Manual de Apoio Botanica

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Ginoita P.

Fernando, Biólogo/ Botânica

INTRODUÇÃO A BOTÂNICA

Botânica – Ramo da Biologia que se dedica ao estudo científico das plantas, sob ponto de vista
Morfológico, Histológico, Sistemático e Fisiológico. Do Grego, Botáne = Plantas. A Botânica
como ciência divide-se em dois campos principais:

Botânica

Botânica Criptogâmica Botânica Fanerogâmica


(Plantas inferiores) (Plantas superiores)
Ex:
Briophytas e Pterydophytas Gymnospérmicas e Angiospérmicas

Ramos da Botânica
 Morfologia vegetal
 Sistemática Vegetal
 Etnobotânica
 Histologia Vegetal
 Embriologia Vegetal
 Fisiologia Vegetal
 Fitoquímica
 Fitogeografia, etc.

Relação entre a Botânica e outras áreas de saber


Parasitologia Biogeografia Ficologia Biologia de Conservação

Entomologia Botânica Zoologia dos invertebrados


Genética Biologia evolutiva
Citologia Ecologia(Marinha, terrestre, etc.)
Zoologia dos vertebrados Fitopatologia

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Ginoita P. Fernando, Biólogo/ Botânica

Histologia Vegetal.
Lição n⁰ 2 : Organização Geral dos tecidos vegetais.
Tecido – Conjunto de células com mesmas origens, características e funções.

(Primórdio folio-caulinar)
Ex: Protoderme., Meristema
Fundamental e Procâmbio
Meristemas Primários
Tecidos de
(Caliptrogênio) Câmbio vascular e Câmbio
Formação
suberofelodermico.
(Meristemas)

Meristemas Secundários
Paliçado
Clorofilino
Lacunoso

Essencialmente Reserva Amilífero


Elaboradores
Aquífero
(Parênquimas)
Tecidos
Vegetais Aerífero

Resinífero
Secretor
Tecidos Lactífero
definitivos
ou Suber/Cortiça
permanentes Protecção
Epiderme

Exoderme
Essencialmente
Mecânicos
Endoderme

Colênquima
Suporte

Esclerênquima

Conductor Xilema

Floema
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Meristémas – São tecidos embrionários, formados por células não especializados, que se
encontram em constante divisão celular. Do grego (merizein = dividir / merismos = divisão).
Durante a divisão das células meristemáticas são formadas duas células uma Inicial e a outra
Derivada. A célula inicial é perpétua e dará origem uma nova célula meristemática e a derivada
vai formar o corpo da planta pela sua diferenciação.

Funções do meristema: Crescimento, Regeneração de partes feridas e Formação de novos tecidos.


Conforme a localização os meristema podem ser:
a) Meristemas apicais – Localizados nas extremidades do caule e raiz, responsáveis pelo
alongamento da planta.
b) Meristemas laterais – Localizados ao longo da raiz e caule,, responsáveis pelo
engrossamento das plantas.
c) Meristemas intercalares / de alongamento – Geralmente temporário e de menor
importância que outros meristemas.
Conforme a orígem os meristemas podem ser: Meristemas primários e Meristemas
secundários
1. Meristemas primários – Que tem origem em células do embrião, responsável pelo
alongamento da raiz e do caule.
O meristema é um tecido mãe porque dele, todos outros são originados. Este aparece logo na fase
embrionária da semente, no ápice da raiz e quando o embrião está maduro este aparece no ápice
caulinar por isso recebe o nome de meristema apical. O meristema apical origina durante a
embriogénese três tecidos meristemáticos primários: Protoderme, Meristema fundamental e
Procâmbio.

1.1 Protoderme, forma-se por divisões periclinais (paralelas a superfície) das células
externas do embrião propriamente dito e da origem a epiderme.
1.2 Meristema fundamental, forma-se quando o embrião sofre divisões verticais e resulta
na separação inicial entre meristema fundamental e Procâmbio, este, circunda o
procâmbio interna e externamente. O meristema fundamental vai originar tres tecidos
fundamentais ou de enchimento: Parênquima, Colênquima e Esclerênquima
1.3 Procâmbio – localizado no interior do ápice caulinar e radicular, em anel, vai originar
xilema e floema primário.
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2. Meristemas secundários – Que tem origem em células de tecidos já diferenciados, mas


que readiquirem secundariamente a capacidade de se dividir, são responsáveis pelo
engrossamento da planta e formação de tecidos definitivos da planta.
Existem dois tipos de meristemas secundários: O Câmbio vascular e o Câmbio súbero-felogénico
(Felogénio ou felogéne).
2.1 O Câmbio vascular
Origem – pode se originar das células do procâmbio ou em células parenquimatosas dos
raios medulares que readiquirem a capacidade de se dividir.
Localização – localiza-se no cilindro central da raiz e do caule, exteriormente em relação
ao xilema primário e interiormente em relação ao floema primário. No caule forma um
cilindro e na raiz forma de início uma ondulação e mais tarde um contorno circular
devido ao desigual crescimento do xilema secundário.
Estrutura– num corte transversal apresentam células rectangulares de paredes delgadas.
E num corte longitudinal, distinguem-se dois tipos de células: Pequenas designadas por
Células iniciais dos raios vasculares e outras grandes, Células iniciais dos vasos
(fusiformes) de onde resultam os tecidos vasculares.
Função– as células pequenas originam os raios vasculares e as fusiformes originam:
Fibras, os traqueídos, os elementos dos vasos, as células acompanhantes e elementos dos
tubos crivosos.
2.2 Câmbio súbero-felogénico (Felogénio ou felogene).
Origem – O primeiro felogénio forma-se a partir de certas células do córtex e por vezes
da epiderme(na macieira);é um tecido de vida curta. Novas camadas de felogénio
formam-se depois a partir de tecidos mais profundos tais como o floema; já este, vive
muito tempo.
Localização – Encontra-se na zona cortical abaixo da epiderme.
Estrutura – Num corte transversal as células tem a forma rectangular.
Função - Formar por divisão, para o lado exterior súber e para o lado interior feloderme.
Ao conjunto de súber, felogênio e feloderme, da-se o nome de Periderme.

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3. Tecidos definitivos ou permanentes


Os tecidos definitivos ou permanente, resultam de células já diferenciadas e são:
 Tecidos dérmico (Compreende a epiderme, exoderme e súber).
 Tecidos fundamentais (Compreende todos os tecidos situados entre os dérmicos e os
vasculares).
 Tecidos vasculares (Compreende o Liber e o Lenho)

3.1 Tecidos dérmicos – Os principais são: Epiderme Exoderme e o Súber.

3.1.1 Epiderme– Originada a partir da protoderme do embrião. Localizada na parte mais


externa dos órgãos das plantas e constituída por uma única camada de células unidas.
Por vezes algumas células formam pêlos unicelulares ou pluricelulares. Nas folhas
jovens, a epiderme apresenta poros que rodeiam as células guardas que no seu
conjunto formam estomas que facilitam trocas gasosas com o meio ambiente. As
células guardas contêm cloroplastos diferentes das células epidérmicas normais que
nunca apresentam.
Função: Forra todos os órgão vegetais, no lado externo do caule e das folhas segrega
uma substância serosa de nome Cutina, impermeabilizante da parede celulósica e
protectora dos órgãos contra a perda de água e de gazes. Na raiz a epiderme serve
ainda para absorver água e sais minerais através de pêlos absorventes.

Estruturas anexas a epiderme

a) Papilas – São pequenas saliências das células epidérmicas que dão aspectos aveludados
as pétalas.
b) Pêlos ou Tricomas – São estruturas ou formações unicelulares ou pluricelulares,
secretoras ou não secretoras, largamente distribuídas nas folhas, caules, raízes, etc. Os
pelos podem ser formado por células mortas (sem protoplasma) ou vivas (com
protoplasma). Os pêlos podem ser: Estrelados, Filamentares, Capitados e Escamosos.
Função
 Protecção - Ex: raiz, sementes e frutos.
 Absorção – Ex: Raiz
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 Secreção – Ex: Pêlos da folha do tomateiro que elabora secreções oleosa e


voláteis que acabam protegendo. Drósera secreta enzimas digestivas.
 Disseminação – Ex: Pêlos do algodão são constituídos por células mortas e
permite a disseminação da semente do algodão.
c) Estomas / Estômatos – são estruturas que geralmente trocam gases na planta,
constituídos por duas células guardas com uma abertura designada ostíolo. O tamanho da
abertura depende da turgescência das células guardas.
 Células guardas túrgidas = Ostíolo aberto
 Células guardas plasmolizadas = ostíolo fechado

d) Hidatodos ou Hidatódios - Estruturas semelhantes aos estomas, situados nas margens


da folha muitas das vezes terminam por feixes de tecidos condutores e eliminam água
por processo de gutação.
e) Lenticelas ou lentículas – ocorrem em certas plantas, na superfície do caule. Verificam-
se a partir de fendas no caule. Realizam a troca gasosa, pois elas substituem os estomas e
muitas vezes começam no parênquima de preenchimento.
f) Acúlio – são estruturas protectoras semelhantes aos espinhos. São formadas por
espessamento e endurecimento de tecidos epidérmicos. Ex: Na Roseira

3.1.2 Súber / Cortiça–Originada a partir de meristema secundário, o felogénio.


Localiza-se de forma concêntrica para o interior da epiderme. É formado por células
mortas. A finção é de substituir a epiderme. No súber existem orifícios “lentículas”
que permitem a saída de água visto que outras zonas de súber são impermeáveis
devido a suberina que evita a perda de água.

3.1.3 Exoderme (Súber primário) – são células envelhecidas da epiderme e as


subjacentes e oferecem maior acção protectora em relações as primitivas.

