Texto 6 - Maq Sincrona
Texto 6 - Maq Sincrona
Texto 6 - Maq Sincrona
f
n= (2.2)
p
em que p é o número de pares de pólos.
O nome síncrono se deve ao facto de esta máquina operar com uma velocidade de rotação
constante sincronizada com a frequência da tensão eléctrica alternada aplicada aos terminais
da mesma, ou seja, devido ao movimento igual de rotação, entre o campo girante e o rotor é
chamado de máquina síncrona (sincronismo entre campo do estator e rotor).
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Uma máquina síncrona é excitada pela corrente contínua que alimenta o seu enrolamento de
excitação que provém de uma rede de corrente contínua ou duma máquina de c.c. especial
chamada excitatriz.
2
Fig.2.3: Máquina síncrona de ímanes permanentes (síncronas reactivas).
3
Fig.2.4: Esquema base de um alternador síncrono trifásico.
Quando o induzido gira num campo magnético, os enrolamentos a-x, b-y e c-z são a sede das
f.e.m. EA, EB e EC de frequência f = pn e deslizados cada uma em relação à outra de um ângulo
2
α= , Fig. 2.4 (b). Se a carga se reparte uniformemente na rede, a máquina produz um
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sistema simétrico de correntes trifásicas IA, IB e IC.
No caso de a corrente no enrolamento de uma fase estar desfasada em relação à f.e.m. gerada
neste enrolamento de um certo ângulo φ determinado pela natureza da carga. Pode mostrar-se
que este sistema de correntes gera um campo magnético cuja onda fundamental gira em relação
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ao induzido à velocidade n = no sentido oposto ao sentido de rotação do induzido.
p
Resulta do exposto acima que este campo fica imóvel em relação ao dos pólos e numa interação
constante com este último; é este o princípio de funcionamento de uma máquina síncrona. No
caso considerado a energia mecânica fornecida à máquina é transformada em energia eléctrica,
isto é, a máquina funciona como gerador síncrono. Mas ela pode também funcionar como
motor síncrono se se fornecer através das escovas A1, B1 e C1 a energia da rede sob a forma de
corrente trifásica.
No caso geral, pode realizar-se um sistema de m fases, se numa máquina bipolar escolhermos
m pontos repartidos de maneira uniforme sobre o anel de induzido (φ = 2 /m) e se os ligarmos
a uma rede de c.a. por intermédio de m anéis solidários com o veio e m escovas deslizando
sobre estes anéis.
2.1.3 Principais tipos de máquinas sincronas sob o ponto de vista construtivo
A disposição dos principais elementos de uma máquina síncrona como a da Fig.2.4 (pólos fixos
e induzido girante) não é racional salvo nas máquinas de muito pequena potência. Não convém
para as máquinas de média e grande potência porque as máquinas síncronas modernas são
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construídas para tensões que ultrassam os 24 kV e correntes de milhares de ampères; nestas
condições o sistema de anéis-escovas colectoras não oferece segurança.
A experiência acumulada desde longa data na fabricação e exploração das máquinas síncronas
mostra que o sistema mais económico e mais cómodo é aquele em que a disposição dos
principais elementos de máquina é inversa da que indicamos na Fig.2.4.
Fig.2.6: Alternador trifásico de 2 pólos com estator de pólos salientes (campo) e rotor
ranhurado (armadura)
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Fig.2.7: Rotor de um alternador hidráulico horizontal de 80 000 KVA, 428 r.p.m. da central
de Malgovert (França).
Fig.2.8 Alternador monofásico ou trifásico de 4 pólos com estator ranhurado (armadura) rotor
de pólos salientes (campo).
A execução de uma máquina síncrona está sobretudo ligada à sua velocidade de rotação, n.
Para uma frequência dada, a velocidade de rotação máxima é a das máquinas de número de
pares de pólos p = 1 e p = 2; para f = 50 Hz temos no primeiro caso n = 50 r.p.s. = 3000
r.p.m. e no segundo caso n = 25 r.p.s. = 1500 r.p.m. Para estas máquinas, quando de grande
potência, a velocidade periférica do rotor é de tal maneira grande (ver quadro 2.1) que por
razões de resistência mecânica deste e melhor repartição e fixação do enrolamento de
excitação, os construtores são obrigados a distribuir este último sobre toda a superfície do
rotor, isto é construir uma máquina de rotor ranhurado. Se p ≥ 3, a velocidade periférica do
rotor diminui e as máquinas síncronas podem ser de pólos salientes, de construção mais
simples.
