O Recife Do Seculo XVIII Como Cidade Bar

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O RECIFE DO SÉCULO XVIII COMO CIDADE BARROCA

Sílvio Mendes Zancheti

Centro de Conservação Integrada Urbana e Territorial – CECI


Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Urbano
Universidade Federal de Pernambuco
R. Bispo Coutinho, 814
53120-130 Olinda PE
[email protected]

Resumo
Este trabalho procura dar respostas a duas perguntas: Existiu uma concepção de cidade que
predominou e condicionou a evolução urbana do Recife entre 1654 e 1808? Essa concepção
produziu uma cidade moldada segundo os princípios artísticos do barroco? A resposta segue
dois caminhos. O primeiro discute a lógica urbana barroca como um conhecimento prático de
fazer a cidade. O segundo mostra as evidências históricas da utilização da concepção barroca
na construção da cidade do Recife.

Vários autores vacilam em atribuir-lhes características do barroco ao Recife. Esse receio


resulta do método de investigação utilizado: a identificação de padrões formais urbanos do
barroco europeu. O barroco foi uma forma de ver e elaborar o mundo, que foi além dos limites
da obra de arte para cobrir uma forma de construir o mundo dos homens. Portanto, a busca do
urbanismo barroco, no Brasil, tem de ser modificada para a investigação dos processos
barrocos de construção da cidade, e não somente das formas-padrão.
Palavras Chave: Urbanismo barroco – Recife – Século XVIII

Introdução

O século XVIII foi chamado o Século de Ouro do Recife, pois representou o ápice do Recife
como uma cidade construída segundo princípios artísticos barrocos. A herança urbana desse
período marcou a imagem da cidade até o início do século XX. Hoje, ainda, podem-se
reconhecer partes do tecido urbano daquele período. Ali estão as praças, os largos, as velhas
construções, com suas alvenarias antigas e fachadas novas, os conventos e as esplendorosas
igrejas. Mas o que restou foi pouco. Em 1913, começou o massacre do Recife barroco. O
primeiro grande ataque ocorreu entre 1913 e 1920, no Bairro do Recife, último remanescente
da experiência holandesa, que foi arrasado para a construção de uma nova cidade à ‘la
Haussman’. A grande destruição foi realizada nos bairros de Santo Antônio e São José,

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núcleo da cidade barroca. Entre as décadas de 40 e 70, grande parte do antigo tecido urbano
desapareceu para a abertura de avenidas. Os largos e praças que sobraram foram desfigurados,
e os antigos sobrados substituídos por altos edifícios modernos. Mesmo assim, a cidade
barroca resiste na sua parte mais pobre e comercial.

Este trabalho é um ensaio. Procura dar respostas preliminares, portanto, formular hipóteses
sobre duas perguntas: Existiu uma concepção de cidade que predominou e condicionou a
evolução urbana do Recife entre 1654 e 1808? Essa concepção produziu uma cidade moldada
segundo os princípios artísticos do barroco? Para responder a essas questões, o procedimento
metodológico utilizado seguirá dois caminhos. O primeiro procurará entender a lógica urbana
barroca em uma cidade de crescimento não planejado, isto é, procurará compreender o
barroco como um conhecimento prático de fazer o urbano. O segundo procurará mostrar, por
meio de uma análise do tecido urbano, as evidências históricas da utilização da concepção
barroca na construção da cidade.

A cidade do século XVII

O Recife tornou-se uma cidade somente no século XVII, com a ocupação holandesa (1630 –
1654). Apesar de suas origens remontarem à década de 1530, Recife foi um simples
agrupamento de construções ao redor de uma ermida no porto de Olinda. No primeiro período
da conquista, os holandeses consolidaram e expandiram o núcleo original do Recife. Também
ocuparam a ilha de Antônio Vaz construindo dois fortes (o Frederico Henrique, ou das Cinco
Pontas, e o Ernesto) e criando um grande fosso de defesa que contornava a parte da área
ocupada do forte das Cinco Pontas e o extremo norte da ilha. No interior desse sistema
fortificado, iniciou-se uma ocupação urbana ao sul do forte Ernesto e edificou-se o primeiro
palácio do governo holandês. A cidade atingiu seu ápice no período do governo do Conde
Maurício de Nassau. O Recife antigo, da área portuária, consolida-se dentro de muralhas; o
assentamento urbano da ilha de Antônio Vaz expande-se e consolida-se rapidamente, e lança-
1
se a idéia de ocupação do continente, na Boa Vista, do outro lado do rio Capibaribe. O

1
A reconstituição urbanística do Recife no período holandês foi realizada por JOSÉ LUÍS MOTA MENEZES em dois trabalhos de
suma importância: Arquitetura e urbanismo no Recife de Maurício de Nassau. In: Revista de Desenvolvimento Urbano e
Regional, Ano 2, n.º 1, 1987, pp. 31-39. Atlas histórico cartográfico do Recife. Massangana, Recife, 1988.
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núcleo urbano de Antônio Vaz ficou conhecido como Cidade Maurícia, devido às grandes
obras empreendidas pelo Conde batavo.

