CENTRO DE FORMAÇÃO TEOLOGICO Profetas Menores

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CENTRO DE FORMAÇÃO TEOLOGICO

ALIANÇADOS EM DEUS

CURSO MEDIO EM TEOLOGIA 24 DISCIPLIAS


Profetas Menores

ALUNO ..........................................................

Professor: Pr. DOUGLAS A SANTOS

BACHAREL EM TEOLOGIA

N.R: 024-208.001
Introdução
Autoridade. A coleção dos Profetas Menores compõe-se dos
seguintes livros: 1ºOseias, 2ºJoel, 3ºAmos, 4ºObadias, 5ºJonas,
6ºMiqueias, 7ºNaum, 8ºHabacuque, 9ºSofonias, 10ºAgeu,
11ºZacarias e Malaquias.
Essa estrutura vem da Bíblia Hebraica e, posteriormente, da
Vulgata Latina. A Septuaginta (antiga versão grega do Antigo
Testamento) apresenta nos seis primeiros livros uma disposição
diferente da Hebraica, dispondo os livros assim: Oseias, Amos,
Miqueias, Joel, Obadias e Jonas.

1 - Por que são Chamados Profetas menores?


São conhecidos como profetas menores os 12 Últimos
Livros do Antigo Testamento Eles são chamados assim pelo
seu pequenoVolume literário em comparação aos escritos
pelos dos Profetas Maior
2 - Origem do termo
 A expressão “Profetas Menores” advém da Igreja Latina por
causa do volume do texto ser menor em comparação aos de
Isaías, Jeremias e Ezequiel. Assim explica Agostinho de Hipona
(345-430 d.C.) em sua obra A cidade de Deus. O termo é de
origem cristã, pois, na literatura judaica, essa coleção é
classificada como Os Doze ou Os Doze Profetas. Essa informação
é confirmada desde o ano 132 a.C, quando da produção do livro
apócrifo de Eclesiástico (49.10). É também corroborada pelo
Talmude (antiga literatura religiosa dos judeus) e ratificada pela
Livro A História do Hebreus  do historiador judeu Flávio Josefo
3 - A MENSAGEM DOS PROFETAS MENORES
 “Como a uma luz que alumia em lugar escuro” Os profetas
pregaram tudo o que diz respeito à vida e à piedade. Os temas
eram diversos: Deus, o ser humano e a criação. Estaríamos à
deriva no mundo sem as palavras dos profetas, pois elas nos
levam à luz de Cristo (Sl 119.105). A Lei e os Profetas anunciaram
a vinda de Jesus de Nazaré (Jo 1.45; Lc 24.27). A mensagem dos
profetas foi entregue às gerações futuras, preparando-as para o
tempo do Evangelho (1 Pe 1.12). Por isso, não devemos abdicar
de seus ensinamentos, pois a autoridade desses escritos é
perfeitamente válida para hoje.

4 - DA DISCIPLINA PROFETA MENORES


Quase invariavelmente o nome de cada profeta tem um
significado que se harmoniza de maneira extraordinária com a
sua mensagem. Este fato proposital tinha um significado genuíno
na opinião dos hebreus antigos, para quem os nomes eram
muito importantes. Com muita frequência, Deus usou nomes
para transmitir mensagens.

5 - Disposição de acordo com a cronologia


Embora os Profetas Maiores estejam dispostos em ordem
cronológica, os Menores não têm essa disposição.
Disposição de acordo com tema fundamental
Entre cronologia e estilo, este último tem geralmente primazia
(por exemplo, Epístolas do Novo Testamento), especialmente
para os hebreus que tinham um conhecimento profundo da sua
história pelos Livros Históricos. Era o povo da aliança e o tema
aliança aparecia em larga escala em toda a sua literatura.
Poderemos deduzir que a ordem dos livros seja motivada pela
ênfase do caráter divino e pelo tema da aliança.
6 - O LIVRO DE OSEIAS
Oseias A fidelidade no relacionamento com Deus
Contexto histórico. O ministério de Oseias deu-se no período da
supremacia política e militar da Assíria. Ele profetizou em
Samaria, capital do Reino do Norte, durante os “dias de Uzias,
Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho
de Joás, rei de Israel” (1.1). A soma desses anos deve ser
reduzida significativamente porque Jotão foi corregente com seu
pai, Uzias, e da mesma forma Ezequias reinou com Acabe, seu
pai (2 Rs 15.5; 18.1,2,9,10,13).Esses dados fornecidos pelo
profeta nos permitem datar o seu ministério entre 793-753 a.C.
Jeroboão II, reinou 41 anos num período de prosperidade
econômica, mas também de apostasia generalizada(2Rs 14:23)
7 - Estrutura da Mensagem A revelação foi entregue ao
profeta pela palavra “dita a Oseias” (1.1a). A segunda
declaração: “O princípio da palavra do Senhor por Oseias” (1.2a),
reitera a forma de comunicação do versículo anterior. Também
esclarece que a ordem para Oseias se casar com “uma mulher de
prostituições” aconteceu no começo do seu ministério, como fica
claro na ARA e na TB (1.2b).O livro pode ser dividido em duas
partes principais. A primeira é uma biografia profética escrita em
prosa que descreve a crise do relacionamento de Oseias com sua
esposa infiel, ao mesmo tempo que compara essa crise conjugal
com a infidelidade e a apostasia do seu povo (1-3). A segunda
parte é escrita em forma poética e se constitui de profecias
proferidas durante um longo intervalo de tempo (4-14).
                      8- O MATRIMÔNIO
 Etimologia. Os termos “casamento” e “matrimônio” são
equivalentes e ambos usados para traduzir o grego gamos, que
indica também “bodas” (Jo 2.1,2) e “leito” conjugal (Hb 13.4).
Trata-se de uma instituição estabelecida pelo Criador desde a
criação, na qual um homem e uma mulher se unem em relação
legal, social, espiritual e de caráter indissolúvel (Gn 2.20-24;
Mt19.5,6). É no casamento que acontece o processo legítimo de
procriação (Gn 1.27,28), gerando a oportunidade para a
felicidade humana e o companheirismo.
 Simbolismo. A intimidade, o amor, a beleza, o gozo e a
reciprocidade que o casamento proporciona fazem dele o
símbolo da união e do relacionamento entre Cristo e a sua Igreja
(2 Co 11.2; Ef 5.31-33; Ap 19.7). Essa figura é notada desde o
Antigo Testamento.
 A ordem divina para o casamento de Oseias. Considerando a
santidade do casamento confirmada em toda a Bíblia, a ordem
divina parece contradizer tudo o que as Escrituras falam sobre o
matrimônio. Temos dificuldade em aceitá-la, mas qualquer
interpretação contra o caráter literal do texto é forçada. Quando
Jeová deu a ordem, acrescentou: “porque a terra se prostituiu,
desviando-se do SENHOR” (1.2b). Isso era literal. A infidelidade a
Deus é em si mesma um adultério espiritual (Jr 3.1,2; Tg 4.4),
ainda mais quando se trata do culto a Baal, que envolvia a
chamada prostituição sagrada (4.13,14; Jz 8.33).

