "A cultura espi-
ritual é, tambem um produto da vida social, porque é re-
6111tado do processo vital geral da sociedade. Assim, para
compreendê-la,é necessario apresentá-la
umaparte dêsse precisamente como
processo vital geral. Todavia, certos sabios
burguêses desejam,custe o que custar, separar essa cultura
espiritualdo processo
na realidade, vital da sociedade, isto é, divinizá-la
te do torná-la uma entidade particular, independen-
corpo e do espirito,
gem pecado".

T.ME/NARRADORLIVROS
56 Gustavo Barroso
Notemos, de passagem, que os doutrinadorca cotnuni8tae
denominam sábios burguêses todos os espiritualistas,tod08
quantos não rezam indcfcctivclmentc pela cartilha do mate.
rialiemo historico.
Na magnifica tésc quc apresentou, cm 1913,ao Segundo
'
Congresso Sociologico da Alemanha, 'A noção 80ciologica
da Cultura", dizia o erudito Alfredo Wcber, depois dc qua.
lificar, com acerto, como processo dc civilização exterior,
desenvolvimentoda vida social, sua complcxidadec suasri.
quezas: "Sentirnos agora quc a cultura cetá acima dc tudo
ieso, pois quo compreendemos sob o rótulo de evoluçãoda
cultura cousa intciramcnte diversa... Sómente quando a
vida sc torna alguma cousa superior ás necessidadesc á uti.
lidado é que nos achamos em presença dc uma cultura. 'Em
outros termos, a cultura é uma partc da vida, mas não é
detcrrninada pelas necessidadese utilidades da vida, isto é,
ela sái da sociedadcsem scr determinada por ela". Comba.
tendo-o, o marxista Plckhánov cscrcvc : ''E' evidente que
essa conclusão conduz ao divorcio com a ciência substituida
pela fé".
Com a verdadeira ciência, não. Com o falso cientifis.
mo do secttlo XIX, inimigo da verdadeira ciência, gim. A
palavra dc fé não pódc, cm caso algum, arrepiar os integra•
lietag. Dêsdc o berço, no "Manifesto de Outubro", com a
a afinnação de que "Deus dirige os destinos dos Povos, ô
Integraliemo sc afirmou um Movimento espiritual, um
vimento dc fé, quc repele dc scu seio toda e qualquereiva
dc pensamento cmbcbido na escola do materialismohistorico.
O conceito dc Cultura na Doutrina Integralista só podc
ser um conceito espiritual. Enfeixar nêle a parte material
do simples processo de civilizaçãoexterior, como o. qualifica

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo c Catolicismo 57

AlfredoWcbcr, é diminuir-lhe a espiritualidade dentro de


umadoutrina de totalitariemo espiritual que se basêa formal-
mente,na fé cm Deus, no Espirito Eterno, Permanente c
Absoluto da Creaçâo.
Os fen6menos sociais do espirito: filosofia, religifio, mo•
ral, dircito, lingua, arte, politica, 850 produtos de uma cul-
tura espiritual. Os outros, de ordem material, pertencem a
um processode civilizagfioe nfio a um processo de Cultura.
A nâo considerar assim, a queda no scio da concepçfio de es-
trutura material do marxismo, gerando as euperestruturas
de.ordem espiritual, é manifesta.
Eu estudei os usos e costumes, as tradicôes e as
Icndasdo povo brasileiro durante longos anos. Penetrci as
escolasem que se dividem os folkloristas do mundo. Ras-
treeias manife€tagôesda demologia e da demopsicologia (108
indiose dos negros através de todos os acervos de folklore
dasraças. Escrevi quasi uma duzia de livros sobrc a vas-
ta materia,explorando-ae claesificando-ade tal modo que é
raro,na bibliografia brasileira do assunto, volume em que
meugtrabalhos nâo sejam citados. Nio me limitei unica-
menteaoghomens,tratei das cousas: a jangada, a casa, o car-
ro de bois, os aviamentos de fazer farinha. Portanto, nâo
estouetn condiçôes de negar os aportes das ragas
forma-
dorasdo Brasil (i sua Vida social
e me julgo, f6ra a modestia,
decomprecndere sentir o
e espiritualdo nosso seu valor no sentido material
desenvolvimento historico.
Seria estulticie negar a
Canana Vida contribuigâo americana e afri-
brasileira. mas seria tambem um exagero de
gostoquerer fur)damentar
ragasiniciais, a nossa Cultura sé e e6 nessas
acrescentando-lheso lusitano, que foi o factor,

T.ME/NARRADORLIVROS
58 Gustavo Barr,oso
dúvida, principal na obra secular em que se plasrnou
a nacionalidade.
i Através do português, noe radicamos inegavelmentena
Cultura Espiritual do Velho 'Mundo. Se nos artefactos dc•
trabalho popular, na toponimia, em algumas fórmas de lin.
guagem, em certos sentimentos, em raras manifestações de
arte, na culinaria ou nos costumee,se sentem Africa e Ame.
rica, no dominio das cousas verdadeiramente egpirituais,isto
é, na Cultura, segundo seu exáto conceito sociologicoc cris.
tio, a Europa predominae ha de predominar.
Se somos um povo cristão, sc queremos crêar um Estado
Cristão, como apregôa a Doutrina Integralista, o nosso con-
ceito de cultura tem dc ser, fatalmente, um conceito espiri.
tual, um conceito cristão. E êsse alto conceito não vem ba-
tizado com a ardencia do 801libico, nem com a espumadag
cachoeiras que cantam nos araxá8 c nos sertões americanos,
mas com a agua azul do velho mar Mediterráneo.
Teriamos, porventura, uma Cultura Espiritual sem fór•
mas de Direito, sem nórmas de Ciência e de Filosofia, sem
cánones de Moral e de Religião? Absolutamente, não. De
onde veiu o nosso Direito nas suas bases imortais? Das re•
gras primitivas, orais e consuetadinarias, das malocagc dag
aringas? Não. Do antigo Forum romano. Nas concepções
sobrc Mboia e Bingo, dc Minas e Bantús, ou das sobre a co•
bra Grande c Jurupari, dos indigenas emplumados dc coca•
res? Não. Das claras ágoras atenienses cm que discutiam
os peripatéticos e do Jardim dc Academug, dos banquêtes
platonicos e das pólis cuclideanag. Em que Deus acredita•
mos c que codigo dc moral seguimos? Ogun, Xangô,Tu•
pan, Guarací? As regraa Bingelasc primévas dc exogamia,
de endogamia, dc guerra ou de caça dos Borórog, dos Gés

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 59

ou dos Tupis? Não. Nosso Senhor Jesus Cristo c os Evan-


gebos.
No seu livro, "Die phasen der Kultur", Muller-Lyer dc-
clara: "Na realidade, qualquer função sociologica, qualquer
fenómenocultural póde ser tomado como estalão para medir
a alturaalcançadapela Cultura". Na verdade, ha uma cer-
. ta concordanciaentre os diferentes aspétos da vida social.
Uma especie de consensus. Augusto Comte fez essa obser-
vagão. Mas o paralelismonão é absoluto, nem a relação
constante,de modo que o raciocinio de Mullcr-Lyer parece
certo,porem parte duma base errada. Imagine-se que fôs-
-semosapreciar a cultura da sociedade baiana pelo estalão
de sua famosa culinaria... Êsse paralelismo rigoroso existe
unicamente 'nas cabeças marxistas...
Nãonogdeixemosguiar por elas. E' bastante perigoso...

T.ME/NARRADORLIVROS
SANTO TOMÁS E O TALMUD

Um jovcn estudioso procurou demonstrar a perfcigãoda


tésc do sindicato unico e pessôa de direito publico,confun.
dindo lamentavelmente, varias cousae, embrulhando-se cm•mul."
tiplas citações, sobretudo pessôa juridica ou personalidadeju.
ridica e pessôa de direito publico ou orgão de direito publico.
Não venho analisar ou refutar essa tésc; mas, BimplC8 e
unicamcnte, aclarar um ponto fundamcntal.
Êssc ponto fundamental é o que entende com o proprio
conceito da origem do direito. I.,ciatno€08 textos do que es•
crevcu o moço e que demonstram as nossas afirmações:
"O que distingue a associação dc direito publicoda de
direito privado é o conteúdo do ÁTO DE VONTADEqueela
manifesta pelos ecus orgãos representativoe. Sc êsse ÁTO
DE VONTADE, embora praticado pelo reprcsentantedeuma
colctividadc, correspondc a uma manifestaçãoindividual, si•
gnifica quc a entidade juridica é' da esfera do direitoprivado.
sc, ao contrario, a MANIFESTAÇÃOde um orgão,isto é, dc
uma instituição que se não confunde com os individu06 cotn•
preendidos nêle, essa pessoa juridica é dc direito pilblico"•
que
"E' no processo de MANIFESTAÇÃO DA VONTADE
publico
se encontram as caracteristicas das pcssôas de direito
T.ME/NARRADORLIVROS
Intcgr,alismo e Catolicismo 61

cabimento aquela afirmação


ou privado. Tcnl, assim, todo
(jurista judaico) •. — a capacidade de
do rcfcrido Zitclmann
querer ó a unica qualidade necessarta cm urna entidade e
por força da qual ela é pessôa C sujeito de direito, quando
repetia Ungcr (outro jurista judaico), autor da definição :
personalidadeé a capacidade de ter uma vontade juridica".
E' natural, pois, que, baseado cm juristas judaicos como
êsscsc mais Gicrkc c Meurer, se ache, quc Santo Tomás
cstá errado c, errados com êlc, certos cristãos sociais. O'
• manes dc Apeles ec do sapateiro !
O que está errado perante a filosofia integralista, peran-
te a filosofia cristã, perante a filosofia perene, é essa con-
ccpçãotalmúdica do direito e das manifestações do direito,
repougandonos átos da vontade, na manifestação da vontade,
o que leva a horrivel heresia de Rousseau: "cada homem é
o seu proprio legislador e o seu proprio pontifico", heresia
mãe do Liberalismo e avó do Comunismo.
Essa é a teoria juridica dos "Protocolos dos Sabios dc
Sião",logo no inicio do capitulo: "Q uem conteve as
féra8"chamadas homens? Quem as guiou até agora? No
principio da ordem social submeteram-se á força bruta e
cega,e, mais tarde, á lei, que é essa força mascarada. Con-
chio, pois de acordo com a lei da natureza, que o direito
reside na força".
Essaé a pura concepção do direito naturalista dC'Espi-
noga,que tanto fecundou Hobbes como Rousseau. Leia-se
nas ''Obras Completas" do judeu luso•holandês, a parte quin-
ta' da ' 'Ética" — De potentia intellectus seu de• libertate hu-
mana.. Diz Espinosa '
: 'In hac ergo de potentia Rationis
agam,ostendens quid ipsa
Ratio in affectus possit, et deinde,
quidMentisLibertas seu
Beatitudo sit... Isto é "Tratarei

T.ME/NARRADORLIVROS
62 Gustavo Barroso
aqui do poder da propria Razão contra as afeiçõese do
que
é a liberdade da alma ou Beatitude".
Leia•sc, no "Pequeno Tratado" o capitulo XVI, Da Von.
tadc "que é rim modo dc qucrcr particular, que consi8te
cru afitanar ou negar livremente isto ou aquilo". Leia-se
ainda o capitulo XVI do "Tratado Teologico
"Por direito c instituição da Natureza entendo que as regras
da natureza dc cada individuo, regras segundo as con.
ccbcmos cada 6êr como dctcrminado a existir c a se c@m.
portar dc certa mancira"• "0 Direito Natural dc cada ho-
mcm se dcfinc, pois, não pcla eti Razão, mas pelo desejoc
o poder". Para evitar mais longas citações, limito-me ê8.
ses cxtrát08 básicos. A leitura do capitulo todo ó aconselhavel.
E' o Direito Talmudico,negação do fáto e exattaçéoda
vontade, na frasc incisiva c perfeita dc Kadmi•Cohe1i.Ve.
jamos o proprio texto hebraico do Talmud : Ein•dotvarhá•
vemed Bifnei haraçon, quc 60 traduz : "'Nada póde resistir
á vontade". Ora, é natural quc quem sc basêa no Talmud.
: deva repelir Santo Tomás. Eu estou certo que o Integrali8•
mo se alicerça cm Santo Tomás, porque, se se aliceigasseno
Talmud, eu não seria integralista...
Comentandoem uma glosa dos "Protocolos", a conce•
pção juridica do judaismo, assim me expressei : "Em con•
traposição, o direito romano-cristão se basêa em treg prccei.•
tos morais: honeste viverc, viver honestamentc;, nerninem
laedere, não lesar a ningucm: e suum cuique tribtt$re,dar o
seu ao seu' dono. A diferença é substancial
Dirá, por certo, o joven, com suficiencia, quc SantoTo•
más é velharia. Mae o direito Romano é ainda mais velho
do que Santo Tomás... m todo caso, cu prefiro no assun•
to, outras companhias ú dos jovens sociologos que acham

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 63

"abstrusos"os argumentos dos quc não cntcndcm dcfcndcr OB


principios cristãos, como êle diz defender, repudiando o Dou-
tor Angelico e dando o braço aos diabolicos: Zitclmann,
Meurer,Gierke et reliqua...
Prefaciando as "Lições dc Direito Romano", do pro-
vecto e saudoso professor Abelardo Lobo, o grande Lacerda
dc Almeida escrevia: ''A verdade juridica que brilha nos
modernos monumentos de legislação, cstá cm germen nos
•textos imortais do Direito Romano". E ajuntava que a sua
propria•beleza refletia uma face da Verdade. A propria
Escola Cujaciana, á cuja frente luziram as inteligencias dos
Ilugq e dos Savigny, encontrava nêle, Direito Romano, todas
as suas regras superiores de estudo. O velho Von Ihcring,
no seu.f'Espirito do Direito Romano" (Geist des romischen
Rechtsy, considerava-o nobre elemento da civilização Ino-
derna e via, oculta nêle, a mão de Deus; na sua "Luta pelo
Direito'í. (Der Kampf um's Recht), declarava-oum enobre-
• cimento moral. O nosso Tobias Barreto gabava-lhe o sen.
timentoe a virtude.
Beleza, Verdade; Moral, Enobrecimento, Sentimento, Vir-
tude, Elemento da Civilização Moderna c •Obra Divina, ê€se
é o direito tradicional, básico da Civilização Cristã. Se o
Integralismoo deixasse e fundamentasse as suas construções
juridicagno Direito da Força do Talmud, que é o Direito
da Vontade do judeu Espinosa, avô do Liberalismo e do Co-
munism* mentiria ao seu proprio destino.
Ora, ge a base da argumentação repelida, é, filosofica-
mente,uma base falsa, as conclusões que dela se conseguem
tirar, embora possam parecer verdadeiras, são logicamente
conclusõestodas falsas. Por essa teoria, amanhã, no Estado
Integral, dêsde que se manifestasse a minha capacidade de

T.ME/NARRADORLIVROS
64 Gustavo Barroso
querer, como diz o mestre judaico Zitclmann,ou desde
que
a minha personalidade tivesse capacidade de vontadejuridica,
conforme a definição do outro mestre, Unger,cu poderia
afirmar como ,pessôa. de direito publico, c o que dc minha
vontadc emanassc teria força dc Ici. Então, sc realizariam
os desejos dc Rousseau: *'Cada homem deve 8cr seuproprio
legislador c scu pi•oprio pontifice". Então cm lugar dc cong.
truirmos um Estado Integral, mergulhariamosna abençoada
anarquia, supremo alvo a atingir pelos corredoresde pttssa.
gem da Ditadura Cientifica do Positivismoou da Ditadura
Proletaria do Marxismo.

T.ME/NARRADORLIVROS
SI NON LICET VOBIS.