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Lição n⁰ 3: Tecidos Fundamentais


4. Tecidos fundamentais – Os principais são: Parênquima, Colênquima e Esclerênquima.
4.1 Parênquima–Tecido primário mais abundante originado a partir do meristema fundamental,
ocupa quase a totalidade do córtex e grande parte do cilindro central (medula e raios
medulares),nas folhas ocupa o espaço entre as duas camadas epidérmicas e forma o mesófilo.
São constituídas por células vivas, poliédricas de parede finas, caracteriza-se também por ter
espaço cheio de ar. A função do parênquima depende do órgão onde se encontra mas ele está
relacionado com o armazenamento se substâncias.
4.3Colênquima – tecido primário, originado do meristema fundamental. Localiza-se em zonas
restritas como: Pecíolo e nervuras das folhas, pode formar cilindro completo ou bandas separadas
junto a epiderme do caule.
Possuí células vivas, compacto sem espaços intercelulares, largas com parede primária grossa,
os ângulos das células são irregularmente grossos e é por eles que as células comunicam-se
entre si.
O engrossamento devido à deposição da celulose e de pectina, ocorre de modo diferente e dai a
classificação do colênquima em:
 Colênquima angular – quando a deposição ocorre nos ângulos das células.
 Colênquima lacunar – se a deposição ocorre só nos vértices das células que não se
encostam, deixando uma lacuna.
 Colênquima lamelar ou Tabular - aquele em que a celulose se deposita em camadas
celulares paralelas
4.4 Esclerênquima – É um tecido primário quando se forma a partir do meristema fundamental
mas também pode ter origem secundária se resultar de células do parênquima por engrossamento
das paredes. Podem ter a seguinte localização: os escléritos por ex: aparecem na medula e no
córtex do caule, junto à nervura de certas folhas, em tegumento das sementes e cascas de alguns
frutos. As fibras de Esclerênquima encontram-se nos feixes e córtex caulinares.
Apresentam as seguintes estruturas: Presença de parede secundária, dura e grossa que aumentam
devido a deposição da lenhina dentro da parede celulósica normal e o processo denomina-se
Lenhificação. A lenhina é produzida pelo citoplasma e é impermeável. O esclerênquima é um
tecido morto porque as suas células não recebem alimento devido a incapacidade que a parede
celular tem de absorver nutrientes causado pelo processo de lenhificação.

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Escléritos
Células com forma e tamanho variável. Encontram-se geralmente isoladas (como na polpa das
pêras, por exemplo, designando-se células pétreas), embora possam formar camadas contínuas,
junto à nervura de folhas ou em caules e sementes. Formam-se a partir de células
parenquimatosas por crescimento de expansões que ocupam os espaços intercelulares e pela
deposição de uma parede secundária de lenhina. Por vezes este espessamento é tal que a
cavidade celular desaparece. Devido á impermeabilização da lenhina a célula diferenciada morre;

Células pétreas
Células de forma arredondada ou oval, relativamente pequenas, comparadas com os escleritos e
fibras, que surgem geralmente na polpa de frutos, como a pêra, fornecendo suporte e impedindo
que o fruto rico em materiais carnudos se desfaça ao amadurecer;

Fibras
Células longas, estreitas e fusiformes nas extremidades, de parede uniformemente espessada por
deposição de lenhina e, por vezes são bifurcadas. Apresentam mesmo números de pontuações e
geralmente originadas a partir do desenvolvimento de células meristemáticas. Tem a função de
sustentação.
Ex:O linho, por exemplo, é formado por fibras com cerca de 70 mm de comprimento, retiradas
da planta do linho. Outras fibras economicamente importantes são a do algodão.
As fibras podem apresentar diversos agrupamentos segundo a localização:
 As fibras do xilema ou F. Xilémicas;
 As fibras do Floema ou F. Liberianas
 As fibras do Pericíclo - F. Pericíclicas ou Perivasculares.
As fibras Pericíclicas e Liberianas segundo alguns autores são consideradas de fibras
extraxilémicas.
No xilema secundário das plantas dicotiledóneas podemos encontrar as fibras gelatinosas ou
Mussilaginosas.
Fibras septadas – apresentam septos internamente que funcionam como protectores do
citoplasma.
Fazem parte do esclerênquima células associadas ao xilema (Fibras) e os escléritos dispersos
entre os tecidos parenquimáticos, ou constituindo as carapaças que envolvem a semente.
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A função do esclerênquima é de suporte e protecção e resistência de caules, folhas e frutos.

LIÇÃO N⁰4 TECIDOS VASCULARES OU CONDUTORES.


(Xilema e Floema)
Xilema – é o tecido de transporte de água e sais minerais através do corpo das plantas. Tem
origem no procâmbio (Xilema primário) ou no câmbio vascular (Xilema secundário).
Nas plantas angiospérmicas podem ser encontradas 4 tipos de células do xilema:
a) Traqueídos – Longas e estreitas com paredes secundárias lenhificadas (mortas), As suas
extremidade transversais são extreitas, cobertas por uma fina membrana. As extremidades
laterais são espessas com muitas pontuações ou poros e assim permitem passagem de
substâncias. Estas células alinham-se topo a topo, de modo a facilitar o movimento de
água no seu interior.
b) Elementos dos vasos - células curtas e largas, também com parede lenhificada. Sem
paredes transversais e apenas com células alinhadas topo a topo a formar um tubo. As
parede laterais apresentam pontuações. Estas células são mais eficientes no transporte de
água, mas fracas em termos de suporte. Um outro problema dessas células é de em algum
momento apresentar bolhas de ar que podem bloquear a passagem de água para as zonas
superiores da planta. Nos traqueídos não acontecem por duas razões: diametro celular
menor e presença de membranas transversais.
c) Fibras xilémicas – São fibras de esclerênquima, surgem por fraca capacidade de suporte
que os elementos dos vasos apresentam.
d) Células parenquimatosas – Células com função de reserva e controlo do movimento de
soluções no tecido vascular, são as únicas células vivas.

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Floema – Tecido complexo de transporte de soluções orgânicas, podendo ser primário ou


secundário. Possuem células alongadas, cilíndricas, formadas pelo meristema apical (nas
extremidades do caule ou dos ramos), ou pelo câmbio vascular que forma o floema secundário
da sua porção externa. O floema apresenta 4 tipos de células:
a) Elementos do tubo crivoso – são células vivas de parede transversais formando placas
crivosas. Elas estão associadas as células companheiras.
b) Células companheiras – Vivas e pequenas de cictoplasma activo que controla o
movimento de substâncias nos elementos do tubo crivoso.
c) Fibras floémicas: Semelhantes ás fibras xilémicas, tem função de sustentação e são as
únicas células mortas do floema.
d) Células parenquimatosas: Células vivas com mesma função do xilema (Reserva de
nutrientes para os restantes componentes do floema).

LIÇÃO N⁰ 5 EMBRIOGÊNESE VEGETAL

Estrutura do óvulo e a sua posição no ovário

O óvulo em desenvolvimento abriga uma única célula, 2n, a célula mãe, sofre meiose e origina 4
células filhas das quais três degeneram-se e uma, (o megasporo funcional), localizada mais

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distante da micropila sobrevive, cresce e realiza 3 mitoses seguidas, originando 8 núcleos


haplóides com 7 células em que uma delas apresenta dois núcleos.

Estrutura do óvulo
O óvulo (Nucelo) internamente apresenta a seguinte estrutura: 7 células e 8 núcleos, distribuído e
classificados da seguinte maneira – Oosfera, próximo da micropila, 2 Sinérgídas a esquerda e a
direita da Oosfera, Núcleos polares no centro do óvulo e 3 antípodas localizadas mais para o
fundo da micropila.
O óvulo (nucelo), é originado e preendido por um tecido denominado placenta, pelo processo de
placentação.

Desenvolvimento embrionário em angiospérmicas (Monocotiledóneas e Dicotiledóneas) e


gymnospérmicas.

Estrutura e o desenvolvimento do corpo vegetal das angiospérmas


O corpo das angiospérmas começa o seu desenvolvimento com o início da formação do embrião,
num processo denominado embriogénese. Este, é acompanhado pelo desenvolvimento da
semente. A semente, com o seu embrião maduro, armazena reservas e a sua testa protectora
confere defesa adaptativa.

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A embriogénese estabelece o plano do corpo da planta, constituindo na sobreposição de dois


padrões: Um padrão apical-basal – ao longo do eixo principal e um padrão radial do arranjo
concêntrico dos sistemas de tecido.
Formação do embrião.
O embrião forma-se durante dois eventos básicos: Fertilização e Segmentação
A Fertilização
Quando o grau de pólen cai no estígma, na flor feminina, germina e origina o tubo polínico que
possui dois núcleos espermáticos (Anterozoides). A fertilização dá-se quando um dos anterozóide
funde-se com a oosfera para formar o zigoto/Ovo (2n) e o outro funde-se com o mesocisto para
formar o endosperma(3n).

Segmentação (Primeira divisão celular do Zigoto em angiospérmicas).


Depois do zigoto se formar, sofre a primeira divisão celular mitótica (Equatorial) e forma-se
duas células filhas: Uma pequena a Chamada terminal (embrião) e outra grande a chamada basal
(Suspensor). Esta divisão estabelece a polaridade do embrião.
Pólo superior (Calazal) embrião

Polo inferior (Micropilar)

O pólo superior, o Calazar consiste em uma pequena célula apical, o qual da origem a maior
parte do embrião maduro.
Polo inferior, o Micropilar consiste em uma grande célula basal o qual produz o suspensor,
estrutura do tipo pedunculada, que âncora o embrião junto a micropila. A polaridade é um
componente-chave da formação do padrão biológico.
Depois da primeira divisão mitótica, ocorre na célula terminal outra mitótica que origina um
embrião com duas fiadas de células.

A dada altura, na parte interior ocorrem divisões em diferentes planos e forma estrutura
arredondadas o pro embrião que origina o embrião propriamente dito.
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A célula basal divide-se lentamente formando o suspensor que empurra o embrião para o interior
das reservas nutritivas e absorve nutrientes para o rápido crescimento do embrião. Até esta fase,
quer nas mono assim como dicotiledóneas o processo é semelhante.

Plantas dicotiledóneas
O embrião começa a esboçar dois prolongamentos – os cotilédones, ganhando a forma de
coração (Cordiforme). Os cotilédones crescem lentamente absorvendo todo o endosperma e
assim o embrião em crescimento vai ocupando o espaço.
A medida bem que as divisões prosseguem, a zona situado abaixo da inserção dos cotilédones,
Hipocótilo, alonga-se, assim como a zona do Epicótilo, que inclue os cotilédones. O
alongamento das estruturas do embrião deve-se aos meristemas primários qual se situam entre os
cotilédones e originam o caule e na radícula que origina a raiz. Estes meristemas mais tarde
diferenciam-se em protoderme, meristema fundamental e procâmbio.

