Quadriláteros Notáveis: Capítulo Vii
Quadriláteros Notáveis: Capítulo Vii
Quadriláteros Notáveis: Capítulo Vii
CAPÍTULO VII
Quadriláteros
notáveis
A
A
D
B D
B
C
C
ABCD convexo ABCD côncavo
96. Um quadrilátero tem 2 diagonais (d 5 2), soma dos ângulos internos igual a
360° e soma dos ângulos externos também igual a 360°.
97. Trapézio
Um quadrilátero plano convexo é um trapézio se, e somente se, possui dois
lados paralelos.
ABCD é trapézio ⇔ (AB // CD ou AD // BC). D C
Trapézio retângulo (ou birretângulo) é um trapézio que tem dois ângulos retos.
D C D C D C D C
A B A B A B A B
98. Paralelogramo
Um quadrilátero plano convexo é um paralelogramo D C
se, e somente se, possui os lados opostos paralelos.
ABCD é paralelogramo ⇔ AB // CD e AD // BC
A B
99. Retângulo
Um quadrilátero plano convexo é um retângulo se, D C
e somente se, possui os quatro ângulos congruentes.
A B
ABCD é retângulo ⇔ Â B̂ Ĉ D̂
100. Losango
Um quadrilátero plano convexo é um losango D
se, e somente se, possui os quatro lados con-
gruentes. A C
ABCD é losango ⇔ AB BC CD DA
101. Quadrado
Um quadrilátero plano convexo é um quadrado se, e D C
somente se, possui os quatro ângulos congruentes e os
quatro lados congruentes.
A B
D C
De fato,
↔ ↔ ↔
(AB // CD, AD transversal) ⇒ Â 1 D̂ 5 180°
↔ ↔ ↔
(AB // CD, BC transversal) ⇒ B̂ 1 Ĉ 5 180° ⇒ Â 1 D̂ 5 B̂ 1 Ĉ 5 180°
Hipótese Tese
A B A B
D C D A' B' C
Demonstração:
2º) Os triângulos retângulos AA'D e BB'C são congruentes pelo caso especial
visto que AA' BB' (cateto) e AD BC (hipotenusa). Daí obtemos Ĉ D̂.
ˆ e Ĉ
3º) Como  e B̂ são suplementares de D̂ ˆ , respectivamente, temos:  B̂.
Observação
Da congruência dos triângulos AA'D e BB'C decorre também que A'D B'C, o
que nos permite enunciar:
As projeções ortogonais dos lados não bases de um trapézio isósceles, sobre
a base maior, são congruentes.
Hipótese Tese A B
D C
Demonstração:
Observemos os triângulos ADC e BCD:
LAL
(AD BC, D̂ Ĉ, DC 5 CD) ⇒ ADC BCD ⇒ AC BD
Nota
Da congruência acima obtemos AĈD BD̂C. Daí decorre que os triângulos PCD
e PAB são isósceles com bases CD e AB, sendo P o ponto onde as diagonais se
cortam.
Hipótese Tese
ABCD é paralelogramo ⇒ (Â Ĉ e B̂ D̂)
Demonstração:
D C D C D
A B A
↔ ↔
BC ⇒ Â 1 B̂ 5 180°
ABCD é paralelogramo ⇒ AD
↔ ↔
AB CD ⇒ B̂ 1 Ĉ 5 180°
⇒ Â Ĉ
⇒ Â 1 B̂ 5 Â 1 D̂ 5 180° ⇒ AD // BC e AB // CD ⇒
⇒ ABCD é paralelogramo.
c) Consequência
Hipótese Tese
A B
Demonstração:
A B
Demonstração:
LLL
(AB CD, BC DA, AC comum) ⇒ ABC CDA ⇒
⇒
⇒ BÂC DĈA
BĈA DÂC ⇒
AB // CD
AD // BC ⇒ ABCD é paralelogramo
c) Consequência
Hipótese Tese
(ABCD é paralelogramo, AC BD 5 {M}) ⇒ (AM CM e BM DM)
D C
A B
Demonstração:
ABCD é paralelogramo ⇒ AB CD (1)
↔ ↔
ABCD é paralelogramo ⇒ AB CD ⇒ BÂC DĈA (2) e AB̂D CD̂B (3)
ALA
(2), (1), (3) ⇒ ABM CDM ⇒ (AM CM e BM DM)
Hipótese Tese
(AC BD 5 {M}, AM CM, BM DM) ⇒ ABCD é paralelogramo
D C
A B
Demonstração:
LAL
(AM CM, AM̂B CM̂D (o.p.v.), BM DM) ⇒ ABM CDM ⇒
⇒ BÂM DĈM ⇒ AC CD
Analogamente, considerando ADM e BCM, AD BC.