Naquêle tempo, em verdade vos digo, Anáz a quem ha-


viam trazido Jesus, o mandou á casa dc Caifáz. Este era
o novo Sumo Pontifice e Anáz, quc terminava o mandato,
se achou incompetente para julgar o Justo. Mas Caifáz cn-
tendeuque o crime dêste era da alçada civil c não religiosa,
"porser de sedição. Para julgá-lo, pois, o único competente
seria o pretor romano, Poncio Pilatos.
Nosso Senhor Jesus Cristo compareceu perante Pilatos.
Masêste tambem se julgou incompetente. O acusado nas-
cerana-Galiléa e não na Judéa. Ora, em nome de Cesar, êle
governavaa Judéa. A Galiléa cra governada pelo tetrarca
O
Herodes,que se encontrava de passagem em Jerusalcm.
pretor enviou o Justo ao tetrarca.
Êste,naturalmente, viu logo que os crimes de que acusa-
vam a Nosso Senhor tinham sido praticados na Judéa.
Portanto,embora o criminoso fôsse Galileu, o competente
para julgá-lo era o fôro do local do crime. E recambiou
Jesus Cristo ao magistrado romano.
Que pavor da responsabilidade angustiou, então, aquêle
pretorio! Que cena! Que lição imortal! A serenidade de
réu contraÁtandocom a furia dos acusadores e com a inquie•

T.ME/NARRADORLIVROS
66 Gustavo Barroso
tacão de Pilatos. As evasivas! A
popular pela maioria ocasional. Escôlham! ---
ao
Jesusou
rabás? A gritaria, lembrando a Cámaraem dias
agitada: — Barrabás! Emfim a bacia para lavarde
agmã08:
—-Não tenho culpa da mortc dêste justo !
Como não tinha culpa, BCa Bua autoridadepodia
im.
pedi-la, opondo-se aos manejos dog interessadosc não
com.
pactuando com êles? A culpa não está 8ómentcna afio.
Está, tambem, na omissão.
Nêsses tristes momentos, em que fôram praticadas na
presença do Deus Vivo, todas as vilezas humanas,dêsde0
beijo traidor dum Apostolo até á negaçãoapavorada deou.
tro, nasceu a Liberal-Dcmocracia nessa experienciaqueo hor.
ror da responsabilidade fez, consultandoo sufragiouniversal.
Mil e novecentos e trinta e Bete anos são passados eo
liberalismo continúa o mesmo, atirando como pelotaa res•
ponsabilidade de mão em mão, de Anáz para a de Caifáz,
Pilatosparaa dcHe•
da de Caifáz para a de Pilatos, da de
de Herodes para a dc Pilatos, da dc Pilatospara
rodes, da Depois,lavaa4
numerica da multidão.
a irresponsabilidade ainda é a mesma do
A bacia
mãos na bacia da omissão. agua, a toalha a mêsma..,
a mêsma a
pretorio de Jerugalem, agora de Anázpara
andamos
Nós outros, camisas-verdes companheiros presos
Pilatos. Os
Caifáz, de Herodes para O,
tribunais
violentamente requerem remedi0B
injusta e incompetentes um a um.
de
tribunais vão se julgando
com 0 outro, porque agora justamentepor
comigo, é com o outro, impren.
Não é comigo, é unta
guerra . E, enquanto clamava
batuta invisivel,
obedecendo a uma Natal
sa agsalariada, 0
comunistas pregos
que se
T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 67

familias, os comunistas que, por principio, não crêem em


Dcue, pesáva o silencio judaico gobrc os integralistas afer-
rolhados sem crime, os quais deviam passar o Natal com as
familias,-porque crêem em Deus. Dois pesos c duas mc-
didas!.
Leiamos a primeira página da "Apologetica" de Tertu-
liano. Ela corrobora a primeira lição que nos deu o Evan-
gelho: Si non licet vobis, começa êlc. Já que não vos é
permitido,magistradosdo Imperio Romano, admitir que os
cristãos pleiteiem a sua causa deante do tribunal em que vos
assentaisno mais eminente local da cidade, para a todos dis-
pensar justiça publicamente, solenemente, já que o receio
ou o respeito humano, quando se trata dos cristãos e sómcn.
tc dos crigtãos,vos faz derrogar o direito comum, que exigc
que todo acusado possa responder publicamente ao seu
.acusador;já que, émfim, como se viu ha pouco, vosso odio,
. incapaz de voltar atrás dos julgamentos domesticos, fecha
voesosouvidos a qualquer defesa judiciaria: que, ao menos,
a verdade possa com o auxilio da palavra escrita, chegar
silenciosae velada até vós. Ela não pede perdão, porque
não ge espanta de sua condição. Estrangeira no mundo, sabe
que ec está exposto a encontrar inimigos fóra do seu país.
Caminhacom os olhos no céu, sua patria e sua esperança,
epperar de outra parte crédito ou gloria. Sómente uma
cousadeseja nêste mundo: que não a condenem sem a conhe-
cer. Se permitisseis que ela se defendesse, que poderieis
esperar para essas leis sob seu dominio? Acháis que bri-
lharão mais condenando a verdade sem ouvi-la? Mas, con-
denando a verdade assim, fareis com que se pense que só.
mente recusareis ohlvi-la,
cometendo essa odiosa injustiça,
Porquea não podereis mais condenar depois de tê-la ouvido,

T.ME/NARRADORLIVROS
68 Gustavo Barroso
E dai vossa primeira mágoa, isto é, êsee injusto odio
do nome
cristão. Vossa propria ignorancia quc pareceria dever
culpal•a é precisamenteo que o prova c o torna mai8escan. des.
daloso. Nada mais injusto, com cfeito, do que odiar
o
sc ignora, mêsmo BC o quc sc ignora fôsse odiavel,
porque.
o odio só é legitimo, sabc o que odeia. O acasopóde
fazer
com quc uma cousa que se odeia 8Cjajodiavcl,mas
não
pódc fazcr com que êsse odio seja justo. Já que odiais,
porque não conhcccis o que odiais, por que não vos acónte.
ceria odiar uma cousa que não merece ser odiada?
Disso
conclúo que não conheceis tanto quanto odiais'c odiaisinjus-
tamcntc tanto quanto conheceis. Parcccndo depôr cm vosso
favor vossa ignorancia é, fáto, a testemunha que vos conde.
na. Todos aquêles que nos odeiam cessam dc nos odiarquan•
do começam a nos conhecer. Depois se tornam cristãosc
sc tornam, porquc conhecem. Então, começama detestaro
que eram c a professar o quc detestavam".
A página formidavcl que o velho e grandeapolegeta
escreveu para os cristãos, serve perfeitamcntc para os inte.
gralistas. Lêde o que êle ainda diz: ''O numero (dêsses
novos cristãos) dc tal modo se multiplicou que se alarma•
ram conôsco. Daí a gritaria dc estar a cidade sitiadadea
estarem cheios dc cristãos os campos, 06 castelosc as s.
As peseôas de todas as idades, sexos e condiçõescorrenfi
tar-se nas nossas fileiras. Ficam tristes .com essa
como BCo país .se despovoasse. E todavia ninguemprocura
saber BC isto não 80 dá por causa de algumbem àculto.
Re•
Ninguem trata dc ser mais justo nas suas suspeitas.
caso sómente, a curio•
pugnam cm se esclarecerem. Nêssc outros
a ignorar o que
sidadc humana tem sono. Continua-se
BCdeslumbram em conhecer..

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 69

E Tertuliano concltic para aquêlc tempo c para hoje:


"Si damnascur non et inquiris? Si non inquiris, cur non
cl absolvis?" So condenais porquc mio inquiris? Sc nâo
inquiris, porque nfio absolvcis?
Juizcs do Brasil, estudai o Integralismo, que comparecc
barra do vosso tribunal. Estudai-o e o amareis. Aman-
do•o,vereis de• que injustiças é vitima dos quc o odciam.
Antes de o julgardes, lêdc aquêles capitulos do Evangellto
que pintam,Nosso Senhor arrastado de pretorio em pretorio,
lêdc tambem a pigina magnifica da "Apologetica". Medi-
tai, depois, sobre ela.
Si damnas, cur non et inquiris?
Si inquiris, cur non et absolvis?

T.ME/NARRADORLIVROS
A FAMILIA ATRAVÉS DAS CIVILIZAÇÕES-

Destruição do Estado, destruição da familia c deetruição


da propriedade, eis todo o programa comunista. Antesdc
ser destruido, o Estado scrá hipcrtrofiado numa ditadurapro-
Ictaria quc se apoderará dc todas as riquezasc utilidade'. A e
familia, projeção do homem: no tempo, desaparecerádiante
do amor livre, da promiscuidadelegalizadapela apresentação
do casal a um registrador oficial. Dizem os comunistasque
as vantagens dêssc método são niúltiplas, sendo delas a maior
o desaparecimentoda prostituição. Em verdade,esta sómen•
te desaparecepor sc tornar a regra geral... E a proprie•
dade dei*ará as mãos do particular, do mêsmo modo por que
tem deixado no regime capitalista, em que se concentraás
mãos dc meia duzia dc individuos, afim dc se concentrarás
mãos do tal Estado fadado a desaparecer. Depois,é bem
provavel quc vá parar ainda nas garras daquela meia duzia.
luta, pois, entre os que defendem os quadrossociais
escapos ás tormentas revolucionarias contra êlC8descarrega•
três
das c os que pregam o comunismo se processanêsses
afeiçóee,
setores. No da familia, sobretudo, porque aí estão as
êlc encontra carinho, aféto,
aí está o coração do homem, aí Den•
força, para resistir ás seduções das sereias materialistas.

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 71

tro da familia, sentindo-scpor ela ligado ao pagsadoe ao fu-


turo ao mêsmo tempo, o homcm gorve ag cncrgias, morais ne-
cegsariasa guportar as agruras e sacrificiosda vida. Ela Ihe
dá a moral, a cducação, o cxemplo, tudo o de que carece
para desafiaras durezas da sortc c rcpclir as escravidócgque
disfarçam801)o manto lantejoulantc dc aprcgoadas liber-
dades.
Contra a familia, o comunismo assesta suas formidaveis
bateriagna imprensa, no livro, no cinema, no teatro. Não dá
uma folga. E' um metralhar continuo. Sem o Estado no
sentidocristão, que o protegia; gem a familia, que o escuda;
e sem a propricdade sobrc que se projéta exteriormente,
mergulhadonos coletivismos,o homcm ge tornará um parafu.
BOdc imenso maquinismo. Assim, os maquinistas interna-
cionais,que conservamno seu grupo sinistro as «randcs encr•
già$hurnanase gociais:o Estado organizadosecretamente na
base da disciplina e da fé religiosa, a familia intangivel o
conservandoa pureza do sangue que veiu da Asia ha dois
lililanos,e a propriedade do ouro de todo o mundo, tomarão
conta da máquina e farão dcla o quc quiserem. Com êssc
t;
plano formidavol, o judaismo néo-messianico prepára s o
seu
dominiosobre a cristandade escravizada.
A guerra á familia ás vezes reçuma um odio terrivel
atravé8do que escrevem os Ncomunistas vermelhos.
'K fami-
geradasenhora Alexandra Kollontai, embaixatriz da Russia
govieticana Noruega, onde se apresentou
ostentando faustosa
pelicacomentada por todos os
jornais do mundo, declara:
familiaé o marido e a mulher unidos entre si e separados
da coletividade,
Temos necessidadc disso? Evidentemente
não"! No seu livro
"La Russie bolcheviste á travers sea
Savatier cita as seguinteg frases proferidas em alguns

T.ME/NARRADORLIVROS
72 Gustavo Barroso
seita: "Nenhuma
congressos comunistas pclos cornacas da
cvolucão será possivel enquanto existirem a familia e o cepi.
rito de familia... A familia é uma instituição inventada pela
igreja (Bic)• • • E' ncccssariodestruir a familia". "Para quo
a Revolução possa vcnccr, precisamos da mulher. Para obtê-
Ia, tmnosdc arrancá-laao lar, destruindo nela o saentimento
egoistac institivo do amôr materno. A mulhcr que ama ecus
filhos não passa duma cadela, duma fêmea".
Se não estivcssc escrito, nãó BCacreditaria, tão baixa é a
linguagem. Mais do que a injúria ao que a mulher tem dc
mais sagrado, ressalta a vulgaridade dag expressões c a falta
dc intcligcnciadc violcntamcntcsc opôr a uma Ici natural:
o amor da prole. A mulher quo lêr isso c fôr comunistanão
ó mulher, é uma dcgcncrada incapaz da gloria da materni-
dade. E' a superposiçãodo instinto sexual e 8ómentedêlc
á finalidade moral c social dos povos quo se pretende com
esea doutrina, conformc muito bem diz o professor Vicente
Ráo, acrescentando êstc comcntario: ' 'o individuo devc inte-
grar-sena comunidade; ora, a familia é um obstaculo quo
interpõe c impede essa integração, logo, é preciso destruir a
familia. Por quc fórma? Pela legislação pomposamentero•
tulada de Codigoda Familia, até que as circunstanciaspcrmi•
tam a dcclaracãoformal c franca dessa destruição...
Das frases alinhadas por Savaticr uma merccce especial
refutação, aquela que afirma ser a familia invenção da Igreja
Ela só pódc ser fruto da ignorancia fantaziada dc ciênciaou
da má fé vestida de cinismo. Os comunistas tecm descomum
com os positivistas o dogqnatisrnodas afirmações. Atrazados
em todos os rmnos dos conhecimentos dc uni seculo pelo
menos, êles vão espalhando frases feitas que julgam irrespon•
divei8 e fazendo afirnraçóco inteiramente aéreas, .como êsseg

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 73

rapazes que lêram dois ou tres livros e se julgam já chcios da


sabedoria dc Salomão. Essa é, como sc diz vulgarmente, de
arromba! A familia, invenção da Igreja! O autor não se
dá ao trabalho, ao menos como o soberbo Plekhanov e o pre-
tenciosoBebcl, dc mascarar com uma erudição barata, suas
afirmativas capciosas, que, como bons judeus, julgam destina-
das a fazer pasmar os povos. .Não. E' ali, no duro: a fami-
lia foi inventada pela Igreja !
Com essa leviandade sc trata aseunto dc tão magna im-
portancia numa camapanha de idéas destinada a mudar a
face da sociedade! Aquilate-se, pois, pelo exemplo concreto,
da probidade inteletual dos propagandistas do comunistno.
Em pleno seculo XX, quando os livros dos melhores autores
estão ao alcance das mãos dos inteletuais, não se pejam dc
escrevere dizer isso, imagine-se o que soprarão, sem contrôle
de especie alguma, aos ouvidos das massas escravizadas da
Russia, envenenando-as conscientemente por sucessivas gera.'
ções !
E o comunismo que disse essa formidavel asneira sabe que
a familia não foi inventada por nenhuma igreja; sabe de
fonte limpa que ela corresponde á primeira necessidade do
homeme que um verdadeiro estado de promiscuidade nunca
se observou dc verdade entre povo algum; sabe mesmo,
bastando-lhepara isso abrir o evolucionistaTopinard que até
os gorilas e 08 chimpazés são monógamos, zelam a fidelidade
dasesposase teem afeições
familiares. Nem os que admitiram
as teorias de Darwin, de
Lamarck e de Geoffroy de Saint•Hi-
laire chegaram ao ponto
de semelhante asserção, porque ve-
rificaramo esboço da familia entre
os proprios primatas.
Dê8deas mais remotas éras, a associação de pessôag do
sangue, vivendo sob o mesmo tecto, ligadas pela afei-

T.ME/NARRADORLIVROS
Gustavo Barroso
são e pelo respeito, cxistc sem contestação. 'As fórmasusuais
dcssa associação familiar variaram c variam de acôrdocom
as religiões, os usos, as condições do meio, etc.; porém,atra.
vés das mutações,a associação basica subsiste sempre acoma
sua basc moral e a sua alta função social. Não ha sociedade
Inimana alguma, por mais"primitiva que 80 apresente,
familiaL Essa familia pódc ser monógama; poligama,polian.
drica, csogamica, cndogamica, é sempre familia, sujeitaa re-
gras fixas, a um codigo moral c gerando uma série de devereg
c obrigações. O proprio Morgan, tão do agrado de certos
autores socialistas, rcconhccc que a familia não é estaticae
eim dinamica, evoluindo constantemcnte para as fórmassupe.
riores. Verifica-se a existencia da organização«familiarentre
os povos colocados mais baixo na escada antropologica,veri•
fica-se a sua varicdadc dc fórmas institucionais, verifica•€e
o
scu progresso constantc e Bóec não verifica a sua inexistencia
até aondc a indagação humana •póde chegar.
Já se foi o tempo cm que Bebcl e os socialistasdo seu
estôfo, tratando da situação social da mulher atravésdos
tempos, sc baseavam nas pseudo observações de Morganc
Sachofen, como nag suas interprctaçócs da instituiçãoda fa.
milia entre os povos selvagcns. Foi a época da tal familia
sindiasmica dos indioe iroquêses da America do Norte,na
qual a designação dos gráus de parentesco não dependiadês•
ses gráus, porém do sexo dos parentes. Isso fundava40na
falsa observação c ainda mais falso comentario do modoafe•
Foia
tuoso dc certos povos indigenaetratarem a parentela.
familia baseadana
época tambcm da tal familia punaluana,
pensando atingit0
simples companhia, sobro a qual, radiante,
páginas.
nec plus ultra, Engc18 arquitotou meia duzia do

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 75

Hoje, o caminho da ciência vai muito longe, o acervo


das observaçõesreais c seguras é muito grande c, 80brc a ma-
teria, ao invés dc projétos esparsos de teorias, ha teorias corn-
pletas, solidamente costruidas c defendidas com documenta-
cão proba, irretorquivel. As familias punaluana c sindiasmi-
ca fôram recolhidas ao muscu da antropologia e da sociologia.
Nos nossos dias, vence a grande teoria dos circulos ou ci-
clos culturaisetnologicos,em todas as manifestações da vida
da humanidade. Aplicando-a á instituição da familia, W.
Schmidtescreveu a sua obra magnifica: und Kultu-
ren. Segundoase e os grandes sabios atuais na materia, nós
encontramosá face do planeta, antes das civilizaçócsque po-
deremos denominar quaternarias, do presente, primitivas,
primarias, secundarias e terciarias. Em nenhuma delas, a
promiscuidadee a ausencia de sentimento religioso. Pelo
contrario,me todas sem excepção, dêsdc a mais infima, o cul-
to a Deue e a familia organizada 801)esta ou aquela fórma,
mas familia no verdadeiro sentido da palavra.
Senão, vejamos:
De acôrdo com•W. Schmidt, temos em primeiro lugar as
chamadasCivilizaçõesPrimitivas que abarcam toda a escala
dospovosmais rudimentares da terra. Seu 1.0 tipo é o dcno.
minadoda Civilização exógama-monógama,isto é, do casa-
mentocom uma só mulher fóra da tribu. Incluem-se nêsse
tipo os PigmeÜsc os Pigmoides, os indigenas das ilhas do
Sul, do sudeste e do centro da Africa. Essa civilização sc ca-
raterizapela crença em um Ser Supremo, a familia monóga•
Ina,a liberdade do casamento e o regime de propriedade in•
dividual,mamo do sólo. Seu 2.0 tipo é qualificado como da
Civilizaçãoexógama com totemismo sexual... A êle pertencem
08 Australianos de sudeste e os Fuegianos. To•