Formação e características do endosperma em plantas angiospérmicas


O endosperma forma-se antes da divisão do zigoto, quando um dos anterozóides fecunda-se com
o mesocisto (Núcleo polar) e forma-se a célula mãe do albúmen. Esta por sua vez sofre
sucessivas mitoses para dar origem o endosperma.

Endosperma, fonte de nutrição do embrião.

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Características do endosperma.
 Tecido de reservas nutritivas.
 Geralmente de cor branca
 Potenciado em proteinas, carbohidratos e lípidos
Ex: Óleo de rícino, amendoim, castanha de cajú, Gorduras de cereais como trigo, o amido de
milho e arroz. Leite e a água do coco.
Função.
Nutrir o embrião e plantas jovens já que ele é rica em matéria alimentar encontradas nas suas
células maduras.

Tegumentos seminais
Tegumentos seminais são tecidos que revestem e protejem as sementes. Podem ter origem a
partir do funículo, próximo a micropila ou na micropila do ovário. Os tegumentos seminais
possuem duas partes:
Testa – que é a parte mais externa e resistente.
Tégmen/Tegna – parte mais interna e menos resistente.
Algumas sementes apresentam tegumentos suplementares que revestem e fornecem protecção,
tais como:
a) Arilo – revestimento que se forma no funículo e pode cobrir toda a semente. Ex:
Maracujá
b) Arilóide –tecido que cobre a semente, semelhante ao arilo mas com origem próximo da
micropila. Ex: noz-moscada.
c) Carúncula –excrescência carnosa que se forma junto a micropila. Ex: Mamona.
As sementes das plantas gymnospérmicas posuem três camadas tegumentais das quais a central
torna-se dura e funciona como envoltório da semente. No Taxus baccata encontra-se o arilo
como tegumento suplementar que reveste todo o fruto.

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Lição n⁰ 6 Desenvolvimento embrionário em plantas gymnospérmicas (Pínus)

Nas plantas gymnospermicas diferentemente com as angiospérmicas, não há formação de


núcleos polares (o mesocisto). No óvulo (megasporângio) existe um único megasporócito (célula
mãe de megasporo) que sofre a divisão meótica e forma 4 células (4 megasporo), onde três,
próximas da micropila degeneram-se e apenas um é funcional – megasporo funcional, em que no
seu interior desenvolve-se um megagametófito. Durante o desenvolvimento do megagametófito
ocorrem mitoses sem a formação imediata de paredes celulares e resulta em 2000 núcleos livres
e depois inicia a formação das paredes celulares. Cada núcleo dá origem a um arquegônio que
guarda a oosfera. Depois de 15 meses apôs a polinização o tubo polínico alcança os arquegôneos
, descarrega grande parte do seu cictoplasma juntamente com os dois núcleos espermáticos. Um
dos núcleo masculino degenera-se porque apenas um núcleo masculino de cada tubo polínico
alcançam a oosfera em cada arquegônio e da-se comumente a fertilização em todos os
arquegôneos e forma-se os zigotos.

Mitose do núcleo espermático Penetração do tubo polínico na micropila


para alcançar o arquegônio e
fecundar a oosfera

Desta forma começa o desenvolvimento embrionário (por fenómeno da poliembrionia). Em cada


arquegônio. Apenas um embrião é que se desenvolve completamente.

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Estudos mostram ainda que cerca de 3% a 4% das sementes de pinus contem mais de um
embrião e produzem duas ou três plántulas apôs a germinação.

Desenvolvimento do embrião

No Início da embriogénese são produzidas quatro fileiras de células próximo da extremidade


inferior do arquegónio. Cada uma das 4 células mais distantes da micropila do óvulo, começa a
formar um embrião. Ao mesmo tempo as 4 células abaixo dos embriões, as células do suspensor,
alongam-se bastante e empurram os 4 embriões em desenvolvimento através da parede do
arquegónio em direcção ao interior do megagametófito. Desta forma, um segundo tipo de
poliembrionia ocorre no ciclo de vida de Pinus, e apenas de forma geral um embrião desenvolve-
se completamente.

Formação de 4 fileiras de células que vão formar embriões.


O embrião é constituído por um eixohipocótilo-radicular, com a coifa e o meristema apical em
uma extremidade (radicular) e um meristema apical (caulinar) e vários cotilédones (oito). O
gametófito serve como uma reserva nutritiva/tecido nutritivo.

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LIÇÃO N⁰ 7: CRESCIMENTO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO EM VEGETAIS

As plantas monocotiledóneas não apresentam crescimento secundário da raiz.

1. Estrutura primária da raiz das Monocotiledóneas


A raiz das plantas monocotiledóneas são fasciculadas pois a raiz principal que se origina durante
o desenvolvimento embrionário degenera-se.
Num corte transversal apresentam: Epiderme com pêlos absorventes, Cortex maior que a zona
medular e o cilindro central. A endoderme possui células em forma de U.

2.Estrutura primária da raiz das dicotiledóneas.


Num corte transversal da raiz de uma dicotiledónea verifica-se três zonas: Epiderme, Córtex e
Cilindro central ou medula.
Epidermes – apresentam células de parede fina que reveste e protege o córtex. Nas zonas de
absorção da raiz a epiderme se propaga e formam pêlos absorventes unicelulares e aumentam a
superfície de absorção de água e sais minerais.

Cortex ou Zona cortical – Maior que as outras zonas, constituídas por Parênquimas. as células
parenquimatosas são arredondadas de parede fina, incolores, pouco diferenciadas. a função é de

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reservas. Na camada mais profunda do córtex encontra-se a endoderme e delimita a zona


medular. As células da endoderme apresentam pontuações de caspary devido ao espessamento
não uniforme de lenhina ou suberina. Os espessamentos permitem que as células da endoderme
controlem a entrada de substâncias dissolvidas na água na zona do cilindro central
Zona medular ou Cilindro central – constituido por: -- Pericíclo, contígua a endoderme, com
origem no procâmbio. O pericíclo, conserva a capacidade de reprodução e origina as raízes
laterais permitindo a ramificação da raiz e o crescimento secundário. – Feixes condutores,
encontram-se a seguir ao pericíclo. Os feixes são simples e alternos (floema alterna com xilema),
ficando mais próximo do pericíclo. Nos feixes do xilema distinguem-se dois tipos de vasos: O
protoxilema – com células de pequeno calibre e o metaxilema – vasos de maior calibre situados
mais internamente. O crescimento do xilema primário é centripeto porque o crescimento ocorre
em direcção a medula.
Os feixes do floema primário por apresentarem células idênticas de menor calibre não se
distinguem o protofloema e metafloema.

3. Estutura secundária da raiz das dicotiledóneas


Fazendo um corte transversal na raiz desenvolvida de uma planta dicotiledónea que já atingiu o
crescimento primário, e observando a mesma verifica-se a manifestação da estrutura secundária
da raiz que se expressa pela presença de dois câmbios: O Câmbio libero-lenhoso e o felogénio.

O cambio libero-lenhoso – Apresenta inicialmente uma camada sinuosa e contínua de células


que acaba deixando o floema para fora e xilema para dentro e depois de um tempo esta camada
sinuosa torna-se circular. Isto deve-se as divisões celulares contínuas que as células do câmbio
estavam a sofrer para originar alternadamente células do floema secundário para o lado externo e
células do xilema secundário para o lado interno.
Na zona abaixo da epiderme diferencia-se o felogénio que produz o súber para o lado externo e
morem e protegem a raiz substituindo a epiderme e feloderme (tecido de reserva) para o lado
interno, promovendo o crescimento do córtex.

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Quadro comparativo das estruturas das raizes das mono e dicotiledóneas


Estrutura primária
Características comuns á raiz primária de Dicotiledónea Monocotiledóneas
Monocotiledóneas e dicotiledónea
Epiderme, Pequeno número de feixes Grande número de feixes
Zona cortical maior que a zona medular condutores condutores
Endoderme nítida Endoderme com pontuações Endoderme com espessamentos
Feixes líbero-lenhoso simples e alternos de Caspary em U
Xilema com crescimento centrípeto
Protoxilema voltado para fora e metaxilema para dentro
Estrutura secundária
Dicotiledóneas Monocotiledóneas
Felogénio – Súber e Feloderme Sem desenvolvimento
Não apresentam Câmbio – Xilema e Floema secundário secundário
Raios Medulares em frente ao xilema
primário

Lição nº 8

Estrutura primária do caule das dicotiledónea e gymnospérmicas


Num corte transversal de um caule, observando da periferia para o interior distinguem-se as
seguintes zonas:
Epiderme – Reveste e protege a zona cortical. Apresenta uma só camada de células vivas de
parede fina, cutinizadas no seio das quais existem estomas. Não possuem pêlos e quando
aparecem são pluricelulares.
Cortex ou Zona cortical – É preenchida por Parênquima e Colênquima.
O parênqima a periferia possui cloroplastos e o mais interno é incolor e armazena alimento.
O colênquima localizada mais superficial do que na raiz, resiste as forças de flexão.
O córtex é de pequena espessura em relação ao cilindro central e diferencia-se com dificuldade
da zona medular, porque a endoderme, camada mais interna do córtex, ou não existe ou é difícil
observar ao contrário da raiz.

