Artigo de Educação Protótipo

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O Brasil sempre teve o viés educacional vinculado diretamente com o viés político, e

com o decorrer da história, com a ascensão e queda das diferentes formas de governo, a escola
e a educação brasileira passaram pelos mais diversos planos, fórmulas e ideais, sejam
nacionais ou internacionais, que tentaram organizar este setor da nação. Porém, mesmo com
as constantes trocas de governos e apesar dos números de correntes e intelectuais que se
dedicaram, a educação brasileira continuou padecendo e tendo seus altos e baixos durante
toda a história.

Assim, a história da educação brasileira pode ser avaliada por dois vieses distintos, o
primeiro é um viés político onde pode ser avaliada a ideologia por detrás da educação
brasileira e do sistema educacional, selecionado e vigente em determinado período, já o
segundo viés diz respeito ao material que fundamenta tais sistemas educacionais, isto inclui as
bases que os fundamentam, artigos, livros, autores que os dão sustentação enfim tudo o mais
que possa dar sustentação ao pensamento educacional de cada época.

Para tais investigações e avaliações, deve-se partir de duas ciências distintas, são elas:
a filosofia e a história. E, para a melhor compreensão do cenário educacional é indispensável
que ambas as ciências façam um trabalho conjunto e ordenado, que leve a problematização e
compreensão de como se deu esse desenvolveu a educação em nosso país, para melhor
entendermos o porquê a educação hoje se mostra da maneira que se mostra, e tentar propor
saídas ou possíveis apontamentos de como desenvolver um modelo educacional com menos
características políticas, maior qualidade de ensino e com melhor desempenho. Para tal, será
buscado demonstrar em linhas gerais as diferentes tendências pedagógicas, utilizadas no
decorrer da história da educação brasileira.
A educação no Brasil colônia e durante o Império

O período do Brasil colônia se estende desde o descobrimento até 1822 com a


independência, já o período do império brasileiro vai de 1822 até 1889.

A educação no Brasil colônia foi iniciada por jesuítas, que tinham como objetivo
principal educar jovens com intuito de formar novos sacerdotes, por isso, tal ensino continha
o português, a doutrina cristã e arte do ler e escrever, posteriormente o estudo evoluía e
contemplava música e canto, e culminava com uma dupla possibilidade encerrar os estudos se
aprofundando nas técnicas agrícolas os mergulhar mais profundamente na gramatica e
terminar os estudos na Europa.

Posteriormente ainda na época histórica em que o Brasil era colônia portuguesa,


Marquês de Pombal propôs uma reforma educacional e deu início a educação pública no país,
com tudo a grade curricular contava com aulas avulsas de gramática, latim e grego, com isso
não foi visto como sendo muito relevante e com a chegada do rei de Portugal, Dom João VI
que fugira de seu país, em decorrência de invasão de Napoleão ao território português a
educação teve uma nova alteração e tentaram reestruturá-la, para demonstrar ser o Rio de
Janeiro um local realmente propício a uma corte, com isso muitos cursos superiores e escolas
militares são desenvolvidas no Brasil.

Em 1822 é proclamada a independência do Basil, e inicia o Brasil imperial, a pátria


nascente formula leis sobre a importância da educação, contudo na pratica se mostra um
período de descaso, para com o ensino e para com os educadores, e assim mostrasse um
período onde não se fazia necessário frequentar os estudos, mas tão somente prestar exames a
fim de comprovar instrução, com isso o sistema educacional do recém formado país era um
verdadeiro caos e não possuía grande rigor.

A primeira república 1889-1930

A república brasileira não foi formada como a grande maioria das repúblicas, isso
porque ela não foi fruto de uma revolta, ou revolução popular, mas por um processo de
insatisfação de produtores da cultura cafeeira e de militares, que verificavam a
insustentabilidade de se continuar em um governo imperialista, dado as novas condições, de
fim da escravatura, nova modelagem econômica, trabalho com mão de obra assalariada etc.

Mesmo assim, tal modelo favoreceu uma maior urbanização e privilegiou profissões
onde a escolaridade era necessária. E, desta forma o estudo ganhou novo e reiterado valor,
tornando-se prioridade maior e desejo de muitos. Com todas essas novas questões, abriu-se
espaço para dois processos determinantes na visão de Ghiraldelli são eles:

“[...]aqueles movimentos que chamamos de o entusiasmo pela educação e o


otimismo pedagógico, O primeiro movimento ia em um sentido quantitativo, o
segundo em um sentido qualitativo. O primeiro solicitava abertura de escolas. O

segundo se preocupava com os métodos e conteúdo do ensino.”. (Ghiraldelli,


2001 p.20).