9 - Conclusão
Sua mensagem denuncia o pecado do povo e a corrupção das
instituições sociais, políticas e religiosas das dez tribos do norte
(5.1). Oseias é citado no Novo Testamento (1.10; 2.23 cp. Rm
9.25,26; 6.6 cp. Mt 9.13; 12.7; 11.1 cp. Mt 2.15)
Oseias apresenta uma profecia que se cumpriu na pessoa de
Jesus Cristo: “Do Egito chamei a meu filho” (Os 11.1), uma
referência ao retorno de José e Maria com o menino Jesus para
Israel, após a morte daqueles que queriam matar o Senhor
quando Ele era ainda uma criança indefesa e totalmente
dependente de seus pais. Esses dois eventos ocorreram séculos
depois.
10 - Livros do Profeta Joel
O derramamento do Espírito Santo
INTRODUÇÃO
O Movimento Pentecostal, no início do século 20, colocou o livro
de Joel em evidência, fazendo com que ele fosse conhecido
como o “profeta pentecostal”. Apesar disso, o anúncio da
descida do Espírito Santo não é o tema predominante de seus
oráculos. A maior parte de suas profecias fala da praga da
locusta e do julgamento das nações no fim dos tempos.
11 - O LIVRO DE JOEL NO CÂNON SAGRADO
 Contexto histórico. Pouco ou quase nada se conhece sobre Joel
e a sua época. As escassas informações baseiam-se em alguns
lampejos extraídos de seu livro. Era profeta de Judá e seu pai se
chamava Petuel (1.1). Isso é tudo o que sabemos de sua vida
pessoal. Nenhum rei é mencionado em seu livro, dificultando a
contextualização histórica. Ele é anterior a todos os profetas
literários, pois tem-se como certo que escreveu suas profecias
em 835 a.C. Trata-se da época em que Judá estava sob a regência
de Joiada durante a infância de Joás (2 Cr 23.16-21). Isso explica
a influência e a presença significativa dos sacerdotes no governo
de Judá (Jl 1.9,13; 2.17). O templo estava em pleno
funcionamento (Jl 1.9,13,14).
 12 - Estrutura e mensagem. A Mensagem foi entregue ao
profeta por meio da palavra (1.1). São três capítulos, mas a sua
divisão na Bíblia Hebraica é diferente: lá temos quatro capítulos,
pois o trecho 2.28-32 equivale ao capítulo três, com cinco
versículos, e o conteúdo do capítulo quatro é exatamente o
mesmo do nosso capítulo três. São dois os temas principais: a
praga da locusta (1.1-2.27) e os eventos do fim dos tempos
(2.28-3.21). O assunto do livro é escatológico, com ameaças e
promessas.
           13 -Joel: O derramamento do Espírito Santo
Joel, o segundo dos chamados profetas menores, exerceu seu
ministério em Judá, no Reino do Sul. Seu nome significa “Jeová é
Deus”. Em que pese o fato de ele ter profetizado sobre o
derramamento do Espírito de Deus no futuro, com
manifestações específicas, a tônica de sua profecia vai mais
além. No capítulo 1, “Joel profetiza ao povo logo após enormes
enxames de gafanhotos terem destruído a terra. Esses insetos
comeram todas as plantas e ervas próprias para a alimentação.
Ao mesmo tempo, havia falta de chuva, ocasionando também
falta de água. Contudo, ainda que essa destruição tenha sido
muito terrível, Joel escreve dizendo que isso não é nada em
comparação com o que Deus está prestes a fazer por causa da
desobediência do povo. Joel pede que as pessoas se voltem para
Deus e lhe obedeçam antes que seja tarde demais.” Acerca de
desastres naturais, Lawrence O Prof. Douglas A Santos comenta:
“Os desastres naturais geralmente são identificados como sendo
‘atos de Deus’. Na atualidade, sabemos que isso significa tão
somente que não há ser humano capaz de manter controle sobre
um evento em particular. Na época do Antigo Testamento,
entretanto, muitos ‘desastres naturais’ eram literalmente
considerados atos de Deus, uma demonstração de sua soberania
sobre os atos naturais para deles se extrair uma lição espiritual”
Séculos mais tarde, Deus enviou seu Espírito Santo aos santos
que estavam em oração em um cenáculo, aguardando o
cumprimento do que Jesus havia prometido: um revestimento
de poder com o objetivo de anunciarem o evangelho de Jesus
Cristo. Naquele dia, aqueles que estavam no cenáculo foram
cheios com o Espírito Santo, de forma que falaram em outras
línguas, e anunciaram a Jesus de forma ousada e sem temor dos
homens.
Pedro utilizou a passagem de Joel para explicar o derramamento
do Espírito Santo, mostrando que esse evento traria sinais como
a capacidade de profetizar e ter visões.
14 - Conclusão
Joel também apresenta pontos em sua profecia, como o
chamado “Vale da Decisão”, local em que Deus há de apresentar
suas decisões contra a humanidade rebelde (e não um lugar
onde as pessoas decidirão o que vão fazer); fala também que
aquele que invocar o nome do Senhor há de ser salvo, uma
observação inicial para os judeus, mas que entendemos ter sido
estendida aos gentios que clamarem a Deus e que serão salvos.