A ilha de Antônio Vaz, no período de Nassau, foi objeto de um sofisticado plano urbanístico.
Os holandeses necessitavam expandir a cidade para a ilha e para o continente, pois o istmo
onde estava o núcleo original da cidade, o Recife antigo com o seu porto, apresentava fortes
restrições ao crescimento urbano. O projeto adotado foi o de uma cidade barroca fortificada,
justaposta ao núcleo urbano já existente (Figura 1). Esse era formado por algumas
construções anteriores à invasão, como o convento de Santo Antônio (franciscanos), que foi
envolvido pelo forte Ernesto, e acréscimos holandeses: a praça Maurícia (ou do Mercado
Grande) e suas quadras de entorno, e o palácio de Maurício de Nassau, com seu horto, na
extremidade norte da ilha. A nova cidade foi pensada dentro dos moldes um sistema moderno
de defesa, ao longo da margem do rio Capibaribe, que contornava as duas partes (a antiga e a
projetada), protegendo o conjunto dos ataques vindos do continente. O sistema era
constituído por fossos e muralhas baixas de madeira e terra, que ligavam as duas fortalezas
(Frederico Henrique e Ernesto).

Figura 1 Plano de expansão do Recife em 1640

O tecido urbano projetado era um sistema complexo e muito atual para a sua época. O interior
era formado por uma quadrícula regular, composta de ruas e canais com duas grandes praças,

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simetricamente colocadas nos dois lados do grande canal que cortava a cidade de norte a sul.
O projeto barroco, de característica colonial/militar era bastante claro, uma cidade fortificada
com dois centros: o da praça do Mercado Grande, para os dirigentes e ricos, e o da praça dupla
para a população de trabalhadores de menores rendas. Esses deveriam viver em casas, isoladas
ou conjugadas, com pátio de serviço interno, distribuídas em lotes regulares.2 O caráter
monumental seria dado pelo canal e as duas praças.

O sistema holandês foi abandonado depois da Reconquista (1654). Era um sistema grandioso,
inadequado à opção gradualista de crescimento urbano utilizado pelos portugueses. Além
disso, as finanças do Estado português estavam abaladas e Pernambuco passou por uma longa
crise devido à destruição de sua economia durante a guerra. O gradualismo era a única forma
viável. A dinâmica da reconstrução e da expansão urbana seria determinada pela retomada do
progresso econômico e, assim, sujeita aos câmbios culturais que ocorreriam no processo.

Na segunda metade do século XVII, a cidade cresceu mais lentamente. Olinda teve certa
primazia no processo de reconstrução do espaço urbano. Voltou a ser a sede do poder e da
residência da aristocracia da terra. Entretanto, o Recife era uma cidade consolidada, e as
ordens religiosas iniciam, com grande ímpeto, a instalação de conventos e igrejas no novo
tecido urbano de Santo Antônio.

O século XVIII foi aberto com uma cidade que havia, praticamente, cancelado a herança
holandesa. Ficaram alguns marcos importantes, como o Palácio das Torres e as fortalezas, mas
a maioria dos edifícios, que marcavam a presença do invasor, foram arrasados.3

O processo barroco de construção da cidade

O Recife dos séculos XVII e XVIII, diferentemente das outras duas grandes cidades do Brasil
– Salvador e Rio de Janeiro –, não foi sede do poder real. Desde a sua fundação, a cidade teve
um caráter comercial e burguês. Sua forma foi, principalmente, o produto da ação de três
atores sociais: o comerciante burguês, os religiosos e o administrador português.

2
Menezes, 1987: 35
3
MENESES, JOSÉ LUÍS MOTA. Horizonte da intervenção em áreas históricas. In: Zancheti, Silvio Mendes, et alli. Estratégias de
intervenção em áreas históricas. MDU/UFPE, Recife, 1995, p. 28.
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O comerciante foi o ator de maior dinamismo, pois foi ele quem deu impulso à cidade,
acumulou a riqueza produzida na província e transformou-a em construções urbanas, fossem
elas civis, religiosas ou públicas.

Os religiosos também tiveram uma grande importância na conformação da cidade: primeiro,


como grandes proprietários de terras (os patrimônios religiosos), que constituíram uma das
bases para os loteamentos urbanos; segundo, como construtores de conventos, igrejas e
hospitais, definindo, com os largos, vários dos espaços públicos. Os religiosos também
tiveram uma importância indireta por meio das confrarias religiosas. Essas foram as principais
construtoras das igrejas que marcaram o Recife do século XVIII. Entretanto, as confrarias
eram organizações de leigos, e suas igrejas eram construídas com os recursos de seus
membros, entre os quais se destacavam os comerciantes, os militares e os pretos.