T.ME/NARRADORLIVROS
76 Gustavo Barroso
dos acreditam em um Scr Supremo c praticam
a
com o totemismo dos ecxos, isto é, cada casal monogamia
emblemas totcmicos dos antepassados da tribu.dcvc-rcunir08
-seu 3.0tipo
&conhecido como da Civilização exógama com
direitos iguais.
Enquadram-se nêlc os povos• árticos do nordeste
da Asiac da
America. Continúa a crença no Scr Supremo c
a liberdadede
casar fóra 'da tribu. A monogamia apresenta•sc
um tantocn.
fraquccida, porém ha igualdadc dc direito entre o homem
c a mulher. Seu 4.0tipo é um tipo hibrido
chamadoCivili-
zação do Bumerang, porque 08 povos que
lho pertencem
usam como arma dc guerra c dc caça êssc bastão
dc arrctncço.
Nêlc se Inccsclamos três tipos anteriores. E' a
civilização
povos da maior partc da Australia, do sul da África, dos
do Su.
dão meridional, das regiões supcriorcs do Nilo, das
camadas
dc população mais antigas da America do Norte. Na
.sua
crença, o Ser Supremo começa a confundir-se com o primeiro•
antepassado da tribu, e aparecem os primeirogrudimentos
duma mitologia lunar. O poder da tribu sobrelevao poder
familiar do pai. De um modo geral, a monogamiaó
praticada.
Passando ás chamadas Civilizações Primarias, que repre•
sentam um estagio dc evolução imediatamentesuperior,en•
contramos outros quatro tipos. 1.0 a Civilizaçãoda Gran•
de familia dos povos pastores uralo-altaicoe,indo•
europeus c semitas-kamitas. Firma-se o direito paterno,o
patriarcado; o Ser Supremo confunde-se com o Céu,espécie
dc Urano dos gregos primévos; a familia individualalarga•
sc na grande familia; esboça-?e certa autoridadedos avós;
aparece o direito dc primogenitura que asseguraas sucess6e;
c, ecgundo a quantidadc c valor dos rebanhos,a propriedade
divide os homens em ricos o pobres. 2.0 — a Civilização

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 77

exógamac totemista da Grande Caça, de que participam os


habitantes do sul e leste da Australia, da Nova Guiné, do no-
roestee nordcstc da África, do noroeste da America c 08 Dra-
vidianosorientais da India. O Ser Supremo deixa de con-
fundir-se com o Céu e passa a confundir-se com o Sol. Culto
dos antepassadosmasculinos. A familia constitúe-se por exo-
gamia,mas nos clans e sob os emblemas dos totens. Pratica-
se a circuncisão e a monogamia. Forma-se o Estado rudi-
mentar que prepondera sobre a tribu e pobre a familia.
3.0— a Civilizaçãoexógama da Pequena Cultura, que abarca
parte da Melanesia e da Indonesia, o noroeste da Indo.China,
parte•da Africa oriental, o sul da Zambezia, a região dos
lagos da America septentrional e a America Central. Tem
uma
caráter matriarcal. O Ser Supremo é substituido por
Divindade Superior feminina considerada como Primeira
Mãe, a Lua. A propriedade individual do Sólo compete á
mulher. Ha um começo de poligamia e os casamentos são
feitos fóra do clan.
Atingindo a um gráu superior de evolução, vamos encon-
trar as CivilizaçõesSecundarias e Terciarias com seus diver-
806tipos. 0 1.0 representa a fusão da civilização exógama
com direito paterno com a civilização exógama com direito
materno. Vemo-la no sudeste da Australia e entre os primi-
tivos Egipicios, Fenicios, Aztecas e Inca. Como se fundiram
as fórmas familiares, fundem-se as fórmas religiosas. O culto
do 801mistura-seao da lua. O parentesco não é mais regula-
do pela familia ou pela .tribu, porém pelas frátrias. Estabe-
lecem-geas cidades e acentúa-gede vez a preponderancia do
Estado. 0 2.0mostra a fusão da Civilizaçãoda Grande Fa-
milia com direito paterno com a Civilização exógama com
direito materno, em certos povos da Indonesia, da Indo-Chi•

6 — g. CATOUCUMC
T.ME/NARRADORLIVROS
78 Gustavonarroso
na, do sudeste da America do Norte, do nordeste
do Sul, os Bantú8 africano€ c 08 Todas da da America
India. Rende-se
culto a dois deuses primordiais: o Deus.Céu c
o Deusou
sa-Terra. Faz-se sentir na familia, acima da Deu.
autoridade(108 01
pái8, a autoridade dos avó6. Pratica-se a
poligamia,embora
não de modo geral, isto é, a familia BCconstitúc
comdiversos
maridos para cada esposa por endogamia,
realizando.gc08
casamentos dentro da tribu. 0 3.0 realiza a fusão
da Civili.
zação da Grande Familia com direito, paterno
livre a
Civilização exógama com direito paterno. Nêlc
Bcincluem
alguns povos dravidianos c africanos. Confundcm•ge
o Deus.
Sol c oDeus-Céu. O totemismo pa88a dos clang para OB
reba.
nhos que lhes pertenccmp Surge o despotismodos
chefes,
dominando qualquer outra fórma de autoridade. 0
óa
mistura dos três precedentee. Compreendc a India, a
China,
a Mesopotámia, o Meditcrráneo, os Egipcios, os Aztccag,08
Incas e os Maias mais recentes. A religião ge manifestape•
10s grandes sistemas mitologicos. A sociedade divide-secm
profisões e classes. A escravidão alastra-se. Alicerçam-se
as
monarquias e as castas sacerdotais. A familia constitúe-se
com a poligamia. Entretanto, a mulher legitimatem sem.
pre o primeiro lugar. As outras são excepçõesadmitidas,ou
toleradae. E' o concubinato com mulheres livres e, maisge•
ralmente, com as escravas.
E' daí que passamos para a familia grega e para a fa•
milia romana. Do direito de familia dc Roma e do Evan•
gelho vem todo o direito de familia da civilizaçãocristã. E
cssa rapida excursão através de todos êsses tipos de civiliza•
Cão, dêsde os mais rudimentares até o mais adiantado,á sa•
ciedadc, demonstra a infantilidade (106argumentos c assere
Góesde que a familia é mera crcação da Igreja. Ela é an•

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 79

tcrior dc mileni08 c milenios. Sua organização obcdcccu


a nórmas várias, scgundo os povos, as condicócg de cxistcncia,
o gráu de progrcsgo,o ecntido da vida social; porém, sem or-
ganização familiar ---- exógama, endógama, poligama, polian-
drica ou monógama, é que não houve civilização alguma á
face da terra. Promiscuidade, comunhão das mulheres, amor
livre, como querem os comunistas, isso nunca existiu, nem
entre os miseros selvagens do Mar do Sul e da Terra do Fogo,
sendo dc notar quc a crença no Ser Poderoso c a monogamia
se encontram na aurora de todas as sociedades em formação.
O comunismo encarniça-secontra a crença no Creador,
no Ser Supremo, em Deus porque d'Êle vem, em ultima aná-
lise, o sopro misteriosoque tangeu dêsde os primeiros passos,
na senda áspera e ascendentede sua evolução, a humanidade
inteira. Sómentc Deus póde dar um fundamento moral, du-
radouro, estavel, á autoridadc do Estado, á autoridade do
chefc da familia e ao direito de possuir. A sociedade tem
de repousar sobre verdades eternas. Na sua Carta Enciclica
Divini Illius Magistri, o Santo Padre Pio XI declara com pro-
fundcz filosofica: ''A' familia, na -ordem natural, Deus co-
munica imediatamente a fecundidade, que é principio de Vi-
da e, por isso, principio de educação para a vida, simultanea-
mente com a autoridade, que é principio de Ordem".
Nód somos os representantes duma grande civilização
milenaria que se radica em três grandes bases historicas: a
filosofia e a arte greggs,o direito romano e a religião cristã.
Todos quantos neguem qualquer uma dessas bases são nossos
inimigos natos, inconfundiveis e inassimilaveis. Quem negar
as três só póde almejar a nossa completa destruição. O co-
munismo nega-as e combate-as. Filho do espirito judaico,

T.ME/NARRADORLIVROS
80 Gustavo Barroso
tem obrigatoriamentc de proceder assim. O judaigmoé ane.
gação da arte c da filosofia helenas pela propria C88cncia,
a
negação do direito romano pclo direito das glosa8talniúdicag
aplicado pelo Beth-Dine, c a negação da divindadedc
Cristo.
O seu escôpo, para dominar o mundo através dc dua8etapas
capitalismo-individualigta e comunismo•marxista tem
de
ser, fatalmente, acabar com Deus, com a Familia,coma Pá.
tria c com a Propricdadc. Reação contra ê88Capocalipge, o
Integralismo arvora o lema inverso: Deus, Patria e Familia.

T.ME/NARRADORLIVROS
A CONJURA DAS TREVAS

AB sociedades secretas, organizadas em compartimentos


estanques e superpostos, fontes de iniciação nas doutrinas
talmúdicas e cabalistas, são destinadas a transformar os cris-
tãos em "traidores mais ou menos inconscientesda propria
pátria e da propria fé, em proveito do judeu cabalista, que
tem a ambição de conquistar pela astúcia c pela traição o
dominio universal". Esta é a opinião de Louis Dasté em sua
formidavel obra ''Les societés sécrêtcs et les juifs".
Entre as sociedades secretas, todas clas definitivamente
condenadaspela Santa Sé, a de maior vulto e importancia é,
sem dúvida, a maçonaria,que estuda e investiga os assuntoe,
dá curso ás ordens recebidas, faz prosélitos, propaga idéas c
prepara 08 povos parasa realização lenta dos planos judaicos,
envenenando-oscom idéas dc aparecencia liber 1 e filantro-
pica, na maioria irrealizaveis,mas todas, no fun o, destrui-
doras dos lineamentos da ordem social. Com elas, o Governo
Oculto de Israel pretende dominar o mundo. E os que ser-
vem á maçonaria ignoram que, atingido êsse desideratum,
serão, como preceituam "Protocolos dos Sábios de Sião",
devidamente eliminados.

T.ME/NARRADORLIVROS
82 Gustavo Barroso
sombra (lêsse agente preparatorio, a dominação
ju.
daica se estabelece, passando desperccbida• á maioria doa
proprios maçons. O segredo maçónico, nota num estudo
cienciosoo duque de Ia Victoria, esconde c protegeo Poder
Oculto Internacional, estabclcccndo cm todos 06 organismos
governamentais e sociais as divisões dc que resultatn todas
as suas fraquezas.
A congpiração judaico•maçónica contra o mundo cristão
é uma conspiração permanente. Jean Berger, na gua famosa
obra "De l'initiation chez ICSJuifs", afirma o seguinte: "Por
necessidade ou natureza, os judeus sempre procuraram,
utilizaram e amaram o misterio, e, dêsdc o tempo dosroma.
nos, tecm um governo oculto organizado! cabala viveuc
continúa a viver, diz o historiador protestante Mattcr,no
mais profundo seio dos misterios da maçonaria. Uma 'de
suas raizes, a Ordem dos Templarios, estava enfartada de
judaismo. Na insuspeita opinião dc Eliphas Lévi, maçonc
apóstata, seu fim secreto era a reconstrução do Templode
Salomão, em 'Jerusalcm; seu modelo, OBpedreiros guerreiros
dc Zorobabcl; suas tradições, as do Talmud; ecu ideal, a do•
minação do mundo, suplantando a Realeza e o Papado.
Outra dc sua raizes mergulha nos Rosas Cruzesdo século
XVII, que Claude Jannet, no seu documentado livro "Lea
précurscurs dc Ia franc-magonneric", declara derivadosdire•
tamcnte da cabala judaica. Essa corrente cabalistainfiltrou•
sc nas corporações de pedreiros da Inglaterra, que gozavam
dc grandes franquias por 8êrem construtores de edifici08pú•
blicos c tcmp106,vindo daí o nome de pedeiros•livreg.
depoimento de Preston em "Illustrations of Masonry•
XV'
A maçonaria surgiu em França no reinado de Luiz
fúteis
cm 1737, com grande aceitação de parte dos fidalgos

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 83

e desmoralizadosda côrtc, ávidos dc novidadcg. Relata um


cronista coevo quc ecu aparecimento BCdcu apesar do "in-
violavcl segredo" dc suas assembléag''ocultas c perigosas
para o Estado". Vinha da Inglaterra c o cardeal dc Fléury,
primeiro ministro, mandou fechá-la á força. Iniciava a pre-
paração do terremoto dc 1789.
Com o marquês dc Pombal, a maçonaria penetrou no
reino lusitano; onde começou,ecgundo Mario Sáa, a era dos
maçons, na sua quasi totalidade cristãos novos, isto é, judeus
convertidos. No Brasil, as lojas maçónicas datam doe últi-
mos tempos do regime colonial. Precederam a transladação
da Côrte portuguêsa de mais ou menos um quarto de século.
Umas fôram instaladas sob os auspicios do Grandc Oriente
luso, algumas sob os do de França e outras independentes.
Fundaram-se no Rio de Janeiro, Baía e Pernambuco, conta
Manuel Joaquim de Menezesna "Exposiçãohistorica da ma-
gonaria no Brasil".
Joaquim Felicio dos Santos, que pertencera a sociedades
secretas, conforme depõe seu sobrinho, o dr. Antonio Felicio
dos Santos, diz não saber como se introduziu a maçonaria no
nosso país, mag que, no meado do século XVIII, já funciona.
va na Baía o Grande Oriente, "começandoseu trabalho lento,
oculto, persistente para a nossa independencia".
A independencia dos países americanos,na opinião dum
historiador probo c erudito como Marius André, não era
propriamente um fim para a maçonaria, porem habilissimo
meio de enfraquecer Espanha e Portugal, os dois maiores
inimigos do judaismo. Disfarçada com essa e outras habili-
dades, confessa o "Univers Israélite" de 26 de julho de 1907,
a Buaação ora é visivel e retumbante, ora é Burdae latente,

T.ME/NARRADORLIVROS
84 Gustavo Barroso
c "a história judaica corre paralela á história universal,
trando-a por mil tramas".
O fim raumbantc da indcpcndcncia magcaravao fitn
occalto do esfacclamcnto da monarquia católica de Portugal,
com 0"c8facelamento posterior, pela anarquia e pela repu-
blicanização liberal da nova nação que 80 formava para '8er
pasto das Internacionais do Ouro e do Sangue;
A ação maçónicaBCfez sentir cm 1789,na Inconfidencia
Mineira; cm 1794,na conspiração do Rio de Janeiro; em
1798, na abortada revolta dos alfaiates da Baía; em 1801,
1802,no plano gorado das Academias gccretas de Pernambu-
co para a proclamação duma república sob o patrocinio do
Primeiro Consul Bonaparte; na revolução dc •1817,nos tu•
multos de 1821c na proclamação da independencia.
Continúa com o Primeiro Reinado, na Confederaçãodo
Equador, em 1824. A indcpendcncia estava feita. Queriao
separatismo e a república. Abala os fundamentos do Impe•
rio até a abdicação de 7 dc abril dc 1831. Não sc contenta
com isso e pcrtuba todo o periodo da Regencia. Está na
Sabinada, na Cabanada, na Balaiada, nos Farrapos, na rcvo•
Iução• dc 1842,cm São Paulo e Minas, na da Baía, cm 1833,
no assassiniojuridico de Pinto Madeira, no Ceará, em 1834.
A Maioridade não a desarma. Manifesta-seem toda a ação
politica interna e externa da Monarquia, utilizando-sedos
proprios monarquistag. Faz a revolução Praieira. Em 1873'
agita a questão religiosa. Depois, suscita a questão militar.
Por fim, BCaproveita da questão da escravidão. Os fins hu•
manitarios encobrem gempre os meios dissolventesda coesão
nacional o dc seu espirito cristão.
Proclamada a República, com sistema federal, obra
sua, não socega. Sente-se seu dêdo diabolico nas agitaçõese

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 85

rebeldias, nas lutas hegemonicas dos Estados o nas guerras


civis, na feitura das leis c no ensino que desmorona, nag
sucessõespresidenciaisc nas indisciplinas dos *quarteig.
Não para, não descansa. Away! Atvay! como o gatope
do cavalo que arrasta Mazeppa...
Por que?
RespondaFirdel, autor maçon e judeu, em ' 'Die luden
als Freimaurer": ''E' antes uma luta pelos interesses c do-
minio do judaismo do que uma luta pelos interesses da huma-
nidade. E, nessa luta, o judaismo sc revela como o poder
do-
minantc a que a maçonaria deve submeter-se. Isto não nos
espanta, porque, de modo oculto e cuidadosamente
disfar-
gado, o judaismo já é de fáto o poder dominante em
muita
loja da Europa".
Respondao judeu dr. Isaac Wisc, no seu artigo do '
Israelit" de 3 dc agostode 1866: "A maçonaria é 'Thc
tituição judaica". uma ins-
Responda Von Wedell em C'Worurtheil Oder
Hags": ''No mundo maçónico ee verifica berechtiger
com pavor a in-
fluencia que tomaram os judeus".
RespondaGougenotdcs Mousseauxem ''Le
daismeet Ia judaisation des peuples juif, le ju-
chrétiens": "A maçona-
ria é uma imensa associação,cujos
raros iniciados, isto é,
os verdadeiros chefes, que se não
devem confundir com os
chefes nominais,vivem em cstreita
e
membros militantes do judaiemo, intima aliança com os
alta cábala". principes e imitadores da
Responda a "lihstorische
em .1882: "Em Londres, Politigche Blatter" de Munich
quaisjamais penetrou existem duas lojas judaicas,
um cristão, ás quais vão nas
ter os fios de

T.ME/NARRADORLIVROS
86 Gustavo Barroso
todos os clcmcnt0B revolucionarios quo atúam nag lojas
cristãs".
Responda Ilcnry Mi81cycm uma dc suas "CartaÑ': "co.
nhcço um pouco do mundo c sci que cm todo êssc
futuro que BCestá elaborando somente quatro ou cinco in.
dividuos dão cartas. Os outros pensam que dão e se on.
ganam .
Responda, afinal, o docunicntadi88imoDeschamps cm
"Des sociétés sécràtcs"; ' 'Aliás, o proprio judaigmo é uma
maçonaria. Tanto pela intima solidariedade quc une seus
mcmbros como pelo cosmopolitismo que os põe fóra da idéa
de pátria c ainda pelo gcu odio ao cristianiemo".
Estas respostas ajudam-nos a compreender o porque dC8•
sa permanente conspiração das trevas contra a civilização
ocidcntal cristã. Conspiração incessante do Grande Oriente
contra o Grandc Ocidcntc. O Integralismo tem sentido cons-
tantcrnente 08 efeitos dessa conspiração. Movimento claro e
desassombrado,êlc não podc recear a conjura das trevas, quc
BCacita no segredo c procura a calada da noitc com medo
da luz. Simbolo do Espirito do Século XX, destina-sea var•
rer do Brasil 08 espetros noturno€ do anti-cristianismo.