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Zona medula ou Cilindro central – inicia-se com o pericíclo que também é de difícil
observação. Por vezes não existe ou é descontínua.
É nesta zona onde encontram-se os feixes conductores: Bem diferenciados, distribuem-se
circularmente no seio do parênquima medular, mais para a periferia em contacto com o
parênquima cortical. Cada feixe é constituido por xilema primário situado do lado da medula e
Floema primário situado do lado do córtex. Como os vasos condutores situam-se de lado a lado
são designados Feixes duplos e colaterais.
Entre o floema e o xilema existe um um câmbio fascicular (Intrafascicular) e por isso, os feixes
designam-se Feixes abertos. Este câmbio ao entrar em actividade, promove o crescimento dos
vasos conductores e a estrutura passa a ser secundária.
O câmbio interfascicular da origem aos Raios medulares, constituído por parênquima medular.
No xilema cada feixe distingue-se:
- metaxilema – vaso de maior calibre (espessura) voltados para o lado externo.
- protoxilema – vaso de menor calibre situado ao lado da medula.
Por isso diz-se que no caule o crescimento do xilema primário é centrífugo

Quadro comparativo da estrutura primária da raiz e caule das plantas dicotiledóneas

Estrutura primária das dicotiledóneas


Raiz Caule
 Zona cortical maior que a zona medular  Zona cortical menor que a zona medular
 Endoderme nítida  Endoderme pouco nítida ou ausente
 Feixes vasculares líbero-lenhosos simples e  Feixes vasculares líbero-lenhosos dúplos e
alternos colaterais
 Crescimento do xilema centrípeto (metaxilema  Crescimento do xilema centrífugo (metaxilema
para o interior e protoxilema voltado para a para o exterior e protoxilema voltado para a
periferia) medula)
 Tecidos de suporte mais abundantes na zona  Tecidos de suporte mais abundantes na zona
medular cortical.
 pêlos radiculares unicelulares  Pêlos caulinares, regra geral pluricelulares.

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Estrutura secundária do caule das dicotiledóneas


Na estrutura primária do caule e após um certo alongamento, diferenciam-se os meristemas
secundária, que vão fazer crescer em espessura a zona cortical e a zona medular.
Na zona medular, o câmbio líbero-lenhoso, que se situa entre os vasos de xilema e
floema(intrafascicular) e entre os feixes e o parênquima (interfascicular) forma uma camada
circular de células. Estas células dividem-se continuamente, produzindo, para o lado externo,
floema secundário, e, para o lado interno o xilema secundário. O xilema secundário é
heterogêneo, porque possue vasos de diferentes espessuras, formando zonas concêntricas
atravessadas por raios medulares.
A produção do xilema é mais intensa e, na actividade cambial de um ano, observa-se um anel
mais claro e de maior calibre, que corresponde à actividade do câmbio da primavera visto que
nesta estação do ano há uma intensa alimentação, e, um anel escuro de menor calibre, que
corresponde a actividade do câmbio no Outono. Pode-se saber a idade de um tronco, contando
número de zonas claras e escuras num corte transversal.
Na zona cortical, o Felogênio produz suberpara o lado externo, que contém lentículas para a
circulação dos gases, e, para o lado externo produz feloderme. Ao conjunto desses três tecidos
constituem a periderme.

Estrutura secundária das dicotiledóneas


Raiz Caule
 Câmbio líbero-lenhoso, inicialmente sinuoso,  Câmbio líbero-lenhoso, circular, passa por fora
passando por fora do xilema primário e por do xilema primário e por dentro do floema
dentro do floema primário. primário.
 Floema secundário e xilema secundário  Floema secundário e xilema secundário formando
formando camadas circulares atravessadas pelos camadas circulares atravessadas pelos raios
raios medulares, em frente dos quais se situam medulares, algunas dos quais incompletos.
xilema primário.  Xilema primário não está em frente dos raios
 Xilema secundário muito extenso. medulares, mas na continuidade do xilema
 Medula reduzida ou preenchida pelo xilema secundário
 Felogêneo produz súber para fora e feloderme  Felogêneo produz súber para fora e feloderme
para dentro para dentro

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Nas plantas gymnospérmicas, as extruturas primárias da raiz e do caule são idénticas às das
dicotiledóneas. No entanto, nas estruturas secundárias, o xilema secundário é homogéneo porque
os vasos apresentam idéntica espessura.

Lição nº 9
Estrutura primária dos caules das monocotiledóneas
Na estrutura primária do caule das monocotiledóneas, também se distinguem epiderme, Zona
coretical de pequena espessura, e o cilindro central, com limites mal definidos, por ausência de
endoderme. O cilindro central, geralmente oco (colmo), e bem desenvolvido e é delimitado por
uma camada de esclerênquima.
Os feixes condutores, rodeados também por esclerênquima, são duplo, colaterais e fechados, e
despersam-se, geralmente, de modo irregular por todo o cilindro central, como no caule dos
cereais (Milho, Trigo, etc.).
Os feixes são fechados porque entre o xilema e floema não se forma câmbio; por isso, a estrutura
não pode engrossar. Mas existem algumas excepões, como a palmeira, que engrossa com a idade.

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Quadro comparativo.

Estruturas primárias de caule


Características comuns ao caule das Dicotiledónea Monocotiledónea
Monocotiledóneas e Dicotiledóneas.
- Epiderme
- Zona cortical menor que a zona medular - Feixes condutores abertos - Feixes condutores fechados, disperso por

- Endoderme pouco nítida ou não existe todo o cilindro central, geralmente.


- Uma só camada circular de
- Feixes líbero-lenhosos duplos e
feixes condutores.
colaterais
- Xilema centrífugo (metaxilema voltado
para fora e protoxilema voltado para
dentro)

Estruturas secundária
Dicotiledónea Monocotiledónea
- Felogénio – Súber e feloderme
- Câmbio – Zonas concêntricas - Raramente apresenta estrutura
Actividades de meristemas secundários de xilema secundário e floema secundária. A palmeira, o dragoeiro e a
secundário. inca apresentam estrutura secundária.
- Xilema secundário heterogêneo
- Raios mediulares

Caule generalizado da mono e dicotiledóneas

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Dicotiledónea Monocotiledónea

Da estrutura primária dos caules à secundária nas dicotiledóneas

Lição nº 10 Tipos anatómico de folhas das plantas Angiospérmicas e Gymnospérmicas


A distribuição de feixes condutores depende das folhas ou tipo de limbo foliar
Tipos de limbo: Unifacial, Bifacial, Equifacial e Cinofacial.
1. Características anatómica de uma folha bifacial dorsoventral/ Angiospérmicas
Figura

Parênquima em paliçado Cutícula Epiderme superior


Feixes conductores

Parênquima Lacunoso Epiderme inferior Camara Estomática

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a) Característica de uma folha bifacial (Laranjeira)


Fig. 2 (Passar no quadro)
b) Característica de uma folha Unifacial (Cebola)
Fig.3 (Passar no quadro)

2. Tipos anatómico de folhas das plantas Gymnospérmicas

a) Características de uma folha Equifacial (Eucalípto)


Fig.4 (Passar a do quadro)
b) Características de uma folha Cinofacial (Pinheiro)
Fig. 5 (Passar a do quadro)

Lição nº 11

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MORFOLOGIA VEGETAL

MORFOLOGIA EXTERNA DA RAIZ


Origem da raiz:
A raiz começa seu desenvolvimento a partir do crescimento e diferenciação do embrião.
Funções da raiz
Nas epífitas, este órgão modificado fixa a planta ao caule do vegetal que está sendo usado
como morada.
São ainda funções de algumas raízes, o armazenamento de carboidratos, como a raiz
tuberosa da cenoura (Daucus carota L.) e do rabanete (Raphanus sativus L.), e a
síntesede substâncias como a nicotina e alguns hormônios como citocininas (Zea mays) e
giberelinas (Bakanae).
Absorçãode água e sais mineras

A Raiz das Monocotiledôneas


Nas monocotiledôneas, a primeira raiz que é formada na germinação da semente é
temporária, dando lugar a outras raízes, denominadas adventícias.

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Estas raízes posicionadas radialmente no caule, onde uma não é significativamente maior
que a outra, forma o sistema radicular fasciculado.

As raízes das monocotiledôneas têm uma penetração menor.

A Raiz das Dicotiledôneas

Com a diferenciação do embrião, surge a raiz primária, denominada raiz pivotante ou axial.
Com ocrescimento dessa raiz, surgem ramificações que irão formar as raízes laterais. A raiz
pivotante e as raízes laterais formam o sistema radicular pivotante, característico das
dicotiledôneas.

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WWW. URL: http//. Google /Arquivo capturado no, 26 de Março 2011.Autor professor Marcelo
vinícios.

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Classificação das raizes

Axiais (Pivotante) Raíz principal de onde saem outras raízes


Subterrâneas
Fasciculadas Sem raíz principal, todas semelhantes
Para sustentar as plantas ou seus galhos
Escoras (Ex: Milho)
Cinturas Para fixar, sem parasitar, em cima de outra planta
(Trepadeiras)
Estrangulantes Engrossam ao redor e estrangulam outra planta
(Mata - pau)
Tabulares Laterais e achatadas. Para respirar e fixar melhor
Aéreas (Ficus microcarpa L.)
Respiratórias Crescem para cima. De plantas de mangue
(Mangais)
Grampiformes Em forma de grampos. De plantas trepadeiras
(Trepadeiras)
Haustórios (Erva-de- Sugadoras de plantas parasitas
passarinho)
Aquáticas Para fixação ou flutuação
Aquáticas (NenufareLentilha de
agua)

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Respiratórias Tabulares

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Duração das raízes

Existem plantas que num ano podem germinar, crescer, reproduzir e morer. Essas apresentam
raizes anuais. Ex: Milho (Zea mays).
Outras raizes duram doi anos, essas são Raizes Bienais. Ex: Cebola (Allium cepa).
Existem raizes que duram mais de dois anos, essas são raizes Perenes ou Vivazes. Ex:
(Goiabeira - Psidium guajava ).

Adaptação das Raizes em sugadoras (Haustórios)


Erva-de-passarinho – Struthauthus vulgaris
Raizes sugadoras ou Haustório, para realizarem um parasitismo perfuram o caule e alcançam o
xilema da planta hospedeira para obter água e sais minerais. Destroem e matam os ramos
parasitados.

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No Cipo – chumbo, plantas com filamentos amarelados por ausência de cloroplastos o


parasitismo é caracterizado pela heterotrofilia através de Haustorios que saem em alguns pontos
dos filamentos amarelados e perfuram o caule da planta hospedeira e retiram a matéria orgânica.

Adaptação das Raízes em respiratórias (Pneumatóforos)

Frequentes em solos alagados, pobre em oxigénio, sobressaem em forma de paus fincados no


solo. Conhecidas por pneumatóforos, possuem aberturas para a entrada e saída de ar – Os
pneumático.

