Livro-Texto - Unidade II
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Livro-Texto - Unidade II
Unidade II
3 EMPILHAMENTO
A deficiência na verticalização do armazém é uma das principais razões para a redução da capacidade
de armazenagem. Empilhar um lote a uma altura de 4 metros consome a metade do espaço do que se o
estocasse a 2 metros de altura. Mas se deve, é claro, considerar as características técnicas do armazém
e produtos a serem armazenados.
Exemplos
Esses são exemplos de equipamentos que facilitam a armazenagem em espaços com grande
pé‑direito, a movimentação e o transporte dos itens. Como futuro profissional, você deve buscar sempre
atualidades de movimentação e armazenagem nas atuações logísticas.
45
Unidade II
Saiba mais
Para entender as atuações logísticas com outro olhar, leia artigo deste
site:
<http://www.aslog.org.br/novo/download.php?file=arquivos_site/dow
nload/7e9b502766e2f0c1e84553e5785d5fd6_Logweb.pdf>
A lógica nos diz que os equipamentos de elevação de mercadorias devem ser adequados ao volume de
trabalho e ao tipo de material utilizado, mas na prática não é o que se vê. É muito comum encontrarmos
armazéns cujo pé‑direito seja bem mais alto do que a capacidade máxima de elevação dos equipamentos
disponíveis. Podemos apontar outros problemas que afetam a capacidade de armazenagem:
• equipamentos de elevação em más condições de uso e, por isso, baixa capacidade elevação;
• A característica da carga a ser estocada, pois a fragilidade desta ou da embalagem pode gerar
esmagamento das mercadorias pelo empilhamento.
• Os equipamentos de empilhamento disponíveis, pois a sua altura máxima de elevação pode ser
limitada.
Lembrete
46
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
Então, a partir de agora, vamos inserir algumas condicionantes ou regras para calcular a capacidade
de estocagem no armazém.
Vejamos:
Perceba que, se a altura de empilhamento for maior, a capacidade de estocagem aumenta, mas
devemos considerar se os produtos permitem isso e se há equipamentos para a movimentação adequada.
P = 25 cm
L = 132 cm
TV LCD 42”
A = 75 cm
Empilhar
Figura 17
Então, vamos pensar em um problema de logística: temos um espaço disponível para estocagem, um
produto com suas dimensões e especificidades, e regras que podem depender de empresa para empresa.
A questão é: quantas unidades podemos estocar nesse espaço?
47
Unidade II
Vamos à solução:
O produto precisa ser transformado em metragem cúbica, para ter a mesma linguagem numérica
da área do armazém. Lembre‑se das informações anteriores: caso deseje empilhar em um máximo de 4
metros de altura, a metragem cúbica do armazém é de 13.424 m³.
13.424 / 0,2475 = 54.238 unidades de TVs: é a capacidade estática do armazém, mas aproveitando
todos os espaços até atingir 4 metros de altura.
Entretanto, as embalagens têm restrições que devemos considerar. Por exemplo, se forem empilhadas
6 embalagens, a altura será de 4,5 metros, assim, só será possível empilhar 5 embalagens, atingindo 3,75
metros de altura.
Como não poderíamos colocar a última camada de embalagens deitada, pois há indicação na caixa,
a capacidade de estocagem deve ser realizada por metragem quadrada:
Então, a capacidade seria de 3.356 / 0,33 = 10.169 unidades na base, mas, como serão empilhados 5
níveis, seria: 10.169 x 5 = 50.845 unidades estocadas.
Observação
Exemplo de aplicação
Agora, para testar, faça os cálculos caso o empilhamento máximo fosse de 5 metros:
Resposta
A quantidade na base do armazém é calculada da mesma maneira: 3.356 / 0,33 = 10.169 unidades
na base.
48
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
Vamos verificar:
5m
4m
3m
2m
1m
Figura 18
Veja que, para chegar a 5 metros de altura, vamos empilhar seis unidades, logo, 10.169 x 6 = 61.014
unidades.
