Lição 05.pecc 30102022

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Lição 05: MARCOS 6 – O Servo

enfrenta a Incredulidade | 4°
Trimestre de 2022 | EBD – Revista
PECC
ESCOLABIBLICADOMINICAL.ORG COMENTE!  REVISTA PECC

SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR


Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é
igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Marcos 6 há 56 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com
todos os presentes, Marcos 6.1-16 (5 a 7 min.). A revista funciona
como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a
leitura da Bíblia. Olá, professor(a)! O evangelho de Marcos vem nos
mostrando como a autoridade e o poder de Jesus foram
questionados por muitos. Ainda hoje, várias pessoas se referem a
Ele como apenas um profeta, um místico; no máximo, um líder
político. Irmãos, Jesus nos serviu com tanta humildade que ainda
hoje muitos tentam rebaixá-lo. Por ser soberbo, Herodes não
reconheceu o ministério do Cristo; mas um povo literalmente
faminto corria para ouvir as palavras do nazareno. O Servo foi tão
humilde que até os apóstolos demoraram a entender o Seu poder,
mesmo assim Ele cura e liberta quantos o aceitam como Salvador.

OBJETIVOS
Defender a fé única e verdadeira em Jesus.
Imitar o caráter humilde do Cristo.
Servir a quantos queiram conhecer Jesus

PARA COMEÇAR A AULA


Professor(a), leve seus alunos a perceberem que o evangelho de
Marcos nos faz reavaliar nossos valores e critérios éticos. Jesus
ordenou que servíssemos uns aos outros; que não buscássemos os
primeiros assentos a fim de sermos elogiados, mas que vivêssemos
de tal modo que pelo amor fôssemos reconhecidos. Com grande
poder sobre males físicos e espirituais, Jesus não buscou honras,
mas procurou no meio do povo quem pudesse crer. Estamos
seguindo os passos do nosso Mestre?

LEITURA ADICIONAL
“Marcos diz abertamente que Jesus ‘não pôde fazer ali nenhum
milagre’. (…) A ênfase da conclusão recai sobre a não disposição do
povo dessa cidade em crer. Somos confrontados mais uma vez com
o mistério do Reino de Deus: alguns daqueles que tiveram todas as
oportunidades de crer não o fizeram e outros que, como o geraseno
endemoninhado, não se esperava que acreditariam, passam a crer.
(…) Deus se surpreende com a dureza de coração da humanidade e
sua relutância de crer nele, e não com a pecaminosidade e
propensão para o mal. Essa dureza do coração é o maior problema
do mundo e nisso repousa o julgamento divino sobre a
humanidade.

A humanidade quer um sinal espetacular de Deus ou, como o


demônio, uma grande demonstração do poder divino (Mt 4.1-11; Lc
4.1- 13). Contudo, ela não quer que Deus se torne um ser humano
como um de nós (Jo 1.11). O povo de Nazaré vê só um carpinteiro,
só um filho de Maria, só outro dos filhos do vilarejo que cresceu e
voltou para uma visita. Se ao menos Deus fosse menos comum e
mais único, então eles creriam. A imagem de servo do Filho é muito
prosaica para amealhar a credulidade. Deus se identificou
muitíssimo com o mundo para que o mundo o visse, muitíssimo
com a cidade de Nazaré para que esta reconhecesse em Jesus o
Filho de Deus.

A humanidade quer algo distinto daquilo que Deus dá. O maior


obstáculo à fé não é a falha de Deus em agir, mas a relutância do
coração humano para aceitar o Deus que digna a se apresentar a
nós em apenas um carpinteiro, o filho de Maria”. Livro: O
comentário de Marcos (EDWARDS, James R. Tradução de Helena
Aranha. São Paulo: Shedd Publicações, 2018, pp. 227-228).

TEXTO ÁUREO
“Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José,
Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E
escandalizavam-se nele.” Mc 6.3

LEITURA BÍBLICA PARA ESTUDO


Marcos 6.1-16

VERDADE PRÁTICA
O Servo Jesus triunfa até sobre a incredulidade dos Seus discípulos.