Tabela 2.1: Características principais de alguns turbo-alternadores trifásicos.
P(MW) f(Hz) U(kV) cosφ 2p n (rot/mn) (m/s)
12 50 6,3 0,8 2 3000 144
25 50 6,6 0,8 2 3000 136,5
60 50 10,5 0,8 2 3000 146
100 50 10,5 0,85 2 3000 157
125 50 15,5 0,8 2 3000 160
165 50 18 0,85 2 3000 157
200 50 15,5 0,85 2 3000 169
200 50 16,5 0,9 2 3000 159,5
250 50 24 0,8 2 3000 165
300 50 18,5 0,85 2 3000 171
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300 50 20 0,85 2 3000 169
500 50 20 0,85 2 3000 177
500 50 22 0,85 2 3000 179,5
600 50 20 0,9 2 3000 185
50 50 10,5 0,9 4 1500 133,5
100 50 15,75 0,85 4 1500 152
208 50 18 0,8 2 3600 187
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Obtém-se a partir de um bloco de aço forjado por meio de tratamento térmico seguido de
acabamento oficinal. Em grandes máquinas utiliza-se o crom-níquel molibedénio com uma
resistência à roptura de cerca 80 kg/mm2, um limite de elasticidade de 55 a 60 kg/mm2 e um
alongamento de cerca de 20%. No sentido axial pratica-se um furo central sobre todo o
comprimento do rotor que permite estudar o material na zona central do veio e elimina as
contracções internas perigosas.
No rotor são feitas ranhuras à fresca, nas quais é alojado o enrolamento de excitação. Há a
distinguir rotores de:
a) Ranhuras radiais; e
b) Ranhuras paralelas.
Cerca de um terço do intervalo polar fica livre de ranhuras e forma o grande dente pelo qual
passa a maior parte do fluxo magnético do alternador.
Dadas as grandes velocidades verificadas na periferia do rotor, fixam-se os enrolamentos
rotóricos nas ranhuras por meio de cunhas metálicas.
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As cunhas podem ser fabricadas de:
bambu;
madeira semi-dura, sem nós, com comprimentos de 5 a 10 mm maiores que os das
ranhuras;
aço não magnético; e
ligas não magnéticas.
A excitação da máquina é geralmente fornecida por uma excitatriz colocada sobre o veio do
turbo-alternador (Fig. 2.5).
O estator de um turbo-alternador compreende uma parte activa, isto é um núcleo
comportando o enrolamento estatórico, e uma carcassa com as guias destinadas a fixar o ferro
e a criar um sistema de canais e de câmaras de ventilação.
O núcleo do estator dos turb-alternadores é feito de chapas de uma liga de aço de 0,5 mm e
de 0,35 mm de espessura. As chapas são isoladas dos dois lados por um verniz especial.
No sentido axial, o ferro do estator é formado por empilhamentos de 3 e 6 cm de espessura
separados por canais de ventilação de 5 a 10 mm de largura (Fig. 2.5). Para dar rigidez ao
sistema, o ferro é compromido dos dois lados de cada empilhamento por meio de placas de
aperto em ferro fundido não magnético ou em aço não magnético.
Os problemas de ventilação dos turbo-alternadores são de grande importância. As dificuldades
são devidas ao comprimento da máquina e ao pequeno diâmetro do rotor. Existem métodos
especiais de ventilação somente para os turbo-alternadores que têm sido postos em pratica:
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2.1.5 Máquinas de alta frequência e máquinas síncronas especiais
As máquinas monofásicas de 500 a 1500 Hz cuja potência atinge algumas centenas de kW são
actualmente utilizadas para a alimentação de fornos de indução destinados à fusão de metais,
à têmpera do aço e ao aquecimento do metal antes da forjagem ou estampagem.
Nessas máquinas a f.e.m de alta frequência é obtida pela pulsação do fluxo magnético
provocada pelo deslocamento relativo dos dentes estatóricos e rotóricos. O enrolamento de
c.a. e o enrolamento de excitação alimentado em c.c, são colocados ambos sobre o estator,
o rotor não comporta qualquer enrolamento. Para que nenhuma f.e.m de alta frequência seja
induzida no enrolamento de excitação, tomam-se precauções no sentido de manter constante o
fluxo que atravessa este enrolamento mesmo com o rotor em movimento. Para fabricar as
componentes do circuito magnético de campo magnético pulsatório, utilizam-se chapas de aço
magnético de 0,2 ou 0,3 mm de espessura.