A administração portuguesa teve um peso menor, relativamente aos outros atores, na


conformação do espaço urbano. Sua ação esteve mais ligada à regulação da construção do
espaço público e da normatização das edificações, especialmente as civis.4 Também foi agente
importante na conformação de espaços públicos destinados a equipamentos urbanos civis,
especialmente os mercados e as zonas de armazenagem de mercadorias. O Recife foi uma
cidade onde o poder real (ou central/aristocrático) teve pouco peso na definição da sua
estrutura formal. A estrutura simbólica do Poder permaneceu, por muito tempo, em Olinda.5

O Recife, como cidade burguesa do século XVIII, reflete a nova mentalidade desse grupo, a
sua visão e sua forma de construir o mundo. Nesse sentido, o barroco monumental, da grande
praça real ou do projeto integrado pelos grandes eixos, que requer um plano e um poder
estatal para implantá-lo, estava fora do campo de possibilidades da sociedade local. A
reconquista exauriu os recursos locais e a reconstrução do Recife teve que depender,
basicamente, dos investimentos de sua população e, especialmente, dos comerciantes que
dominavam a vida econômica da cidade. Após a saída dos holandeses, as ordens religiosas

4
Em 1789, o Governador da Capitania de Pernambuco, D. Tomás José de Melo, procurou impor que as calçadas da cidade
fossem niveladas para a retirada de degraus e facilitar o escoamento das águas pluviais. Ver: SMITH, ROBERT CHESTER,
Igrejas, casas e móveis: aspectos da arte colonial brasileira. Editora Universitária – UFPE, Recife, pp. 359-367.
5
Olinda, após a Reconquista, voltou a ser sede da administração, por ser capital provincial, e continuou a ser a sede simbólica
da aristocracia da terra e das ordens religiosas. O Recife foi elevado à categoria de vila independente de Olinda, somente, em
17 . A oposição entre as duas cidades e seus grupos dominantes, comerciante e aristocratas, levou a um conflito armado,
com a vitória dos partidários de Olinda. Contudo, o real poder econômico mudou-se de vez para o Recife.
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lançaram-se, imediatamente, na construção e reconstrução de conventos e igrejas. Contudo, já


no início do século XVIII, esse movimento estava praticamente terminado. As novas e
importantes igrejas, que surgiriam até o início do século XIX, foram produto da ação das
irmandades, portanto resultado indireto do progresso econômico de mercadores, artesões e,
também, dos escravos.

As características da sociedade urbana local favoreciam o anonimato burguês, onde o espaço


urbano é indiferenciado como campo de localização residencial. Dentro da uniformidade
tipológica do prédio residencial, a riqueza do indivíduo transparece como uma quantidade, por
meio do maior número de pavimentos e vãos (janelas e portas) da casa. Entretanto, o prédio
residencial quase não possui ornamentação na sua fachada ou interior. Os edifícios da
administração pública, também, são modestos e funcionais, refletindo a posição secundária do
Estado na construção da cidade. A demonstração maior da riqueza e do prestígio social vem
com a construção das igrejas de confrarias. As Ordens Terceira do Carmo e de São Francisco
aliavam os mais ricos e poderosos. Os militares, os padres leigos e outras irmandades reuniam
capitais vultosos para a construção de seus templos, na verdade símbolos perenes de sua
presença na cidade.

Os negros, inclusive escravos, reunidos na Ordem Terceira do Rosário, conseguiram, mediante


esforços consideráveis, construir um templo magnífico.6

O Recife barroco organizou-se, com a ajuda de múltiplas iniciativas dos atores sociais, em
uma dinâmica descontinuada, sujeita aos anseios, impulsos e capacidade de mobilização de
recursos de cada grupo. Não poderia ser uma cidade com um ou poucos pontos de
concentração dos símbolos do Poder, como a cidades-sede do poder real, pois os grupos são
muitos e procuram afirmar a sua presença na urbe. O poder regulatório e planejador do
Estado, sobre o espaço urbano, manifesta-se em episódios onde fatores de segurança e
funcionalidade comercial estão em questão.7 São intervenções que resolvem conflitos entre

6
Infelizmente, a melhor análise de caracterização dos templos religiosos do Recife, ainda é um célebre trabalho, realizado nos
anos 50: BAZIN, GERMAIN. A arquitetura religiosa barroca no Brasil. Record, Rio de Janeiro, s.d., pp. 168-194..
7
MIGNOT, CLAUDE. Mutazione urbane. In: Millon, Henry A., I trionfi del Barroco: archiettura in Europa 1600 – 1750.
Bompiani, 1999, p. 321.
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grupos ou impõem interesses coletivos em face de resistências grupais ou individuais.8 As


praças e largos, onde se localizam as igrejas, eram de difícil hierarquização quanto a qualquer
critério de importância relativa. Elas surgiram, ou se consolidaram, a partir de iniciativas de
grupos sociais específicos. A cidade não poderia ter uma forma fechada, onde a geometria
central organizasse e limitasse os espaços da representação do Poder e outros significados
possíveis.9 Nem poderia ter um plano de expansão rígido. Pelo contrário, deveria ser uma
cidade aberta, com possibilidade de várias conformações espaciais, capaz de abrigar diferentes
significados, de acordo com as circunstâncias históricas e de representação cultural. 10

