Resumo Direito Tributario

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Direito Tributário - N1

Receita Pública _

A Receita Pública abrange:


a) Receitas originárias/patrimoniais, que decorrem da exploração de bens móveis, ações,
imóveis rurais e urbanos e da atividade econômica pelo Estado;
b) Receitas derivadas, obtidas através da atividade dos particulares. Os tributos são
receitas derivadas retiradas do patrimônio dos particulares por imposição do Estado -
art. 9° da Lei 4.320/64 (Lei de Finanças Públicas) e art. 3° e seguintes da Lei
5.172/1966 (CTN).

Regime Jurídico Tributário _

Fontes materiais: são os fatos geradores da incidência tributária.


Ex.: os produtos industrializados, as operações de crédito e a circulação de mercadorias.
Fontes formais: são normas produzidas por órgãos com competência tributária.
Ex.: CF, Leis Complementares, Leis Ordinárias.

Competência Tributária _

A competência tributária é a atribuição de poderes para instituir tributos.


O ente público titular da competência pode legislar e instituir o tributo além de ter que exercer
capacidade ativa para instaurar procedimentos de lançamento fiscal para apurá-los, cobrá-los
administrativamente e promover ações de execução fiscal.

Modalidades de Tributos _

a) Impostos (art. 145, inc. I e arts. 153, 155 e 156, CF);


b) Taxas (art. 145, inc. II, CF);
c) Contribuição de melhoria (art. 145, inc. III, CF);
d) Contribuições sociais e especiais (art. 149, CF);
e) Impostos extraordinários (art. 154, inc. II, CF)
f) Empréstimos compulsórios (art. 148, incs. I, II e parágrafo único, CF)
g) Novos impostos que podem ser criados mediante lei complementar (art. 154, inc. I, CF).

Características dos Tributos _

a) Privativa - só pode ser exercida pelo ente federado titular da competência;

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b) De exercício facultativo - o ente federado pode ou não instituir o tributo por meio de lei
complementar federal, se o tributo estiver expresso na CF. Entretanto, uma vez
instituído, o exercício é obrigatório, sob pena de renúncia de receita e responsabilidade
dos chefes do Poder Executivo;
c) Incaducável - o não exercício da competência não gera perda dos poderes para instituir
impostos;
d) Irrenunciável - o ente federado não pode renunciar a competência que recebeu;
e) Indelegável - não pode transferir a competência legislativa a outro ente federativo,
apenas a capacidade tributária ativa.

Competência Tributária da União _

Arts. 153 e 154 da CF


a) Imposto de Importação;
b) Imposto de Exportação;
c) IR;
d) IPI;
e) IOF;
f) ITR;
g) IGF;
h) Imposto extraordinário;
i) Empréstimo compulsório;
j) Contribuições sociais;
k) Taxas;
l) Contribuições de melhoria.

Competência Tributária dos Municípios _

Art. 156 da CF
a) IPTU;
b) ISS;
c) ITBI;
d) Contribuições sociais;
e) Taxas e contribuições de melhoria.

Competência Tributária do Distrito Federal _

Arts. 155 e 156 da CF


a) ICMS;

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b) ITCMD;
c) IPVA;
d) ISS;
e) ITBI;
f) Contribuições sociais;
g) Taxas e contribuições de melhoria.

Imunidade Tributária _

Art. 150 da CF
A imunidade tributária é uma classe de normas jurídicas contidas na CF que estabelece, de
modo expresso, a incompetência das pessoas políticas de direito constitucional interno para
expedir regras instituidoras de tributos que alcancem situações específicas e suficientemente
caracterizadas.

- Possui caráter político;


- São destacadas por parte da doutrina como limitações constitucionais às competências
tributárias;
- Hipótese de não incidência tributária prevista pelo texto constitucional;
- É sempre ampla e indivisível;
- Como exclusão do próprio poder de tributar ou supressão da competência impositiva;
- Não comporta fracionamentos;
- Imunidade e isenção são ambas hipóteses de não incidência tributária. Sendo a
imunidade prevista na CF e a isenção em lei;
- É um obstáculo posto pelo constituinte;
- Assume dimensão absoluta, impedindo a incidência dos tributos sobre fatos e pessoas
mencionadas pelo disposto.

