APOSTILA - Farmacologia
APOSTILA - Farmacologia
APOSTILA - Farmacologia
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E D I T O R A
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
ISBN 978-65-87911-93-9
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e Gramatical Jaraguá , Paranavaí, PR
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Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme Tavares Fernandes
UNIDADE I....................................................................................................... 3
Princípios e Aspectos Gerais Sobre Farmacologia
UNIDADE II.................................................................................................... 24
Farmacologia da Dor
UNIDADE III................................................................................................... 46
Ação dos Medicamentos em Sistemas
UNIDADE IV................................................................................................... 70
Ação e Interação de Medicamentos
UNIDADE I
Princípios e Aspectos Gerais Sobre
Farmacologia
Professora Dr. Natália de Carvalho Scharf Santana
Plano de Estudo:
● Princípios e aspectos gerais sobre Farmacologia;
● Conceitos Essenciais;
● Ação dos Medicamentos;
● Formas Farmacêuticas.
Objetivos da Aprendizagem
● Apresentar princípios Farmacológicos básicos, mecanismos de ação dos fármacos que
atuam nos no organismo humano, enfatizando os princípios farmacodinâmicos, farmaco-
cinéticos, abrangendo as formas farmacêuticas e possíveis variações de absorção.
● Ser capaz de desenvolver saberes que façam um elo
entre as ciências básicas e a área da saúde.
3
INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, neste primeiro capítulo vamos abordar algumas informações básicas
e essenciais a construção do conhecimento da disciplina de farmacologia. Uma abordagem
inicial trazendo informações de princípios e aspectos gerais da farmacologia para você.
Divididos em tópicos e conceitos essenciais que norteiam o conhecimento forma-
dor e construtor mediante a ação da farmacologia na vida das pessoas. Espero que esse
conteúdo lhe auxilie nos estudos e seja de grande valia para sua formação profissional!
Bons estudos.
Olá Caros alunos, vamos iniciar agora os estudos sobre essa disciplina tão impor-
tante e relevante aos estudos da área da saúde. Nesta primeira unidade, iniciamos com
conceitos básicos essenciais ao desenvolvimento da disciplina, abordando a Farmacologia,
Farmacocinética e a Farmacodinâmica.
Desde a antiguidade as plantas medicinais, utilizadas há milhares de anos, servem
de base para estudos na produção de novos medicamentos. A cultura brasileira sofreu sérias
influências desta mistura de etnias, tanto no aspecto espiritual, como material, fundindo-se
aos conhecimentos existentes no país (MACEDO; CARVALHO; NOGUEIRA, 2002).
A palavra Farmacologia é de origem grega, derivada da palavra de pharmakon,
com oscilação de significados desde a substância de uso terapêutico, podendo até ser
considerado um veneno, de uso místico ou sobrenatural, mas considerada a ciência que
estuda os medicamentos. Muito utilizados na antiguidade, as plantas, insumos químicos
eram utilizados como remédios. Trata-se de uma ciência ampla, que aborda várias áreas e
está envolvida em vários temas da medicina, como fisiologia, bioquímica e genética. Além
disso, é a base de toda a terapêutica médica (FRANCO e KRIEGER, 2016).
Diante disso, vamos abordar nesse primeiro tópico teórico, conceitos essenciais
no aprendizado desta disciplina, visando compartilhar informações básicas essenciais. A
diferenciação de termos como droga, medicamento, princípio ativo e fármacos, são nortea-
doras para o entendimento de uma bula medicamentosa, por exemplo. A Farmacocinéticae
Farmacodinâmica trazem dentro da disciplina todo direcionamento para o entendimento
sobre ação fisiológica do medicamento no organismo humano.
content/Anvisa+Portal/Anvisa/Inicio/Medicamentos/Assunto+de+Interesse/Medicamentos+similares. Acesso
máticas e partição entre os tecidos, são a base da absorção e distribuição dos fármacos.
É importante destacar que a literatura possui muitas informações relevantes, visto isso,
torna-se essencial busca de fontes confiáveis. Deixo sugestões de arquivos importantes
para complementação de conhecimento sobre os temas abordados neste capítulo.