Assim, observamos que no âmbito ao menos teorético e de leis a preocupação com a


educação havia se agravado, todavia na prática tal realidade não se apresentava isso porque
em 1920, cerca de 75% da população nacional com idade igual ou superior a idade escolar
ainda era analfabeta, o que demonstrava o descompasso entre teoria e pratica e a fragilidade
do modelo educacional nacional da época.

Nesta época a cultura brasileira era bombardeada pela cultura norte-americana, e no


campo educacional não foi diferente, os pedagogistas e teóricos educacionais brasileiros
buscavam inspiração no teórico norte-americano John Dewey que propunha o fim do ensino
rigoroso e formal, para um sistema progressivo e pragmático onde se aproveitassem as
aptidões naturais das crianças, estas fossem incentivadas de maneira dinâmica, e que tinha a
proposta de formar a chamada escola nova.

Como não havia um ministério da educação, nesta época ficamos à mercê de projetos e
revoluções estaduais da educação onde Ghiraldelli destaca alguns autores em determinados
estados como principais influenciadores e responsáveis pelos modelos de ensino adotados, são
eles:

“Entre outros, podemos lembrar da atuação de Anísio Teixeira (Bahia, 1925),


Fernando de Azevedo (Distrito Federal, 1928), Lourenço Filho (São Paulo, 1930;
Ceará, 1923), Francisco Campos (Minas Gerais, 1927), Sampaio Dória (São Paulo,

1920), Carneiro Leão (Pernambuco, 1930).” (Ghiraldelli, 2001 p.24).

Com isso a educação brasileira era fragmentada e não tinha uniformidade em todo o
território nacional, podendo variar bastante de um estado para outro.
A segunda república (1930-1937)

Foi o período dos dois primeiros mandatos de Getúlio Vargas, de onde pode-se
destacar especialmente a criação de um ministério da instrução, algo análogo ao que hoje
recebe o nome de ministério de educação, que buscava uniformizar o processo educacional
em todo o país, e a discussão e formulação de um manifesto em prol da educação, que reuniu
os principais teóricos nacionais da área e buscava uma forma de definir a pedagogia a ser
empregada, e recebeu o nome de “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”, e foi
publicado em 1932”.

O manifesto de 1932 foi redigido Fernando de Azevedo, e iniciava já afirmando que


era necessário reconstruir o plano educacional nacional, e buscava demonstrar a primazia da
questão educacional frente as demais questões, mostrava inclusive que os problemas
econômicos estão abaixo da emergência das problemáticas educativas, já que segundo o grupo
de estudiosos as dificuldades no sistema educacional é a raiz de todas as questões
problemáticas na sociedade, assim as reformas econômicas devem acompanhar as reformas
educacionais.

Desejava-se uma educação verdadeiramente nova e distinta, mais pragmática que não
estivesse atrelada a hierarquia de classes, todavia que gerasse a hierarquia de aptidões, e estas
pessoas com tais aptidões deviam ser colhidas das diversas classes, sem tanta disparidade,
com um caráter de maior democracia. A educação não devia formar pessoas para o
individualismo, mas para a cooperação mútua e a solidariedade. A educação assumiria um
caráter biologista, ou seja, todos teriam direito de ter acesso à educação até o ponto em que
suas aptidões naturais lhe permitiam, e lhe eram favoráveis.

O texto afirmava também que a laicidade, gratuidade, obrigatoriedade e a coeducação


dos sexos, no texto do Manifesto, apareceram como derivadas do direito biológico à
educação. A laicidade se justificava partindo do ponto que expulsaria das escolas o
dogmatismo, e o ensino de determinadas crenças, seitas e religiões, já a gratuidade se baseava
no pensamento democrático de acesso a todos, a obrigatoriedade era buscada com intuito de
proteger o jovem de ser colocado antes dos dezoito no mercado de trabalho sem acesso à
educação, e pôr fim a coeducação buscava não desenvolver as desigualdades entre sexos.
Alguns pontos de grande relevância da “educação nova”, eram: primeiro o pressuposto
que o aprendizado se dá de dentro para fora, parte do aluno e da sua realidade, e segundo, o
professor deveria conhecer o aluno, e isso ajudaria a superar o ensino mecanicista de só
transmissão de informações, mas favoreceria a criação, e formulação de conhecimentos por
parte do educando.