T.ME/NARRADORLIVROS
NEM MEDIEVAIS, NEM EXREMISTAS

Em um de seus livros mais palpitantes, "Tcmpête sur


le monde", o conde Léon de Poncins, depois de demonstrar
que, no mundo atual, não existem felicidade e progresao,
mas miseria e confusão, pergunta o quc ha de mudado na
vida dos homens. Nada, em verdade. O que ha é uma
imensa hipocrisia, uma mcntiralha judaica, anti-cristã, co-
brindo com seu véu dc palavras ôcas c de frases feitas crimes
c erros mais hediondos do que os imputados aos tempos
antigos.
A guerra, contra a qual tanto se grita, continúa na or-
dcm do dia: guerras civis, guerras nacionais, guerras colo-
niai8, guerras de conquista, guerras sociais, guerras de raças.
Cada conferencia de desarmamento resulta num ridiculo. To-
dos se preparam para novas guerras em perspectiva. Nc-
nhum governo tem coragem para arrancar das mãos crimi-
nosas do capitalismo internacional o infame negocio da fa-
bricação e venda de armamentos. Enquanto as indústrias
dc guerra não fôrem monopolio dos Estados e continuarem
no poder de particulares, enquanto um espirito cristão não
alortear a politica das Nações, os congressosde paz serão me-
rag palhaçadas.

T.ME/NARRADORLIVROS
88 Gustavo Barroso
O crime campêa muito mais do que outrora,onag
épocas
que os inimigos do cristianismo denominam de ob8curanti8.
mo, justamentc nos paíeeg representativos dos dois
extremog
judaicos do mundo moderno — o capitalismoc o comuni8.
mo: Estados Unidos c Russia. Naquêlc reinam o ganggter
c 08 sacrificadores dc crianças; nêBte, o P'Oderpúblico decreta
a pena dc morte para criminosos menores do doza anos! As
sociedades secretas assassinam reis c presidentcg ou suicidam
cúmplices perigosos como Krucger, Lowcnetein e Staivin8ky.
Lampcão é um anjo dcante dos AI Caponc e dog Dillinger.
Ha nos Estados Unidos, segundo Kavanagh, 118 mil agga88i.
nos. Na Russia, as crianças abandonadas vivem aos
milhõee
na senda do crime.
A fome impera como nunca imperou nog temposquc
a mentira historica dos maçons denominam ominosos:fome
constantemente em varias regiões da Russia, dê8de 1921';fo•
mc constantemente na China convulsionada; fomo constan•
temcntc no operariado escravizado c explorado pela ganan•
cia capitalista; fome constantementenos milhões de desem•
pregados da Europa e da America, vitimas duma @conomia
anti-cristã; fome ainda recentemente, devastando as aldeiag
da Bessarabia.
A escravidão continúa sob outros aspétos e com outros
nomes. A abolição dc ordens e hierarquiag, escravizou08
homens ao bruto imperio das necessidadescoletivag. A mor•
te da cspiritualidade e da fé escravizou-osá materia. O in.
dustrialismo sovictico ou capitalista tornou-se simples
quinas dc trabalho e reprodução. Seus senhores nominaise
humanos desapareceram para dar lugar a senhoresanóni•
Inos c deshumanos. O valor do homem, pela perda de sua

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 89

pcssôa, criatura dc Deus, baixou do qualitativo a quantitati-


vo. No seu livro c'LC mondo sans âmc", Daniel Rops com-
para Catão, vendendo os escravos cnvelhccid08,como ferra-
gem velha, com Ford, despedindo encanecidos opcrariog, por-
que estavam enferrujadog... A grande liberdadc maçónica-
judaica do mundo de hojc é a "liberdade dc morrer do
fome"...
Os impostos São mais complexos, numerosos c escorchan-
tes do que os de todos os tempoe. A opressão fiscal toma o
individuo no berço c só o deixa no túmulo. Paga-se imposto
para nascer, viver c morrer. Paga-se sobretudo do que se
come, se bebe, ge veste, sc faz, se compra, ge vende, sc dá, BC
transmite, 80 troca. E, deante dos tributos de hoje, as ga-
belas e dizimos medievais, tão falados, são ninharias.
O tráfico dc carne humana não é mais público c, notÓrio,
costumeiro e legal, como no tempo dos negreiros; porém sc
exerce industrializado internacionalmente,ás escondidas, de
fórma mais vil c mais infame. Todas as policias do globo
confeseam-scimpotentes contra a prostituição em grande es-
cala, organizada pelos proxenetas judeus, através da socieda-
de secreta Zwi Migdal, com ramificações em todos os países e
ocultamenteligada á alta finança...
A tortura judiciaria abolida por Luiz XVI antes da Re-
volução Francêsa e que passa como conquista do liberalismo
continúa de fórma peor, porque ilegal. Na Idade Média,
era aplicada aos criminosos relapsos, de acôrdo com a lei,
que a dividia, conforme os casos, em ordinaria e extraordina-
ria.¯ Havia salas com instrumentos de tortura, que os juizcs
mandavam aplicar legalmente, em sua presença. Quem co-
metia um crime e não o. confessava sabia que passaria por

T.ME/NARRADORLIVROS
90 Gustavo Barroso
aquilo. Agora, nenhum código impõe suplici08 c ai! dc
quem falassc cm capitulá-los na Ici. Mas as policia806irn.
põcm ao alvedrio dc delcgados ou comissari08,ocultamente.
E pcorcs! Os policiais norte-americanos 8ão«verdugos hor.
rivcis, quando arrancam a confissão dos criminosos. O
tcmunho das propriag fitas do cinema iánqui é insuspeito,
Em toda a parte se aplica o jcjurn, a 6êdc, os máus tratos,08
interrogatoriosinfindaveis,o cano dc borracha e até os pali-
tos chinêscs nas unhas, as solitarias e as geladeiraa. Tudo
sem assistencia do juiz c sem fundamento legal.
A magia era pceadêlo das autoridades medievais e da
inquisição. Ela prossegue livre de peias c, portanto, mais
intcnsa no seio das sociedadcs ultra civilizadas e ateistas com
todo o ecu decantado progrceso. Os jornais estão cheios dc
anuncios dc videntes c cartomantes, quc entrevistam a cada
passo. O baixo espiritismo prolifera. 08 curandeiros- se
multiplicam. Os que negam os milagres de Lourdes pere•
grinam aos sertõt8 atrás dc qualquer santa dos Coqueiros.
As pessôasquc não entram mais nas igrejas, porque isso saiu
da moda para os chamados espiritos fortes, vão consultar os
pais de santo nos morros, porquc isso está tão na moda que
todos os visitantc€ilustres que aportam á Guanabara são le•
vados ás macumbas das favelas...
Até o Páteo dos Milagrcs,imortalizado por Victor Hugo,
cxistc tal qual, com scUs truões c mendigos falsos, 08 quais já
fôram defendidos oficialmente pelo imortal decreto positi•
voide do general Itabêlo. Quando as policias do Rio ou do
São Paulo os apanham, encontram nos seus farrapos contos
dc réis ou cadernetas dc depósitos
nos bancos e na Caixa
Economica.

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 01

Entretanto, quem lêr jornais, livrog o (ligcurB0B liberai"


dêste apodrecido século verá que todos só falatn libcrda•
dc c em progresso, palavras que escondem hipocritajncntc
todas as mazelas c sujidades duma sociedade descristianizada.
Raramcntc se manifestam contra as mais aparentcg. O tcm•
po é pouco para semear infernal confusão nos espirit0Bc cx•
piorar comercialmente os escándalos e as dôreo intimag do
próximo.
Chamam, todavia, o Integralismo de medievalismo, por-
que deseja um governo MORALMENTEFORTE para com-
bater essa calamidade geral. O Integralismo é contrário a
essa profunda hipocrisia, contrario ao armamentismo provo-
cador de guerras internacionais,aos partidos geradores dc lu-
tas civis ás sociedades secretas anti•cristãs, ao comunismo, ao
materialismo c ao ateismo; contrário á economia anti-social
quc queima excessosde produção enquanto se morre dc fome,
á escravidão do homem ao capital, á máquina e aos instin-
tos; contrário aos impostos asfixiantes que matam as iniciati-
vas e as riquezas, empobrecendo os povos para engordar o
Bezerro de Ouro do judaismo sem pátria, manobrador de
bôlsas e de emprestimos,contrario á credulidade e ao caftis-e
mo judaicos, aos que exploram a credulidade pública e aos'
que desviam sua atenção dos problemas nacionais, estabele•
cendo a confusão geral. Quer abolir torturas escondidas o
covardes com uma legislação que permita punir com rigor,
mas justa e legalmente, os que atentem contra a ordem, a
segurança, a tranquilidade da familia, os destinos da Pátria.
Quer uma justiça social que não permita mais a possibilidade
das escravizações" coletivas e individuais, estabelecendo o res-
peito á liberdade e á dignidade da pessôa humana. Quer

T.ME/NARRADORLIVROS
92 Gustavo Barroso
uma educação cristã que espiritualize o homem
e
ao dominio do pragmatismo e do materialismo,o arranque
como criatura dc Deus. Quer uma organizaçãoelevando.o
c politica cm quc não haja mais possibilidadeseconomica
dc vidasá
parte, nas sombras c nos disfarces, 08 Eetados
secretosdentro
do Estado aparente. el

Ncm medievais, nem extremistas; mas cristãos


e dignog.

T.ME/NARRADORLIVROS
CORPORAÇÃO OBRIGATORIA E
SINDICALIZAÇÃO LIVRE

O Estado Integral, nos termos de sua doutrina, respeita-


rá a liberdade e a dignidade da pessôa humana.
Assim, deve respeitar ás projeções dessa peesôa, que BC
afirmam no tempo e no espaço como seus direitos naturais,
isto é, com direitos resultantesde sua propria natureza, "an-
teriores" c "superiores" ao Estado, o qual sómente os regula-
rá, cqordenará e protegerá.
Porque, na bôa doutrina da Igreja, que está e estará
Bemprecom a Eterna Verdade (V Cardeal Mercier. "Codi-
go Social", 41-42), o Estado é simplesmente uma "pegsôa mo-
ral" formada de individualidades substancialmente distintas,
mas unificadas num todo ("Civitas est totum", ensina Santo
Tomás). Todavia, esta unificação não póde ir dc encontro
á divergidadenatural pois que o Universoe tudo o que con-
tem São sempre diversidadcna unidade; não pode tirar a
distinção eubstancial das individualidades e, por isso, o E.a-
tado está sujeito ás mêsmas regras e leis morais que 08 indi-
viduog;
Sua personalidade não dimana do Direito Positivo, mas
do Direito Natural.

7 t. catoucuM0 T.ME/NARRADORLIVROS
94 Gustavo Barroso
Ora, não se entende o Estado Integral fóra dê8iC8
mentos fundamentalmente criBtãos. São
linea.
ê8te8, justamen
que caracterizam o Estado Integral em face do Estado
Tota.
litario, que o Integralismo combate.
E, não se entendendo o Estado Integral dc outra
juridicamente o temos de alicerçar no Direito Natural.
Na órbita dêsse Direito, a "tcndcncia dc agrupar.se'?
para realizar ' 'o bem comum particular" ó absolutamente
legitima.
De maneira que o Estado não póde contrariarnenhuma
tendencia grupalista, dêede que ela sc destine a auxilio,cola.
boração, assistencia ou apostolado. A SociedadeCivil,isto
é, o Estado sómcnte póde impedir a formaçãode
associações ou dissolvê-las, quando as mêsmasprovadamente
contrariarem a justiça, a probidade, o interessecomum.'O
que repousa na Suma Teologica, 1-11-9.XIII — art. 3:
Ici humana sómcntc dcve scr considerada lei, enquantose
conformar com a réta razão, o que manifesta que.derivada
Lei Eterna. Mas, dêsde que se afasta da réta razão,é lei
iniqua e, perdendo a essencia dc lei, sc torna violencia•
A palavra das Encíclicas veiu apontar caminhoprá•
tico da realização dessa teoria. S. S. Leão XII escreveu na
Encíclica "Longinqua Occani", dirigidá aos bisposdosEsta•
dos Unidos c do Canadá, cm 1895: "Certamente,08ope•
rarios tcem o direito de unir-se cm associaçõesparadefen•
der seus interesses. A Igreja favorece-os,porqueestãode
acôrdo com as exigencias da natureza".
S. S. Pio X manifestou-se na Encíclica "Singulariqua•
dam" sobre as associações'operarias catolicasem 1917:
"E' preciso conetruir o favorcccr por todos os meios ge
ncro dc associações profissionais católicas".

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 95

A doutrina da Igreja, portanto, anima o direito de asso-


ciação c considera-o LIVRE. A prova concreta vamos 'encon-
tra!sno item VIII das ''Bases de Organizaçãoc Propaganda
Doutrinaria e de Ação do Sindicato Operario Católico," ra-
tificada pelo Congresso Operario Católico de 1932:
"Repelimoso "sindicato unico obrigatorio, porquc é um
mstrumentode monstruosatirania". Nosso lema na materia
"Corporação obrigatoria, mas sindicalização livre".
O direito dc associar-se,resultado da propensão natural
a reunir-seque Palau, no seu volume "Leon XIII y 10s obre-
rog" profundamente estudou de acôrdo com o pensamento da
Igreja, é tão sagrado quc o proprio Estado Totalitario Fas-
cista não se atreveu a "tocar-lhe. Vejam-seno livro de Mus.
solini, "La dotrina dcl Fascismo", Le dichiarazioni dello Stato
Corporativoe della sua organizazione. E' a Carta Italiana
do Trabalho. Eis o texto fiel do Item III, pag. 278: "L'or-
ganizazionesindacalc o professionalc é libera. Ma solo il
sindicato legalmente riconosciuto e sottoposto al controllo
dello Stato ha il diritto di rappresentare legalmente tutta
Ia categoria di datori di lavoroeo di lavoratori per cui é
constituito".,
A mêsma doutrina reçuma no Estatuto do Trabalho Na-
cional promulgado pelo governo de Salazar, Titulo III, artigo
41: ' 'A organizaçãoprofissionalnão é obrigatoria, ealvo dis-
posição especial aplicavel a individuos que exerçam deter-
minadas atividadeg. Incumbe, porém, ao Estado reconhecer
08 organismosque a representam e promover c auxiliar a
sua formação. 08 sindicatos nacionais dc empregados e ope-
rarios, e os gremiosformados pelas entidades patronais cons-
titúem o elemento primario da organização corporativa c
agrupam-se em Federações e Uniões, elementos intermédios

T.ME/NARRADORLIVROS
96 Gustavo Barroso
ultima daquela orga.
da Corporação,que realiza a fórma
nização .
Foi essa doutrina pura quo inspirou Miguel Reale,
111 do seu livro "Pcrg.
do escreveu estas palavras á pagina
pectivasIntegralista€",depois dc haver, com a maior clareza,
á pagina 39, mostrado a constituição dos grupos naturais
Familia, Sindicato c Municipio: "A Bindicalizaçãonão é obri.
gatoria. Podem existir varioe sindicatos cm uma Bócircuns.
crição ou sctor da produção, mas só um dêleg póde ger reco.
nhccido pelo Estado, passando, dêsdc então, a ,representar
toda a profissão,porque; sendo único o interesse profissional
única dcvc scr a gua rcprceentação no Estado".
Em verdade,o Estado pódc e deve cm virtude desseinte•
resse profissional único, invocado por Miguel Realc, 'coma
cm virtude do interessegeral, que é o dc evitar a luta entro
sindicatosrivais no ambito da politica, pcorcs do que 06 par.
tidos; póde c deve reconhecer um unico sindicato com lun-
ção politica; mas não pódc, nem dcvc, dêsdc quc se basêa no
principio filosofico do respeito á pessôa liumana, aog geu8
dirc;tos, projcçõcs c manifestações, impedir que BCformem
livrcmcntc sindicatos com as guas funções económigas,'cultu•
rais e éticas. C) assunto cetá mais do quo claro em Walt,
''CatholieSocial Principles" ou em Ruttcn, ''La doctrine80•
ciale dc 1'Eglisc". Não ó dificil corjBultá-106.
Como explica, poi8, que sendo esta a doutrina inte•.
grali8ta,o "Manual do Integralista", no item 24, c as "Dire•
trizes Intcgrali8tas",no Itcrn XXI, 80 declarem respectiva•
mcntc, contra a sindicalizaçãolivre c a favor da rigorosauni•
(Iode sindical"?
F,' preciso, antes dc tudo, intcrprctar o cgpirito dêsses
E' preciso ainda não esquecer a velha sentença