ANVISA: http://antigo.anvisa.gov.br/dcb/conceitos-e-definicoes
MINISTÉRIO DA SAÚDE: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_medicamentos.pdf
INCA: https://www.inca.gov.br/pesquisa/ensaios-clinicos/fases-desenvolvimento-um-no-
vo-medicamento
REFLITA
Embora os medicamentos sejam produzidos com fins terapêuticos, eles podem provo-
car efeitos indesejáveis que venham a causar até a morte do paciente, por esse motivo,
qualquer medicamento deve ser usado de forma correta sob orientação médica e super-
visão do profissional da saúde.
É importante refletir que todo medicamento deve ser administrado na dose correta, no
horário correto e na forma farmacêutica mais adequada ao caso clínico do paciente.
Como está a administração de medicamentos na sua casa?
2014. 156p.
LIVRO
Título: Farmacologia Ilustrada, 6ª edição
Autores: Karen Whalen; Richard Finkell; Thomas A.
Editora: Panavelil, 2016.
Sinopse: A obra “Farmacologia ilustrada” 6ª edição, foi totalmente
atualizada, reorganizada e ampliada por um grupo de organizado-
res coordenados por Karen Whalen. Esta obra mantém as carac-
terísticas que a tornam ideal para o ensino e a aprendizagem em
sala de aula, assim como para aqueles profissionais que buscam
uma revisão dos conteúdos da área: utilizando-se de marcadores,
o texto é organizado de forma bastante didática, trazendo informa-
ções sobre princípios farmacológicos, mecanismos de ação, usos
terapêuticos, farmacocinética e efeitos adversos de fármacos.
Além de apresentar capítulos sobre os princípios farmacológicos
e sobre as diversas classes terapêuticas, o livro reúne também
capítulos organizados a partir de distúrbios específicos, como é
o caso das doenças neurodegenerativas. E para complementar
e tornar a obra ainda mais útil, essa edição aborda temas como
fármacos de abuso, obesidade, anti-histamínicos, fármacos desti-
nados ao tratamento de distúrbios urológicos, anemias e distúrbios
dos ossos.
FILME / VÍDEO
Título: Terapia de risco
Ano: 2013.
Sinopse: Martin sai da prisão depois de cumprir pena por abuso
de informação privilegiada. Sua volta coincide - ou talvez desenca-
deie - um episódio depressivo grave em sua esposa, que começa
a tomar um medicamento com efeitos que vão além do esperado.
Diretor: Steven Soderbergh
Plano de Estudo:
● Modo de ação dos fármacos;
● Medicamentos e o Sistema Nervoso;
● Receptores e ações farmacológicas.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar a farmacologia e o mecanismo da dor,
no organismo humano;
● Compreender os tipos de medicamentos que possuem mecanismo
de ação relacionado a psicofarmacologia;
● Estabelecer a importância da classificação dos medicamentos
que atuam no sistema nervoso central e autônomo.
24
INTRODUÇÃO
Quando ingerimos um medicamento, sabemos que ele passa por etapas da far-
macocinética, que vão desde a absorção até a excreção. Mas você já se perguntou como
essa substância química chega até o local de ação para realizar o efeito? Pois bem, para
responder essa pergunta precisamos entender sobre o modo de ação dos fármacos.
Os efeitos terapêuticos da maioria dos fármacos resultam de suas interações com
os alvos moleculares, ou seja, com os receptores localizados nos órgãos e tecidos dos
pacientes, para isso temos que conhecer melhor a farmacodinâmica, pois essa, trata sobre
o estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos decorrente da interação fármaco-receptor
e de seus modos de ação. Uma substância química com ação medicamentosa ao ser
ingerido e metabolizado, é transformado em uma molécula, esta interage com o receptor,
dando início a uma cadeia de eventos fisiológicos e bioquímicos, que resultam nos efeitos
observados para os fármacos. Essa interação do ligante-receptor e seus resultados são
parte da farmacodinâmica (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2016).