Com Getúlio Vargas estudou-se a possibilidade da distribuição de educação para as


classes populares. Com isso, acreditava-se que a ascensão das massas aos bens da civilização
material dependeria de uma elevação do nível de educação, e para tal, houve a procura por
aumentar as despesas púbicas com a educação, porém o ensino superior foi mais contemplado
do que o primário.
As mazelas continuaram e a exclusão continuou sendo uma das faces da educação no governo
Getúlio, que foi considerado como negativo nesse campo, em se tratando da forma como
verbalizou e anunciou a melhoria na educação. No que concerne a números, metade da
população continuava analfabeta, e cerca de somente 1% dos estudantes chegava ao ensino
superior.

O Regime Militar

A ditadura durou cerca de 21 anos, e nesse período, em se tratando de educação, essa


foi pautada em termos de repressão, privatização do ensino, exclusão da parcela mais pobre,
institucionalização do ensino profissionalizante, entre outros. A educação era vista
unicamente como forma de preparar as massas e profissionalizá-las para o mercado de
trabalho.
Consequentemente esse processo fez a educação ruir ainda mais, e em 1967 foi criado
o MOBRAL, um movimento da alfabetização brasileiro com o intuito de restaurar a educação
e que, para se fazer passar por eficaz, cogitou a possibilidade da utilização do método
freiriano, porém com a característica de ser desideologizado.
Em 1968 houve uma nova mudança, na qual criou-se a departamentalização da matricula por
disciplina, sendo que agora os cursos eram parcelados no regime de créditos. Assim, tanto os
professores como os alunos foram direcionados e classificados a departamentos dentro dos
cursos, sendo que o professor não poderia dar aula de uma disciplina da qual ele não fosse
pertencente ao departamento. Com isso, houve uma mudança na maneira de investir na
educação, os recursos, até então aplicados a educação, foram canalizados aos departamentos,
sendo que, dessa forma, o dinheiro mantinha mais a burocracia do que o próprio ensino.
Houve um aumento no conteúdo e como consequência, houve a fragmentação do
trabalho escolar e a impossibilidade da organização dos alunos nos sistemas tradicionais de
turmas.
Ainda em 1968 ocorreu a promulgação do AI-5 que fez com que alunos e educandos
fossem censurados, não dispusessem mais da possibilidade de posicionar-se contrários ao
governo vigente, nem tão pouco de fazer manifestações ou greves, gerando novas, reiteradas e
profundas falhas no sistema de educação.

A nova democracia

Em 1985 acaba o período da ditadura militar, e recomeça a democracia no Brasil. Esse


fato faz com que inicie um período de maior liberdade e respeito nos diversos setores socias,
pelo menos em vista do período da ditadura. Dentre os setores que ganharam maior liberdade
está a educação, a qual ganhou um nível de complexidade das ideias pedagógicas jamais
visto, levando também em consideração que a população brasileira havia ultrapassado a casa
dos 100 milhões de habitantes.
Nesse período de democracia aumentou exponencialmente o número de partidos
políticos, sendo que muitos deles tinham como foco de preocupação a educação. Dentre esses
partidos pode-se destacar aqueles que já existiam durante a ditadura, como o Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), o Partido Democrático Trabalhista (PTB) e o
Partido dos Trabalhadores (PT).
O PMDB não possuía uma frente de educação organizada, mas ao longo do tempo,
conforme foi assumindo o governo de alguns estados, acabou trazendo grandes nomes nessa
área para fazer frente nas discussões, principalmente aqueles que haviam se posicionado
contra a ditadura para gerar uma prática mais democrática na educação.
O PDT procurou desenvolver uma política educacional dentro do pensamento de
Darcy Ribeiro, que havia sido o último ministro da educação antes do golpe de 64. Darcy
criticou as antigas pedagogias, chamadas por ele de desvairadas, descrevendo em seu livro
uma espécie de decálogo a respeito dessas, ao que se segue:
1) “verbalismo”; 2) “decoreba”; 3) «exclusão de todo fazimento e
expressividade”; 4) “ordem”; 5) “mandonismo”; 6) não admissão de avaliação do
trabalho docente; 7) descuido com os alunos com dificuldade de aprendizagem; 8)
uma “pauta normal” e exigência para todos, ainda que a imensa maioria dos
alunos não acompanhe esta pauta; 9) professora não-educadora, mas sim uma
“técnica que vai à escola derramar instruções sobre os alunos”; 10) o aprendizado

é feito “de oitiva pelo rádio e televendo.”. (Ghiraldelli, 2001 p.165).