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 97

de que a letra mata e o espirito vivifica. Demos a vida do


espirito a cesa letra que parcco morta, pcnetrando no fundo
das cousas c dcsprczando a sua superficie.
A sindicalizaçãolivre existentc hojc em dia, resultado
de uma manobra capitalista para abafar as justas aspirações
do proletariado, é uma sindicalização criminosa, (luc não
procede de um principio filosofico sagrado como o respeito á
liberdade da pesgôahumana e aos seus direitos naturais, mas
sim do pensamento maquiavélico barato de dividir a força
do operariado, dc lançá-lo a uma luta interna, dc enfraque-
cê-lo, afim de continuar a explorá-lo. Contra essa sindicali-
zação livrc é que o nosso "Manual" se manifesta.
A unidade sindical no ámbito politico é uma necessidade
que se contrapõe á liberdade de associação. Por isso, Ee-
tado, que é a Cidade de Cesar, isto é, o circulo da politica,
8ómente reconhece um sindicato para o efeito dessa repre-
sentação. E' egearigorosa unidade sindical a que se referem
as "Diretrizes".
Não é possivel, nt) espccie, outra hermeneutica.
A questão em torno dêeses principios filosoficoe, doutri-
narios, poderá parecer pueril aos espiritos desavisados: é
todavia, dc profunda gravidade, porque um erro de princi-
pios vai acarretar sempre, nas aplicaçõcs práticas da teoria,
divergencias incomensuraveis e maleficios sem conta. Os
operarios católicos sentiram bem isso, quando declararam,
como já vimos: "0 sindicato único obrigatorio ó um instru-
mento de monstruosa tirania". Podemos afirmar que seria
a morte do Estado Integral e a implantação dum Estado To-
talitario, tão odioso quanto o Estado comunista.
No seu belo livro citado, ás páginas 42, 111 e 121',Mi-
guel Reale fala do "sindicato pessôa de direito,publico e não

T.ME/NARRADORLIVROS
98 Gustavo Barroso
privado". Quero crer num equívoco, porque me parece que
o sindicato isolado jámai8 poderá scr pessôa de direito pu.
blico pelas razÓcs quc passo a cxpôr.
O fim da SociedadeCivil, ieto é, do Estado é geral, uni.
versal: o Estado defende interesses comuns gerais e universais.
O fim das SociedadesPrivadas, entre as quais sc enqua.•
dra, naturalmente, o eindicato, é próximo, privado; a Familia
c o Sindicato defendcna intcresscg comuns,•privados, particula-
res (Vide Arbolcya. "La carta magna de Ia Justiça Social").
Na Suma, Santo Tornás dcfinc uma sociedade privada desta
• .
Inaneura "Sociedadeprivada é aquela que 6e forma para
levar a cabo algum negocio privado, como quando dois ou
tres fazem socicdadcpara negociar dc parceria".
Para que se fórrna um sindicato? Para dcfcndcr os in•
tcrcsscsdc certa classedc trabalhadores c não para defender
os interesses dc todos os trabalhadores. Tanto quc o sindica•
to é compo€todc trabalhadores, disto ou daquilo. Como é
possivel quc êssc circulo privado gcrc ' 'sozinho" um circulo
público? Uma pessôade direito público juridicamente refle-
te unt circulo de relações dc ordem privada. E' necessario,
pois, que o sindicato sc entrose cc»n outro sindicato, se una
a outros, se combine corn outros, se relacione com outros, para
dar origem a uma fórnta pública.
Assim, quando doi6 ou mais sindicatos se combinam, num
contráto colctivo, imediatamcntc sc tornam, unidos, uma
pcssôadc direito público, c o que dêlcs emana tem força dc
lei, porque não regula intcrcgscs privados, iguais, porém„ in•
terceseg gcraie, diferentes.
I)cmai8,o sindicato de obreiros C o grcmio
patronal cons•
t;tumn, coni0 judiciosarnente preccitúa
o Estatuto Portuguê8'
o eleniento primario da organização
corporativa. Êgses ele•

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 99

mentosprimarios na hierarquia do corporativiBtno,porquc a


hierarquia não é sómcnte dc fungões individuai6, mas tam-
bem dc funçócs grupalistas, etc., sc ajuntam nos elementos
intermediarios,que são as Fcdcraçõee dc Sindicatos, as quais
realizam 06 elementos superiores ou as fórmas ultimas, a;
Corporações.
Como pódc o elemento primario, que é o sindicato, ser
peseôadc direito público, quando é pessôa de direito público
a Corporação? Onde a graduação? Onde a hierarquia ju-
ridica e funcional? Como se explica que um circulo dc re.
laçõesprivadas, o da Corporação, gere uma figura de direito
público e que uma simples relação privada contida nêsse cir-
culo tambcm gere figura identica?
O equívoco é manifesto.
:
Recapitulando
ABsociedades privadas existem dentro da sociedadc civil,
o Estado.
Êste não tem poder para proíbir sua existencia. Por que?
"Por que — responde Atajo y Cuervo, em "Doctrina
Social Catolica" — "0 direito de formar taes sociedades é
um direito natural" do homem, c a Sociedade Civil, o Estado,
foi instituido para defender e não para aniquilar o direito
natural. Se proíbisse aos cidadãos fazer essas associações,
ge contradiria a si proprio, pois que nasce do mêsmo prin-
cipio unico em que se fundam as sociedades privadas: a
sociabilidade natural do homem (pags. 83-84). Em conse-
quencia dos mêsmos principios, o Integralismo, que combate
a atual sindicalizaçãolivre, que é criminosa e nociva, insti-
tuirá a verdadeira sindicalizaçãolivre, e sómente reconhece-
rá um sindicato paro a representação de cada profissão,

T.ME/NARRADORLIVROS
100 Gustavo -Barroso,
O sindicato é pessôa dc direito privado como a
A reunião de familias, preceitúa a doutrina integrali8tA-
em muitos documentos,forma o Municipio, isto é, um circulo
dc relações privadas familiares se projéta e renete numa
pessôa de direito público. Do mêsmo modo, os sindicatos
privadosse projetam e renetem na Corporação, pública.
Se se considerar o sindicato pessôa de direito público, é
obvio que, ipso facto, ee deve considerar a familia tambetn
pessôa de direito público.
Onde,ha a mêsma razão se aplica o mêgmo direito.
O que seria, de manifesto, o mundo de pernas para
o

T.ME/NARRADORLIVROS
SINDICALIZAÇÃO DE TODAS AS CORES

Ha muita gente que, em materia de sindicalismo,termo


que empregamos aqui no sentido geral dc organização do
Trabalho, 8ómente se 'deixa guiar pelos livros dc propaganda
marxista, de facil acesso, ou pelos corporativistasmodernos,
surgidos depois que os movimentos dc caráter fascista come.
garam a dar fórma corporativa a certos Estados. O integra-
lista não se póde ater sómente a êsses doutrinadores; porque,
com og primeiros, será fatalmente induzido ao erro e, com os
gegund08, não ge• poderá ligar á corrente tradicional do
assunto.
Em verdade, o corporativismo exige estudos sérios e pro-
fundos. Questão palpitantc de doutrina, merece ser devida-
mente aprofundada e não póde ser discutida ou tratada á li-
geira, com base unicamente em obras atuais desta ou daquela
corrente. E' necessario estudar a corporação em todos os
tempos, compreender sua evolução e discernir as razões do
seu desaparecimento. Não que se trate de resuscitar o ve-
lho 8istema medieval. Mas não se póde, dentro das idéas
integralistas, edificar um sistema novo sem respeitar as ver-
dadeg fundamentais que atraveesam os séculos sem envelhe-
cer. Quando, por acaso um integralista pensa que essas ver-

T.ME/NARRADORLIVROS
102 Gustavo Barroso
fundamentais estão sujeitas ao progresso ou ao eepirito
dades
épocas, peca doutrinariamente. sc fizer um examc dc
das
que o veneno marxista
consciênciabem apurado, verificará dc gua inteligencia
convenientemente eliminado
ainda não foi
sua cultura. Outro erro grave é querer, por politica,
ou de
cortejar as inclinações dag
visando seu intercssc pessoal,
dc peçonhas comunistas. Por.
massas cheias de confusão ou
iriamos parar no co.
que, sc resvalasscmospor êssc pendor,
propaganda materialis-
muniemo,que é o dcclivc por onde a
ta vai rolando 08 povos.
O Integraliemotem por obrigação precípua combater os
erros c não compactuar com êlcs. Quantas vezes, o Chefo
Nacionalnão tem dado a lição dc que dcvcmos contrariar a
multidão, quando errada, c dc quc o nosso destino é salvar o
Brasil, mêemo contra a gua vontade?
11a, infclizmcntc, um ou outro desavisado que ec julga
pôço dc ciência e quc rcpclc como antiquadas até as idéas
ctcrnas defendidas por Santo Tomás dc Aquino. Mas ê8tC8BC
enquadram no pensamento daquêlc filoeofo português quo
cecrcvia: "11'amuito cabo dc vassoura pensando que é co-
luna c muito chapéu armado pensando que é general". ExiB•
tirão até alguns que, prefiram êsscs a Santo Tomás pois o
Santo é velho c os taie são novos. Para gostos assim, a Suma
vale menos do que qualquer artigo de um sociologo improvi-
sado. Sua alma, sua palma...
Segundo a palavra erudita de um escritor sem eiva dc
catolicidade como Saint-Léon,na sua obra publicada cm Pa-
ris, por Felix Alcan, cm 1908, "11istoire dos Corporations de
Métiers": — A questão da organização do trabalho pela as•
sociacãofoi, é e será ctcrnamentc atuar. Essa questão vem
atravessando, não os séculos, mos os milcnios, c, quando a es-

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 103

tudamosna historia, vemos que seus principios basicos se


manteemintangiveis, porque são verdadeiros, e que só as cor-
rentesmaterialistaslhes vêem opôr principios contrários,
mentirosos,disfarçados na eterna desculpa judaica do pro-
gresÁO,
Recorramosao profundo Liebenam, no seu livro "Zur
Geschichteund Organisation des romischen Vereinwesens",
ediçãode Toubnar, Leipzig 1890,e ao não menos profundo
Waltznig,nos "Etudes historiques sur les corporations profes-
sionnelleschez les romains", afim de termos uma visão rapi-
da e clara do corporativismo no mundo pagão. Como se vê,
a cousaé muito mais velha do que a Sé de Braga c não data
de•Bertelottoou Bottai. E', mêsmo, anterior ao cristianismo,
prova da força do direito natural que leva os homens a li.
vremente se aseociarem.
A corporaçãoromana chamava-seSODALITIA e era li-
vre, conforme se verifica do De privilegiis corporatorum do
CodigoTeodosiano, liv. XIV, 'tit. 2.0 Mais tarde, ensina Saint-
Léon,op. cit. pagg. 15 e 25, sua organização democratica foi
destruidapelo Estado Imperial, que dela fez um "agente de
dominação".Todavia, apesar de pô-la sob sua dependencia
tiranica, respeitou-lhe a capacidade juridica de pessôa de
direito privado,como se vê no "Corpus Juris Civilis", Diges-
to e Institutas,fragm, de Gaiug, liv. III, tit. IV.
Os bárbaros germanicos que destruiram o Imperio e nê•
le talharamas suas monarquias,traziam no seu direito con-
guetudinariouma fórma inicial corporativa, o convivium, de
que nos fala Tácito. Ela se funde com a sodalitia i•omana e dá
origemás guildes. O estudo minucioso e seguro dessas institui-
çõeafoi feito por dois eminentes mestres no assunto: Hegel,
''Stadt
und Gilden der germanische Volker", impresso em

T.ME/NARRADORLIVROS
104
Gustavo Barroso
em 1891, c Grosg, cm "The Gild Merchant", Oxford,
Leipzig,
Ambos reconhecem nc€gas primitivas aegociações uma
1890. proce88ava egtrci.
na qual
organização democratica e livre,
do trabalho do opcrario com o trabalho do patrão.
ta aliança
raizcs mestras dag Cor-
Aí estão sucintamenteexpostas as
que sucede ao mun•
poraçõesde Oficiosdo mundo ocidcntal,
O termo Corporação
do barbaro e ao mundo pagão-romano.
a êgge8grupos
é moderno. Os documcntos medievais chamam
naturais Comunidadesou eimplemcntc Oficios. Os mêsmog
documentosreconhecema sua antiguidade e lhes outorgam
fórma nova, sabiamcntc conservando a força da tradicionali-
dado. Ab antiquo,diz a Charta dc instituição do rei Luiz, o
Gordo,no ano de Craca de 1170. Depois, Filipe, o Augusto,
proclamava,solenemente,cm outra Charta, seus rivilegi0B
tradicionais' .
A Comunidadeou Oficio é uma instituição moral, urna
cntidadc moral — ensina Saint-Léon, pag. 120 -— pessôa civil
privada, ó qual o governo do rei impõe certas nórmas e condi•
çóC6,mas que se conserva livre, com seu poder executivo ou
direçãointerna exercidopor Guardas e Jurados, com suas as.
sembléasdeliberativas, o que tudo ec encontra em Lespinasse;
"Livre des Móticrs", tomo LI, pag. 117, tomo LXIII,
tit. V e
tomo LXXVIII.
Como Renascimentoe a Reforma,
que quebram a unida•
dc de consciênciados povos
cristãos, surge o Absolutismo Real
e o culto da Razão de Estado.
Começa, então, uma luta gem•
tréguas do poder do soberano,
de tradicional das centralizador, contra a liberda•
comunidades o confrarias, declara Levas•
seur no seu volumo
magistral, "Histoiro deg classeg•labo••
rieuses", 2.0 ed., Paris,
1901.

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 105
Guiando-nospor êstc autor, e por Saint-Léon,vemos que,
até então, o poder real intervinha, dc acôrdo com a doutrina
cristã de respeito á pessoa humana c ás suas .projeçócs gru-
palistas,"não para crear, mas para sancionar e legislar, diri-
gindo". Nada ha mais claro do que isto em materia dc li-
berdadc do associação,que o poder publico, a sociedade ci-
vil, não crêa nem obriga, porém linêa, emoldura, protege e
guia. Depois de substituido o verdadeiro conceito de mo-
narquia cristã pelo do absolutismoreal moderno, ó que o Es-
tado passou a obrigar os trabalhadores e artczáos a se ae€o-
ciarem sob a sua férula. Que aconteceu? A mêsma cousa
que vimos já na antiga Roma Imperial. As corporaçóestor-
naram-se"instrumentos do Estado, instrumentos do governo"
(Saint•Léon, page. 295 e 374).
Data dêsse momento, no século XVI, a decadencia da
instituição, que não parará mais.
A escola dos fisiocratas, dos partidarios da ordem natu-
ral contra a ordem divina, guardas avançadas da revolução
judaica, vedetas da conspiraçãomaçónica, abrem luta contra
ela, que, enfraquecida, mal se poderá defender. No meado
do século XVIII, og ataques se multiplicam, com Quesnay á
frente, reclamando liberdade de comercio e de trabalho, livre
concurrencia nos -sectores da economia. Os artigos da ' 'En-
ciclopédia", alavanca filosofica com que se aluiram as últi-
mas pedras do mundo antigo, resumiram essa campanha mo-
vida contra a corporação.
Em 1853,o judeu G. Simon publicava em Paris os seus
"Études gur le compagnonnage". É nêles que encontramos
os elementos de prova da ação do judaismo dentro do pro-
prio meio corporativo, desagregadoe de€contentcpela,tirania
do Estado monarquico absoluto, desunido pelo anti-cristia-

T.ME/NARRADORLIVROS
106
Gustavo Barroso
reforma protestante e do humanismo do
nismo através da
associações judaizadas como 08
Renascimento. Crêampsc
c os companheiros de Mestre Jacob, cujas
Filhos de Salomão conflitos armados atirando
discordias, dcgcncrando até em
outros, acabam de debilitar
opcrariosc mcstrcsuns contra os
corporativa.
c desmoralizar a instituição para a definitiva
É facil, então, romper uma campanhp
abolição da mêsma. A opinião geral está preparada para
aceitá-lac aplaudi-la. O ministcrio dc Turgot ofcrcce a •en•
sancha propicia. Bigot dc Saintc Croix e Dclacroix apresen•
tam mcmoriasreclamando a supressão dc cousa tão anti.
quada. Em 1776,sái o edito dc suprcseão com uma expo•
8içãode motivos fundada nos conceitos de Bigot o de Quesnay,
o primeiro demolidor. O velho Parlamento de Paris, guarda
secular das instituiçócs monarquicas, opõe-lhe viva resistencia
c nega-lhercgistro. O rei Luiz XVI reune um Conselhode
Justiça e faz oí registro sob protesto do Parlamento.
Com a quéda dc Turgot tenta-se uma reorganização das
corporações. ABinstituiçócs sociais têem vida dura. Reorga• •
nizam•scmal algunsoficios. Outros ficam livres, isto é sem
associação.
A Revolução dá o golpe de morte, com a Ici Chapelier,
1791,'Cum dos monumentos, mais notavei8
edificados pela tira•
nia 60b a máscara da liberdade", declara
Saint-Leon (pag•
622). A Ici odiosa suprimiu unicamente
para o operario a
liberdadede associaçãode que gozam
duos. A supressão dêsse todos os outros indivi•
direito de livre associação, direito
natural c intangivcl da pessôa
dc duas fórmas. São humana, póde ser executada
tica finalidade. caminhos diferentes que levam á iden•
Impedir a associação corporativa, sindical
ou (IUSaoutro nome tenha, deixando reinar individualismo
no campo do trabalho o
e da produção, abandonando o opera•