Na farmacologia, pode-se definir como receptor, uma molécula biológica, na qual
um fármaco realiza interação/ligação e produz uma resposta biológica. Na farmacodinâ-
mica são detalhados e estudados os locais de ação, mecanismo de ação e o efeito dos
medicamentos no organismo, verificando assim a magnitude dos efeitos e as possíveis
variações de respostas farmacológicas (SILVA, 2010).
Fonte: MANUAL MSD, versão saúde pra família. Seletividade do local. 2019. Disponível em: https://www.msdma-
Nesta imagem (Figura 2), podemos observar o efeito da dose, variando de acordo
com a intensidade da resposta farmacológica. (a) Gráfico em escala linear. (b) Lançamento
semilogarítmico dos mesmos dados. CE50 causa 50% da resposta máxima.
Os receptores estão ligados diretamente a seletividade dos fármacos, embora
nenhum fármaco seja completamente específico para agir exclusivamente em um só tipo
de alvo celular, pode-se relatar que a ação farmacológica se baseia em determinado
grau de seletividade. Estes por sua vez, determinam a margem de segurança entre os
efeitos desejados e indesejados dos fármacos e também se relacionam a amplitude de
aplicações clínicas (SILVA, 2010).
A ação dos medicamentos como um todo está interligada a efeitos agonistas e an-
tagonistas, na farmacologia, agonista refere-se ao aumento (ativação às ações ou estímu-
los provocados por uma resposta,) ou diminuição (inibição) da atividade celular, conforme
visualização na imagem abaixo (Figura 4).
meio de ação direta nos receptores muscarínicos ou por ação indireta por meio da inibição
nicotínicos, que são diferenciados entre si com base em suas diferentes afinidades pelos
Como principais usos terapêuticos dos fármacos colinérgicos podem-se citar para o
(myasthenia gravis), bem como para tratar pacientes com doença de Alzheimer.
REFLITA
Sobre o uso de medicamentos que atuam no Sistema Nervoso, podemos relatar que
alguns pacientes usuários de antipsicóticos são mais sensíveis aos efeitos extrapirami-
dais desencadeados pelos antipsicóticos e podem desenvolver síndrome neuroléptica
maligna fatal, podendo manifestar alguns dos sintomas: rigidez muscular, comprometi-
mento da transpiração, hiperpirexia e instabilidade autonômica. Importante nesses ca-
sos a observação dos sintomas, visto que a fase de adaptação varia de acordo com o
tipo de medicamento utilizado. Caso constatado, importante ocorrer a interrupção do
tratamento com o antipsicótico e as medidas básicas de suporte serem fornecidas ao
paciente, comunicando imediatamente o profissional prescritor.
Diante disto, podemos refletir, sobre ação dos medicamentos no sistema nervoso, e as
possíveis consequências ao organismo, visto que a informação e orientação de profis-
sionais da saúde são de extrema relevância. Podemos ficar com a seguinte questão:
quais as consequências do uso de medicamentos psicotrópicos sem a orientação mé-
dica adequada?
Link:https://www.crf-pr.org.br/uploads/noticia/41166/_cFLi1xRiaIX8KHiZODcWh-
ZWx0v0sQz6.pdf
Artigo Científico: Reações adversas causadas por fármacos que atuam no siste-
ma nervoso: análise de registros de um centro de farmacovigilância do Brasil
Resumo: A morbimortalidade por uso de medicamentos é um grande problema
de saúde. As reações adversas a medicamentos podem resultar em óbito, aumento de
LIVRO
Título: As Bases Farmacológicas de Goodman e Gilman 2019
Autor: Goodman & Gilman
Editora: McGraw-Hill
Sinopse: Aborda e correlaciona a farmacologia às ciências médi-
cas associadas; Reinterpreta as ações e os usos dos fármacos em
vista dos avanços na medicina e nas ciências biomédicas básicas;
enfatiza as aplicações da farmacodinâmica à terapêutica; Referên-
cia fundamental em farmacologia e demais áreas afins.
FILME / VÍDEO
Título: Neurologia ou sistema nervoso. Documentary History
Ano: 1999.