O PT formulou questões sobre a educação, sendo que Lula foi um dos que denunciou a
existência de dois tipos de escolas, a de boa qualidade para quem poderia pagar, e a de má
qualidade para os filhos dos trabalhadores, além de desconsiderara a existência de qualquer
prática pedagógica viável e criticar a falta de vagas nas escolas.
Durante seu governo no estado de São Paulo, Lula elencou dez pontos que deveriam
ser medidas de curto prazo, ao que se segue:
“1) Ampliar imediatamente a rede de ensino e as condições de atendimento, de
forma que, desde o primeiro ano de governo, todos os alunos obtenham vaga nas
escalas e tenham condições de cursá-las. 2) Ampliar as verbas destinadas à
educação em São Paulo e lutar para que, no nível federal, recomponha-se
efetivamente o percentual aplicado na educação pelo menos a níveis iguais aos de
1965 (11,8%) que se veio deteriorando, atingindo hoje 4%. 3) Aumentar o número
de creches existentes no Estado, redefinindo-as como centros educacionais e não
corno depósitos onde se deixa o filho e instituir uma rede pública de pré-escolas
para o atendimento de crianças de 4 a 7 anos, em todo o Estado. 4) Criar melhores
condições de ensino e trabalho nas escolas dos diferentes níveis de ensino, de modo
a reduzir drasticamente a repetência e a evasão, especialmente nas séries iniciais
do 1º grau. 5) Alterar, dentro da política geral de remuneração do funcionalismo, a
remuneração dos educadores e funcionários do sistema educacional do Estado, de
modo a garantir condições para que esses profissionais se dediquem inteiramente
ao ensino. 6) Propor um programa de merenda escolar que efetivamente contribua
para a melhoria das condições de nutrição e saúde das crianças matriculadas na
rede pública de ensino. ‘7) Rever a política de ensino no que se refere aos cursos
noturnos de modo a garantir vagas e ensino efetivo de bom nível aos que
trabalham. 8) Ampliar o número de vagas para o ensino universitário público e
gratuito, entendendo que a democratização do ensino universitário é condição de
melhoria da qualidade de ensino do e 2º graus. 9) Garantir o ensino público e
gratuito em todos os níveis de ensino, ampliando as oportunidades educacionais
para as classes trabalhadoras e combatendo ao mesmo tempo a privatização e a
comercialização abusada do ensino. 10) Garantir, em todos os níveis de ensino, a
participação ampla e democrática da população, através dos Conselhos Populares
e dos profissionais, referentes à educação pública, bem como na administração e

controle do sistema estadual de ensino.”. (Ghiraldelli, 2001 p.167).


Apesar de tantos esforços, nenhum dos três partidos conseguiram manter a
homogeneidade na educação e acabaram perdendo suas forças no decorrer dos tempos.

Algumas teorias pedagógicas que merecem destaque

Paulo Freire

Paulo Freire com uma pedagogia libertadora e problematizadora. Freire era partidário
dos movimentos da igreja católica da época, principalmente das alas que eram consideradas
de esquerda dentro da Igreja. Os escritos de Freire ganharam status de filosofia da educação, e
permitiram que os educadores soubessem como lidar com diferenças de gênero, divergências
culturais e étnicas possibilitando assim, que o ensino fosse possibilitado a todos de acordo
com sua realidade.
A pedagogia de Freire servia para “libertar o povo”, principalmente frente aos
problemas políticos da época, a fim de que a população se envolvesse especialmente em
questões políticas. Para ele, a escola oficial colaborava para manter as pessoas em estado de
mudez frente aos problemas, além de que ela estava aliada a um serviço burocratizado, que
não se colocava ao lado dos oprimidos.
Assim como vários outros pensadores, Freire era contra o ensino de memorização, que
buscava somente um papel (diploma), mas era a favor de uma educação voltada para a vida,
para os problemas que aconteciam no cotidiano. Nesse sentido, a educação de Paulo Freire
buscava se relacionar com o povo, dentro da comunidade, buscando entender sua vida,
principalmente ligada com a cultura local de um povo.
Para ele, a educação deveria se pautar num diálogo “amoroso”, onde haveria uma
horizontalidade entre educador e educando, sendo que tal diálogo deveria partir de situações
vividas em comunidade para depois problematiza-las e formar uma visão crítica sobre elas, o
chamado processo de conscientização. Freire classificou a educação convencional como
bancaria, uma ideologia da opressão, onde o professor seria o grande mentor, o que detém o
conhecimento, e o aluno seria apenas o receptáculo passivo, sem voz ou vez para conduzir sua
forma de conhecimento.
Para se concretizar essa ideia da educação como formadora de um homem novo, e de
problematização dos elementos cotidianos, o educador deveria se engajar na realidade do
educando, ou seja, ser um educador-educando, onde a partir da realidade do educando-
educador, retiraria os chamados temas geradores, que seriam os assuntos chaves para a
consecução da educação.