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Lição nº 12

O Caule
A origem dos caules: Pode ter duas origens.
O caule provém do desenvolvimento do caulículo do embrião na semente.
Podem também originar-se de gomos, gemas ou botões axilares de outros caules. Ex: No
tubérculo da batateira, bolbo da cebola ou estaca da mandioqueira.
Na germinação hepígea como no caso do feijão, o caulículo (hipocótilo) alonga-se e arrastam os
cotilédones acima do nível do solo e no centro do hipocótilo, entre os dois cotilédones encontra-
se a plumula, que dela o caule e as primeiras folhas vão se desenvolver. E na germinação
hipógea (Milho) o hipocótilo não se alonga e os cotilédones ficam por baixo do solo e
apodrecem. O caule prolonga-se a partir do epicótelo que rompe o solo e propaga as primeiras
folhas.

Germinação hipógea Germinação hepígea

Funções do caule
Através de um sistema de vasos, o caule leva, do solo até as folhas, substâncias inorgânicas e,
de lá, recebe e distribui para todasas partes da planta os produtos da fotossíntese. O caule pode,
ainda,armazenar alimentos e água ou garantir a perpetuação da espécieatravés de sua
propagação vegetativa.O caule suporte das folhas, flores e frutos e origiam as raizes adventíceas

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Organografia do caule/Angiospérmicas
O caule é um órgão, geralmente aclorofilado, tem gemas laterais e terminais, nós e entrenós e
sustenta os ramos, as flores e os frutos.
No seu ápice encontra-se a gema apical, responsável pelo crescimento longitudinal e, na sua
base, a raiz com função de sustentação e absorção. Entre a base do caule e a raiz existe uma área
de transição denominada colo ou coleto.
Na axila das folhas estão as gemas axilares que ao crescer vão dar origem um ramo com as
mesmas características do caule principal.

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O caule é basicamente formado por: Nós, Entrenós e Gemas


Nó –Locais onde se inserem as folhas, as estípulas, as brácteas, as escamas e as gavinhas
Entrenó - Espaço entre dois nós consecutivos.
Gemas ou gomos - botões que podem originar um ramo com folhas ou modificar-se
em flores.
TIPOS DE CAULES.
Os caules podem ser classificados segundo vários critérios dentre os quais: A forma, meio físico
e porte.

Classificação dos Caules

Tronco - Mais ou menos cilíndrico, resistente e


ramificado. Pode atingir grandes alturas. Ex.:
Aéreos Mangueira, Abacateiro, Laranjeira, etc..

Eretos(desenvolvem- Haste - Caule das ervas, verde, mole e fino. Ex:


(Encontram-se em
se verticalmente) Couve, do Feijão, etc
contato direto com o ar
atmosférico) Espique - Cilíndrico sem meristemas
secundários,sem ramificações, ex: Coqueiro,
Palmeira, etc.

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Colmo - É cilíndrico dividido em gomos(nós


bastante nítidos)Podem ser oco(Ex: Bambu)ou cheios
(ex.: Cana de açúcar).

Sarmentoso - que se agarra por gavinhas Ex.:


Ervilha, Maracujá, Videira, etc.
Trepadores
Volúvel - que se enrrola em um suporte Ex:
Madressilva

Estolão - Rastejante, que vai se alastrando pelo


Rastejantes chão e são pouco resistentesEx: Aboboreira,
Morangueiro.

Rizoma – Por baixo da terra e emítem raizes adventícias, Ex: Polipódio,


Samambaias, Bananeiras, etc.

Subterrâneos(Localizam- Tubérculo - Ramo de caule que entumesce para armazenar reservas. Ex:
se no sob solo) Batata reno.

Bolbos - São caules envolvidos por um conjunto de folhas modificadas em


escamas, dispostas circularmente. Ex.: cebola.

Com parênquimas aeríferos que servem para respiração e flutuação Ex:


Aquáticos(São capazes de vitória-régia, elódea e todos outros caules usados em aquários para
absorver a água através da ornamentar.
epiderme)

Bolbo Rizoma

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Tubérculo Rastejantes

Consistência dos caules


Considerando-se a consistência da planta os caules podem ser

Caule herbáceo - Caule macio ou maleável com presença de tecido colenquimático e


conseqüentemente com acúmulo da celulose junto à parede celular (podendo, geralmente, ser
cortado apenas com a unha);

Caule sub-lenhoso - É lignificado apenas na parte mais velha, junto à raiz, e ocorre em muitos
arbustos e ervas;

Caule lenhoso - amplamente lignificado, rígido e, em geral, de porte avantajado, forma, por
exemplo, os troncos das árvores.

Ramificação de caules

São três os tipos de ramificações observadas nos caules: Monopodial, Simpodial e Dicásio.

Na Ramificação Monopodial o ramo principal é dominante em relação aos ramos laterais, que
vão surgindo, como pode ser verificado no pinheiro-do-paraná.

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Na Ramificação Simpodial cada novo broto formado assume a função de promover o


crescimento da planta, como no ficus sp,

Na Ramificação em Dicásio, comum em plantas inferiores, ocorre quando dois brotos laterais do
caule principal assumem o papel de alongamento do vegetal.

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Modificações adaptativas ou metamorfoses dos caules

Espinho - ramo modificado das


Suculento - acumula água para sobreviver às secas. Ex:
plantas xerófitas para não perder
Cactus, Figo-da-ídia.
água. Ex: Roseira, Laranjeira, etc.

Cladódio - suculento achatado dos cactus. Assumem a


Alado - fino e ramificado com
função e o aspecto das, folhas.As folhas se transformam
expansão achatada lateral
em espinhos. Ex: figo-da-índia.

Gavinha - ramo modificado para


Xilopódio-subterrâneo, característico da região dos
fixação nas trepadeiras sarmentosas.
campos cerrados
Ex: Videira, Maracujeira.

Bolbo tunicado - subterâneo formado por gema


protegida por folhas Ex: Lírio.

Bolbo - semelhante, porém protegido por folhas curtas,


como escamas. Ex: Cebola

Cactus (Suculento e espinhoso

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Gavinhas

Claudódio. (Suculento e espinhoso)

Modificação do caule em espinho directamente do córtex ou epiderme do mesmo caule.

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Lição nº 13
FOLHAS
A folha origina-se a partir do desenvolvimento da gémula do embrião e insere-se no Nó do caule,
esta é a primeira folha.
Numa planta Jovem ou adulta, as folhas resultam de gemas ou gomos inseridos no Nó dos caules
ou em suas ramificações.
Função:
 Fotossíntese, Transpiração, Respiração e Reserva de substâncias.

Características Morfológcas de uma folha


Uma folha completa apresenta:

a) limbo ou lâmina foliar : Superfície geralmente achatada, adaptada à captação de luz e CO2;
liso ou recoberto de Pêlos, Cera, Espinhos, etc; inteiro ou partido em folíolos, como nas folhas
de Acácia amarela, acácia vermelha, ou pode ser pinado (imparipinado ou paripinado); as bordas
podem ser Inteiras, denteadas, seradas, lobadas, Partidas, Fendidas, crenadas, etc;

b) pecíolo: geralmente cilíndrico, une o limbo ao caule através da base; pode estar preso à base
ou ao meio do limbo (folha peltada).

Folhas que não possuem pecíolo são chamadas sésseis.

Anexos das folhas: Estípula, Ligula, Bracteas. Todas tem Função protectora.

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c) Base: parte terminal do pecíolo; pode ser simples ou constituir uma bainha (folhas de milho).
A bainha é freqüente encontrada nas monocotiledôneas e rara nas dicotiledôneas.

d- Estípulas: emitidas, às vezes, pela base foliar. Ex.: no café - Coffea arabica, encontram-se
estípulas interpeciolares; um bom caráter taxonômico para a identificação da família Rubiaceae.
Na ervilha, as estípulas são muito desenvolvidas e chegam a ser confundidas com folhas.

Quanto a número ou divisão do limbo

Simples – se o limbo não é recortado ou se o corte não divide o limbo (Cajueiro),

Composto – se o limbo estiver dividido em partes independentes (Acácia amarela), por sua vez podem
ser:
Trifoliadas Digitada Paripinulada Imparipinulada

Recomposta – se o limbo se encontra dividido em várias partes e essas por sua vez noutras. Ex:
(acácia vermelha).

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Formas do limbo

Aciculares Ensiforme

De forma delgadas e agudas (O Pinheiro). Em forma de espada (Lírio)

Lineares – estreitas e compridas (Milho, e todas outras da família poaceae)

Arredondadas Elípticas

De contorno quase circular. Aproxíma-se a forma de uma elípse


(Massaniqueira)

Lanceolada Ovais

Em forma de ponta de uma lança (Loureiro) Em forma de ovo.

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Sagitada Peltada

Em forma de ponta de uma flecha. Em forma de escudo

Cordiforme

Em forma de coração

Inteiras Dentadas Recorte da margem do limbo

Se os bordos forem lisos Quando o corte é perpendicular ao


(cajueiro) bordo, triangulares e não inclinadadas

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Serradas Crenadas

Seos recortes são oblíquos e Quando as divisões são perpendiculares


voltados para o vértice do límbo. ao bordo e de vértice arredondado

Lobadas Fendidas

Quando as incisões são mais Se as incisões excedem o meio do limbo.

profundas e definem lobos (por exemplo, Rícino)

Partidas

Se as divisões chegam a nervura


principal ou a base da folha
(ex: na papaeira, polipodio)

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Nervação do limbo

Nervuras: formam o esqueleto de sustentação do limbo.

A classificação abaixo é de Hickey (1973)

1- Pinada (ou peninérvea): Uma única nervura principal origina as outras. Com três tipos:

a) Craspedródoma-Na qual as nervuras secundária terminam na margem


b) Camptódroma - Na qual as nervuras secundárias não terminam na margem;
c) Hifódroma (uninérvea) - Na qual só existe a nervura primária.

2- Actinódroma (ou palmatinérvea): Três ou mais nervuras principais divergem do mesmo ponto.

3- Acródoma (ou curvinérvea): Duas ou mais nervuras principais ou secundárias formam arcos
recurvados na base e convergentes no ápice da folha.

3.1 Campilódroma: Onde muitas nervuras principais ou secundárias se originam num mesmo ponto e
formam arcos muito recurvados, que convergem no ápice. Podem ser também curvinérvea com asc urvas
mais acentuadas.