A Praça Grande (ou da Polé) não representava, no imaginário local, o ‘centro’ da cidade, em
termos de Poder ou de origem da fundação urbana. No final do século XVIII, a geometria da
trama urbana do Recife não tem centro. Era uma geometria constituída por formas seriadas,
peças múltiplas que se organizavam, ao longo do tempo, por justaposição espacial,
expandindo a cidade conforme apareciam novas necessidades funcionais ou de representação
simbólica. A geometria ia formando, na sua serialidade, percursos de significados múltiplos.

Entretanto, o caráter aberto do espaço urbano não significa a ausência de uma lógica de
formação e composição. Não são formas aleatórias; pelo contrário, seguem uma sintaxe clara,
que organiza elementos urbanos simples, usando, basicamente, a perspectiva como sistema de
organização. Podem-se individuar dois tipos sintaxe de organização perspectiva utilizadas no
Recife: a das praças e largos, e a de percursos.

As praças e largos, na maioria dos casos, eram na forma de um quadrilátero (trapézio) onde,
na base menor, estava uma igreja. A base maior possuía duas ruas de entrada e a menor,
também, duas de saída, que contornavam a igreja. Essas aberturas eram formadas pelo plano
das fachadas alinhadas do casario dos dois lados do trapézio. Na igreja, ficava o plano final da
perspectiva, com o seu ponto de fuga. O casario era formado de fachadas contíguas, alinhadas

8
Por exemplo, o mercado do peixe, construído pelo mesmo Governador D. Tomás José de Melo, foi objeto de uma longa
disputa entre o Governador e os padres Capuchinos que não queriam o mercado na proximidade do seu convento e igreja.
Ver: SMITH, ROBERT CHESTER, Igrejas, casas e móveis: aspectos da arte colonial brasileira. Editora Universitária – UFPE,
Recife, pp. 359-367.
9
Entende-se for forma fechada aquela que está predeterminada por algum tipo de projeto. Por oposição à forma aberta, é
aquela que se constrói durante o processo de sua implantação.
10
Para a interpretação da cidade barroca como forma aberta, ver: SARDUY, SEVERO. Barroco. Vega, Lisboa, pp. 59-63.
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pelos limites dos lotes, de gosto clássico, muito sóbrias e compostas de portas, janelas e
balcões (corridos ou individualizados), segundo uma modulação muito rígida.11

Os percursos eram organizados segundo dois tipos: o primeiro era formado por ruas
relativamente largas, que ligavam partes importantes da cidade. Eram eixos urbanos formados
por longas ruas retas, interligadas por inflexões abruptas de direção e bem marcadas por
elementos arquitetônicos. O eixo era pontuado por cruzamentos de ruas perpendiculares, em
intervalos regulares. Em geral, esse tipo de percurso ligava uma porção interna da cidade a
uma estrada que saía para o campo. O segundo era formado por um sistema de junções de
ruas estreitas, com as mesmas mudanças abruptas de direção, que ligam largos e praças. Ao
longo do percurso, alguns espaços públicos podiam estar conectados, diretamente, por
estreitas passagens, formadas pelos cunhais de duas edificações. Esse segundo tipo de
percurso era interceptado, também, ou cruzado, por ruas, ruelas e becos, não necessariamente
em ângulo reto. A largura da caixa das ruas, em inúmeros casos, tendia a aumentar de modo
suave, ao longo de um trecho reto, conforme as necessidades de formação de uma nova
perspectiva. Os planos perspectivos, nos trechos de ruas, eram partes de construções especiais
(detalhe de uma fachada de igreja, uma torre, um cunhal em pedra de um grande edifício, e
outros). Assim, o percurso levava a uma seqüência de mudanças forçadas do olhar para novas
perspectivas.