Crédito Tributário e Obrigação Tributária _

Art. 139 do CTN


Crédito Tributário - dívida certa, constituída e exigível.
Obrigação Tributária - dever jurídico de pagar tributo incerto, indeterminado e inexigível.

O sujeito ativo só pode exigir o pagamento do objeto da obrigação tributária após prévia
realização do procedimento de lançamento fiscal.
A obrigação tributária é autônoma em relação ao crédito tributário - art. 140 do CTN.

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O crédito tributário só pode ser suspenso ou excluído nos casos previstos em lei (princípio da
legalidade) - art. 141 do CTN.

Etapas do processo judicial e administrativo de cobrança de tributos:


1. Lei instituidora do tributo
2. Fato gerador
3. Obrigação tributária
4. Lançamento fiscal
5. Crédito tributário
6. Inscrição em dívida ativa
7. Emissão de CDA
8. Protesto da CDA
9. Execução Fiscal

Fase administrativa para cobrança dos tributos:


- Inicia-se com a instauração do lançamento fiscal. Administração identifica os elementos
da obrigação tributária e notifica o contribuinte para efetuar o pagamento do tributo
com vencimento determinado.
- Administração pode protestar¹ a CDA caso não haja pagamento espontâneo.

¹ Protesto é o ato formal pelo qual se prova a inadimplência e descumprimento de obrigação de


títulos e outros documentos de dívida, entre estes as certidões de dívida ativa da União,
Estados, DF, Municípios e suas respectivas autarquias e fundações públicas. (Art. 1° e
parágrafo único da Lei 9.492/1997)

Fase judicial para cobrança de tributos:


- Inicia-se com a propositura da ação de execução fiscal, onde a CDA é o título executivo
extrajudicial.
- Regulada pela Lei 6.830/1980 (Lei de Execução Fiscal).

O fato gerador vincula o sujeito ativo ao passivo, cabendo ao primeiro a apuração do quantum
da prestação devida através do lançamento fiscal.
Através do lançamento, a Fazenda declara a existência da obrigação tributária, identificando o
sujeito passivo e o valor da dívida, convertendo a obrigação em crédito tributário.
Obs.: pode existir obrigação sem crédito, mas não o contrário.

Constituição do crédito tributário


Art. 142 e parágrafo único do CTN

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É um ato administrativo obrigatório levado a cabo pelo sujeito ativo.
É a partir do lançamento e da data de notificação do contribuinte que se conta o prazo para
cumprimento da obrigação.
Sem ciência do sujeito passivo não pode haver a exigibilidade do crédito tributário.

Lançamento Fiscal _

Ato administrativo, pelo qual se insere na ordem jurídica uma norma individual e concreta, que
tem como antecedente um fato jurídico tributário e como consequente a formalização do vínculo
obrigacional pela individualização dos sujeitos ativo e passivo, a determinação do objeto da
prestação, formado pela base de cálculo e pela alíquota, e da exigibilidade do crédito.

Efeitos do lançamento:
- Com o lançamento declara-se a existência de uma obrigação tributária pré-existente e
constitui o crédito tributário
- Declaratório - em relação à obrigação tributária
- Constitutivo - em relação ao crédito tributário
Modalidades:
Arts. 147 a 150 do CTN
a) Lançamento direto ou de ofício - o próprio Estado apura as dimensões da obrigação
face à omissão do contribuinte (art. 149)
b) Lançamento misto ou por declaração - o contribuinte presta as informações sobre a
ocorrência para que o fisco opere o lançamento (art. 147) - ex.: declaração anual de IR
c) Autolançamento ou lançamento por homologação - todas as providências são
realizadas pelo contribuinte, restando para a administração homologar os atos
realizados (art. 150) - ex.: IRRF e ISSQN
d) Lançamento por arbitramento - quando os dados fornecidos pelo contribuinte são
incompletos ou inconsistentes no lançamento misto ou por homologação, nomeia-se um
perito para averiguar o lançamento e corrigi-los

Suspensão da exigibilidade do crédito tributário _

Suspensão - é sempre de natureza temporária. Não extingue o crédito ou altera a obrigação.


Previsão no art. 151 do CTN

Hipóteses:
a) moratória;
b) depósito do seu montante integral;

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c) reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário
administrativo;
d) concessão de medida liminar em mandado de segurança.
e) concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação
judicial;
f) parcelamento.