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5- Paralelódroma (ou paralelinérvea): duas ou mais nervuras principais se originam paralelamente na


base e convergem no ápice.

Lição nº 14

Ocorrências foliares

a) Heterofilia: Presença de mais de um tipo de folha na mesma planta.

Ex.: feijão - Phaseolus vulgaris, (Leguminosae), onde o primeiro par de folhas é simples e o
restante é trifoliolado.

b) Anisofilia: diferentes tipos de folhas numa mesma altura do caule.

Ex.: Selaginella.

Filotaxia
É a maneira como as folhas se distribuem ao redor de um caule. Está relacionada com a melhor
disposição para a captação de luz.

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Ginoita P. Fernando, Biólogo/ Botânica

Existem três tipos básicos:

a) Filotaxia oposta

Duas folhas se inserem no caule, no mesmo nível, mas em oposição (pecíolo contra pecíolo).
Quando o par de folhas superior se encontra em situação cruzada com o inferior, tem-se a
filotaxia oposta-cruzada ou decussada.

Opostas simples Opostas cruzadas

b) Filotaxia verticilada

Três ou mais folhas se inserem no mesmo nível (obs.: em Pinus as folhas saem do mesmo ponto
e a filotaxia é chamada fasciculada).

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Ginoita P. Fernando, Biólogo/ Botânica

c) Filotaxia alterna

As folhas se colocam em níveis diferentes no caule; nela, uma linha partindo do ponto de
inserção da folha e girando ao redor do caule, depois de tocar sucessivamente os pontos de
inserção, formará uma hélice. Unindo-se as folhas alternas, teremos uma linha ortóstica.

Adaptação e metamorfoses foliares


Adaptações foliares
a) Caracteres mesomorfos
Humidade relativa alta: Parênquima diferenciado em paliçado e lacunoso (folha dorsiventral);
menos adaptadas.

Balanço hidrico instável, ocorrendo o murchecimento.

b) Caracteres hidromorfos
Grande suprimento hídrico, redução dos tecidos de sustentação e dos vasculares, além do
parênquima lacunoso.

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c) Caracteres xeromorfos
Redução da superfície externa foliar; parênquima aquífero. Relação forma-função: Com relação
à fotossíntese, são conhecidos dois ciclos de fixação do gás carbónico: o ciclo c3, que apresenta
como primeiro produto um ácido com 3 átomos de carbono (ácido fosfoglicérico) e o C4, onde o
primeiro produto é o ácido málico ou o aspártico, com 4 carbonos.

Metamorfoses foliares
Droseira plantas insectivoras apresentam folhas modificadas em Conchapeluda, nas
estremidades superiores com cheios de pêlos de maneira a se nutrirem a partir da captura de
insectos e segregam um líquido para matar e dissolver.

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Ginoita P. Fernando, Biólogo/ Botânica

Droseira(Planats insentivoras). Dionaea muscipula

Para além da droseira, existe a Nepente.

Nepente tem folhas em forma de jarro com uma tampa e as presas nunca escapam quando caem
dentro ou fundo do jarro.

Nepente.

Utriculária, com folhas concavas.

Cotilédones: primeiras folhas embrionárias; podem acumular reservas (feijão) ou servir como
órgão de transferência de reservas do albúmen para o embrião. (Anacardium ocidentale).

Catáfilos (ou escamas): modificações da porção basal da folha, sem a parte superior; protegem
as gemas (palma-de-Santa-Rita - Gladiolus) ou acumulam substâncias nutritivas (Açucena–
Lillium candidum ).

Espinhos: com função de defesa e economia hídrica, possuem sistema vascular (figo-da-Índia –
Opuntia - Cactaceae).

Gavinhas: enrolam-se a suportes. Ex.: folíolos da ervilha (Pisum sativum).

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Ginoita P. Fernando, Biólogo/ Botânica

Folhas modificadas em espinhos

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Ginoita P. Fernando, Biólogo/ Botânica

Lição nº 15

Morfologia Floral - Angiospérmicas

Órgãos típicos das plantas espermatófitas que desempenham a reprodução sexuada.


As plantas gymnospérmicas não apresentam perianto e as flores estão divididas em
microsporófilo e macrosporófilo.

Peças florais – São todas as estruturas que no seu conjunto formam a flor: Pedúnculo,
Receptáculo, Cálice (Sépala), Corola (Pétala),carpelos e estames.

1. Organização e estrutura
A flor é constituída por um caule curto com vários nós e com entrenós muito curtos. A região da
flor onde as diferentes peças florais estão inseridas é designada de receptáculo. As diferentes
partes da flor são consideradas muitas vezes como folhas modificadas. O conjunto mais externo
de peças florais idênticas é designado de cálice sendo constituído pelas sépalas. Seguem-se-lhe
as pétalas que formam a corola. Cálice e corola são peças florais estéreis, no seu conjunto
designam-se perianto. As peças florais férteis são os estames - que no seu conjunto formam o
androceu - e os carpelos - que constituem o gineceu.

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Ginoita P. Fernando, Biólogo/ Botânica

Se as flores estiverem organizadas com (3) três folhas modificadas por cada verticilo, são
chamadas de trímeras, típico das plantas monocotiledóneas. E se a organização tem como
número básico de 2, 4, 5 etc serão chamadas de dímeras, tetrámeras, pentámeras etc,
respectivamente que ocorrem com frequência em plantas dicotiledóneas.

Cálice– Este verticíloéformado por sépala de função protectorae geralmente são verdes.
Cálice sinsépalo: Sépalas unidas (o mesmo que gamossépalo).
Cálice dialisépalo: Sépalas livres.
Corola– Este verticilo éformado por pétalas de função protectora e atractiva, são coloridas.
Corola dialipétala: Pétalas livres.

Corola simpétala (o mesmo que gamopétala): unhas das pétalas unidas (formando o tubo da
corola), permanecendo o limbo livre.

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Tipos de corola
Crucífera: quatro pétalas de unha comprida e dispostas em cruz. Corola
característica das espécies da familia das Cruciferae (ex. flor das couves).
Dialipétalas e actinomórficas
Cravinosa: cinco pétalas de unha comprida.
Rosácea: cinco pétalas de unha curta. Característica das espécies da família das
Rosaceae (ex. flor do pessegueiro, macieira).
Papilionácea: corola com cinco pétalas, uma maior, externa e geralmente
superior (o estandarte) que cobre duas pétalas laterais (as asas) e duas internas,
geralmente inferiores, frequentemente unidas (quilha). É característica da sub
Dialipétalas e zigomórficas
família Papilionoideae das Papilionaceae ou Fabaceae (ex. flor da ervilheira).
Pseudo papilionácea: corola em que o estandarte é menos desenvolvido, estando
coberto pelas asas e estas pelas pétalas inferiores (ex. flor da olaia).
Rodada: corola de tubo curto e limbo aberto (ex. flor da batateira, da beringela).
Tubulosa: corola de tubo comprido com o mesmo diâmetro em toda a extensão
(ex. flores do disco do girassol).
Afunilada: o tubo da corola alarga da base para o cimo (ex. corriola, Convolvulus
arvensis L.).
Campanulada: tubo da corola dilata rapidamente na base, mantendo depois o
Simpétalas e actinomórficas
diâmetro constante.
Assalveada: o tubo alarga rapidamente na base e na parte superior (ex. flor do
tabaco)
Gomilosa: o tubo alarga rapidamente na base, mas depois estreita para o cimo
(ex. flor do medronheiro).
Labiada: corola com limbo dividido em duas partes ou lábios e de fauce (zona de
ligação do limbo ao tubo) aberta (ex. flor do alecrim).
Personada: corola com limbo dividido em dois lábios, mas de fauce fechada pelo
Simpétalas e zigomórficas
palato (parte intumescida de um dos lábios).
Ligulada: lábio único, alongado em forma de língua (ex. flores marginais do
capítulo do girassol).
Unilabiada: lábio único geralmente recortado.

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Lição nº 16

Perianto e Perigónio

Perianto – é o conjunto de cálice e corola. Sendo assim as flores podem ser completas e
incompletas:

Aclamídeas - Flores sem perianto (o mesmo que nuas).


Haploclamídeas-Flores com um único verticilo de peças estéreis (tépalas).
Homoclamídeas - Flores com dois verticilos de peças estéreis mas semelhantes (tépalas).
Heteroclamídea - Flores com dois verticilos de peças estéreis diferenciados, isto é, com cálice
(sépalas) e corola (pétalas).

Perigónio - Conjunto das peças (tépalas) de uma flor haploclamídea ou homoclamídea.


Pedicelo: pequeno eixo que suporta a flor.
Flor completa: flor constituída por perianto, androceu e gineceu.

Verticilo Androceu
Este verticilo é constituido por estames que correspondem aos microsporófilos. Cada estame é
normalmente constituído por um filete e uma antera. A antera contém os sacos polínicos onde se
formam os grãos de pólen.

Classificação dos estames.


Os estames podem ser classificados segundo: Números, Tamanho e soldadura.
a) Números
Estames definidos: Em número igual ou inferior a 10.
Estames indefinidos: Em número superior a 10.
b) Tamanho
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Estames tetradinâmicos: 6 estames, sendo 4 de filetes compridos e 2 de filetes curtos (ex.


Cruciferae).
Estames didinâmicos: 4 estames, sendo 2 de filetes compridos e 2 de filetes curtos (ex.
Labiatae).
c) Soldadura.
Estames monadelfos: Estames unidos pelos filetes num só bloco (ex. hibisco).
Estames diadelfos: Estames unidos pelos filetes em dois grupos; frequentemente, como
acontece nalgumas espécies das Leguminosae.
Estames coniventes: Estames com as anteras encostadas mas não soldadas (ex. beringela,
batateira).
Estames sinantéricos: Estames unidos pelas anteras, mas de filetes livres (ex. flores do disco do
girassol).
Estames epipétalos: Estames inseridos sobre as pétalas (ex. oliveira, ligustro).
Lição nº 18
Gineceu
Os carpelos correspondem aos macrosporófilos. Cada carpelo é normalmente constituído pelo
ovário, estilete e estigma. O estigma é a região do carpelo receptiva ao pólen. Por vezes o
estilete pode faltar, ficando o estigma directamente sobre o ovário (ex. papoila). Dentro do
ovário encontram-se um ou mais óvulos.
Embião Estígma Óvulo

Endosperma Estilete
Ovário

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Classificação do gineceu de acordo com o número de pistilos:

O termo pistilo é utilizado como unidade estrutural do gineceu.