Sinopse: Vídeo que discute muitas especificidades do sistema
nervoso. Complementa a compreensão da dinâmica de funciona-
mento do SNC e SNP.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=KHzszPvW0eQ
Plano de Estudo:
● Medicamentos e atuação em Sistemas Cardiovascular, respiratório,
digestório e geniturinário;
● Medicamentos antialérgicos, anti-inflamatórios, anti-infecciosos e antivirais;
● Medicamentos antifúngicos, medicamentos antineoplásticos, antiparasitários
e hormônios;
● Medicamentos e condições especiais.
Objetivos da Aprendizagem
● Conceituar e contextualizar a atuação das principais classes farmacológicas;
● Compreender os tipos de medicamentos e suas atuações em sistemas;
● Estabelecer a importância da classificação e ação dos fármacos, visto que uma classe
farmacológica pode se repetir em ação de vários sistemas.
46
INTRODUÇÃO
Caro aluno, nesta unidade, iremos abordar assuntos relevantes para sua formação
da disciplina de Farmacologia. É importante relatar que a descoberta de um princípio ativo,
até tornar-se um medicamento exposto para venda, demora anos de estudos e testes, en-
volvendo animais e humanos de diferentes características, para que se consiga parâmetros
obrigatórios que envolvem riscos e benefícios do uso da substância ao organismo humano.
Todos sabemos que existem inúmeros medicamentos nas prateleiras de farmácias
e drogarias, e estes são separados em classes farmacológicas. Vamos abordar uma classi-
ficação inicialmente dos medicamentos e sua atuação em sistemas, para melhor compreen-
são sobre o assunto. Primeiramente dos sistemas cardiovascular, respiratório, digestório e
geniturinário, em que é importante você relembrar conceitos básicos das disciplinas de
anatomia e fisiologia humana, para melhor entendimento das patologias e mecanismos de
ação com uso de medicamentos.
Na classe dos medicamentos cardiovasculares podemos citar algumas subdivisões
como os glicosídeos digitálicos, antiarrítmicos, ionotrópicos, anti-hipertensivos, antagonista
de ação central, vasodilatadores, também vamos abordar antianêmicos, anticoagulantes,
os antilipêmicos ou antiaterosclerose, dentro de cada tópico descrevo alguns exemplos,
contudo, saliento que existem inúmeros medicamentos pertencentes a cada uma delas.
Fármacos utilizados para atuarem no sistema respiratório são utilizados em grande
quantidade pela população, visto que doenças do trato respiratório são muito comuns e
facilmente transmissíveis. Medicamentos dessa classe geram alívio dos sintomas e são
facilmente administrados, pode-se abordar algumas classes importantes como os descon-
gestionantes nasais, antitussígenos, expectorantes e mucolíticos.
Na sequência, abordaremos sobre medicamentos antialérgicos, anti-inflamatórios,
anti-infecciosos, antivirais, medicamentos antifúngicos, medicamentos antineoplásicos,
antiparasitários e hormônios e alguns exemplos de cada subtipo abordado, para que você
aluno (a) consiga ter uma caracterização dos subtipos de medicamentos dentro das classes
farmacológicas. É importante salientar também a relevância da responsabilidade da admi-
nistração correta dos antibióticos, visto que o microrganismo a ser “destruído” precisa de
doses administradas corretamente para alcançar o efeito terapêutico desejado.
Por fim, abordaremos sobre algumas condições especiais que precisam ser anali-
sadas com mais cautela, como são os casos de pacientes idosos, as crianças, as gestantes
e as mulheres lactantes.
Fonte: Enfermagem Florence. 2021. Disponível em: enfermagemflorence.com.br. Acesso em: 10 nov. 2021.