Demerval Saviani

Com Saviani, entrou em pauta a discussão sobre as teorias crítico-reprodutivistas, nas


quais era desmistificada aquela ideia de que a educação teria o poder de adentrar nas tramas
sociais e diminuir as injustiças que ocorriam, na visão de Saviani, de que a escola tinha o
papel de reprodutora da sociedade, sendo essa uma sociedade de classes, marcada pela
repressão, divulgação do ideal capitalista e inculcadora de uma ideologia dominante.
Esta teoria afirma que a educação faz, integralmente, parte da sociedade e a reproduz.
Diversa da tendência anterior, aborda a educação como uma instância dentro da sociedade e
exclusivamente ao seu serviço. Não a redime de suas mazelas, mas a reproduz no seu modelo
vigente, perpetuando-a, se for possível, por isso o autor via na educação da época uma forma
de perpetuar o domínio por parte daqueles que conduziam, o país as classes burguesas
elitistas.
No entender de Saviani, a luta de classes irrompe em todos os setores e instituições,
inclusive na escola, sendo por esse motivo que buscou requalificar o trabalho do magistério,
que antes era pautado numa socialização da cultura entre a hegemonia burguesa e a operária.
Saviani então propôs um método chamado de pedagogia histórico-crítica, que se
desenvolveria na forma de cinco passos, sendo eles a prática social, problematização,
instrumentalização, catarse e prática social.
Segundo Saviani, a escola não era necessária para desenvolver forças produtivas e
técnicas para o capitalismo, pois as empresas seriam muito capazes de fazer isso, porém, para
ele, a escola pública cresceria na medida em que se colocasse como uma socializadora de
conhecimentos, para que o homem pudesse ter uma maior integração na sociedade.

A pedagogia analítica

A filosofia analítica se preocupa em analisar e clarificar a conexão entre a linguagem e


a realidade, sendo que, em muitos momentos, eles poderiam se concentrar em analisar a
linguagem ordinária e conceitual, como o próprio conceito de educação.
Porém, antes que se pudesse formalizar uma filosofia analítica da educação, as críticas
começaram a surgir, sendo que dentre elas se pode elencar a falta de neutralidade e o
esquecimento de elementos políticos e sociais a respeito dos alunos, por ter se tornado algo
muito técnico. E, no Brasil, devido ao quadro ainda de regime militar, os autores como Jorge
Nagle acabaram não levando a diante a corrente, o que fez com que ela fosse infrutífera no
país.

Piaget

Foi um teórico suíço, que ressoou no Brasil por meio de Lauro de Oliveira Lima, a
principal preocupação de sua teoria era a de compreender as fases de desenvolvimento dos
alunos, essa teoria fez com que os educadores pudessem compreender melhor as fases da
criança, aumentando a cientificidade das pesquisas posteriores na área de pedagogia e
educação. O problema foram os excessos, quem sabia a teoria de Piaget a respeito da criança,
sabia pedagogia, quem não sabia a teoria, não poderia falar de pedagogia.

Uma escola chamada “Summerhill”

Surgiu uma tendência escolar, na Inglaterra, numa escola chamada Sumerhill. Nessa
escola, o diferencial estava no fato de ela ser uma escola-comunidade, onde as regras e as
tarefas eram decididas pelos alunos em reuniões, em a forma de assembleias.
Se entendia que a escola deveria ser entendida como uma democracia mais
aperfeiçoada, e não como uma ditadura. Nesse sentido, para os pensadores a escola deveria se
preocupar mais com as relações interpessoais, do que com o aprendizado, ou melhor, a
apreensão deste ou daquele conteúdo que era proposto.

Os teóricos da desescolarização

A escola como era entendida, na visão do grande defensor dessa teoria Ivan Illich,
como um fardo, pois carregava os investimentos que deveriam ser colocados em outras áreas
mais importantes, pois a escola oficial era própria de sociedades industrializadas, e não de
sociedades, como era o caso da latino-americana, baseadas em uma agricultura primitiva.
A escola era o grande empecilho para a educação, sendo que a educação democrática
só aconteceria se ocorresse a liberalização de bibliotecas, máquinas, computadores, a fim de
que qualquer pessoa pudesse ensinar ou exercer o que sabia. De certa forma, o discurso era
uma crítica à igreja que dizia que “não há salvação fora da igreja”, mas no caso da educação,
“não há salvação fora da escola”.

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