Unipistilado: Um só pistilo, podendo este estar representado por um só carpelo - Monocarpelar
ou vários carpelos unidos originando um pistilo - Cenocárpico
É Sincárpico quando os carpelos do gineceu cenocárpico estão fechados internamente, existindo
várias cavidades ou lóculos (ex. tomateiro, pimenteiro)

e é Paracárpico quando os carpelos do gineceu cenocárpico estão abertos internamente,


existindo apenas uma cavidade ou lóculo (ex. Violeta, papaeira).

Multipistilado ou apocárpico: vários carpelos (pistilos simples) livres (ex. morangueiro,


anémona, silva, milho).
Dentro de cada lóculo poderá existir um ou mais óvulos que podem originar uma ou mais
sementes.

2. Posição do ovário
Ovário súpero: ovário posicionado acima da inserção das outras peças florais, ou estando
inserido numa úrnula, não está aderente a esta.

Ovário ínfero: o ovário está incluso numa úrnula ou envolvido e aderente ao cálice ou ao
perigónio (ex.º flor da macieira, pereira, flores pistiladas do melão, dos carvalhos, etc.).

De acordo com a posição do ovário as flores podem ser:


Hipogínicas: flores de ovário súpero em que o perianto e o androceu estão inseridos
inferiormente ao gineceu.

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Epigínicas: flores de ovário ínfero, com as paredes do ovário soldadas ao hipanto, estando as
peças do perianto, bem como os estames, inseridos superiormente ao ovário (ex. flor da
macieira).

Perigínicas: flores de ovário súpero, com as paredes do ovário livres e as peças do perianto
aderentes na base com os estames, formando um hipanto.

Hipanto: termo utilizado para designar um receptáculo floral tubuloso que afasta os outros
verticilos florais do ovário.

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Tipos de óvulos
Existem três tipos de óvulos segundo a posição relativa ao seu eixo longitudinal.
a) Óvulo ortótropo – é aquele em que o seu eixo longitudinal corrsponde a posição do
prolongamento do eixo do funículo.Ex:

b) Óvulo anátropo – é aquele em que o seu eixo longitudinal faz um ângulo pronunciado em
relação ao eixo do funículo. É o tipo mais vulgar. Ex:

c) Óvulo campilótropo – é aquele em que o eixo longitudinal é bastante encurvado na parte


terminal. Ex:

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Lição nº 19
Expressão sexual

Flor hermafrodita: flor com gineceu e androceu


Flor masculina
Flor feminina

Flor unissexual: podem ser unissexuadas masculinas (estaminadas) ou femininas (pistiladas)


Flor masculina

Flor feminina

Plantas Monóicas: flores pistiladas e estaminadas no mesmo indivíduo (ex. meloeiro, milho,
castanheiro, etc.)
Plantas dióicas: indivíduos com flores estaminadas e indivíduos com flores pistiladas (ex.
azevinho, kiwi,Salgueiro, a Canabi sativa, Pinheiro-do-paraná)

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Lição nº 20
Inflorescência
Inflorescência é a parte da planta onde se localizam as flores, caracterizada pela forma como
estas se dispõem umas em relação às outras. Normalmente consiste em um prolongamento
semelhante ao caule, ou raque, provido de folhas modificadas chamadas brácteas. Nas axilas
destas brácteas localizam-se as flores. Muitas famílias botânicas distinguem-se facilmente pelo
seu tipo de inflorescência, como o espádice das Araceae, as umbelas das Apiaceae ou os
capítulos das Asteraceae.

As brácteas são folhas de protecção com aspecto bastante diversificado:

Brácteas do tipo espata

 Espata: grande bráctea que envolve a inflorescência (ex. a inflorescência feminina do


milho está envolvida por várias espatas).
 Cúpula: Tipo de invólucro em forma de taça, que inclui a parte terminal e dilatada do
pedúnculo, Ex: inflorescência femininas dos carvalhos.
 Ouriço: tipo de cúpula, coberta de espinhos, que cobre totalmente os frutos e abre pelo
cimo na maturação. Ex: O castanheiro.

As inflorescências podem ser: Grupadas ou Solitárias.


Inflorescência grupada – Ocorre quando em cada pedúnculo da flor aparecem mais de uma
flor. Ex: A Videira, Mangueira, Coqueiro, etc.

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Inflorescência solitária – Ocorre quando em cada pedúnculo da flor aperece apenas uma única
flor. Ex: Aboboreira, papoila, etc.

Uma inflorescência grupada assim como solitária podem ser terminais se a flor aparecer na
extremidade do caule ou axilar se as flores aparecerem nas axilas das folhas.
A inflorescência grupada pode ser classificada em: Definida (Simeiras) e Indefinidas
(Centrípetas).

Inflorescência definidaou Simeiras – ocerre quando o eixo principal termina numa flor, que
floresce em primeiro lugar e cujo crescimento é limitado. As outras flores aparecem
sucessivamente em direcção à periferia, em ráquis secundários que, por vezes, podem ser muito
curtos. Neste caso, fala-se de "ramificação simpodial".

Esta inflorescência pode ser:

Unípara – Quando há um pedicelo em cada nó.

Ex: Unípara elicóide Unípara escorpióide

Bípara – Quando há dois pedicelos em cada nó

Bípara

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Multípara – Quando há 3 ou mais pedicelos em cada nó

Multípara

Inflorescência Indefinidas ou Centrípetas

Numa inflorescência indefinida, o eixo principal termina numa gema terminal que se alonga, em
teoria, indefinidamente, emitindo lateralmente flores ou eixos secundários com mais flores. As
flores da base florescem em primeiro lugar, seguindo-se as outras, em direcção ao ápice(Cume)
da inflorescência. Ex:

Rácimo - Flores pediceladas dispostas em uma ráque simples.

Panícula- Flores pediceladas dispostas em uma raque ramificada, normalmente


ocorrendo apenas nas ramificações.

Umbela - Flores pediceladas inseridas em um único ponto, no ápice da


inflorescência.

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Ginoita P. Fernando, Biólogo/ Botânica

Espiga - Flores sésseis dispostas em uma raque simples. Ex: Milho

Capítulo - Flores inseridas em um receptáculo discóide ou arredondado


protegido por brácteas. É comum haver tipos de flores diferentes nestas inflorescências,
como nas Margaridase Girassol.

Corimbo – Flores pediceladas inseridas em vários pontos de um raque


simples na qual os pedicelos crescem de modo que as flores se encontrem ao mesmo nível de
altura

Outros tipos de inflorescência indefinidas:

 Escorpióide: Flores inseridas apenas em um lado da raque.


 Dicásio: A raque subdivide-se em duas partes uma ou mais vezes, portando as flores nas
extremidades.
 Sicônio: Flores sésseis inseridas em um receptáculo carnoso que se fecha sobre elas,
deixando apenas uma abertura no ápico (como ocorre em figueiras).
 Ciátio: Flores unissexuais dispostas em conjuntos protegidos por brácteas. A flor
feminina encontra-se no centro, e as masculinas ao redor.
 Fascículo: Várias flores inseridas em um único ponto do caule.

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Ginoita P. Fernando, Biólogo/ Botânica

Diagrama floral

O diagrama floral proporciona uma vista por parte de cima da flor e apresenta-se sob forma de
um corte de secção transversal. Ex:Pétalas Sépalas Carpelo

Estames

Formula floral é a forma mais simples de representar a extrutura da flor. Escreve-se em forma
de códico e permite o estudo da mesma sem a ter presente. Os Códicos são:

K – Cálice, C – Corola, A- Androceu G- Gineceu.

Para o diagrama acima representado teremos a seguinte formula floral:K4 C4(A)12(G)2

Lição nº 21

Polinização

Polinização – é o transporte do grau de pólen das anteras para os estígmas da flor possibilitando
a fecundação. A polinização traz uma grande vantagem no que se refere a variabilidade genética
visto que a reprodução assexuada não permite esta vantagem.

No estigma, o grão de pólen germina crescendo dentro do estilete em direção amicrópila do


óvulo. Esse crescimento do grão de pólen forma um prolongamento denominadotubo polínico.
No interior desse tubo existem dois núcleos: um denominado vegetativo eo outro reprodutivo.
Após direcionar o crescimento do tubo polínico, o núcleo vegetativodegenera-se e o núcleo
reprodutivo divide-se, formando dois núcleos espermáticoshaplóides, que irão actuar na

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Ginoita P. Fernando, Biólogo/ Botânica

fecundação. O tubo polínico, então, penetra no saco embrionário,pela micrópila e um dos


núcleos espermáticos fertiliza a oosfera formando o zigoto diplóide.
O outro núcleo espermático une-se com os núcleos da célula binucleada, formandoum tecido
triplóide, rico em substâncias de reservas, chamado endosperma ou albúmen.Essas reservas
podem ser absorvidas pelo embrião para formar os cotilédones, como ocorre com as
dicotiledôneas, ou permanecer na semente madura como acontece no milho, noarroz e no coco,
exemplo de monocotiledôneas.A diferenciação do zigoto origina o embrião que ficaráprotegido
pela semente após modificações do óvulo. A semente,então, ficará guardada dentro de um fruto,
formado com ocrescimento e desenvolvimento do ovário.

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Ginoita P. Fernando, Biólogo/ Botânica

Tipos de polinização

Polinização Cruzada
A polinização cruzada, geneticamente vantajosa, ocorre quando a fecundação daoosfera se dá
com o grão de pólen de uma flor diferente, que pode ser do mesmo espécime (Geitonogamia) ou
de espécime diferente (Xenogamia).
Na polinização cruzada há sepre um agente de polinização: Vento, Animais (Insecto, Ave).
Sendo assim teremos:
 Animofilia/animógama – polinização feita pelo vento.
Características do Grau de polén: Seco, leve, duas bolsas de ar (Diminuem o peso específico),
Ex: Pólen das plantas coníferas. As flores geralmente não são atractivas.
 Zoofilia – Polinização feito por animais e podem ser:
- Entomofilia/ Entomógama - polinização feita por Insecto
- Ornitofilia – polinização feita pelas Aves
- Quiropterofilia – Polinização feita por morcego.
Na Zoofilia as plantas apresentam flores com: Corola vistosa, nectário com líquido açucarado e
perfumado (Glândulas odoríferas).
Pólen em pequenas quantidades, de superfície pegajosa ou rugosa para aderir ao corpo do
animal. Ex: Flores de papagaio.