● Antibióticos
Os microrganismos estão presentes em todos os locais, ar, terra, porta, vidro, ali-
mentos e até mesmo dentro do nosso organismo. Quando o organismo é infectado, nosso
corpo tenta reagir através da mobilização das barreiras naturais, contudo, quando essas
não são suficientes para combater o agente estranho, ocorre um processo infeccioso (DES-
TRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
Para que ocorra o tratamento adequado, torna-se fundamental a identificação
do agente causador da infecção, visto que o uso errôneo dessa classe, pode levar
a resistência bacteriana, tendo diminuição/perca da sua eficácia medicamentosa. A
intervenção terapêutica com os antibióticos, precisa ser seguida de maneira adequada,
mantendo-se os horários e orientações do tratamento adequado, caso não seja seguida
corretamente pode não ter o efeito farmacológico que o organismo necessita (DESTRU-
TI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
Podemos dizer que os antibióticos podem ser produzidos por substâncias sintéticas
ou por microrganismos, e se utilizados de forma adequada, possui propriedades de inibição
do crescimento bacteriano ou até a capacidade de destruí-las, por isso são classificados
em bacteriostáticos e bactericidas. Os Bacteriostáticos: provocam a morte da bactéria
por impedir o seu crescimento, - afetando a síntese proteica-, podemos citar exemplos:
cloranfenicois, macrolídeos e tetraciclinas. Os bactericidas: afetam a parede celular e a
membrana citoplasmática, provocando a morte da bactéria, são exemplos principais os
aminoglicosídeos, as cefalosporinas, as penicilinas os polipeptídeos, a rifampicina e a van-
comicina (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
O mecanismo de ação dos antibióticos depende do local de ação do mesmo, no
agente agressor, por isso existem várias classificações farmacológicas. Abaixo as princi-
pais, descritas por Destruti, Arone e Philippi (2010):
● Penicilinas: atravessam a barreira hematoencefálica, possuem ação bacterici-
da, administrados por via oral, IM, EV. Exemplos: amoxicilina, ampicilina, oxacilina, Benzil-
penicilina benzatina, entre outros.
2.4 Antivirais
Os vírus possuem características particulares que diferenciam das bactérias e
fungos, por isso seu tratamento é baseado em observação e tratamento dos sintomas do
paciente, como é o exemplo de um estado gripal. Os antivirais são, portanto, uma classe de
medicamentos utilizados para tratar patologias causadas por vírus, diante dessa definição,
é importante reforçar que muitas doenças podem ser evitadas com a administração de
vacinas. O caso da patologia AIDS, que é causada pelo vírus HIV, o diagnóstico precoce e
tratamento medicamentoso é essencial para a vida humana. Podemos citar exemplos de
fármacos antivirais: aciclovir, lamivudina, amprenavir, didanosina, entre outros (DESTRUTI,
ARONE; PHILIPPI, 2010).
3.1 Antifúngicos
Também chamados de antimicóticos, os antifúngicos são utilizados em patologias
causadas por fungos. O tratamento normalmente é específico, e ocorre normalmente quan-
do o microrganismo adentra o organismo, mediante uma queda na imunidade, o fungo
aproveita e desenvolve patologias. Alguns exemplos de medicamentos utilizados são:
miconazol, cetoconazol, anfotericina B e flucitosina (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
3.3 Antiparasitários
Doenças causadas por parasitas, são ainda um grave problema no Brasil, são
decorrentes da falta de higiene, falta de conhecimento dos vetores, falta de educação pre-
ventiva e precariedade no saneamento básico de algumas regiões. Medidas simples como:
higienizar as mãos corretamente, não andar descalço em ambientes com baixa higiene,
higienizar bem alimentos, são muito importantes na diminuição dessas taxas (DESTRUTI,
ARONE; PHILIPPI, 2010).
O tratamento com medicamentos antiparasitários é dividido de acordo com o mi-
cro-organismo causador, e possuem algumas características próprias, como por exemplo:
baixo preço, dose única ou esquema posológico curto. Patologias causadas por protozoá-
rios como exemplo: doença de Chagas, pode ser tratada com benznidazol; Amebíase,
Tricomoníase e Balantidíase, pode ser tratada com metronidazol; Toxoplasmose, pode ser
tratada com pirimetamina (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
Medicamentos que estão incluídos como Anti-helmínticos podem tratar doenças
como ascaridíase (pode-se utilizar como tratamento mebendazol), esquistossomose e
teníase (pode-se utilizar praziquantel). É importante salientar também que todo tratamento
medicamentoso é importante prescrição e acompanhamento de profissional habilidade na
área da saúde, visto que o diagnóstico e tratamento correto são super relevantes para
qualidade de vida do paciente.