Fator de estiva: é o espaço ocupado por uma tonelada de uma determinada mercadoria, expresso
em m³ por tonelada.
Cada tipo de mercadoria tem um fator de estiva. Então, como fazer com itens diferentes em peso
e volume? Uma forma seria buscar o fator de estiva médio. Por exemplo, se conhecem os fatores de
estivas de três itens de pesos idênticos:
Essa informação é lida da seguinte forma: para cada tonelada, precisamos de 2,5 m³ para estocá‑la.
Você deve estar se perguntando: como encontrar esse fator de estiva de um item qualquer?
Vamos pegar como exemplo a TV de 42, citada anteriormente, cujo peso seria de 40 kg por unidade.
Cada tonelada desse produto consome 6,18 m³ de espaço, e são 25 unidades. Cada unidade tem
fator de estiva de 0,2472 m³/ton. aproximadamente (6,18/25).
Quando forem recebidas 10.000 unidades desse produto, serão necessários 2.472 m³ para
armazená‑las. No caso de se utilizarem espaços em portos e aeroportos, essa será a base de
custo, que será a mesma nos casos de exportação por navios e aluguel de espaço em armazém
terceirizado.
Vamos supor um armazém com sua lotação comum com cinco tipos de produtos com pesos e
dimensões diferentes. Para encontrar o fator de estiva médio ponderado, devemos multiplicar o fator de
estiva de cada mercadoria pelo percentual aproximado do seu peso no total armazenado.
Tabela 3
* Para calcular a porcentagem do armazém, divide‑se o peso de cada mercadoria pelo total
armazenado e se multiplica por 100. Ex.: fardos: (4/20) x 100 = 20%.
Assim, o fator de estiva médio será o total (263) dividido por 100 = 2,63 m³/ton. Então, na média,
cada tonelada utiliza 2,63 m3 para ser armazenada.
Para sabermos a verdadeira capacidade do armazém, é necessário conhecer a praça útil, a altura
média de empilhamento e o fator de estiva, pois estes são todos os fatores que interferem na capacidade
de armazenagem.
PU * AE
CE =
FEM
Em que:
CE = capacidade estática
PU = praça útil
AE = altura de empilhamento
3.356 * 5
=CE = 6, 380 toneladas
2, 63
Nesse espaço útil para estocagem, e sabendo os tipos de produtos que normalmente são estocados,
é possível estocar 6.380 toneladas.
E se as compras e solicitações apontarem que se terão no estoque 10.000 toneladas, somando o que
já está no estoque com o que se vai receber?
Seria um bom fator indicador de que não se terá capacidade para armazenagem, hora de terceirizar
ou construir um novo armazém.
Quebra de espaço são todos os espaços perdidos para a armazenagem existentes entre e ao redor
dos lotes de carga armazenada.
51
Unidade II
Lembrete
• espaços perdidos devido a cargas irregulares, que não podem ficar juntas nas pilhas;
Mesmo sabendo que há grandes oscilações entre os tipos de produtos, é possível criar uma média de
perda na quebra de espaço, pois se conhecem os produtos habitualmente estocados.
• Pegar um lote já estocado e medir com uma trena o volume por ele efetivamente ocupado,
incluindo os espaços destinados a seu acesso.
• Calcular o volume em metros cúbicos ocupado por tonelada da mercadoria, dividindo o volume do
espaço ocupado pelo peso. Esse será o índice para empilhamento nessas condições de armazenagem.
Vejamos:
Imagine um lote de sacaria de café armazenado pesando 80 toneladas. O espaço ocupado pelo
lote foi medido com uma trena, com a qual se chegou às seguintes medidas: 7,2 m de comprimento e
5,6 m de largura, com empilhamento a uma altura de 4 m. Há espaços no entorno de 1 m. Que espaço
realmente ocupa esse lote de sacaria?