Todo o sistema perspectivo era composto por um número reduzido de construções, sem
grandes sofisticações nas suas composições arquitetônicas, tais como: correr de fachadas de
edifícios civis, fachadas de igrejas e suas torres, empenas de grandes edifícios e arcos de
passagem. Diferentemente das cidades européias, no Recife não foram utilizados marcos
arquitetônicos nos espaços públicos, como colunas, obeliscos, chafarizes, fontes ou estátuas,
para a organização dos sistemas de perspectivas e mudanças de direção de percursos. Esse
efeito foi obtido utilizando-se elementos arquitetônicos de edificações que estavam no
percurso.12

11
No Recife, diferentemente das cidades mineiras, as vergas curvas foram pouco utilizadas.
12
O caso da ausência de chafarizes e fontes é facilmente explicável pela escassez de água potável na cidade. Os outros
elementos simplesmente não faziam parte da cultura urbanística, por que deveriam ser concebidos e construídos pelo poder
público, que, como foi visto, pouco influía na conformação do espaço urbano.
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Finalmente, a perspectiva urbana, que valoriza a paisagem natural e a da própria cidade,


tornou-se importante como princípio de organização do espaço. Dois foram os recursos
sintáticos de composição urbana para criação desse tipo de perspectiva: o primeiro foi o
alinhamento do casario, composto por edifícios altos, nas margens do rio e do braço de mar
que atravessam a cidade; o segundo foi a abertura de espaços públicos nas margens na cidade.
Assim, de qualquer dos limites da mancha urbana, podia-se ver a cidade do outro lado de um
curso d’água. Toda a visada apresentava os rios com um cenário em segundo plano de um
casario. Desse se destacavam as altas torres das igrejas. No século XIX, esse conjunto de
cenários foi sistematizado na forma de percursos. Foram construídos cais, regularizando-se a
geometria das margens dos rios e das praias, e sobre os cais construíram-se passeios. O
Recife, conquistou e incorporou, deste modo, a paisagem como um elemento compositivo da
sua estrutura urbana.

Assim, a perspectiva tornou-se um conceito corrente, uma forma de ver, projetar e construir a
“natureza” urbana no Recife. Foi com o seu uso que se integraram a distintas partes da cidade
em um todo bastante homogêneo. Como resultado, a cidade, abstraindo-se a escala do tecido
e das construções, ganhou um sabor ‘romano’, pois seu espaço foi teatralizado, por meio da
13
cenarização do espaço público e pela seqüência de vários ‘efeitos surpresa’. Muitos autores
viram nessa característica pitoresca do espaço urbano uma herança medieval. Nada mais fora
do lugar que essa idéia.14 No Recife, a construção do espaço barroco deu-se segundo um
urbanismo relativamente regulado, que utilizou vários experimentos da cidade barroca
européia. Entretanto, esses experimentos ocorreram no interior de uma prática tradicional de
construção da cidade, baseada na experiência e não no desenho urbano.15 Processo bastante
similar ocorreu na arquitetura, em que o ‘estilo chão’ do maneirismo português permaneceu

13
Ver: CORREIA, JOSÉ EDUARDO HORTA. Urbanismo da época barroca em Portugal. In: Carita, Helder; Araújo, Renata.
(org.). Universo Urbanístico Português, 1415 – 1822. Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos
Portugueses, Lisboa, 1998, p.145.
14
Para uma discussão sobre o erro de entender como medieval uma forma específica do barroco, baseado no efeito surpresa
ver: BRENNA, GIOVANNA R. DEL. Medieval ou barroco? Proposta de leitura do espaço urbano colonial. In: Barroco, n.º 12,
Belo Horizonte, 1983.
15
Na Europa o aspecto medieval da cidade barroca vem da continuidade da cidade anterior ao novo modelo. A partir de Sisto
V, ficou claro que uma nova cidade podia ser construída utilizando e compondo partes existentes pela sobreposição de novos
artefatos urbanísticos e arquitetônicos. (Portoghesi, 1999: 34) No caso do Recife, a nova cidade barroca foi construída depois
da destruição da cidade barroca holandesa. Foi um barroco que inovou, utilizando recursos tradicionais do urbanismo
português. É interessante notar que Olinda, que foi destruída pelo holandeses, depois da Reconquista foi reconstruída no

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latente por baixo do estilo barroca das igrejas do século XVIII.16 Assim, o barroco tornou-se
um conhecimento comum no nível da cultura arquitetônica da época.

A cidade barroca no final do século XVIII

Ao final do século XVIII, o Recife havia ocupado toda a área prevista pelo plano holandês na
ilha de Antônio Vaz e expandido a mancha urbana para a Boa Vista, conquistando
definitivamente o continente. O sistema urbano ganhou grande complexidade, com três
assentamentos interligados por duas pontes, conforme pode ser visto na Figura 2, que retrata
a cidade, em 1808.17