Extinção do crédito tributário _

Extinção - desaparecimento do crédito tributário e a decomposição da obrigação tributária.


Ocorre o desaparecimento do nexo entre os sujeitos passivo e ativo. A extinção do crédito
tributário pressupõe a extinção da própria obrigação.

Previsão no art. 156 do CTN

Hipóteses:
a) pagamento;
b) compensação;
c) transação;
d) remissão;
e) prescrição¹ e decadência²;
f) conversão de depósito em renda;
g) pagamento antecipado e a homologação do lançamento (conforme art. 150, §§ 1º e 4º);
h) consignação em pagamento (art. 164, § 2º);
i) decisão administrativa irreformável, ou seja, a que não mais pode ser objeto de ação
anulatória;
j) decisão judicial que transitou em julgado;
k) dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.

¹ Prescrição - art. 174 do CTN


Prazo: 05 anos a partir da constituição do crédito para que a administração ingresse com a
Execução Fiscal.

² Decadência - art. 156 do CTN


Prazo: 05 anos para que a administração promova o lançamento fiscal e a constituição do
crédito tributário.

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Ações de defesa do contribuinte _

a) Ação Declaratória de inexistência de obrigação tributária: proposta antes da


constituição do crédito;
b) Ação Anulatória de lançamento fiscal: proposta quando há crédito tributário
devidamente constituído;
c) Mandado de Segurança em matéria tributária: art. 151 do CTN;
d) Exceção de Pré-executividade em Execução Fiscal: cabível quando há execução fiscal
em andamento. Petição simples para arguir questões que podem ser declaradas de
ofício. Não está prevista em lei;
e) Embargos à Execução Fiscal: cabível quando há execução fiscal em andamento. Ação
autônoma de conhecimento, distribuída por dependência. Admite produção de provas
testemunhal e pericial. Lei 6.830/80 (Lei de Execução Fiscal) - art. 16 e § 1º;
f) Ação de Consignação em Pagamento Tributário: art. 164 do CTN;
g) Ação de Repetição de Indébito Tributário: art. 165 do CTN.

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Imposto de Importação

Extrafiscalidade _

- É utilizado para fins de controle do comércio internacional.


- Possui função regulatória.
- Instrumento de intervenção no domínio econômico.
- Controla o fluxo de entrada de mercadorias estrangeiras no mercado nacional e
garante a proteção do mercado interno.
- Majoração da alíquota com fim arrecadatória caracterizada desvio de finalidade ou
desvio de poder.

Princípio da anterioridade tributária _

- Exceção à anterioridade anual e nonagesimal;


- Majoração da alíquota com aplicabilidade imediata (ex.: Shopee e etc com preços muito
baixos em comparação ao Brasil);
- O Imposto sobre Importação é livre deste princípio para proporcionar maior
flexibilidade e controle por parte da União (art. 150, § 1°, CF).

Princípio da legalidade _

Art. 150, I da CF
- É vedado à União, Estados, DF e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que
o estabeleça;
- Exceção relativa ao princípio da legalidade tributária
-

Fato Gerador _

Entrada do produto estrangeiro no território nacional.


- O fato gerador é verificado na data do registro da Declaração de Importação (DI);
- Toda mercadoria que entrar no país ficará sujeita ao despacho aduaneiro de importação,
salvo exceções previstas na IN SRF n° 680/2006;
O despacho aduaneiro de importação é processado com base na:

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- Declaração de Importação (DI) registrada no Sistema Integrado de Comércio
Exterior (Siscomex) ou
- Declaração Única de Importação (Duimp) registrada no Portal Único de
Comércio Exterior.
Observação: a mercadoria nacional exportada que retorne ao Brasil é fato gerador do tributo,
salvo se:
a) enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado;
b) devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou substituição;
c) por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país importador;
d) por motivo de guerra ou calamidade pública;
e) por outros fatores alheios à vontade do exportador.