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 107

rio á convençãolivre com o patrão, é legitimar a exploração


do homempelo homem, a tirania do mais forte sobre o mai8
fraco. Forçar o opcrario ao sindicato unico tutclado pelo
governo,negando o direito natural cristão de libcrdadc gru-
palista,é -repetir o erro, o crime dos imperadorce romanos
contra a Sodalitia, dos reis absolutistas contra as corpora-
gócsde oficios, transformando-as em instrumentos da odiosa
tirania do, poder público.
A lei, aprceentada por Renault dc Saint Jean d'Angely ca
aprovadaa 22 de Germinal do ano XI, consumou o atentado
contra os trabalhadores, transformados dc pcssôas unidas a
qutragpessôas em individuos isolados, estatuindo o delito de
associação.Ora tendo o Liberalismo, na sua mais alta ex-
pressão•ao tempo da Revolução Francêsa, negado até êsse
ponto o direito natural de livre associação,capitulando-o
como'crime; e, tendo o Marxismo, na sua mais alta expressão,
a Russia Sovietica, negado tambem êsse direito, obrigando o
operario ao sindicato unico estatal; pergunta-se — o Inte-
gralismo,nessa grave c importante questão para os cristãos
e, sobretudo,para os católicos, com quem está? Com o Li-
beralismo? Com o Marxismo? Consigo mêsmo, ieto é com
o pensamentoda civilizaçãolatina c cristã, que abrolha ins-
piradamente já na Sodalitia pagã, no proprio Convivium
bárbaro, floresce nos Oficios e Comunidades do mundo me-
dieval e frutifica, definitivamente amadurecido pelos séculos,
na Suma eterna dc Santo Tomás. Nio ha modernismos nem
razões ocasionais escondendo interesses politicos pessoais. que
possamfazer o Erro prevalecer contra a Verdade. A respoeta,
para quem tenha dois dedos de logica, é óbvia.
Houve um grande vasio no mundo do trabalho da eco-
nomia,.na sociedade Inteira, com a morte do regime corpo-

T.ME/NARRADORLIVROS
108 Gustavo Barroso
assim quc, em 1816, um quarto de século apó8
rativo. Tanto tcntativa de restauração na
a supressão, surgiu a primeira
Mas, logo, o banqueiro judeu Pillet Will
Cámara francêsa.
contra o projéto, quo não pôde ir avante; a Cámara
amotinou
dc Comerciodc Paris.
suas obrag, Sig•
Em 1830,nova rcação, mais forte. Nas
libe.
mondi rebclára•scardcntcmcntccontra o individualigmo
ral que abandonava06 opcrarios a um triste destino, fabri-
cando ondas dc dcscontcntcs c revoltados. t Inspirando-se
nêlc, Filipc Buchez ofcrcccu um plano de reorganização,
' 'LC mouvement
quo
Testy estuda minuciosamcntc na sua obra,
óuvrier au début dc Ia monarchic dc Juillct", edição dc Cor•
ncly, Paris, 1908. Outras vozes c outras penas ec ajuntaram
a essas. Burct escreveuum verdadeiro libelo: "DC Ia misé•
rc dcs classes laboricugcgcn Francc ct cn Anglctorro". O
barão dc Gerando, no "LCSprogrés dc l'industric", denunciou
OBmalcg que afligiam ag massas obreiras embrutecimento,
alcool, exploração, abandono xnoral, falta do apoio oficial.
Tod06 os economistas liberais, nuanchcetcrinnos, fi8iocrata8
naturali8tas, materiali8tag, asgombrados, corn o impulso quo
tomava o movimento néo•corporativiBta,Bliiratn a cmnpo numa
ofensiva fulminante. E vcnccrarn.
Sómcntccm 1864,foi abolido loi quo itnpo(lil' 008 opo•
rari08 se aseociarcm,pelo Jmpcrndor Napoloão III. Aos po•
deres ocultos, convinha, então, abolição, apregoada cotno
medida liberal pcla inocencia born par do ()llivior,
Já as massagcstavarnpelo inaolnjnento, dor, oxplO•
ração c pela descristianização ponto do bala
para a revoluçãosocial,
Trotava-se,pois, dc pcrjnitir quo no fora
taJccer as Buasagitat;ócao 'iiinor ntiO

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 109
antes,em 1863,já havia os Tradc Uniong formados na Ingla-
terra cm sindicgtos dc constituição marxista. Essa mêsma
feiçãoiam tomar os da França, consagrada dc todo na legisla•
são de 1884.
Vem daí toda a sindicalizaçãomoderna. De acôrdo com
uma grande autoridade na materia, podemos coneiderar no
mundo contemporaneo, de modo geral, quatro espécies de sin-
dicalização :
— Sindicalização revolucionaria, O anarco-sindica-
lismo,'9e póde estudar bem na obra de Georges Sorel, "Mou-
vement gocialiste et reflexions sur Ia violence", ed. Pageg
Libres, Paris, 1908,1.0 vol. Defende a tése marxista o tra-
balbo ó a unica fonte de mais valia, de que o empregador se
apropria• indevidamente: concepção materialista da história,
eliminando desta todos 08 fatores ideologicos. Concentração
do socialismono "drama da greve geral", que é ''o ideal e o
amito que a massa deve adorar", pois que nessa idéa "está
contida a propria essencia do socialismo".
Berth,sem ' 'Le mouvement socialiste", 1904, c Riviàre,
cm "Syndicalismeet socialisme", 1908, apontam, como cara-
teri8ticos do anarco-sindicalismo,, a ação diréta, a boicota-
gem, a sabotagem,o anti-militarismoe a propaganda ideolo-
gica da doutrina por todos 08 meios.
A 8indicalizagã0'marxista enxertada nos países bur*lê•
seg liberais segue êsees principios.
2.a Sindicalização reformista — No fundo, tende para
os mêsmoge mama o leite das mêsmas origens. Quer, po-
rém, reformas em lugar de revoluções...
O proceeso maie
brando. Principios doutrinarios vagos. Idéas• expostas por
Keufer e por Artand nos numeros de 28 de dezembro e 13
de julho de 1907,'da "Energie Française".

— cat0UCU>to T.ME/NARRADORLIVROS
110
Gustavo Barroso
Sindicalização católica.
Tem duas fases. A
——
é a dos eindicatos mixtos de operarios c patrões 801)
primeira arbitragem. Defesa dc
moral, com juntas dc
a disciplinada doutrinarios basicos, gem
cnwrgcncia sem ferir os pontos
liberdadc da pessoa humana c dc Buasprojecçõee
atentado á
foi brilhantemente cx.
no tempo c no espaço. Êssc periodo
no livro dc Boissard, "LC syndicat mixte", cd. dc -Guil-
posto
laumin, Paris, 1897. A scgunda é a da liberdadc sindical.
— Sindicalizaçãoamarela Foi uma creação dc P.
explicou no scu livro ''Les jauncs dc France".
Biêtry,que a
Doutrina vaga. Só é permitida a sindicalização dc operari08.
Finalidades: participarão nos lucros o no proprio capital
industrial,dc mancira quc o opcrario sc torne aos poucos co.
proprictario. Nada dc basico, dc fundamental, filosoficamente.
Devemosrcconhcccr claramcntc que não é possivel cn-
quadrar a «indicalizaçãointegralista, que é Vcrdc, na marxista
sorcliana,quc é Vermelha, nem na reformista, que é talvez
Côr dc Rosa, nem ainda na .Amarcla. Em resumo, essas qua•
tro, ontologicamcntc, sc reduzem a duas sindicalização
vcrrnclha rnarxista c sindicalização branca cristã, Desta fez no
"Jornal do Comercio",crudita c lapidar exposição o profee•
sor AlcibiadcsDelamare, que é um jurista, um tomista e um
notavcl lider católico.
O verdadeiro lugar, doutrinariamente, da Sindicalização
Integralistaé.na moldura indestrutivel, eterna, dos principios
cristãos, enquanto, pelo menos, não apareça um dêsses moços
dc grandc talento que, dcstruindo os cristãos selvagens, in-
vento uma sindicalização cinzenta, azul, rôxa ou côr dc
burro.qyando fogo... Esperemos o prodigio para bater-lho
pahnag.

T.ME/NARRADORLIVROS
A ATITUDE DOS CATÓLICOS EM FACE DO
INTEGRALISMO
(ENTREVISTACOM O SR. GUSTAVO
BARROSO, PUBLI CADA PELO
ORGÃO CATOLICO "A UNIÃO"
EM 30 DE DEZEMBRODE"1930

— É certo que o Integralismoexige juramento de fideli-


dade ao gr. Plinio Salgado?
— O Integralismo exige o juramento de fidelidade ao
Chefe Nacional. É principio da doutrina intcgralista — ain-
da recentemente exposto e desenvolvidocom grande clareza
por Plinio Salgado— que o Chefe não é uma pessôa: é uma
idéa. Essa idéa está incarnada num homem c não é possivel
defendê-lacom risco de sua propria vida sem lhe jurar fide-
lidade. Êsse juramento é a base de nossa disciplina; é o
compromissode sacrificar interesses, ambições c inclinações
de ordem pessoal pelo triunfo dc uma grande causa. Nessas
condições,como exigir obediencia, sc não houver um com-
promissovoluntario de obedecer? Êle é a afirmação cate-
gorica do principio dc autoridade.
O Integralismo jura, segundo a nossa fórmula, por Deus
e por sua honra, trabalhar pela Ação Integralista, executando

T.ME/NARRADORLIVROS
112 Gustavo Barroso
as ordens do Chefc e dc seus superiores hierarquicosecmdie.
cuti-las. Impoesivcl será admitir que alguem entre em
movimento como o nosso scrn sc comprometer a dar-lhe
esforço e a cumprir o que lhe fôr ordcnado em prol dê88e
movimento. O principal no juramento — e o Chefe já friE0ú.
de público êssc ponto — é trabalhar pela Ação, não passando
a execução das ordene duma partc decorrente daquela obri.
gagão. Ao Integralista não compete discutir as ordens rece.
bidas cm serviço da causa, porque isso seria a desordem,a
anarquia.
Quem a88cntapraça na Marinha ou no Exercito tambem
jura obediencia, por que scria impoesivel um exercito ou uma
marinha cm quo soldados e marinheiroa discutissemag
ordcng emanadas dc seus superiore8.
A finalidade do Integralismo é a defeea da idéa de Deus,
das idéas c das realidades da Pátria c da Familia. Trabalhar
por êssc movimento é ficar ao lado do Espirito contra a Ma•
teria, ao lado da Moral contra a Perversão do Século. Jura•
se, portanto, trabalhar por uma causa legitima, ser fiel a uma
doutrina elcvada, obcdcccr ao Chefe que representa essa
cauea o esga doutrina.
Como católico, não vejo cm quc possa êsse juramento,
nas condições cxpostag,análogo ao que se presta á bandeira
nacional, repugnar a qualquer consciência esclarecida,de vez
quo está patentc que êle não implica na abdicação de qual'
quer ponto dc fé religiosa.
A Ação Integralista não é um movimento dc caráter reli'
gi080 c sim um movimento sadio de renovação social e do
organização politica, limitado por diretrizes bem definidas'
"No dia. em que 08 Chefes Integralistas escreveu Plinio
Salgado ge afastarem dessas diretrizes, ninguem está obri•

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo c Catolicismo 113

gado a obedecer-lhes". DC fáto, BCo Chcfc ordenar a um


crentc quc abjuro sua fé, quo pratiquc átos contra a moral,
obvio ó quo nenhum juramento força o Integralista á obe-
dicncia, visto como o Chefe teria faltado primeiro a scus
compromissos c deveres 06 mais sagrados.
O que 80 jura está claro —- é obedecer na batalha,
no sacrificio o no sofrimento por Deus, pela Pátria e pela
Familia. ''A linguagem da Fé declara o Chefe —-se tra-
duz no sacrificio e na luta, c ela não faltará na ação dos que
obedecempara servir á Pátria e a Deus".
— Como encara o Integralismo a colaboração dos cató-
liC08?
Como preciosa colaboração. O Catolicismo é a reli-
gião da grande maioria ou, melhor, da quasi totalidade dos
bragileirog. Isto exprime tudo. Demais, a Religião Católica
é aquela que, no meu modo pessoal de vêr, mais interesse e
regpongabilidadepor isso mêsmo tem na defesa das tradições
de nossa civilização, tão ameaçadas hoje pela decadencia do
liberalismo e pela. pregação comunista. Ela deve, pois, olhar
para o Integralismo Comoum grande defensor dos principios
sociais que fórmam a base da vida cristã.
O Integralismo combate ag doutrinas materialistas; afirma
Det18e a espiritualidade da alma humana; preconiza a or-
dem, a hierarquia e a disciplina; declara a primazia do Espi-
rito da Moral; reconhece a necessidade do acôrdo mútuo ou
-concordatapara a delimitação da linha exáta de atribuições
da Igreja e do Estado;, julga que a Providencia conserva e
governa o mundo, quando estatúe textualmente: "Deus di-
rige OBdestinos doe povos"; defende e glorifica a instituição
da Familia.

T.ME/NARRADORLIVROS
114 Gustavo Barroso
Sc os católicos tccm colaborado, depois da Revolução
Francêsa, na politica c na administração. dos Estados Libe,
rais, não cnxcrgo razões quc os poseam impedir dc colaborar
para a implantação do Estado Intcgral. Antes muito pelo
contrario.
O Integralismo, do ponto dc vista social, adóta a poli.
tica nazista?
O Intcgralismo c o Nazismo toem pontos dc contáto
doutrinario gerais; mas, Integralismo é uma cousa e Nazismo,
outra. O Integralismo considera a realidade brasileira. O
Nazismo considera a realidade alemã.
O ponto dc vista racial ou racista ó justificavel na poli•
tica hitlerista; não o seria na politica brasileira, O Nacional
Socialismo aliccrça-sc na unidade dos povos germanicoe.
Muitos (lêssespovos cstão fóra das fronteiras do Reich, nag
provincias auetriacas, cm ccrtas regiões da Polonia, da Boe.
mia, etc. Como cgtcndcr até êlcs a doutrina nacional socia•
lista senão pelo criterio da raça? Alem disso, a Alemanha
precisavalibertar-se das garras do judaismo que sobre ela se
tinham fechado á eombra protctora da social-democracia e da
intcnga propaganda do comunismo.
O Brasil não tem brasileiros exilados em minorias étni•
cag alem dc suas fronteiras e é um país cadinho, de raças.
Tambcm a questão judaica aqui se não apreeenta gob o mêg•
Ino aspéto. Ternos de nos libertar da escravização ao ban•
queiro internacional e temos de impedir a formação de forças
paralelas ao Estado, que entravam a ação dêste e o levam a
medidas favorecedoras de interesses de grupos politicos, eco•
nomicos e financeiros.
O Integralismo combaterá, pois, os estrangeiros, judeus
ou não judeus, quc atentarem pelas propagandas sábversivas

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 115

ou pela formação dc Estados no Estado ou ainda pelo cxcr.


cicio dc certas atividadcs, contra o bem gcral da Nação.
O nacionalismo integralista não é xenofobia, mas o reco-
nhecimcnto do justo prcdominio dos interessce nacionais BO•
bro outros quaisquer, sem csqueccr as legitimas influencias
do resto do mundo 80brc nossos destinos.
Em verdade, está provado que, na grande maioria dos
casos, a organização dessas forças paralelas c dessag propa-
gandas malsãs é obra judaica. Nêsge caso e eó nêsse caso, o
Integralismo poderá combater o judeu.
— Como encara o Integralismo as relações cntrc o Eg-
tado e a Igreja?
— Como uma colaboração em limites nitidamcntc traca-
dos, para a grandeza da Pátria.
O Integralismo quer inteira liberdade dc confiseão reli-
giosa. Afirmando Deus e o Espirito, não póde o Estado In-
tegral ser exclusivista cm matéria dc crença. Élc se põe de
acôrdo com a luminosa Enciclica Caritatis Christi Compulsi
de S. S. Pio XI, a qual preconiza, para resistir ao materia-
lismo dissolventea frente unica, não só de todos "os que se
orgulham do glorioso nome de cristãos", como escreve o
Sumo Pontifice, abraçando tanto católicos como cismaticos e
protestantes, quando de "todos os que fazem de sua crença
religiosa o fundamento da Ordem Social".
Aliás, a Igreja pelos 8cus grandes doutores já se mani-
festára com essa magnifica tolerancia até para com os povos
gue outróra seguiam o paganismo. Nos seus "Problémes et
conclusiongde l'histoire des religions", obra aprovada e reco-
mendada pela Igreja, citada em quasi todas as "Apologeticas",
o notavel padre de Broglie resume essa doutrina do modo
a
seguinte: . se se quiser comparar o politeismo antigo

T.ME/NARRADORLIVROS
116 Gustavo Barroso
um estado da humanidade em que não exista religião alguma,
ao estado a que nos querem levar os 'materialistas modernos,
talvez seja licito concluir quc o paganismo é preferivel e que
mais vale uma crença qualquer, mêsmo supersticiosa,.num
mundo invisivel,do que o encerramento do homem no mun-
do terrestre.. • Qual a situação das almae sinceras e rétag
quo procuravam a Vcrdndc nos longos Béculogdo •erro?
Podemosnos ater ao que a Fé nos ensina sobre a bondade, a
justiça e a misericordia de Dcug,c ao que São Paulo nos diz
eobre os pagãos, que, não tendo Ici escripta, serão julgados
pela lei natural gravada na sua consciência".
A luta contra a invaeãomaterialista no mundo não póde
tolerar, nêstc momento, divisõesentre OBfilhos duma mêsma
pátria, nem dc partidos politicos,nem de clasgeggociais,nem
dc crcd0Breligioeos. O Integralismo entende que a qne8tão
dêS8Cmodo, no terreno da organização politica, da justiça
social c da salvaçãoda civilizaçãocristã. E assim a enten•
dcndo está dc acôrdo com a recomendação constante da pala.l
vra inspirada do Beatissimo Padre.
Parece-me que OBcatólicos não podem agpirar a ser mais
católic08do que S. S. o Papa.