3.4 Hormônios
Classe farmacológica importante para o funcionamento do organismo humano,
visto que quando ocorre uma desregulação hormonal, o indivíduo sofre consequências em
todo o organismo, visto que os hormônios auxiliam no regulamento, estimulando ou inibindo
determinadas funções do corpo humano (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
Segundo Destruti, Arone e Philippi (2010) e Brunton, Chabner e Knollmann (2016),
podemos diferenciá-los em alguns grupos de medicamentos:
do organismo humano que será administrado este fármaco são de extrema importância
classificados, como:
- Sais minerais como sódio ferro, iodo e cálcio são importantes no organismo
drossolúveis: tiamina ou vitamina B1, piridoxina ou vitamina B6, ácido ascórbico ou vitamina
C, dentre outros e vitaminas lipossolúveis, podemos citar como exemplos desta classe de
Link:https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo1/
cefalosporinas.htm
Link:https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/formulario_terapeutico_nacional_2010.pdf.
Fonte: ANVISA, classes farmacológicas – antibióticos e aspectos importantes. 2011. Disponível em: ht-
tps://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo1/cefalos-
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria da Ciência Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departa-
Uma mulher de 64 anos de idade, com história pregressa de doença arterial corona-
riana, hipertensão arterial e insuficiência cardíaca congestiva (ICC) apresenta dispneia
em repouso e com esforço, ortopneia, edema de membros inferiores e corrosão. Seus
sintomas pioraram ao longo das duas últimas manas e também incluem ortopneia, piora
da tolerância ao exercício e taquipneia. Ao exame, ela está́ notavelmente dispneica e
taquipneica e também tem distensão venosa jugular, edema depressível 2+ e estertores
ao exame dos pulmões. Também apresenta S3 audível. Sua radiografia de tórax, nível
pró-Peptídeo Natriurético Cerebral (PNC) e ecocardiograma confirmam a suspeita clíni-
ca de exacerbação da ICC com edema pulmonar. Ela já́ está na terapia clínica máxima
com um inibidor da ECA, betabloqueador, estatina e ácido acetilsalicílico. A paciente
está́ adequadamente colocada em oxigênio e recebe furosemida intravenosa.
- Qual é o mecanismo de ação da furosemida?
- Que anormalidades eletrolíticas podem ser causadas pela furosemida?
Resposta:
Diuréticos Resumo: Uma mulher de 64 anos de idade com edema pulmonar recebe
prescrição de furosemida.
Mecanismo de ação da furosemida: Inibir a reabsorção de NaCl ativo no ramo ascen-
dente da alça de Henle, aumentando a excreção hidreletrolítica.• Anormalidades ele-
trolíticas potenciais: Hipopotassemia, hipomagnesemia e alcalose metabólica devido à
excreção aumentada de H+.CORRELAÇÃO CLÍNICAOs diuréticos de alça administra-
dos por via intravenosa iniciam a diurese em minutos, tornando-os ideais para o trata-
mento de edema pulmonar agudo. A furosemida é o protótipo e o fármaco mais ampla-
mente usado dessa classe. Os diuréticos de alça inibem a reabsorção de NaCl no ramo
ascendente da alça de Henle. Isso provoca aumento acentuado na excreção de água e
eletrólitos. A excreção de íons de potássio, magnésio e cálcio é aumentada, o que pode
causar efeitos adversos clinicamente significativos. A alcalose metabólica também pode
ocorrer como resultado da excreção de íons de hidrogênio. No entanto, a capacidade
de causar a excreção desses eletrólitos também pode fornecer um benefício clínico em
determinadas situações. A diurese forçada, com a administração de soro fisiológico IV e
furosemida, é o principal método de tratamento da hipercalcemia.