INTRODUÇÃO
I- A INCREDULIDADE DOS NAZARENOS Mc 6.1-13
1- Local de incredulidade Mc 6.3
2– Efeitos da incredulidade Mc 6.5
3– Reações à incredulidade Mc 6.6
II- A INCREDULIDADE DE HERODES Mc 6.14-29
1– Homem devasso Mc 6.18
2– Homem perturbado Mc 6.16
3– Técnica de “sanduíche” Mc 6.22
III- A INCREDULIDADE DOS DISCÍPULOS Mc 6.30-56
1– Ao alimentar cinco mil homens Mc 6.37
2– Ao andar sobre as águas Mc 6.50
3– O exemplo de fora Mc 6.56
APLICAÇÃO PESSOAL

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – Marcos 6.2


Terça – Marcos 6.12
Quarta – Marcos 6.20
Quinta – Marcos 6.31
Sexta – Marcos 6.41
Sábado – Marcos 6.51
Hinos da Harpa: 11 – 467

INTRODUÇÃO
O capítulo 6 de Marcos, objeto desta lição, destaca a tragédia da
incredulidade dos nazarenos, de Herodes e dos próprios discípulos.
Esse contraste serve para realçar a importância de se desenvolver
fé sincera no Servo de Deus.

I- A INCREDULIDADE DOS NAZARENOS


(Mc 6.1-13)
1- Local de incredulidade (Mc 6.3)  Não é este o carpinteiro, filho de
Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre
nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele.

À época, Nazaré, lugar onde Jesus fora criado, nada mais era que
um acanhado vilarejo repleto de casas de barro espalhadas por
cerca de 30 mil metros quadrados de uma encosta pedregosa, com
uma população de, no máximo, quinhentas pessoas. Era uma
pequena aldeia, sem importância, inclusive objeto de preconceito
por parte do povo da região (Jo 1.46). No trecho bíblico em estudo,
Jesus volta a Nazaré (“sua terra” – v. 1). Esperava-se que fosse bem
recepcionado pelos que o conheciam desde a infância. Porém,
infelizmente, para os nazarenos, Jesus não passava de um homem
comum, membro de uma família comum, praticante de uma
profissão comum (v. 3).

A menção de que era simples “filho de Maria” (v. 3) revela algo mais:
na tradição judaica, um homem sempre era descrito pelo nome de
seu pai, ainda que falecido, exceto por insulto/ofensa (Jz 11.1-2; Jo
8.41). Mas havia algo pior: como um homem comum poderia ter
tamanho poder e sabedoria (v. 2)? Só haveria duas opções: Deus ou
Satanás. Ou seja, ao serem movidos pela incredulidade (v. 6) e ao
recusarem-se a reconhecer o Pai na pessoa de Jesus, restava a
triste insinuação de que a fonte de seu poder era maligna – tese já
defendida por alguns (Mc 3.22).

2- Efeitos da incredulidade (Mc 6.5)  Não pôde fazer ali nenhum


milagre, senão curar uns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos.

Em Nazaré, ao contrário do que vinha ocorrendo em outros locais


(Mc 3.10, por exemplo), Jesus não pôde fazer ali nenhum milagre,
senão curar uns poucos enfermos (v. 5). Recorde-se que não era a
primeira vez que a comunidade onde Jesus crescera negava seu
ministério (Lc 4.16-30). Tratava-se, portanto, de um povo
persistentemente incrédulo. E, sem dúvida, esse ambiente de total
descrença operou limitações ao Servo. Todavia, não se trata de
Jesus não ter desejado ou podido realizar milagres em Nazaré.

É que os habitantes daquele local endureceram seus corações e


alimentaram um obstinado preconceito contra o Senhor. Eles
simplesmente não o desejavam. Assim, houve limitação, não do
Seu poder, mas de Sua missão. Não faltou poder a Jesus, mas, sim,
fé aos nazarenos. Afinal, Jesus não agia para impressionar, mas
para transformar a vida de pessoas que, movidas pela fé,
reconheciam sua inteira dependência dele (Mc 2.17; Hb 11.6). Quem
curava apenas para impressionar eram os mágicos pagãos da
Antiguidade. Cuidado: incredulidade limita o agir de Deus (2 Rs
13.14-19; Hb 3.12-13).

3- Reações à incredulidade (Mc 6.6)  Admirou-se da incredulidade


deles. Contudo, percorria as aldeias circunvizinhas, a ensinar.

Expressando sua humanidade, mesmo Jesus admirou-se da


incredulidade dos nazarenos. Até onde se sabe, ele nunca mais
retornou a Nazaré. Em certo sentido, espiritualmente, o ceticismo
dos nazarenos era um símbolo da cegueira do próprio povo judeu
(Jo 1.11). Mas quando uma porta se fecha, o Senhor abre outras. A
incredulidade dos nazarenos em nada afetou o prosseguimento do
ministério terreno de Jesus. Lutas e decepções não podem parar o
povo de Deus. Após um ligeiro momento de espanto, eis a firme e
imediata reação do Servo: ampliar seu poder de alcance através do
comissionamento dos apóstolos, enviados a pregar o Evangelho,
expelir demônios e curar enfermos, em seu nome (v. 7, 12-13). A
urgência dessa missão demandava deslocamento rápido e
confiança plena: pouquíssimos itens poderiam ser levados, o que
não incluía pão e dinheiro (v. 8-9). Os emissários deveriam em tudo
depender da provisão divina. O justo viverá pela fé (Hb 10.38).