T.ME/NARRADORLIVROS
11

A DOUTRINA SOCIAL CATOLICA

T.ME/NARRADORLIVROS
A ENCICLICA

E' a Enciclica (voz grega que significa circular) um do-


cumentoapostolicoque o Papa, SôberanoCabeça da Igreja e
Vigario de Nosso Senhor Jesus Cristo, dirige a todos os Bis-
pos do mundo, ou aos Bispos de uma nação e, por êleg, a
todos os Sacerdotes e fieis que lhe estão sujeitos.
Estas circulares ou cartas só as expede a Santa Sé em
ocasiõessolenes e sobre os mais graves assuntos, como é fir-
mar a fé, condenar erros, restabelecer a disciplina, apaziguar
discordias, formular leis e regras para direção espiritual do
povo cristão.
"Sendo o Papa o Vigario de Jesus Cristo, diz um pio
autor, o Doutor Supremo e infalivcl da Igreja , Bispo dos
Bispos, sôberano Pastor do mundo católico, bem evidente é
que, quando êle ensina ou manda alguma cousa em uma Carta
Enciclica, todo cristão, quem quer quc seja, é obrigado em
consciênciaa submeter-se, e por conseguinte a condenar o que
o Papa condena,a rejeitar o que êle rejeita e a conformar-se
sem restrições com suas decisões. Despregar a sua autorida-
de geria despregar a autoridade mêsma do Filho de Deus, e
diretamente contra Jesus Cristo é que ge revoltam quantos

T.ME/NARRADORLIVROS
120 Gustavo Barroso
contra og ensinos dc seu Vigario BCrevoltam. Não
mog isto: um cristão quc ousa88Czombar dc uma Enciclica
pontificia, que recusasse a cla Bubmctcr•sc,cometeria de
pecado graviggimocontra a obcdicncia dcvida a Deus e ácerto
Igreja".
questão religiosa do Brasil• pelo
Bispo do Pará, ed. I.allema*
1,iBbôn, 1886, pg. 261).

T.ME/NARRADORLIVROS
aqui vem as
encíclicas sociais da
Igreja. Vamos copiar
apenas os títulos,
pois são documentos
de fácil acesso.

"RERUM NOVARUM... "


CARTA ENCICLICA DE S.S. O PAPA
LEÃO XIII SOBRE A CONDIÇÃO
DOS OPERARIOS

INTRODUÇÃO
EXISTENCIAE GRAVIDADE DA QUESTÃO OPERARIA
Uma vez despertadoo afã dc novidadesque ha tanto
tempo agita os Estados, necessariamentesuccdcria que o dc-
scjo de modificaçõesna ordem politica sc estendêsseá cco-
nomica, que com cla tcm um grande parentesco. Efetiva-
mente, 08 recentes progressos da indústria e os novos cami-
nh08que trilham as artes, a mudança realizada nas relações
mutuas de patrões e operari08, com o acumulo das riquezas
em poucas mãos e o empobrecimento da massa, a grande opi-
nião que 08 opcrarios conceberam de seu proprio valor e
poder, a intima união couvque ge ajuntaram c, finalmente, a
corrupçãodos costumes,fizeram estalar a guerra. A gravi-
dade que encerra essa guerra sc depreende da viva especta-
tiva que traz 08 únimos suspensos, do modo como exercita o
engenho dos doutos, as juntas de homens prudentes, as as-
sembléagpopulares, o juizo dos legisladores e os conselhos
dog principeg,a tal ponto que não ha questão alguma, por
maior que seja, que mais fortemente preocupe o espirito dos
homeng. Por isso, propondo-nos como fim a defesa da Igreja
e o bem comum, e, como de outras vezes, escrevemossobre

T.ME/NARRADORLIVROS
QUADRAGÉSIMO A NNO
CARTAENCICLICADE S. S. O PAPA
PIO XI SOBREA RESTAURAÇÃO DA
ORDEM SOCIAL

INTRODUÇÃO
O QUADRAGFSIMO
ANIVERSARIO DA "RERUM NOVARUM"
Quarentaanos decorreram dêsde a publicação da magis-
tral enciclica"Rerum Novarum" de Leão XIII e todo o orbe
católicose prepara para comemorá-la com o brilho que me•
rece o excelso documento.
Para tão insigne testemunho de sua solicitude pastoral,
NossoPredecessor havia preparado o caminho com outras
* enciclicas,
sobre o fundamento da sociedade humana ou seja
a Familia e o venerando Sacramento do matrimonio (1) ,
sobrea origem do poder civil (2) e sua coordenação com a
Igreja (3), sobre os principais deveres dos cidadãos cristãos
(4), contra os erros socialistas (5), a perniciosa doutrina da
liberdadehumana (6) e outras dessa espécie que exprimiam

(1) Enes"Arcanum" de 10 de fevereiro de 1880.


(2) Enc."Diuturnum"de 29 de junho de 1881.
(3) Enc. "Immortale Dei" de 1.0 de novembro de 1885.
(4) Enc. "Sapientiae christianae" de 10 de janeiro de 1890.
(5) Enc. "Quod apostolici muneris" de 28 de dezembro de 1878.
(6) Enc. "Libertas" de 20 de junho de 1888.

T.ME/NARRADORLIVROS
CODIGO SOCIAL
(ESBOÇODE SINTESE SOCIAL CA.
TóLICA FEITO EM 1920'PELA UNIÃO
INTERNACIONAL DE ESTUDOS SO.
CIAIS SOB A PRESIDENCIA DO
CARDEAL MERCIER, DE ACORDO
COM A VERDADEIRA DOUTRINA
DA IGRPJA)

INTRODUÇÃO
1 — O HOMEME A SOCIEDADE
1 —-O homem —- cada homem — creado á imagem e
cemelhangade Deus, é que é imortal, e não a eociedCe. O
homem— cada homem —- é que é amado por Deus e
gatadopor Jesus Cristo. res-
Reconhecerque o homem tem uma personalidade, um
fimindividual,não é incorrer no erro do individualismo.
Ê8teerro pernicioso, sob o pretexto do desenvolvimento
individual,tende a emancipar o homem de toda dependencia.
2 — Não é verdadc que o individuo se baste a si pro.
Fio. Por mais preciosas que sejam as suas faculdades, sem
a sociedadeem que foi chamado a viver não póde conser-
var sua existencia,nem alcançar
do coração.
a perfeição do espirito e
3 Se o individualismo exagera os direitos do indivi-
duo,outros sistemas exageram, pelo contrário, os da coleti-
vidade. Enquanto o individualismo deifica o individuo, o

T.ME/NARRADORLIVROS
digitalizado por:
Integralismo em
Goiás!
27/09/2019

BASES DE ORGANIZAÇÃO E PROGRAMA


DOUTRINÁRIO E DE AÇÃo DO SINDICA.
LISMO OPERÁRIO CATÓLICO
(ESTAS BASES FORAM DEFINITIVA.
MENTE RATIFICADAS NO CON.
GRESSO OPERÁRIO CATÓLICO DE
DEZEMBRO DE 1932).

BASES DE ORGANIZAÇÃO

l.a — Reconhece-seque o meio mais eficaz para defen-


der os legitimos interessa€ dag classes trabalhadoras é o sin-
dicato puro, isto é, o sindicato constituido unicamente por
operariosde um mêsmo oficio.
— 08 sindicatos de operarios católicos devem ser
confegionais,usando cm ecu titulo o qualificativode "cató-
lico" e consignando cm seua estatutos que sua atuação se
fundará na. doutrina e na moral católicas. Porem, em algu-
I mas circunstancias, pódcm ser admitidos outros organismoe,
sempreque sc proponham respeitar a justiça e a equidade.
— Os sindicatos de operarios católicos não hão de
eer, como acontece com os revolucionarios, armas nas mãos
dog•trabalhadores para lutar sistematicamente com os patrões,
nem tão pouco como os chamadoa "amarelos", armas nas
mãos dos patrões para defesa de seus intercses peculiares,
gim meios eficazes nas mãos dos operarios para defen-

T.ME/NARRADORLIVROS
274 Gustavo Barroso
dcr gengdireitos e intcrcsscg contra quem os desconheçaou
queira violar.
4.0 Todos os trabalhos dc propaganda e organização
dc eindicatos operarios dcvcm ser cntreguee a propagandi8.
tas operarios. Como diz o Papa, 08 primeiros e imcdiat08
apóstolos dos operarios hão de scr OBoperarios".
5.0 — 08 sindicatos dc opcrarios católicog pódem unir-
ec com outros dc carátcr neutro ou 80ciali8taou outrag orga•
nizações operarias, sempre que a causa que queiram patroci•
nar Bejajusta, que BCtrate de um acôrdo temporal e que
tomem medidas dc precaução para evitar os per!gos que poe-
garn provir dessas uniões.
6.8 Ê,S8C8Bindicat06 não são organismos politicoe;
porem, como instrumentos dc pacificação 80cial, formarão
parto essencial da organizaçãocorporativa a que aspiram08
católicos eociaiB para sua intervenção na vida pública da
Nação.
7.0 — 06 eindicatos de operarios católicos procurarão
sempre, dentro da cvolução das classes e dos regimesecono-
micos, a livre diecuseão com 08 sindicatos patronais, cuja or-
ganização conceituamoa tão necessaria quanto a dos sindica-
tos operari0B.
8.a — Em cada localidade não deve haver mais de um
Findicato dc cada profissão. sc, presentemente, houver mais
de um no mêemo ponto, instar-se-ácom as juntas diretoras
para que BCchegue á fusão dêlce por todos og meios posáivei8.
9.n — 08 sindicatos, na defesa dc seus aseociados,pódem
ugar de todos os mcis licitos, coneiderandocomo tais a greve
c a boicotagem, dêsde que ge esgotem os meios conciliatorios;
porem não poderão nunca r8corrcr á sabotagem.
-—-Considera-se convenientissimo cooperar 06 escri-
torios dc colocação cread08 dc acôrdo com a Lei-de Coloca•
ope•
cão de Opcrarios, procurando modos dos sindicatos deadmi•
rari06 católicos têrcm participação em suas comiseõeg
niBtrativag.

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo c Cntollclgmo 275
0a 'indicatog formndoa por operar;oo católico'
des•ctnutilizar todag aa eubvcnçóeo, bonificnçóca e recurgog
o Estado ou corporaçócg públicag conccdarn ág cnt;•
dadcooperarias, c, aseim:
A) Crcar Caixag dc Prcvidcnc;a contra a parnlização do
trabalhodc acôrdo com a Ici vigente.
B) Crcar Caixas dc Seguros contra enfermidadcg.
C) Organizar ou participar dae Escolas Profi88ionaigo
de Trabalho, procurando todos 06 auxili08 quc facilitem o
cumprimento dê8tc fim.
D) Utilizar cm proveito de seus eoci08 ag oportunida•
des da Reforma Agraria.
E) Crcar Caixas dc Socorro, Coopcrativas,etc.
12.a — Como complemento da acão 8indical,HCreconhc•
ce a necessidadc dc uma atuaçáo politica quc defcnda 06 in•
tereseesgerais dag familiaa dos operari08. Os trabalhadores
católicos,na falta dc organizações dc carátcr opcrario poli•
tico.social,apoiarão aquelas organizaçócaquc melhor repre-
benteme dcfcndam êsses intcrescs.

PROGRAMA DOUTRINÁRIO E DE AÇÃO


PRINCIPIOS
I — O trabalho é urn dever ético quc a todos obriga.
Portanto, urge procurar sanções para 06 OCiOBOB,
embora sc-
jam ricoe e não precisem trabalhar.
II — O que cumpre o dever de trabalhar tem direito
a viver uma vida com dccôro, até quando não trabalhe scrn
aua culpa. A sociedade dcvc organizar-sede modo a garan•
tir eficazmenteêsse direito.
III —-A propriedadc deve estar organizada de modo a
facilitara subsistencia de todos, para que possam exercer seus
direitos,cumprir seus deveres e participar doa beneficios da
civilização.
IV — E' uma sociedade mal organizada aquela que se
Organizapara a produção de maneira que a maioria de seus

T.ME/NARRADORLIVROS
276 Gustavo Barroso
agentes tenham intcrcesc em produzir pouco ou não tenham
interesse cm produzir muito c bem. A8sim é o regime do
salariado e, por ieso, o considcramog como um regime im-
perfeito dc transição, aspirando pela sua terminação.
V --—Patrões e operarios são €ervidoreg da sociedade.
Em virtude da luta de classcg,ao invée de executarem gua
tarefa, sc cntrctcem em brigar e quebrar OBmovçiB. Rc-
conhecemosa luta dc classes como um fáto, porem a repeli.
mos e dcecjamos que cesse, não Bó por ecr anticristã como
por ecr atcntatoria contra o bem da sociedade.
VI -—Somos eindicalistas, porque temos consciência das
relações quaei naturais, quasi fatais, que unem aos do mêemo
oficio ou profissão, e porque nossa libertação c noggaascen•
cão social não a esperamosdo E6tado nem de nenhuma outra
classc sem a basc dos opcrarios organizados.
VII —sSomos corporativistas, porque somente a corpo•
ração pódc dar aos patrões e opcrariog dc cada profi68ão
consciência da unidadc dc sua função social e de eeugin•
tcrcsses comuns, c somentc cla, por conseguinte, póde abir
portas á paz c tornar possivel,na sua integridade, o serviço
que ambas as claeses,juntas, dcvcm prestar á sociedade.
VIII — Repclimos o sindicato unico obrigatorio,•por-
que é instrumento dc monstruosa tirania. Noseo lema nesga
materia é: "Corporação obrigatoria, mas sindicalizaçãolivre".
IX — Não gomosociali6tas, porque êstes querem que
ningucm soja proprietario c nós desejamoe que todob8 0 sejam,
e porque as sociedadesque inspiram atentam contra a nossa
liberdade dc consciênciae tratam de nos converter em cúm-
pliccs e colaboradores doa inimigos dc nosea fé e de nossas
honestas convicçócs.
X Não somos sindicalietas revolucionarios, porquc
não toleramos tiranias nem temos vocação dc tiranos, porque
não queremos dcaonrar o direito de associação, porque con•
sideramos a revolução social como criminosa e estéril, e por-
que não qucremoe atrair sobrc o proletariado, que amamos,
o horror da socicdade e as vinganças da história.

T.ME/NARRADORLIVROS
integralismo c Catolicismo 277

XI Não gomos ncutrog, porque não eomoBincautag


andorinhas quc gc caçam com capclhop, porque não conhe-
cemos Bindicat06 ncutroa c porquc ('Ice não pódcm cxi8tir
dêsdc que tccm dc BCingpirar cm principio» doutrinai8 que
não entcndcm com o ncutraligmo.
XII ----Defcndcmos a Religião c qucrcmog quc BCfaça
o possivclpara mantcr c fomentar o scntirncnto religioso do
paíB,porquc é indigpcngavelpara a reforma moral do indi-
viduo, sem o qual ec torna penosa c estéril qualquer refor-
ma social, pois quc é o mais forte doa vincu108sociai8c fonte
de abnegação e caridade, portanto, dc harmonia, bondadc
c paz.
XIII — Defendemos a instituição da familia, porque dc
guavida depende a da sociedadeinteira c qucrcmog,portan•
to, que ecja repelido tudo quanto a relaxc ou corrompa,
como o divorcio, o enfraquecimento da autoridade moral pa-
terna, a eupreseão do direito de herança, etc.
XIV — Respeitamos a propriedade privada, upada reta-
mente e com a função social quc dela exigimos,porque é eg-
timulo do trabalho e sólida bage da dignidadee independen•
cia pessoais,e porque contribúe para dar firmeza e eetabi.
lidade á instituição da familia.
XV —Reconhcccmos que o bem cetar dos operari06em
geral depende em grande parte da prosperidade da Nação,
a qual se não póde conseguir sem que patrões e operarios,
consumidores e Eetado cumpram setÑ deveres respectivos.
XVI — Eis aqui.uma eintcse fragmentaria,mas suficien-
te, de nosso ideal, de nosso programa doutrinario e da pers-
pectiva que abrimos á nossa ação.