Figura 19
52
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
Como temos corredores de 1 m na base de 7,2 m e 5,6 m, vamos considerar mais 0,5 m, pois, visto
que há outras mercadorias ao lado, o espaço de 1 m será dividido por 2.
Dessa forma, divide‑se essa metragem cúbica pelo peso: 187,88 / 80 = aproximadamente 2,35 m³,
que é a metragem cúbica ocupada pelas sacarias, incluindo os corredores.
Supondo que o fator de estiva de sacaria de café seja de 2,2 m³/T e considerando o índice de
empilhamento calculado de 2,35m³/T, o acréscimo é de: 2,35 – 2,2 = 0,15, que é o valor perdido nos
corredores na estocagem desse item.
0,15
=QE = x100 6, 8%
2, 2
Então, podemos dizer que esse item em particular tem quebra de espaço de 6,8%.
Para calcular de forma simplificada o espaço aproximado que será ocupado por um lote, vamos
considerar o índice para empilhamento calculado a partir do fator de estiva e da quebra de espaço
estimada, combinando as informações em uma única fórmula:
Vejamos exemplos:
Qual o espaço necessário para armazenar 80 t de sacos de café (fator de estiva = 2,2 m³/t; quebra de
espaço de 6,8% e altura média de empilhamento de 4,0 m)?
53
Unidade II
Qual o espaço necessário para estocar 80 t de CKD (com fator de estiva de 3,8 m³/t, quebra de espaço
de 45% e altura de 2,5 metros?
Qual o espaço necessário para estocar 80 t de tambores contendo produtos químicos com fator de
estiva de 1,8 m³/t, quebra de espaço de 20% e altura de empilhamento de 4,5 m?
Observe que o fator de estiva previamente definido e a quebra de espaço exigem experiência no trato
com os itens armazenados, pois cada mercadoria tem suas implicações em espaços ocupados e perdas.
O tempo médio de permanência refere‑se ao giro da área. Temos que considerar que o processo de
armazenagem está sempre em plena movimentação, sempre há produtos entrando e saindo. Com esse
conceito, nossa preocupação será saber a quantidade de carga que pode ser movimentada no armazém
no decorrer de um determinado período.
É possível termos a informação de quantos dias em média os itens ficam estocados, o que pode ser
calculado dividindo os dias do período considerado pelo giro no mesmo período.
Exemplo: um estoque que tenha um giro médio de 12 vezes no ano fica em média quantos dias
parado no estoque?
Exemplo: estoque inicial em janeiro: 1.000 unidades. Compramos 1.000 unidades e saíram 800
unidades. Então tínhamos 1.000, com mais 1.000, ficamos com 2.000 unidades e consumimos 800,
sobrando 1.200 unidades. Assim, o estoque médio seria: (EI + EF)/2 = 1.100.
54
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
Para simplificar, vamos supor que o mesmo ocorra nos meses seguintes; assim, o estoque médio
mensal seria 1.100 unidades.
Tabela 4
Saída/EMm
Assim, o tempo de permanência seria: 180 dias do semestre divididos pelo giro: 180 / 4,36 = 41,8
dias.
Esse tempo de permanência deve ser calculado por produto, por categoria de produto ou simplesmente
por uma média geral, dependendo dos materiais trabalhados.
Vejamos um exemplo:
Considerando que a capacidade estática para uma mescla típica de produtos armazenados seja de
4.500 t, qual seria a capacidade dinâmica anual se o tempo médio de permanência fosse de 6 dias?
Como interpretar:
A lotação do estoque é de 4.500 t e consumida em média em 6 dias. Assim, quanto se poderá estocar
nesse espaço em um ano?
E se o tempo de permanência caísse para 4 dias, qual seria a capacidade dinâmica anual?
55
Unidade II
Observação
Exemplo prático
Como interpretar: o cliente está propondo consumir os lotes armazenados de dez em dez dias.
Vejamos:
200.000 t
= 40 giros
5.000 t
Isso significa que, para armazenar 200.000 t no ano, terá que se encher o armazém 40 vezes no ano.