15 - Livro do Profeta Amós


A justiça social como parte da adoração
                   POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL EM AMÓS
Queremos dizer sobre política “o conjunto de práticas relativo a
uma sociedade”. Pois as relações humanas numa sociedade são
estabelecidas de acordo com decisões políticas tomadas por
representantes dela (Am 7.10-14).
16 - JUSTIÇA SOCIAL
Justiça social é o conjunto de ações sociais, destinado a suprimir
as injustiças de todos os níveis, reduzindo a desigualdade e a
pobreza, erradicando o analfabetismo e o desemprego, etc
(Am 8.4-8)
 17 - Adoração: Rendição a Deus em todas as esferas da vida.
O livro de Amós permanece atual e abrange diversos aspectos da
vida social, política e religiosa do povo de Deus. O profeta
combateu a idolatria, denunciou as injustiças sociais, condenou a
violência, profetizou o castigo para os pecadores contumazes e
também falou sobre o futuro glorioso de Israel. Amós
éconhecido como o livro da justiça de Deus e mostra aos
religiosos a necessidade de se incluir na adoração dois elementos
importantes e há muito esquecidos: justiça e retidão.
                                        18 - O LIVRO DE AMÓS
 Contexto histórico. Amós era originário de Tecoa, aldeia situada
a 17 quilômetros ao sul de Jerusalém e exerceu o seu ministério
durante os reinados de Uzias, rei de Judá, e de Jeroboão II, filho
de Joás, rei de Israel (1.1; 7.10). Foi, de acordo com a tradição
judaico-cristã, contemporâneo de Oseias, Jonas, Isaías e
Miqueias, no período assírio.
19 - Vida pessoal. Apesar de ser apenas um camponês de
Judá, “boieiro e cultivador de sicômoros” (7.14) e de não fazer
parte da escola dos profetas, foi enviado por Deus a profetizar
em Betel, centro religioso do Reino do Norte (4.4). Ali, Amós
enfrentou forte oposição do sacerdote Amazias, alinhado
politicamente ao rei Jeroboão II (7.10-16)
 20 -Estrutura da mensagem. O livro se divide em duas
partes principais. A primeira consiste nos Mensagem que veio
pela palavra (1-6) e a segunda, nas visões (7-9). O discurso de
Amós é um ataque direto às instituições de Israel, confrontando
os males que assolavam os fundamentos sociais, morais e
espirituais da nação.
O assunto do livro é a justiça de Deus. O discurso fundamenta-se
em denúncias e ameaças de castigo, terminando com a
restauração futura de Israel (9.11-15). Ele é citado em o Novo
Testamento (Am 5.25,26 cp. At 7.42,43; 9.11,12 cp. At 15.16-18).

21- LIVRO DE OBADIAS


O princípio da retribuição
Contexto histórico. A vida pessoal de Obadias é desconhecida. O
profeta apresenta-se apenas com o seu nome, sem oferecer
nenhuma informação adicional (família e reinado sob o qual
viveu e profetizou). Ele simplesmente diz: “Visão de Obadias”
A data em que exerceu o seu ministério é uma das mais
disputadas entre os estudiosos: vai de 848 a 460 a.C.
Tudo indica que os versículos 10 a 14 refiram-se à destruição de
Jerusalém por Nabucodonosor, rei de Babilônia, em 587 a.C.
Portanto, qualquer data, nesse período, como 585 a.C. por
exemplo, é aceitável.