Figura 2: Recife em 1808

No Recife antigo, a expansão deu-se para além dos limites fortificados do sistema holandês.
Abandonaram-se as limitações do sistema de defesa, fazendo crescer o tecido urbano para o
sul, por sobre o areal com a da derrubada do forte do Matos, e em direção ao norte, ocupando

mesmo traçado original, do início do século XVI. O barroco em Olinda foi tópico, restrito a igrejas e conventos, pois a
reconstrução significou a volta ao poder da tradicional aristocracia rural.
16
Ver: LEMOS, CARLOS. No Brasil, a coexistência do maneirismo e do barroco até o advento do neoclássico histórico. In:
ÁVILA, AFFONSO . Barroco: teoria e análise. Perspectiva, S. Paulo, 1997, pp. 233-242.
17
“Plano do porto e praça de Pernambuco por José Fernandes Portugal. Piloto que serviu n’armada Real. Anno 1808”.
Publicado em: FERREZ, GILBERTO. Raras e preciosas vistas e panoramas do Recife (1755 – 1855). Fundação Nacional Pró-
Memória e FUNDARPE, Recife, 1984. Esse mapa conclui uma série de outros três que mostram a evolução urbana do Recife
na segunda metade do século XVIII.
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o antigo caminho para Olinda, que ficava além da porta do Bom Jesus. A expansão para o sul
foi organizada segundo uma quadrícula regular orientada pela localização da Igreja da Madre
de Deus e do convento dos padres oratorianos.

Na Ilha de Antônio Vaz, o sistema urbanístico holandês foi radicalmente mudado. Do traçado
batavo permaneceu, somente, a Praça Grande (ou da Polé) e a orientação nordeste – sudoeste
das quadras na porção sul da trama urbana. Essa orientação foi devida à retomada do caminho
para Afogados como a principal saída para o sul da província de Pernambuco. A malha
urbana perdeu a sua regularidade e hierarquia geométrica, sendo substituída por um sistema
de ruas retilíneas, com inflexões bruscas em várias direções, com espaços abertos - praças e
largos - associados a igrejas e conventos. A hierarquia do sistema urbano foi definida pelo
processo de ocupação e uso do solo, sendo fortemente marcada pelas grandes construções,
especialmente igrejas e conventos.

A expansão urbana para a Boa Vista também criou um novo traçado. Alinhada à nova ponte,
foi construída a rua do Aterro (depois rua Nova), que se abria na grande praça da Boa Vista de
forma trapesoidal. Do final da rua do Aterro partia, para a direção sul, uma ramificação da
malha urbana na forma de um leque de ruas.

8
7 P 1-8
1

6 5 4 3 2

A
I
B
II
C

P A -C III
P I-III

Figura 3: Percursos (1 – 8), (A – C) e (I – III)

O mais importante percurso da cidade era o eixo que interligava as três grandes áreas: iniciava-
se no Recife antigo, atravessava Santo Antônio no sentido transversal e terminava na Boa
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Vista, isto é, no continente. (Figura 3, Percurso 1 – 8) Era composto pelos seguintes


elementos: rua da Cruz (depois Bom Jesus), rua da Cadeia, ponte do Recife, Praça Grande, ou
do Polé, ponte da Boa Vista, rua do Aterro e praça da Boa Vista. Ao logo do eixo ligavam-se
os outros percursos que conformavam a paisagem da cidade. (Figura 4)

No Recife velho. a trama urbana da área era organizada pelas ruas do Bom Jesus e da Cadeia,
que recebiam fluxos e os dirigiam-os para a ponte do Recife. Na extremidade norte da rua do
Bom Jesus, ficava a porta norte, parte da antiga muralha, que abria passagem para Olinda. Na
face interna da porta, alinhada ao eixo da rua, foi construída uma capela sobre o arco de
passagem. A sua fachada, de gosto barroco, em estilo da primeira metade do século XVIII,
constituía o plano da perspectiva da rua. Esse centramento era reforçado pelo correr das
fachadas da rua, que apresentam composição bastante uniforme. A irregularidade da altura
das edificações era compensada pela regularidade da altura dos balcões das janelas, fazendo
convergir linhas imaginárias para o ponto de fuga na fachada da capela. O frontão e a cruz,
que o encimava, foram claramente projetados para aumentar a verticalidade do conjunto da
capela, equilibrando a sua altura com a dos altos sobrados da rua da Cruz.

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1- Rua do Bom Jesus 1 a - Rua do Bom Jesus 2- Igreja do Corpo Santo

3- Arco da Conceição 4 - Arco de Santo Antônio 5 - Mercado

6 - Igreja de Santo Antônio 7 - Rua Nova 8- Rua da Imperatriz

Figura 4 Percurso (1 – 8)