365
= 9,12 dias
40
Só teremos condições de aceitar o contrato se o consumo for de menos de nove dias de intervalo e
se cada retirada for equilibrada com novos envios para o armazém. Assim, podemos entender que cada
lote de 5.000 unidades deve ficar somente nove dias no estoque.
56
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
Observação
O que não deve ser feito para não colocar em risco as operações de
armazenagem?
• garantir largura e disposição de corredores, de forma a garantir manobras com segurança dos
equipamentos de movimentação;
• ter um armazém limpo e devidamente arrumado, sem objetos guardados nas áreas de
armazenagens;
• desenhar os fluxos a serem seguidos no chão de forma visível, a fim de evitar acidentes e
interferências entre os equipamentos;
• indicar em local visível as alturas de empilhamento recomendadas para cada tipo de produto;
• ter zonas de armazenagem bem iluminadas, para garantir a perfeita visibilidade na operação dos
equipamentos;
• possuir áreas de segurança livres de mercadorias, mantendo acesso livre aos equipamentos de
combate a incêndio;
57
Unidade II
• armazenar cargas valiosas em zonas seguras e nunca empilhar nada sobre elas;
O recebimento é o ponto inicial das operações de um armazém, então planejá‑lo é vital para o
sucesso das outras operações.
A localização dos acessos ao armazém interfere diretamente na capacidade operacional, uma vez
que vai determinar as distâncias percorridas diariamente pelas pessoas no armazém.
Outro ponto importante é a dimensão da área de recebimento, que deve estar de acordo com as
necessidades diárias de recebimento.
É fundamental pensar ainda nos equipamentos que melhoram a capacidade de recebimento, como
os niveladores de docas, que atuam como mecanismo de ligação entre os edifícios e os veículos. O
planejamento dos niveladores deve levar em consideração a altura dos cavalos mecânicos e da carroceria,
que pode variar de 1 m a 1,5 m de altura, que são respectivamente as carrocerias de alta capacidade
volumétrica ou de estrutura de engate e os veículos que transportam contêineres. Tendo como padrão
a altura da doca 1,2 m, os niveladores podem oscilar para cima ou para baixo, facilitando as operações
de descarregamento de veículos.
Devemos pensar que um caminhão possui uma largura interna de 2,30 m e uma largura externa de
2,45 m, isso será fundamental para a escolha dos niveladores de docas.
• Um recebimento deve ser previamente informado à recepção de mercadorias, pois isso garante
que se receba aquilo que se espera na quantidade certa. Qualquer recebimento não informado à
recepção deve ter autorização de um superior ou não será recebido.
58
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
• Devem‑se avaliar de forma real as suas disponibilidades de espaço, equipes e equipamentos para
receber cargas em um dia de trabalho, estabelecendo locais para estacionamento, pontos de
recebimento, fluxos, equipamentos e mão de obra necessários.
• Devem‑se ainda planejar o escalonamento das chegadas de caminhões e os intervalos necessários.
• Sempre que possível, manter em zonas separadas as cargas a serem recebidas e as cargas expedidas,
para que os fluxos não se misturem.
• É importante orientar os veículos para as docas de recebimento.
• O descarregamento deve ser feito por pessoas e equipamentos adequados.
• O descarregamento deve ser realizado com rapidez e segurança, pois o recebimento ágil dará maior
eficiência ao giro de produtos, disponibilizando os itens mais rapidamente para conferência e liberação.
• Os documentos devem ser conferidos antes de se descarregarem os veículos.
A conferência dos itens deve garantir que os itens recebidos sejam exatamente aquilo que deveria ter
sido recebido, em características técnicas, qualitativas e quantitativas. A movimentação deve garantir,
antes de tudo, a integridade dos itens e que todas as operações de recebimento, estocagem e expedição
ocorram sem contratempo e com muita eficiência.
