Artigo de Educação Protótipo
Artigo de Educação Protótipo
Artigo de Educação Protótipo
com o decorrer da história, com a ascensão e queda das diferentes formas de governo, a escola
e a educação brasileira passaram pelos mais diversos planos, fórmulas e ideais, sejam
nacionais ou internacionais, que tentaram organizar este setor da nação. Porém, mesmo com
as constantes trocas de governos e apesar dos números de correntes e intelectuais que se
dedicaram, a educação brasileira continuou padecendo e tendo seus altos e baixos durante
toda a história.
Assim, a história da educação brasileira pode ser avaliada por dois vieses distintos, o
primeiro é um viés político onde pode ser avaliada a ideologia por detrás da educação
brasileira e do sistema educacional, selecionado e vigente em determinado período, já o
segundo viés diz respeito ao material que fundamenta tais sistemas educacionais, isto inclui as
bases que os fundamentam, artigos, livros, autores que os dão sustentação enfim tudo o mais
que possa dar sustentação ao pensamento educacional de cada época.
Para tais investigações e avaliações, deve-se partir de duas ciências distintas, são elas:
a filosofia e a história. E, para a melhor compreensão do cenário educacional é indispensável
que ambas as ciências façam um trabalho conjunto e ordenado, que leve a problematização e
compreensão de como se deu esse desenvolveu a educação em nosso país, para melhor
entendermos o porquê a educação hoje se mostra da maneira que se mostra, e tentar propor
saídas ou possíveis apontamentos de como desenvolver um modelo educacional com menos
características políticas, maior qualidade de ensino e com melhor desempenho. Para tal, será
buscado demonstrar em linhas gerais as diferentes tendências pedagógicas, utilizadas no
decorrer da história da educação brasileira.
A educação no Brasil colônia e durante o Império
A educação no Brasil colônia foi iniciada por jesuítas, que tinham como objetivo
principal educar jovens com intuito de formar novos sacerdotes, por isso, tal ensino continha
o português, a doutrina cristã e arte do ler e escrever, posteriormente o estudo evoluía e
contemplava música e canto, e culminava com uma dupla possibilidade encerrar os estudos se
aprofundando nas técnicas agrícolas os mergulhar mais profundamente na gramatica e
terminar os estudos na Europa.
A república brasileira não foi formada como a grande maioria das repúblicas, isso
porque ela não foi fruto de uma revolta, ou revolução popular, mas por um processo de
insatisfação de produtores da cultura cafeeira e de militares, que verificavam a
insustentabilidade de se continuar em um governo imperialista, dado as novas condições, de
fim da escravatura, nova modelagem econômica, trabalho com mão de obra assalariada etc.
Mesmo assim, tal modelo favoreceu uma maior urbanização e privilegiou profissões
onde a escolaridade era necessária. E, desta forma o estudo ganhou novo e reiterado valor,
tornando-se prioridade maior e desejo de muitos. Com todas essas novas questões, abriu-se
espaço para dois processos determinantes na visão de Ghiraldelli são eles:
Como não havia um ministério da educação, nesta época ficamos à mercê de projetos e
revoluções estaduais da educação onde Ghiraldelli destaca alguns autores em determinados
estados como principais influenciadores e responsáveis pelos modelos de ensino adotados, são
eles:
Com isso a educação brasileira era fragmentada e não tinha uniformidade em todo o
território nacional, podendo variar bastante de um estado para outro.
A segunda república (1930-1937)
Foi o período dos dois primeiros mandatos de Getúlio Vargas, de onde pode-se
destacar especialmente a criação de um ministério da instrução, algo análogo ao que hoje
recebe o nome de ministério de educação, que buscava uniformizar o processo educacional
em todo o país, e a discussão e formulação de um manifesto em prol da educação, que reuniu
os principais teóricos nacionais da área e buscava uma forma de definir a pedagogia a ser
empregada, e recebeu o nome de “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”, e foi
publicado em 1932”.
Desejava-se uma educação verdadeiramente nova e distinta, mais pragmática que não
estivesse atrelada a hierarquia de classes, todavia que gerasse a hierarquia de aptidões, e estas
pessoas com tais aptidões deviam ser colhidas das diversas classes, sem tanta disparidade,
com um caráter de maior democracia. A educação não devia formar pessoas para o
individualismo, mas para a cooperação mútua e a solidariedade. A educação assumiria um
caráter biologista, ou seja, todos teriam direito de ter acesso à educação até o ponto em que
suas aptidões naturais lhe permitiam, e lhe eram favoráveis.