A segunda parte do percurso tinha início na Igreja do Corpo Santo, que era o ponto de
inflexão para o sistema perspectivo múltiplo, pois essa rua, era alinhada à ponte do Recife, ao
eixo da Praça Grande e à fachada da Igreja de Santo Antônio da Irmandade do Santíssimo
Sacramento. No primeiro trecho do sistema, a rua da Cadeia terminava no grande arco da
Conceição e sua capela, edificação imponente, que fechava completamente a perspectiva da
rua e direcionava o olhar e os fluxos para a passagem do arco. Após esse, atravessava-se a
ponte do Recife, que por muito tempo foi uma ponte coberta, com várias lojas no seu interior.
A entrada na ilha fazia-se por meio de outro arco, o de Santo Antônio, que, por sua vez,
orientava a perspectiva para a Praça Grande. A praça, principal herança do urbanismo
holandês, era quadrada, com uma grande edificação na forma de duplo U aberto,
simetricamente colocado ao longo do eixo da praça. Essa construção, uma espécie de mercado
repartido em várias pequenas lojas, tinha baixa altura e era estreita. Foi construída como um
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objeto que pousou na praça, não interferindo nas construções que a delimitavam
anteriormente. O transeunte que atravessasse caminhasse pelo eixo veria dois planos de
fachadas: o primeiro, mais baixo, do conjunto das lojas, e o segundo plano, mais alto, dos
sobrados antigos. O primeiro plano era visto como uma fachada única, regular e ampla. O
segundo, como um plano com variações de alturas. Desse modo, a praça tinha um aspecto
similar às praças reais da Europa, apesar de ser composta de elementos arquitetônicos
completamente diferentes.

O terceiro e último trecho do percurso iniciava-se na Igreja de Santo Antônio, seguia pela rua
Nova, de traçado reto (onde estava a fachada da preciosa Igreja da Conceição dos Militares),
desembocava em outra ponte, a da Boa Vista, chegando ao continente. O percurso repetia,
simetricamente, a forma e os episódios do trecho anterior, a retilínea rua do Aterro, passando
pela fachada da Igreja Matriz da Boa Vista e terminando na grande praça trapezoidal da Boa
Vista. Esse percurso era composto por dois conjuntos simétricos seqüenciados de artefatos
urbanos (praça – igreja – rua – ponte – rua – igreja – praça). Esse tipo de seqüência também
existia para o primeiro e o segundo trechos do percurso. Portanto, havia uma lógica que
revelava uma forma de encadear a ocorrência das surpresas na paisagem urbana.

O grande eixo estruturador da cidade abria-se lateralmente a outros percursos. Esses se


articulavam, em um sistema perspectivo estruturado, com praças e largos como cenários
urbanos. Praticamente, todos os espaços abertos eram dominados por igrejas de conventos ou
de confrarias. Uma das características das igrejas do Recife é a sua verticalidade, atributo
fundamental em uma cidade completamente plana. Eram, portanto, as torres e os frontões que
marcavam a paisagem urbana, criando os marcos referenciais de orientação para o movimento
dos transeuntes na cidade, e para localização dos espaços públicos. As variações formais em
torno desse tema foram muitas. Cabe ressaltar alguns exemplares marcantes, especialmente
em Santo Antônio.

Da Praça Grande, partiam dois percursos em direção ao sul. (Figura 3) O primeiro, (P I – III)
articulava-se com o largo do Livramento, a ribeira do Peixe e o largo da Igreja de São José. O
segundo, (P A – C). ia, diretamente para o pátio da harmoniosa Igreja do Rosário dos Pretos,
seguia por uma sinuosa rua até o pátio de São Pedro, para terminar na saída da cidade, no
largo do Terço.
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I - Largo do Livramento II - Ribeira do Peixe III - Igreja de São José

Figura 5: Percurso I – III

No primeiro percurso, o que havia de notável era a articulação entre os largos o conjunto do
Livramento, dois sistemas de perspectivas de largos interligados por uma estreita passagem.
(Figura 3) Tal sistema não existia até, aproximadamente, 1780. Foi criado a partir do
alongamento de uma quadra para que a entrada do largo do Livramento, puro exemplar de
organização barroca, tivesse a forma de um trapézio quase perfeito.18 Seguindo o percurso
chegava-se à ribeira do Peixe, grande praça em frente ao convento dos Capuchinhos, que
possuía um interessante mercado barroco na forma de um grande edifício de um andar, com
pátio interno e portais de entrada bastante elaborados (Figura 5). O mercado foi construído de
modo a criar um ambiente fechado na praça. Do centro da praça, podia-se ver a rua reta que
enquadrava a Igreja de São José nos limites da cidade.

No segundo percurso, destacava-se o pátio de São Pedro, cuja igreja é um dos mais
excepcionais monumentos do barroco do Nordeste do Brasil. (Figura 6). Suas altas torres
podiam ser vistas de várias partes do bairro de São José. A igreja situa-se numa praça
retangular e a disposição das construções era similar à do Livramento. Contudo, a escala da
igreja, extremamente alta e esguia, e a baixa altura do casario circundante acentuam
vertiginosamente a sua verticalidade. Para não haver perda da escala humana, a igreja tem uma
portada saliente, relativamente à sua fachada (fato raro no Recife), e de altura exatamente igual
à das fachadas das casas das extremidades laterais da praça. Essa simples saliência estabelece

18
A Igreja do Livramento estava locada no fundo do largo sobre um plano elevado, com escadaria de acesso. O casario do
largo era bastante uniforme quanto à altura e ao estilo das fachadas. A homogeneidade da arquitetura ressaltava a fachada da
igreja, conferindo monumentalidade que a mesma não possuía devido ao seu tamanho reduzido e à sua simples composição e
ornamentação externa. Era um cenário composto por vários elementos arquitetônicos simples, mas de grande efeito
perspectivo no conjunto.
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uma faixa de visão que amarra a vista da fachada da igreja (porta principal e laterais) à vista do
casario.