Farmacologia dos diuréticos de alça: Definições importantes
Diurético: Agente que aumenta a produção de urina. Os mais comuns são os diuréticos
natriuréticos, agentes que aumentam a produção de urina interferindo na reabsorção do
sódio nos rins.
: Acúmulo de água em espaços intersticiais. As causas incluem pressão arterial elevada,
diminuição na pressão oncótica no plasma causada por uma redução na síntese de pro-
teínas hepáticas ou um aumento da pressão oncótica no espaço intersticial.
Links de acesso:
https://periodicos.unifap.br/index.php/estacao
file:///C:/Users/USUARIO/Downloads/2555-13209-3-PB.pdf
LIVRO
Título: As Bases Farmacológicas de Goodman e Gilman 2019
Autor: Goodman e Gilman.
Editora: McGraw-Hill.
Sinopse: Livro considerado a bíblia azul da farmacologia, correla-
ciona a farmacologia às ciências médicas associadas, Reinterpreta
as ações e os usos dos fármacos em vista dos avanços na medi-
cina e nas ciências biomédicas básicas, enfatiza as aplicações da
farmacodinâmica à terapêutica, sendo considerado uma referência
fundamental em farmacologia e demais áreas afins.
LIVRO
Título: Farmacologia Básica e Clínica
Autor: Katzung, Bertram, et al. Farmacologia Básica e Clínica .
2017.
Editora: Grupo A
Sinopse: Este livro traz abordagens relevantes e une a ciência bá-
sica da farmacologia à prática clínica, apresentando informações
que abordam a seleção, a utilização e o monitoramento dos efeitos
dos medicamentos por meio de uma abordagem prática, baseada
nos casos clínicos que introduzem cada capítulo.
FILME / VÍDEO
Título: Mecanismo dos antialérgicos
Ano: 2016.
Sinopse: O vídeo faz um apanhado resumido dos principais tópi-
cos de antialérgicos.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Q6LfbJIA9Ps
FILME / VÍDEO
Título: Antibioticoterapia
Ano: 2017.
Sinopse: Nessa aula veremos conceitos sobre antibióticos, es-
pectro de ação, tipos de ação, mecanismo de ação e toxicidade
dos antibióticos
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=2cN4KAu9A8o
Plano de Estudo:
● Fatores importantes sobre as interações;
● Classificação;
● Interações entre nutrientes, suplementos alimentares e medicamentos.
Objetivos da Aprendizagem
● Conceituar e contextualizar o impacto das interações medicamentosas;
● Compreender os tipos de interações e suas diferenças;
● Estabelecer a importância da classificação das
interações medicamentosas e alimentares.
70
INTRODUÇÃO
Caro aluno(a), chegamos à Unidade IV, esta é a última unidade desta apostila, porém
não menos importante, quero enfatizar a importância de estudar sempre outras fontes para
complementação dos seus estudos, afinal de contas um bom profissional, sempre estuda mais!
Juntos, iremos abordar assuntos relevantes para a finalização da apostila, trago
informações sobre as interações medicamentosas. Você já ouviu falar? Tenho certeza que
alguma vez já te falaram que o uso de antibióticos juntamente com anticoncepcionais, pode
gerar uma gravidez “não planejada”. Pois bem, os medicamentos possuem afinidade ou
não com alguns receptores, como vimos nos capítulos passados, mediante isso, quando
utilizamos mais de um tipo de medicamento, teoricamente um deles acopla-se ao receptor
mais rapidamente, gerando seu efeito, enquanto o outro princípio ativo “fica aguardando” a
conexão com receptor, para então poder gerar o efeito farmacológico.
Diante disso, alguns medicamentos possuem maior ou menor afinidade, e geram
seu efeito mais rapidamente, por isso, quando ouvimos falar sobre a “competição” entre
medicamentos, ou a importância do intervalo entre as doses, é muito relevante possuir infor-
mações verídicas que auxiliam no melhor efeito medicamentoso. É importante destacar que
não só os medicamentos realizam essa interação, os líquidos e alimentos sólidos também
podem influenciar na absorção e ação dos fármacos, por exemplo, quando comemos uma
feijoada e logo em seguida tomamos um medicamento para dor de cabeça, você consegue
imaginar toda essa mistura sendo digerida pelo estômago? Concordamos que estar com
estômago muito “cheio” ou “vazio” afeta a absorção e distribuição medicamentosa.
