Escala Diatonica Cromatica

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 17

A par%r do século XVII o diatonismo modal progressivamente começa a ceder terreno para o estabelecimento do espaço

das tonalidades da tradição maior – menor e da expansão do croma%smo tonal por meio das modulações. As alterações
são realizadas de tal modo a criar diversidade tonal sem anular a tonalidade principal. Numa criação musical tonal
predominam inicialmente as modulações para tonalidades relacionadas (vizinhas) ao tom principal que é o centro
atra%vo para as demais regiões tonais. Progressivamente desde o século XVII na música de influencia europeia, o
croma%smo é incrementado e alcança um apogeu na segunda metade do século XIX, algo que trará grandes
transformações na linguagem par%r do século XX .

Na notação da música tonal, o semitom ocorre de três maneiras diferentes:

1) Diatônico: o mesmo que segunda menor, aquele tipo de semitom que ocorre nas escalas diatônicas; (por exemplo,
mi-fá e si-do, em DóM, fa#-sol e dó#-ré, em RéM).

2) Cromático: uníssono aumentado utilizado na modulação diatônica (exemplos: fá-fá#, ré-réb);

3) Enarmônico: terça mais-que-diminuta, utilizada em modulações enarmônicas (exemplos: mi-solbb, si#-réb,).


Conceito de tonalidades vizinhas e homônimas

Tonalidades vizinhas são aquelas que possuem a mesma armadura ou diferem apenas quanto a um “#” ou um “b” (a

mais ou a menos).

Vizinhos diretos de uma tonalidade são as escalas correspondentes ao IV grau, ao V grau e a relativa da tonalidade

de base.

Vizinhos indiretos são as tonalidades relativas do IV grau e ao V grau respectivamente.

Tonalidades homônimas são as que possuem o mesmo nome, mas diferem quanto ao modo.
ESCALAS CROMÁTICAS TONAIS
Devem ser consideradas como esquemas resumidos das possibilidades cromáticas da música tonal

Escala cromática tonal (clássica) Maior:


Para a realização de uma escala cromática maior os semitons diatônicos devem ser mantidos. No movimento
ascendente as alterações cromáticas devem ser também ascendentes e no movimento descendente devem ser
alteradas descendentemente seguindo sempre o critério das notas pertencentes às tonalidades vizinhas ou à
homônima. Desse modo o sexto grau não se eleva, mas sim ascende para o sétimo grau rebaixado (sib em dó
maior), pois pertence à escala correspondente ao 4º grau da subdominante (Fá maior), tonalidade vizinha direta.
No movimento descendente somente uma exceção quanto às alterações descendentes: o V grau não é alterado,
mas o quarto grau é elevado (fa# em dó maior), pois o V grau rebaixado (solb em dó maior) resultaria em um
tom muito afastado da tonalidade de base. O II grau alterado não pertence a nenhuma tonalidade vizinha, mas se
comporta como uma “contra sensível” em relação à tônica.

Ascendente:
Entre I e II - sensível da tonalidade correspondente ao II grau na forma harmônica (vizinho indireto)
Entre II e III - sensível do III grau na forma harmônica (vizinho indireto)
Entre IV e V - sensível da tonalidade correspondente ao V grau ( vizinho direto)
Entre V e VI - sensível da tonalidade correspondente ao VI grau (vizinho direto)
Entre VI e VII – IV da tonalidade correspondente ao IV grau (vizinho direto)
Descendente:
Entre o VII e VI– IV da tonalidade correspondente ao IV grau (vizinho direto)
Entre o VI e V – VI grau da tonalidade homônima (forma natural)
Entre o V e IV - sensível da tonalidade correspondente ao V grau ( vizinho direto)
Entre o III e II – III da tonalidade homônima
Entre o II e I – contra sensível do I grau ( é uma exceção: não pertence a nenhuma tonalidade vizinha)
Escala cromá*ca tonal (clássica) menor:
Para a realização de uma escala cromá%ca menor os semitons diatônicos também devem ser man%dos. No
movimento ascendente as alterações cromá%cas devem ser também ascendentes com exceção do I grau
(la# em lá menor), pois resultaria em uma nota pertencente a uma tonalidade distante, e deve ser
subs%tuído pelo II rebaixado (correspondente ao VI grau da tonalidade da subdominante - sib em lá
menor). O movimento descendente é igual ao ascendente de modo a manter o critério de alterações
relacionado às tonalidades vizinhas e homônimas.