Sujeitos Ativo e Passivo _

Sujeito ativo: União


Sujeito passivo: o importador ou equiparado; o arrematante, em caso de produtos apreendidos
ou abandonados

Alíquota e base de cálculo _

Base de cálculo
Grandeza ou quantidade utilizada para mensurar ou medir o fato gerador.
Ex.: valor venal do imóvel = base de cálculo do IPTU
valor do veículo = base de cálculo do IPVA

Alíquota
Juntamente com a base de cálculo, a alíquota permite definir o valor preciso da prestação
tributária.
Subdivide-se em:
a) Alíquota percentual ou ad valorem: é uma porcentagem a ser aplicado sobre a base de
cálculo;
b) Alíquota específica ou ad rem: corresponde a um valor aplicado sobre uma quantidade.
Ex.: R$500,00 por m³ de combustível.

Quando a alíquota for específica, a base de cálculo é a quantidade de mercadoria, expressa na


unidade de medida indicada na tarifa.
Quando a alíquota for "ad valorem", a base de cálculo é o valor aduaneiro apurado segundo as
normas do art. 7° do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT).

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1. O valor para fins alfandegários das mercadorias importadas é estabelecido sobre o
valor real da mercadoria à qual se aplica o direito ou de uma mercadoria similar e não
sobre o valor do produto de origem nacional ou sobre valores arbitrários ou fictícios;
2. Resumir
3. Nos casos em que for impossível determinar o valor real em conformidade com os
termos do item 2, o valor para fins alfandegários deve ser baseado na equivalência
comprovável mais próxima desse valor.

As alíquotas são definidas por resoluções da CAMEX (Câmera de Comércio Exterior), que é
órgão da Presidência da República.

PIS/COFINS _

Na importação também incide o PIS/PASEP.

Imunidade e Isenção _

Imunidade
Art. 150 d ?
É vedado à União, Estados, DF e Municípios instituir impostos sobre:
- o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
- livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

Isenção
Decreto-Lei n° 37/1966
É concedida isenção à bagagem constituída de:
- roupas e objetos de uso ou consumo pessoal do passageiro, necessários a sua estada no
exterior;
- objetos de qualquer natureza, nos limites de quantidade e/ou valor estabelecidos por
ato do Ministro da Fazenda;
- outros bens contidos no inc. III, do art. 13 deste Decreto-Lei.

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Imposto de Exportação

Extrafiscalidade _

- É utilizado para fins de controle do comércio internacional.


- Possui função regulatória.
- Instrumento de intervenção no domínio econômico.
- Controla o fluxo de entrada de mercadorias estrangeiras no mercado nacional e
garante a proteção do mercado interno.
- Majoração da alíquota com fim arrecadatória caracterizada desvio de finalidade ou
desvio de poder.

Princípio da anterioridade tributária _

- Exceção à anterioridade anual e nonagesimal;


- Majoração da alíquota com aplicabilidade imediata (ex.: Shopee e etc com preços muito
baixos em comparação ao Brasil);
- O Imposto sobre Importação é livre deste princípio para proporcionar maior
flexibilidade e controle por parte da União (art. 150, § 1°, CF).

Princípio da legalidade _

Art. 150, I da CF
- É vedado à União, Estados, DF e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que
o estabeleça;
- Exceção relativa ao princípio da legalidade tributária

Fato Gerador _

Saída do produtos nacionais ou nacionalizados no território nacional.


a) Tempo - considera-se ocorrido o fato gerador com a expedição da Guia de Exportação
no Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX);
b) Local - considera-se a entrega como efetuada no porto ou lugar da saída do produto.

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Sujeitos Ativo e Passivo _

Sujeito ativo: União


Sujeito passivo: o exportador, assim considerado qualquer pessoa que promove a saída do
produto do território nacional

Alíquota e base de cálculo _

Base de cálculo
- Quando a alíquota for específica, a base de cálculo do imposto é a unidade de medida
adotada pela lei tributária;
- Quando a alíquota for "ad valorem", a base de cálculo do imposto é o preço normal* que
o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em
condições de livre concorrência no mercado internacional, observadas as normas
expedidas pelo Poder Executivo, mediante ato da CAMEX;
- Quando o preço do produto for de difícil apuração ou for suscetível de oscilações

* o preço à vista do produto, FOB¹ ou posto na fronteira, é indicativo do preço normal.


¹ "Free on board" - as obrigações do vendedor chegam ao fim quando o produto transpõe as
"paredes" do navio no porto de embarque ou as portas da aeronave no aeroporto de embarque,
ficando então sob responsabilidade do comprador.

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