O Regime Militar
A nova democracia
Paulo Freire
Paulo Freire com uma pedagogia libertadora e problematizadora. Freire era partidário
dos movimentos da igreja católica da época, principalmente das alas que eram consideradas
de esquerda dentro da Igreja. Os escritos de Freire ganharam status de filosofia da educação, e
permitiram que os educadores soubessem como lidar com diferenças de gênero, divergências
culturais e étnicas possibilitando assim, que o ensino fosse possibilitado a todos de acordo
com sua realidade.
A pedagogia de Freire servia para “libertar o povo”, principalmente frente aos
problemas políticos da época, a fim de que a população se envolvesse especialmente em
questões políticas. Para ele, a escola oficial colaborava para manter as pessoas em estado de
mudez frente aos problemas, além de que ela estava aliada a um serviço burocratizado, que
não se colocava ao lado dos oprimidos.
Assim como vários outros pensadores, Freire era contra o ensino de memorização, que
buscava somente um papel (diploma), mas era a favor de uma educação voltada para a vida,
para os problemas que aconteciam no cotidiano. Nesse sentido, a educação de Paulo Freire
buscava se relacionar com o povo, dentro da comunidade, buscando entender sua vida,
principalmente ligada com a cultura local de um povo.
Para ele, a educação deveria se pautar num diálogo “amoroso”, onde haveria uma
horizontalidade entre educador e educando, sendo que tal diálogo deveria partir de situações
vividas em comunidade para depois problematiza-las e formar uma visão crítica sobre elas, o
chamado processo de conscientização. Freire classificou a educação convencional como
bancaria, uma ideologia da opressão, onde o professor seria o grande mentor, o que detém o
conhecimento, e o aluno seria apenas o receptáculo passivo, sem voz ou vez para conduzir sua
forma de conhecimento.
Para se concretizar essa ideia da educação como formadora de um homem novo, e de
problematização dos elementos cotidianos, o educador deveria se engajar na realidade do
educando, ou seja, ser um educador-educando, onde a partir da realidade do educando-
educador, retiraria os chamados temas geradores, que seriam os assuntos chaves para a
consecução da educação.
Demerval Saviani
A pedagogia analítica
Piaget
Foi um teórico suíço, que ressoou no Brasil por meio de Lauro de Oliveira Lima, a
principal preocupação de sua teoria era a de compreender as fases de desenvolvimento dos
alunos, essa teoria fez com que os educadores pudessem compreender melhor as fases da
criança, aumentando a cientificidade das pesquisas posteriores na área de pedagogia e
educação. O problema foram os excessos, quem sabia a teoria de Piaget a respeito da criança,
sabia pedagogia, quem não sabia a teoria, não poderia falar de pedagogia.
Surgiu uma tendência escolar, na Inglaterra, numa escola chamada Sumerhill. Nessa
escola, o diferencial estava no fato de ela ser uma escola-comunidade, onde as regras e as
tarefas eram decididas pelos alunos em reuniões, em a forma de assembleias.
Se entendia que a escola deveria ser entendida como uma democracia mais
aperfeiçoada, e não como uma ditadura. Nesse sentido, para os pensadores a escola deveria se
preocupar mais com as relações interpessoais, do que com o aprendizado, ou melhor, a
apreensão deste ou daquele conteúdo que era proposto.
Os teóricos da desescolarização
A escola como era entendida, na visão do grande defensor dessa teoria Ivan Illich,
como um fardo, pois carregava os investimentos que deveriam ser colocados em outras áreas
mais importantes, pois a escola oficial era própria de sociedades industrializadas, e não de
sociedades, como era o caso da latino-americana, baseadas em uma agricultura primitiva.
A escola era o grande empecilho para a educação, sendo que a educação democrática
só aconteceria se ocorresse a liberalização de bibliotecas, máquinas, computadores, a fim de
que qualquer pessoa pudesse ensinar ou exercer o que sabia. De certa forma, o discurso era
uma crítica à igreja que dizia que “não há salvação fora da igreja”, mas no caso da educação,
“não há salvação fora da escola”.