22 - Estruturada mensagem. Com apenas 21 versículos,


Obadias é o livro mais curto do Antigo Testamento. Excetuando-
se a introdução, o seu estilo é poético. O texto divide-se em três
partes principais: a destruição de Edom (vv.1-9); a sua maldade
(vv.10-14) e o dia do Senhor sobre Edom, Israel e as demais
nações (vv.15-21).
O tema do livro é o julgamento divino contra Edom. Obadias,
porém, não é o único profeta incumbido de anunciar a
condenação dos filhos de Esaú (Is 21.11,12; Jr 49.7-22; Ez 25.1-
14; Am 1.11,12; Ml 1.2-5).
 Posição no Cânon. Em nossa Bíblia, Obadias situa-se entre Amós
e Jonas. O critério para a ordem desses livros é ainda
desconhecido. Sabe-se, todavia, que não foi baseado na
cronologia. Há quem justifique tal posição pelo slogan “o dia do
SENHOR” (v.15; Am 5.20) e pela afirmação de que a casa de Jacó
possuirá a herdade de Edom (v.17; cp. Am 9.12).
Devido ao Cânon Judaico considerar a coleção dos Doze Profetas
um só livro, a citação de Obadias, em o Novo Testamento, é
apenas indireta.
23 -EDOM, O PROFANO
 Origem. Os edomitas eram descendentes de Esaú. Por causa do
guisado que Jacó usou para comprar de Esaú a sua
primogenitura, o nome da tribo passou a ser “Edom” que, em
hebraico, significa “vermelho” (Gn 25.30).
Eles povoaram o monte Seir (Gn 33.16; 36.8,9,21) e,
rapidamente, transformaram-se em uma poderosa nação (Gn
36.1-43; Êx 15.15; Nm 20.14). Seu rei negou passagem a Israel
por seu território, quando os filhos de Jacó saíram do Egito e
peregrinavam no deserto a caminho da Terra Prometida. Mesmo
assim, Deus ordenou aos israelitas que tratassem os edomitas
como a irmãos (Dt 23.7). Contudo, o ódio de Edom contra Israel
cresceu e atravessou séculos.
24 - Livro do Profeta Jonas
A misericórdia divina
Nínive era absolutamente odiada pelos judeus. Como capital do
império assírio, ela representava a maldade, a crueldade, a
impiedade e agudeza de um império perverso. Mas o Altíssimo,
cheio de graça e amor, volta seu olhar para aquela cidade
impenitente e decide enviar-lhe o profeta Jonas. O profeta,
sabedor de toda maldade praticada pelos ninivitas, resistiu ao
chamado divino. Entretanto, Deus estava no controle e não
demorou para que o profeta fosse até Nínive levar a mensagem
de salvação. Jonas aprendeu uma extraordinária lição a respeito
do grande amor e misericórdia de Deus. Não podemos nos
esquecer que a mensagem da salvação é para toda a
humanidade.

25 - Estrutura da mensagem. O livro contém 48


versículos distribuídos em quatro breves capítulos. Apesar de
começar com estrutura profética (1.1), a mensagem é
apresentada em estilo biográfico. Não deixa, contudo, de ser
uma profecia da história de Israel, ao mesmo tempo em que
anunciam o ministério, a ressurreição e a obra missionária de
Cristo (Mt 12.39-41; 16.4). O tema principal do livro é a infinita
misericórdia de Deus e a sua soberania sobre todas as nações.
Jonas é diferente dos outros livros dos Profetas Menores. Trata-
se de uma narrativa bibliográfica das experiências do profeta, e
não de uma coletânea de mensagens proféticas. O tema
prioritário do livro é a graça soberana de Deus pelos pecadores,
ilustrada na sua decisão de reter o julgamento sobre os culpados,
mas arrependidos ninivitas. Há também uma lição teológica
importante a ser aprendida observando as respostas de Jonas a
Deus. O retrato do autor de Jonas é altamente depreciativo. Os
padrões duplos de Jonas fizeram com que as suas ações lhe
contradissessem os credos de tom espiritual. Pelo exemplo
negativo de Jonas, o leitor aprende a não resistir à vontade e
decisões soberanas de Deus”
 

26 - O GRANDE PEIXE
 Baleia ou grande peixe? Na Bíblia Hebraica e na Septuaginta, o
versículo 17 é deslocado para o capítulo seguinte (2.1). A língua
hebraica não dispõe de termo técnico para “baleia”. Essa palavra
é usada como resultado de uma interpretação tradicional que
atravessou séculos. As Escrituras Hebraicas empregam daggadol,
“grande peixe”, ou simplesmente dag, “peixe”
A Septuaginta traduz keteimegalo por “grande monstro
marinho”, e ketospor “monstro marinho”, a mesma palavra
usada no Novo Testamento grego (Mt 12.40).

27 - Interpretação. Não há indício algum no texto para que


ele possa ser interpretado como alegoria, ficção didática, mito,
lenda etc. Rejeitamos todas essas linhas de pensamento, pois a
mensagem foi entregue a Jonas no mesmo estilo dos outros
profetas(1.1; Jr 33.1; Zc 1.1). Além disso, o Senhor Jesus Cristo, a
maior autoridade no céu e na terra, interpretou o livro como
histórico, assim como históricos foram o ministério e a
ressurreição do Mestre. O Novo Testamento é a palavra final, e
isso encerra qualquer questão (Mt 12.39-41; 16.4).
                                  

28 - LIVRO DE MIQUEIAS
A importância da obediência
Uma série de juízo contra Israel e Judá 
O problema do povo a quem Miqueias dirigiu a sua mensagem
não era falta de liturgia, mas de uma correta motivação para se
adorar ao Senhor. Embora cometesse toda a sorte de injustiças
sociais, a geração contemporânea do profeta Miqueias oferecia
sacrifícios a Deus, praticando todos os rituais levíticos, mas não
sabia o verdadeiro significado do amor a Deus e ao próximo.
 
