Gratuito Lindb Decreto Lei N 4 657 42 Lei de Introduc A o A S Normas Do Direito Brasileiro Lindb
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PAULA CAROLINA - 950.215.151-87
INTRODUÇÃO
Antes denominada de Lei de Introdução ao Código Civil (LICC), passou, em 2010, a ser chamada de
LINDB, por força da Lei 12.376/10. A mudança deu-se em razão de a LINDB não ser dirigida apenas
Direito Civil, mas a todos os ramos do Direito.
Segundo Flávio Tartuce1, a LINDB é uma norma de SOBREDIREITO, ou seja, uma norma jurídica que
visa a regulamentar outras normas (leis sobre leis ou lex legum).
As normas jurídicas são dirigidas a todos (GENERALIDADE), mas a LINDB é dirigida ao legislador e
ao aplicador do Direito (a exemplo do juiz). Isso fica claro pela redação dos Arts. 4º e 5º.
Tem caráter universal, sendo aplicada a todos os ramos do direito (é lei de introdução às normas do
Direito brasileiro), salvo naqueles pontos em que há regulamentação específica, a exemplo do Direito
material Penal, no qual não é possível a analogia in malam partem.
Dessa forma, percebe-se que, enquanto as demais normas têm como objeto o comportamento humano,
a LINDB tem como objeto a própria norma.
PONTOS IMPORTANTES
OBSERVAÇÕES
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Tartuce, Flávio Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020, pag. 29.
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Fonte: Agência Senado
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● Apenas normas de pequena repercussão social podem ter vigência imediata, na data de sua
publicação.
● Entretanto, nada impede que a própria norma declare outro prazo de vacatio legis, como o
Código Civil, que autodeclarou o prazo de 1 ano.
● Atos administrativos não seguem essa regra, apenas as leis.
● Contagem do prazo da vacatio legis:
Art. 8o, § 1o,LC 95: A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que
estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da
publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente
à sua consumação integral.
● NORMA CORRETIVA: Segundo Tartuce (2020, p. 34), é aquela que existe para afastar
equívocos importantes cometidos pelo texto legal, sendo certo que as correções do texto de lei
já em vigor devem ser consideradas como lei nova” - art. 1°, §3°.
● PRINCÍPIO DA VIGÊNCIA SINCRÔNICA: a obrigatoriedade da lei é simultânea, porque entra
em vigor a um só tempo em todo o país, ou seja, 45 dias após sua publicação, não havendo data
estipulada para sua entrada em vigor.3
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https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/165164/em-que-consiste-o-principio-da-vigencia-sincronica-denise-cristina-mantovani-cera
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Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que
outra a modifique ou revogue [PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE OU
PERMANÊNCIA]
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare,
quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria
de que tratava a lei anterior.
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, NÃO REVOGA NEM MODIFICA a lei anterior.
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada NÃO SE RESTAURA por
ter a lei revogadora perdido a vigência. (REPRISTINAÇÃO)
OBSERVAÇÕES
● PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE OU PERMANÊNCIA: Segundo Tartuce (2020, p.34), a norma,
a partir da sua entrada em vigor, tem eficácia contínua, até que outra a modifique ou revogue.
● Meio para retirar a vigência da norma: REVOGAÇÃO.
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Tartuce, Flávio Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020, pag.
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REPRISTINAÇÃO
É um fenômeno legislativo no qual há a entrada novamente em vigor de uma norma efetivamente
revogada, pela revogação da norma que a revogou.
A repristinação deve ser expressa dada a dicção do artigo 2º, § 3º da LICC
EFEITO REPRISTINATÓRIO / REPRISTINAÇÃO OBLÍQUA OU INDIRETA
É a reentrada em vigor de norma aparentemente revogada, ocorrendo quando uma norma que a
revogou é declarada inconstitucional.
STF: “A declaração de inconstitucionalidade em tese encerra um juízo de exclusão, que, fundado
numa competência de rejeição deferida ao STF, consiste em remover do ordenamento positivo a
manifestação estatal inválida e desconforme ao modelo plasmado na Carta Política, com todas as
consequências daí decorrentes, inclusive a plena restauração de eficácia das leis e das normas
afetadas pelo ato declarado inconstitucional.”
Segundo Tartuce (2020, p. 37), existem duas possíveis situações:
- Efeito repristinatório decorre da declaração de inconstitucionalidade da lei.
- Efeito repristinatório previsto pela própria norma jurídica.