Separação de pedidos
A separação dos pedidos pode ser feita das mais variadas formas, mas sempre no sentido de agilizar
o atendimento ao cliente. É uma atividade que apresenta intensiva movimentação de materiais; em
alguns armazéns, chega a ser responsável por custos que giram em torno de 30% a 40%, por causa do
número de pessoas e equipamentos envolvidos na operação. Essa operação de separação de pedidos
envolve as seguintes etapas:
59
Unidade II
Estudos apontam que o maior tempo está na movimentação, assim, o tipo de separação a ser
efetuado interfere diretamente na movimentação.
• Picking discreto – é o mais simples, muito utilizado, consiste em cada operador ser responsável
por um pedido por vez, ou seja, ele pega apenas um produto de cada vez. Isso torna a operação
mais lenta, mas em alguns casos é preciso que seja assim.
• Picking por zona – nesse modelo, o armazém é divido por zona, cada operador é responsável por
uma zona e, assim, quando ele recebe um pedido, separa somente os itens da sua zona.
• Picking por lote – nesse modelo, um operador junta certo número de pedidos para iniciar
a separação, pegando itens comuns aos vários pedidos. Assim, são feitas as coletas de vários
produtos em quantidades que atendam a vários pedidos; em seguida, é feita a distribuição para
cada pedido.
• Picking por onda – muito similar ao discreto, ou seja, o operador pega um produto por vez, a
diferença está no agendamento de certo número de pedidos a serem efetuados.
Embalagem e identificação
A embalagem tem um papel muito importante, que vai além da proteção física do produto:
compreende um conjunto de operações destinadas ao acondicionamento, proteção, conservação,
transporte e armazenagem de produtos por toda a cadeia de suprimento, devendo ainda levar em
consideração a disposição dos itens no ponto de venda e posterior reciclagem.
No Brasil, há órgãos técnicos como a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que promovem
estudos para unificar as normas mínimas de segurança das embalagens adequadas a cada tipo de
produto.
Embalagem de contenção
É a primeira embalagem, usada para acomodar o produto unitário, protegendo‑o dos agentes
externos. Exemplo: contenção de isopor, que protege produtos frágeis. Hoje é muito usado o EPP
(poliuretano expandido), que é um líquido que toma a forma do produto na caixa.
Embalagem de apresentação
É a embalagem na qual o produto será apresentado ao consumidor final nos pontos de vendas ao
varejo.
60
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
Embalagem de comercialização
Embalagem de movimentação
Exemplos:
• Embalagem de apresentação:
Figura 20
• Embalagem de comercialização:
Figura 21
61
Unidade II
É uma forma de juntar ou unir produtos para facilitar movimentação e transporte. Pode ser
organizado de diversas maneiras:
Figura 22
Figura 23
62
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
Exemplos:
Um produto com dimensões de 20 x 30 x 20 pode ser unitizado de que maneira em um palete de 1,0
x 1,2 com empilhamento de 5 níveis?
Figura 24
Nessa posição, é possível colocar 18 unidades na base; como se pode empilhar em 5 níveis, o
palete comporta 90 unidades. Então, toda a movimentação ocorreria em lotes unitizados de 90
unidades.
Figura 25
63
Unidade II
São 20 unidades na base, empilhadas em 5 níveis; temos agora 100 unidades no palete, podemos
movimentar de 100 em 100, em vez de 90. Supondo descarregar 10.000 caixas, teríamos:
Na primeira opção:
Na segunda opção:
A largura do palete é de 1 m, 1,2 m é o comprimento e 1,1 m é a altura das caixas empilhadas mais
10 cm do palete.
Então:
Como economizamos 12 paletes, ocupamos 15,84 m³ a menos; o único impeditivo seria em relação
ao peso, caso o item ultrapassasse os limites de segurança.
Identificar, transmitir informações – devem‑se identificar o modelo, a cor, dar instruções de uso
e de precauções.