T.ME/NARRADORLIVROS
111

A CARTA BRASILEIRA DO
TRABALHO

T.ME/NARRADORLIVROS
CARTA BRASILEIRA DO TRABALHO

DECLARAÇÃO DE PRINCIPIOS

EM NOME DE DEUS, DA PÁTRIA E DA FAMILIA:


1 — O ESTADO INTEGRAL entende a NAÇÃO BRA.
SILEIRA como um organismo uno e superior aos individuoe,
— moral, politico o economico, do qual êlc, ESTADOIN-
TEGRAL, é a resultantc historica c logica, representando a
NAÇÃOem intima e indissoluvelunião com todas as suas
forças, energias crcadoras e atividades, exprimindo-ase, ao
mêsmo tempo, norteando-as para a Grandeza Nacional.
11 O ESTADO INTEGRAL é um ESTADO COR-
PORATIVO CRISTÃO, orgão supervisionador da NAÇÃO,
de cuja ação vital procede, devendo dirigi-la de acôrdo com
06 interesses superiores da Sociedade Civil, respeitando as
funções individuais e sociais capazes dc reali'€ar a sua finali-
dade sem a intervenção do Estado.
111— A PROPRIEDADEresulta de um Direito Natu-
ral, anterior e superior ao Estado. E' a projeção do Homem
no Espaço, sobre as Cousas e sobre a Terra. E' tambcm
projecão do homem no Tempo, pela transmissão das heran-
As fórmae da PROPRIEDADE são variaveie, mas o prin•

19
T.ME/NARRADORLIVROS
282 Gustavo Barroso
cipio dc sua obtenção é invariavel, pois esta somente pódo
provir dc meios licitos.
IV O DIREITO DE PROPRIEDADEnão póde nem
devc ser exercido de modo injusto, cm detrimento de outros
ou da comunhão social. Por isso, ao DIREITO DE PRO-
PRIEDADE DEVERES, que 0 ESTADOIN.
TEGRAL regulará c determinará, visando a JUSTIÇA
SOCIAL.
V A FAMILIA,permanentee invariavel,ó o funda.
mento do ESTADO INTEGRAL. Projeção do Homem no
Tempo, ligando-oao Passado e' ao Futuro, e tambem no E8•
pago, sobre as Pessôas, alicerçada na Natureza Humana, an-
terior c superior ao Estado, não póde ser alterada nem des•
virtuada na. sua basc cristã, devendo ser provida dc meios
quc lhe assegurema Liberdade Moral c a Independencia
Economica.
VI — A PESSOAHUMANAé intangivel na sua CONS.
CIÊNCIAc sagrada na sua DIGNIDADE. Criatura dc Deus,
não poderá ser humilhada ou oprimida pelas forças politicas
e pelas forças economicas. Cumpre ao ESTADO INTEGRAL
defendê-la moral c materialmente.
VII —A RIQUEZA NACIONAL resulta dc
múltiplos, mas dc csgcnciacomum: CAPITAL TRABA•
LHO BENS NATURAIS, guiadoe c dirigidos pela INTE.
LICENCIA c pelo ESPIRITO DE INICIATIVA. CAPITAL
c BENS NATURAIS representam TRABALHO ACUMU-
LADO. O TRABALHO começa na conquista dog Elemcn•
tos da Natureza pelo Ilomcrn.
VIII A IIARMONIA DO CAPITAL E DO TRABA-
LHO resulta dc ser o primeiro prodúto da acumulaçãodo 8c•

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 283
gundo,não podendo, naturalmente, um existir ecm o outro.
para a exi6tcnciadessa Colaboração Eficaz, o CAPITAL não
poderáconcentrar c absorver todos og frutos do TRABA-
LHO, nem 0 TRABALHO dominar aquêlc. O ESTADO
INTEGRALimporá a disciplina necesaria a ambos, dentro
de rigorosasnórmas de JUSTIÇA SOCIAL,dc maneira quc
nenhuma Classe possa excluir outra dos beneficios e resul-
da PRODUÇÃODA RIQUEZA.
IX O TRABALHOé, ao mêsmo tempo, um DIREI-
INDIVIDUAL
e um DEVERSOCIAL.sc 0 CAPITAL
participados resultados do TRABALHO,é justo que o TRA-
BALHOparticipe, em justa medida, dos resultados do CA-
PITAL. A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA e de
projeçóegno Tempo e no Espaço exige uma organização
socialem que o TRABALHOnão seja envilecidocomo uma
mercadoria, dando-se a todos os Homens DIREITO AO TRA-
BALEIO,direito dc cumprir um dever social e humano, em
condiçõestais que o ponham a salvo da miseria e de humi-
lhações, permitindo que melhorem, progridam e se desen-
volvammoral, mental, social, politica c economicamente,de
acôrdo com suas po€sibllidades e capacidades proprias.
X PATRÃO E OPERÁRIO tornar-se-ão 0 RE-
GIME CORPORATIVO aliados e na obra supe-
rior da GRANDEZANACIONAL. Por meio dos CONTRÁ-
TOS COLETIVOS,sob a égide da MAGISTRATURANA-
CIONAL DO TRABALHO, êles mêemos solucionarão 08 pro-
blemas atinentes a lucros, salarios, horas e dcmaiBcondições
de trabalho.
XI = O DIREITO DE ASSOCIAÇÃO é um Direito Na-
tural, anterior e superior ao Estado. O ESTADOINTEGRAL

T.ME/NARRADORLIVROS
284 Gustavo Barroso
0 manterá defenderá como BASE CRISTÃ DA ORGANI.
ZAÇÃO CORPORATIVA.
XII — AS CORPORAÇÕESresultarão das FEDERA.
DE SINDICATOS e cetas, dos SINDICATOS,aesocia.
privadae, PESSOAS DE DIREITO PRIVADO, 0
controlo eAtatal,com funções éticas, educativas e economicas,
08 SINDICATOSreconhecidos pelo Estado teem, por dele.
gação do mêsmo, funçõee politicas de representação dc cltg-
se. CORPORAÇOES associações públicas, PESSOAS
DE DIREITO PúBLICO. os unem
por um instrumento juridico regulador dos seus circu108de
relações privadas, são considerados para êssc efeito PES•
SOAS DE DIREITO PúBLICO. Por i860, todos os CON.
TRÁrros COLETIVOSterão força de Lei.
xili A ORDEM SOCIAL na NAÇÃO INTEGRAL é
uma HIERARQUIA,fundada no respeito ás autonomiasdag
PESSOAS c das FUNÇOES. Na ORDEM FAMILIAR, a au-
toridade paterna exercida na educação c dircção da prole não
cerceará os anseios dignos, nem esmagará tiranicamente as
vontadce. NA ORDEM ECONOMICA, a CORPORAÇÃO
defenderá interceseg legitimos, norteará atividadeg c traçará
regras de ação, gem despersonalizar ou oprimir o SINDI-
CATO, sem absorver 0 ARTEZANATOLIVRE c sem pear
a iniciativa particular no campo da produção, móla real de
progressodêsde que se não oponha a outrae iniciativas. Na
ORDEM POLITICA, O ESTADO INTEGRAL conduzirá a
NAÇÃO UNIDA c UNA, ecm esmagar a PROVINCIA,gem
desrespeitar a AUTONOMIADO MUNICIPIO, mas gem con•
gentir que a PROVINCIAou o MUNICIPIOdesrespeitem
a NAÇÃO, Na ORDEM MORAL, 0 ESTADO INTEGRAL

T.ME/NARRADORLIVROS
Integralismo e Catolicismo 285
consideraráinviolavei8 c intangivci8 a CONSCIÊNCIA e a
DIGNIDADE das PESSOAS. Em virtude de ORDEM
SOCIALHIERARQUIZADA, 0 ESTADO INTEGRAL não
absorveautonomias nem destrói iniciativas: defende-ag, ro-
gula•ae,fiscaliza-as, impulsiona-as.
XIV — AS DIFERENCIAÇOES DO TRABÃLHO são
de modosde ser, não de essencia. O TRABALHO é unita-
rio do ponto de vista ético e cm relação aos interceses e fi-
nalidades superiores da NAÇÃO. Manifesta-se, porem, ati-
vamente,de maneiras divereas: TRABALHO INTELETUAL,
TÉCNICO e MANUAL. suas órbitas devem traçadas
com segurança, de maneira que o ESTADO INTEGRAL 08
proteja, dirigindo-os no sentido superior da GRANDEZA
ESPIRITUAL E MATERIAL DA NAÇÃO.
XV — A ORGANIZAÇÃO SINDICAL ou PROFISSIO-
NALé livre; mas só o SINDICATOlegalmenteconstituido
representa perante o ESTADO INTEGRAL as categorias de
produtorea e trabalhadores, de modo a poder defender seus
dentro do ESPIRITO DA SOLIDARIEDADENA-
C,IONAL.
XVI A MAGISTRATURANACIONALDO TRABA-
LHO regulará e dirimirá todas as dúvidas, controvereiage
divergenciagentre empregadores e empregados,que não te.
nham sido resolvidas conciliatoriamente, em primeira instan-
cia, pelag respectivas Associaçõeede Classe, velando pela fiel
observancia dos CONTRATOS COLETIVOS e impondo
nalidades aos seus fraudadoree e aos das leis do TRABALHO.
XVII — O SALARIO 'deve corresponder ás exigencias
normais da vida, de acôrdo com as condiçõeglocais. Aos

T.ME/NARRADORLIVROS
286 Gustavo Barroso
proprios intercgsados compctc fixá-lo. O ESTADO INTE-
GRAL quer 0 SALARIOJUSTO c inetituirá, com 0 VOTO
FAMILIAR, 0 SALARIO FAMILIAR.
XVIII — OS CONTRATOS COLETIVOS fixarão sala.
rios, seguros, férias, licençae, assi6tcncia,.educação, instrução,
punições (tos infratorcs, todas as condições relativas á CO.
OPERAÇÃOEFICAZ dc PATRÕES c OPERÁRIOS, com in.
tcresscs c garantias reciprocos. Oe LEGISLADORES DO
TRABALHOserão, assim, 08 proprioe interessados no TRA•
BALTIO.
XIX — MÃO DE OBRA deve ter, antes de tudo, um
sentido moral. O Trabalhador deve ganhar materialmente
com que viver c manter sua familia com dignidade, mae deve
exercer seu trabalho com o ideal superior e hone6to, egpiri-
tual c cristão dc fazer cousa bem feita, sem ta preocupação
exclusivac materiali6ta dc produzir muito e auferir maior
lucro.
XX —-A ECONOMIAfoi feita para o Homem; o Ho-
mcm não foi feito para a ECONOMIA. Baseado .nêste alto
principio moral c cristão, o ESTADO INTEGRAL não
póde
fazer da VIDA ECONOMICAa unica atividade
fundamental
da NAÇÃOou a sua razão de ger; considera-a
tão eomente
uma basc material ncccsearia. A ECONOMIA
do ESTADO
INTEGRALnão pódc ser, portanto, uma
ECONOMIADIRI-
GENTE, nem uma ECONOMIADIRIGIDA; sim uma
ECO.
NOMIA PLANIFICADA sob 0 controlo
da INTELIGENCIA
c sem perder dc vista os DEVERESMORAIS.
XXI A NAÇÃO INTEGRAL, aesim, poderá realizar
a felicidade da PÁTRIA, organizando-a
em uma DEMO-
CRACIA ORGANICA E HARMONICA,
moralizando-a,
ritualizando-a c dando-lhe JUSTIÇA SOCIAL.

T.ME/NARRADORLIVROS
NOTA

O autor dêste livro sugeriu em reunião


do Supremo Conselho da Agño Integralista
a promulgação duma Carta do Trabalho,
contendo as declarações de principios sobre
a matéria. A idéa foi aprovadae o Chefe
Nacional, Plinio Salgado, o encarregou de
elaborar o respectivo projéto. E' êsse pro-
jéto que aqui publicamos, como uma resul-
tante logica dos estudos anteriores e dos
documentos relativos doutrina da Igreja
sobre a questão social.

T.ME/NARRADORLIVROS
Este livro fol composto e Impresso
nas officlnas da Empresa Graphlca
da "Revista dos Rua
Xavier de Toledo, 72, São Paulo —
em Junho do 1937.

T.ME/NARRADORLIVROS
'realização feliz
EMPRESA EDITORA A B C
acaba de lançar
A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
SEGUNDO AS ENCICLICAS
RERUM NOVARUM E QUADRAGESIMO ANNO
PELO PE, G. C. RUTTEN, O. P.
Prof. em Teologia, Senador, Diretor do
Secretariado Geral das Obras Sociais na Belgica.

Esta tradução foi honrada com um


Prefacio do Exmo. Sr. Dr. Agamemnon Magalhães.
DD. Ministro do Trabalho.

A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA.


I — Considerações preliminares.
It — Apreciaçãosobre a Enciclica.
111 'A Evolução das idéas nos meios catolicog.
IV — A Justiça Social.
V — A Propriedade.
VI — O Salario.
VII — A Intervenção do Estado.
vlll As organizaçõesprofissionais.
IX — A Ditadura economica.
X — O Socialismo.
XI — A Reforma dos Costumes.
Recomendaçãode S. E., o Cardeal de Paris.
este
«Desejamos que padres e seminaristas leiam atentamente ver-
livro e o façam ler. Aí, encontrarão doutrina fecunda; porque
dadeira. Mais bem instruidos, irão, mais eficazmente, impor pela
á
persuasão as diretivas pontificias e dar, na medida de seu poder,que
crise economica e social•de nossa época, a unica solução: a
Jesus Christo ensina .no Evangelho c que desenvolve atualmente
entre nós e a nosso espirito, pela voz autorizada de seu Vigario
na: terra».

T.ME/NARRADORLIVROS
•oă1ffNVf Olă
'693 ežqeo — o•qos — 101 'OJCIUIOĄONop e5exđ
a saeuopeu— soo!łmeoo 'SOC-10tU
CVJff1HONV
r O a V VăOJICłg
vavłłwł ł
000301 opeuxapeoug
ooo$Ł opeqooag
se sepc»
'CSOțUatU!.1JOS
snos so sopoț 0!pattrax
sepu 'X X ołnoas op opełm.10ț tuauxotl o
onb un50p ețueț 'yuopaqes e3UEț
'couUV ouqsoSexpenO> ctunaeń0N tunaałl>
•seo!łopug
sep smuauxetąsuo sopunyoxd so o.łqos 'se!P so sopoț
Jeupatu a xał uxaĄap'uxeqłeqeăț no tuaznpoxd anb sopoț
'g!.ląsnpu!ep no opxatuo.) op Suauxotł so sopoț 'opeț
-sa op suaułoq so SOPOȚ'S!etuoapuł! so sopoă,
ep łepos eugłnop e .łaoatłuoo păzsuads!ptl! ••
•epe,uasqo opts uraț
ogar•łJOCIepezgetuațs!s 'ega.lfll ep etl!.nnop e apuo
'saąed sou opuessaooxd Vțsa as anb 'łepos
-sax e a:qos uza 'nołey 'sol!a.łqo sop sag5ypuoo se
a.łqos eo!ptotlîl ep o opue.łotuatuoo '1 X 0!cl
'S!0dap soue eąuaxenO •oezex ep SOPEU!tUt1! sotltl!tuuo so
'tunaeĄ0Ntunxau e ułoo 'soăod soe opueâ!ptl! e5uendsa
se.łp.:ep ngqe '1681 tua IIIX egosoł!} ep
so 'outS!oSaop og5euexaeu a sop
Oțłntutlțou 'opue.łqtuoł sep sot1!Sso urau 'SOIO)
-sode sop ZOAe tuau tuełeuey ogu •opuntu o oppanb
-qua ogu o o apep!.łeo ep og50u e
opmaď 'leme o oułoo ołnoas o assańnoq on..ă
•og5tnua!J0 ap
ap .10d aȚuua!nbti! e)uasa.lde os ltąoos eurałqo.ld o
'sapnuąe sepuapuaț op ogsnyuoo ap essaN
suoq sopd Ienu.l!đ
—sapg50tua UIOO ep!qaoax •cl •O 'wuooęs oxpaă
apuexs op sopydsneso qos '0 V
ep ap
ap — op ogânpełț,
:suasesseđ se . sotułelțxa •sagtłłeSe}.q
'oqłeqexł„ op op oa

T.ME/NARRADORLIVROS
Aos Integralistas
e aos estudiosos dos problemas sociais

't
o PERIGO AMARELO"
EMILIO BROWN — Broch.:6$OOO

Agora, que tantas nações se acham convulsionadas,


são numerosas as perspectivas de uma coflagração mun-
dial. O Japão, pelo seu formidavel poder militar, está
em condiçõesde exercer preponderante papel numa guer-
ra que deflagre. Emilio Brown pinta-nos, em livro de
côr local muito intensa, a historia economica'e militar do
grande imperio amarelo. e diz-nos dos -perigos com que
ameaça a civilização ocidental. Um livro instrutivo, que
revela segredos até hoje escondidospor detrás do sorriso
amarelo.

em todas as livrariase na

' 'Livraria Anchieta"


Caixa postal n.0 249 — RIO DE JANEIRO

Pelo bem do Brasil!


Anauê!!!
T.ME/NARRADORLIVROS

Você também pode gostar