II- A INCREDULIDADE DE HERODES (Mc


6.14-29)
1- Homem devasso (Mc 6.18)  Pois João lhe dizia: Não te é lícito
possuir a mulher de teu irmão.

Notícias sobre os embaixadores de Jesus chegaram até Herodes


Antipas, filho de Herodes, o Grande (Mt 2.1). Pelo costume local, era
chamado de “rei” (v. 14), embora seu título verdadeiro fosse
“tetrarca” (Lc 3.19). Governou as regiões da Galiléia e da Pereia de 4
a.C. a 39 d.C. Herodes Antipas era devasso: deixou a esposa para se
casar com Herodias, sua sobrinha e mulher de seu meio-irmão
Herodes Filipe, estando este ainda vivo. Sua atitude adúltera e
incestuosa foi denunciada por João Batista, que acabou preso por
tamanha ousadia (v. 17-18). Em verdade, Herodes parece ter
percebido que o ministério de Cristo era maior que o de João
Batista (Lc 9.7-9). Todavia, o temor de sofrer oposição do povo o
impediu de aproximar-se do Servo. A personalidade maliciosa e
impetuosa de Herodes Antipas foi duramente criticada por Jesus
(Mc 8.15; Lc 13.31-33).

2- Homem perturbado (Mc 6.16)  Herodes, porém, ouvindo isto,


disse: É João, a quem eu mandei decapitar, que ressurgiu.

Herodias era muito segura quanto ao que nutria por João Batista:
ódio mortal, literalmente (v. 19). Já Herodes Antipas alimentava
sentimentos conflitantes: ao tempo em que o temia, reconhecendo-
o como homem “justo e santo” (v. 20a), cogitava matá-lo (Mt 14.4);
maravilhavam-se com suas palavras (v. 20b), mas não hesitou em
lançá-lo ao cárcere quando confrontado com seus pecados (v. 17-
18). Igualmente, quando a filha de Herodias, instruída pela mãe,
pediu a cabeça de João Batista e encurralou a Herodes Antipas,
cobrando publicamente que cumprisse com sua insensata
promessa (v. 21-25), este “entristeceu-se profundamente”, todavia
cumpriu com sua palavra e matou o profeta (v. 26-28). Ao ouvir
sobre a fama de Jesus, sua mente logo veio perturbá-lo: “É João, a
quem eu mandei decapitar, que ressurgiu” (v. 16). A verdade é que,
mesmo morto, a mensagem de João Batista continuava a martelar
no coração de Herodes. Todavia, via-se florescer de tudo, menos
arrependimento e fé (Mc 1.15).

3- Técnica de “sanduíche” (Mc 6.22)  Entrou a filha de Herodias e,


dançando, agradou a Herodes e aos seus convivas. Então, disse o rei
à jovem: Pede-me o que quiseres, e eu te darei.

Na teologia bíblica, tem-se por técnica de “sanduíche” a


modalidade redacional muito usada no evangelho de Marcos em
que determinada história é abruptamente interrompida por uma
segunda, com posterior retomada daquela primeira. Essa técnica
segue a fórmula A-B-A, em que a narrativa B serve de chave
teológica para compreensão adequada das metades que a ladeiam.
Recorde-se que a cura da filha de Jairo foi repentinamente
suspensa para dar espaço à cura da mulher do fluxo de sangue,
demandando de Jairo o exercício de uma fé diferenciada (Mc 5.22-
43). São pelo menos nove ocorrências dessa técnica ao longo do
evangelho de Marcos (mais algumas: 3.20-35; 11.12-21; 14.1-11). Na
seção bíblica em estudo, o tema principal da missão dos apóstolos
(v. 7-13) é pausado para ceder ao relato de João Batista e Herodes
(v. 14-29), sendo depois retomado (v. 30-44).

III- A INCREDULIDADE DOS DISCÍPULOS


(Mc 6.30-56)
1- Ao alimentar cinco mil homens (Mc 6.37)  Porém ele lhes
respondeu: Dai-lhes vós mesmos de comer. Disseram-lhe: Iremos
comprar duzentos denários de pão para lhes dar de comer?