A – Rosário dos Pretos B - Pátio de São Pedro C - Pátio do Terço

Figura 6: Percurso A – C

Assim, a verticalidade monumental da igreja aparenta estar ancorada firmemente na praça,


compensando o efeito vertiginoso da altura das torres e do frontão. É uma solução urbanística
sem igual no Brasil. O mesmo efeito de monumentalidade por meio do realce da verticalidade,
foi obtido no pátio do Terço. Ali foi construída uma pequena igreja, de planta triangular, com
uma única torre sobre a entrada, exatamente no vértice do triângulo. São Pedro dos Clérigos e
o Terço formam um conjunto urbanístico muito similar, quanto à implantação e à forma na
paisagem, à igreja de São Pedro dos Clérigos do Porto.

Conclusão

Vários autores, ao analisarem as cidades brasileiras, vacilam em atribuir-lhes características do


barroca. Esse receio resulta, em geral, do método utilizado para a investigação, que é o de
identificar padrões formais do barroco europeu no tecido urbano, como, por exemplo, a praça
real, o eixo retilíneo monumental, os grandes conjuntos de edificações padronizadas e outras
formas. Com esse tipo de busca, o resultado é modesto. São identificadas, como barrocas,
partes de algumas cidades, a exemplo do Terreiro do Paço, no Rio de Janeiro, da praça de
Alcântara, no Maranhão, e dos casarões da baixa em Salvador. O Recife, a única cidade
tipicamente comerciante e burguesa dos séculos XVII e XVIII, em geral não é citada como

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exemplo.19 A busca do barroco das formas-padrão leva esses pesquisadores a privilegiarem as


cidades de fundação planejada, especialmente aquelas do período Pombalino. As cidades mais
antigas ficam relegadas ao limbo da indefinição formal. Esquece-se que o barroco foi uma
forma de ver e elaborar o mundo, que foi além dos limites da obra de arte para cobrir uma
forma de construir o mundo dos homens. Foi um ‘estilo universal’, que ultrapassou os limites
do continente europeu. Portanto, a busca do urbanismo barroco, no Brasil, tem de ser
modificada para a investigação dos processos barrocos de construção da cidade, e não
somente das formas-padrão.

Este trabalho procurou corrigir uma trajetória de investigação que se estava tornando
dominante e repetitiva nos seus resultados. É claro que esse breve ensaio requer investigações
bastante mais aprofundadas para a confirmação de suas hipótese. Entretanto, mesmo dentro
do limites metodológicos adotados, fica claro que o urbanismo barroco no Brasil esteve
presente e determinou a forma dessa magnífica cidade, que foi o Recife do século XVIII.

Figuras e Fotos

Figura 1: Reprodução do mapa de C. Golijath extraída de: Loreiro, C., Amorim, L., Uma cidade se inventa.
Gráfica Fundação Emope, Recife, 1994. Original reproduzido em: MELLO, JOSÉ ANTÔNIO GONSALVES , 1976: 57.
Figura 2: Mapa “Plano do porto e praça de Pernambuco por José Fernandes Portugal. Piloto que serviu n’armada
Real. Anno 1808”. Publicado em: FERREZ, GILBERTO,1984: 35.
Figura 4: Imagem 1: FERREZ, GILBERTO,1984. Imagens 1a ,5,7 e 8: FERREZ, GILBERTO,1988. Imagem 2: FERREZ,
GILBERTO, 1984. Imagem 3: JUREMA, ADERBAL, 1971. E) Imagem 4: Sépia original de H. Lewis 8 12-V-1848
(PERNAMBUCO, 1954). Imagem 6: FERREZ, GILBERTO, 1981.
Figura 5: A) Imagem 1: COSTA, F. A. PEREIRA DA, 1954. Imagem 2: Foto de José Alcindo de Souza (1978) -
Coleção particular de Evandro Rabello. C) Imagem 3: PERNAMBUCO, 1954

Bibliografia

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BRENNA, GIOVANNA R. DEL. Medieval ou barroco? Proposta de leitura do espaço urbano colonial. In: Barroco,
n.º 12, Belo Horizonte, 1983.

19
Esse foi o percurso utilizado por importante historiador do urbanismo , em uma análise da cidade barroca no país. Ver: REIS
FILHO, NESTOR GOULART. Notas sobre o urbanismo barroco no Brasil. In: Ávila, Affonso. Barroco: teoria e análise.
Perspectiva, S. Paulo, 1997.
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