29 - Estrutura da mensagem. Trata-se de uma coleção de
breves mensagens agrupados em sete capítulos divididos em três
partes principais Cada uma das partes marca o imperativo:
“Ouvi”
O assunto do livro é a ira divina em relação aos pecados de
Samaria e de Jerusalém. Miqueias dirigiu seu discurso contra a
idolatria, censurou com veemência a opressão aos pobres e
denunciou o colapso da justiça nacional (1.5; 2.1,2; 3.9-11). Além
disso, anunciou, de antemão, o local do nascimento do Messias,
em Belém (5.2 cp. Mt 2.1,4-6). O profeta chegou a ser citado
pelo Senhor Jesus (7.6 cp. Mt 10.35,36).
 O conceito bíblico de obediência. O verbo hebraico shemá:
“ouvir, escutar, prestar atenção, obedecer”, não significa apenas
receber uma comunicação ou informação. O seu real sentido é
mais forte e imperioso: obedecer é acatar ordens de autoridade
religiosa, civil ou familiar. O referido verbo é empregado no
Antigo Testamento para “obedecer” em 1 Samuel 15.22 e
Jeremias 42.6. É usado, também, em seis das nove vezes em
que shemá aparece em Miqueias (1.2; 3.1,9; 6.1,2,9)A mesma
ideia é vista nos ensinos de Jesus (Mt 11.15; 13.43). Por
conseguinte, a obediência deve ser precedida pela compreensão
e pelo amoroso acatamento da mensagem divina (Mt 7.24,26).
Nesse sentido, ela pode ser definida como a prova suprema da fé
e do nosso amor a Deus. A desobediência das nações. O Senhor
não é uma divindade tribal, que habita em quatro paredes. Ele é
o Deus de toda a terra e o Soberano de todo o Universo.
Justamente por isso, Ele apresenta-se como juiz e testemunha
não apenas contra seu povo, Israel e Judá (1.2,5), mas também
contra todas as nações da terra (1.2). A ira de Deus sobre o
pecado (1.3-5)

 
 
30 - OLIVRO DE NAUM
O limite da tolerância divina
Nínive havia provado da graça e da misericórdia do Senhor. No
tempo de Jonas, o povo ninivita arrependeu-se dos seus pecados
e prostrou-se perante o Eterno, confessando a sua ignomínia.
Assim, o povo recebeu de Deus o perdão dos seus pecados.
Aquela nação foi salva do juízo divino! Mas o tempo passou e
depois de aproximadamente um século e meio, a nova geração
de Nínive esqueceu-se do passado de quebrantamento ao
Senhor. Ela voltou pecar contra Deus com requintes de
crueldade, perversidade e malignidade. Por isso o profeta Naum
vocifera: “Ai da cidade ensanguentada! Ela está toda cheia de
mentiras e de rapina! Não se aparta dela o roubo”. Agora o juízo
divino sobre Nínive seria irreversível.

  31 - Biografia do Profeta Naum


 Contexto histórico. Naum, à semelhança de outros profetas
menores, não possui biografia. Ele apresenta-se apenas como o
“elcosita”. O reinado no qual profetizou não é mencionado
(v.1b). As escassas informações de que dispomos ainda não são
conclusivas. As opiniões dos eruditos são divergentes. Elas
variam entre o assédio de Jerusalém, em 701 a.C, por
Senaqueribe, rei da Assíria (2 Rs 18.13) até as reformas religiosas
protagonizadas por Josias, rei de Judá, em 621 a.C. (cf. 2 Rs 22.1-
23.37; 2 Cr 34.1-35.27).
a) Origem do profeta. Alguns estudiosos acreditam que
“elcosita” (v.1c) refere-se a uma cidade da Assíria, situada a 38
quilômetros de Nínive, em Al-kush, ao norte do atual Mossul,
Iraque. Tal informação é a menos provável, visto que, desde a
antiguidade, a cidade de Cafarnaum — na Galileia, casa de Jesus
(Mt 9.1; Mc 2.1), cujo nome significa “aldeia de Naum” — é
apontada como local de nascimento do profeta.
b) Período aceitável. Em 612 a.C. a cidade de Nínive foi
destruída.
A profecia menciona também o desmoronamento de Nô-Amon
como fato comprovado historicamente (3.8-10). O rei assírio,
Assurbanípal, destruiu a cidade egípcia de Nô em 663 a.C. De
acordo com essas informações, podemos considerar 663 a 612
a.C. como um período histórico significativo para situarmos o
ministério profético de Naum.
c) Nínive (v.1). Nínive era a antiga capital do império assírio. Suas
ruínas estão localizadas ao norte do Iraque. É uma das cidades
pós-diluvianas fundada por Ninrode, descendente de Cuxe (Gn
10.8-11), por volta de 4500 a.C. — tornando-se proeminente
antes de 2000 a.C. O rei assírio, Senaqueribe (705 - 681 a.C),
fortificou a cidade, garantindo assim o apogeu da capital assíria.
O Senhor refere-se a ela como a “grande cidade” (Jn 1.2; 3.2). A
crueldade do povo ninivita era indescritível e essa foi a fama que
os acompanhou durante toda a história.
 Estrutura. O “Livro da visão de Naum” (v.1b) consiste em três
breves capítulos. O capítulo 1 divide-se em duas partes
principais: a primeira é um salmo de louvor a Jeová (vv.2-8); a
segunda, num estilo poético, anuncia o castigo dos seus inimigos
(vv.9-14), sendo que o versículo 15 é parte do capítulo 2 na Bíblia
Hebraica. O segundo capítulo anuncia o assédio e a destruição de
Nínive. E o terceiro o “boletim de ocorrência” dos motivos de sua
queda.
 Mensagem. O tema do livro é a “queda de Nínive”. A expressão
“peso de Nínive” (v.1a) proclama o início de sua ruína. O
substantivo hebraico para “peso” é massa que significa “carga,
fardo, sofrimento” (Êx 23.5; Nm 11.11,17) bem como “sentença
pesada, oráculo, pronunciamento, profecia” (Hc 1.1; Zc 9.1;
12.1). Ela aponta para a proclamação de um desastre (Is 14.28;
23.1; 30.6).
32 - Livro do Profeta Habacuque A soberania divina
sobre as nações
No diálogo entre Habacuque e o Senhor, presenciamos uma
singular beleza teológica e literária. Ao longo do livro de
Habacuque, deparamo-nos com uma das mais notáveis
declarações doutrinárias: “O justo, pela sua fé, viverá” (2.4)
Esta mensagem fez-se tão notório, que se tornou uma das mais
importantes temáticas, em o Novo Testamento (Rm 1.17 cf. Gl
3.8). Séculos mais tarde, inspirou Martinho Lutero a deflagrar a
Reforma Protestante.