(AB CD e AD BC) ⇒ ABCD é paralelogramo.
c) Consequência
Demonstração:
AB // CD ⇒ BÂC DĈA
LAL
(AB CD, BÂC DĈA, AC comum) ⇒ BC AD
Se AB CD e BC AD, então, pelo item 106b, ABCD é paralelogramo.
b) Consequência
Hipótese Tese D C
ABCD é retângulo ⇒ AC BD
Demonstração:
A B
ABCD é retângulo ⇒ ABCD é parale-
logramo ⇒ BC AD
LAL
(BC AD, B̂ Â, AB comum.) ⇒ ABC BAD ⇒ AC BD
Demonstração:
D C D C D C
A B A B A B
Hipótese Tese
D
ABCD é losango ⇒ AC BD
A C
M
B
Demonstração:
Hipótese Tese M
A C
AC BD ⇒ ABCD é um losango
Demonstração:
ABCD é paralelogramo ⇒ (AC BD 5 {M}, AM CM, BM DM)
Pelo caso LAL, temos as congruências:
AMB AMD CMB CMD
Daí, AB AD BC CD e então ABCD é losango.
D C
A B
112. Nota
Notemos, em resumo, que se um quadrilátero convexo:
• tem as diagonais que se cortam ao meio, então é um paralelogramo;
• tem diagonais que se cortam ao meio e são congruentes, então é um retângulo;
• tem diagonais que se cortam ao meio e são perpendiculares, então é um losango;
• tem diagonais que se cortam ao meio, são congruentes e são perpendiculares,
então é um quadrado.
Hipótese Tese
1º) MN BC
(AM MB, AN NC) ⇒ 1
2º) MN 5 BC
2
N
M D
B
C
Demonstração:
↔
Conduzimos
→ ↔
→
por ↔
C uma reta paralela à reta AB e seja D o ponto de interseção
com a reta MN : CD AB
↔ ↔
CD AB ⇒ Ĉ Â
ALA
(Ĉ Â, AN CN, N̂ o.p.v.) ⇒ AMN CDN ⇒
⇒ CD AM ⇒ CD MB
(CD MB e CD MB) ⇒ MBCD é paralelogramo ⇒
⇒ MD BC ⇒ MN BC
E ainda:
AMN CDN ⇒ MN DN
MBCD é paralelogramo ⇒ MD BC ⇒
1
⇒ 2 MN 5 BC ⇒ MN 5 BC
2
A A
M N1 M N = N1
B C B C
Demonstração:
→
→ ↔
Seja N1 o ponto médio de AC. Pelo teorema anterior MN 1 // BC .
↔
Como a reta paralela à reta BC por M é única (postulado das paralelas, item
→ → →→ → → → →
72), resulta que MN 1 5 MN . E como MN 1 e MN interceptam AC em N1 e N, respecti-
vamente, decorre que N1 5 N.
Logo, AN NC.
a) Se um segmento tem extremidades nos pontos médios dos lados não paralelos
de um trapézio, então:
1º) ele é paralelo às bases;
2º) ele é igual à semissoma das bases.
Hipótese Tese
1º) MN AB CD
(AM DM, BN CN) ⇒ AB 1 CD
2º) MN 5
2
Demonstração:
Seja E o ponto de interseção das retas D C
→
→ ↔
DN e AB .
↔ ↔
M N
AB // CD ⇒ B̂ Ĉ
ALA
(B̂ Ĉ, BN CN, N̂ o.p.v.) ⇒
A E
ALA B
⇒ BEN CDN ⇒ EN DN (1)
e BE CD (2)
Logo,
1º) MN AE ⇒ MN AB CD
AE AB 1 BE (2) AB 1 CD
2º) MN 5 ⇒ MN 5 ⇒ MN 5
2 2 2
Hipótese Tese
(MN AB CD, AM DM, N BC) ⇒ BN CN
Demonstração:
Logo, BN CN.