Pode-se deixar evidenciado que as interações não acontecem somente entre me-
dicamentos, mas também entre:
SUPERDOSAGEM E HIPERSENSIBILIDADE
Fonte: BRUM, L. F. da S.; ROCKENBACH, L.; BELLICANTA, P. L. Farmacologia básica. Grupo A, 2018. Dis-
SAIBA MAIS
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Uso ra-
Segurança dos medicamentos: um guia para detectar e notificar reações adversas a medicamentos
Link: http://www.cvs.saude.sp.gov.br/zip/Seguranca%20dos%20medicamento.pdf
Fonte: OMS (Organização Mundial da Saúde). Segurança dos medicamentos: um guia para detectar e
notificar reações adversas a medicamentos. Por que os profissionais de saúde precisam entrar em ação
Como leitura complementar indico os site e artigos científicos citados abaixo, rela-
tos sobre ciência e saúde e aprofundamentos de interações medicamentosas. Abordando
conhecimentos mais específicos sobre as interações medicamentosas.
Artigo científico: Leão, D.F.L; Moura, C,S; Medeiros, D,S; Ciência saúde coletiva 19
(01) Jan 2014 • https://doi.org/10.1590/1413-81232014191.2124
Links de acesso: https://www.scielosp.org/article/csc/2014.v19n1/311-318/
LIVRO
Título: As Bases Farmacológicas de Goodman e Gilman 2019
Autor: Goodman & Gilman.
Editora: McGraw-Hill.
Sinopse: A bíblia azul da farmacologia – assim tem sido mundial-
mente chamado este clássico acadêmico desde o lançamento de
sua 1ª edição, em 1941. A nova edição de Goodman & Gilman,
além de permanecer fiel ao histórico de excelência e rigor editorial,
apresentando conteúdos relevantes ao contexto médico atual,
valoriza ainda mais o teor didático da apresentação dos assuntos,
empregando novos recursos gráficos, como tabelas de resumo dos
fármacos, listas de siglas, sumário detalhado no início de cada capí-
tulo e quadros de informações complementares ao longo do texto.
Diferenciais da obra:
• Correlaciona a farmacologia às ciências médicas associadas;
• Reinterpreta as ações e os usos dos fármacos em vista dos
avanços na medicina e nas ciências biomédicas básicas;
• Enfatiza as aplicações da farmacodinâmica à terapêutica;
• Referência fundamental em farmacologia e demais áreas afins.
LIVRO
Título: Farmacologia Básica
Autor: Brum, Rockenbach, Bellicanta, 2018.
Editora: Grupo A
Sinopse: Neste livro são abordadas as vias de administração, prin-
cípios de farmacocinética e interação fármaco-receptor, bem como
os aspectos farmacológicos de fármacos que atuam no sistema
nervoso autônomo, sistema nervoso central, anestésicos gerais e
locais, gases terapêuticos e anti-inflamatórios não esteroidais.
ANVISA. Resolução - RDC nº 140, de 29 de maio de 2003. Estabelece regras das bulas de
medicamentos para pacientes e profissionais de saúde. 2003. Disponível em: https://www.
cff.org.br/userfiles/file/resolucao_sanitaria/140.pdf. Acesso em: 05 nov. 2021.
KATZUNG, B. G.; TREVOR, A. J. Farmacologia básica e clínica. 13 ed. Porto Alegre: Mc-
Graw-Hill, 2017. 1202 p. ISBN: 978-85-8255--596-7
KATZUNG, B.; MASTERS, S.; TREVOR, A. Farmacologia Básica e Clínica. Grupo A, 2017.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580555974/. Acesso
em: 03 nov. 2021.
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CONCLUSÃO GERAL
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E D I T O R A