33 - Plano de Fundo         
Contexto histórico. Habacuque exerceu o seu ministério quando
os caldeus marchavam vitoriosamente pelo Oriente Médio (1.6).
Tal marcha iniciou-se em 627 a.C. e foi concluída com a vitória
sobre Faraó Neco, do Egito, na Batalha de Carquêmis, em 605
a.C. (Jr 46.2). Tempo em que, de fato, os caldeus tornaram-se um
império pujante. Isso mostra que o profeta era contemporâneo
de Jeremias e Sofonias (Jr 1.1; Sf 1.1). Ele menciona ainda a
opressão dos ímpios sobre os pobres e o colapso da justiça
nacional (1.2-4) e descreve também o cenário do reinado tirânico
de Jeoaquim, rei de Judá, entre 605 e 598 a.C. (Jr 22.3,13-18).

34 -  Vida pessoal
 Não há informações, dentro ou fora do livro, sobre a vida
pessoal de Habacuque. Apenas temos a declaração de que ele é
profeta (1.1), detalhe este também encontrado em Ageu e
Zacarias (Ag 1.1; Zc 1.1). A partir dessas poucas informações e
pela finalização de seu livro (3.19), muitos estudiosos entendem
que Habacuque era um profeta bem aceito pela sociedade e —
há quem afirme — oriundo de família sacerdotal. A literatura
rabínica apoia essa ideia.
35 -  Estrutura da mensagem. No estudo passado,
aprendemos que o termo “peso” indica uma “sentença pesada e
profecia”. A exemplo do livro de Naum, esse oráculo foi revelado
à Habacuque na forma de visão (1.1). A profecia divide-se em
três capítulos. O primeiro denuncia a corrupção generalizada da
nação e a consequente resposta divina (1.2-17); o segundo, outra
resposta do Eterno (2.1-20); e a terceira, a oração de Habacuque
(3.1-19). O oráculo divino, que possui a mesma estrutura dos
Salmos, tem como principal ênfase a fé.

36 - LIVRO DE SOFONIAS O juízo vindouro


  Contexto histórico. 
Sofonias exerceu o seu ministério “nos dias de Josias, filho de
Amom, rei de Judá” (v.1). Josias reinou entre 640 e 609 a.C. A
reforma religiosa do rei de Judá aconteceu em 621 a.C, “no ano
décimo oitavo” do seu reinado (2 Rs 22.3). Quando ocorreu a
reforma, Jeremias exercia o ofício de profeta há cinco anos. O
seu chamado deu-se “no décimo terceiro ano do [...] reinado” de
Josias (Jr 1.2). Esse período corresponde a 627 a.C. É possível
que, na reforma, o rei fora encorajado por esses profetas.
Evidências internas apontam para um tempo de pré-reforma em
Judá, denunciando os desmandos dos reis Manassés e Amom(2
Rs 21.16-24).
 37 -GenealogiaÉ comum a menção do nome paterno nos
livros dos profetas. Isaías, Jeremias, Ezequiel, Oseias, Joel e
Jonas, trazem essa informação. Sofonias, porém, descreve a sua
genealogia: “Sofonias, filho de Cusi, filho de Gedalias, filho de
Amarias, filho de Ezequias” (v.1). A citação do nome do pai
estabelecia o direito tanto à herança quanto à posição social ou
aquisição de poder. A ausência de paternidade demonstra que
tal profeta não adveio de família tradicional. Sofonias era trineto
de Ezequias, que também fora rei de Judá. Isso lhe garantia livre
acesso no governo real, bem como noutros segmentos da
sociedade.

 38 - Estrutura da mensagem. Os meios de comunicação


dos oráculos divinos aos profetas eram a palavra e a visão. Os
porta-vozes do Eterno deixam isso claro no prólogo de seus livros
(v.1a). O estilo poético predomina em todo o livro de Sofonias. O
oráculo está organizado em três partes principais: a primeira
anuncia o juízo contra as nações da terra, incluindo Judá (1.1-
2.3). A segunda especifica os povos nesse julgamento global —
Filístia, Moabe, Amom, Etiópia e Assíria (2.4-15). E a terceira
parte trata do castigo de Jerusalém e da restauração dos
remanescentes fiéis (3.1-20). O tema do “Dia do Senhor” ocupa
toda mensagem divino.

39 - O Livro do profeta AgeuO compromisso do povo da


aliança 
O Templo era o símbolo visível da aliança de Deus com o seu
povo. Nesse contexto é que aparece Ageu, o primeiro profeta a
exercer o ministério no período pós-exílio. Sua mensagem
central não poderia ser outra: “Israel, reconstrua o Templo para
o Senhor!”.
Os judeus estavam indiferentes em relação à obra de Deus,
porém através do ministério de Ageu e Zacarias, o Templo foi
reconstruído, e conforme a palavra do Senhor, “a glória da
segunda Casa será maior que a da primeira”. Como servos do
Altíssimo precisamos estar atentos, pois como os israelitas,
também podemos negligenciar a obra de Deus e o cuidado com a
Casa do Senhor. Que sejamos servos compromissados com o
Reino, trabalhando para o seu crescimento aqui na Terra.
Coloque suas prioridades em ordem correta, segundo as
Escrituras Sagradas.