A Fig.2.13 representa um alternador de alta frequência (tipo indutor telefónico) com um
enrolamento de excitação em anel situado entre dois empilhamentos de chapas do estator. O
rotor de máquina é de construção maciça em aço com ranhuras fresadas ao longo do eixo. O
número de ranhuras Z no rotor e no estator é igual. O sentido das linhas do campo de excitação
está indicado pelas setas na Fig.2.13. Quando os dentes do rotor se deslocam em direcção e em
relação ao estator, o fluxo nos dentes do estator se deslocam em relação ao estator, o fluxo nos
dentes do estator pulsa a uma frequência f e uma f.e.m. da mesma frequência é induzida nas
bobinas estatóricas. Os dentes de um bloco do estator estão deslocados em relação aos dentes
do outro bloco em metade.
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2.2 Reacção do induzido de uma máquina síncrona com carga equilibrada
2.2.1 Fenómeno da reacção do induzido num alternador síncrono polifásico com carga
equilibrada
Examinemos agora a reacção do induzido num alternador síncrono e a sua influência sobre o
campo de excitação, estudando os fenómenos que aí têm lugar no aspecto físico.
A corrente no enrolamento estatórico de uma máquina síncrona cria uma F.M.M. cuja onda
fundamental, chamada F.M.M. de reacção gira em sincronismo com o rotor. A força magneto-
motriz de reacção do induzido actua sobre a F.M.M. gerada pelo enrolamento de excitação e
pode reforçar ou enfraquecer o campo de excitação da máquina assim como deformá-lo.
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Isto provoca uma deformação da curva do campo e uma distribuição assimétrica da indução
sob a expansão polar. A indução sob a garra de saída da expansão polar aumenta um pouco
mas diminui sob a garra de entrada.
O eixo do campo resultante (curva 3) é deslocado sob a acção da F.M.M. de reacção do
induzido do alternador no sentido oposto ao sentido de rotação do rotor, o que corresponde ao
deslocamento no sentido de rotação do campo do induzido numa máquina de corrente contínua.
A Fig 2.15 (a) representa a distribuição das correntes e dos fluxos para quer dizer,
2
para uma corrente I puramente indutiva da carga em relação à f.e.m. E 0 . Neste caso, o
máximo da corrente será deslocado no espaço em relação ao máximo das f.e.m. (que coincide
com o meio dos pólos) de um ângulo no sentido contrário ao sentido de rotação porque a
2
onda fundamental de reacção do induzido gira em sincronismo com os pólos de excitação e
para a onda da corrente está desfasada em atraso em relação à onda da f.e.m. de um
2
ângulo .
2
Na Fig 2.15: Campo de reacção do induzido para
.
2
O campo gerado pela F.M.M. de reacção do induzido será oposto ao fluxo de excitação dos
pólos e por essa razão agirá sobre estes últimos como acção desmagnetizante.
A Fig 2.16(a) representa a distribuição das correntes e dos fluxos para , isto é, para
2
uma corrente de carga I puramente capacitiva em relação à f.e.m. E 0 . Neste caso, o máximo
das correntes estará deslocado à direita em relação ao máximo das f.e.m. que se encontra
sempre sob o meio dos pólos e por esta razão a reacção do induzido terá uma acção
magnetizante sobre o campo de excitação.
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Fig 2.16: Campo de reacção do induzido para .
2
Fig 2.17: Campo de reacção do induzido para 0
.
2
O valor Fa F1 é agora determinada pela igualdade da amplitude da onda fundamental da
F.M.M. (F1), com:
m 2 wk b1 mwk b1
F1 . I 0,45 I. (2.4)
p p
onde:
m = número de fases;
w = número de espiras de uma fase ligadas em série ou número de espiras de um ramo
e para I a corrente total da fase;
kb1 = factor de bobinagem resultante para o harmónico fundamental.
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m 2 wk b1
Fa I (2.5)
p
A componente
Faq Fa cos (2.6)
Faq Fa cos ; e
Fad Fa sen
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