I II III IV V VI VII I VII VI V IV III II I

Alterações ascendentes da escala menor melódica

Entre I e II – VI da escala correspondente à subdominante – menor natural (vizinho direto)

Entre III e IV - sensível da escala correspondente à subdominante (vizinho direto)

Entre IV e V - sensível da escala correspondente ao V grau da tonalidade de base (vizinho direto)

Entre VI e VII - VI grau da forma melódica da própria escala da tonalidade de base

Entre VII e I - sensível da própria escala de base na forma harmônica


Ciclo de todas as tonalidades maiores e menores possíveis na tradição tonal maior/menor, tal
como organizadas por Johann Sebas<an Bach em sua obra “Das wohltemperierte Klavier”.
• Este conjunto de 24 prelúdios e fugas só foi possível em razão do desenvolvimento
progressivo, desde o século XVI, de processos de afinação que se propunham a igualar os
doze semitons da oitava, permi<ndo desta maneira uma gama mais ampla de transposições e
modulações de um tom a outro e assim alcançando as doze tonalidades maiores e as doze
menores possíveis com o temperamento igual. Cada um dos diversos sistemas de afinação
tem a função de permi<r que a criação musical e interpretação por cantores e músicos em
qualquer época e cultura sejam possíveis. Para ar<stas a par<r do século XVII até o XX era
nececessário ter um sistema que permi<sse o livre transito entre as 24 tonalidades.

• Em geral para a representação na clave das tonalidades (armadura de clave) é preferível o


uso máximo de sete sustenidos ou sete bemóis, evitando deste modo armaduras com
dobrados sustenidos ou dobrados bemóis. Tais notas, porem, podem surgir durante uma
composição que apresente modulações de, ou para, graus mais distantes. No chamado Cravo
bem temperado Bach optou por algumas tonalidades enarmônicas com mais elementos na
clave, tais como o Prelúdio e Fuga em dó sustenido maior com sete elementos na clave ao
invés de ré bemol maior com cinco elementos, mas todas as tonalidades têm armadura com
um máximo de sete elementos.
Sol#
Re#
La#
Mi#
Do
Fa
Sib
Mi
Si
Fa#
La
Reb
Exemplo 1 Mozart, Rondó da
Sonata K545
Neste fragmento tonal o compositor faz
a música transitar por algumas regiões
relacionadas à tonalidade principal
(base em notas diatônicas da
tonalidade). As alterações indicam as
mudanças. É preciso, no entanto,
distinguir as alterações que são de
passagem das que possuem função
estrutural de modulação.

Localizar as alterações estruturais e


determinar as regiões tonais alcançadas
O Sexto grau alterado
ascendentemente
(dó#) e o sé=mo
alterado
Notar as claras definições ascendentemente (ré♯)
de regiões harmônicas. para produzir o
movimento melódico
para a tônica. Estas
alterações configuram
O Sexto grau natural (dó♮ a variante menor
e o sé=mo alterado melódica da escala
ascendentemente (ré♯) diatônica menor
para produzir a cadência natural (modo eólio).
na tônica. Estas alterações
configuram a variante
menor harmônica da
escala diatônica menor
natural (modo eólio).

SolM (III)

SiM (V)
Menor harmônica

iv V i
Lam SiM Mim

Base cadencial tonal: pré-dominante –dominante -tônica

Menor melódica

Herança cadencial ficta


Localizar as alterações estruturais e determinar as regiões harmônicas alcançadas neste fragmento. Compare este
exemplo com os dois anteriores quanto ao modo de utilização das regiões harmônicas.
Exemplo em que croma%smos presentes indicam a escala cromá*ca clássica menor: Fá# menor

Exemplo 4 César Franck, Variações Sinfonicas


Exemplo 5 Villa-Lobos: Impressões seresteiras

Na escala cromá%ca ascendente de Do# m Villa altera a progressão cromá%ca menor e não usa como segundo
elemento o ré natural
Exemplo 6. Wagner, R (1813-1883). Abertura de Tannhäuser

MiM

(V7) SiM (V6) ReM (V6) FaM

(V) Lam

MiM: IV

V7
MiM
Exemplo 7 Richard Wagner: Prelúdio de Tristão e Isolda (início) –Tonalidade estendida por intenso
croma%smo. Notar que cada frase sugere uma nova tônica, mas não alcançada plenamente.

Fr+6 ou II V7 (....Lá m) Fr+6 ou II V7 (...Dó m)

VI+ V7 (...MiM )

Você também pode gostar