  Contexto Histórico         
De Joel até Ageu passaram-se mais de 300 anos. A hegemonia
política e militar, nessa fase da história mundial, estava com os
persas, pois os assírios e babilônios não existiam mais como
impérios. Quanto ao pecado de Judá, este não era a idolatria,
pois o cativeiro erradicara de vez essa prática. O problema agora,
igualmente grave, era a indiferença, a mornidão e o comodismo
espiritual dos judeus em relação à obra de Deus.                                   
 No livro de Esdras, encontra-se o relato das primeiras décadas
do período pós-exílio. Por isso, é fundamental ler os seis
primeiros capítulos do referido livro, para compreendermos o
profeta Ageu. O rei Ciro, da Pérsia, baixou o decreto que pôs fim
ao cativeiro de Judá em 539 a.C. Pouco tempo depois, a primeira
leva dos hebreus partiu da Babilônia de volta para Judá.

40 - Estrutura e mensagem. O livro consiste de quatro


mensagens curtas.A primeira foi entregue “no sexto mês, no
primeiro dia do mês” (v.1) [mês hebraico de elul, 29 de agosto];
A segunda, “no sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês” (2.1)
[mês de tisrei, 17 de outubro]; A terceira e a quartamensagem
vieram no mesmo dia, o “vigésimo quarto dia do mês nono”
(2.10,20) [mês de quisleu, 18 de dezembro].
A revelação foi dada diretamente por Deus (vv.1,3). Apenas
Ageu apresenta com tamanha precisão as datas do recebimento
dos oráculos. O tema do livro é reconstrução do Templo. Dos a
38 versículos divididos em dois capítulos, dez falam da Casa de
Deus, em Jerusalém (vv.2,4,8,9,14; 2.3,7,9,15,18). Em o Novo
Testamento, Ageu é citado uma única vez (2.6; Hb 12.26,27).
a) Cambises. Ciro reinou até 530 a.C, ano em que faleceu.
Cambises, identificado na Bíblia como Artaxerxes (Ed 4.7-23),
reinou em seu lugar até 522 a.C. Este, por dar ouvidos a uma
denúncia dos vizinhos invejosos e hostis a Judá, decidiu
embargar a construção da Casa de Deus em Jerusalém (Ed 4.23).
b) Dario Histaspes. Após a morte de Cambises, Dario Histaspes
assumiu o trono da Pérsia (reinando até 486 a.C), e autorizou a
continuação da obra do Templo. Ele é citado nas Escrituras
Sagradas simplesmente como “Dario” (Ed 6.1,12,13).

41 - Vida pessoal. Não há, além do profeta, outro Ageu no


Antigo Testamento. O seu nome aparece nove vezes na profecia
e duas no livro de Esdras (Ed 5.1; 6.14). Ageu foi o primeiro
 Estrutura e mensagem. O livro consiste de quatro curtos
oráculos. O primeiro foi entregue “no sexto mês, no primeiro dia
do mês” (v.1) [mês hebraico de elul, 29 de agosto]; o segundo,
“no sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês” (2.1) [mês de
tisrei, 17 de outubro]; o terceiro e o quarto oráculos vieram no
mesmo dia, o “vigésimo quarto dia do mês nono” (2.10,20) [mês
de quisleu, 18 de dezembro]. A revelação foi dada diretamente
por Deus (vv.1,3). Apenas Ageu apresenta com tamanha precisão
as datas do recebimento dos oráculos. O tema do livro é
reconstrução do Templo. Dos a 38 versículos divididos em dois
capítulos, dez falam da Casa de Deus, em Jerusalém
(vv.2,4,8,9,14; 2.3,7,9,15,18). Em o Novo Testamento, Ageu é
citado uma única vez (2.6; Hb 12.26,27).
42 - O Profeta ZacariasO Reinado Messiânico
Zacarias foi contemporâneo do profeta Ageu. Ele teve uma série
de visões durante os dois primeiros anos das obras de
reconstrução do Templo. Essas visões objetivavam incitar no
povo ânimo para o exercício do trabalho intenso na restauração
do Templo. Os judeus estavam livres do exílio, mas o Templo não
estava acabado. A reconstrução do Templo traria uma nova
esperança para os judeus, pois a nação, no futuro, também seria
restaurada espiritualmente. A primeira e a segunda vinda de
Jesus Cristo são focalizadas pelas profecias de Zacarias, como
cumprimento da esperança judaica.

43 -LIVRO EZACARIAS
 Zacarias e Ageu receberam as Mensagens divinos no segundo
ano do reinado de Dario, rei da Pérsia, em 520 a.C. Conforme
estudado anteriormente, a situação espiritual de Judá é a mesma
descrita no livro de Ageu. A indiferença religiosa e o avanço do
secularismo colocavam Deus em último plano. Por isso, tal como
a história dos antepassados dos judeus, o Senhor estava
desgostoso daquela geração (1.2,3).