EXERCÍCIOS
224. Determine o valor de x nos casos:
a) b)
80° x + 30°
x + 20°
110° x
50° x x + 10°
x 3x
A x
A
2x
x + 5° 2x
C
x + 30° 2x – 20°
B C D
P
P 60°
110° A
B
A B
B
A
x
Q P
D C
x + 20° y y x
x y – 30° x – 15° x – y
A B
110° x
P
x – 15°
D C
2x – 15° x + 25°
D C
x + 70°
D C
A D
240. Calcule os lados de um retângulo cujo perímetro mede 40 cm, sabendo que a
base excede a altura em 4 cm.
5
243. A soma de dois ângulos opostos de um paralelogramo é igual a da soma
13
dos outros dois ângulos opostos. Determine-os.
247. A diagonal de um losango forma com um dos seus lados um ângulo igual à
terça parte de um reto. Determine os quatro ângulos do losango.
248. A bissetriz de um ângulo obtuso do losango faz com um dos lados um ângulo
de 55°. Determine o valor dos ângulos agudos.
249. A base maior de um trapézio isósceles mede 12 cm e a base menor 8 cm. Cal-
cule o comprimento dos lados não paralelos, sabendo que o perímetro é 40 cm.
2
250. Um dos ângulos internos de um trapézio isósceles é os do ângulo externo
7
adjacente. Determine os quatro ângulos do trapézio.
251. A soma dos ângulos consecutivos de um trapézio é igual a 78° e sua diferença
é 4°. Determine o maior ângulo do trapézio.
A B C B
2y 2 7
y x
3x 2 5
258. Prove que os pontos médios dos lados de um quadrilátero qualquer são
vértices de um paralelogramo.
Solução
Seja ABCD um quadrilátero; M, N, P e Q os A
respectivos pontos médios de AB, BC, CD e DA. M Q
AC
ABC : MN AC e MN 5 B D
2
⇒
AC P
DAC : PQ AC e PQ 5 N
2 C
⇒ MN PQ e MN PQ ⇒ MNPQ é paralelogramo.
261. Seja ABCD um trapézio de base maior AB e base menor CD. Sejam M o ponto
médio do lado AD e N o ponto médio de BC. Os pontos P e Q são os pontos
de interseção de MN com as diagonais AC e BD, respectivamente. Dados
AB 5 a e CD 5 b, calcule MN, MP, MQ, NP, NQ e PQ.
Solução
É uma aplicação dos itens 113 e 114 da teoria.
Sendo MN base média do trapézio, MN é paralela às bases e daí os
pontos P e Q são os respectivos pontos médios de AC e BD.
D b C D b C D C
b b
2 2
M N M N M P Q N
a Q P a a–b
2 2 2
A a B A a B A B
3
262. A base média de um trapézio vale 20 cm e a base maior é os da base menor.
2
Determine as bases.
264. Considerando que os segmentos com “marcas iguais” são congruentes, deter-
mine os valores das incógnitas nos casos:
a) trapézio c) trapézio
x13 7
x
2x 1 2 y
16
4x 2 3 z
x y
M N
x1y11 y + 1
x
265. Num trapézio retângulo em que o ângulo mede 45°, a altura é igual à diferença
das bases.
266. Prove que a altura de um trapézio retângulo que tem o ângulo agudo medindo
30° é igual à metade do lado não perpendicular às bases.
268. Prove que as bissetrizes dos ângulos formados pelas diagonais de um retângulo
são paralelas aos lados do retângulo.
269. Num trapézio isósceles ABCD, a base menor AB é congruente aos lados não pa-
ralelos. Prove que as diagonais são bissetrizes dos ângulos Ĉ e D̂ do trapézio.
270. Num paralelogramo ABCD traçamos sua diagonal AC. Pelos vértices B e D tra-
çamos dois segmentos BP e DQ perpendiculares à diagonal AC, com P e Q
pertencentes a AC. Prove que BP é congruente a DQ.
272. Consideremos um quadrilátero convexo com dois ângulos opostos retos. Prove
que as bissetrizes dos outros dois ângulos internos do quadrilátero são semirre-
tas paralelas entre si.
A B