Figura 26
64
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
Marcas de segurança:
Paletização Peso e
Não pise conteúdo
Posição para
empilhar
Marca de
movimentação
Fabricante
do produto
Fabricante da
embalagem
Figura 27
Observação
Pré‑lingagem: os materiais são agregados por cintas sintéticas, como náilon, poliéster etc.,
descartáveis ou não, que se entrelaçam, formando línguas com alças que servem para ser erguidas.
Figura 28
65
Unidade II
Figura 29
Figura 30
Paletização: é a unitização sobre estrados de madeira, metal, plástico etc. Podem ser unitizados
em paletes produtos em caixas, tambores, fardos etc., sendo posteriormente percintados ou envolvidos
por filme aquecido para encolhimento ou filme esticável, integrando‑os em uma única embalagem. No
Brasil, são normatizados pela NBR 8253 e NBR 8334 da ABNT.
66
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
Modelos:
1,20 m 1,00 m
Figura 31
Formas de paletização:
Arranjo em bloco vazado Arranjo em colmeia Arranjo em fileira Arranjo em duplo vazado
interrompida
Figura 32
Exemplos:
Figura 33
67
Unidade II
Figura 34
Figura 35
Tambores e baldes plásticos também podem ser armazenados nos contêineres de várias maneiras,
com a facilidade de possibilitar armazenar tambores de tamanhos diferentes. O arranjo ideal de tambores
no piso de contêiner pode ser determinado pela relação entre o diâmetro do tambor e as dimensões
internas do contêiner. Diferentes arranjos são possíveis:
68
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
Figura 37 – Arranjo A
Figura 38 – Arranjo B
Modelo vendido no mercado para operações de transporte e movimentação de mercadoria. Uma das
empresas que apontamos aqui como ofertante desse instrumento é a Logismarket.
69
Unidade II
Figura 39
Pode ser baseada em pedidos por clientes, tipos de produtos, origem, destino, região, tipo de carga e
empresa de transporte. É muito comum para empresas que mantêm diferentes produtos em um único
armazém, que, embora separados fisicamente, são despachados de um mesmo local.
A preparação da carga a ser transportada se dará de acordo com o sistema de consolidação definido,
deve haver a escolha entre os tipos de picking já discutidos. Essa separação de pedidos consiste em uma
série de atividades que vai desde a retirada dos itens no estoque até a sua colocação em um local para
serem carregados no caminhão.
70
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
O carregamento dos veículos consiste em colocar os produtos no interior dos veículos conforme
ordens de cargas previamente geradas. O carregamento pode ser influenciado pelos fatores descritos a
seguir:
– Materiais a granel, como óleos vegetais, leite, gordura animal líquida, gasolina, são
normalmente armazenados em grandes tanques e bombeados para os veículos ou
transportados por gravidade.
– Os bens de consumo, como sabonetes, canetas, cremes dentais, produtos eletrônicos, são
carregados com auxílio de empilhadeiras.
• Planejamento da expedição:
Gerar Entregar
Carregar Liberar Instalar
documento Transportar produto ao
veículo veículo produto
de transporte cliente
Figura 40
71
Unidade II
Recebimento Espera
Estocagem
Distribuição Fluxo de Funções
física cross‑docking de apoio
Seleção e Separação
Expedição acumulação de pedido
Figura 41
Recebimento/cross‑docking
Estocagem
Por causa das características dos fluxos dos mais variados itens que passam pelo armazém, diversas
alternativas de estocagem podem ser utilizadas, o que pode interferir no tempo de preparação da carga
para expedição e, consequentemente, na expedição. Se os equipamentos utilizados, os corredores, as
identificações não estiverem perfeitas, a expedição será comprometida.
Reflexão rápida: acabo de fazer uma afirmação, você concorda com ela? Justifique.
A expedição será comprometida por levar mais tempo para a localização dos pedidos, mais tempo
para a separação dos pedidos e preparação, sem contar com a possibilidade mais real de avarias pela
falta de espaços adequados. Assim, o cliente pode receber os itens atrasados, errados e/ou avariados.