44 - Vida pessoal. Zacarias era de uma família sacerdotal,


assim como Jeremias (Jr 1.1) e Ezequiel (Ez 1.3). Seu avô, Ido
(1.1), era sacerdote e veio do exílio à Jerusalém no grupo
liderado por Zorobabel, filho de Sealtiel, e Josué, filho de
Jozadaque (Ne 12.1-4). Parece que “Baraquias”, seu pai, faleceu
quando o profeta ainda era criança. Assim, Zacarias fora então
criado por seu avô. Isso pode justificar a omissão do seu nome
em Esdras, que o chama apenas de “filho de Ido” (Ed 5.1). O
ministério profético de Zacarias foi mais extenso que o de Ageu,
pois ele menciona os oráculos entregues dois anos após o seu
chamado (7.1).
45 - Estrutura da mensagem. Os oráculos de Zacarias são
apocalípticos. Eles foram entregues por visão (capítulos 1-6) e
palavra (7-14). O assunto do livro é o Messias de Israel. Mas
Jerusalém também ocupa espaço significativo na profecia. Há
diversas referências diretas e indiretas a Zacarias em o Novo
Testamento (Zc 9.9 cf. Mt 21.5; Zc 11.13 cf. Mt 27.9,10; Zc 12.10;
Ap 1.7). A vinda do Messias e os demais eventos escatológicos
predominam os capítulos 9-14.
A diferença de estilo literário é natural. Um autor pode mudar
seu estilo com o tempo e com o assunto a ser tratado. Em
relação à passagem de Zacarias 11.13 — onde o evangelista
Mateus atribui autoria do seu conteúdo ao profeta Jeremias (cf.
Mt 27.9) — há pelos menos duas explicações:
1ªCombinação profética. Jeremias comprou um campo (Jr 32.6-
9) e visitou a casa do oleiro (Jr 18.2). O Antigo Testamento é rico
em detalhes para narrar a obra redentora. Ele não se restringe
apenas às profecias diretas. Os escritores do Novo Testamento
reconhecem a presença de Cristo e sua obra na história da
redenção (Jr 31.15 cf. Mt 2.16,17; Os 11.1 cf. Mt 2.15). Nesse
caso, a citação de Zacarias 11.13 seria dos dois profetas.
Entretanto, somente Jeremias é mencionado, porque ele é o
profeta mais antigo e importante. Desse modo, temos a unidade
literária.
2ª Coletânea de profecias. A outra explicação é apenas
hipotética. Seria uma coleção de oráculos entregues a Jeremias
após a conclusão de seu livro. Eles teriam sido preservados pelo
povo e, mais tarde, incluídos por Zacarias na segunda parte dos
seus oráculos.

 
46 - Livro do Profeta MalaquiasA sacralidade da família 
O livro de Malaquias é o exemplo perfeito disso. Quando falamos
nele, pensamos logo em “dízimo”. É como se “Malaquias” e
“dízimo” fossem termos amalgamados. No entanto, veremos que
o assunto predominante do profeta Malaquias não é o dízimo
(este apenas é tratado num contexto de corrupção sacerdotal e
da nação), mas contrariamente, é o relacionamento familiar e
civil entre o povo judeu que constituem o seu tema principal.

Contexto histórico. O livro não menciona diretamente o


reinado em que Malaquias exerceu seu ministério. Também não
informa o nome do seu pai, nem o seu local de nascimento. Isso
é observável também nos livros de Obadias e Habacuque.
Mas a evidências internas que permitem identificar o contexto
político, religioso e social do livro .
1ª O governador de Judá. Jerusalém era governada por
um pehah, palavra de origem acádica traduzida por “príncipe” na
BKJ (Bíblia king James), ou “governador”, na Biblia Thompson
(1.8). O termo indica um governador persa e é aplicado a
Neemias (Ne 5.14). O seu equivalente na língua persa
é tirshata (“tirsata, governador”, cf. Ed 2.63; Ne 7.65; 8.9; 10.1).
A profecia mostra que o templo de Jerusalém já havia sido
reconstruído e a prática dos sacrifícios, retomada (1.7-10).
2ª A indiferença religiosa. As principais denúncias de Malaquias
são contra a lassidão e o afrouxamento moral dos levitas (1.6); o
divórcio e o casamento com mulheres estrangeiras (2.10-16); e o
descuido com os dízimos (3.7-12). Tudo isso aponta para o
período em que Neemias ausentou-se de Jerusalém (Ne 13.4-
13,23-28). O primeiro período de seu governo deu-se entre os
anos 20 e 32 do rei Artaxerxes (Ne 5.14) e equivale a 445-433
a.C.
47- Vida pessoalde Malaquias. A expressão “pelo ministério
de Malaquias” (1.1) é tudo o que sabemos sobre sua vida
pessoal. A forma hebraica do seu nome é mal’achi, que significa
“meu mensageiro”. A Septuaginta traduz por angelo sou (“seu
mensageiro, seu anjo”). O termo é ambíguo, pois pode referir-se
a um nome próprio ou a um título (3.1). No entanto,
entendemos que Malaquias é o nome do profeta, uma vez que
nenhum livro dos doze profetas menores é anônimo. Por que
com Malaquias seria diferente?

48 - Estrutura da mensagem. A profecia começa com a


palavra hebraica massa — “peso, sentença pesada, Mensagem ,
pronunciamento, profecia” (1.1; Hc 1.1; Zc 9.1; 12.1). O discurso
é um sermão contínuo com perguntas retóricas que formam uma
só unidade literária. São três os seus capítulos na Bíblia Hebraica,
pois seis versículos do capítulo quatro foram deslocados para o
final do capítulo três. O assunto do livro é a denúncia contra a
formalidade religiosa: prática generalizada com os fariseus e
escribas na época do ministério terreno de Jesus (Mt 23.2-7)49 –
DEUS ODEIA O DIVÓRCIO. O relacionamento conjugal (2.11-
13). Malaquias é o único livro da Bíblia que descreve o efeito devastador
do divórcio na família, na Igreja e na sociedade. As lágrimas, os choros e os
gemidos descritos aqui são das esposas judias repudiadas. Elas eram
santas e piedosas, mas foram injustiçadas ao serem substituídas por
mulheres idólatras e profanas. As israelitas não tinham a quem recorrer.
Nada podiam fazer senão derramar a alma diante de Deus. Por essa razão,
o Eterno não mais aceitou as ofertas de Judá (2.13). Isso vale para os
nossos dias. Deus não ouve a oração daqueles que tratam injustamente o
seu cônjuge (1 Pe 3.7). O marido deve amar a sua esposa como Cristo ama
a Igreja (Ef 5.25-29).
PROFESSOR PR. DOUGLAS, A SANTOS

BACHAREL EM TEOLOGIA

R.N 024-208:001

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