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
OBSERVAÇÕES
● PRINCÍPIO DA OBRIGATORIDADE DA NORMA: Segundo Tartuce (2020, p. 38/39), ninguém
pode deixar de cumprir a lei alegando não a conhecer. Pontua o autor que “o princípio da
obrigatoriedade das leis não pode ser visto como um preceito absoluto, havendo claro
abrandamento no Código Civil de 2002. Isso porque o art. 139, inc. III, da codificação material
em vigor admite a existência de erro substancial quando a falsa noção estiver relacionada
com um erro de direito (error iuris), desde que este seja única causa para a celebração de um
negócio jurídico e que não haja desobediência à lei. Alerte-se, em complemento, que a Lei de
Contravenções Penais já previa o erro de direito como justificativa para o descumprimento da
norma (art. 8.º)”.
● PRESUNÇÃO RELATIVA DE CONHECIMENTO DAS NORMAS: admite-se a arguição de
desconhecimento da norma de forma excepcional. Exemplos:
- artigo 8 da Lei de Contravenções Penais: no caso de ignorância ou de errada compreensão da
lei, quando escusáveis, a pena deixa de ser aplicada;
- artigo 65, II, CP: atenuante de desconhecimento da lei;
- artigo 139, III, Código Civil: erro substancial.
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Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020
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Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
OBSERVAÇÕES
● O art. 4° traz FORMAS DE INTEGRAÇÃO (COLMATAÇÃO) DA NORMA JURÍDICA.
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Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020,pág.
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Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020,pág.
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CLASSIFICAÇÃO DA ANALOGIA 7
ANALOGIA LEGAL OU a aplicação de somente uma norma próxima, como ocorre nos
LEGIS exemplos citados.
ANALOGIA JURÍDICA OU é a aplicação de um conjunto de normas próximas, extraindo elementos
IURIS que possibilitem a analogia
NÃO CONFUNDA8
rompe-se com os limites do que está previsto na apenas amplia-se o seu sentido, havendo
norma, havendo integração da norma jurídica. subsunção.
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Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020,pág.
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● PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO: para Nelson Nery Jr “são regras de conduta que norteiam o
juiz na interpretação da norma, do ato ou negócio jurídico. Os princípios gerais de direito não se
encontram positivados no sistema normativo. São regras estáticas que carecem de concreção”.9
● EQUIDADE: “uso do bom senso, a justiça do caso particular, mediante a adaptação razoável da
lei ao caso concreto”.
CLASSIFICAÇÃO DA EQUIDADE 10
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Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020,pág.
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Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,
2020,pág. 55
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Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
§ 1º Reputa-se ATO JURÍDICO PERFEITO o já consumado segundo a lei
vigente ao tempo em que se efetuou.
§ 2º Consideram-se ADQUIRIDOS assim os direitos que o seu titular, ou
alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício
tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de
outrem.
§ 3º Chama-se COISA JULGADA ou caso julgado a decisão judicial de que já
não caiba recurso.
OBSERVAÇÕES
● APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO OU DIREITO INTERTEMPORAL: A lei, em regra, é
irretroativa. Para retroagir, tem que ter previsão legal, mas esta retroação não pode alcançar o
fato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
● A PROTEÇÃO DO DIREITO ADQUIRIDO, DO ATO JURÍDICO PERFEITO E DA COISA
JULGADA É ABSOLUTA? Não, diante da forte tendência de relativizar princípios e regras em
sede de Direito (Tartuce, 2020, p. 58). Ex: relativização da coisa julgada nas ações de
investigação de paternidade julgadas improcedentes por ausência de provas em momento em
que não existia o exame de DNA.
Segundo Tartuce (2020, p. 60), “quanto à relativização de proteção do direito adquirido e do ato
jurídico perfeito, o Código Civil em vigor, contrariando a regra de proteção apontada, traz, nas
suas disposições finais transitórias, dispositivo polêmico, pelo qual os preceitos relacionados
com a função social dos contratos e da propriedade podem ser aplicados às convenções e
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CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Em regra, é possível a relativização da coisa julgada formada em ação de investigação de paternidade
julgada sem DNA. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/f1ababf130ee6a25f12da7478af8f1ac>.
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negócios celebrados na vigência do Código Civil anterior, mas cujos efeitos têm incidência na
vigência da nova codificação material.”
ANTINOMIA APARENTE situação que pode ser resolvida de acordo com os metacritérios.
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Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,
2020,pág. 78
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Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei
estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer
remissão por ela feita a outra lei.
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http://sabendoodireito.blogspot.com/2013/12/reenvio-artigo-16.html?m=1
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Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,
2020,pág. 83.
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https://www.conjur.com.br/2020-ago-05/rocha-lima-consequencialismo-artigo-20-lindb#:~:text=O%20consequencialismo%20foi%20introduzido
%20no,na%20aplica%C3%A7%C3%A3o%20do%20direito%20p%C3%BAblico%22.
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