72
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
Separação de pedidos
É a inter‑relação mais óbvia, pois todo o material separado de uma área de estocagem deve ser
encaminhado para uma área de expedição. Porém, vale apenas salientar nesse caso que um processo
depende intimamente do outro e durante um projeto de armazém devemos analisar o impacto de um
sobre o outro. Se a separação for rápida e correta, a expedição será mais eficiente.
Distribuição física
Movimentação de materiais
Tecnologia da informação
Exemplo de aplicação
Descreva como funciona na sua empresa cada uma das etapas citadas. Não haverá certo ou errado,
é somente para associar o que se discute aqui com o que ocorre na sua empresa. Caso não seja possível,
pesquise em uma empresa qualquer e descreva.
• Recebimento de pedidos.
• Consolidação de pedidos.
• Separação de produtos.
73
Unidade II
• Carregamento de veículos.
• Documentação de transporte.
Preparo de documentação
Codificação de produtos
Codificação é o processo de identificação dos materiais por meio de códigos, que podem ser numérico
(somente números), alfabético (somente letras) e alfanumérico (letras e números).
12 25 00256 1
25 – família CPU;
1 – origem importado.
74
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
Origem do produto
Tipo do produto
Família do produto
Grupo do produto
Figura 42
7 8 9 9 9 9 9 9 1 2 3 4 9
País Empresa Produto D.C.
3 dígitos 6, 5 ou 3, 4 ou dígito de
concedidos 4 dígitos 5 dígitos controle
pela EAN concedidos elaborados (cálculo
(789=Brasil) pela EAN Brasil pela empresa algorítmico)
Figura 43
Saiba mais
<http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_da_fae/fae_v3_n3/o_
intercambio_eletronico_de.pdf>
O sistema EAN●UCC oferece padrões de mensagens estruturadas Eancom para EDI, baseado no Edifact
(Electronic Data Interchange For Administration, Commerce and Transport ou Intercâmbio Eletrônico de
Dados para Administração, Comércio e o Transporte), elaborado pela ONU.
Figura 44 – Dispositivo mecânico que, acoplado aos garfos da empilhadeira, permite movimentar dois tambores
76
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
Figura 46 – Garra hidráulica que abraça a carga lateralmente com pressão ajustável. A plataforma desce até o nível do solo
Figura 47
– Içamento de um contêiner flexível por meio de dispositivo especial
77
Unidade II
Figura 50 – O carregamento do contenedor sobre rodas é feito com auxílio de uma plataforma hidráulica
Exemplo de aplicação
Encerra Faturamento
Figura 51
78
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
2. Tendo como base as necessidades de recebimento, no fluxo a seguir, há a falta de uma etapa que
pode comprometer as atividades de estoque. Qual é essa etapa e quais as possíveis consequências disso?
Receber Separar
pedido material
Movimentar Montar
paletes paletes
Estocar Registrar no
paletes sistema
Encerra
Figura 52
1. Um pedido só será realmente separado quando for efetivamente confirmado, e isso ocorre quando
o pedido está pago ou com crédito aprovado. Veja que o crédito ocorre após a separação do pedido; se
o crédito não for aprovado, o trabalho de separação do pedido foi perdido.
2. O principal item esquecido foi a conferência dos itens, é nessa etapa que se verifica a exatidão dos
itens recebidos. A não realização dessa etapa pode trazer quebra de estoque e interrupção da produção
por falta de estoque.
Resumo
Exercícios
Questão 1. A Cia. Goiás Velho S.A., fabricante de conectores, recebeu uma encomenda de 1.200
conjuntos extensão-tomada, cuja árvore de estrutura é a seguinte:
Conjunto
Extensão tomada
Fio 2 x 16
Tampas (2) Núcleo (1) Pino (1)
AWG (20)
Figura 53
A partir das informações apresentadas, pode-se concluir que a quantidade do componente fio
(especificação 2 x 16 AWG) que precisa ser adquirido para atender a encomenda de 1.200 conjuntos
extensão-tomada (utilizando todo o estoque existente) é:
A) 25.600
B) 21.000
C) 12.700
80
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
D) 11.000
E) 10.700
O quadro a seguir resume todas as informações da questão no que diz respeito tanto à árvore de
estrutura quanto à encomenda em pauta e aos estoques. Note que vários campos não estão preenchidos,
pois não fazem parte do escopo da questão.