Autopolinização

A autopolinização ocorre quando em uma mesma flor pode ser encontrado o gametamasculino e
feminino em estágios semelhantes de desenvolvimento; nesse caso, o grão depólen pode
fecundar a oosfera. A autopolinização reduz a amplitude genética das espéciese, para evitá-la,
com veremos a seguir, alguns mecanismos naturais foram desenvolvidos.

Mecanismos para Evitar a Autopolinização


Dicogamia
A dicogamia ocorre quando os gametas, pólen (androceu) e oosfera (gineceu), deuma mesma
flor, ficam maduros em épocas diferentes, protandria e protoginia,respectivamente.

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Ginoita P. Fernando, Biólogo/ Botânica

Auto-incompatibilidade Genética
Em algumas espécies existe um fenômeno denominado auto-incompatibilidadegenética, isto é, o
pólen degenera-se e não consegue fecundar a oosfera da mesma flor.

Hercogamia
A autopolinização também pode ser evitada quando existe uma barreira física,hercogamia,
dificultando ou impedindo o contato dos gametas masculinos e femininos deuma mesma flor.

Heterostilia
A heterostilia ocorre quando uma espécie apresenta espécimes com flores deestames e pistilos de
tamanhos desiguais. Quando a flor tem o estilete longo e os filetessão curtos, o fenômeno é
conhecido como longestilia. Denomina-se brevestilia quando oestilete da flor é curto e os filetes
são longos

Lição nº 22
FRUTOS (Angiospérmivas e gymnospérmicas)
PlantasGymnospérmicas.

Os Frutos são estruturas que contém as sementes nas Gimnospérmicas, resultando de folhas
carpelares (macrosporófilos) abertas. São genericamente designadas de cone pelos autores
anglosaxónicos.

Ex: de um cone do género Cycas com escamas.

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Pinha: Resulta da maturação dos macrosporófilos que se inserem espiraladamente sobre um eixo
central (ráquis). Cada macrosporófilo apresenta 2 escamas, sendo a superior ovulífera (2 óvulos)
e a inferior estéril, de protecção. Após a maturação, apresenta escamas lenhosas providas de um
escudo, podendo estas abrirem-se ou serem caducas para libertarem as sementes. Apresenta
forma de ovada a oblonga. É a frutificação das Pinaceae (ex. Pinheiros, Cedro, abetos).

Estróbilo: semelhante à pinha, mas com forma globosa ou sub-globosa e de escamas planas ou
sub-peltadas. As escamas férteis têm de 2 a 8 sementes na face superior. É a frutificação das
Taxodiaceae (ex. criptoméria, sequóia).

Gálbulo: semelhante ao estróbilo mas as escamas são peltadas e com maior grau de lenhificação.
É a frutificação da sub-família Cupressoideae das Cupressaceae (ex. ciprestes).

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Ginoita P. Fernando, Biólogo/ Botânica

Falso gálbulo: Semelhante ao gálbulo mas com escamas desiguais e dispostas num eixo central
muito curto. É a frutificação da subfamília Tuioideae das Cupressaceae (ex. tuia).
Gálbulo baciforme: gálbulo de escamas carnudas e indeiscente. É a frutificação da sub-família
Juniperoideae (ex. zimbro, sabina das praias).

Frutos nas planats Angiospérmicas

Nas plantas angiospérmicas, depois da polinização o fruto começa a se formar, durante a qual as
pétalas, sépalas, anteras e o estilete caem e a parede do ovário súpero, começa a se desenvolver,
dentro da qual encontram-se óvulos encerrados que ganharão o significado de semente.
O termo fruto é utilizado para designar as estruturas que contém as sementes provenientes de um
ovário súpero, utilizando-se o termo pseudofruto, ou pseudocarpo, para designar aquelas
provenientes de um ovário ínfero.

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Costituição-Pericarpo e a semente onde o pericarpo divide-se em:(Epicarpo, mesocarpo e


endocarpo)
Mesocarpo Endocarpo Epicarpo

Ex: Tomate da planta Lycopersicon esculentum Pêssego (Prunus persica).


(Tomateiro)
Classificação dos frutos
Os frutos podem ser classificados segundo os seguintes critérios: Sucosidade, Deiscência ou
abertura, Proveniência, Número de sementes e número de cavidades.
a) Sucosidade:
 Frutos secos. Ex: milho, trigo, arroz
 Frutos carnudos. Ex: Papaia, Manga.
b) Deiscência:
 Descentes - Aqueles que se abrem na maturação. Ex: Mafureira, Mexoeira, Mapira, a
vagem de Feijoeiro.

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 Indescentes – Aqueles que não se abrem quando maduros. Ex: Laranja, papaia, Manga,

c) Proveniência
 Simples – Quando provém de um gineceu monocarpelar. Ex: Feijão, Amendoim.

 Frutos Múltiplos- Provenientes de um gineceu multipistilado ou apocárpico de uma só


flor e que se mantém preso ao carpóforo na maturação. Amora das silvas(Rubusspp.).

 Compostos/Infrutescências – Quando provem de várias flores de uma inflorescência


grupada. Ananas.Amora, Morango.

d) Número de sementes
 Monospérmicas – possuem uma só semente. Ex: Manga, Coco.
 Polispérmica – Possuem várias sementes. Ex Tomate, Papaia

e) Número de cavidades
 Unilocular – possuem uma só cavidade. Ex: Papaia, Coco, etc

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Ginoita P. Fernando, Biólogo/ Botânica

 Plurilocular – Possuem várias cavidades. Ex: Tomateiro, Laranjeira, goiveiro, etc.

Exemplos de alguns frutos.


Frutos Simples, secos e indeiscentes
Frutos provenientes de um gineceu monocarpelar, de pericárpio seco e que não libertam as
sementes quando maduros.
Aquénio: fruto proveniente de um gineceu monocarpelar e uniovulado. Possui uma semente
(monospérmico) que não está aderente ao pericarpo.
Cariopse: fruto proveniente de um gineceu monocarpelar e uniovulado. Possui uma semente,
estando esta aderente ao pericarpo (característico das espécies da família Gramineae ou Poaceae,
como é o caso do trigo, milho, centeio, etc.)
Sâmara: proveniente de um gineceu bi a policarpelar, com o pericarpo prolongado em asa
membranosa (ex. fruto do freixo).

Frutos Simples, secos e deiscentes:


Frutos provenientes de um gineceu monocarpelar, de pericarpo seco e que libertam as sementes
quando maduros.

Vagem - Fruto monocarpelar, normalmente polispérmico, deiscente por duas fendas


longitudinais (característico das espécies da família Leguminosae ou Fabaceae).
Silíqua - Fruto dicarpelar paracárpico, separado em dois lóculos por um falso septo e deiscente
por quatro fendas longitudinais (característico das espécies da família Cruciferae).
Cápsula - Fruto polispérmico, proveniente de um gineceu unipistilado cenocárpico.

Frutos Simples e carnudos e Indescentes:


Frutos provenientes de um gineceu monocarpelar e de pericarpo carnudo

Baga - Fruto sincárpico e polispérmico, possuindo um epicarpo membranáceo, mesocarpo


carnudo e mais ou menos sucoso e endocarpo muito ténue.(Frequente na família solanácea e
Cucurbitaceae) Ex: Tomate, Melão.

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Ginoita P. Fernando, Biólogo/ Botânica

Hesperídeo - Fruto resultante de ovário sincárpico, pluriovulado, com epicarpo provido de


bolsas secretoras de óleo essencial, mesocarpo branco e subcoriáceo. O endocarpo tem uma
estrutura membranosa, compacta e é revestido internamente por pêlos multicelulares de origem
subepidérmica cheios de suco (característico dos citrinos, família Rutaceae).
Drupa - Fruto proveniente de gineceu monocarpelar e uniovulado. Possui epicarpo
membranáceo, mesocarpo carnudo e endocarpo esclerificado (frequente nas espécies da sub-
família Prunoideae das Rosaceae).

Lição nº 23

A Semente.
Semente é um órgão das plantas espermatófitas que se encontra retida no fruto, permite a
disseminação eficiente dos vegetais no meio terrestre e origina uma nova planta a partir da
germinação.

Constituição
Uma semente é constituída por: Embrião (Radícula, Caulículo e Gémula) e reservas acumuladas
nos cotilédones ou Endosperma. Por fora, a semente é revestida por uma casca designada
Tegumento.
De acordo com a quantidade de reservas contidas nos cotilédones e no endosperma, podemos
considerar diferentes tipos de sementes nas plantas angiospérmicas:
 Semente com um cotilédone, sem reservas e com a função de reabsorver as substâncias
orgânicas do endosperma para fornecer ao embrião em crescimento. Ex: Milho e Trigo,
nas quais a grande quantidade de endosperma, separa-se do embrião através do esculeto
(Cotilédone)
 Sementes com dois cotilédones, ricos em reservas e endosperma reduzidos, como as do
Feijão, Fava e Ervilha.
 Sementes com dois cotilédones, sem reservas e endosperma muito desenvolvido, por
vezes com reservas de óleo e amido, Ex: sementes de Rícino.

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Ginoita P. Fernando, Biólogo/ Botânica

Bibliografias consultadas (incompleta)

AMABIS & MARTHO, Conceitos de Biologia/Classificação, Estruturas e função nos seres


vivos. Vol 2. Editora moderna. 2001.
EICHHORN, RAVEN & EVERt, Biologia vegetal, Sétima edição.
O mundo Biológico 12⁰ ano.
MACHADO, SOUSA, Biologia 12º ano, volume 2. Areal editores.
RAVEN, JONSON, Biology 6ª ed. 2002, Imp. Pdf.
Botânica geral e comparada I, Faculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância,
www. Ftc.br/ead.

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