Na ocasião, os doze retornam com êxito de sua missão


evangelística (v. 7-13), porém exaustos, pelo que Jesus os convida
para, de barco, irem a um lugar isolado a fim de descansarem (v. 30-
32). Mas a oportuna pausa para recuperar forças físicas e mentais
não vinga: uma multidão, a pé, chega antes ao local, demandando
atenção e cuidado (v. 33). Neste ponto, há uma forte diferença entre
as reações de Jesus e de seus discípulos: ao invés de os encararem
como invasivos ou impertinentes, Jesus os viu como “ovelhas que
não têm pastor”, passando a “ensinar-lhes muitas coisas” (v. 34).
Todavia, ao final da tarde, seus discípulos demonstram
impaciência: recomendam que a multidão seja liberada, mesmo
cansada e faminta (v. 35-36). “Dai-lhes vós mesmos de comer” –
desafiou-os, porém, Jesus (v. 37). Diante da postura incrédula de
seus seguidores mais próximos, Jesus opera mais um milagre e
todos participam de um farto banquete (v. 38-44). Mesmo o círculo
mais íntimo do Servo não estava imune à incredulidade e
impaciência, posturas opostas ao verdadeiro amor (1Co 13.4-8).

2- Ao andar sobre as águas (Mc 6.50)  Pois todos ficaram aterrados


à vista dele. Mas logo lhes falou e disse: Tende bom ânimo! Sou eu.
Não temais!

Os discípulos serão submetidos a outro teste de fé: agora, sem a


companhia de Jesus. Desta feita, o Mestre sobe a um monte para
orar e os discípulos, por orientação do próprio Jesus, seguem de
barco rumo a Betsaida (v. 45-47). Todavia, o tempo passou bastante
(já era a “quarta vigília da noite”: das três às seis da manhã) e os
discípulos não conseguiram desenvolver a viagem, pois o vento
lhes era forte e contrário (v. 48).

Percebendo o fracasso dos discípulos em vencer mais esse desafio


espiritual, Jesus anda por sobre as águas e se aproxima do barco
para resolver a situação, mas, ao vê-lo, os discípulos gritam de
assustados, imaginando se tratar de um fantasma (v. 49). “Sou eu.
Não temais” – disse Jesus. E logo subiu ao barco e o vento cessou,
deixando-os atônitos (v. 50-51). Cegueira e incredulidade: marcas
dos corações não apenas dos opositores de Cristo (Mc 3.5; 10.5),
mas também, incrivelmente, de seus próprios embaixadores (v. 52;
Mc 8.16-18).

3- O exemplo de fora (Mc 6.56)  Onde quer que ele entrasse nas
aldeias, cidades ou campos, punham os enfermos nas praças,
rogando-lhe que os deixasse tocar ao menos na orla da sua veste; e
quantos a tocavam saíam curados.

Quando Jesus e seus discípulos desembarcam nas planícies férteis


de Genesaré, o povo se mobiliza para trazer seus enfermos às
praças, os quais desejam apenas um toque na orla da veste do
Servo de Deus. A fé desse povo era tão viva e intensa – talvez
inspirada na experiência da mulher do fluxo de sangue (Mc 5.28) –
que, verdadeiramente, todos que a tocavam saíam curados (v. 56).
Marcos utiliza mais um valioso contraste: à surpreendente
incredulidade do círculo mais íntimo de Jesus segue-se a
abundante fé daqueles mais afastados. O contato com a fé pura e
exemplar de pessoas simples e anônimas era uma preciosa fonte de
aprendizado para os discípulos – que, como vimos, ainda estavam
em processo de cura de seus próprios corações (v. 52).

APLICAÇÃO PESSOAL
Examinemos, corriqueiramente, os nossos corações. Em nossos
testes de fé, devemos tirar os olhos das circunstâncias e sempre
confiar em nosso Salvador.

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recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos dará;
porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão
também”. Lucas 6:38
RESPONDA

1) Em Nazaré, por que Jesus curou poucos enfermos e não fez


milagres? R. Por causa da incredulidade do povo
2) Herodes Antipas era chamado de “rei” (Mc 6.14). Porém,
como autoridade romana, segundo a lição, qual era o seu
verdadeiro título? R. Tetrarca (Lc 3.19).
3) Segundo a lição, a “quarta vigília da noite” (Mc 6.48)
equivaleria a que horário? R. Das três às seis da manhã

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