Quantidade Quantidade a
necessária por Unidade de Quantidade Necessidades
Componentes ser produzida Obs.
unidade de medida em estoque líquidas
ou comprada
produto
Conjunto extensão - tomada 1 un. 1200 200 1000 1
Tomada 1 un. 1000 100 900 2
Tampas 2 un.
Núcleo 1 un.
Fio 2 x 16 AWG 3 metros 2700 2000 700 3
Base 3 un.
Solda 10 un.
Extensão 1 un. 1000 500 500 4
Fio 2 x 16 AWG 20 metros 10000 10000 5
Pino 1 un.
Para a montagem do quadro foram feitos os cálculos a seguir, indicados na coluna “Obs.”.
A quantidade encomendada foi de 1.200 conjuntos extensão-tomada. Como existem 200 unidades
em estoque e deseja-se consumir o estoque, só será necessária a produção de 1.000 unidades.
Para produzir 1.000 unidades do conjunto extensão-tomada são necessárias 1.000 tomadas; como
existem 100 dessas tomadas em estoque, essa produção deverá ser restrita a 900 unidades.
Cada tomada necessita de 3 metros de fio 2 x 16 AWG; portanto, para 900 tomadas, serão necessários
2.700 metros; como o estoque desse componente é de 2000 metros, só será necessária a aquisição de
700 metros.
Em raciocínio idêntico ao feito para as tomadas, serão necessárias 1.000 extensões; como existem
500 em estoque, a necessidade líquida desse componente será de 500 unidades.
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Unidade II
Para produzir 500 unidades de extensões são necessários 500 x 20 = 10.000 metros de fio 2 x 16
AWG. Como o estoque remanescente de fio foi usado na produção das tomadas, será necessária a
aquisição de 10.000 metros de fio.
A partir desse raciocínio, há necessidade de 700 metros de fio para as tomadas e 10.000 metros de
fios para as extensões; logo, a necessidade total será de 10.500 metros.
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: para que essa alternativa fosse correta, o raciocínio teria que ser o seguinte:
serão produzidos 1.200 conjuntos e cada conjunto precisa de 23 metros de fio. Serão necessários
27.600 metros, mas, como há 2.000 em estoque, basta adquirir 25.600 metros. A opção é falsa,
visto que os estoques de conjuntos montados e de subconjuntos parcialmente montados são
desprezados.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: para que essa alternativa fosse correta, o raciocínio teria que ser o seguinte: serão
necessários 1.200 conjuntos. Como existem 200 deles no estoque, basta produzir 1.000 unidades.
Cada unidade precisa de 23 metros de fio; logo, serão necessários 23.000 metros. Como se tem 2.000
em estoque, basta adquirir 21.000 metros. A opção é falsa, visto que os estoques dos subconjuntos
parcialmente montados são desprezados.
C) Alternativa incorreta.
D) Alternativa incorreta.
E) Alternativa correta.
Questão 2. (Enade 2012) O setup é uma atividade de preparação da máquina antes de se iniciar a
produção de um produto. Inclui-se, nesse tempo, o que se chama usualmente de try-out, que é o tempo
necessário para produção das primeiras peças para se verificar se o equipamento pode ser liberado para
a produção.
Fonte: MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. São Paulo: Saraiva, 2005 (adaptado).
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MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
I. O tempo de setup ocorre tanto em atividades acíclicas quanto cíclicas dentro do processo de
produção.
PORQUE
II. Quanto menor o tempo de preparação da máquina, menor poderá ser o tamanho do lote produzido,
aumentando, assim, a eficiência.
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